JOÃO E MARIA

CHAPEUZINHO VERMELHO
O VOO DO PAJÉ
O DICIONÁRIO
O MORRO ENCANTADO
A PRINCESA E A ERVILHA
PATINHO FEIO
O REI E A FLAUTA
UMA PEDRA DE DIAMENTE
A BELA E A FERA

LIVRO DE LEITURAS DO PROFESSOR

ISBN: 978-65-5965-206-8

1°
ANO

parceria pela alfabetização

em regime de colaboração
 SECRETARIA DE
EDUCAÇÃO

veredas da
leitura e
da Escrita
Língua portuguesa

Caderno do aluno
1º ano - ENSINO FUNDAMENTAL

Caderno do Aluno

SECRETARIA DE
E DUCAÇÃO
1° ANO LIVRO DE LEITURAS

LIVRO DO PROFESSOR

1 a EDIÇÃO

parceria pela alfabetização

em regime de colaboração
ASSOCIAÇÃO BEM COMUM
Expediente
Diretor Executivo da ABC: José Clodoveu de
Arruda Coelho Neto
Diretora do Desenvolvimento Institucional – DDI:
Andréa Araújo Rocha Nibon
Diretora adjunta – DDI: Walquiria Maria Moreira
Santiago
Diretora do Programa Educar pra Valer – EPV:
Márcia Oliveira Cavalcante Campos
Diretor adjunto – EPV: Julio Cesar Cavalcante
Bezerra
Diretora da Parceria de Alfabetização em Regime
de Colaboração – PARC: Maria da Conceição Ávila
de Misquita Viñas
Diretoras adjuntas – PARC: Elys Vânny Fernanda
Rodrigues de Oliveira e Maria Vera Vasconcelos
Equipe Técnica – ABC
Colaboradoras de Conteúdo: Elys Vânny Fernanda
Rodrigues de Oliveira, Eunice Maria Holanda Siebra
e Stefânia Sales da Silva
Leitoras Críticas: Eunice Maria Holanda Siebra, Elys
Vânny Fernanda Rodrigues de Oliveira e Stefânia
Sales da Silva
Gestor de Projetos: Ícaro Corrêa Gondim Faria
Auxiliar de Gestão: Antonio Marlon Coutinho Barros
GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ
Governador do Estado: Helder Barbalho
Vice-governadora: Hana Ghassan
Secretário de Educação: Rossieli Soares da Silva
Secretário adjunto de ensino: Patrick Tranjan
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(BENITEZ Catalogação Ass. Editorial, MS, Brasil)
V597 Veredas da leitura e da escrita : material didático
complementar do Pará: 1º ano: ensino fundamental : livro
de leituras do professor / organizadores Associação Nova
Escola, Associação Bem Comum. – 1.ed. – São Paulo:
Associação Nova Escola, 2023. (Coleção veredas da leitura
e da escrita)
16 p.; 21 x 28 cm.
ISBN : 978-65-5965-206-8
1. Língua portuguesa (Ensino fundamental)
I. Associação Nova Escola. II. Associação Bem Comum. III. Série.
03-2023/74 CDD 372.6
Índice para catálogo sistemático:
1. Leitura e escrita : Ensino fundamental 372.6
Aline Graziele Benitez – Bibliotecária - CRB-1/3129
Secretário adjunto de gestão de pessoas:
Marcelo Thiago França Roque Ribeiro
Secretária adjunta de planejamento e gestão:
Delciene Loureiro Corrêa
Secretário adjunto de logística escolar:
Alexandre Buchacra
Arte da Capa: Felipe Moreira/Asscom-Seduc-PA
ASSOCIAÇÃO NOVA ESCOLA
Diretora-executiva: Ana Ligia Scachetti
Gerente pedagógica: Tatiana Martin
Equipe de conteúdo: Amanda Chalegre, Carla
Fernanda Nascimento, Dayse Oliveira, Eloá
Cristine Cabral de Oliveira, José Augusto de
Araújo Gonçalves, Karoline Cussolim e Pedro
Annunciato
Direção de arte: Débora Alberti e Leandro
Faustino
Equipe de Gestão de Programas e Projetos:
Danielle Brandão, Elaine Iorio e Pedro Alcantara
Especialista pedagógica: Heloisa Jordão
Edição de texto: Equipe Nova Escola
Preparação e revisão de texto: Equipe Nova
Escola
Diagramação: Plinio Ricca (Plin Produções
Editoriais)
Ilustrações de miolo do Livro do Estudante:
Angelica Spadari (p. 4 e 15), Carol Rempto (p. 9 e
25), Carol Sartori (p. 10 e 27), Jéssica Tôrres de
Oliveira (p. 5, 11, 17 e 29), Juliana Eigner (p. 3 e
13), Larissa Santos (p. 8, 12, 23 e 31), Yasmin dos
Santos Dias (p. 6, 7, 19 e 21).
Licenciamento: Barra Editorial
Colaboração técnica: Thainara de Souza Lima
Este material foi realizado pela Associação Nova Escola e
Associação Bem Comum. Sua produção foi financiada pelos
parceiros Fundação Lemann e Instituto Natura.
Apesar dos melhores esforços, é inevitável que surjam erros. Assim,
são bem-vindas as comunicações sobre correções ou sugestões
que auxiliem o aprimoramento de edições futuras. Os comentários
podem ser encaminhados para novaescola@novaescola.org.br.
Este material foi elaborado para difusão ao público em formato
aberto, conforme licença Creative Commons CCO1.0.
LIVRO DE LEITURAS ORIENTAÇÕES

O Livro de Leituras é uma coletânea de Cada trio de fichas contém:

textos literários cujo objetivo é desenvolver o Ficha 1 Ficha 2
gosto dos(as) estudantes pela literatura, pro-
porcionando, assim, a construção de uma co-
munidade de leitores(as). Nesse processo, seu
papel como professor(a) é o de mediador(a)
para despertar, incentivar e ser modelo de lei-
tor(a) fluente para o(a) estudante na constru-
ção da apreciação literária. BRUXA
Para tanto, a leitura literária deve ser A imagem e a palavra A silhueta da imagem
correspondente
realizada em sua pluralidade, sem fórmu-
las e perguntas prontas que conduzam a
uma única interpretação. A criança deve
ter a oportunidade de realizar inferências, Ficha 3
conectando seu conhecimento prévio e
entendimento de mundo ao texto que está
sendo lido. Intervenha com questionamen-
tos cujas respostas não estejam explícitas BRUXA
no texto, oportunizando assim um amplo e
reflexivo diálogo com a turma. Você deve
ser, portanto, um(a) incentivador(a) para o A escrita da palavra
protagonismo dos(as) estudantes no mun-
do de descobertas que a leitura pode
proporcionar.
De professor(a) para professor(a): conver-
Fichas de leitura: associando a leitura lite- sando sobre alfabetização e letramento
rária às atividades de alfabetização
Compreendendo o processo de alfabetiza-
O Livro de Leituras, além de proporcionar ção como um conjunto de ações e representa-
momentos de apreciação da leitura e escuta ções das práticas de uso da língua em contextos
de histórias literárias, traz uma seção especí- variados de comunicação (multiletramentos),
fica para a realização de atividades lúdicas, vigora a ideia de que alguns recursos linguísti-
com foco no reconhecimento e na leitura de cos são estruturantes para o desenvolvimento
palavras. Com esse objetivo, são disponibili- das habilidades cognitivas durante a aquisição
zados anexos no Livro do Estudante, denomi- do sistema de escrita alfabética (SEA).
nados Fichas de leitura.
Alguns componentes essenciais represen-
As Fichas de leitura compõem um acervo tam significativas construções na aquisição
de 40 palavras extraídas dos 10 textos lite- e no aprimoramento das habilidades de ler,
rários presentes no suplemento. Cada pa- escrever e oralizar. Entre eles, destacam-se:
lavra é trabalhada em um conjunto de três ⊲ Princípio alfabético;
fichas manipuláveis, de modo a possibilitar
que os(as) estudantes associem palavras e ⊲ Consciência ou instrução fonêmica;
imagens correspondentes entre si. ⊲ Consciência fonológica;

—3—
 ⊲ Vocabulário;
⊲ Compreensão;
⊲ Fluência.
Esses componentes, embora apresen-
tem características e objetivos pedagógicos
específicos, atuam de maneira sistemática,
gradativa e simultânea, pois operaciona-
lizam o desenvolvimento das habilidades
trabalhadas, ou seja, dos atos de reflexão,
identificação e manipulação dos sons pre-
sentes em nossa língua.
No ciclo de alfabetização é comum um traba-
lho pedagógico a partir de atividades com foco
em precursores como consciência fonológica e
princípio alfabético. Porém, é necessário tam-
bém dar ênfase às habilidades relacionadas à
compreensão, à fluência e ao vocabulário.
Notadamente, é importante compreender a
alfabetização, enquanto ensino da apropria-
ção do código escrito, como uma parte ne-
cessária à inserção em uma cultura de letra-
mento: acesso a diferentes gêneros textuais,
compreensão do que se lê, desenvolvimento
da oralidade fazendo uso de vasto acervo vo-
cabular, articulação de saberes, atingimento
de níveis satisfatórios de proficiências em lei-
tura e produções escritas. Isto é, comunicar-se
de maneira ampla em contextos variados.
Portanto, é importante e necessário propor-
cionar às crianças diversas experiências que
possibilitem o desenvolvimento dessas habili-
dades precursoras da linguagem escrita.
Por meio dessas fichas, é possível traba-
lhar a ampliação vocabular, desenvolvendo
as habilidades de compreender, usar e orga-
nizar palavras e conceitos armazenados na
memória e, também, de acessar o conteúdo
de textos escritos, promovendo, dessa for-
ma, a fluência e compreensão leitora.
Tais fichas dialogam com a epistemologia
genética de Jean Piaget (1896-1980), em que
os estágios de desenvolvimento da criança de-
marcam sucessivas progressões entre o perío-
do sensório-motor até as operações abstratas.
Esses estágios apontam que as mudanças bio-
lógicas e cognitivas estão intimamente correla-
cionadas, visto que o desenvolvimento humano
é sequencial e forma estruturas mentais ao lon-
go da vida.
—4—
Jean Piaget discorre sobre as relações de
assimilação e acomodação entre os símbo-
los e os signos em dada etapa de desenvol-
vimento, especificamente na transição entre
o nível intuitivo e a constituição da estrutura
mental operatória:
A imagem de um objeto não é mais que um
símbolo do conjunto, um símbolo que usur-
pa a categoria de substituto ou de exemplo
representativo privilegiado no nível do pré-
-conceito ou da intuição, mas que, no nível
do pensamento operatório, fica reduzido à
categoria de simples símbolo, útil por vezes,
mas inadequado, e servindo de simples ad-
juvante ao signo verbal. (PIAGET, 1978, p.344)
Do ponto de vista da psicologia cognitiva
(LIMA, 2007), a alfabetização pode ser com-
preendida por meio das relações estabele-
cidas entre os significantes (palavras, dese-
nhos etc.) e os significados (objetos). Essas
relações explicam o progressivo distancia-
mento do objeto feito pela inteligência (re-
presentações do objeto, e não somente o
objeto em si) e os processos de mudanças
dos códigos (palavra verbal ou gráfica cha-
mada de signo).
Piaget (1978) categoriza quatro elementos
nas relações entre significantes e significados:
⊲ Índices: significantes estreitamente
ligados aos objetos.
⊲ S
 inais:estão ligados aos objetos
por uma relação de associação (por
exemplo: campainha tocou = alguém
chegou).
⊲ S
 ímbolos: representação mental dos
objetos.
⊲ Signos: palavras (arbitrárias e
convencionais da língua) inteiramente
independentes dos limites dos objetos.
Desse modo, a Ficha 1 traz a representação
do símbolo e do signo (imagem e palavra); a
Ficha 2, do índice (silhueta da imagem); e a
Ficha 3, por fim, apenas do signo (palavra).
As Fichas de leitura, portanto, exploram o
trabalho com significantes e significados, por
meio do jogo e da brincadeira como elemen-
tos primordiais para estabelecer essas rela-
ções de maneira natural e divertida.
SUGESTÕES DE MEDIAÇÃO DE LEITURA E DE PRODUÇÃO

Eu, leitor(a) de histórias/Professor(a) contador(a) de histórias 1

Prepare um cantinho especial para que os(as) estudantes realizem/escutem a leitura do
texto e convide-os(as) a se acomodarem. Para a leitura, utilize fantoches que representem as
personagens e faça vozes diferentes para cada uma delas. Caso os(as) estudantes realizem
a leitura autonomamente, disponibilize também fantoches para que eles(as) possam utilizar
como desejarem. Ao final da leitura, proponha uma roda de conversa a fim de que as crianças
compartilhem as compreensões que tiveram sobre o texto. explore os campos semânticos
trazidos pelos textos. É importante desenvolver uma mediação empática e observadora do
texto "O dicionário", de Heloísa Pires Lima, certificando-se de que seja compreendido e de que
não haja espaço para qualquer desrespeito ou bullying condicionados pelo racismo estrutural.
Atente-se também ao texto "Uma pedra de diamante", do Povo Atikum, que utiliza os termos
índios e índia, signos que atualmente são considerados pejorativos pelos povos originários
quando proferidos por não indígenas. Eles preferem ser chamados de indígenas ou pelo nome
de seu povo. Aproveite para discutir com os(as) estudantes a importância de aprender as
diversas culturas e respeitá-las. Explique que o texto foi escrito em 2006 e hoje o termo não
é mais utilizado, que a língua é viva e se modifica com o tempo. Para demonstrar as maneiras
de atualizar a linguagem, respeitando as culturas e como as pessoas e povos preferem ser
chamados, ofereça como exemplo a Funai, que teve seu nome atualizado em 2023 para
Fundação Nacional dos Povos Indígenas Durante a promoção das conversas e mediações
com a turma, procure utilizar a linguagem mais adequada.

Eu sou um(a) personagem 2

Pergunte aos(às) estudantes quais são as personagens da história. Dentre as que forem
citadas, questione se acham que existe uma personagem principal; em caso afirmativo,
peça que eles(as) indiquem qual seria essa personagem e por que poderia ser considerada
a principal. Por fim, convide-os(as) a dizer qual foi a personagem de que mais gostaram.
Incentive-os(as) a dizer também qual personagem gostariam de ser e por quê.

Eu, autor(a) de histórias 3

Converse com os(as) estudantes sobre o que é ser um(a) autor(a) de histórias e como ele(a)
pode ser identificado(a) em um texto. Pergunte-lhes:
• Se vocês fossem o(a) autor(a) da história lida/ouvida, o que escreveriam de forma diferente?
Por quê?

Eu, ilustrador(a) de histórias 4

Primeiramente, converse com os(as) estudantes sobre o que faz um(a) ilustrador(a). Em seguida,
pergunte aos(às) estudantes como ilustrariam a história que ouviram/leram e por quê. Disponibilize
material de papelaria necessário para que eles(as) realizem uma ilustração e organize um mural a
fim de disponibilizar as ilustrações para a apreciação da comunidade escolar.

Eu reconto a história 5
Peça às crianças que recontem a história de uma outra forma (dramatização,
jogral etc.). Se possível, disponibilize recursos como fantasias, objetos presentes
nas histórias ou decore o ambiente de leitura para garantir mais ludicidade.

—5—
 Eu leio/ouço e crio histórias 6
Prepare materiais diversos, como revistas (para recorte), encartes, cola, papéis
coloridos, lápis de cores, giz de cera, canetas hidrográficas etc. Após o momento da leitura,
disponibilize esses materiais para que os(as) estudantes os utilizem fazendo
uma releitura artística da história.

Nós, contadores de histórias 7

Explique às crianças que todos(as) levarão o Livro de Leituras para casa e realizarão uma
atividade muito divertida. Eles(as) deverão escolher um(a) amigo(a) ou familiar para realizarem
juntos(as) a leitura de um texto escolhido por ambos(as). Ao retornarem à escola, deverão
compartilhar com a turma como foi vivenciada essa experiência.

SUGESTÕES DE USO DAS FICHAS DE LEITURA

As Fichas de leitura devem ser utilizadas com
diferentes estratégias lúdicas, de maneira cumu-
lativa, seguindo a progressão da leitura dos
textos.
⊲ Divida a turma em grupos e vá mostrando
as Fichas de leitura (escolha entre
as fichas 1, 2 e/ou 3, de acordo com o
objetivo desejado). Proponha aos grupos
um desafio: quem ler primeiro fica com as
fichas. Ao final, ganhará o grupo que tiver
acumulado um maior número de fichas.
⊲ Distribua um certo número de Fichas de
leitura para cada estudante (escolha
entre as fichas 1, 2 e/ou 3, de acordo com
o objetivo desejado). Cite dicas sobre
a imagem/palavra da ficha para que
descubram qual é ela mostrando a ficha
correspondente.
⊲ Entregue para cada par de estudantes
uma Ficha de leitura correspondente
(escolha a ficha 1, 2 e/ou 3, de acordo com
o objetivo desejado). Determine um tempo
para que encontre seus pares.
Outras possibilidades de brincadeiras usan-
do as Fichas de leitura:
⊲ Jogo da memória.
⊲ Dominó.
⊲ Bingo.
⊲ Classificação das fichas.
⊲ Mímica para adivinhar qual é a ficha
correspondente à imitação realizada.
⊲ Ditado com as fichas (escolha entre
as fichas 1, 2 e/ou 3, de acordo com o
objetivo desejado).
⊲ Boliche com as fichas de leitura (pregar
as fichas em garrafas plásticas e acertá-
las com uma bolinha).
⊲ Demais jogos e brincadeiras que
possibilitem parear, trocar, comparar,
corresponder etc.

PARA SABER MAIS

⊲ LIMA, Adriana Flávia Santos de Oliveira. Pré-escola e alfabetização: uma proposta baseada
em Paulo Freire e Jean Piaget. 17. ed. Petrópolis: Vozes, 2007.
⊲ PIAGET, Jean. A formação do símbolo na criança: imitação, Jogo e Sonho, Imagem e
Representação. Tradução: Álvaro Cabral e Christiano Oiticica. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 1978.
⊲ RASINSKY, Timothy. (2006). Reading fluency instruction: moving beyond accuracy,
automaticity, and prosody. Issues and Trends in Literacy, 704-706.Doi: 10.1598/RT.59.7.10
⊲ RIBEIRO, Jonas. Colcha de leituras - ensaios para unir amores e alinhavar leitores. São
Paulo: Mundo Mirim, 2009.
⊲ SILVA, Antônio Miguel Borges da. Fluência de Leitura: construção, aplicação e avaliação
de sequências didáticas e materiais de intervenção pedagógica. Tese de doutoramento em
Estudos da Criança. Braga: Universidade do Minho, 2018.

—6—
 TEXTO 1 TEXTO 2

CHAPEUZINHO VERMELHO
JOÃO E MARIA (DOMÍNIO PÚBLICO)
(DOMÍNIO PÚBLICO) ERA UMA VEZ UMA MENINA QUE ADORAVA VESTIR O SEU
CASACO COM CAPUZ VERMELHO. UM DIA, SUA MÃE PEDIU
ERA UMA VEZ DOIS IRMÃOS: JOÃO E MARIA. [...] ANTES A ELA QUE FOSSE LEVAR UMA CESTA COM LANCHE PARA
DE SAÍREM, A MÃE SEMPRE TRAZIA UM PUNHADO DE A VOVÓ. A GAROTA JÁ TINHA IDADE SUFICIENTE PARA IR
SOZINHA, MAS DEVERIA TOMAR CUIDADO: NÃO SE DESVIAR
PEDRINHAS BRANCAS E DIZIA:
— LEVEM E ESPALHEM PELO CAMINHO. DEPOIS, DO CAMINHO NEM FALAR COM ESTRANHOS.
ACONTECE QUE, ENQUANTO CAMINHAVA, ELA
VOLTEM RECOLHENDO AS PEDRINHAS. ASSIM, NÃO
SE DISTRAIU COM A BELEZA DAS PLANTAS E ACABOU
HAVERÁ PERIGO DE VOCÊS SE PERDEREM. [...]
CONVERSANDO COM UM LOBO QUE PASSAVA POR ALI…
NAQUELA MANHÃ, PORÉM, A MÃE [...] ENTREGOU
O LOBO ESPERTO DESCOBRIU AONDE A MENINA IA E FOI
AOS FILHOS UM PUNHADO DE MIOLO DE PÃO. [...]
CORRENDO POR UM ATALHO À CASA DA AVÓ. CHEGANDO
QUANDO RESOLVERAM VOLTAR PARA CASA, [...]
LÁ, PRIMEIRO ELE DEVOROU A VOVOZINHA, JÁ QUE ESTAVA
AVISTARAM UM PÁSSARO CARREGANDO NO BICO
FAMINTO. DEPOIS, VESTIU-SE COMO A VELHA SENHORA,
UM MIOLINHO DE PÃO. NESTE MOMENTO, OS DOIS
DEITOU NA CAMA E FICOU ESPERANDO CHAPEUZINHO.
PERCEBERAM QUE ESTAVAM PERDIDOS…
ASSIM QUE CHEGOU COM A CESTA, ELA ESTRANHOU A
JOÃO E MARIA CAMINHARAM O DIA INTEIRO. E [...]
ORELHA, O NARIZ, OS OLHOS E A BOCA DA AVÓ, TÃO

—7—
AVISTARAM UMA CASINHA [...] TODA FEITA DE BOLOS, GRANDES!... MAS NEM DEU TEMPO DE INVESTIGAR POR QUE
BISCOITOS E PÃO DE LÓ. [...] COMERAM BASTANTE, A VELHINHA ESTAVA TÃO ESQUISITA, PORQUE LOGO O LOBO
ATÉ QUE OUVIRAM UMA VOZ ROUCA E ARREPIANTE [...]! A ENGOLIU, INTEIRINHA.
[...] A VELHA ERA UMA BRUXA, QUE ADORAVA DEVORAR POUCO TEMPO DEPOIS, UM CAÇADOR QUE PASSAVA
CRIANÇAS. ELA PRENDEU JOÃO NUMA GAIOLA E PÔS POR ALI ESTRANHOU OS RONCOS TÃO FORTES SAINDO DA
A MENINA PARA TRABALHAR. O PLANO DA BRUXA ERA CASA DA VOVÓ. ELE ENTROU, VIU O LOBO COM A BARRIGA
ENGORDAR JOÃO E COMÊ-LO PRIMEIRO. IMENSA E IMAGINOU O PIOR! ENTÃO ABRIU A BARRIGA
[...] DEPOIS DE UM MÊS, ELA DECIDIU QUE IA ASSAR DELE, TIROU A VOVÓ E A CHAPEUZINHO DE LÁ DE DENTRO
JOÃO [...]. E AINDA ENCHEU DE PEDRAS NO LUGAR. O LOBO ACABOU
QUANDO A BRUXA SE ABAIXOU, PARA VER SE O FORNO SE AFOGANDO NO LAGO COM SEU PRÓPRIO PESO, NO
JÁ ESTAVA PREPARADO, MARIA ENCHEU-SE DE CORAGEM E MOMENTO EM QUE FOI BEBER ÁGUA NO RIO.
EMPURROU- A COM TODAS AS FORÇAS. DEPOIS TRANCOU A FONTE: CANTON, KATIA. “CHAPEUZINHO VERMELHO”. A COZINHA ENCANTADA DOS
CONTOS DE FADAS. SÃO PAULO: COMPANHIA DAS LETRINHAS, 2017. P. 17.
PORTA DO FORNO E CORREU PARA LIBERTAR JOÃO. [...]
AO ENTARDECER, JOÃO E MARIA CHEGARAM CANSADOS,
MAS FELIZES, E VOARAM NO COLO DOS PAIS. O ENCONTRO
VIROU UMA FESTA, COM MUITOS BEIJOS E ABRAÇOS. [...]

FONTE: MONT’ALVERNEE, ROSANA. JOÃO E MARIA.

REPRODUÇÃO DO LIVRO DO ESTUDANTE

COLEÇÃO CONTA PRA MIM. DISTRITO FEDERAL: MEC/SEALF, 2020.

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 TEXTO 3 TEXTO 4

O VOO DO PAJÉ O DICIONÁRIO

(POVO PANKARÁ) (HELOISA PIRES LIMA)

HÁ MUITOS ANOS O PAJÉ PEDRO LIMEIRA FOI FAZER UM TRABALHO ENTREI NA BIBLIOTECA E ABRI O DICIONÁRIO DO AURÉLIO.
COM SUA FAMÍLIA NO TERREIRO DA SERRA DA CACARIA. INICIARAM PROCUREI A PALAVRA NEGRO E ENTRE SEUS SIGNIFICADOS ESTAVAM
O RITUAL E QUANDO MENOS ESPERARAM O PAJÉ ESTAVA VOANDO. ESTES: “SUJO, ENCARDIDO”, “TRISTE”, “MALDITO”. MAIS EMBAIXO
FICARAM TODOS DESESPERADOS GRITANDO: VINHA NEGRURA, PALAVRA QUE PODIA SER ASSOCIADA À IDEIA DE
– VOLTA! VOLTA! CRUELDADE, PERVERSIDADE, RUINDADE, FALTA, ERRO, CULPA.
E ELE NÃO VOLTAVA. QUANDO DE REPENTE POUSOU NA PEDRA SAÍ DA SALA ACHANDO QUE SER NEGRO NÃO ERA MUITO BOM NÃO.
DO VELHO ANJUCÁ. TODOS CORRERAM E CHEGARAM PRÓXIMOS DELE PASSEI PELA SECRETARIA E UMA MOÇA FALAVA EM TOM DE
GRITANDO: DESESPERO: “A COISA ESTÁ PRETA!”. PENSEI ENTÃO: “ASSIM EU NÃO
– DESCE! DESCE! VOU QUERER SER NEM NEGRA NEM PRETA”.
E ELE TORNOU A VOAR. SUA FAMÍLIA VOLTOU PARA O TERREIRO MAS AÍ EU ME EMPINEI TODA E FUI PERGUNTAR À PROFESSORA
CHORANDO E CHEGARAM E DEPARARAM COM O PAJÉ FAZENDO SUAS SE NÃO ESTAVA ERRADO O DICIONÁRIO E AS PESSOAS FALAREM
ORAÇÕES. QUE O ESCURO É RUIM. A PROFESSORA TAMBÉM ERA ESCURA E
ELE NÃO LEMBRAVA DISSE: “É PRECISO PRESTAR ATENÇÃO À SEMÂNTICA! ELA É UMA
DE NADA DO QUE TINHA PRÁTICA PARA JUSTIFICAR A SUPERIORIDADE DE UMA POPULAÇÃO
ACONTECIDO. SOBRE OUTRA, DESPREZANDO- A COTIDIANAMENTE EM PEQUENAS

—8—
FÓRMULAS DE ASSOCIAÇÕES NEGATIVAS”.
COM O TEMPO, ENTENDI DIREITINHO: O SENTIDO QUE NÓS
DAMOS ÀS PALAVRAS INDICA O MODO COMO VEMOS O MUNDO,
TRADUZ O QUE ACHAMOS DAS COISAS. SE ALGUÉM DIZ, POR
EXEMPLO, QUE FULANO “FEZ SERVIÇO DE PRETO”, ISSO QUER DIZER
QUE NO FUNDO A PESSOA ACHA QUE TODAS AS PESSOAS NEGRAS
SEMPRE FAZEM TRABALHOS MALFEITOS. E ISSO POR ACASO É
VERDADE? (NÃO, É RACISMO.)
COM O TEMPO, ENTENDI TAMBÉM QUE O DIA SÓ EXISTE SE
EXISTE A NOITE. E QUE OS DOIS SÃO IGUAIS. SOMBRA É BOM
QUANDO TEM MUITA LUZ E LUZ É BOM QUANDO ESTÁ MUITO
ESCURO. O PETRÓLEO É NEGRO E NÃO É SUJO, O CARVÃO É PRETO
E FAZ FUMAÇA BRANCA, E EU PENSEI EM TANTOS OPOSTOS QUE SE
EQUILIBRAM QUE… DEU UM BRANCO NA MINHA CABEÇA!

FONTE: LIMA, HELOISA PIRES. "O DICIONÁRIO". In: HISTÓRIAS DA PRETA.

SÃO PAULO: COMPANHIA DAS LETRINHAS, 2006. P. 55-56.
FONTE: "O VOO DO PAJÉ". IN: MEU POVO CONTA: PROFESSORES E PROFESSORAS
INDÍGENAS EM PERNAMBUCO. DISTRITO FEDERAL: MEC, 2006. P. 14.

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 TEXTO 5 TEXTO 6

O MORRO ENCANTADO A PRINCESA E A ERVILHA

(COMUNIDADE KALUNGA) (DOMÍNIO PÚBLICO)

A COMUNIDADE KALUNGA CONTA QUE ATRÁS DO MORRO DO ERA UMA VEZ UM PRÍNCIPE QUE VISITOU MUITOS REINOS A
MOLEQUE EXISTE UM MORRO ENCANTADO QUE NINGUÉM NUNCA PROCURA DE UMA PRINCESA PARA SE CASAR.
CONSEGUIU SUBIR. CONTUDO, SEMPRE SE DESANIMAVA, A PONTO DE DUVIDAR
MUITAS PESSOAS JÁ TENTARAM, MAS QUANDO ESTÃO NO MEIO DO SE SERIA POSSÍVEL ENCONTRAR SUA VERDADEIRA AMADA.
CAMINHO, COMEÇAM A ESCUTAR BARULHO DE GADO MUGINDO, GENTE APÓS MUITAS TENTATIVAS, ELE RETORNOU DESILUDIDO
FALANDO, CACHORRO LATINDO. FICAM TONTAS E NÃO CONSEGUEM PARA SEU PALÁCIO.
CONTINUAR. VOLTAM CORRENDO, COM MEDO, PORQUE NO MORRO NÃO EM UMA NOITE TEMPESTUOSA, OUVIA-SE, A DISTÂNCIA,
TEM NINGUÉM E NÃO SABEM DE ONDE VEM ESSA BARULHADA. ALGUÉM A CHAMAR ATRÁS DO PORTÃO.
DIZEM QUE ISSO É POR CAUSA DO OURO QUE EXISTE DENTRO ERA UMA DONZELA ENCHARCADA E DESPENTEADA. A ÁGUA
DA TERRA. A MÃE DO OURO PROTEGE O MORRO, AFASTANDO OS ESCORRIA PELO ROSTO E PELOS SAPATOS.
GARIMPEIROS AMBICIOSOS COM ESSES BARULHOS. ELA AFIRMOU SER UMA PRINCESA. DESCONFIADA, A RAINHA
OS KALUNGA AINDA NÃO DESCOBRIRAM COMO QUEBRAR ESSE DISSE AO FILHO:
ENCANTO. QUEM CONSEGUIR, VAI PODER EXPLORAR O OURO DO — LOGO DESCOBRIREMOS SE A JOVEM DIZ A VERDADE!
MORRO E VAI FICAR MUITO RICO. A MÃE DO PRÍNCIPE ORDENOU QUE, NO QUARTO DE
HÓSPEDES, DEIXASSEM UMA ERVILHA SOBRE A MADEIRA DA

—9—
CAMA E COLOCASSEM, POR CIMA, UM COLCHÃO REVESTIDO DE
NARRAÇÃO: COLETIVA
FORROS E DE LENÇÓIS BEM MACIOS.
COMUNIDADE: KALUNGA, GO. MANDOU TAMBÉM QUE EMPILHASSEM, AO TODO, SETE
ANO: JUNHO/2000.
PESQUISADORA: GLORIA MOURA COLCHÕES.
NA MANHÃ SEGUINTE, PERGUNTARAM À JOVEM SE HAVIA
DORMIDO BEM.
— OH! MUITO MAL! NÃO CONSEGUI FECHAR OS OLHOS
DURANTE TODA A NOITE
ALGO DEIXOU MEU CORPO DOLORIDO. TIVE A IMPRESSÃO
DE ESTAR DEITADA SOBRE UM OBJETO ESFÉRICO, RESISTENTE,
PEQUENINO. FOI HORRÍVEL!
COM ESSE TESTE, A FAMÍLIA REAL CERTIFICOU-SE DE QUE
A JOVEM ERA HONESTA. SOMENTE UMA LEGÍTIMA PRINCESA
SENTIRIA O INCÔMODO PROVOCADO POR UM GRÃO DE ERVILHA.
O PRÍNCIPE FINALMENTE SE CASOU COM A PRINCESA. E
FORAM FELIZES PARA SEMPRE.
FONTE: "O MORRO ENCANTADO". IN: ESTÓRIAS QUILOMBOLAS.
COLEÇÃO CAMINHO DAS PEDRAS. DISTRITO FEDERAL: MEC, 2010. P. 81. FONTE: FIGUEIREDO FILHO, RICARDO MOREIRA. A PRINCESA E A ERVILHA.
COLEÇÃO CONTA PRA MIM. DISTRITO FEDERAL: MEC/SEALF, 2020.

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PATINHO FEIO O REI E A FLAUTA

(DOMÍNIO PÚBLICO)
(DOMÍNIO PÚBLICO)

DONA PATA CHOCAVA SEUS OVOS, QUE IAM RACHANDO DE ERA UMA VEZ UM REI QUE NÃO TINHA UMA ORELHA. PARA
UM A UM. DE DENTRO DELES, SAÍAM LINDOS PATINHOS. QUANDO ESCONDER O QUE CONSIDERAVA UMA VERGONHA, ELE SEMPRE
FINALMENTE CHOCOU O ÚLTIMO OVO, QUE FOI BEM MAIS USAVA UMA PERUCA.
DEMORADO, VIU QUE O FILHOTE QUE SAIU DE LÁ NÃO ERA TÃO A ÚNICA PESSOA QUE SABIA DESSE SEGREDO ERA SEU VELHO
BONITO QUANTO OS OUTROS. MAS A MÃE AMAVA TODOS ELES BARBEIRO, HOMEM FIEL E DISCRETO, QUE ACABARA DE FALECER.
IGUALMENTE. AO CONTRATAR UM NOVO BARBEIRO, O REI AMEAÇOU-O:
ACONTECE QUE O TEMPO FOI PASSANDO E OS IRMÃOS — ESCUTE BEM! SE ALGUÉM SOUBER QUE EU NÃO TENHO UMA
DAQUELE PATINHO ZOMBAVAM DELE CADA VEZ MAIS, ATÉ QUE A ORELHA, MANDAREI CORTAR SUA CABEÇA!
PRÓPRIA MÃE ACHOU MELHOR QUE SEU ÚLTIMO FILHO PARTISSE, APAVORADO, O JOVEM CABELEIREIRO SEGUIU PLENAMENTE
PARA QUE NÃO FOSSE MAIS MALTRATADO. A ORDEM DO REI. COM O TEMPO, ENTRETANTO, FOI TOMADO POR
UMA VONTADE INCONTROLÁVEL DE REVELAR O TAL MISTÉRIO.
PARA EVITAR A EXECUÇÃO, VIAJOU A TERRAS LONGÍNQUAS,
CAVOU UMA VALA PROFUNDA E GRITOU:
— O REI NÃO TEM UMA ORELHA!
ALIVIADO, VOLTOU PARA A CORTE COM A CONVICÇÃO DE NÃO
E LÁ SE FOI O PATINHO FEIO CORRER O MUNDO. ELE TER DESOBEDECIDO À ORDEM DE SUA MAJESTADE.

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CONHECEU ALGUNS PATOS, QUE DEPOIS FORAM MORTOS ALGUNS MESES DEPOIS, NASCEU NAQUELE BURACO UM
POR CAÇADORES; FOI ENXOTADO DE UMA CASA ONDE BAMBUZAL. CERTA VEZ, UM CAMPONÊS RESOLVEU CORTAR UM
HAVIA UMA SENHORA, UMA GALINHA E UM GATO DEPOIS DAQUELES BAMBUS E CONFECCIONAR UMA FLAUTA.
QUE SE SUJOU TODO DE FARINHA; E PASSOU UM PARA SEU ESPANTO, O INSTRUMENTO, QUANDO TOCADO,
INVERNO MUITO DURO, QUASE CONGELANDO. PRODUZIA A SEGUINTE CANÇÃO: “O REI NÃO TEM UMA ORELHA!”
UM DIA, PORÉM, VIU UM GRUPO DE PATOS O LAVRADOR ACHOU AQUILO MUITO INTERESSANTE. COLHEU
NADANDO PERTO DELE E ACHOU - OS LINDOS. SÓ MAIS BAMBUS, CONFECCIONOU MUITAS FLAUTAS E FOI VENDÊ-LAS
QUE O QUE ELE NÃO SABIA É QUE ESSES BICHOS NA CIDADE.
NÃO ERAM PATOS, ERAM CISNES. ENTÃO OUVIU NÃO TARDOU PARA SE OUVIR, POR TODA A PARTE, A CANÇÃO.
A VOZ DE UMA CRIANÇA, QUE APONTAVA PARA A NOTÍCIA SE ESPALHOU A TAL PONTO QUE O PRÓPRIO REI
ELE : “OLHA, UM NOVO CISNE! QUE LINDO DECIDIU REVELAR O SEGREDO, ASSUMINDO COM NATURALIDADE
ESTE, TODO CINZA!”. E AQUELE ERA ELE : O O FATO DE NÃO TER UMA ORELHA.
PATINHO FEIO TINHA CRESCIDO E VIRADO, DIZEM QUE, DAQUELE DIA EM DIANTE, O MONARCA PASSOU A
DE FATO, UM LINDO CISNE! GOVERNAR COM MAIS SABEDORIA E JUSTIÇA.

FONTE: CANTON, KATIA. “O PATINHO FEIO”. A COZINHA FONTE: FIGUEIREDO FILHO, RICARDO MOREIRA. O REI E A FLAUTA.
ENCANTADA DOS CONTOS DE FADAS. SÃO PAULO: COLEÇÃO CONTA PRA MIM. DISTRITO FEDERAL: MEC/SEALF, 2020.
COMPANHIA DAS LETRINHAS, 2017. P. 73.

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UMA PEDRA DE DIAMANTE A BELA E A FERA

(POVO ATIKUM) (DOMÍNIO PÚBLICO)

A PEDRA DO GENTIO É UM LUGAR SAGRADO ONDE OS ÍNDIOS

ATIKUM ENTRAM EM CONTATO COM OS SEUS ANTEPASSADOS. NESTA QUANDO O PAI DE TRÊS GAROTAS FOI VIAJAR, PERGUNTOU ÀS FILHAS
PEDRA TEM UMA PASSAGEM SECRETA, SÓ QUEM CONSEGUE ENTRAR O QUE QUERIAM DE PRESENTE. AS DUAS MAIS VELHAS PEDIRAM ROUPAS,
SÃO AS PESSOAS DE MUITA FÉ. MAS A CAÇULA NÃO QUERIA DAR TRABALHO A ELE. COMO O PAI INSISTIU,
CERTA VEZ, DUAS ÍNDIAS FORAM PASSEAR NA PEDRA DO GENTIO. ELA ACABOU PEDINDO APENAS UMA ROSA. E LÁ FOI O HOMEM PARA SUA
AS ÍNDIAS ERAM LIANA E SUELI. AO CHEGAREM NA PEDRA, SUBIRAM. VIAGEM. JÁ NA VOLTA, ELE LEMBROU-SE DA ROSA E, QUANDO PASSOU, PELO
SUELI DECIDIU ENTRAR NA PEDRA SOZINHA E LIANA NÃO QUIS ENTRAR JARDIM DE UM BELO PALÁCIO, RESOLVEU RETIRAR UMA, A MAIS BELA, PARA
PORQUE TINHA MEDO. A FILHA. “QUEM OUSA ARRANCAR MINHA ROSA?”, GRITOU UMA VOZ MUITO
GROSSA. O HOMEM NÃO VIU NINGUÉM, MAS PEDIU DESCULPAS E EXPLICOU
QUE ERA PARA A FILHA. ENTÃO A VOZ DISSE QUE, COMO CASTIGO PELO QUE
TINHA FEITO, TERIA QUE TRAZER A GAROTA PARA MORAR NO SEU PALÁCIO.
O POBRE HOMEM TEVE QUE CONSENTIR.
AO CHEGAR EM CASA, CONTOU A HISTÓRIA PARA A FILHA, MAS ELA
NÃO TEVE MEDO E SE PROPÔS A IR AO PALÁCIO. QUANDO CHEGOU LÁ,
FOI BEM TRATADA, MAS SENTIU UM FRIO NA ESPINHA AO CONHECER

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O DONO DO PALÁCIO, POIS ELE ERA UMA FIGURA AMEDRONTADORA :
UMA VERDADEIRA FERA. PORÉM, COMO A FERA LHE TRATOU MUITO
EDUCADAMENTE, RESOLVEU FICAR. A CADA DIA, A FERA SE REVELAVA MAIS
GENTIL, E A MOÇA FOI CRIANDO CARINHO POR ELA, ATÉ QUE, UM DIA, O
HOMEM HORRÍVEL CONFESSOU SEU AMOR PELA GAROTA E PEDIU -LHE
EM CASAMENTO. ELA LEVOU UM SUSTO E PEDIU A FERA QUE A DEIXASSE
CONSULTAR O PAI E AS IRMÃS. ELE CONCORDOU, MAS AVISOU QUE SE ELA
NÃO VOLTASSE EM SETE DIAS, MORRERIA DE TRISTEZA.
QUANDO SUELI COMEÇOU A DESCER DENTRO DA PEDRA,
QUANDO CHEGOU EM SUA CASA, A MOÇA FICOU TÃO FELIZ QUE NEM
ENCONTROU UMA PEDRA DE DIAMANTE, AO PEGAR NA PEDRA E
SENTIU O TEMPO PASSAR. DEPOIS PERCEBEU QUE UMA SEMANA JÁ HAVIA
COLOCÁ-LA NA MÃO FICOU ENCANTADA. SEGUNDO A ÍNDIA, A PEDRA
SE PASSADO, FICOU DESESPERADA. VOLTOU CORRENDO AO PALÁCIO E
ERA MUITO LINDA!
ENCONTROU A FERA SEMIMORTA, DEITADA AO LADO DA ROSEIRA. ENTÃO
SUELI CHAMOU SUA COLEGA PARA MOSTRAR AQUELA PEDRA TÃO
DESCOBRIU QUE O AMAVA. A MOÇA O BEIJOU E O ABRAÇOU, E SEU AMOR FEZ
ENCANTADORA, QUANDO LIANA APROXIMOU-SE, O BRAÇO DE SUELI
COM QUE UM ANTIGO FEITIÇO FOSSE QUEBRADO, TRANSFORMANDO A FERA
ADORMECEU DE REPENTE E A PEDRA CAIU E DESAPARECEU.
NUM BELO HOMEM, COM QUEM A GAROTA SE CASOU UM TEMPO DEPOIS.
FONTE: CANTON, KATIA. “A BELA E A FERA”. A COZINHA ENCANTADA DOS CONTOS DE FADAS.
SÃO PAULO: COMPANHIA DAS LETRINHAS, 2017. P. 85.
FONTE: "UMA PEDRA DE DIAMANTE". IN: MEU POVO CONTA: PROFESSORES E
PROFESSORAS INDÍGENAS EM PERNAMBUCO. DISTRITO FEDERAL: MEC, 2006. P. 14.

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 FICHA DE LEITURA 1 FICHA DE LEITURA 2
TEXTO 1: JOÃO E MARIA TEXTO 2: CHAPEUZINHO VERMELHO
PÁGINA 3 PÁGINA 4

RECORTE RECORTE

BRUXA CASACO

BRUXA CASACO

GALINHA NARIZ

GALINHA NARIZ

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BAÚ RIO

BAÚ RIO

CABANA BOCA

CABANA BOCA

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 FICHA DE LEITURA 3 FICHA DE LEITURA 4
TEXTO 3: O VOO DO PAJÉ TEXTO 4: O DICIONÁRIO
PÁGINA 5 PÁGINA 6

RECORTE RECORTE

PEDRA DICIONÁRIO

PEDRA DICIONÁRIO

VELHO PROFESSORA

VELHO PROFESSORA

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PAJÉ CARVÃO

PAJÉ CARVÃO

SERRA SOMBRA

SERRA SOMBRA

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 FICHA DE LEITURA 5 FICHA DE LEITURA 6
TEXTO 5: O MORRO ENCANTADO TEXTO 6: A PRINCESA E A ERVILHA
PÁGINA 7 PÁGINA 8

RECORTE RECORTE

MORRO PRÍNCIPE

MORRO PRÍNCIPE

CAMINHO SAPATOS

CAMINHO SAPATOS

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CACHORRO PRINCESA

CACHORRO PRINCESA

OURO OLHOS

OURO OLHOS

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 FICHA DE LEITURA 7 FICHA DE LEITURA 8
TEXTO 7: PATINHO FEIO TEXTO 8: O REI E A FLAUTA
PÁGINA 9 PÁGINA 10

RECORTE RECORTE

OVO FLAUTA

OVO FLAUTA

CISNE HOMEM

CISNE HOMEM

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PATA BAMBU

PATA BAMBU

CAÇADOR ORELHA

CAÇADOR ORELHA

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 FICHA DE LEITURA 9 FICHA DE LEITURA 10
TEXTO 9: UMA PEDRA DE DIAMANTE TEXTO 10: A BELA E A FERA
PÁGINA 11 PÁGINA 12

RECORTE RECORTE

DIAMANTE ROSA

DIAMANTE ROSA

MÃO PRESENTE

MÃO PRESENTE

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BRAÇO PALÁCIO

BRAÇO PALÁCIO

MULHER CASA
MULHER CASA

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