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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DO

JUIZADO ESPECIAL DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE


BELÉM/PA. 

  

DIANA DE LOUDES SILVA TORRES, brasileira, solteira,


professora, portadora da cédula de identidade RG. nº 4292787 e inscrita no
CPF nº 184.319.762 - 68, residente e domiciliada no Conjunto Cidade Nova 6,
Travessa we: 82, nº 1122, bairro: Coqueiro, CEP: 67.140 - 712,
Ananindeua/PA, vem á presença de Vossa. Excelência, com fulcro no art. 6º, I,
II, III e IV da EC nº 41/03 c/c artigos 2º e 5º da EC nº 47/05, art. 7º da EC nº
41/03 e o art. 54-A, incisos I, II, III e IV da LC nº 39/02 c/c art. 33, III da Lei nº
5.351/86 e artigos 131, § 1º, IX e 140, III da Lei nº 5.810/94, através de seu
Advogado, firmado in fine, mandato incluso, E-mail:
mariosilva.adv@hotmail.com, com escritório no Conjunto Cidade nova 1,
Travessa we: 13 , nº 191, bairro: Coqueiro – Município de Ananindeua/PA,
CEP: 67.130 - 410, onde recebe todas as intimações, Propor:

AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO TRIBUTÁRIO C/C OBRIGAÇÃO DE


FAZER

em face do ESTADO DO PARÁ, pessoa jurídica de direito público interno,


inscrito no CNPJ sob o nº 05.054.861/0001-76, representado pela Procuradoria
Geral do Estado do Pará – PGE, sediada na rua dos Tamoios, nº 1671, Bairro:
Jurunas, CEP: 66.025 – 540, Belém/PA, E-mail: institucional@pa.gov.br., e em
face do INSTITUTO DE GESTÃO PREVIDENCIÁRIA DO ESTADO DO PARÁ
– IGEPREV, pessoa jurídica de direito público interno, CNPJ nº
05.873.910/0001 - 00, com endereço na Avenida Alcindo Cacela, nº 1982,
bairro: Nazaré, CEP: 66.040-020, nesta cidade de Belém, Estado do Pará,
pelos fundamentos fáticos e jurídicos a seguir: 
PRELIMINARMENTE

                                           

I – DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA

A Requerente pleiteia os benefícios da JUSTIÇA GRATUITA, com


fundamento na Lei nº. 1060/1950 e no art. 98 e seguintes do CPC, tendo em
vista não poder arcar com as despesas processuais sem prejuízo do seu
sustento e de sua família.

II – DOS FATOS 

A Autora foi servidora pública estadual junto à Secretaria Estadual


de Educação do Pará - SEDUC, exercendo o cargo de PROFESSORA. Ante o
preenchimento dos requisitos de aposentadoria pelo tempo serviço e de
Contribuição, a Autora requereu sua aposentadoria, através do Protocolo
nº 0000712721/2013, no dia 18 de setembro de 2013, conforme documentos
anexos.

Contudo, após 91º (nonagésimo) primeiro do seu afastamento


sem resposta no Processo Administrativa da Aposentadoria com
Protocolo nº 0000712721/2013, continuou a ser descontado indevidamente as
contribuições previdenciárias em 11% (onze por cento) de sua remuneração
através do FINANPREV, conforme CONTRACHEQUES E HISTÓRICO DAS
CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS (anexo).

Tais descontos indevidos, totalizam um valor de R$ 40.281,33


(quarenta mil duzentos e oitenta e um reais e trinta e três centavos),
contados a partir de Setembro de 2016 a Dezembro de 2020, incluindo o 13º
salário conforme tabela abaixo:
 

FINANPREV 11% 11% 11% 11% 11% e 14%


ANO 2016 2017 2018 2019 2020
JANEIRO   R$ 684,65 R$ 684,65 R$ 705,19 R$ 735,41
FEVEREIRO   R$ 684,65 R$ 684,65 R$ 705,19 R$ 735,41
MARÇO   R$ 684,65 R$ 684,65 R$ 705,19 R$ 735,41
ABRIL   R$ 684,65 R$ 705,19 R$ 705,19 R$ 935,98
MAIO   R$ 684,65 R$ 705,19 R$ 719,29 R$ 935,98
JUNHO   R$ 684,65 R$ 705,19 R$ 719,29 R$ 935,98
JULHO   R$ 684,65 R$ 705,19 R$ 719,29 R$ 935,98
AGOSTO   R$ 684,65 R$ 705,19 R$ 719,29 R$ 935,98
SETEMBRO R$ 684,65 R$ 684,65 R$ 705,19 R$ 719,29 R$ 935,98
OUTUBRO R$ 684,65 R$ 684,65 R$ 705,19 R$ 719,29 R$ 935,98
NOVEMBRO R$ 684,65 R$ 684,65 R$ 705,19 R$ 719,29 R$ 935,98
DEZEMBRO R$ 684,65 R$ 684,65 R$ 705,19 R$ 719,29 R$ 935,98
13º R$ 750,49 R$ 684,66 R$ 705,20 R$ 719,30 R$ 935,98
SALÁRIO

 E Vale ressaltar que o período mencionado se encontra dentro do


prazo prescricional para as ações cujo réu e a Fazenda Pública, conforme art.
1º do DECRETO Nº 20.910, de 6 de janeiro de 1932, qual seja, 5 anos.

Em Janeiro de 2021, os descontos do FINANPREV, parou em seu


contracheque, porque passou a receber como inativa (aposentada). Sendo
assim, ingressa-se com a presente ação, com a finalidade de obter a
restituição dos valores indevidamente descontados até o mês de
Dezembro de 2020.

Diante disso e da violação do art. 43 da Lei Complementar


Estadual nº 39/2002, a requerente procurou os órgãos administrativos
da SEDUC e IGEPREV para saber o motivo de tanta demora na análise de seu
requerimento, sendo informada pela Assessoria Jurídica da SEDUC em
05/08/2020 (doc. Anexo) que o Processo de Aposentadoria
nº 0000712721/2013, ainda estava em análise e que não haveria uma data
para análise final do seu pedido. Configurando assim flagrante violação ao art.
43 da Lei Complementar Estadual nº 39/2002, que assim dispõem:

Art. 43. Não haverá restituição de


contribuições, excetuado o caso de recolhimento
indevido. (grifo nosso)

Portanto Exa., trata-se de omissão injustificada dos órgãos


administrativos do Estado do Pará em não apreciar o pedido administrativo
formulado pela requerente em tempo hábil, ofendendo, assim, aos Princípios
Constitucionais da Legalidade, Eficiência, Isonomia, Razoabilidade,
Razoável duração do processo e celeridade processuais, estando
caracterizado a lesão financeira através de descontados a mais e indevidos
referente as contribuições de 14% (quatorze por cento) no  FINANPREV,
que foram descontados a mais a partir de 2014. Ferindo assim direitos da
Requerente.

IV – DO DIREITO

A)            DOS DESCONTOS INDEVIDOS A MAIS A PARTIR DE 2014 A


TÍTULO DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA NO FINANPREV. DO
DIREITO A REPETIÇÃO DE INDÉBITO TRIBUTÁRIO:

Conforme já exposto nas considerações fáticas, a Autora foi


afastada para aposentadoria em DEZEMBRO de 2013. Nessa época, portanto,
a Autora após o 91º (nonagésimo) primeiro do seu afastamento sem
resposta no Processo Administrativa da Aposentadoria com Protocolo
nº 0000712721/2013,  já reunia os requisitos necessários para aposentadoria e
fruição do benefício (doc. anexos) e já não havia razão alguma para descontar
a mais os 11% (onze por cento) de sua REMUNERAÇÃO TOTAL em
contribuições previdenciárias no FINANPREV.

No entanto, conforme se constata dos contracheques em anexos,


as referidas contribuições CONTINUARAM a ser descontadas indevidamente
da Autora a partir de seu afastamento em Dezembro de 2013 e continuaram
até dezembro de 2020. Configurando assim flagrante violação ao art. 43
da Lei Complementar Estadual nº 39/2002, que assim dispõem:

Art. 43. Não haverá restituição de


contribuições, excetuado o caso de recolhimento
indevido. (grifo nosso)

Diante disso a jurisprudência pátria vem se posicionando em casos


repetitivos de forma favorável ao reconhecimento de impertinência dos
descontos de contribuições previdenciárias a mais de servidores afastados
para a aposentadoria:

 
PROCESSUAL CIVIL. DIREITO PREVIDENCIÁRIO E
ADMINISTRATIVO. REEXAME NECESSÁRIO. AÇÃO
DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO COM PEDIDO DE
TUTELA ANTECIPADA. DEMORA IRRAZOÁVEL DA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ESTADUAL EM
PUBLICAR O ATO DE APOSENTADORIA DA
SERVIDORA. DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS
INDEVIDOS MESMO APÓS O LAPSO TEMPORAL
ESTIPULADO NO ART. 153, § 3º DA LEI ESTADUAL Nº
9.826/74. RESTITUIÇÃO DOS VALORES DEDUZIDOS A
PARTIR DO NONAGÉSIMO DIA APÓS O
AFASTAMENTO LABORAL. HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS MANTIDOS EM R$ 1.000,00 (MIL
REAIS). REMESSA NECESSÁRIA CONHECIDA E
PARCIALMENTE PROVIDA. SENTENÇA REFORMADA
EM PARTE. 1. Trata-se de Remessa Necessária,
autuada sob o nº. 0023359-56.2008.8.06.0001, de
sentença proferida pela MM. Juíza de Direito da 9ª
Vara da Fazenda Pública da Comarca de Fortaleza/CE,
nos autos da AÇÃO ORDINÁRIA ajuizada por MARIA
MERCÊS FERREIRA DOS SANTOS em face do
ESTADO DO CEARÁ, em que foram julgados
procedentes os pleitos autorais, para condenar o
requerido a suspender os descontos previdenciários,
bem como restituir à promovente os valores
indevidamente descontados, desde a data do
afastamento para a aposentadoria, com juros de 1%
(um por cento) ao mês a partir do trânsito em julgado
da sentença. Condenou, ainda, o ente público ao
pagamento de honorários advocatícios no importe de R$
1.000,00 (mil reais). 2. De acordo com o art. 19, § 3º da
Lei Estadual nº. 9.826/74, caso o processo administrativo
para aposentação não seja concluído em 90 (noventa)
dias, o servidor se afastará das suas atividades, sem que
haja prejuízo da sua remuneração. 3. No caso dos
autos, verifica-se a existência de abuso do poder
administrativo, uma vez que o prazo de 90 (noventa)
dias para o trâmite do processo administrativo de
apreciação do pedido de aposentadoria foi
desrespeitado exclusivamente em razão da demora da
Administração Pública, contrariando, dessa forma, os
princípios constitucionais que são de observância
compulsória pela administração. 4. Sendo assim, há um
verdadeiro confisco, pois a servidora forçadamente
continuaria a financiar o sistema previdenciário
estadual unicamente em razão das excessivas
burocracias e ineficiências do processo
administrativo para concessão de aposentadoria. 5. A
douta Magistrada ao proferir a sentença, determinou a
restituição dos valores a partir do afastamento, mas
este ponto deve ser reformado, visto que o desconto
aplica - se após os 90 (noventa) dias, conforme o
dispositivo supramencionado. 6. A parcial reforma da
sentença, nos moldes aqui dispostos, não ocasiona a
modificação da fixação dos honorários advocatícios, ou
seja, em R$ 1.000,00 (mil reais), vez que se considera
presente a sucumbência mínima (art. 21, § único, do
CPC). Além disso, foram os ônus arbitrados respeitando-
se a razoabilidade. 7. Remessa Necessária conhecida e
parcialmente provida. Sentença reformada em parte.
ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos os presentes
autos de Reexame Necessário nº 0023359-
56.2008.8.06.0001, acordamos Desembargadores
membros da 1ª Câmara de Direito Público do Egrégio
Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, por unanimidade,
em conhecer e dar parcial provimento à Remessa
Necessária, reformando em parte a sentença
reexaminada nos exatos termos do voto desta eminente
Relatora. Fortaleza/CE, 22 de maio de 2016. (TJ-CE -
Remessa Necessária: 00233595620088060001 CE
0023359-56.2008.8.06.0001, Relator: LISETE DE SOUSA
GADELHA, 1ª Câmara Direito Público, Data de
Publicação: 22/05/2017). 
 

APELAÇÃO CÍVEL. PREVIDENCIÁRIO.


ADMINISTRATIVO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO.
RECOLHIMENTO INDEVIDO DE CONTRIBUIÇÃO
PREVIDENCIÁRIA DE SERVIDORA ESTADUAL.
REQUISITOS EXIGIDOS PARA APOSENTADORIA
PREENCHIDOS. AFASTAMENTO DO SERVIÇO
PÚBLICO. RETARDAMENTO INJUSTIFICADO DA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NA CONCLUSÃO DO
PROCESSO DE APOSENTAÇÃO. SUSPENSÃO DA
CONTRIBUIÇÃO. PREVIDENCIÁRIA PRELIMINAR DE
AUSÊNCIA DE INTERESSE PROCESSUAL. NÃO
CABIMENTO. PRESCRIÇÃO.
INOCORRÊNCIA. RESTITUIÇÃO DEVIDA A CONTAR
DE 90 DIAS DO AFASTAMENTO DA SERVIDORA
RESPEITADA A PRESCRIÇÃO QUINQUENAL. JUROS
DE MORA DE 1% A PARTIR DO TRÂNSITO EM
JULGADO HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA. INOCORRÊNCIA.
APELAÇÃO CONHECIDA E PARCIALMENTE
PROVIDA. 1. O advento da Lei Complementar nº
92/2011 não retira o interesse de agir da autora, vez
que não lhe foram devolvidos os valores
anteriormente descontados, havendo inclusive,
disposição na referida norma, que prevê a prevalência
da decisão judicial sobre o trâmite administrativo. 2. -
'A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é
assente no sentido de que, aos débitos previdenciários,
devem ser aplicados os seguintes índices de correção
monetária, consoante o art. 18 da Lei n. 8.870/94: INPC
(janeiro a dezembro de 1992), IRSM (janeiro de 1993 a
fevereiro de 1994), URV (março a junho de 1994), IPC-r
(julho de 1994 a junho de 1995), INPC (julho de 1995 a
abril de 1996) e IGP-DI (maio de 1996 a dezembro de
2006) e INPC (a partir da vigência da Lei n. 11.430/2006),
os quais, aplicados, devem ser convertidos, à data do
cálculo, em UFIR e, após sua extinção, o IPCA-e, em
decorrência da declaração de inconstitucionalidade
parcial do art. 5º da Lei n. 11.960, de 2009 (ADIs n. 4.357
e 4.425/DF). '(AgRg no REsp 1235021/RS, Rel. Ministro
NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, julgado em
06/11/2014, DJe 18/12/2014) (grifos nossos) 3.- No que
tange aos juros moratórios, tem razão o apelante,
devendo os mesmos fluírem a partir do trânsito em
julgado da decisão, mas ao patamar de 1% (um por
cento) ao mês, nos termos do Código Tributário Nacional,
arts. 161, § 1º e 167, além da súmula 188 do STJ. 4.Não
cabe insurgência a respeito de sucumbência recíproca, no
caso em estudo, se verifica a obediência ao prazo
prescricional, não acarretando a meu ver, decaimento de
parte do pedido. 5. Recurso conhecido e parcialmente
provido. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes
autos, acorda a 6ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça
do Estado do Ceará, em por unanimidade, em conhecer
do recurso para lhe dar parcial provimento, nos termos do
voto do relator. SÉRGIA MARIA MENDONÇA MIRANDA
Presidente do Órgão Julgador Exmo. Sr. JUCID
PEIXOTO DO AMARAL Relator MINISTÉRIO PÚBLICO.
(TJ-CE - APL: 01660407320138060001 CE 0166040-
73.2013.8.06.0001, Relator: JUCID PEIXOTO DO
AMARAL, 6ª Câmara Cível, Data de Publicação:
16/09/2015).

CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. REEXAME


NECESSÁRIO E APELAÇÃO CÍVEL. REPETIÇÃO DE
INDÉBITO.  CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA.
SERVIDORES   AFASTADOS  DAS FUNÇÕES
DURANTE A TRAMITAÇÃO DO PROCESSO
ADMINISTRATIVO PARA APOSENTAÇÃO.
INEXIGIBILIDADE.  EXCESSIVA DEMORA.   OFENSA
À CELERIDADE  PROCESSUAL  E AO PRINCÍPIO DA
EFICIÊNCIA. PRECEDENTES. REMESSA
OBRIGATÓRIA E APELO CONHECIDOS E
DESPROVIDOS.1. 
A celeridade processual, desde 2004,passou  a  ser 
um  direito fundamental expressamente garantido aos
administrados e jurisdicionados (art. 5º, LXVIII, CF). 2.
Nesse sentido, por inércia imputada unicamente
à  Administração Pública, ocorreu incontestável
demora a vulnerar os limites da proporcionalidade 
entre  o  afastamento  dos  servidores  e  o  ato  de
publicação de suas aposentadorias,  a desautorizar a
incidência da exação previdenciária.  Precedentes.  3. 
Remessa necessária e apelação cível
conhecidas e desprovidas.  (Tribunal de Justiça do
Estado do Ceará, Apelação Cível
46913932200080600011, 1ª Câmara Cível, Relator: Des.
Fernando Luiz Ximenes Rocha, 14/02/2012).

CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. APELAÇÃO


CÍVEL.  AÇÃO ORDINÁRIA C/C REPETIÇÃO DE
INDÉBITO. DESCONTO PREVIDENCIÁRIO. SERVIDOR
PÚBLICO. REQUISITOS EXIGIDOS PARA
APOSENTADORIA PREENCHIDOS. AFASTAMENTO
DO SERVIÇO PÚBLICO. RETARDAMENTO
INJUSTIFICADO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NA
CONCLUSÃO DO PROCESSO DE
APOSENTAÇÃO. RESTITUIÇÃO DEVIDA.
PRECEDENTES DESTA CORTE DE JUSTIÇA. JUROS
DE MORA. ART. 1ºF DA LEI Nº 9.494/97. APLICAÇÃO
IMEDIATA. SENTENÇA REFORMADA.  1. Uma vez
preenchidos todos os requisitos legais exigidos para
aposentadoria, e sendo apenas declaratórios os
efeitos da decisão do Tribunal de Contas, imperiosa
se faz a suspensão dos descontos previdenciários
incidentes sobre os proventos do servidor a partir da
expedição do ato de afastamento pela Administração
Pública, desde que, a hipótese concreta não se
enquadre nas previsões do art. 40, § 18, da
Constituição Federal de 1988. Precedentes desta
Corte. 2. É inconcebível que o servidor público seja
prejudicado pelo retardamento injustificado na
conclusão de seu processo de aposentadoria,
porquanto, tal demora fere os princípios da
moralidade e da eficiência, previstos no  art.  37, 
caput,  da  CF/88,  bem como  da  proporcionalidade 
e  da  razoabilidade.  […] (TJCE, Apelação  Cível  nº
601307445820118060001,  3ª  Câmara  Cível, 
Relator:   Des.  Antônio Abelardo Benevides Moraes,
DJCE 02/04/2012, p. 59).  

     No mais, a jurisprudência também se manifesta no sentido de


reconhecer a inviabilidade de contribuições previdenciárias a maior quando
o servidor público não irá mais fruir benefícios em relação à contribuição,
conforme acórdão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal:

 
ADMINISTRATIVO. REMESSA OFICIAL. PREVIDÊNCIA
SOCIAL. CARGOS EM COMISSÃO. REMUNERAÇÃO.
CONTRIBUIÇÃO. NÃO INCIDÊNCIA.

1. COM O NOVO REGIME INSTAURADO PELA


EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20/98 FICOU
AFASTADA A POSSIBILIDADE DE INCORPORAÇÃO
AOS PROVENTOS DAS PARCELAS RECEBIDAS
PELO CARGO EM COMISSÃO. ASSIM, NÃO SE PODE
EXIGIR A CONTRIBUIÇÃO DE PERCENTAGEM
SOBRE A PARCELA RECEBIDA PELO CARGO
COMISSIONADO, PORQUE, QUANDO DA
APOSENTADORIA, O SERVIDOR NÃO RECEBERÁ A
CORRESPONDENTE CONTRAPRESTAÇÃO.

2. REMESSA NECESSÁRIA IMPROVIDA; SENTENÇA


MANTIDA. (TJDF, Processo: 1066803520038070001 DF
0106680-35.2003.807.000, Relator (a): ANTONINHO
LOPES, Julgamento: 02/09/2009, Órgão Julgador:, 6ª
Turma Cível Publicação:11/11/2009, DJ-e Pág. 106)

 
 

Tal premissa amolda-se ao caso em tela, uma vez que os descontos


a maior efetuados nos contracheques da Autora ocorriam mesmo após seu
afastamento, sendo que a mesma preencheu todos os requisitos para o
referido benefício.

Desta forma, pode-se afirmar que os descontos a maior na sua


REMUNERAÇÃO TOTAL referentes ao FINANPREV não apresentam razão de
ser, uma vez que não integraram, nem aproveitaram os cálculos
do benefício de aposentadoria da Autora , reforçando a necessidade de
ressarcimento dos valores descontados a mais a partir do seu afastamento
em DEZEMBRO DE 2013. Porque está configurado a violação ao art. 43
da Lei Complementar Estadual nº 39/2002, que assim dispõem:

 
Art. 43. Não haverá restituição de
contribuições, excetuado o caso de recolhimento
indevido. (grifo nosso)

Portanto Exa. a autora Requer, que os valores descontados a


maior  indevidamente sejam devolvidos e corrigidos com juros e correção
monetária a partir da data de cada descontos, até a data de sua efetiva
devolução à Autora, conforme entendimento consolidado pela Súmula 46, do
antigo Tribunal Federal de Recursos "Nos casos de devolução do depósito
efetuado em garantia de instância e de repetição do indébito tributário, a
correção monetária é calculada desde a data do depósito ou do
pagamento indevido e incide até o efetivo recebimento da importância
reclamada.".

V – DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS

Diante do exposto, requer de Vossa Excelência:

1) O deferimento da gratuidade judiciária integral para todos os


atos processuais (Lei nº. 1060/1950 e art. 98 e seguintes do CPC);

2) Seja recebida a presente ação, determinando - se a citação dos


réus, nos endereços acima declinados, para querendo, contestar no prazo
legal, sob pena de presumir-se verdadeiros os fatos articulados pelo autor (art.
344 do CPC);

 
3)   A procedência da ação, determinando que os Réus restituam à
Autora a importância de R$ 40.281,33 (quarenta mil duzentos e oitenta e um
reais e trinta e três centavos), com atualizações subsequentes, referente às
contribuições previdenciárias descontadas a maior indevidamente a partir do
seu afastamento para aposentadoria até a efetiva devolução;
 

4) Requer a condenação do réu ao pagamento das custas, eventuais


despesas processuais e honorários advocatícios em 20% (vinte por cento)
sobre o valor da condenação;

5) A autora não tem interesse na audiência de conciliação ou de


mediação, art. 319, VII do CPC. Por se tratar a lide de matéria de direito;
 

6) Protesta provar o alegado por todos os meios e provas em direito


admitidos, juntada de documentos e perícia, caso seja necessário;
 

7) Informa, por fim, que as intimações deverão ser encaminhadas ao


patrono da autora, no endereço eletrônico acima consignado.

Dá-se a causa o valor de R$ 40.281,33 (quarenta mil duzentos e


oitenta e um reais e trinta e três centavos).

 
Nestes Termos,
Pede Deferimento.
Ananindeua/PA, 28 de Setembro de 2019.
 

 
 

 
       

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