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UNIVERSIDADE POSITIVO

GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA

TATIANA VIEIRA DELCOL

ESTÁGIO SUPERVISIONADO
GESTÃO ESCOLAR

ESTUDO DE CASO

CURITIBA
2020
1. ESTUDO DE CASO

A prática de uma coordenadora como fator determinante


no avanço de uma criança
Bruna é uma criança de 8 anos, está cursando quinto ano do Ensino
Fundamental em um colégio particular de Belo Horizonte onde estuda desde os três
anos de idade.
No ano de 2018, a professora de Língua Portuguesa pediu assistência à
coordenadora pedagógica, pois Bruna estava tendo dificuldades em prestar atenção
nas tarefas. Mesmo em atividades prazerosas, não se mantinha assentada quando
devia, tinha dificuldades para se relacionar com seus colegas, sua leitura era
segmentada e, em função disso, tinha dificuldade para concluí-la. Em algumas
avaliações, necessitou de um tempo maior para realizá-las. E, como se sabe, se
torna impossível o professor resolver isso sozinho, uma vez que seu tempo e sua
função na escola é a docência. Assim, o professor precisa contar com o pedagogo
para, juntos, compreenderem o caso do aluno e buscarem uma solução.
A coordenadora então, reservou alguns minutos nas reuniões individuais que
tinha com a professora para começar a investigar o caso. Primeiramente, anotou,
em seu caderno, todos os sintomas apresentados pela aluna e levantou, com o
auxílio da professora, hipóteses de que a menina poderia estar passando por um
momento difícil na família, as atividades elaboradas não lhe estariam chamando a
atenção ou a aluna teria transtorno de déficit de atenção.
Diante dessas possibilidades, pediu para que a professora descobrisse, no
dia-a-dia, o que chamava a atenção da aluna e relacionasse com as atividades dela
para ver se Bruna conseguiria ficar atenta ao fazê-la. Elaborou um bilhete
convocando a presença dos pais na escola para que pudesse descobrir se estava
acontecendo alguma coisa em casa que pudesse estar afetando o comportamento
da menina. Como os sintomas apresentados envolviam alguns aspectos que não
eram da área pedagógica, ela pediu que a psicóloga da escola a ajudasse, passou
todas as informações já obtidas e a criança foi acompanhada também por essa
profissional. Ao pedagogo cabe discernir a necessidade ou não de ajuda de
especialistas. Durante todo o processo, elas trabalharam juntas passando
informações sobre a criança. Os pais da criança descartaram a possibilidade de ela
estar passando ou presenciando uma fase difícil em casa. Depois de um mês, a
coordenadora perguntou à professora se a estratégia utilizada estava tendo
resultado e ela disse que a criança permanecia com os mesmos sintomas. Reuniu-
se com a psicóloga e pediu o diagnóstico da menina, sendo constatado o transtorno
de déficit de atenção/ hiperatividade.
A coordenadora chamou os pais, novamente, para uma reunião e esclareceu,
juntamente com a psicóloga, o resultado diagnosticado da aluna. Explicaram sobre o
transtorno para os pais, pediram a eles que procurassem um médico para a criança,
explicaram a importância de ela ter um acompanhamento psicopedagógico e
pediram aos pais que esses profissionais pudessem sempre informar a escola sobre
o acompanhamento da menina.
A coordenadora pesquisou vários materiais informativos e passou para a
professora, para que conhecesse melhor o que estava se passando com sua aluna e
pediu que ela se reunisse semanalmente com a psicóloga da escola para discutirem
maneiras adequadas de intervenção. Segundo Vermes (2002), felizmente, o
reconhecimento dos professores, neurologistas, psicólogos, etc. sobre o TDAH
como um problema de origem neurológica, mas permeado de intervenções efetivas,
tem trazido, recentemente, boas chances de superação dos problemas identificados
naqueles que apresentam esse problema. A criança, por orientação médica, passou
a utilizar remédio e foi acompanhada pela coordenadora da escola juntamente com
sua professora e a psicóloga e seus pais a encaminharam para atendimento
psicopedagógico. Esses profissionais permanecem acompanhando-a e, por relato
de ex-professoras, da atual e dos pais, Bruna demonstrou grande avanço em suas
relações interpessoais e na área pedagógica desde o momento em que começou a
ser tratada.

Referência:

Revista Eletrônica: “O Caso é o Seguinte...” / Coordenação Pedagógica:


Coletânea de Estudos de Casos / Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
– v. 1, n. 2 (ago./dez. 2008-). – MG/Belo Horizonte: ICH – PUC Minas, 2008.
1.1. ANÁLISE DO ESTUDO DE CASO

a) Que turma se encontra a aluna Bruna?


Bruna está cursando o quinto ano do ensino fundamental.

b) Quais as características percebidas, em Bruna, pela professora de Língua


Portuguesa?
Bruna estava tendo dificuldades em prestar atenção nas tarefas. Mesmo em
atividades prazerosas, não se mantinha assentada quando devia, tinha
dificuldades para se relacionar com seus colegas, sua leitura era segmentada e,
em função disso, tinha dificuldade para concluí-la. Em algumas avaliações,
necessitou de um tempo maior para realizá-las.

c) Como você percebe a atuação da professora de Bruna?


A professora de Bruna como não conseguiria resolver o problema sozinha,
buscou ajuda junto a pedagoga da escola para que juntas compreendessem
melhor o caso e buscassem a melhor solução para ajudar Bruna.

d) Hipoteticamente, por que, somente agora, no 5º ano do Ensino Fundamental, a


professora atual procurou a Pedagoga para pontuar as dificuldades de Bruna?
Por falta de informações por parte dos professores anteriores. Por falta de auxílio
dos pedagogos anteriores.

e) Quais os passos realizados pela Pedagoga para compreender melhor o que se


passava com Bruna?
 Anotou todos os sintomas apresentados pela aluna e levantou, com o auxílio da
professora, hipóteses de que a menina poderia estar passando por um momento
difícil na família ou a aluna teria transtorno de déficit de atenção.

 Pediu para que a professora descobrisse, no dia-a-dia, o que chamava a atenção


da aluna e relacionasse com as atividades dela para ver se Bruna conseguiria
ficar atenta ao fazê-la.
 Elaborou um bilhete convocando a presença dos pais na escola para que
pudesse descobrir se estava acontecendo alguma coisa em casa que pudesse
estar afetando o comportamento da menina.

 Como os sintomas apresentados envolviam alguns aspectos que não eram da


área pedagógica, ela pediu que a psicóloga da escola a ajudasse.

* Os pais da criança descartaram a possibilidade de ela estar passando ou


presenciando uma fase difícil em casa.

 Depois de um mês, a coordenadora perguntou à professora se a estratégia


utilizada estava tendo resultado e ela disse que a criança permanecia com os
mesmos sintomas.

 Reuniu-se com a psicóloga e pediu o diagnóstico da menina, sendo constatado o


transtorno de déficit de atenção/ hiperatividade.

 A coordenadora chamou os pais, novamente, para uma reunião e esclareceu,


juntamente com a psicóloga, o resultado diagnosticado da aluna.

 A coordenadora pesquisou materiais informativos e passou para a professora,


para que conhecesse melhor o que estava se passando com sua aluna e pediu
que ela se reunisse semanalmente com a psicóloga da escola para discutirem
maneiras adequadas de intervenção.

 Passou a acompanhar o desenvolvimento da criança, juntamente com o auxílio


da professora.

f) Qual o diagnóstico realizado para detectar as dificuldades da aluna Bruna?


Pesquise mais sobre ele, fundamentando.
No diagnóstico de Bruna, foi constatado o transtorno de déficit de atenção/
hiperatividade.
O que é o TDAH?
O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno
neurobiológico, de causas genéticas, ambientais e biológicos, que geralmente se
manifesta na infância e frequentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida.
Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. Ele é
chamado às vezes de DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção). Em inglês, também é
chamado de ADD, ADHD ou de AD/HD.
Mesmo que a origem do transtorno se manifeste desde a infância, os sintomas
podem ser melhor percebidos no momento em que a criança passa a frequentar a
escola, em que ela é colocada em um novo ambiente de interação e raciocínio, e é a
parir daí que as dificuldades e atitudes são mais evidentes.
Segundo a Associação Brasileira do Déficit de Atenção, o transtorno está presente
em até 8% da população infantil no país e no mundo todo. Em adultos esse número
é reduzido.
O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 5ª Ed. 2013 (DSM-5),
registra 2,5%, sendo mais comum em pessoas do sexo masculino.

Principais características de quem tem TDAH:


 Dificuldade em prestar atenção a detalhes e tarefas;
 Frequentemente parece não escutar quando se fala diretamente com ele (a);
 Constantemente não segue instruções ou falha na finalização de tarefas;
 Tem dificuldade para organizar tarefas ou atividades;
 Repetidamente perde coisas necessárias para a realização de tarefas;
 É facilmente distraído por estímulos externos;
 Levanta-se da cadeira na sala de aula ou em outros locais onde é esperado
que permanecesse sentado:
 Corre ou sobe excessivamente nas coisas;
 Tem dificuldades para brincar calmamente;
 Fala excessivamente, explode em respostas antes das questões serem
completadas;
 Tem dificuldades em esperar a sua vez e interrompe os outros.
Tipos de TDAH
Existem 3 tipos de TDAH, cada um com um padrão persistente de sintomas de
desatenção, hiperatividade e impulsividade ou uma combinação dessas duas
características. Entenda melhor sobre as características e sintomas de cada
um dos tipos:
TDAH tipo Desatento:
 A pessoa tem dificuldade para manter a concentração durante muito tempo em
um assunto específico e pode ser facilmente distraída por estímulos externos;
 Erram muito por falta de atenção no que estão fazendo;
 Evitam atividades que demandam um grande esforço mental;
 Frequentemente esquecem o que iam falar;
 Tem dificuldade em se organizar com a gestão de tempo e com objetos;
 Hábito de perder coisas importantes para o dia a dia;
 Não ouvem quando o chamam, podendo ser considerados desinteressados ou
egoístas.  
TDAH tipo Hiperativo/Impulsivo:
 São inquietos, não conseguem ficar parados. Têm mania de mexer mãos e pés
quando estão sentados e não conseguem ficar sentados em um lugar por muito
tempo;
 Têm tendência a vícios: jogos, álcool, drogas e outros;
 Não sabem lidar bem com frustrações;
 Costumam ter um temperamento explosivo;
 Frequentemente, mudam seus planos de uma hora para a outra;
 Fazem mais de uma atividade ao mesmo tempo, não gostam de tédio;
 São, muitas vezes, considerados imaturos;
 Muitas vezes têm dificuldade em se expressar: a fala não acompanha a
velocidade de seus pensamentos.
TDAH tipo Combinado:
Para identificar um caso de Transtorno de Déficit de Atenção do tipo
combinado, é necessário que a pessoa apresente uma combinação dos dois
tipos acima, com sintomas de desatenção e hiperatividade.

É importante ressaltar que, em todos os casos, é necessário perceber


claramente que esses sintomas estão interferindo o funcionamento social,
acadêmico ou profissional da pessoa, para realizar um diagnóstico correto.
Em geral, no diagnóstico do TDAH é possível ser registrado quando a criança
apresenta mais de seis desses sintomas, adolescentes ou adultos cinco, pelo
período de mais de seis meses.
Deve-se ter o maximo de cuidado nessa percepção para entender o que é e
não confundir com outros transtornos, como o bipolar, de personalidade e até
o autismo ou a dislexia.

Graus de TDAH
 Leve: poucos sintomas presentes e pequenos prejuízos sociais, profissionais
ou acadêmicos;
 Moderado: os sintomas e alguns prejuízos de graus leve e grave presentes;
 Grave: muita expressão dos sintomas com real prejuízo funcional, social,
acadêmico e profissional.

Causas do TDAH
Genética e Hereditariedade
Sabe-se hoje que as chances de ter o TDAH é bem maior em filhos e familiares
de pessoas com esse transtorno: a hereditariedade média do TDAH é estimada
em 76%.
Estudos descobriram que 60% das crianças com o Transtorno de Déficit de
Atenção com Hiperatividade tinham um dos pais com o transtorno e que a
probabilidade de uma criança ter o TDAH aumenta em até oito vezes se os
pais também tiverem o problema.
Além disso, o risco de apresentar o transtorno é cinco vezes maior entre
familiares de pessoas com TDAH do que em pessoas sem o transtorno
na família.
Alterações Cerebrais
Muitos estudos descobriram que o TDAH causa alterações no cérebro.
Existem, no cérebro das pessoas que sofrem desse transtorno, mudanças na
região frontal e nas conexões com o resto do cérebro.
A região frontal é responsável pela capacidade de prestar atenção,
organização, memória e autocontrole.
Fatores Ambientais
Estudos indicaram que o fato de a criança apresentar um peso baixo no
nascimento (menos de 1.500 g) gera um risco de 2 a 3 vezes maior para o
surgimento do TDAH, embora a maioria das crianças que nascem com baixo
peso, não desenvolva esse transtorno.
Outros fatores relacionados que podem causar o TDAH são: história de abuso
infantil, negligência familiar, exposição a neurotoxinas como o chumbo,
infecções e exposição ao álcool durante a gravidez.

TDAH tem cura?


O TDAH não tem cura, mas pode ter os seus sintomas reduzidos naturalmente
conforme o desenvolvimento humano no período da adolescência e idade
adulta.
De qualquer forma, cerca de 50% das pessoas com o transtorno, continuam
apresentando os sintomas durante toda a vida.  
O tratamento na infância e adolescência para o TDAH é multidisciplinar, ou
seja, demanda o suporte de profissionais de várias áreas, como psiquiatras,
psicólogos, pedagogos e fonoaudiólogos.
É essencial entender as necessidades de cada caso para um tratamento
adequado e eficaz.

Tratamento para o TDAH


Orientação psicológica
Diferentes tipos de terapia podem ajudar as pessoas com TDAH a viver de uma
forma melhor.
A opção mais adequada para o tratamento pode ser diferente em cada um.
Alguns tipos de terapia comuns e eficazes são: terapia comportamental, terapia
cognitiva, terapia cognitivo-comportamental, treinamento de habilidades
sociais, terapia psicoeducacional e terapia fonoaudiológica.
Esse suporte da terapia pode ajudar as crianças com TDAH a buscarem uma
mudança em seu comportamento, controlar impulsos e lidar com
acontecimentos emocionalmente difíceis.
Já em adolescentes e adultos com o transtorno, a terapia pode ajudar em
questões de baixa autoestima, organização pessoal, profissional e no controle
da impulsividade.

Uso de medicamentos
Geralmente, os medicamentos utilizados para tratar os sintomas do TDAH são
da classe dos estimulantes que, apesar do nome, causam um efeito calmante.
Esses medicamentos podem reduzir a hiperatividade e impulsividade, além de
melhorar a capacidade de concentração, trabalho e aprendizado da pessoa
que tem o transtorno.
Todo e qualquer medicamento só poderá ser manipulado e utilizado a partir da
prescrição médica. A automedicação no TDAH ou qualquer outro transtorno
psicológico pode afetar a redução dos sintomas, provocar efeitos colaterais e
prejudicar o tratamento.

Mudança de Hábitos
Mudanças simples em hábitos do cotidiano também podem ajudar no
tratamento do TDAH, agindo em conjunto com a terapia e medicamentos.
Hoje, sabe-se que mudanças na alimentação, como reduzir o consumo de
cafeína e açúcar, podem ajudar a controlar os sintomas do transtorno.
Além disso, estudos também têm mostrado que a prática de atividades físicas
intensas, como nadar e correr podem melhorar o funcionamento cognitivo e
comportamental.
Pessoas com TDAH que praticam regularmente exercícios físicos podem
reduzir os sintomas do transtorno e melhorar seu rendimento.

g) Como procede a família diante da situação?


Os pais prontamente seguiram as orientações passadas pela coordenadora
e procuraram um médico para Bruna e acompanhamento psicopedagógico,
e começaram a relatar aos profissionais que acompanhavam a criança
sobre seu comportamento e suas reações.

h) Você, como pedagoga, quais ações teria para auxiliar Bruna e os professores?
Discorra as ações se respaldando nos quatro Pilares da Unesco e no objetivo 4
da Agenda 2030 “Assegurar a educação inclusiva e equitativa e de qualidade, e
promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos ”.
Agiria como a pedagoga, ela agiu da melhor forma.
Tomou conhecimento das dificuldades da criança, solicitou que fossem
realizadas atividades adaptadas ao cotidiano da criança, se reuniu com os
responsáveis para que pudessem analisar possíveis causas das dificuldades
apresentadas pela criança, reuniu-se com especialistas para analisarem e
diagnosticarem o problema. Após o diagnostico conversou novamente com os
pais para orienta-los e pediu para que procurassem um médico e apoio
psicopedagógico para ajudarem o desenvolvimento intelectual da criança. E,
depois de todas essas ações ela ainda pesquisou vários materiais informativos e
passou para a professora, e juntamente com a professora passou a acompanhar
o seu desenvolvimento na escola.

A pedagoga se respaldou nos pilares da Unesco onde, perceberam que a criança


(Bruna) era diferente, mas isso não foi motivo para exclui-la. Procuraram uma
maneira de a criança se sentir parte da escola, de mostrar que ser diferente é
algo normal.
Ainda, se obteve do objetivo da Agenda da Unesco onde procuraram ajuda para
o problema de Bruna ampliando as suas oportunidades no caminho do
desenvolvimento.

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