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18/02/2023
Número: 0061974-40.2011.8.05.0001
Classe: PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL
Órgão julgador: 8ª V DA FAZENDA PÚBLICA DE SALVADOR
Última distribuição : 26/11/2011
Valor da causa: R$ 1.000,00
Processo referência: 00619744020118050001
Assuntos: Reajuste de Remuneração, Soldo, Proventos ou Pensão
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? SIM
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO
Partes Procurador/Terceiro vinculado
Roberto Lima de Brito (AUTOR)
Antonio Anares da Silva (AUTOR)
Clebernilton Mendes Rosa (AUTOR) MARIA TEREZA COSTA DA ROCHA (ADVOGADO)
Carlos Simoes Borges (AUTOR)
Antonio Xavier dos Reis (AUTOR)
Antonio Jorge de Freitas Ferreira (AUTOR)
Nivaldo de Jesus (AUTOR) MARIA TEREZA COSTA DA ROCHA (ADVOGADO)
Valfredo Jose Bispo (AUTOR)
Jose Eduardo do Bomfim Figueiredo (AUTOR)
Manoel de Souza Oliveira (AUTOR)
Antonio Carlos de Araujo Moraes (AUTOR)
Jose Martins dos Anjos (AUTOR)
Ondino Mendes da Silva (AUTOR)
Alex Fabian Leandro Nunes (AUTOR) SARA CRISTINA VELOSO MARTINS MENEZES
(ADVOGADO)
WAGNER VELOSO MARTINS registrado(a) civilmente como
WAGNER VELOSO MARTINS (ADVOGADO)
ALEXANDRA MARIA DA SILVA MARTINS (ADVOGADO)
DEBORA ALINE VELOSO MARTINS GOMES (ADVOGADO)
ESTADO DA BAHIA (REU)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
44070 13/01/2020 18:30 SENTENÇA SENTENÇA
963
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'ô
CONCLUSÃO
Aos^de de^Ot^ço estes autos
conclusos ao Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da
8 a Vara da Fazenda PúbU
para constar. Eu, \
Escrivão, subscreví.
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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA BAHIA Justiça Gratuita
Comarca de Salvador
8a Vara da Fazenda Pública
Fórum Ruy Barbosa, sala 423, Praça D.Pedro II s/n, Largo do
Campo da Pólvora, Nazaré - CEP 40040-380, Fone: 3320-6504,
Salvador-BA - E-mail: vrg@tjba.jus.br
SENTENÇA
presente ação pelo rito ordinário contra o ESTADO DA BAHIA, alegando que são servidores
militares ativos e inativos da Polícia Militar do Estado da Bahia e que Lei Estadual 7.145/97
(artigo 7o, §1°) garante que a revisão do soldo será acompanhada da GAP. Diz, ainda, que a
referida Lei Estadual reorganizou a escala hierárquica da Polícia Militar do Estado da Bahia,
definindo o valor do soldo dos policiais militares e que, a partir desse regramento, os reajustes
posteriores do valor do soldo deveriam se dar no mesmo percentual, com vistas a atender o
princípio da isonomia. Em seguida, alegam que a Lei n° 7.622/2000, contrariando a Lei
Estadual 7.145/97, majorou os soidos dos policiais militares em índices distintos, sendo
34,06% ao Posto de Cabo PM; 32,35% ao Soldado de Ia Classe; 31,03% ao Io Sargento; 30%
ao Subtenente; 8,64% ao Io Tenente e 2,73% ao Capitão PM, e nenhum reajuste às
graduações de Major e Tenente-Coronel, e que tais reajustes deveriam ser concedidos no
mesmo percentual (reajuste geral), na mesma forma que implementado pelas Leis 7.882/2001
e Lei 7.990/2001. Alegam, ainda, que a Lei n° 10.558/2007, que tratou da “revisão geral anual
do funcionalismo público estadual”, elevou os vencimentos dos integrantes da Polícia Militar
com índices diferenciados para os seus diversos graus, sendo aos Praças concedido reajuste de
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17,28%, enquanto que os Oficiais tiveram reajuste inferior, restando, assim, malferida a
norma do artigo 37, X, da Constituição Federal.
Requer, ao final, que o Estado da Bahia seja condenado: a) implementação
do percentual de 34,06%, concedido pela Lei 7.622/00, garantindo a diferença entre o
percentual aludido e o já assegurado pelo diploma legal referido; b) implementar nos seus
proventos a integralidade do percentual de 17,28% concedido pela lei 10.558/2007; c) incidir
os referidos percentuais na GAP III; d) pagamento das diferenças desde a ilegal exclusão até a
efetiva implantação, observadas a prescrição.
Regularmente citado, o ESTADO DA BAHIA contestou pelas fls. 9/110,
arguindo, preliminarmente: a) o litisconsórcio numericamente excessivo; b) preliminar de
mérito de prescrição de fundo de direito no concerne ao pedido de reajuste aplicado pela Lei
7622/2000, posto que decorridos mais 11 anos desde a entrada em vigor da referida Lei, e,
ainda, de prescrição trienal do direito de ação, entendendo que vigora, no que tange à
peroração relativa à Lei 10.558/2007, o art. 206, §3°, do CC/02.
Reportou-se, ainda o acionado a respeito: a) da revogação tácita das Leis
3.803/80 e 7.145/1997 pela Lei 7.622/2000; b) da inocorrência de reajuste generalizado de
vencimentos, sendo que a diferença de índice teve por fito o ajustamento do soldo nas
graduações mais baixas da Polícia Militar do Estado da Bahia para corrigir eventuais
distorções em relação ao valor nominal do salário-mínimo, concluindo com considerações
acerca da validade do reajuste setorial, em percentuais distintos, para corrigir distorções
remuneratórias; c) da pretensão de usurpação de competência do Poder Legislativo pelo Poder
Judiciário, já que a remuneração dos servidores públicos somente poderá ser fixada ou
alterada por lei específica, conforme determina o art. 37, X da Carta Magna e da
impossibilidade de acolhimento da pretensão dos autores, por afrontar ao art. 169, §1°, I e II,
da CF/88, já que se faz necessário a existência de prévia dotação orçamentária, bem como
autorização específica na LDO.
Réplica às fls. 115/133.
Sendo a questão unicamente de direito, prescindindo da produção de prova
em audiência ou instrução de outra espécie, procedo ao julgamento antecipado da lide, nos
termos do inciso I, do art. 330 do CPC vigente.
DECIDO.
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privativa em cada caso, assegurada a revisão geral anual, sempre na mesma data e sem
distinção de índices”.
A interpretação que dá ao dispositivo constitucional pelos autores é
evidentemente viciada, já que o mesmo não obriga o ente federativo a estabelecer um índice
linear a todas as categorias de servidores, mas apenas que não poderá haver diferença de
tratamento, sem motivos razoáveis para tanto, entre civis e militares.
E bastante ilustrativo sobre o tema em discussão o seguinte julgado do STF,
abaixo destacado:
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Não obstante, o referido julgado não tem eficácia vinculante e, com a devida
venia, não se estriba na melhor interpretação da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal
que, com já vimos acima, não permite que, por meio do disposto no inciso X do art. 37 da
CF/88 possa ser usurpada a competência legislativa, pelo judiciário, para a concessão de
aumento salarial (sim, AUMENTO SALARIAL e não simples correção da perda salarial),
isso sem que lei estadual ampare essa pretensão.
Alias, é também do STF o entendimento, sumulado no verbete 339, de que o
Judiciário não pode, com alegações de isonomia, promover aumento de servidor público.
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