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NOÇÕES DE

DIREITO
Sexologia Forense. Imputabilidade
Penal

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
NOÇÕES DE DIREITO
Sexologia Forense. Imputabilidade Penal
Dalbertom Caselato Junior

Sumário
Sexologia Forense. Imputabilidade Penal..........................................................................................................3
1. Sexologia Forense........................................................................................................................................................3
1.1. Conceitos Introdutórios.. .......................................................................................................................................3
1.2. A Himenologia.. ...........................................................................................................................................................7
1.3. Diagnóstico da Gravidez. . .................................................................................................................................. 10
1.4. Parto e Puerpério....................................................................................................................................................11
2. Imputabilidade Penal..............................................................................................................................................15
2.1. Conceito e Fundamento Material de Culpabilidade............................................................................17
2.2. A Imputabilidade Penal e sua Causa Excludente: a Inimputabilidade Penal......................17
Resumo................................................................................................................................................................................ 24
Questões de Concurso................................................................................................................................................29
Gabarito...............................................................................................................................................................................33
Gabarito Comentado....................................................................................................................................................34
Referências........................................................................................................................................................................43

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SEXOLOGIA FORENSE. IMPUTABILIDADE PENAL


1. Sexologia Forense
1.1. Conceitos Introdutórios
A sexologia forense abrange os aspectos relacionados com o diagnóstico de: virgindade,
violência sexual, gravidez, puerpério, aborto e problemas médico-legais relativos ao casamento.
Antes de adentrarmos a cada um dos aspectos da sexologia forense, convém estudarmos
alguns conceitos relacionados aos transtornos de sexualidade e disfunções sexuais.
No que concerne as espécies de disfunções sexuais, Hygino de Carvalho Hércules (2011)
as subdividem em:
a) Transtorno de desejo sexual hipoativo: é a deficiência ou ausência de fantasias sexuais
e do desejo de ter atividade sexual, acarretando dificuldades interpessoais. É a frigidez ou
anafrodisia.
b) Transtorno de aversão sexual: tem como ponto fulcral a esquiva ativa do contato geni-
tal com o parceiro; em alguns casos severos, a repulsa chega a ser generalizada, englobando
quaisquer estímulos sexuais, até os mais mínimos, como beijos e toques.
c) Transtorno de excitação sexual: é a incapacidade persistente ou recorrente de adquirir
ou manter uma resposta de excitação adequada, de lubrificação, e turgência genital, até a con-
clusão da atividade sexual. Conhecida como impotentia coeundi masculina.
d) Dispareunia: não sendo exclusividade feminina, caracteriza-se pela dor genital associa-
da ao intercurso sexual, seja antes, durante ou após o coito, causando acentuado sofrimento
ou dificuldade interpessoal.
e) Vaginismo: é a contração involuntária, recorrente ou persistente, dos músculos do períneo,
adjacentes ao terço inferior da vagina, sempre que tentada a penetração com o pênis, dedo, ab-
sorvente ou especulo, acarretando sofrimento e dificuldade interpessoal. Sua forma mais grave
pode ocasionar a impotentia coeundi feminina. Há casos de vaginismo até mesmo diante da
previsão de penetração

EXEMPLO
Marcação de exame médico ginecológico.

Focando nas mais importantes para sua prova, no que se refere aos transtornos de sexua-
lidade, segundo a literatura médica, Hygino Hércules (2011) as subdividem em:
1) Transtornos de identidade de gênero: é a convicção íntima de que se é do gênero masculino
ou feminino.

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2) Transtorno orgástico: é o atraso ou ausência, persistente ou recorrente, do orgasmo, após


uma fase normal de excitação sexual, com acentuado sofrimento ou dificuldade interpessoal.
3) Ejaculação precoce: é o orgasmo ou ejaculação mediante mínima estimulação, duran-
te ou logo após a penetração e sem que o indivíduo deseje, com acentuado sofrimento ou
dificuldade interpessoal.
4) Andromimetofilia: excitação ou satisfação heterossexual preferencialmente com parceira
que – sendo biologicamente feminina – se relacione eroticamente como homem.
5) Parafilias: são anseios, fantasias ou comportamentos sexuais, manifestados de modo in-
tenso e recorrente, que envolvem objetos, atividades ou situações incomuns e causam sofrimento.
6) Anfissexualismo ou bissexualismo: predileção pelo relacionamento sexual com parcei-
ros de ambos os sexos.
7) Asfixiologia ou hipoxifilia: é a excitação e satisfação erótica associada à prática da
auto-asfixia.
8) Auto-agonitofilia: excitação e satisfação sexual dependente do fato a ser observado, de
estar em cena, ser filmado/fotografado.
9) Auto-erotismo ou psicolagnia (coito psíquico): prazer erótico sem a participação física
de parceiro.
10) Bondagismo: prazer sexual dependente de contato físico com pessoas amarradas.
11) Clismafilia: conhecida popularmente como chuco, é uma parafilia associada a obten-
ção de prazer com a introdução de enemas, tubo com líquido na região retal.
12) Coprofilia: prazer sexual associado à presença de fezes;
13) Coprolalia: prazer sexual dependente do proferimento pelo parceiro de palavras vulga-
res ou obscenas;
14) Crematofilia: prazer sexual dependente do fato de ser obrigado a pagar ou ser roubado
pelo parceiro, tendo relações sexuais por serviço;
15) Cronoinversão ou gerontofilia: atração sexual compulsiva de indivíduos jovens por pes-
soas de excessiva idade;
16) Dentrofilia ou fitofilia: excitação sexual por árvores e plantas;
17) Dollismo: preferência sexual por bonecas;
18) Donjuanismo: compulsão por conquista amorosa, com aspecto exibicionista, cujo
objetivo não raro é superar sentimentos de inferioridade por meio da demonstração de
sucessos eróticos;
19) Ecdiseísmo: assemelhando ao exibicionismo, é a tendência mórbida para despir-se a
fim de provocar a excitação erótica no parceiro;

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20) Ecouterismo: prazer obtido por meio da escuta dos sons originados nas atividades se-
xuais ou na higiene íntima de outrem;
21) Epidismo: mórbida atração incestuosa pelo filho homem sobre a própria mãe;
22) Electricismo: atração incestuosa da filha pelo pai;
23) Erotofonia: prazer em ouvir obscenidades por meio telefônico;
24) Estigmatofilia: atração por pessoas que tem cicatrizes/tatuagens;
25) Etnoinversão: predileção por parceiro de etnia diversa;
26) Froteurismo ou tribadismo: prática homossexual feminina de mútua atrição genital.
27) Necrofilia: preferência por práticas libidinosas com cadáveres;
28) Nepiofilia: é sinônimo de pedofilia;
29) Onanismo: prática compulsiva da automasturbação manual masculina. Também co-
nhecida por quiromania;
30) Retifismo: atração erótica por pés ou sapatos;
31) Riparofilia: distúrbio sexual onde o indivíduo sente prazer no ato sexual com pessoas
sujas ou sem condições de higiene básica;
32) Sodomia: satisfação sexual centrada na cópula anal com mulher;
33) Urolagnia, urofilia ou undinismo: prazer patologicamente associado ao odor da urina ou
por ver alguém urinar ou verter urina sobre seu parceiro.
Sim, nós sabemos! São muitos conceitos! Em verdade, selecionamos os conceitos mais
incidentes sobre as provas de seu concurso. Com estes termos em seu material, dificilmente
será surpreendido por termos desconhecidos colocados pelos examinadores.
Vamos lá! Ao final da aula realizaremos alguns exercícios para fixação.

Mas professor! Quais você percebeu que são os mais cobrados pelo CEBRASPE?

Bem, eu já analisei exercícios de vários destes termos, mas pude perceber que os termos:
parafilias, coprofilia e coprolalia, crematofilia, dollismo, donjuanismo, necrofilia, onanismo,
sodomia e urolagnia.

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1.2. A Himenologia
A denominada himenologia forense é uma subdivisão do estudo da sexologia forense, ainda
compreendida pela erotologia forense (estudo das perversões sexuais e crimes decorrentes) e
obstetrícia forense (aspectos médico-legais relacionados com os delitos de aborto, infanticídio
além de fenômenos relacionados ao parto, puerpério fecundação e gestação).
A himenologia, por sua vez, estuda a estrutura biofisiológica dos himens. Genival França
(2020) esclarece que o hímen é uma membrana dérmica que se encontra na entrada da vagina.
Impermeável, de abertura anelar por onde se elimina secreções e a menstruação. Possui uma
orla e o óstio (orifício). Apresenta borda fixa ligada à vagina e uma borda livre.
Hygino Hércules (2011) define o hímen como um “pequeno diafragma localizado na extre-
midade inferior da vagina, no limite anatômico dessa com a vulva”. Varia em tamanho e forma,
sendo mais frequente se apresentar de forma anelar ou em crescente; mas, em geral, tem
abertura única, o chamado óstio himenal:

É um folheto mucoso duplo, entremeado por estroma conjuntivo, contendo delicadas fibras elásti-
cas e colágenas, inervação e vascularização, em maior ou menor quantidade, o que responderá pela
variada intensidade de dor e sangramento por ocasião da rotura (HÉRCULES, 2011).

Exame himenológico de uma criança de 08 anos.


Fonte: www.malthus.com.br. Acesso em: 19 jul. 2022.

Em sua formação e anatomia, o hímen é formado por uma face vaginal (interna) e uma
face vulvar (externa). Reconhece-se, anatomicamente, a borda de inserção (que se relaciona
com as paredes vaginais), a borda livre (que delimita o óstio) e a orla (situada entre as bordas
livre e de inserção e o óstio).
Das inúmeras classificações himenológicas da literatura médica, destacam-se, para sua
prova, as seguintes:

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a) HÍMEN ANELAR: mostra óstio único, centralizado, e a orla em forma de anel, com largura
mais ou menos homogênea;
b) HIMEN SEMILUNAR ou FALCIFORME ou em CRESCENTE – tem óstio único e excêntrico,
o que faz variar acentuadamente a largura da orla em pontos distintos;
c) HIMEN DENTICULADO – caracteriza-se pela borda livre recortada em múltiplos dentícu-
los, ou lóbulos. Também denominado HIMEM LOBULADO;
d) HIMEN FIMBRIADO – deixa ver diminuta franja na borda livre. Por isso, é também conhe-
cido como FRANJADO ou RENDILHADO;
e) HIMEN HELICÓIDE – descreve a orla, uma espira, o que faz não coincidirem os extremos;
f) HIMEN CORDIFORME – lembra, o óstio, a forma de um coração estilizado, que, na reali-
dade, resulta da ocorrência de duas chanfruras simétricas, uma em cada quadrante anterior;
g) HIMEN APENDICULAR – com um minúsculo apêndice que se projeta da borda livre;
h) HIMEN LABIADO – consiste numa orla provida de dois entalhes que aparentemente a
dividem em dois lábios;
i) HIMEN SEPTADO – possui dois óstios, separados um do outro por um delgado septo,
disposto longitudinal, transversa ou obliquamente;
j) HIMEM TRIPERFURADO – exibe 3 ostios;
k) HIMEN CRIBIFORME – ostenta múltiplos e diminutos óstios à semelhança do crivo;
l) HIMEN IMPERFURADO – não possui óstio. A orla tampona por completo o meato vaginal.
Ou hímen imperfurado ou ATRÉSICO, tem pequena ocorrência. É obstáculo à eliminação das per-
das menstruais, gerando, na primeira menarca, o HEMATOCOLPO. Deve ser feita a himenotomia.

Tipologia dos principais himens.


https://docplayer.com.br/173911622-Medicina-legal-alexandre-herculano.html.
Acesso em 19 jul. 2022.

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No que se refere ao rompimento ou rotura do hímen, são classificadas como roturas parciais
(as quais não atingem a borda de inserção) e roturas totais (as quais atingem completamente
a borda de inserção). Caso haja roturas recentes, poder-se-á apresentar retalhos sangrantes
com hiperemia (aumento da quantidade e sangue circulante em um determinado local, ocasio-
nado pelo aumento do número de vasos sanguíneos funcionais), com edema, equimose, ou
exsudato fibrinoso ou fibrinopurulento caso haja infecção vaginal (HÉRCULES, 2011).
As roturas recentes irão concluir seu processo de reparação natural por meio da cica-
trização, onde as bordas de ruptura tornar-se-ão reepitelizadas e com tonalidade rósea, ini-
cialmente, e esbranquiçadas, mais tardiamente. Importante, pois no processo de reparação
do hímen não haverá a restituição integral da membrana, mas sim a cicatrização de suas
bordas cruentas (HÉRCULES, 2011).
Importante verificar, ademais, a diferença entre rotura e entalhe natural: a primeira são
decorrentes da ação traumática (ex.: conjunção carnal consentida ou não) ao passo que os
entalhes são de natureza congênita (irregularidades estruturais, por vezes, muito semelhantes
às roturas, apresentando-se como “pequenas reentrâncias na borda livre da orla, que resultam
não de trauma, mas de falhas na formatura do hímen” (HÉRCULES, 2011).

Exame himenológico demonstrativo de conjunção carnal recente.


Fonte: www.malthus.com.br. Acesso em: 05 out. 2021.

Há que se esclarecer que – diferentemente das roturas – as chanfraduras são sinais con-
gênitos localizadas na borda do hímen e não cicatrizáveis, sendo, portanto, sua ocorrência não
sugestiva de conjunção carnal. Já as carúnculas mirtiformes é uma lesão traumática devido a
passagem da cabeça fetal após o parto, cicatrizáveis em média de 10 (dez) dias.
Acerca do hímen complacente, nem sempre há o rompimento com a conjunção carnal
(hímen complacente ou tolerante), não podendo, assim, fornecer diagnósticos precisos acer-
ca da virgindade. Dentre os fatores principais que concorrem para complacência himenal,
Hércules (2011) as elenca:
• A exiguidade da orla;
• A amplitude do óstio;
• A grande elasticidade da membrana;
• Intensa lubrificação genital, natural ou artificial, dentre outros.
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Após o processo de cicatrização natural decorrente da rotura, na medida em que as cópu-


las vaginais se repetem, os retalhos do hímen sofrem retração progressiva.

1.3. Diagnóstico da Gravidez


Genival França (2015) conceitua gravidez como o “estado fisiológico da mulher durante o
qual traz dentro de si o produto da concepção”. Com a atividade dos ovários mês a mês, en-
viando óvulos às tubas uterinas, o depósito do espermatozoide no canal vaginal, tais células
seminais avançam até o encontro do ovário na tuba uterina, onde a fecundação forma o zigoto
o qual – sendo considerado a unidade primeira de vida – desenvolve-se no terço proximal da
tuba uterina até a fase de blastócito, onde, em um espaço de aproximadamente 08 dias, dirige-
-se ao útero para o processo de nidação.
Dentre os principais diagnósticos de gravidez – de suma importância legal nos casos
de investigação de paternidade, simulação e dissimulação de gravidez, ou gravidez de-
corrente de estupro (prova da violência carnal) ou verificação de gravidez nos casos de
infanticídio, destacam-se:
• A ocorrência de suspensão da menstruação (amenorreia);
• Vômitos e náuseas;
• Mamas grandes com exaltação de plexos venosos superficiais (sinal de Haller);
• Leite presente nas mamas;
• Aumento do abdômen (não confundível com a gravidez molar);
• Sinal de Klüge (vulva violácea; cianose vulvar em decorrência da pouca circulação de
sangue consequência do aumento do útero e compressão local);
• Sinal de Jaquemier ou Chadwick: coloração violácea na mucosa vaginal;
• Sinal de Oseander: pulsação vaginal;
• Sinal de Reil-Hegar (depressibilidade do istmo uterino ao flexionar o útero); a flexibilida-
de no istmo uterino chama-se sinal de MacDonald;
• Sinal de Puzos: rechaço vaginal e redução dos fundos de saco vaginais;
• Sinal de Piskacek: alteração na forma uterina.
• Pigmentação escura na linha alba localizada no abdômen;
• Sinal do cloasma: pigmentação escura ao nível da face;
• Sinal da lordose;
• Sinal de Noble: hipertrofia do útero.

De todos estes sinais acima indicados, França (2015) os subdivide em sinais de probabilidade
e sinais de certeza:
a) Sinais de probabilidade: amenorreia, sinal de Klügle, sinal de Jaquemier, sinal de Oseander,
sinal de Puzos, sinal de MacDonald; sinal de Noble; sinal de Piskacek, sinal de Reil-Hegar, sinal
de Haller, hipertrofia dos tubérculos de Montgomery, decréscimo dos mamilos, aumento da
pigmentação das aréolas, secreção e estrias ou vergões e aumento do volume uterino;
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b) Sinais de certeza: movimentos do feto, batimentos de coração fetal, sopro uterino, rechaço
uterino (Sinal de Puzos); palpação e segmentos fetais, estudo radiológico do esqueleto fetal,
ultrassonografia, ressonância magnética, ressonância nuclear magnética, laparoscopia e tes-
tes biológicos de gravidez, cloasma gravídico.

Cloasma gravídico. Fonte: https://medium.com/. Acesso em: 20 jul. 2022.

1.4. Parto e Puerpério


No que se refere ao parto e puerpério, Genival França (2015) define parto como o “conjunto
de fenômenos fisiológicos e mecânicos cuja finalidade é a expulsão do feto viável e dos ane-
xos. Dá-se seu começo, para os obstetras, com as contrações uterinas rítmicas”. O autor enten-
de que, desde a ruptura da bolsa, inicia-se o parto o qual se concretiza com o deslocamento e
a expulsão da placenta e do feto.
Após tal expulsão, conhecida pelo termo médico dequitação, Roberto Blanco (2015) enten-
de iniciar o puerpério, quando se estende até a volta do organismo materno às condições pré-
-gravídicas. Ferreira (2020) compreende a importância do presente termo, na medida em que
o interesse médico-legal pode esclarecer casos de simulação, sonegação de recém-nascidos,
elucidações de aborto criminoso e infanticídio.
Para uma melhor visualização do assunto, veja a classificação dos partos e puerpérios e
seus consequentes sinais característicos no mapa mental a seguir:

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Visando um maior aprofundamento, em especial para os cargos de datiloscopista policial e


técnico em necropsia, os exames periciais referentes ao parto encontram uma série de aspec-
tos a serem considerados (FRANÇA, 2015):
• Existência de parto. Com a presença ou ausência dos sinais descritos, o perito poderá che-
gar a uma conclusão do diagnóstico seguro da existência ou da não existência do parto;
• Recentidade de parto. Nem sempre com a evidência de determinados sinais poderá o
perito precisar o tempo do parto. No entanto, poderá dar-lhe precisão através de elemen-
tos essenciais, tais como as lesões dos genitais, o estudo das secreções e do fundo
uterino, determinando, assim, um parto antigo ou recente;
• Antiguidade do parto. Esta perícia é complexa e, a rigor, não existe um único elemento
capaz de, por si só, ser concludente para este fim;
• Número de partos. Não há nenhum meio seguro para a exatidão do número de partos.
Distinguir uma nulípara (aquela que nunca pariu) de uma mulher que pariu uma vez
é tarefa relativamente fácil; todavia, entre esta e uma que pariu muitas vezes é uma
diligência difícil;
• Provas de laboratório. O laboratório, em certas circunstâncias, é indispensável para uma
avaliação mais cuidadosa no diagnóstico de parto e puerpério. Por exemplo:
− Mucosidade vaginal. Essa confirmação se faz através da reação de Weigman. Consis-
te em deitar-se sobre a substância suspeita uma gota do reagente especial (0,20 cg
de iodo metaloide, 0,30 cg de iodeto de potássio e 45 ml de água destilada). Quando o
material examinado contém epitélio vaginal, esta evidência se faz sentir pela presen-
ça do glicogênio que se cora de castanho;
− Líquido amniótico. Ao microscópio, é caracterizado pela manifestação de induto se-
báceo. Seu estudo é feito com a maceração e centrifugação de líquido;
− Leite e colostro. Corado pelo Sudan III, pelo Lugol ou por uma solução de ácido ós-
mico, acusa-se em glóbulos de gordura de forma esférica ou ovoide, refringentes e
brilhantes, nadando em um líquido incolor. Esses glóbulos são corados de vermelho
pelo Sudan III, de castanho pelo Lugol e de preto pelo ácido ósmico;
− Mecônio. Pastoso, amarelo-esverdeado ou verde-escuro, quando tratado pela água,
intumesce-se. Visto ao microscópio, revela corpúsculos corados de amarelo-esverde-
ado nas dimensões de 5 a 30 mm e, quando tratado pelo ácido sulfúrico ou pelo iodo,
deixa ver os cristais de colesterina de tonalidade azul;
− Exame microscópico do útero e ovários. A verificação histológica do útero e ovários
empresta uma importância ao diagnóstico de gravidez ou de parto pregresso.

No que se refere aos aspectos periciais do puerpério, alguns aspectos relevantes devem
ser observados:
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1) Perícia no pós-parto imediato (1 a 10 dias): O fundo uterino acha-se um pouco acima


da cicatriz umbilical e cuja medição do rebordo do púbis ao fundo do útero é de 12 cm. As
cólicas são mais comuns nas multíparas. O colo uterino mostra-se flácido e suas bordas dis-
tensíveis. Após 3 dias, a cérvice está reconstituída, embora permeável a um dedo. Os lóquios
são vermelhos de 2 a 3 dias (lochia rubra). Mais pálidos em torno dos 5 dias (lochia serosa). E
branco-amarelados por volta dos 7 dias (lochia alba).
2) No pós-parto tardio (10 a 45 dias): Nesse período, o útero ainda está regredindo no seu
tamanho, embora mais lentamente que na fase anterior. É também nesse período em que se
verifica grande influência da lactação no processo fisiológico. A caduca já está praticamente
desagregada e a cavidade uterina reepitelizada, isso em torno de 15 dias pós-parto. O corrimento
loquial vai passando de serossanguinolento para seroso (lochia serosa ou lochia flava). O colo se
apresenta em forma de fundo transverso e o útero nesta fase encontra-se no interior da pélvis.
3) No pós-parto remoto (além de 45 dias): Esse período é muito impreciso, principalmente para
se determinar o tempo decorrido do parto, pois ele varia de acordo com a presença ou não da lacta-
ção. As mulheres não lactantes em média menstruam em torno da décima segunda semana do pós-
-parto, quase sempre precedida de ovulação. Nas mulheres que amamentam, esse período é muito
mais longo e impreciso. A loquiação nesse estágio raramente existe, pois ela perdura no máximo
por cerca de 4 semanas. Quando ocorre, é insignificante e de tonalidade brancacenta (lochia alba).

2. Imputabilidade Penal
Antes de adentrarmos ao estudo da imputabilidade penal, vale a pena revisitarmos alguns
conceitos doutrinários relacionados a dogmática penal, mais especificamente a teoria geral
do crime e seus elementos ou substratos com a finalidade de entendermos em qual posição
conceitual a imputabilidade penal se encontra.
Para tanto, elaboramos um mapa mental com os principais elementos/substratos que
compõem a teoria geral do crime em seu conceito analítico de crime, na visão doutrinária ma-
joritária que os divide em uma visão tripartida.
Assim, o crime se divide em três elementos:
• Fato típico: dos quais subdividem-se a conduta, resultado, nexo causal e tipicidade (sub-
dividindo-se em tipicidade formal e material);
• Ilicitude: conhecido por alguns doutrinadores como antijuridicidade, subdivide-se em
causas legais tais quais a legítima defesa, estado de necessidade, estrito cumprimento
do dever legal e exercício regular de direito; há, ademais, a causa supralegal de ilicitude
conhecida como consentimento do ofendido;
• Culpabilidade: terceiro elemento do crime, subdivide-se em: imputabilidade penal, exigibi-
lidade de conduta diversa e potencial consciência da ilicitude; há, por fim, causas suprale-
gais como o fato ou escusa de consciência, desobediência civil e conflito de interesses.

Por óbvio que nosso objetivo na presente aula não é estudar todos os elementos do crime
em seus detalhes e sim um deles: a imputabilidade penal. Para tanto, além de aplicarmos os
conhecimentos da dogmática penal, apresentaremos alguns aspectos médico-legais referentes
ao presente instituto.

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2.1. Conceito e Fundamento Material de Culpabilidade


Culpabilidade é o poder de agir de outro modo, ou seja, o chamado livre arbítrio que irá
fundamentar o juízo de censura ou reprovabilidade da conduta que se quer demonstrar ilícita
(CUNHA, 2022).
No direito penal brasileiro, adota-se a chamada teoria normativa-pura da culpabilidade, em sua
acepção limitada da culpabilidade. De base ligada ao finalismo, inspirada nos estudos de Hans
Welzel (1904-1977), é a teoria responsável por migrar o dolo e a culpa para o primeiro elemento
do crime: o fato típico, compondo, assim, a conduta. Todavia, o dolo nesta teoria é considerado
um dolo natural, pois a consciência da ilicitude continua a ser elemento da culpabilidade penal.
Assim, a culpabilidade passou, com a teoria normativa-pura da culpabilidade, em sua acep-
ção limitada, a contar com os seguintes elementos: imputabilidade penal, exigibilidade de con-
duta diversa e potencial consciência da ilicitude (esta retirada do dolo e integrando a própria
culpabilidade, não mais como atual, mas potencial consciência) (CUNHA, 2022).

2.2. A Imputabilidade Penal e sua Causa Excludente: a Inimputabilidade


Penal
Segundo o professor Fábio Roque (2020), imputar significa atribuir a responsabilidade pe-
nal ao agente/autor do delito. As hipóteses de afastamento/excludentes da culpabilidade são
chamadas de causas de inimputabilidade penal, assim divididas:
a) Menoridade penal;
b) Doença mental;
c) Embriaguez completa e proveniente de caso fortuito ou força maior.

2.2.1. Menoridade

A chamada menoridade penal cessa aos 18 anos completos (artigo 228 da CF/88 e arti-
go 27 do CP). Antes desse limite temporal, o denominado menor não comete crime, mas sim
o chamado ato infracional análogo ao crime conforme as disposições legais do Estatuto da
Criança e do Adolescente (E.C.A.). Ademais, não havendo crime, não há pena, sendo aplicado
ao menor a chamada medida de segurança (12 anos incompletos) ou medida sócio-educativa
(+ 12 até 18 anos incompletos), conforme o caso legal.

Qual seria o critério para se determinar a inimputabilidade?

Critério puramente biológico, cronológico ou etário. Assim, leva-se em conta tão somente
a idade do agente que praticou o ilícito penal. A contagem de prazo para fins de maioridade
penal está prevista no artigo 10 do CP; o prazo é contado dia após dia, não se levando em
consideração frações de dia.

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EXEMPLO
BELTRANO, com 17 anos incompletos, às 23:57min da data de seu aniversário dispara com
arma de fogo contra CICLANO, que vem à óbito. BELTRANO não pratica crime e sim ato infra-
cional análogo ao crime de Homicídio.

A lei penal dá presunção absoluta ao menor de 18 anos no que concerne a sua incapacida-
de de se autodeterminar e de entendimento no momento da prática delituosa. Para se provar
a menoridade, adota-se o entendimento da súmula 74 do STJ (qualquer documento hábil é
suficiente para provar a menoridade penal).

EXEMPLO
Carteirinha de estudante com foto; documentos públicos, certidões etc.

2.2.2. Doença Mental

Para a determinação da ação perpetrada pelo doente mental ou pessoa com desenvolvi-
mento mental incompleto (ex.: silvícolas) ou retardado (ex.: surdos-mudos, autismo – a depen-
der do caso concreto, dentre outros casos) adota-se o critério biológico (CUNHA, 2022).
Além disso, analisa se ao tempo da ação ou da omissão delituosa não havia por parte do
agente capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou autodeterminar-se de acordo com
esse entendimento, caso em que se adota o critério psicológico.
Portanto, a doutrina entende que – para o doente mental – adota-se o critério biopsicológico.
Adotando-se a teoria tripartite, o doente mental – analisado sob o aspecto biopsicológico – NÃO
PRATICA CRIME – mas um injusto penal. A sentença penal ao inimputável por doença mental é a
chamada absolutória imprópria, da qual o magistrado, reconhecendo a inimputabilidade, absolve
o réu, mas lhe aplica uma medida de segurança (art. 386, §único, III, CPP).

2.2.2.1. A Situação do “Semi-Imputável” ou “Fronteiriço”

Aquele que, por perturbação mental ou desenvolvimento incompleto ou retardado, não era
ao tempo da ação/omissão inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou deter-
minar-se de acordo com esse entendimento, terá a seu favor, por ocasião da prolação da sen-
tença penal condenatória, uma diminuição de pena de 1/3 a 2/3 (art.26, §único, CP).
Caso se revele mais adequado ao tratamento, o Juiz poderá substituir a pena minorada por
uma medida de segurança. Note que – após a reforma penal promovida pela lei 7.904/1986 –
o direito penal brasileiro abandonou o sistema binário e passou a adotar o sistema vicariante;
ou seja, não se permite mais a aplicação cumulativa de pena e medida de segurança. Ao impu-
tável, não se aplica medida de segurança.

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2.2.3. Embriaguez Completa, Proveniente de Caso Fortuito ou Força Maior

“Embriaguez” é o estado de alteração da capacidade motora do agente/autor em decorrên-


cia da ingestão de drogas lícitas de abuso como o álcool ou outra substância ilícita

EXEMPLO
As drogas ilícitas, conforme portaria SVS/MS n. 344/98, as quais são comumente utilizadas para
imputação penal de crimes de tráfico e porte de drogas para consumo pessoal. (CUNHA, 2020).

Importante registrar que o direito penal brasileiro – no que concerne à embriaguez, adotou
a chamada teoria da ação livre na causa (actio libera in causa). Significa que no estado de
embriaguez não será analisado o livre arbítrio no momento da realização da conduta delituosa
(como comumente é feito).
Ao invés, é no momento da ingestão da substância que causará a embriaguez onde será
analisada se houve o livre arbítrio, analisando se houve ou não liberdade de ação no momento
da ingestão. Note que se o livre arbítrio fosse analisado no momento da realização da conduta
delituosa o crime provavelmente não existiria em razão de provável causa excludente de cul-
pabilidade (CUNHA, 2020).
Na doutrina penal, as espécies de embriaguez são assim divididas:
a.1) embriaguez pré-ordenada: O agente tem a vontade de ingerir a substância visando se
embriagar e tem a vontade de praticar o crime. Consequência: NÃO EXCLUI O CRIME, O AGEN-
TE RESPONDE INCLUSIVE COM A AGRAVANTE DO ARTIGO 61, II, “l”, CP.
a.2) embriaguez voluntária/dolosa: O agente quer ingerir a substância e se embriagar, mas
não desejava praticar o crime. Consequência: NÃO EXCLUI O CRIME, visto que sua ação foi livre
na causa, ou seja, teve o livre arbítrio no momento anterior de ingerir a substância.
a.3) embriaguez culposa: O agente quer ingerir a substância, todavia não queria se embria-
gar e não queria cometer o crime. Consequência: NÃO EXCLUI O CRIME, visto que sua ação foi
livre na causa, ou seja, teve o livre arbítrio no momento anterior de ingerir a substância.
a.4) embriaguez fortuita: É aquela proveniente de caso fortuito ou força maior. O agente,
neste caso, não queria ingerir a substância. Ex.: amigos colocam álcool no suco de outro ami-
go que nunca bebeu que se embriaga e acaba cometendo um crime.
a.4.1) embriaguez fortuita incompleta: o agente não quis ingerir a substância e ainda há
um resquício de consciência em sua conduta delituosa. Consequência: NÃO EXCLUI O CRIME,
mas poderá haver uma diminuição de pena.

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a.4.2) embriaguez fortuita completa: o agente não quis ingerir a substância e não há consciên-
cia em sua conduta delituosa. Consequência: EXCLUI O CRIME pela inexistência de culpabilidade.
a.4.3) embriaguez patológica: É o vício do álcool ou da droga. A Organização Mundial de
Saúde (OMS) considera tal embriaguez como uma doença mental. Neste raciocínio, a embria-
guez patológica poderá excluir a culpabilidade, mas não pela causa “embriaguez”, mas em
razão da inimputabilidade penal por doença mental. Para tanto, irá depender se, no momento
da ação/omissão, o agente tinha ou não capacidade de entender o caráter ilícito do fato.

2.2.4. A Imputabilidade do Índio Não Integrado

Rogério Sanches (2022) nos ensina que a condição de índio não integrado não gera pre-
sunção de incapacidade penal. Assim, a regra geral é considerar sua imputabilidade penal, a
qual poderá ser afastada quando ele for doente mental, menor de 18 anos na data dos fatos ou
tomado por embriaguez acidental completa.
Todavia, a sua situação de não integração a sociedade poderá ser considerada no caso
concreto diante da ausência de potencial consciência de ilicitude ou inexigibilidade de conduta
diversa. Ao índio não integrado, pode ocorrer situações em que sua ignorância acerca de valo-
res vigentes na sociedade não indígena o impeça de ter conhecimento acerca da proibição de
alguns delitos. O professor cita casos em algumas tribos da Amazônia em que matar recém-
-nascidos, anciãos ou doentes são consideradas pelo grupo uma atitude socialmente valorada
para a manutenção do grupo (CUNHA, 2022).

2.2.5. A Constatação da Inimputabilidade Penal

Para se determinar a conclusão acerca de uma situação de inimputabilidade penal de um


autor de fato típico e ilícito será necessária a realização de perícia médico-legal que ateste, in-
clusive, os graus de incompreensão em que se deu a ação ou omissão. Tal análise pericial pode-
rá acarretar em medidas jurídico-legais desde a redução de pena até a imposição de medida de
segurança. Por óbvio que estes casos não se aplicam a inimputabilidade penal por menoridade,
haja vista a presunção absoluta acerca da capacidade de entendimento do menor de 18 anos.
O Juiz – concluída e encaminhada a perícia a sua análise – não terá a obrigação de aceitar
as conclusões periciais, podendo discordar da conclusão pericial e determinar a realização de
novo exame, conforme preceitua o artigo 182 do CPP.

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2.2.6. Condições Limitantes e Modificantes da Imputabilidade Penal

2.2.6.1. De Ordem Psicopatológica

Conforme a literatura médico-legal de Hélio Gomes (2019), as principais condições a se-


rem consideradas são:
a) Sonambulismo: é um estado que pode ser posicionado entre o sono natural e o pato-
lógico, sendo considerado um “sonho que se executa durante o sono”. O perito médico-legal
deverá estar atento as circunstâncias caracterizadoras do sonambulismo, pois qualquer ato
neste estado será considerado um ato executado de forma inconsciente e, portanto, limitador
da imputabilidade penal.
b) Hipnotismo: provocado por manobras intencionais, é considerado um “estado seme-
lhante ao sono”, onde pessoas hipnotizadas obedecem passivamente às ordens recebidas do
hipnotizador. Trata-se, portanto, de um “sonambulismo provocado”.
c) Surdo-mudez: Uma vez que estão parcialmente limitados e receber e dar estímulos ver-
bais e auditivos, merecem atenção especial; todavia, França (2018) entende que elas não de-
vem ser equiparadas aos portadores de retardo mental profundo ou moderado. Isso não sig-
nifica, contudo, que não possam ser considerados incapazes para determinados atos da vida
civil, conforme preceitua o artigo 4º, III do CC/02, desde que não consigam, por causa transi-
tória ou permanente, exprimir sua vontade, o que deverá ser atestado pelo perito médico-legal.
d) Afasia: é a perda da capacidade de percepção sensorial que podem ser de ordem motora,
verbal, auditiva etc. Tem-se, como exemplos, a surdez ou cegueira verbal, amusia (incompreensibili-
dade à música), estereognosia (perturbação da percepção da forma), disprossexia (perturbações de
atenção), estesiognosia (perturbação da percepção da pressão), distração, astereognosia (impossi-
bilidade de reconhecer formas de objetos) e disosmia (perda da capacidade de discriminar odores).
e) Prodigalidade: é o comportamento definido pelo gasto financeiro imoderado, capaz de
comprometer o patrimônio, decorrente de uma enfermidade mental, podendo modificar a situ-
ação da capacidade civil, conforme o artigo 4º, IV do CC/02.
f) Embriaguez: visto no tópico 2.2.3.

2.2.6.2. De Ordem Psiquiátrica

a) Dependência de drogas: tratado nos artigos 45 e 46 da Lei de Drogas (lei n.. 11.343/2006);
b) Doenças mentais: visto no tópico 2.2.2.
c) Deficiências de inteligência: conhecidos como casos de oligofrenia, são estabelecidos
como quadros onde os indivíduos apresentam um funcionamento cerebral intelectual abaixo
da média (FERREIRA, 2020). O professor Genival França (2018) nos ensina que tais indivídu-
os são acometidos de uma diminuição ou parada do desenvolvimento psíquico, geralmente
acompanhados de deficiência ou inteligência. França (2018) os divide em graus: leve (idade
média de 07 a 12 anos e QI variando de 50 a 90, considerados pela medicina-legal como débeis
mentais), moderado (idade média de 03 a 07 anos, considerados pela medicina-legal como
imbecis. O QI varia entre 25 a 50) e profundo (possuem idade mental de até 03 anos, com QI
menor que 25 e considerados idiotas).

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d) Transtornos de personalidade: são caracterizadas pelas psicopatias ou sociopatias


onde Roberto Blanco (2020) os classifica como doentes sociais ou, conforme França (2018),
portadores de personalidades anormais. Apesar da inteligência se posicionar no padrão atual
ou até superior, estes indivíduos possuem perturbação de caráter e afetividade. Dentre os
transtornos causados pela personalidade, destacam-se os hipertímicos (alegres e escanda-
losos), depressivos, inquietos, fanáticos, instáveis, explosivos, apáticos, abúlicos (sem vonta-
de) e astênicos (facilmente fadigados).
e) Neuroses: são transtornos do mundo psíquico (BLANCO, 2020), ligados a conflitos psí-
quicos cujas origens remontam a infância, da qual o indivíduo as utiliza inconscientemente
para acionar mecanismos de defesa contra a realidade. Do ponto de vista da inimputabilidade,
poderá ocorrê-la caso a neurose influa na capacidade de autodeterminação, nos termos do
artigo 26 do Código Penal.

2.2.6.3. De Ordem Mesológica

a) Civilização: de acordo com a literatura médico-legal, os silvícolas são o principal exem-


plo desta situação de limitação ou modificação da imputabilidade penal. Apesar do Código
Penal não fazer menção expressa a eles, o artigo 26 do mesmo diploma poderá ser aplicado,
seja por falta de adaptação social ou adaptação defeituosa (FERREIRA, 2020).
b) Psicologia coletiva (multidões): as ações decorrentes de influências de multidões
são divididas, segundo Hélio Gomes (2019) em multidões homogêneas (com identidade de
ideias, doutrinas e paixões) e multidões heterogêneas (sem união ou ligação prévia). O Có-
digo Penal, em seu artigo 65, III, apresenta como circunstâncias atenuantes de pena a ação
de indivíduos que cometem crimes sob a influência de multidão em tumulto, desde que não
tenha provocado a situação.

2.2.6.4. De Ordem Legal

a) causas, circunstâncias do crime e reincidência: previstos nos artigos 59, 61, 62 e 63 do


Código Penal, são institutos que buscam maior repressão diante do aumento da criminalidade
e da multiplicidade das infrações cometidas.

Para finalizarmos o item do seu edital, segue mapa mental ilustrativo:

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RESUMO
Nesta aula, estudamos os itens 5 (Sexologia forense) e 6 (imputabilidade penal) referentes
ao edital do seu concurso PCRO/2022. O aluno que já estuda Medicina Legal deve ter percebi-
do que o tema sexologia forense foi tratado nesta aula de forma incompleta.
Sim! Mas tem um motivo plausível: o edital do seu concurso dividiu itens referentes a se-
xologia forense em outros pontos do seu edital (itens 9 e 10, os quais tratam dos aspectos
médico-legais dos crimes contra a dignidade sexual e crimes de abortamento, infanticídio e
abandono de recém-nascido). O mesmo foi feito no item 6 de imputabilidade penal, separando
o tema acerca dos aspectos médico-legais das toxicomanias e embriaguez no item 8, um as-
sunto que tem ligação direta com este tema do item 6.
De qualquer forma, estes itens divididos pelo examinador (de forma estranha, confesso!)
serão tratados separadamente nas aulas subsequentes, ok? Assim, mantemos a sequência
proposta pelo seu edital, o que não irá atrapalhar seus estudos.
Feitas estas considerações, a aula iniciou os estudos da sexologia forense, a qual abrange
os aspectos relacionados com o diagnóstico de virgindade, violência sexual, gravidez, puerpé-
rio, aborto e problemas médico-legais relativos ao casamento.
Temas importantes referentes a esta matéria e que podem cair em sua prova referem-se as
espécies de disfunções sexuais e aos transtornos de sexualidade, assim elencados:
Disfunções sexuais: transtorno de desejo sexual hipoativo, de aversão sexual, de excitação
sexual, dispareunia (dor genital durante o intercurso sexual), vaginismo.
Transtornos de sexualidade: de identidade de gênero, orgástico, de ejaculação precoce,
andromimetofilia, parafilias, anfissexualismo, asfixiologia, auto-agonitofilia, auto-erotismo,
bondagismo, clismafilia, coprofilia, coprolalia, crematofilia, cronoinversão, dentrofilia, dollis-
mo, donjuanismo, ecdiseísmo, ecouterismo, epidismo, electricismo, erotofonia, estigmatofilia,
etnoinversão, frotteurismo, necrofilia, nepiofilia, onanismo, retifismo, riparofilia, sodomia, uro-
lagnia, dentre outros não elencados na presente aula.
Há uma infinidade de termos, sendo nosso objetivo aqui trazer os mais incidentes em prova
de concurso. Os itens em negrito são aqueles de maior incidência nas bancas do CEBRASPE.
Prosseguindo, tecemos alguns ensinamentos a respeito da himenologia, a qual é uma sub-
divisão do estudo da sexologia forense, ainda compreendida pela erotologia forense (estudo
das perversões sexuais e crimes decorrentes) e obstetrícia forense (aspectos médico-legais
relacionados com os delitos de aborto, infanticídio além de fenômenos relacionados ao parto,
puerpério fecundação e gestação).
A himenologia, por sua vez, estuda a estrutura biofisiológica dos himens. Genival França
(2020) esclarece que o hímen é uma membrana dérmica que se encontra na entrada da vagina.
Impermeável, de abertura anelar por onde se elimina secreções e a menstruação. Possui uma
orla e o óstio (orifício). Apresenta borda fixa ligada à vagina e uma borda livre.

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Em sua formação e anatomia, o hímen é formado por uma face vaginal (interna) e uma
face vulvar (externa). Reconhece-se, anatomicamente, a borda de inserção (que se relaciona
com as paredes vaginais), a borda livre (que delimita o óstio) e a orla (situada entre as bordas
livre e de inserção e o óstio).
Existem várias classificações himenológicas na literatura médica, destacando-se as mais
importantes conforme figura abaixo:

Tipologia dos principais himens.


https://docplayer.com.br/173911622-Medicina-legal-alexandre-herculano.html.
Acesso em 19 jul. 2022.

No que se refere ao diagnóstico da gravidez, Genival França (2015) conceitua gravidez


como o “estado fisiológico da mulher durante o qual traz dentro de si o produto da concepção”.
Dentre os principais diagnósticos de gravidez – de suma importância legal nos casos de
investigação de paternidade, simulação e dissimulação de gravidez, ou gravidez decorrente
de estupro (prova da violência carnal) ou verificação de gravidez nos casos de infanticídio,
destacam-se:
• A ocorrência de suspensão da menstruação (amenorreia);
• Vômitos e náuseas;
• Mamas grandes com exaltação de plexos venosos superficiais (sinal de Haller);
• Leite presente nas mamas;
• Aumento do abdômen (não confundível com a gravidez molar);
• Sinal de Klüge (vulva violácea; cianose vulvar em decorrência da pouca circulação de
sangue consequência do aumento do útero e compressão local);
• Sinal de Jaquemier ou Chadwick: coloração violácea na mucosa vaginal;

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• Sinal de Oseander: pulsação vaginal;


• Sinal de Reil-Hegar (depressibilidade do istmo uterino ao flexionar o útero); a flexibilida-
de no istmo uterino chama-se sinal de MacDonald;
• Sinal de Puzos: rechaço vaginal e redução dos fundos de saco vaginais;
• Sinal de Piskacek: alteração na forma uterina.
• Pigmentação escura na linha alba localizada no abdômen;
• Sinal do cloasma: pigmentação escura ao nível da face;
• Sinal da lordose;
• Sinal de Noble: hipertrofia do útero.

No que concerne ao parto e puerpério, Genival França (2015) define parto como o “conjunto
de fenômenos fisiológicos e mecânicos cuja finalidade é a expulsão do feto viável e dos ane-
xos. Dá-se seu começo, para os obstetras, com as contrações uterinas rítmicas”. O autor enten-
de que, desde a ruptura da bolsa, inicia-se o parto o qual se concretiza com o deslocamento e
a expulsão da placenta e do feto.
A classificação do parto obedece a dois tipos: parto recente na mulher viva e na mu-
lher morta e parto antigo na mulher viva e na mulher morta. Importante revisitarmos o
mapa mental referente aos sinais encontrados no corpo feminino ou cadáver indicativos
do momento do parto.
Da mesma forma, mapa mental apresentado em aula dividiu o puerpério em recente (logo
após o parto até 7 dias), tardio (duração aproximada de 40 dias) e antigo (duração de 03 a 06
meses, sendo mais raro).
No que se refere aos aspectos periciais do puerpério, tema mais afeto aos cargos de dati-
loscopista policial e técnico em necropsia, alguns aspectos relevantes devem ser observados:
1) Perícia no pós-parto imediato (1 a 10 dias): O fundo uterino acha-se um pouco acima
da cicatriz umbilical e cuja medição do rebordo do púbis ao fundo do útero é de 12 cm. As
cólicas são mais comuns nas multíparas. O colo uterino mostra-se flácido e suas bordas dis-
tensíveis. Após 3 dias, a cérvice está reconstituída, embora permeável a um dedo. Os lóquios
são vermelhos de 2 a 3 dias (lochia rubra). Mais pálidos em torno dos 5 dias (lochia serosa). E
branco-amarelados por volta dos 7 dias (lochia alba).
2) No pós-parto tardio (10 a 45 dias): Nesse período, o útero ainda está regredindo no seu
tamanho, embora mais lentamente que na fase anterior. É também nesse período em que se
verifica grande influência da lactação no processo fisiológico. A caduca já está praticamente
desagregada e a cavidade uterina reepitelizada, isso em torno de 15 dias pós-parto. O corrimento
loquial vai passando de serossanguinolento para seroso (lochia serosa ou lochia flava). O colo se
apresenta em forma de fundo transverso e o útero nesta fase encontra-se no interior da pélvis.

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3) No pós-parto remoto (além de 45 dias): Esse período é muito impreciso, principalmente


para se determinar o tempo decorrido do parto, pois ele varia de acordo com a presença ou não
da lactação. As mulheres não lactantes em média menstruam em torno da décima segunda
semana do pós-parto, quase sempre precedida de ovulação. Nas mulheres que amamentam,
esse período é muito mais longo e impreciso. A loquiação nesse estágio raramente existe, pois
ela perdura no máximo por cerca de 4 semanas. Quando ocorre, é insignificante e de tonalida-
de brancacenta (lochia alba).
Adentrando ao item 6 do seu edital, a imputabilidade penal, ou seja, a atribuição de respon-
sabilidade penal ao agente/autor do delito, apresenta hipóteses de afastamento, chamadas
excludentes de imputabilidade penal, quais sejam:
a) Menoridade penal: cessa aos 18 anos completos (artigo 228 da CF/88 e artigo 27 do
CP). Antes desse limite temporal, o denominado menor não comete crime, mas sim o chamado
ato infracional análogo ao crime conforme as disposições legais do Estatuto da Criança e do
Adolescente (E.C.A.).
b) Doença mental: para o doente mental – adota-se o critério biopsicológico. Adotando-se
a teoria tripartite, o doente mental – analisado sob o aspecto biopsicológico – NÃO PRATICA
CRIME – mas um injusto penal. A sentença penal ao inimputável por doença mental é a cha-
mada absolutória imprópria, da qual o magistrado, reconhecendo a inimputabilidade, absolve o
réu, mas lhe aplica uma medida de segurança (art. 386, §único, III, CPP).
c) Embriaguez completa e proveniente de caso fortuito ou força maior: o agente não quis
ingerir a substância e não há consciência em sua conduta delituosa. Consequência: EXCLUI O
CRIME pela inexistência de culpabilidade.
Rogério Sanches (2022) nos ensina que a condição de índio não integrado não gera pre-
sunção de incapacidade penal. Assim, a regra geral é considerar sua imputabilidade penal, a
qual poderá ser afastada quando ele for doente mental, menor de 18 anos na data dos fatos ou
tomado por embriaguez acidental completa.
Para se determinar a conclusão acerca de uma situação de inimputabilidade penal de um
autor de fato típico e ilícito será necessária a realização de perícia médico-legal que ateste,
inclusive, os graus de incompreensão em que se deu a ação ou omissão.
O Juiz – concluída e encaminhada a perícia a sua análise – não terá a obrigação de aceitar
as conclusões periciais, podendo discordar da conclusão pericial e determinar a realização de
novo exame, conforme preceitua o artigo 182 do CPP.
Acerca das condições limitantes e modificantes da imputabilidade penal, de grande impor-
tância para sua prova, destacam-se:
a) condições de ordem psicopatológica: sonambulismo, hipnotismo, surdo-mudez, afasia,
prodigalidade, embriaguez;
b) condições de ordem psiquiátrica: dependência de drogas, doenças mentais, deficiências
de inteligência, transtornos de personalidade, neuroses;

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Sexologia Forense. Imputabilidade Penal
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c) condições de ordem mesológica: civilização, psicologia coletiva (multidões);


d) de ordem legal: causas, circunstâncias e reincidência (artigos 59, 61, 62 e 63 do Código Penal).
Em seguida, faremos uma bateria de exercícios de várias bancas acerca dos assuntos
mais cobrados relacionados aos itens estudados nesta aula.
Este modo de estudo realizando exercícios é de suma importância na sua preparação, haja
vista que “o erro lamentado jamais é esquecido”. Afinal, quem nunca errou uma questão e ficou
com aquela matéria na cabeça, não é verdade? É muito mais fácil, com certeza, lembrar das
questões que erramos do que uma bateria certa de questões que resolvemos.
Então o erro faz parte do aprendizado e do aperfeiçoamento do conteúdo estudado e todo
concurseiro deve passar por esta experiência.
Então, bons estudos e resolução de questões! Mãos à obra! Em caso de dúvidas, estarei à
disposição no fórum do aluno como sempre.
Até a próxima aula!

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Sexologia Forense. Imputabilidade Penal
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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (CESPE/CEBRASPE/PC-MA/POLÍCIA CIVIL DO MARANHÃO/MÉDICO LEGISTA) De
acordo com a sexologia forense, o onanismo é:
a) um impulso obsessivo à excitação dos próprios órgãos genitais, comum na puberdade.
b) um transtorno da sexualidade caracterizado por uma predileção sexual primária por crian-
ças ou menores pré-púberes.
c) um transtorno da sexualidade sob o qual o indivíduo obtém prazer ao manipular os órgãos
sexuais de outro indivíduo.
d) a obtenção do prazer pela observação da cópula de outros indivíduos.
e) a predileção por ato sexual com mulheres em gestação.

002. (CESPE/2016/POLÍCIA CIENTÍFICA-PE/MÉDICO LEGISTA) De acordo com a himeno-


logia, é correto afirmar que:
a) o hímen tem uma face vaginal ou externa e uma face vulvar ou interna.
b) no hímen, a orla situa-se internamente ao óstio.
c) a borda de inserção, no hímen, relaciona-se com as paredes vaginais e a borda livre,
com o óstio.
d) a prática de ato libidinoso diverso de conjunção carnal desvirgina a mulher.
e) o hímen é um folheto epidérmico duplo, entremeado por estroma conjuntivo, contendo deli-
cadas fibras elásticas e colágenas, inervação e vascularização.

003. (CESPE/2016/POLÍCIA CIENTÍFICA-PE/MÉDICO LEGISTA) Tendo em vista que o diag-


nóstico de gravidez é importante em medicina legal para a obtenção dos elementos dos crimes
de estupro e de aborto, assinale a opção correta.
a) A ausência de gravidez impede que realizadores de manobras abortivas sejam condenados
por crime de aborto provocado.
b) Para que ocorra a gravidez, é necessária a ocorrência de conjunção carnal ou qualquer
outro ato libidinoso.
c) Para tipificação de crime de aborto culposo, é condição que haja diagnóstico de gravidez por
ultrassonografia ou com visualização de imagem.
d) A mulher é considerada grávida somente quando existe embrião implantado no útero.
e) Verificação de gonadotrofina coriônica humana positiva caracteriza gravidez.

004. CESPE/CEBRASPE/SDS/SECRETARIA DE DEFESA SOCIAL DE PERNAMBUCO/MÉDICO


LEGISTA) Com relação a parto e a puerpério, assinale a opção correta.
a) A presença de bossa serossanguínea na cabeça do bebê é sinal de parto recente.
b) A loquiação caracteriza o fim do período puerperal.
c) O puerpério inicia-se com a perda do tampão mucoso.
d) Não é possível observar sinais de parto em partes do corpo diferentes do canal do parto.
e) A saída da placenta encerra o período puerperal.
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Sexologia Forense. Imputabilidade Penal
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005. (CESPE/CEBRASPE /PC-RJ/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL/2022) No dia 4/2/2022, H. A.


S., com 24 anos de idade, do sexo masculino, foi encontrado morto em quarto de hotel. Na pe-
rinecroscopia, o perito criminal descreveu que a vítima foi encontrada com um laço no pescoço,
nua, apontando preliminarmente para a possibilidade de suicídio por estrangulamento, pois as
câmeras do hotel não haviam registrado entrada ou saída de pessoas do apartamento da vítima,
e a porta estava fechada por dentro. Posteriormente, conforme a investigação avançou, a família
relatou dados específicos sobre o comportamento sexual da vítima, o que levou o delegado de
polícia a considerar a hipótese de morte acidental.
Com base nas informações apresentadas nessa situação hipotética, é correto considerar a
hipótese da parafilia denominada
a) coprolalia.
b) frotteurismo.
c) dolismo.
d) hipoxifilia.
e) clismafilia.

006. (CESPE/CEBRASPE/PC-MA/MÉDICO LEGISTA/2018) A riparofilia é o(a)


a) crime de infanticídio caracterizado pela morte de filho recém-nascido causada pelo pai.
b) a perversão sexual que uma pessoa tem de se relacionar com mulheres desasseadas, pre-
ferindo aquelas que estejam menstruadas.
c) relação sexual com o uso de objetos durante o ato com a finalidade de obter maior satisfa-
ção durante a cópula.
d) crime de abandono de recém-nascido cometido pelo pai.
e) crime caracterizado pela penetração de pênis em vagina sem o consentimento ou sob
grave ameaça.

007. (CESPE/CEBRASPE/DPF/PERITO CRIMINAL/ÁREA MEDICINA/2018) Texto associado


Julgue os itens subsequentes, relativos à psicopatologia forense.
Verificada imputabilidade penal plena, o perito deve fazer constar no laudo pericial a conclusão
de que o periciado era, à época do exame pericial, plenamente capaz de entender o caráter
ilícito do fato e de determinar-se de acordo com esse entendimento.

008. (CESPE/CEBRASPE/PC-SE/DELEGADO DE POLÍCIA SUBSTITUTO/2018) A respeito


de identificação médico-legal, de aspectos médico-legais das toxicomanias e lesões por
ação elétrica, de modificadores da capacidade civil e de imputabilidade penal, julgue os
itens que se seguem.
A epilepsia é uma doença que, geralmente, não influencia na capacidade civil e na imputabili-
dade penal das pessoas.

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009. (CESPE/CEBRASPE/DPF/PERITO CRIMINAL/ÁREA MEDICINA/2018) Julgue os itens


subsequentes, relativos à psicopatologia forense.
A esquizofrenia é uma das psicoses encontradas com mais frequência nos réus que se sub-
metem a exame de imputabilidade penal, sendo esses periciandos, geralmente, considerados
inimputáveis.

010. (FGV/PC-RJ/AUXILIAR POLICIAL DE NECROPSIA DE 3º CLASSE/2022) O aparelho ge-


nital feminino é formado pelos órgãos genitais internos e externos.
A produção dos principais hormônios sexuais pelo corpo feminino é feita:
a) nos ovários, onde normalmente ocorre a fecundação;
b) no útero, onde normalmente ocorre a fecundação;
c) nos ovários, sendo os hormônios em questão a progesterona e o estrogênio;
d) no útero, sendo os hormônios em questão a progesterona e o estrogênio;
e) nas tubas uterinas, onde normalmente ocorre a fecundação.

011. (FGV/PC-RJ/PERITO LEGISTA/2021) Ainda hoje, apesar das enormes mudanças com-
portamentais e do aumento da tolerância com as diferenças, os transtornos da sexualidade
podem gerar consequências penais e civis na vida do indivíduo que os apresenta.
O curioso transtorno que se caracteriza pelo desejo da prática sexual com um parceiro sujo,
mal asseado, com má higiene, é denominado:
a) dolismo;
b) riparofilia;
c) mixoscopia;
d) frotteurismo;
e) masoquismo.

012. (NUCEPE/UESPI/PC-PI/PERITO MÉDICO LEGISTA/ÁREA PATOLOGIA/2018) Satisfa-


ção sexual centrada na cópula anal com mulher recebe o nome de:
a) Pederastia.
b) Uranismo.
c) Sodomia.
d) Sadismo.
e) Masoquismo.

013. (IBFC/POLÍCIA CIENTÍFICA DO PARANÁ/MÉDICO LEGISTA/ÁREA B/2017) A sexua-


lidade anômala é uma modificação qualitativa ou quantitativa do instinto sexual. Em relação
aos distúrbios da sexualidade, analise as afirmativas abaixo.
I – Autoerotismo é o impulso obsessivo à excitação dos órgãos genitais. É a prática orgásmica
autoerótica. É considerada anômala quando, pela duração e exclusividade, bloqueia a prática
da conjunção carnal normal.

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II – Epidismo é a tendência ao incesto, isto é, o impulso do ato sexual com parentes próximos.
III – Mixoscopia caracteriza-se pelo prazer sexual despertado em certos indivíduos em presen-
ciar o coito de terceiros.
Assinale a alternativa correta.
a) Todas as afirmativas estão corretas
b) Estão corretas apenas as afirmativas I e II
c) Estão corretas apenas as afirmativas II e III
d) Está correta apenas a afirmativa II
e) Está correta apenas a afirmativa III

014. (INSTITUTO AOCP/ITEP/PERITO MÉDICO LEGISTA/ÁREA PSIQUIATRA/2018) Quanto


à responsabilidade penal, é correto afirmar que
a) o agente maior de idade, portador de doença mental não responde criminalmente.
b) o agente maior de idade, portador de doença mental, não responde se no momento da omis-
são for inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato.
c) não responde o agente, portador de doença mental, que era, ao tempo da ação, inteiramente
incapaz de entender o caráter ilícito do fato.
d) é isento de pena o agente que, em virtude de perturbação da saúde mental, não era inteira-
mente incapaz de entender ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
e) o agente portador de doença mental, menor de idade, responde penalmente se, no momento
da ação ou da omissão, entender o caráter ilícito do fato.

015. (VUNESP/PC-BA/ESCRIVÃO DE POLÍCIA/2018) Imputabilidade é a condição de quem é


capaz de realizar um ato com pleno discernimento, sendo um fato subjetivo, psíquico e abstrato.
Ao cometer um delito, o indivíduo transforma essa capacidade em um fato concreto, o que se
denomina de imputação. Com relação ao aspecto médico-legal do tema, é correto afirmar que
a) o surdo e o mudo congênitos ficam parcialmente limitados de perceber o mundo de relação,
o que afeta a normalidade sensorial e os meios de reação de defesa, e, por isso, são conside-
rados inimputáveis.
b) a cleptomania é definida pela falta de controle no ato de furtar que, em geral, tem como alvo
objetos insignificantes e de pouco valor. Todavia, a condição é caracterizada por uma falha na
capacidade de controlar sua impulsividade, o que justifica a sua inimputabilidade.
c) a esquizofrenia pode levar a uma variedade de delitos, exóticos e racionalmente incompre-
ensíveis, que são considerados inimputáveis. Os mais graves são decorrentes da forma cata-
tônica, sobretudo na fase controlada da doença.
d) o Código Penal em vigor não exclui a responsabilidade por delito cometido sob o domínio
da paixão ou da violenta emoção, quando há injusta provocação da vítima, mas dá caráter ate-
nuante ao delito.
e) os menores de 16 anos são penalmente inimputáveis, embora a inimputabilidade seja par-
cial para os menores de 18 anos, já que podem sofrer punições, como prestação de serviços à
comunidade, liberdade assistida e internação em estabelecimento educacional por até 3 anos.

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GABARITO
1. a
2. c
3. a
4. a
5. d
6. b
7. E
8. C
9. C
10. c
11. b
12. c
13. c
14. c
15. d

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GABARITO COMENTADO
001. (CESPE/CEBRASPE/PC-MA/POLÍCIA CIVIL DO MARANHÃO/MÉDICO LEGISTA) De
acordo com a sexologia forense, o onanismo é:
a) um impulso obsessivo à excitação dos próprios órgãos genitais, comum na puberdade.
b) um transtorno da sexualidade caracterizado por uma predileção sexual primária por crian-
ças ou menores pré-púberes.
c) um transtorno da sexualidade sob o qual o indivíduo obtém prazer ao manipular os órgãos
sexuais de outro indivíduo.
d) a obtenção do prazer pela observação da cópula de outros indivíduos.
e) a predileção por ato sexual com mulheres em gestação.

O transtorno de sexualidade denominado Onanismo advém do a história bíblica de Onan –


obrigado a contrair casamento com a esposa de seu irmão morto – segundo a lei dos judeus,
a qual determinada que qualquer filho advindo desta nova relação seria atribuído – para fins de
sucessão hereditária – ao irmão de Onan. Inconformado, Onan, durante as relações sexuais,
interrompia o coito evitando ejacular dentro da companheira para que ela não engravidasse.
Provocando a ira divina, Onan foi morto por desperdiçar o sémen, ficando, desde então, seu
nome associado a prática da masturbação. O item “B” refere-se a pedofilia; item “C”, voyerismo
ou mixoscopia; item “D”, auto-erotismo ou psicolagnia; item “E”, Ciesolagnia.
Letra a.

002. (CESPE/2016/POLÍCIA CIENTÍFICA-PE/MÉDICO LEGISTA) De acordo com a himeno-


logia, é correto afirmar que:
a) o hímen tem uma face vaginal ou externa e uma face vulvar ou interna.
b) no hímen, a orla situa-se internamente ao óstio.
c) a borda de inserção, no hímen, relaciona-se com as paredes vaginais e a borda livre,
com o óstio.
d) a prática de ato libidinoso diverso de conjunção carnal desvirgina a mulher.
e) o hímen é um folheto epidérmico duplo, entremeado por estroma conjuntivo, contendo deli-
cadas fibras elásticas e colágenas, inervação e vascularização.

a) Errada. Mistura a face vaginal/interna com a face vulvar/externa.


b) Errada. A orla situa-se entre as bordas livres e de inserção e o óstio.
d) Errada. Hygino Hércules e Genival França cravam que a única prova de virgindade material é
a integridade himenal, desde que este hímen não seja complacente. Se o hímen for objeto de
rotura, desautorizada estará a afirmação pericial de virgindade.
e) Errada. Erra ao conceituar o hímen como um folheto epidérmico duplo; em verdade, é um
folheto mucoso duplo.
Letra c.

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003. (CESPE/2016/POLÍCIA CIENTÍFICA-PE/MÉDICO LEGISTA) Tendo em vista que o diag-


nóstico de gravidez é importante em medicina legal para a obtenção dos elementos dos cri-
mes de estupro e de aborto, assinale a opção correta.
a) A ausência de gravidez impede que realizadores de manobras abortivas sejam condenados
por crime de aborto provocado.
b) Para que ocorra a gravidez, é necessária a ocorrência de conjunção carnal ou qualquer outro
ato libidinoso.
c) Para tipificação de crime de aborto culposo, é condição que haja diagnóstico de gravidez por
ultrassonografia ou com visualização de imagem.
d) A mulher é considerada grávida somente quando existe embrião implantado no útero.
e) Verificação de gonadotrofina coriônica humana positiva caracteriza gravidez.

a) Certa. Traz o que chamamos de crime impossível por impropriedade absoluta do objeto, pre-
visto no artigo 17 do Código Penal, haja vista a visível ausência de materialidade para o crime
de aborto não haver vida intrauterina na vítima para o abortamento.
b) Errada. A alternativa esvazia as diversas formas de ocorrência de gravidez, por exemplo, a
prática da reprodução assistida por inseminação artificial.
c) Errada. O crime de aborto inadmite forma culposa.
d) Errada. Vai de encontro aos chamados fenômenos anômalos da gravidez, tais como casos
de superfecundação (onde no mesmo ciclo menstrual, dois ou mais óvulos – inclusive de pais
diferentes – podem ser fecundados); superfetação (fecundação de dois ou mais óvulos em
ciclos menstruais diferentes); gravidez ectópica (quando o embrião se aloja em localização
diversa da habitual); parto serôdio (que ocorre em data posterior à prevista); gravidez molar
(conhecido na literatura médica como patologia mola hidatiforme, caracterizado por um dis-
túrbio no processo de fertilização do óvulo, de modo que a placenta passa a ser gerada de
forma anormal, causando o falecimento fetal) e placenta embrionária (conhecida por gravidez
do ovo cego, é uma gestação rara onde se apresenta apenas o saco gestacional não havendo
desenvolvimento do embrião).
e) Errada. Segundo Genival França, o teste do hCG (hormônio gonadotrofina coriônica humana)
é um teste de resultado rápido que tem como finalidade detectar qualitativamente o hormônio
gonadotrofina coriônica humana (hCG) em amostras de soro ou urina. Este hormônio é secre-
tado durante a gravidez pela placenta. Não necessariamente um resultado positivo caracteriza
gravidez, pois poderá haver “falsos negativos” decorrentes do exame. Alguns tumores são pro-
dutores de gonadotrofina coriônica humana, como na doença trofoblástica gestacional, que
engloba as seguintes patologias:
• Mola hidatiforme (parcial ou completa).
• Mola invasiva.
• Coriocarcinoma.
• Tumor trofoblástico de sítio placentário.
Letra a.

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004. CESPE/CEBRASPE/SDS/SECRETARIA DE DEFESA SOCIAL DE PERNAMBUCO/MÉDICO


LEGISTA) Com relação a parto e a puerpério, assinale a opção correta.
a) A presença de bossa serossanguínea na cabeça do bebê é sinal de parto recente.
b) A loquiação caracteriza o fim do período puerperal.
c) O puerpério inicia-se com a perda do tampão mucoso.
d) Não é possível observar sinais de parto em partes do corpo diferentes do canal do parto.
e) A saída da placenta encerra o período puerperal.

Genival França (2015) a bossa serossanguinolenta é uma saliência violácea no couro cabelu-
do, decorrente da alta pressão uterina e que some de 24-36 horas após o parto. Ela não está
presente em todo recém-nascido. Não quer dizer que sua presença caracterize infanticídio,
mas a ausência, PODE representar que se passaram mais de 24 horas do parto.
b) Errada. Traz uma imprecisão acerca do fim do período puerperal, visto que é variável. Vai do
desprendimento da placenta até a volta do organismo materno às suas condições anteriores
ao processo gestacional. Dura, em média, 6 a 8 semanas. Já a Loquiação é o sangramento que
vem depois do parto (FRANÇA, 2015).
d) Errada. Basta lembra dos sinais de possível gravidez decorrente de cloasma gravídico ou
estrias e pigmentação da linha alba.
e) Errada. A alternativa “e” encontra-se errada pelos mesmos comentários da alternativa “b”.
Letra a.

005. (CESPE/CEBRASPE /PC-RJ/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL/2022) ___No dia 4/2/2022, H.


A. S., com 24 anos de idade, do sexo masculino, foi encontrado morto em quarto de hotel. Na
perinecroscopia, o perito criminal descreveu que a vítima foi encontrada com um laço no pes-
coço, nua, apontando preliminarmente para a possibilidade de suicídio por estrangulamento,
pois as câmeras do hotel não haviam registrado entrada ou saída de pessoas do apartamento
da vítima, e a porta estava fechada por dentro. Posteriormente, conforme a investigação avan-
çou, a família relatou dados específicos sobre o comportamento sexual da vítima, o que levou
o delegado de polícia a considerar a hipótese de morte acidental.
Com base nas informações apresentadas nessa situação hipotética, é correto considerar a
hipótese da parafilia denominada
a) coprolalia.
b) frotteurismo.
c) dolismo.
d) hipoxifilia.
e) clismafilia.

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Vamos revisar, com a ajuda do nosso material em PDF, os distúrbios ou transtornos de sexua-
lidade ora relacionados pelo examinador:
• Coprolalia: é o prazer sexual obtido por meio do proferimento de palavras vulgares ou
obscenas;
• Frotteurismo: também conhecido por tribadismo, é a prática homossexual feminina de
mútua atrição genital;
• Dolismo ou Dollismo: basta lembrarmos das bonecas Dolly: é o prazer sexual por bonecas;
• Hipoxifilia: também conhecida por asfixiologia, é a excitação e satisfação erótica asso-
ciada à prática da auto-asfixia.
• Clismafilia: é uma parafilia onde a excitação é causada por enemas (aplicação de um
tudo com líquidos na região do reto).
Letra d.

006. (CESPE/CEBRASPE/PC-MA/MÉDICO LEGISTA/2018) A riparofilia é o(a)


a) crime de infanticídio caracterizado pela morte de filho recém-nascido causada pelo pai.
b) a perversão sexual que uma pessoa tem de se relacionar com mulheres desasseadas, pre-
ferindo aquelas que estejam menstruadas.
c) relação sexual com o uso de objetos durante o ato com a finalidade de obter maior satisfa-
ção durante a cópula.
d) crime de abandono de recém-nascido cometido pelo pai.
e) crime caracterizado pela penetração de pênis em vagina sem o consentimento ou sob
grave ameaça.

A riparofilia está comumente ligada ao ato de prazer sexual onde a libido do indivíduo se des-
perta diante de pessoas que não se apresentam em condições normais de higiene básica.

EXEMPLO
Sujos, suados, ato sexual durante a menstruação, ato sexual com pessoas de baixa vulnerabi-
lidade social que não dispõe de higiene básica, por exemplo, moradores de rua etc.
Letra b.

007. (CESPE/CEBRASPE/DPF/PERITO CRIMINAL/ÁREA MEDICINA/2018) Texto associado


Julgue os itens subsequentes, relativos à psicopatologia forense.
Verificada imputabilidade penal plena, o perito deve fazer constar no laudo pericial a conclusão
de que o periciado era, à época do exame pericial, plenamente capaz de entender o caráter
ilícito do fato e de determinar-se de acordo com esse entendimento.

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O perito criminal, em verdade, deverá constar no laudo pericial a conclusão de que o periciado
era, ao tempo da ação ou omissão, plenamente capaz de entender o caráter ilícito do fato e de
determinar-se de acordo com esse entendimento, de acordo com o que prevê o artigo 26 do
Código Penal.
Errado.

008. (CESPE/CEBRASPE/PC-SE/DELEGADO DE POLÍCIA SUBSTITUTO/2018) A respei-


to de identificação médico-legal, de aspectos médico-legais das toxicomanias e lesões por
ação elétrica, de modificadores da capacidade civil e de imputabilidade penal, julgue os itens
que se seguem.
A epilepsia é uma doença que, geralmente, não influencia na capacidade civil e na imputabili-
dade penal das pessoas.

Ótima questão para complementarmos os estudos da presente aula. A epilepsia, espécie de


perturbação da saúde mental, segundo França (2018), são “situações nas quais o indivíduo
pode ter ataques convulsivos, que repercutirá de forma mais ou menos específica no registro
eletroencefalográfico”. Já Roberto Blanco (2020) descarta a epilepsia como uma doença men-
tal, mas sim uma alteração eletro-neurológica que acomete o sistema nervoso central, acarre-
tando reflexos no sistema neuromuscular, inclusive com movimentos involuntários. O denomi-
nado crime epilético ocorre quando o epilético comete o delito com algumas características
básicas como a multiplicidade de lesões, inclusive, desnecessárias; não motivação para o cri-
me; amnésia anterior ao delito; ausência de premeditação ou remorso e pouca ou nenhuma
preocupação em ocultar os instrumentos do crime. Geralmente, os epiléticos são considera-
dos semi-imputáveis, respondendo criminalmente com uma causa de diminuição de pena.
Certo.

009. (CESPE/CEBRASPE/DPF/PERITO CRIMINAL/ÁREA MEDICINA/2018) Julgue os itens


subsequentes, relativos à psicopatologia forense.
A esquizofrenia é uma das psicoses encontradas com mais frequência nos réus que se sub-
metem a exame de imputabilidade penal, sendo esses periciandos, geralmente, considerados
inimputáveis.

Segundo o magistério de Genival França (2018), a esquizofrenia é um transtorno psicótico, de


origem endógena, de forma episódica ou progressiva, de manifestações polimorfas e varia-
das, comprometendo o psiquismo na esfera afetivo-instintiva e intelectiva, sobrevindo, quase
sempre, na adolescência e sendo de etiologia desconhecida. Não se sabe se esse mal é uma
entidade clínica, uma síndrome ou um modo existencial. Os transtornos esquizofrênicos ca-
racterizam-se por uma distorção do pensamento e da percepção e por um afeto inadequado.
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A esquizofrenia, principalmente na sua forma paranoide, manifesta-se pelas ideias delirantes,


tanto de grandeza como de perseguição, com distúrbios da afetividade, deixando o agente in-
teiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato que se lhe atribui. Sua mente, desagre-
gada e partida, desequilibra o seu pensar e os seus sentimentos com o mundo exterior, o faz
trazer em suas ideias delirantes interpretações absurdas e mórbidas, tirando-lhe a capacidade
de entendimento e determinação. Quando autores de crime, na fase sintomática dessa forma
de transtorno mental, são inimputáveis, sujeitos a medidas de segurança pela sua alta peri-
culosidade. A valorização penal deve equivaler ao estado mental no momento do crime, fato
este que nem sempre é aceito, por entender-se que eles são inimputáveis em qualquer estado.
Outros acham que, quando parcialmente curados, sua capacidade de imputação é relativa e,
quando comprovadamente curados, respondem pela sua total imputabilidade.
Certo.

010. (FGV/PC-RJ/AUXILIAR POLICIAL DE NECROPSIA DE 3º CLASSE/2022) O aparelho


genital feminino é formado pelos órgãos genitais internos e externos.
A produção dos principais hormônios sexuais pelo corpo feminino é feita:
a) nos ovários, onde normalmente ocorre a fecundação;
b) no útero, onde normalmente ocorre a fecundação;
c) nos ovários, sendo os hormônios em questão a progesterona e o estrogênio;
d) no útero, sendo os hormônios em questão a progesterona e o estrogênio;
e) nas tubas uterinas, onde normalmente ocorre a fecundação.

Os principais hormônios sexuais femininos são o estrógeno e a progesterona, produzidos prin-


cipalmente pelos ovários durante a vida reprodutiva. Além disso, o hormônio folículo-estimulan-
te (FSH, sigla em inglês) é produzido pela hipófise, uma glândula localizada na base do cérebro.
O FSH e o LH, por sua vez, estimulam os ovários, respectivamente, na maturação dos óvulos e
na ovulação. O estradiol e a progesterona têm ação sobre o útero, preparando-o para implanta-
ção do óvulo fecundado. Na ausência de fecundação, os níveis de estradiol e de progesterona
no sangue caem e ocorre a descamação da mucosa interna do útero (a menstruação).
Letra c.

011. (FGV/PC-RJ/PERITO LEGISTA/2021) Ainda hoje, apesar das enormes mudanças com-
portamentais e do aumento da tolerância com as diferenças, os transtornos da sexualidade
podem gerar consequências penais e civis na vida do indivíduo que os apresenta.
O curioso transtorno que se caracteriza pelo desejo da prática sexual com um parceiro sujo,
mal asseado, com má higiene, é denominado:

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a) dolismo;
b) riparofilia;
c) mixoscopia;
d) frotteurismo;
e) masoquismo.

Vamos conceituando, resumidamente, um a um? O dolismo é a atração sexual por bonecas; a


mixoscopia é um transtorno sexual onde um indivíduo obtém prazer manipulando os órgãos
genitais de outro indivíduo; o frotteurismo ou tribadismo é a prática homossexual feminina de
mútua atrição genital; o masoquismo se caracteriza por um transtorno sexual onde o indivíduo
sente prazer sexual a partir do autossofrimento ou auto humilhação a que se submete no cam-
po sexual com seu parceiro.
Letra b.

012. (NUCEPE/UESPI/PC-PI/PERITO MÉDICO LEGISTA/ÁREA PATOLOGIA/2018) Satisfa-


ção sexual centrada na cópula anal com mulher recebe o nome de:
a) Pederastia.
b) Uranismo.
c) Sodomia.
d) Sadismo.
e) Masoquismo.

Mais uma vez! Vamos conceituando, resumidamente, um a um? A pederastia e o uranismo são
comumente sinônimos ligados a homossexualidade masculina. Alguns conceituam com a có-
pula anal entre homens; outros, ligam o transtorno sexual na atração por homens mais jovens.
O sadismo é o transtorno sexual onde o indivíduo sente prazer com sofrimento do parceiro. O
masoquismo, por sua vez, é a obtenção de prazer diante do auto sofrimento ou auto humilha-
ção em que o indivíduo se submete.
Letra c.

013. (IBFC/POLÍCIA CIENTÍFICA DO PARANÁ/MÉDICO LEGISTA/ÁREA B/2017) A sexua-


lidade anômala é uma modificação qualitativa ou quantitativa do instinto sexual. Em relação
aos distúrbios da sexualidade, analise as afirmativas abaixo.
I – Autoerotismo é o impulso obsessivo à excitação dos órgãos genitais. É a prática orgásmica
autoerótica. É considerada anômala quando, pela duração e exclusividade, bloqueia a prática
da conjunção carnal normal.
II – Epidismo é a tendência ao incesto, isto é, o impulso do ato sexual com parentes próximos.
III – Mixoscopia caracteriza-se pelo prazer sexual despertado em certos indivíduos em presen-
ciar o coito de terceiros.

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Assinale a alternativa correta.


a) Todas as afirmativas estão corretas
b) Estão corretas apenas as afirmativas I e II
c) Estão corretas apenas as afirmativas II e III
d) Está correta apenas a afirmativa II
e) Está correta apenas a afirmativa III

Porque a afirmativa I está incorreta? O transtorno sexual conhecido por auto-erotismo ou psi-
colagnia, também conhecido por coito psíquico de Hammond, é o prazer erótico sem a partici-
pação física de um terceiro. O item “I”, em verdade, nos homens, é conhecido como onanismo
ou quiromania. Nas mulheres, a masturbação em excesso é característica ligada ao distúrbio
psicológico ninfomaníaco.
Letra c.

014. (INSTITUTO AOCP/ITEP/PERITO MÉDICO LEGISTA/ÁREA PSIQUIATRA/2018) Quanto


à responsabilidade penal, é correto afirmar que
a) o agente maior de idade, portador de doença mental não responde criminalmente.
b) o agente maior de idade, portador de doença mental, não responde se no momento da omis-
são for inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato.
c) não responde o agente, portador de doença mental, que era, ao tempo da ação, inteiramente
incapaz de entender o caráter ilícito do fato.
d) é isento de pena o agente que, em virtude de perturbação da saúde mental, não era inteira-
mente incapaz de entender ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
e) o agente portador de doença mental, menor de idade, responde penalmente se, no momento
da ação ou da omissão, entender o caráter ilícito do fato.

Nesta questão o examinador realiza “trocadilhos” com a regra prevista no artigo 26 do Có-
digo Penal.
a) Errada. O agente maior de idade que possua doença mental não pode ser considerado inim-
putável ao menos que, ao tempo da ação ou omissão delitiva, seja inteiramente incapaz de
entender o caráter ilícito do fato.
b) Errada. O agente era “inteiramente capaz”.
d) Errada. O termo “não era inteiramente incapaz” leva questão para os casos de semi-imputá-
veis ou fronteiriços, os quais fazem jus a uma redução de pena.
e) Errada. A menoridade penal se presume quando a exclusão de culpabilidade.
Letra c.

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015. (VUNESP/PC-BA/ESCRIVÃO DE POLÍCIA/2018) Imputabilidade é a condição de quem


é capaz de realizar um ato com pleno discernimento, sendo um fato subjetivo, psíquico e abs-
trato. Ao cometer um delito, o indivíduo transforma essa capacidade em um fato concreto,
o que se denomina de imputação. Com relação ao aspecto médico-legal do tema, é correto
afirmar que
a) o surdo e o mudo congênitos ficam parcialmente limitados de perceber o mundo de relação,
o que afeta a normalidade sensorial e os meios de reação de defesa, e, por isso, são conside-
rados inimputáveis.
b) a cleptomania é definida pela falta de controle no ato de furtar que, em geral, tem como alvo
objetos insignificantes e de pouco valor. Todavia, a condição é caracterizada por uma falha na
capacidade de controlar sua impulsividade, o que justifica a sua inimputabilidade.
c) a esquizofrenia pode levar a uma variedade de delitos, exóticos e racionalmente incompre-
ensíveis, que são considerados inimputáveis. Os mais graves são decorrentes da forma cata-
tônica, sobretudo na fase controlada da doença.
d) o Código Penal em vigor não exclui a responsabilidade por delito cometido sob o domínio
da paixão ou da violenta emoção, quando há injusta provocação da vítima, mas dá caráter ate-
nuante ao delito.
e) os menores de 16 anos são penalmente inimputáveis, embora a inimputabilidade seja par-
cial para os menores de 18 anos, já que podem sofrer punições, como prestação de serviços à
comunidade, liberdade assistida e internação em estabelecimento educacional por até 3 anos.

a) Errada. Os surdos e mudos merecem especial atenção da lei civil (artigo 4º, III, CC/02), mas
isso não significa que são penalmente inimputáveis, devendo-se se submeter as regras gerais
do artigo 26 do CP.
b) Errada. Os cleptomaníacos atestados em exame pericial ou laudos psiquiátricos são consi-
derados semi-imputáveis, recebendo regramento do artigo 26, §único do CP, reduzindo-se sua
pena de 1/3 a 2/3.
c) Errada. Os esquizofrênicos, quando autores de crime, na fase sintomática paranoide, são
inimputáveis, sujeitos a medidas de segurança pela sua alta periculosidade. Nos demais ca-
sos, deve-se atentar para as regras do artigo 26, CP.
d) Certa. Traz regra insculpida no artigo 28, I c/c artigo 65, III, “c”, 2ª parte do CP.
e) Errada. Contraria a regra prevista no artigo 27 do CP e confunde os atos infracionais pra-
ticados por adolescentes, sujeitos ao regramento do E.C.A. e suas medidas socioeducativas
dando a estas conceitos equivocados de inimputabilidade parcial.
Letra d.

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REFERÊNCIAS
BLANCO, Roberto. Site: estudo com Roberto Blanco. Disponível em: https://estudocomro-
bertoblanco.com/. Acesso em: 01 jun. 2022 a 01 ago. 2022.
CROCE, Delton; CROCE JÚNIOR, Delton. Manual de Medicina Legal. 8ª edição: Ed. Sa-
raiva, 2012.
FRANÇA, Genival Veloso. Medicina Legal. 10ª edição, ed. Gen., 2015.
FRANKLIN, Reginaldo. Perguntas e respostas comentadas de Medicina Legal. 2ªed:
Rubio, 2014.
FERREIRA, Wilson Luiz Palermo. Medicina Legal. Coleção sinopses para concursos, Ed.
Juspodvm, 2020.
GALVÃO, Malthus Fonseca. Site de apoio ao processo de ensino aprendizagem do LOAF-
MEL. Faculdade de Medicina, Universidade de Brasília (UnB), 2020. Disponível em: www.mal-
thus.com.br. Acesso em: 27 set. a 05 nov. 2021.
HERCULES, Hygino de Carvalho. Medicina Legal – texto e atlas. Ed. Atheneu, 2011.
CUNHA, Rogério Sanches. Manual de Direito Penal. Parte Especial. Volume único. 15ªed.
Ed. Juspodvm, 2022.

Dalbertom Caselato Junior


Policial Civil do DF. Bacharel em Relações Internacionais e Direito. Especialista em Direito Público, mestre
e doutorando em Direito Penal e Criminologia (CEUB-DF). Professor da Escola Superior da PCDF e de
cursinhos para concursos.

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