Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 3
2 COMUNICAÇÃO AUMENTATIVA/ALTERNATIVA ................................... 4
2.1 Histórico da comunicação alternativa (CA)........................................... 7
2.2 Recursos alternativos ........................................................................... 9
2.2.1 Sistema Makaton .......................................................................... 11
2.2.2 Sistema Bliss ................................................................................ 13
2.2.3 Sistema Pictogram Communication Symbols (PCS) .................... 14
3 TECNOLOGIAS VOLTADAS PARA COMUNICAÇÃO ........................... 16
3.1 Conhecendo o Software Boardmaker................................................. 17
3.2 Características do boardmaker .......................................................... 19
3.3 Prancha Genéricas e Específicas ...................................................... 20
4 CAA PARA LETRAMENTO DE PESSOAS COM AUTISMO .................. 22
4.1 Projeto SCALA ...................................... Erro! Indicador não definido.
5 CAA PARA PACIENTES INTERNADOS .... Erro! Indicador não definido.
5.1 Método Reconecta ............................................................................. 29
5.2 Contato com o paciente...................................................................... 30
5.3 Variáveis a serem consideradas ........................................................ 31
5.4 Forma de aplicação e pranchas ......................................................... 33
5.4.1 Prancha 1 – Sinais ....................................................................... 33
5.4.2 Prancha 2 – Data ......................................................................... 34
5.4.3 Prancha 3 – Ambiente externo ..................................................... 35
5.4.4 Prancha 4 – Notícias .................................................................... 36
5.4.5 Prancha 5 – Emoções .................................................................. 37
5.4.6 Prancha 6 – Formação de frases ................................................. 39
5.4.7 Prancha 7 – Necessidades........................................................... 40
5.4.8 Prancha 8 – Dor ........................................................................... 41
5.4.9 Prancha 9 – Jogo ......................................................................... 43
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................ 45
2
1 INTRODUÇÃO
Prezado aluno!
Bons estudos!
3
2 COMUNICAÇÃO AUMENTATIVA/ALTERNATIVA
Fonte: www.reab.me
4
Comunicação alternativa (CA) é uma das áreas mais importantes dentro do
que se conhece como Tecnologia Assistiva e aborda as ajudas técnicas para
comunicação, seja para complementar, suplementar, ou oferecer alternativas para
que o processo comunicativo aconteça. A Comunicação Alternativa como área de
conhecimento centra-se na comunicação como processo cognitivo e social e pretende
suplementar, complementar, aumentar ou dar alternativas para efetivar a
comunicação de pessoas com déficits nessa área (SARTORETTO; BERSCH, 2022).
O ideal é buscar compreender o que se adequa para cada pessoa, mas é muito
importante também estarmos sempre atentos aos métodos que sejam baseados em
pesquisas científicas, como é o caso do denominado Picture Exchange
Communication System (PECS). Trata-se de um sistema de comunicação que
ressalta a relação interpessoal, em que ocorre um ato comunicativo entre o indivíduo
com dificuldades de fala e um adulto, por meio de trocas de figuras. Dessa forma, o
PECS pode ser uma boa opção e há muitos estudos que mostram a eficiência do
método. Isso não quer dizer que ele é obrigatório para uma comunicação por figuras.
Esses elementos, ou componentes, são introduzidos pela Comunicação Alternativa,
destinada especificamente a ampliar as habilidades de comunicação para atender
indivíduos sem escrita funcional ou sem fala.
Uma maneira de auxiliar estas pessoas no processo de comunicação é a
Comunicação Alternativa e Ampliada (CAA), a Comunicação Alternativa e
Suplementar (CAS), a Comunicação Suplementar e Alternativa (CSA) ou somente a
Comunicação Alternativa (CA). O fato é que, levando em consideração suas
limitações, é necessário que de alguma maneira se torne possível ensinar a essa
criança a se comunicar. Impedida de se comunicar de alguma forma, a criança com
desenvolvimento atípico não pode ficar. É nesse momento que é necessário decidir
qual tipo de comunicação será utilizado para aumentar o repertório dessa criança em
relação à possibilidade dela se comunicar (SARTORETTO; BERSCH, 2022).
Na Comunicação Alternativa, nós podemos encontrar duas subdivisões:
comunicação apoiada e comunicação não apoiada. A comunicação apoiada
englobaria todas as formas de comunicação que possuem expressão linguística na
forma física e fora do corpo, como objetos reais, miniaturas de objetos, pranchas de
comunicação com fotografias, fotos e outros símbolos gráficos. A comunicação não
apoiada englobaria as expressões próprias da pessoa, tais como os sinais manuais,
5
expressões faciais, língua de sinais, movimentos corporais, gestos, piscar de olhos
para indicar “sim” ou “não”.
6
2.1 Histórico da comunicação alternativa (CA)
A história relata como a pessoa com deficiência era inabilitada para aceitação
social plena. Essa concepção segregacionista acompanhou as pessoas com algum
tipo de deficiência, muitas vezes lhes sendo negado o direito à vida. A respeito do
tratamento recebido pelas pessoas com deficiência, Grosko (2016) explica que muitas
das vezes, elas eram mortas, abandonadas ou temidas por abrigarem maus espíritos.
Foi por isso que, no final do século XVIII e início do século XIX, quando a sociedade
toma consciência da necessidade de prestar apoio a esse grupo, elas passaram a ser
institucionalizadas.
Essa institucionalização tinha caráter assistencialista e, de certa forma,
segregacionista, complementa o autor mencionado anteriormente que “A
Institucionalização de caráter assistencial e não educacional asilou todos aqueles que,
de alguma maneira, não se encaixavam nos padrões do convívio social” (GROSKO,
p 18, 2016).
Os estudos realizados por Grosko (2016) discutem a dificuldade de realizar
uma revisão histórica e detalhada da Comunicação Suplementar e/ou Alternativa
(CSA), pois envolve diversos países e profissionais, cujas disciplinas, incorrem em
bases teóricas e modelos conceituais distintos. Além dessa dificuldade, os estudiosos
7
deste tema deparam-se com a falta de registros formalizados das práticas iniciais. Foi
volta de 1940, que pais de crianças com paralisia cerebral fundaram a New York State
cerebral Palsy Association. A autora nos conta que:
8
Communication Symbols). Na década de 90, a Comunicação Alternativa começa a ser
questionada e implementada no campo cientifico, passando a compor a metodologia
utilizada por pesquisadores de programas de pós-graduação em educação especial.
Atualmente, existem inúmeros artigos, trabalhos, pesquisas e teses publicadas
que abordam a Comunicação Alternativa em diferentes contextos. A maioria
apresenta resultados positivos na sua aplicação, fornecendo caminhos e subsídios
para sua implementação, na perspectiva de uma inclusão responsável, numa visão
construtivista, transdisciplinar e multidisciplinar que valoriza a diversidade e busca
romper as barreiras existentes entre as dicotomias: ensino regular x ensino especial
na construção de estabelecimentos de sistemas educacionais com qualidade de
acordo com os preceitos constitucionais (GROSKO, 2016).
Para transmitir uma mensagem, a pessoa faz uso dos recursos que dispõe.
Esses recursos podem ser gestos, vocalização, choro, sinais manuais, apontar com
os olhos, mãos ou outra parte do corpo, atitude corporal, expressão facial não
dependem de dispositivos adicionais, são recursos do próprio corpo, utilizados na
CAA e estão sempre disponíveis. Outros recursos se associam aos recursos do
próprio corpo, na comunicação alternativa (CA), podem ser usados objetos (reais e
miniaturas), fotografias, desenhos coloridos ou em preto e branco, símbolos gráficos,
letras, palavras, frases, ou combinações desses recursos (SOUZA, 2000).
Podem ser colocados em dispositivos os recursos adicionais à comunicação,
como prancha de comunicação e, sendo assim, determinado vocabulário é
disponibilizado para que o indivíduo possa se expressar. Então, o indivíduo olha ou
aponta para um símbolo que significa a mensagem que ele “quer falar”. Estão
disponíveis uma grande variedade de opções para a organização e disposição dos
símbolos, fotos ou figuras. Podem ser usados um suporte resistente, como álbuns,
fichários, blocos de madeira, pedaços de madeira ou outro tipo de material rígido para
a fixação dos recursos adicionais e confecção das pranchas de comunicação. Outra
possibilidade é colocar os símbolos sobre mesa acoplada à cadeira de rodas (SOUZA,
2000).
9
Segundo Souza (2000), para aumentar a durabilidade, os símbolos são
protegidos por capa plástica, contact ou placa de acrílico. As pranchas de
comunicação têm a vantagem de serem relativamente de fácil transporte, dependendo
das condições de locomoção do usuário e do tamanho da prancha. Apresentam,
porém, a desvantagem de limitar o número de símbolos, em função do tamanho dos
próprios símbolos e da prancha ou dispositivo semelhante.
O uso de um avental que o interlocutor (professor, terapeuta, pais) pode ser um
exemplo de outro tipo de suporte para colocação de símbolos. Isso possibilita à
criança olhar ou mesmo tocar no símbolo desejado durante determinada atividade.
Em casos em que crianças que apresentam comprometimento motor mais grave, o
acesso aos símbolos pode ser possibilitado ou facilitado quando estes estão dispostos
em equipamentos eletrônicos, como comunicadores e computadores. O computador
é uma importante via de acesso aos símbolos, com ou sem uso de adaptações, como
protetor de teclado keyboard, teclado expandido, mouse adaptado e acoplado a
acionadores. (SOUZA, 2000).
De acordo com os estudos de Almeida (2015), os meios de comunicação
alternativa e aumentativa são recursos especiais que podem proporcionar
possibilidades de comunicação e interação, através de dispositivos de mensagem
simples e múltiplas, com digitalização de voz, sistemas gráficos, tabelas de
comunicação, comunicadores de diversos tipos e até computadores com softwares,
que permitem a construção de quadros de comunicação e digitalização de voz.
A partir desses estudos, observa-se, então, a existência de dois tipos de
sistemas de Comunicação Alternativa e Aumentativa, como apresentado no Quadro
1.
Quadro 1- Tipos de sistemas de Comunicação Alternativa e Aumentativa
SISTEMA DE CAA DESCRIÇÃO
A CAA ocorre sem auxílios externos e, neste caso, valorizasse
a expressão do sujeito, a partir de outros canais de
comunicação diferentes da fala, utilizados e identificados
socialmente, para manifestar desejos, necessidades, opiniões
e posicionamentos. Não requerem, portanto, o uso de qualquer
Sem ajuda “Unaided”
objeto ou dispositivo físico. Os movimentos da cara, da cabeça,
das mãos, dos braços e de outras partes do corpo são os únicos
mecanismos físicos para a transmissão das mensagens.
Incluem-se, neste grupo, os gestos de uso comum e os
10
sistemas de sinais manuais. São exemplos de gestos de uso
comum a afirmação e a negação com movimentos da cabeça,
bem como todos os outros que usamos, que enfatizam a
comunicação oral.
Têm como objetivo de ampliar o repertório comunicativo, que
envolve habilidades de expressão e compreensão e podem ser
organizados e construídos auxílios externos. Portanto, implicam
algum tipo de assistência externa, instrumentos ou ajudas
técnicas para que ocorra a comunicação, como cartões de
comunicação, digitalizadores e sintetizadores de fala, papel e
Com ajuda “Aided”
lápis, livros ou quadros/tabelas de comunicação (com símbolos)
ou o próprio computador que, por meio de software específico,
pode tornar-se uma ferramenta poderosa de voz e
comunicação, particularmente projetados de acordo com
necessidades específicas do utilizador.
Fonte: Adaptado de Almeida (2015)
Fonte: https://bityli.com/LNRoFR
Fonte: https://bityli.com/YhjBxNQ
14
A imagem mostra mais um exemplo de prancha de comunicação, com símbolos
PCS coloridos. A prancha apresenta várias expressões sociais utilizadas para
cumprimentar, fazer perguntas e outras que representam sentimentos como: FELIZ,
TRISTE, COM FRIO, CALOR, DOENTE. Na parte inferior da prancha, estão os
símbolos representativos de tempo verbal: PASSADO, PRESENTE e FUTURO.
Associando estes últimos símbolos aos demais, o aluno pode expressar que o
conteúdo da sua comunicação está acontecendo, aconteceu e irá acontecer
(SARTORETTO; BERSCH, 2010).
Uma questão importante a ser considerada na escolha do sistema simbólico
para o recurso de comunicação é a opinião do próprio usuário, que pode manifestar
desinteresse por imagens mais infantis ou de difícil reconhecimento. Outras
alternativas de acesso a banco de imagens podem servir para a criação dos recursos
de CAA personalizados como, por exemplo: fotografias digitais, escaneamento e
digitalização de imagens, biblioteca de figuras ou fotos capturadas em clipartes ou
internet. (Figura 5).
As pranchas podem ser feitas sem símbolos, quando esta for a opção do
usuário; nesse caso, utilizam-se letras e palavras escritas (SARTORETTO; BERSCH,
2010).
15
3 TECNOLOGIAS VOLTADAS PARA COMUNICAÇÃO
Fonte: https://bityli.com/dGoGIw
16
forma para comunicação, não queremos substituir a fala, mas contribuir para que a
comunicação ocorra (MANZINI, 2006).
A Comunicação tem um impacto na independência, iniciativa, produtividade,
autoestima, integração e aprendizado. Os objetivos para usar a CA são complicações
médicas ou de saúde temporárias, atraso no desenvolvimento da linguagem ou
deficiência neuromotora ou condições associadas com o desenvolvimento da fala. Os
casos que se aplicam o uso da CA referem-se à indivíduos que não possuem fala e/ou
escrita funcional em consequência de paralisia cerebral, deficiência mental, TEA,
traumatismo crânio-encefálico, distrofia muscular progressiva, lesão medular,
deficiência estrutural (MANZINI, 2006).
Assim, a introdução da CAA, deve ser realizada o mais cedo possível, assim
que um gap (dificuldade) entre a linguagem receptiva e expressiva começa a se
apresentar, também quando a fala e/ou escrita começa a se distanciar, em relação a
fala/ escrita dos colegas ou quando a deficiência motora impede o aprendizado. Para
realizar uma introdução adequada, é necessário estabelecer uma avaliação do quadro
do aluno, que consiste em identificar as necessidades do indivíduo de se comunicar,
obter informação geral, entrevistar a família, envolver toda a equipe, observar o
indivíduo, avaliar a linguagem, combinar as habilidades com as características do
sistema, implementar o sistema e avaliar os resultados (MANZINI, 2006).
Para que a avaliação ocorra o professor pode utilizar recursos como,
entrevistas, avaliações padronizadas, questionário sobre a rotina em casa e/ ou na
escola. A avaliação deve ser focada naquilo que o indivíduo tem possibilidade de
realizar, trabalhando potencialidades. A CA oferece alguns recursos de alta
tecnologia, pois utilizam recursos tecnológicos e este é o caso de softwares como o
boardmaker (MANZINI, 2006).
17
imagens e ferramentas que permitem a construção de recursos de comunicação
personalizados. No Brasil, o software Boardmaker é comercializado pela Clik
Tecnologia Assistiva, através do site www.clik.com.br (SARTORETTO; BERSCH,
2022).
O Boardmaker pode ainda ser associado a outro programa chamado de
Speaking Dynamically Pro que significa “falar dinamicamente”. Estes dois softwares
em conjunto se tornam uma importante ferramenta para construção pranchas de
comunicação onde, a partir da seleção de um símbolo, acontece a emissão de voz
pré-gravada ou sintetizada representativa da mensagem escolhida. Para comunicar-
se com voz o usuário utilizará seu computador ou um vocalizador portátil
(SARTORETTO; BERSCH, 2022).
O Speaking Dynamically Pro, possui uma série de ferramentas de programação
fáceis de usar e que permitem a criação personalizada de atividades educacionais,
recreativas e de comunicação. Dessa forma, o boardmaker é utilizado por pessoas
com as mais diferentes características cognitivas, sensoriais e motoras. Apresenta
ferramentas para construção de pranchas de comunicação personalizadas e
interligadas. O recurso de escrita com símbolos e os símbolos que associam imagem
e escrita.
Fonte: https://www.assistiva.com.br/BM_SDP_L01.pdf
18
O objetivo da CAA, é definir o melhor recurso para que se estabeleça a
comunicação do aluno com deficiência a sua relação com o professor, colegas e
familiares, porém o professor em equipe é o profissional capacitado para o processo
servirão consideravelmente para os processos de alfabetização de alunos com
deficiência intelectual, surdez, dificuldades de comunicação oral e também para
crianças sem deficiência (SARTORETTO; BERSCH, 2022).
A comunicação ilimitada por meio de pranchas interligadas e teclados virtuais
favorecem alfabetização e produção escrita, e possibilita a construção de textos com
símbolos. Pedagogicamente outra importante característica deste software é a
acessibilidade. Um exemplo disso é que a seleção de teclas de mensagens ou de
teclas para escrita poderá acontecer por meio de varredura e acionadores.
Conhecendo os desafios educacionais que os alunos enfrentam no cotidiano escolar
e utilizando-se de muita criatividade, o professor especializado poderá criar os
recursos de comunicação e acessibilidade necessários aos seus alunos por meio das
várias ferramentas de seu Boardmaker (SARTORETTO; BERSCH, 2022).
19
3.3 Prancha Genéricas e Específicas
20
Figura 6 – Prancha Específica
21
utilizando desde ilustrações do próprio software, quanto imagens escolhidas pelo
professor e aluno em conjunto (SARTORETTO; BERSCH, 2022).
Para introdução de figuras selecione a ferramenta localizador de símbolos, no
retângulo branco digite a palavra correspondente ao símbolo desejado. Após a
escolha, clique sob o símbolo desejado, e sob a célula onde deseja inserir o símbolo.
Você pode usar uma imagem que não faz parte da biblioteca boardmaker, salva no
computador ou em algum dispositivo móvel utilizando o localizador de símbolos.
Abra o localizador de símbolos, selecione a opção arquivo e, em seguida clique
em importar imagem. A partir das funções básicas para utilização do software
boardmaker, o professor está preparado para aprimorar as funções buscando a maior
interação possível com o aluno incluído (SARTORETTO; BERSCH, 2022).
Fonte: https://bityli.com/IirZslK
22
▪ Competências linguísticas: para que o professor possa investigar a
capacidade de comunicação em diferentes contextos com diferentes
pessoas;
▪ Formas de expressão: para investigar como o aluno se expressa e se
compreende o que os outros expressam.
▪ Habilidades: 1. Físicas: Avaliar a acuidade auditiva e visual, habilidades
motoras (preensão manual, flexão e extensão dos membros superiores),
habilidades perceptivas, dentre outras; 2. Emocionais: Com quem o
sistema será utilizado o sistema? pais, professores, amigos; 3.
Cognitivas – local onde o sistema será utilizado, verificar nível de
escolaridade, compreensão, por parte dos alunos dos acontecimentos
cotidianos;
▪ Competências de autonomia pessoal – o que ele já desenvolve com
autonomia;
▪ Nível geral de conhecimento - que conhecimentos prévios estes alunos
apresentam sobre o que é questionado;
▪ Problemas de comportamento - que tipos de desajustes
comportamentais este aluno apresenta.
23
4.1 Design centrado em contextos de uso, ação mediadora e o sistema SCALA
25
Fonte: Bez (2014)
26
Fonte: Bez (2014)
27
Considerando o público-alvo, o Sistema SCALA empreendeu esforços para
adotar uma abordagem simplificada, destacando poucos elementos, visando à sua
acessibilidade e facilidade de uso. Seguindo a visão delineada por Passerino e Bez
(2015), o desenvolvimento do sistema se concentrou na busca por um elevado nível
de usabilidade, clareza e apelo visual. Importante ressaltar que todas as edições do
sistema SCALA estão acessíveis de maneira gratuita.
Ao introduzir um sistema de comunicação alternativa destinado a crianças com
Transtorno do Espectro Autista (TEA), tornou-se evidente que o Sistema SCALA
constitui um recurso que disponibiliza gratuitamente acesso a diversos usuários,
incluindo familiares e educadores de crianças com autismo. Direcionado a um público
específico, este sistema engloba a criação de ferramentas que fomentam o
desenvolvimento da comunicação, juntamente com materiais de natureza
pedagógica.
Através dessa plataforma SCALA, é possível elaborar narrativas e painéis de
comunicação, abrindo espaço para a expressão da imaginação, criatividade e a
interação de todos os envolvidos, contribuindo, desse modo, para a promoção da
inclusão. Adicionalmente, é perceptível que o Sistema SCALA transcende a utilização
exclusiva por crianças com TEA ou por aquelas enfrentando desafios comunicativos,
uma vez que viabiliza a criação de atividades pedagógicas englobando qualquer
estudante no estágio de alfabetização e letramento.
É importante destacar que os educadores têm a opção de integrar suas
próprias imagens à dinâmica da sala de aula ou propor atividades aos alunos que
ainda não dominam a leitura e escrita. Enfim, ficou evidente a relevância da
incorporação da Tecnologia Alternativa e da Comunicação Alternativa no ambiente
escolar, identificando-as como ferramentas cruciais para fomentar a interação e
participação de indivíduos com limitações na comunicação. Ao adquirir conhecimento
sobre recursos, estratégias e abordagens de Comunicação Alternativa na esfera
educacional, as barreiras que obstaculizam a comunicação são atenuadas. Isso
implica em enxergar esse indivíduo como alguém que possui vontades, necessidades
e desejos, capaz de se envolver ativamente na dinâmica escolar, o que, por sua vez,
resulta no aprimoramento dos processos cognitivos, emocionais e sociais.
28
4.2 Método Reconecta
De acordo com Vicenzo (2020) é muito importante que antes de iniciar o contato
com o paciente, o profissional leia seu prontuário para entender não só o quadro
clínico, mas também as informações pessoais. Essas informações podem facilitar o
contato, como, por exemplo, nacionalidade, idade e dados familiares.
Entendendo a dificuldade de comunicação do paciente, obterá maior sucesso
nesse diálogo. Deve buscar se comunicar de forma clara e atenciosa. Antes de aplicar,
é importante que o profissional tenha uma boa comunicação e se apresente ao
paciente conforme se demonstra a seguir:
30
1. Ex.: “Olá, Sr. Felipe, meu nome é Carlos. Sou o Psicólogo do Hospital
e vim conversar um pouco com o senhor. ” Após se apresentar,
informar que tem conhecimento sobre a dificuldade de comunicação
verbal do paciente.
2. Ex.: “Sei que no momento o sr. não pode falar, mas gostaria de
apresentar algumas alternativas para conseguir se comunicar
comigo. ” Apresentar o manual para o paciente, informando o objetivo
e a utilidade.
3. Ex.: “Como no momento o sr. está com dificuldade de falar, tenho
este material para facilitar sua comunicação não verbal, que poderá
ser feita por alguns sinais que irei lhe ensinar. Gostaria de reconectá-
lo também com o ambiente fora do hospital, realizando algumas
atividades e conhecendo um pouco mais sobre o senhor, se assim
me permitir. ”
4. Após esta apresentação, indagar se o paciente tem interesse e se
sente confortável para tentar utilizar o manual. Nesse
questionamento, recomenda-se buscar as instruções da Prancha 1
para conseguir se comunicar com o paciente. É necessário verificar
se o paciente tem utilizado algum sinal para se comunicar até o
momento, como, por exemplo: movimento ocular, contração
muscular, piscada do olho, aperto de mão ou sons. Essa informação
pode ser verificada com os familiares ou com a equipe responsável
pelo caso, se o paciente não conseguir informar. No caso de
pacientes que podem se comunicar com mais de um tipo de sinal,
verificar aquele que o deixa mais confortável.
31
Podemos tentar isso juntos? ” Ou então: “O senhor gostaria de tentar
conversar usando este material que acabei de apresentar? ” Buscar as
instruções da Prancha 1 para conseguir se comunicar com o paciente.
▪ Pacientes que não fazem uso de sinais com a equipe: Buscar as
instruções da Prancha 1 para conseguir se comunicar com o paciente.
Após conseguir encontrar o sinal mais confortável para o paciente,
perguntar: “O senhor gostaria de tentar conversar usando este material
que acabei de apresentar? ”Caso o paciente responda que não quer
utilizar o material e nem ao menos conversar com o profissional, é
importante respeitar essa decisão. Entretanto, é recomendável mostrar
as Pranchas 6, 7 e 8:
1. Ex.: “Entendi que não quer conversar no momento. ” “O senhor
pode estar se sentindo cansado, com algum incômodo ou querendo
ficar sozinho. Não tem problema. ” Apresentando a Prancha 6,
informar: “Se o sr. precisar, podemos formar frases para comunicar
alguma necessidade. ” Apresentando a Prancha 7, orientar: “O sr.
pode se comunicar por meio de imagens, solicitando ou informando
algo para mim. Por exemplo: se estiver precisando mudar de posição
ou se estiver sentindo algum desconforto. ” Apresentando a Prancha
8, informar: “Também pode me informar se estiver sentindo alguma
dor, bem como sua região e intensidade. ” “Se precisar, podemos
utilizar apenas essas opções hoje. ” (Nesse questionamento, buscar
as instruções da Prancha 1 para conseguir se comunicar com o
paciente).
2. Se o paciente recusar o atendimento, mesmo após a
apresentação e as orientações sobre as Pranchas 6, 7 e 8, sua
decisão deve ser respeitada de forma acolhedora e o profissional
pode tentar esse contato outros dias. No entanto, se responder
positivamente à comunicação, iniciar pelas pranchas indicadas
seguindo suas orientações.
3. É importante ter sensibilidade para perceber se o paciente está se
sentindo cansado com o diálogo. Não há a necessidade de utilizar
todas as pranchas em um único contato. (VICENZO, 2020, p. 8-9).
32
4.5 Forma de aplicação e pranchas
▪ Orientar e ensinar o paciente sobre o uso dos sinais não verbais. As atividades
propostas têm como padrão questões alternativas que propõem uma resposta
de sim ou não.
▪ Verificar se o paciente já utiliza algum sinal para se comunicar, por exemplo
movimento ocular, contração muscular, piscada de olho ou aperto de mão.
Essa informação pode ser confirmada com os familiares ou com a equipe
responsável pelo caso quando o paciente não consegue informar por si só.
(Figura 1).
Caso o paciente não aprendeu ou não foi estimulado para trabalhar com algum
tipo de sinal, é necessário que o profissional defina formas de comunicação que serão
33
utilizadas entre eles. Nesse momento, é necessário ter paciência e sensibilidade para
observar os possíveis sinais para se estabelecer esta comunicação. Por exemplo: “O
senhor consegue piscar o olho? ”, “O senhor consegue levantar o polegar? ” Ou “O
senhor consegue movimentar os olhos? Se sim, olhe para cima. ”
Para usar esta prancha orienta-se:
O objetivo desta prancha é orientar o paciente sobre a data atual e o local onde
se encontra. Levando em consideração que alguns pacientes internados podem não
ter acesso a meios de comunicação, janelas ou contato social, esta prancha objetiva
atualizá-los sobre sua localização e data.
Pacientes com esse nível de restrições e/ou alterações no quadro clínico, como
baixa oxigenação em decorrência de síndrome respiratória aguda grave (SARS),
podem perder noção de tempo e espaço. Ao fornecer essas informações, são
consideradas suas necessidades básicas de orientação.
Para utilizar esta prancha, orienta-se que:
34
1. Se informe ao paciente sua localização e data. Por exemplo: “Agora que
conversamos sobre os sinais e este manual, gostaria de iniciar nossa conversa
o atualizando com algumas informações ou verificando se o sr. já está
atualizado. ” ou “O sr. sabe o nome do hospital em que está internado?”.
2. Após perguntar, apontar para a imagem de sim e não (localizada no canto
superior direito da folha) e com paciência aguardar o sinal do paciente. Se o
paciente informar que não sabe, informar o nome do hospital e a cidade em que
está localizado.
3. Em seguida, perguntar sobre a data: “Agora que o atualizamos sobre sua
localização, o sr. sabe em que dia estamos? ” Após perguntar, apontar para a
imagem de sim e não e, com paciência, aguardar o sinal do paciente. Se o
paciente não souber a data, dizer, por exemplo: “Sem problemas, então vou
informá-lo. ” Informar a data atual para o paciente.
4. Finalizar escrevendo com caneta marcadora de quadro branco (no material
plastificado) a data atual nos espaços da Prancha 2, indicando dia, mês e
ano.(Figura 2).
36
O objetivo desta prancha é atualizar o paciente sobre notícias contemporâneas,
reconectando-o e permitindo a extensão do diálogo. Uma das inevitáveis
consequências durante o processo de isolamento é a desorientação do paciente em
matérias da atualidade. O acesso à informação é um direito inalienável do cidadão,
sendo um dever de quem cuida e, por tais motivos, deve ser respeitado. Mantém-se,
assim, o princípio da humanização na assistência. (Figura 4).
37
O objetivo desta prancha é dar oportunidade para o paciente reconhecer e informar
suas emoções.
38
4.5.6 Prancha 6 – Formação de frases
Objetivo: fornecer instruções sobre como o paciente formará as frases com o auxílio
do profissional.
Figura 6 – Modelo da prancha 6
39
▪ Ao obter cada letra referente à palavra a ser formada, o profissional deve
escrevê-la na parte inferior da prancha a fim de formar a frase pretendida
pelo paciente. Perguntar se o paciente entendeu as instruções e dar
exemplos com palavras pequenas para auxiliar na compreensão.
▪ Dialogar com o paciente: “Por favor, pisque no momento em que eu
apontar uma das fileiras onde se encontra a letra que formará sua
palavra.” Caso tenha sido este o sinal previamente combinado. “Agora
vou apontar e ditar a primeira coluna e gostaria que o senhor
demonstrasse o sinal combinado quando for a linha que se encontra a
letra que gostaria de me informar.” “Em seguida, vou ditar as letras dessa
linha e o senhor pode dar o sinal quando falar a letra que gostaria de me
informar. E vamos seguir deste modo até que formemos nossa frase.”
40
Fonte: Vicenzo (2020)
41
somada a particularidades do tratamento, como por exemplo o processo de intubação
orotraqueal, confere ao paciente o desenvolvimento de graves desconfortos,
conhecidos como desconfortos ergonômicos.
Esses desconfortos podem agravar o estado emocional e juntamente ao
desconhecimento podem exacerbar essas percepções. Não raro, a terapêutica
recomenda a sedação de muitos pacientes com o intuito de evitar que a ansiedade
agrave a sua estabilidade emocional e cardiorrespiratória. Observer o modelo da
prancha na Figura 8.
42
▪ Ao obter a resposta do paciente, informar a necessidade dele à equipe
responsável pelo caso. Esse diálogo com a equipe é importante para
não prejudicar o quadro clínico do paciente.
▪ Dialogar com o paciente: “Por favor, pisque no momento em que eu
apontar uma das imagens em que se encontra sua dor.” Caso tenha sido
este o sinal previamente combinado. Repetir o mesmo diálogo para
captar a percepção da intensidade da dor pelo paciente.
43
▪ Mostrar a Prancha 9 ao paciente e informar que, se ele desejar jogar, o
profissional e o paciente podem desenvolver essa atividade juntos. Perguntar
se já jogou o Jogo da Velha e se o paciente responder negativamente, é
necessário ensiná-lo.
▪ Explicar as regras do jogo: O tabuleiro é uma matriz de três linhas e três
colunas. Dois jogadores escolhem uma marcação cada um, geralmente um
círculo (O) e um xis (X). Os jogadores jogam alternadamente, uma marcação
por vez, numa lacuna que esteja vazia.
▪ O objetivo é conseguir três círculos ou três xis em linha, quer horizontal,
vertical ou diagonal e, ao mesmo tempo, quando possível, impedir o adversário
de ganhar na próxima jogada. Quando um jogador conquista o objetivo,
costuma-se riscar os três símbolos. Se os dois jogadores jogarem sempre da
melhor forma, o jogo terminará sempre em empate.
▪ A lógica do jogo é muito simples, de modo que não é difícil deduzir ou decorar
todas as possibilidades para efetuar a melhor jogada – apesar de o número
total de possibilidades ser muito grande, a maioria delas é simétrica, além de
que as regras são simples.
▪ Por esse motivo, é muito comum que o jogo empate (ou “dê velha”). Ganhar:
se você tem duas peças numa linha, insira a terceira. Bloquear: se o oponente
tiver duas peças em linha, insira a terceira para bloqueá-lo. Triângulo: crie uma
oportunidade em que você poderá ganhar de duas maneiras. Bloquear o
triângulo do oponente. Centro: jogue no centro. Canto vazio: jogue num canto
vazio.
44
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
45
BEZ, M. R. Comunicação aumentativa e alternativa para sujeitos com
transtornos globais do desenvolvimento na promoção da expressão e
intencionalidade por meio de ações mediadoras. 2010. 161 f. Dissertação
(Mestrado em Educação) –Programa de Pós-Graduação em Educação, Faculdade de
Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2010.
46