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Nome:
Data de Nascimento:
Sexo:
Filiação: Pai: e Mãe:
Serie:
REGISTROS DA QUEIXA
X vem apresentando dificuldade em seu processo de construção de
conhecimento. A mãe relatou que X, só começou a falar com 5 anos de idade
fez tratamento com vários medico e chegou ate ouvir, que X seria um deficiente
auditivo, mas para sua surpresa com 5 anos ele começou a falar já no ensino
aprendizagem ele é muito dispersivo.
A professora me disse que V. não consegue acompanhar os amigos.
Seu material nunca este completo todos os dias esquece os materiais não
cuidando nem zelo, não copia direito do quadro é um menino esperto, mas não
consegue ficar quieto um minuto.
30 de agosto de 2011
Com intuito de ter melhor conhecimento sobre a história de vida de V.,
foi realizada a Anamnese com a mãe de V. é importante incluir estes dados
sobre o paciente dentro de sua dinâmica familiar, contemplando toda a sua
história de vida na coleta das informações foram levadas em consideração as
etapas de desenvolvimento do aprendente desde a gravidez até o estagio
atual.
Identificação do sujeito
V. é um menino de seis anos de idade que estuda atualmente na Escola
Estadual Coronel Antonio Trindade, situada no bairro Trindade.
V. reside no mesmo bairro onde está situada s sua escola, juntamente
com sua mãe R.M. P, 25 anos, e seus avos maternos, seu pai os deixou logo
ao nascer, mora junto a tua irmã I. De 9 anos, S. de 5 anos e G de 9 meses, V.
ocupa a posição de 3 filho nesta família.
Iniciou a vida escolar sem maiores problemas de adaptação. Já na
aprendizagem está enfrentando dificuldade, com baixo rendimento escolar,
aparentemente faz parte de uma família que não se preocupa e nem sempre
estão atentas as questões educacionais.
Mãe: R.M. P
Idade: 25 anos
Profissão: Domestica
Escolaridade: Não tem escolaridade.
ANTECEDENTES NATAIS:
GESTAÇÃO:
Para realização da Anamnese em nenhum momento da entrevista ela
resistiu em responder as perguntas, mostrando acessível a tornando a
conversa bastante agradável.
Em seus relatos, R.M. P deixa claro que apesar da gravidez não ter sido
planejado V., foi uma criança muito bem vinda por toda a família. A gestação
ocorreu sem maiores problemas clinico e não sofreu nenhum acidente durante
o período em que esteve grávida de V.
Durante a gestação J.M, não acompanhava a esposa nas consultas
médicas. O parto de V. foi normal não demorou muito para nascer, demorou
reagir a todos os estímulos a que foi submetido. Após seu nascimento o seu
pai os abandonou no período neonatal V. dormia muito, sono tranqüilo, não
acordava assustado, foi amamentado no seio materno até os oito meses de
idade tinha boa sucção, hoje se alimenta bem.
Em relação ao seu desenvolvimento motor, V. não engatinhou e sentou
com oito meses, iniciou seus passos aos onze meses. A mãe relata que houve
certa demora para V. falar necessário acompanhamento médico, foi a vários
como não tinha recursos financeiros, não foi a nenhum especialista, somente
os que a rede publica ofereceu, V. foi assistido por um profissional no período
de dez meses, chegando até mencionar que ele não iria falar, para sua
surpresa quando ele iria completar quatro anos começou a falar, suas
pronuncia ainda não é nítida.
A mãe relata que não tem muito tempo que perdeu o seu segundo filho,
quando nasceu tinha má formação no cérebro, viveu oito anos, seu ultimo filho
G. também tem problema nos pulmões, a família tem muitas dificuldades. R.M.
P, fala que V. toma dois banhos diários, uma vez que os avos moram junto, e
também ajuda cuidar.
V. é um menino independente e desenvolve atividades práticas com
facilidade, adquiriu controle dos esfíncteres com um aninho de idade e segundo
a mãe foi iniciativa própria, a mãe fala que ele é um menino, melindroso briga
com os coleguinhas facilmente, não divide seus brinquedos com os irmãos, de
vez em quando eles se pegam nos tapas, é quando minha mãe os corrige.
OBSERVAÇÕES:
A mãe de V., disse que é muito duro para ela ajudar o filho, pois ela tem
que trabalhar para dar o que comer aos outros filhos. Ao final da sessão, ela
disse queria poder fazer mais pelo meu filho, mas não tenho condição faço o
que posso.
06 de setembro de 2011
1º SESSÃO EOCA
Com o intuito de estudar as manifestações cognitivas afetivo do conduto
de V. que podem estar interferindo em seu processo de aprendizagem não
abro mão de recurso de avaliação diagnostica formulado pelo professor
argentino Jorge Visca intitulado de Entrevista Operatória Centrada na
Aprendizagem (EOCA).
No primeiro momento foi explicado a ele o que seria feito, deixei sobre a
mesa a caixa de lápis de cor, giz de cera, lápis sem ponta, apontador, borracha
e livro de historinha, tesoura, cola régua, quebra cabeça, jogo da memória.
Esse material foi tudo preparado para você mostrar o que você aprendeu
na escola, ele suspirou me olhou e ficou em silencio por alguns minutos disse a
ele me mostre e que lhe ensinarei a fazer e o que você aprendeu na escola,
pegou o lápis sem ponta e logo saltou depois olhou os lápis de cor e pegou o
lápis de cor preto e com uma folha sul fite e começou a desenhar, mas quebrou
a ponta ele me perguntou tia o que eu faço sem que eu respondesse , pegou o
apontador e apontou o lápis por várias vezes fez uso da borracha estava bem
à-vontade me disse tia você pode me dar essa borracha balançou a cabeça e
ele tornou a perguntar à senhora me da esta borracha para sempre ta, sim eu
lhe dou esta borracha, sorriu e percebi que ficou muito feliz, pegou outra folha e
lápis de cor para colorir.
Observei que estava suspirando e apertava muito o lápis, tinha quatro
folhas sul fite fez um desenho em cada folha me disse já terminei tudo e
respondi a ele nos temos um tempo a mais, parou e ficou me olhando pegou o
lápis sem ponta novamente olhou e me disse é lindo com muitas figuras e um
pau e os lápis de cor a senhora me da para sempre e mostrava este e aquele
disse que sim no final da conversa falou muito e pegou o apontador e
começou a apontar olha é um lápis tia, rabiscava na mesa era um lápis
borracha ele acreditava que era tinha na ponta passou por varias vezes na
mesa dizendo o que é isto ate que apagou os rabiscos da mesa, olha tia é uma
borracha, este lápis é para menino tia, o que você acha:
Pegou o livro de historinha e foliou contando a historia, mas sem ler
narrou a historia certinho ate os felizes para sempre. Pronto já acabou posso
levar tudo menos a tesoura e a régua eu não quero já o quebra cabeça ele
pegou tirou do pacote, mas não quis guardar. Já no final ele me perguntou
você gosta de mandioca frita com carne na panela de pressão só de pensar
tenho água na boca eu falei a ele gosto sim ele então respondeu eu já sei
cozinhar tia.
O trecho apresentado acima consiste num resumido relato de
comportamento de V. durante a aplicação do EOCA, onde foram verificados
aspectos relativos à temática a dinâmica ao produto a dimensão afetiva e
cognitiva do avaliado.
ANOTAÇÕES HIPÓTESES
Dinâmica: hora a sentado, hora em pé, Atitude de quem está muito apreensivo
suando muito tímido, medo talvez. e inseguro.
28 de setembro de 2011
DEVOLUTIVA A INSTITUIÇÃO.
Com o objetivo de apresentar os resultados da avaliação
Psicopedagogia realizadas durante o período destinado as sessões de
atendimento para com V.M.M. foi observação e anotação, durante os
atendimentos, para melhor entender, sobre o relacionamento de questões de
cunho afetivo, social e intelectual, verifiquei no transcorrer da analise que v. e
uma criança bastante feliz, efetivamente pertencem a sua família, pois em
todas as atividades proposta, sempre se referiu a família e os animais com
muito carinho e apreço, V.M. M, e saudável, esta de acordo com o
desenvolvimento para sua faixa etária, onde as crianças utilizam o imaginário,
ou seja, o lúdico para o desenvolvimento.
Assim como a aprendizagem, o corpo também esta em desenvolvimento
e precisa de atividades, ate como meio de canalizar a energia típica da idade,
sugiro para as atividades escolares um reforço pedagógico jogos de
adivinhações, alfabeto móvel, recortes, musica, dramatizações, fantoches,
atividades repetitivas (copia ditado, escrever no quadro). Mas um espaço onde
o lúdico predomine e que de forma diferenciada ele possa realizar atividades
que venham a desenvolver os seus conhecimentos e fazer como ele possa
adquirir outras, participando efetivamente dessa construção.
Para o desenvolvimento físico, bem como disciplina e canalização de
energia, sugiro o trabalho multidisciplinar na realização das atividades, tendo
em vista que as atividades requerem um nível elevado, atividades físicas,
natação, judô, karat, futebol musica, a fim de melhorar a concentração,
tranqüilidade disciplina para sua eficaz realização. Em centros públicos como
pólo esportivo existe atendimento gratuito para a população.
4 PARECER PSICOPEDAGÓGICO.
V é uma criança de seis anos de idade que frequenta o primeiro ano do
Ensino Fundamental de uma escola da rede pública estadual e que vem
enfrentando dificuldades em seu processo de ensino-aprendizagem.
Do ponto de vista intelectual apresenta uma estrutura cognitiva
correspondente ao nível de transição do pensamento operatório concreto para
o operatório formal, o que está adequado para sua idade, seis anos, pois nesta
idade é comum que haja prevalência do estágio de inteligência formal com
maior utilização do raciocínio hipotético dedutivo.
Do ponto de vista afetivo demonstra condições inadequadas de
relacionamento: apresenta uma submissão excessiva a figuras de autoridades
bem como uma ligação de dependência com a mãe (relação simbiótica). Reage
sempre com timidez a presença de outras pessoas. Demonstram grande
necessidade de aceitação/aprovação buscando sempre corresponder as
expectativas. Tal comportamento provoca em V. um alto grau de ansiedade
frente às exigências as quais é submetida. Os sintomas de ansiedade que
apresenta (sudorese, taquicardia, agitação psicomotora) atrapalham o seu
raciocínio. Observou-se um vínculo negativo com o processo de aprendizagem,
o que interfere no seu desempenho escolar.
Do ponto de vista funcional sua motricidade global é boa, movimenta-se
bem, apresenta bom equilíbrio, tem predominância de lateralidade esquerda,
apresenta boa motricidade fina. Quanto à orientação espacial V. apresentou
um desempenho abaixo do esperado. Tal dificuldade possivelmente ocorreu
devido a não exploração do ambiente por v. que apresenta características de
personalidade introvertida. A orientação temporal foi à área em que V.
apresentou maior dificuldade. Possui noção de velocidade (lento/rápido) e de
distância (perto/longe). Não sabe ordenar dias da semana e os meses do ano.
Não conhece as estações do ano e não mencionou corretamente nenhuma
data comemorativa (não soube responder quando é Natal e Ano Novo). Dados
revelaram dificuldades de orientação alopsíquica, ou seja, dificuldades em
fornecer informações referentes ao tempo e ao espaço. Demonstrou
preservada capacidade autopsíquica, informando dados de sua identificação
pessoal, revelando saber quem é, como se chama, que idade tem qual sua
nacionalidade.
5 INFORME PSICOPEDAGÓGICO.
V.m.m, nascida no dia 8 (oito) de agosto do ano de 2005, atualmente
com 6anos de idade, aluno do 1º ano do Ensino Fundamental da Escola
Estadual coronel Antonio trindade, Aquidauana - MS foi indicada para avaliação
psicopedagógica pela coordenação da escola. O interesse pela realização de
um trabalho psicopedagógico surgiu devido à queixa de que V. vem
apresentando dificuldades no processo de ensino aprendizagem.
A avaliação psicopedagógica se deu no período de 29/07/2011 a
29/09/2011, com a realização de sete sessões com duração média de 60
minutos às 2h cada totalizando 15 horas de análise diagnóstica. Na
consecução do diagnóstico foram realizadas sessões que se fundamentaram
da seguinte forma: Anamnese com a mãe; aplicação da EOCA; aplicação de
provas Piagetianas para avaliação do desenvolvimento cognitivo; aplicação de
provas projetivas para avaliação da área emocional; aplicação de testes de
desempenho sensório-motor para avaliação da área funcional; aplicação de
testes para avaliar as habilidades acadêmicas; e entrevista devolutiva a
avaliada, seus responsáveis e a instituição onde foi realizado o estágio.
Ao integrar os resultados obtidos durante todo o processo de
investigação psicopedagógica conclui-se que V. traz um histórico de vida
marcado por:
No campo afetivo social apresentou indícios de uma forte dependência
psicoafetiva, com debilidade do vínculo materno marcado por uma forte
simbiose. Construções empobrecidas a cerca do seu conhecimento de mundo,
sempre foi muito superprotegida pelos pais em função do problema, que se
manifestou aos 2 anos de idade. Baixa auto estima produzida pelo recorrente
fracasso escolar. Necessidade de aprovação/aceitação não conseguindo tomar
decisões sem que alguém a diga que está certa ou errada.
No campo Funcional verificou-se que V. possui excelente
desenvolvimento motor com boa coordenação global. Sua orientação espacial
é prejudicada por sua timidez, porem não o impede de olhar, observar,
investigar o que está ao seu redor. Sente-se inseguro em ambientes novos. A
orientação temporal foi à área em que V. apresentou maior dificuldade,
principalmente referente a dados de orientação alopsíquica.
6 PROPOSTA DE INTERVENÇAÕ.
O aluno com dificuldade de aprendizagem exige um atendimento variado
que inclui: aulas particulares, aconselhamento profissional especial,
desenvolvimento de habilidades básicas, assistência para organizar e
desenvolver habilidades de estudo adequadas e/ou atendimento
psicopedagógico. Portanto, para melhoria no desempenho escolar de V.
algumas recomendações são elencadas:
Busca de aproximação física com a professora, colocando V. sentada
bem próxima a esta durante as aulas, a fim de que os vínculos afetivos com os
elementos da aprendizagem possam ser melhorados. Realização de dinâmicas
de grupo em sala de aula que visem maior aproximação de V. com os demais
alunos da sala. Realização de trabalhos em dupla ou grupos.
Incentivo a participação de V. as atividades esportivas da escola.
Apresenta excelente coordenação motora. Estabelecimento de um horário e
um local apropriado para estudo em casa.
As atividades escolares de casa devem ser realizadas diariamente e se
necessário com acompanhamento a fim de melhorar o rendimento escolar.
Participação de V. no reforço escolar. Oferecer a V. livros, revistas, gibis, de
assuntos que lhe interessam, para diminuir o tempo que fica assistindo
televisão. Fazer uma leitura compartilhada em casa e na escola. Envolver V.
nas atividades de práticas sociais que exijam habilidades acadêmicas como,
por exemplo: lista de compras, escreverem bilhete para mãe ou professora,
leitura de um papel de água ou luz, realizar pagamento de faturas, etc.
Criar atividades contextualizadas de escrita e leitura com a utilização de
textos variados para que a construção das hipóteses lingüísticas possa ser
elaborada com segurança. Uso de recursos didáticos atraentes que despertem
o desejo de aprender. Trabalhar sua independência e autonomia possibilitando
seu deslocamento para a escola.
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS.
Sentindo na pele o papel desempenhado pelo psicopedagogo clinico
pude perceber o quanto é valioso fazer o bem ao nosso próximo, intervir na
vida de criança com dificuldades de aprendizagem, estimulando as a superar
suas limitações e trazendo de volta sua auto-estima, sua alegria é uma das
recompensas que o dinheiro não paga. Portanto, é necessário que o
psicopedagogo tenha um olhar abrangente sobre as causas das dificuldades
de aprendizagem para que venha compreender mais profundamente como
ocorre este processo de aprender utilizando-se de uma abordagem mais ampla
na qual não se toma apenas um aspecto da pessoa, mas sua integralidade. A
esta idéia Piaget (1978 apud BALESTRA, 2007, p. 47) atesta o fato de que a
afetividade e a inteligência são indissociáveis e constituem os dois aspectos de
toda conduta humana Espero que como professora e psicopedagogo e pela
cobrança da inclusão deste profissional no sistema educacional publico de
nossa cidade. Sendo a alfabetização célula mãe que norteia toda trajetória do
aprendizado e do saber socialmente elaborado e acumulado pela humanidade,
é necessário que saia do discurso de programa vultoso e se transforme em
prioridade no contexto. Não cabe ao psicopedagogo julgamentos precoce e
equivocados e tão menos divisões de atitudes baseadas nos conceito de certo
errado, mas sim, um olhar dirigido a um sujeito, que é único, peculiar e tem sua
própria história e, portanto suas atitudes ou falta delas são reflexo dessa
constituição, mesmo inserido em um cenário social. É necessário, por fim,
considerar o sujeito como um corpo; esse que é dotado de conhecimento, de
afetos e emoções, de um organismo, de inteligência e de cultura.