Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
4 ANOS
MANUAL DO PROFESSOR
MANUAL DO
PROFESSOR
INFANTIL
4 ANOS
Direção-geral
Caio Lo Bianco
Gerência pedagógica
Joana London
Direção editorial
Rachel Nogueira
Gerência editorial
Elvira Cardoso
Gerência de criação
Erika Scheiner
Coordenação pedagógica
Renata Ishida
Supervisão editorial
Andressa Fontes
Supervisão de criação
Felipe Grisolia
Design
TUUT
Iconografia
Mariana Baptista e Tatiana Siqueira
Diagramação
Felipe Cabral, Paula Samico e Rafael Abreu
Revisão
Caíque Pereira, Karen Bandeira, Luciana Cafasso e Thayane Vieira
Autoria
Bianca Pinnola, Caio Lo Bianco e Joana London
Colaboradores
Amanda Vollger, Cristiane Forny, Isabella Sá, Lourdes Atié, Raul Spitz
e Renata Ishida
ISBN
978-65-5521-435-2
CARTA DE
APRESENTAÇÃO
AOS PROFESSORES
DE LIV
Prezado professor,
nosso corpo.
Todas as aulas foram criadas com certa estrutura, mas prezamos a sua
autonomia e a sua conexão com a turma para que elas também possam
ser alteradas e repensadas. Só lhe pedimos que nos informe o que foi
feito, pois a sua alteração pode se tornar uma grande contribuição para o
nosso material.
Nós sabemos que é possível que muitos alunos não conheçam o livro
anterior, mas isso não é um problema, pois as histórias dos livros não são
presas uma à outra.
Quando essa figurinha for enviada para casa na agenda dos alunos,
os pais vão entender o sinal de que já se pode fazer a atividade
referente àquela imagem, pois esse capítulo já terá sido contado em
sala de aula. Se achar necessário, junto com a figurinha, o professor
deverá mandar um recado para as famílias se atentarem a fazer a
atividade em casa.
Além das figurinhas, todas as crianças receberão dez cards, que terão,
na frente, uma ilustração do personagem e, atrás, uma apresentação de
quem ele é. Receberão, ainda, uma máscara do Lupe. É necessário que
o professor retenha também esses cards até a aula na qual serão usados (aula 4).
Após essa aula, os cards podem ser enviados para casa. Já a máscara, que serve para
que a criança tenha mais uma ferramenta de vínculo com o personagem, pode ser
enviada normalmente para casa.
Na última aula, é sugerida uma exposição desses álbuns na escola. Essa ideia tem
um papel fundamental no projeto, pois acreditamos que, para as competências
socioemocionais fazerem sentido, elas precisam ser trabalhadas de forma global;
logo, as famílias precisarão ser nossas aliadas nesse projeto. Além de a exposição
ser uma motivação para os responsáveis irem até a escola, é também um meio de
eles participarem mais ativamente do projeto, uma vez que as atividades do álbum
exigem a participação deles. E o professor também tem um papel fundamental em
incentivar os responsáveis a realmente participar desse projeto e acompanhá-lo
ao longo do ano. Além do dia da exposição, sugerimos um dia em que o álbum da
família volte para a escola, para que seja possível acompanhar o desenvolvimento
dele e trabalhar com as crianças o que estiver sendo feito em casa.
Para que o LIV esteja presente no contexto escolar em diferentes momentos, além das
aulas da disciplina, propomos algumas ideias visando à utilização do nosso material
em ocasiões e espaços variados. Sugerimos, por exemplo, que as crianças possam
dormir com o fantoche na hora do cochilo e que sejam acompanhadas por ele em seus
passeios ou saídas pedagógicas. Além disso, os professores de Música da escola podem
explorar o material do LIV em suas aulas. As músicas do projeto estão disponíveis
para toda a comunidade escolar e poderão ser aproveitadas de diferentes maneiras.
Contamos com a criatividade de todos para desfrutar os diversos ritmos brasileiros.
http://bit.ly/2nsVLCs
Esperamos que a nova disciplina seja estimulante tanto para os alunos quanto
para os professores e para as famílias. Temos a grande oportunidade de orientar
e ajudar essas crianças tão pequenas – e mesmo assim tão complexas – no seu
caminho para o autoconhecimento. O percurso é longo, sem dúvida. Mas, com
a ajuda dos professores, coordenadores, funcionários da escola e da família,
asseguramos que será um caminho muito rico.
Cards: Eles também devem ficar retidos até a aula em que serão utilizados.
Após o uso em sala de aula, devem ser enviados à casa do aluno.
Máscara: Ela deve ser enviada normalmente para casa, junto com o resto
do material da família. Assim, a criança poderá usá-la para brincar em
casa e dar continuidade ao vínculo criado na escola.
goo.gl/8rMUoB
AULA 33 AULA 34
História Dinâmicas
Despedida do Lupe Exposição com as famílias
p. 76 p. 78
ATIVIDADES
AULA 01
OI, LUPE!
1a ATIVIDADE
Apetite de conhecer
15 min
PREPARAÇÃO PARA A AULA Usar a imagem do Lupe que está anexada no final deste
material, na página 79 (a imagem deverá ser fotocopiada
Fotocopiar e recortar a imagem e recortada de maneira que os alunos consigam montá-la
do Lupe. novamente).
Material necessário: Depois que eles tiverem encontrado os papéis, deixar que
eles montem a imagem do Lupe e dizer-lhes que aquele
Não há. amigo está pela escola e quer muito conhecê-los. Quando
eles já estiverem curiosos para encontrá-lo, mostrar o
fantoche do Lupe. Deixar que eles explorem um pouco,
abracem e cheguem perto. Perguntar-lhes o que acham que
PARA CASA
o Lupe é, deixar que eles “chutem” antes de contar-lhes que
é um lobo. E, quando eles falarem “lobo”, tentar entender
Enviar figurinha para casa.
qual é a referência que eles têm de lobo.
Propor às famílias que
v
façam a atividade 01 e n ia
r fig
do álbum de figurinhas. 1
a
ur
inh
2a ATIVIDADE
Apresentação do Lupe
15 min
1a ATIVIDADE
Relembrando do Lupe
10 min
2a ATIVIDADE
PREPARAÇÃO PARA A AULA Leitura em roda
10 min
Ler o material antes dos alunos e
preparar-se para eventuais perguntas e Contar o capítulo 1, “A chegada”. Perceber se todos
atividades. compreenderam a história, principalmente o fato de
o Lupe ter ficado com medo de se despedir dos pais,
Material necessário: mas também o apoio que Naunau deu a ele.
Não há.
PARA CASA
v
Enviar figurinhas e n ia
r fig
para casa. 2
a
ur
inh
Propor às famílias
que façam as atividades v
e n ia
02 e 03 do álbum
r fig
3
de figurinhas.
a
ur
inh
3a ATIVIDADE
Vamos refletir
15 min
5a ATIVIDADE
Estimular a curiosidade
5 min
LIVRO:
LUPE E CASA AMARELA
Direção-geral: Caio Lo Bianco
Direção pedagógica: Joana London
Direção editorial: Rachel Nogueira
Gerência editorial: Elvira Cardoso
Gerência de criação: Erika Scheiner
Coordenação editorial: Isabela Sued
Supervisão de criação: Felipe Grisolia
Autoria: Mirna Brasil Portella
Ilustrações: Laurent Cardon
Diagramação: Adriene Oliveira
Alex Custódio
Carolina Gomes
Revisão: Bianca Guedes
Davi Bretas
Elane Vicente
Gisele Valente
Olá! Meu nome é Lupe. Como vocês podem Casa Amarela, uma casa-escola que fica no alto de
ver, sou um lobo. Isso mesmo, um lobo. É muito uma montanha. Somos dez ao todo: Mel, eu e oito
difícil ser um lobo. Difícil porque todo mundo amigos. Cabemos nos dedos das suas mãos.
acha que os lobos estão sempre querendo aprontar A Casa Amarela é uma escola de dormir.
alguma coisa. Desde que a menina Chapeuzinho e Aqui a gente estuda, brinca, come, dorme, acorda e
os Três Porquinhos encontraram um lobo danado aprende muitas coisas novas.
pelo caminho, todos os lobos ficaram encrencados. A Dona Ecila e o Seu Normando são os donos
Ora, essa! Vai me dizer que só os lobos podem da casa. Eles nos ensinam todas as coisas que
ser maus? Ovelhas, por exemplo, parecem tão precisamos aprender. A Dona Ecila cuida da gente
indefesas e fofinhas que ninguém nunca desconfia como se fosse mãe. E o Seu Normando tem um
delas. A minha melhor amiga é uma ovelha. E eu ônibus para nos levar para passear aos domingos.
posso dizer que ela não é nenhuma ovelhinha A Dona Ecila diz que cada um pode ter o seu jeito,
indefesa. Eu é que sei como ela gosta de mandar mas todos temos que fazer acordos. Ela fala que
em tudo. Quer sempre tudo do jeito dela. Às a vida fica melhor quando deixamos os amigos
vezes, a gente briga, porque eu também tenho o caberem nas nossas ideias e também quando
meu jeito e as minhas ideias. Nós estudamos na cabemos nas ideias deles.
5
CAPÍTULO 1
A CHEGADA
(MEDO)
Havia ainda um resto de verão quando Lupe aprender coisas de lobinho grande e vai fazer novos
chegou à Casa Amarela levado por seus pais, o Seu amigos. E aqui não existem elefantes. Elefantes só
Lobo e a Dona Lobo. A Casa Amarela ficava muito existem na África.
longe da casa de Lupe, e ele já sentia saudade do pai, Lupe, que antes queria tanto crescer para fazer
da mãe, do seu quarto e dos seus brinquedos. Sorte coisas de lobinho grande, já estava mudando de
que pôde levar Naunau, seu lobinho de pelúcia. ideia. Naquela casa desconhecida ele se sentia tão
Assim, teria companhia na hora de dormir. miúdo que parecia mais um grão de lobo. Nessa
Quando tocaram a campainha da Casa hora, ele ouviu o sussurro de Naunau lá de dentro
Amarela, o coração de Lupe batia forte como um da mochila: “Lupe! Tenha calma! O medo faz nascer
tambor. Dona Ecila abriu a porta. Lupe olhou para a coragem.”
os pais e a despedida foi mais difícil do que deixar Dona Ecila levou Lupe até a sala onde estavam
sua cama e seu travesseiro quentinhos e macios. todos os outros filhotes. O coração de Lupe batia
Foi uma despedida com abraço demorado e doído. ainda mais forte do que um tambor e ele sentiu
Desses que colam e parecem não querer descolar Naunau dar uma cambalhota.
nunca mais. Um jacaré azul e verde deitado sob um raio
— Mamãe, por que eu tenho que ficar? Eu de sol que entrava pela fresta da janela, uma gata
quero voltar para a minha casa. Não conheço ouriçada embaixo da mesa, um porco-espinho
ninguém aqui. E se um elefante invadir o meu sentado sozinho no canto de um sofá, um guaxinim
quarto à noite e me esmagar com a sua pata atrás da cortina, um cachorro feliz pulando e
gigante? abanando o rabo, uma raposa ao lado de um coelho
— Lupe, querido, em nossa cidade não existe de orelhas bem compridas e um porco comendo
escola para filhotes. Aqui você vai aprender a ler, vai biscoitos.
7
Foi o que Lupe viu quando entrou na Sala Naquela noite, Lupe sonhou com uma manada
Maior para aguardar, junto com os outros, a chegada de elefantes. Eles pisavam forte e esmagavam
do último aluno. tudo. Um elefante pegou Naunau com sua tromba
Lupe sentou-se na outra ponta do sofá onde gigante e sumiu na manada. Lupe acordou gritando
estava o porco-espinho, que rapidamente se por Naunau, mas Naunau estava ao ladinho dele,
encolheu. O coração ainda era um tambor, e agora dormindo um sono bem pesado. Lupe teve medo de
era porque ele começava a sentir uma vontade voltar a dormir e os elefantes levarem Naunau para
enorme de brincar com alguém. De repente, Dona longe outra vez. Então, ele ficou com os olhos bem
Ecila entrou na Sala Maior com o último aluno, que abertos – queria que o dia chegasse logo. Do outro
acabara de chegar. Só que o último era, na verdade, lado da parede, ficava o quarto das meninas. Lupe
a última. Era, na verdade, a única. Era, na verdade, escutou três batidinhas e uma voz: “vê se não grita
a coisa mais fofa que Lupe havia visto na vida: de novo, que eu quero dormir.”
uma ovelha que mais parecia um floco de neve, um
pedaço de nuvem, uma bolinha de algodão.
9
CAPÍTULO 2
A CASA AMARELA
(AMOR)
Não demorou para que os dez filhotes Lupe achava muito divertido colocar a mão na
ficassem amigos. terra e remexê-la. Às vezes, alguma minhoca se
Cada um com o seu jeito ia aprendendo enroscava em seus dedos e isso era nojento! Seu
a caber na ideia do outro. Às vezes, as ideias Normando ensinava os segredos do plantio. Dizia
brigavam, às vezes, se encaixavam perfeitamente. que era preciso ter paciência para esperar as
O importante é que, aos poucos, eles iam sementes brotarem. E que o amor mora nas coisas
aprendendo que uma ideia pode ganhar num dia mais simples, como mexer na terra, mesmo que
e perder no outro. Dona Ecila dizia que quando ela tenha minhocas pegajosas. Lupe não entendia
as ideias brigam, abrem espaço para uma ideia muito essa história de terra mexida de amor, mas
nova. E, no meio de tantas ideias, Dona Ecila gostava de ouvir o que Seu Normando falava.
colocava amor em tudo o que fazia: no chocolate O dia da culinária era um dos preferidos de
quente da manhã, nas tortas, nas sopas do jantar, Lupe. Para os biscoitos, ele gostava de inventar
nas histórias que contava antes de os filhotes formatos variados: carrinho, nave espacial, bola.
dormirem, nos abraços que às vezes acalmavam Às vezes, fazia alguns em formato de osso só para
uma gata brava, um cachorro sentido, um lobo com ver Milu abanar felizmente seu rabinho. Mas
medo ou um jacaré com dor de dente. os biscoitos preferidos dele eram os de coração,
Da manhã até o almoço, a Casa Amarela era feitos especialmente para Mel. Lupe achava que
como toda escola: letras, números, livros, cadernos, os biscoitos demoravam muito para assar. Ele
cola, papéis, lápis de cor, desenhos, deveres. queria ver tudo pronto de uma vez. Nessas horas,
Depois do almoço, havia sempre uma atividade. parecia que sua barriga estava cheia de macacos
Tinha o dia da horta, quando aprendiam a saltitantes. Daí lembrava do Seu Normando e da
plantar, regar e colher cenouras, beterrabas, aipos, sua conversa sobre esperar as sementes brotarem.
rabanetes e muitos outros legumes coloridos.
11
Devia ser a mesma coisa com os biscoitos. No fim, tinha botas pretas e coçava o bigode sempre que
dava tudo certo. Biscoitos quentinhos de coração via um filhote. O guarda Tonico não gostava muito
para Mel. de bagunça. Ele tinha um apito pendurado no
Um dos momentos mais esperados do dia pescoço.
era o de brincar livre no jardim, quando os filhotes Todas as noites, depois do jantar, Dona Ecila
corriam soltos pelo quintal da casa, que era do lia uma história para os filhotes na Sala Maior, que
tamanho do mundo, cheio de árvores e flores. tinha uma estante cheia de livros de tudo quanto
Lupe e Mel criaram um esconderijo secreto para era tamanho e cor. Ela se sentava em sua poltrona
as brincadeiras de pique-esconde e gostavam de de veludo vermelho e os filhotes deitavam no
fazer tudo juntos. Quer dizer, quase tudo, porque chão para imaginar o que os livros contavam. Na
mesmo o melhor amigo às vezes enjoa. Mas a prateleira mais alta da estante, havia um grande
verdade é que eles eram grudadinhos. Ela, sempre Livro Dourado. Chamava mais atenção do que
agitada, alegrava a quietude dele. Ele, muito quieto, todos os outros. Que história poderia ter num livro
acalmava o agito dela. tão bonito? Dona Ecila nunca o escolhia, sempre o
Quando chovia, os filhotes podiam tomar deixava para amanhã e o amanhã nunca chegava.
banho de chuva e brincar nas poças de lama. E a Um livro por noite, todas as noites. Depois,
brincadeira mais maluca era a de rolar na lama até cama. Eram dois quartos com cinco caminhas
ficar crocante que nem casquinha de sorvete. enfileiradas em cada um.
Às vezes, Tonico, o guarda-florestal, aparecia Antes de fechar os olhos, Lupe dava três
para tomar um café com Seu Normando e Dona batidinhas na parede do seu quarto. Do outro lado
Ecila. Ele era magro, alto e muito sério. Tinha um da mesma parede, Mel respondia com outras três
bigode comprido, enrolado nas pontas, e usava batidinhas. Era o boa-noite secreto dos amigos
um chapéu. Estava sempre muito bem engomado, inseparáveis.
13
EDUCAÇÃO INFANTIL
4 ANOS
FANTOCHE LUPE
I