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1. Introdução.

O presente trabalho, tem como tema sexologia forense, que é um ramo da medicina
legal que ocupa-se pelo estudo de comportamentos sexuais. A sexologia forense trata
da tautologia,  Imunologia e Obstetrícia forense, analisando a sexualidade em seu
tríplice aspecto quanto aos efeitos sociais: normalidade, patológico e criminológico;

Preocupa-nos a nós compreender as razões que levam as pessoas a cometerem crimes


sexuais, dai que o presente trabalho irá abordar de forma metódica alguns desvios
sexuais que levam as pessoas ao cometimento de crimes, punidos ao nível do nosso
ordenamento jurídico Moçambicano.
2. Objectivo do tema.

O principal objectivo do estudo da sexologia forense é compreender os fenómenos


ligados à sexualidade e as suas implicações no âmbito jurídico, as diversas razões que
contribuem para o cometimento de crimes sexuais e o que pode levar a nós na
qualidade de juristas a perceber que tipo de pessoa estamos lidando com ela .

3. Tema: de Sexologia Forense.


3.1. Justificação: Falar da sexologia forense, no ramo de direito, é buscar
sem dúvidas explicações científicas, para casos de crimes sexuais previsto
no nosso código penal, sendo que é importante perceber as razões por
detrás dos cometimentos destes crimes.

4. Definição de Sexologia Forense.


A sexologia forense, em poucas linhas, pode ser definida como o estudo dos
problemas médico-legais ligados ao comportamento sexual, que tem como objecto de
estudo todos os fenómenos ligados à sexualidade e suas implicações no âmbito
jurídico.

A sexologia forense pode ser dividida em três grandes capítulos.

Erotologia forense;
Obstetrícia Forense; (capitulo da sexologia que fala da gravidez e do abordo)
Himenologia forense;

5. Erotologia forense é tida como o ramo da sexologia que estuda os crimes


sexuais e desvios sexuais;

Os crimes sexuais apresentam varias formas de apresentação em nosso código penal,


sendo que os mais frequentes é o estupro previsto no art.218 do CP (código penal em
vigor).

Entende-se por estupro a conjugação carnal com violência ou grave ameaça em que a
intromissão parcial ou total do pénis em erecção na vagina com ou sem ruptura de
hímen, com ou sem orgasmo, resultando do amplexo heterossexual.

Perceba se que Erotologia é por si um campo vasto da sexologia forense, contudo


preocupa-nos a nós compreender que ela ocupa se pelo estudo dos desvios sexuais,
como por exemplo, questões relativas a agressões sexuais, as motivações por de trás
desta actuação do autor deste crimes.

Existe uma serie de causas por detrás dos desvios sexuais dentre elas podemos citar,
as perturbações psíquicas, as perturbações endócrinas, anomalias na evolução da
sexualidade e as causas sócias.

6. Desvios sexuais ou patologias

Entende se por desvios sexuais ou distúrbios sexuais fantasias ou comportamentos


recorrentes e intensos que surgem de forma inabitual, também chamados de
parafilias, de origem orgânica ou simplesmente por preferências sexuais.
Os exemplos mais comuns são:

Anafrodisia; Frigidez; Erotismo; Auto-erotismo; Anorgasmia; Erotomania; Frotteurismo;


Exibicionismo; Narcizismo; Gerontofilia ou Cronoinversão; Dolismo; Donjuanismo;
Travestismo; Pedofilia; Riparofilia; Necrofilia; Mixoscopia ou Voyerismo; Lubricidade
Senil; Fetichismo; Vampirismo; Bestialismo; Sadismo; Masoquismo; outros mais.

1. Anafrodisia seria a diminuição do instinto sexual do homem por doença nervosa ou


glandular – geralmente em indivíduos jovens de aparência sadia. Pré-impotência;

2. Frigidez acomete as mulheres, diminuito o apetite sexual por doenças glândulares


ou vaginismo;

3. Erotismo tendência abusiva para o sexo. No homem chama-se satiríase, pode


provocar delírios e alucinações, e na mulher ninfomania. A satiríase não pode ser
confundida com o priapismo; a ninfomania pode ser de duas formas: Crônica, menos
perigosa ou aguda, de prognóstico sombrio, podendo levar à loucura e até a morte;

4. Auto-erotismo prescinde de parceiro, apenas uma foto, um retrato ou


simplesmente a contemplação do parceiro basta;

5. Anorgasmia é a impossibilidade do homem de atingir o orgasmo, apesar de se


instrumentalizar para tanto; com o tempo nessa situação vai deixando de se interessar
pelo sexo;

6. Frotteurismo é um desvio que não é raro. Caracteriza-se pela mania que possuem
esses indivíduos de se aproveitarem das aglomerações para esfregar suas partes
genitais, principalmente em mulheres, ou mesmo de tocá-las sem que sejam
percebidos;

7. Exibicionista, é o indivíduo que gosta de expor suas partes genitais de forma


compulsiva, sem intenção de cópula, apenas pela estranha sensação de prazer que isso
lhe produz;

8. Narcisismo, o termo derivou de Narcisus, àquele que ao ver sua imagem reflectida
no lago, apaixonou-se de tal forma, que mergulhou para “buscá-lo”…, assim é a pessoa
que sem tal transtorno – tem verdadeira paixão por si próprio, pela sua imagem, pelo
seu corpo;
9. Gerontofilia ou Cronoinversão, é a atracção avassaladora de um jovem (uma
jovem), mais comum com os homens, por pessoas extremamente mais velhas – um
exemplo seria um jovem “apaixonar-se”, ou querer manter relações sexuais apenas
com pessoas do triplo da sua idade ou mais;

10. Dolismo é um tipo de feliche que tem alguns por bonecas, chegando a manter
relações sexuais com elas;
11. Donjuanismo em geral ocorre com o sexo masculino. A pessoa tenta impressionar
e conquistar o maior número de mulheres possíveis para se “afirmar” – muitas vezes
nem são o que parecem, podem ser inclusive, hipossexuais;

12. Travestismo é a “mania” que possuem alguns (as) pessoas de se vestirem com


roupas do sexo oposto, podem ser, inclusive heterossexuais, o fato é que tal
erotopatia lhes dá alguma satisfação sexual;

13. Pedofilia É o transtorno da personalidade que se caracteriza pela predileção sexual


por crianças, ou menores pré-púberes, vai desde os actos obscenos, atentado ao pudor
até estupros. Geralmente são portadores de distúrbios emocionais que dificultam de
ter relações normais;

14. Riparofilia É a estranha perversão sexual (na maioria das vezes acomete homens)
de relacionarem com mulheres desasseadas, sujas e de baixa condição social e
higiénica – muitas vezes preferindo que estejam menstruadas;

15. Necrofilia Não há aqui adjectivos para qualificar tão perversão. É simplesmente


medonha, só se iguala no asco quando se comparada a Pedofilia, mas esta se dá com
pessoas vivas, já a necrofilia é o transtorno que tem alguém de praticar coito com
cadáveres, ou na melhor das hipóteses, na frente deles – os necrófilos chegam a violar
túmulos para ter o que buscam (prazer);

16. Mixoscopia Chamada pelos franceses de Voyeurismo, que é o prazer em olhar


terceiros copularem, em grau mais “absurdo” o marido induz a mulher a praticar sexo
com outrem de uma forma que ele possa ver (na sua casa, por exemplo);

17. Lubricidade Senil geralmente é sinal de demência. A pessoa com esse distúrbio


sexual geralmente tem predilecção por pessoas do oposto a sua idade, podendo ser
inclusive por crianças. Muitos são até impotentes, mas se satisfazem em apalpar ou
ver as partes sexuais da “vítima”. O triste é saber que muitas dessas pessoas tiveram,
durante a vida toda, atitudes correctas, probas e que no final da vida são acometidos
dessa – diria, enfermidade;

18. Fetichismo É um desvio sexual em que o prazer é obtido por meio da visão, tacto,
lembrança de uma parte pré-definida do corpo de alguém ou de algum objecto;

19. Vampirismo Forma bastante rara de transtorno da sexualidade. Nesse tipo, o


indivíduo acometido terá satisfação sexual na presença de uma certa quantidade de
sangue ou com mordeduras nas laterais do pescoço da (o) parceira (o);

20. Bestialismo ou zoofilismo é o prazer por meio do sexo com animais domésticos


(galinha, porco, cachorro, égua, cabra, cavalo, etc). O que está mais para uma
aberração, costuma acometer homens impotentes com mulheres – mas pode também
se passar com mulheres pervertidas. Dizem que no campo costuma ser mais comum,
todavia, se assim o é, porque o tratamos como transtorno e não simplesmente uma
perversão? Pois, simplesmente pela falta de um humano do sexo oposto (ou do
mesmo) a “perversão sexual” se volta para o que há mais “ à mão”;

21. Sadismo É uma perversão sexual capaz de levar a (o) parceira (a) à morte. Os
atractivos dela (e) não bastam. Tem que ver o sofrimento da pessoa para atingir o gozo
(algolagnia activa);

22. Masoquismo Aqui é o contrário do Sadismo, o sofrimento é seu, para atingir o


prazer tem que sentir dor (que pode ser de forma branda ou não), também chamado
de algolagnia passiva.

7. Quais dos transtornos acima poderia levar à criminalidade?

Pela ordem relacionada acima seriam:

Frotteurismo, “Mania”, que alguns homens tem de “roçar”, encostar, seus órgãos


genitais ou mesmo tocar nas partes íntimas de mulheres que estão em aglomerações
(ônibus, Shows, etc).
Homens que se proveitam das mulheres dessa forma podem sim ser criminalizados,
pois caracteriza crime diverso da conjunção carnal, acredito que parte do Art. 218º
do Código Penal e ss.

Pedofilia é crime e grave. Está prescrito no CP no artigo 219º (Este é tido como Estupro
de vulnerável), que para além da moldura penal prevista que varia de vinte a vinte
quatro anos, existe agravamento nos termos do art. 118º do CP. 

Necrofilia é a parofilia caracterizada pela excitação decorrente da visão ou da violação


sexual do cadáver. Poderá caracterizar “vilipêndio de cadáver” quando é realizado com
o morto actos sexuais…..;

Sadismo, como dissemos acima, se for de forma demasiada pode levar até à morte do
(a) parceiro (a). O sofrimento do outro é o que dá prazer; para tanto poderá chegar ao
inimaginável da violência. Aqui poderá caracterizar-se de lesões corporais à morte.

Exemplos de patologias sexuais.


8. Conclusão

Para a Criminologia, ainda encontramos dentro dos molestadores cinco tipos de perfis
e motivações, porém todos aproveitam de vulnerabilidades de suas vítimas, de sua
ingenuidade.

Colocamo-nos, assim, diante das seguintes questões: todas essas condutas fariam
parte da mesma estrutura de personalidade? O que estaria na base da conduta do
criminoso sexual? Estaríamos capacitados a reconhecer tais estruturas e motivações?
Certos transtornos levariam a um comportamento criminoso? E, por fim, qual o papel
do operador do direito diante de tais questões?

Diante da complexidade das questões apresentadas, uma coisa é certa: o papel da


sexologia forense é de fundamental importância para o esclarecimento e compreensão
de cada conduta.

E cabe a nós estudantes direito estarmos capacitados ao reconhecimento de tais


questões para o êxito da nossa actuação, à luz do comportamento humano, sua
relação com a lei, oferecendo uma melhor operacionalidade no exercício do auxílio às
causas legais.

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