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O que é sexualidade? O que é sexualidade?

Disfunções sexuais: diagnóstico e “A sexualidade é parte integrante da personalidade de cada ser


humano. Seu desenvolvimento depende da satisfação de O comportamento sexual se refere a uma resposta vital do
tratamento necessidades humanas básicas tais como desejo de contato, organismo selecionada como típica da espécie, também a uma
intimidade, expressão emocional, prazer, ternura e amor…”. resposta do indivíduo enquanto ser dotado de repertório
comportamental e agente de sua história e se relaciona a um tipo de
Associação Mundial de Sexologia
prática sexual selecionada em uma cultura. Ele é produto de
contingências ambientais filogenéticas, ontogenéticas e culturais.
Prof. Ms. Paulo Henrique B. do Carmo
 Embora seja comum a sexualidade se confundir com o erotismo,
a genitalidade e as relações sexuais, o fato é que esse campo do
desenvolvimento humano pode ser entendido num sentido mais
amplo e deve incluir a conscientização sobre o próprio corpo e a
forma de se relacionar amorosamente.

As quatro fases fisiológicas da resposta O ciclo sexual de Masters e Johnson O que seria disfunção sexual?
sexual humana
 EXCITAÇÃO é caracterizada pelo ímpeto de sensações eróticas e pela
obtenção da ereção no homem e da lubrificação vaginal na mulher. As  Inabilidade para ficar excitado ou atingir o orgasmo
manifestações de tensão sexual incluem também uma reação corporal nas relações sexuais.
generalizada de congestão dos vasos sanguíneos.
 PLATÔ é o estado mais avançado de excitação, que ocorre logo antes  O conceito atual baseia-se no não funcionamento
do orgasmo. Durante o platô, a resposta vasocongestiva local do órgão adequado de uma ou mais fases que compõe o ciclo
sexual primário se encontra no auge em ambos os sexos.
sexual.
 ORGASMO é uma fase limitada a poucos segundos da vivência de um
clímax involuntário, e que uma série de contrações musculares
descarrega as tensões sexuais acumuladas durante as fases anteriores.
 RESOLUÇÃO é a fase final do ciclo da resposta sexual; respostas
fisiológicas locais especificamente cessam e todo o corpo volta ao estado
normal.
Transtornos sexuais: fonte do problema Transtornos sexuais: fonte do problema Transtornos sexuais: crenças distorcidas
 Primeiro passo: investigação de fatores orgânicos Exemplos:
 O comportamento adotado na hora do ato sexual é um
(diabetes, alcoolismo, danos na coluna vertebral,  “Sexo só faz sentido com penetração e orgasmo”.
dos principais fatores na falha sexual:
distúrbios neurológicos, patologias penianas, problemas
circulatórios e deficiências hormonais).  “A ereção deve ocorrer rapidamente ao menor contato
Excitação Prazer (errado)
Prazer Excitação (certo) sexual”.
 Segundo passo: investigação da história de vida do
cliente em relação a atividades sexuais.  “O(a) parceiro(a) só terá prazer se eu tiver uma boa
ereção”.
 Terceiro passo: investigação das crenças e regras que o  O excesso de preocupação e auto-observação em relação
cliente possui em relação a sexualidade. a ereção desvia a atenção dos estímulos sexuais: o
 “Eu pareço uma puta quando gozo”.
homem assume o papel de espectador.
 Quarto passo: investigação das práticas sexuais atuais e  “Sexo e o corpo são sujos”.
autoimagem.

Transtornos sexuais: crenças distorcidas Anorgasmia Anorgasmia


Maria Dificuldade e/ou incapacidade de atingir o
36 anos, empresária, separada, mãe de uma filha de 17 anos. Procura terapia orgasmo, ou que só é conseguido através da
Para uma boa relação sexual é importante que a pessoa por nunca ter conseguido sentir orgasmo na vida. Obrigada a casar aos 19 masturbação.
distribua as responsabilidades, aumente as fantasias, e anos devido a uma gravidez acidental, relata nunca ter amado o ex-marido, e 3 em cada 5 mulheres queixam-se de
mude a visão de sexo extremamente genitalizada, para descreve os 6 anos de casada como os piores da vida, devido às constantes dificuldades ou falta de orgasmo quando se
brigas e escassez afetiva. Além disso, a relação sexual com o ex-marido consulta com um especialista em sexualidade
uma visão mais lúdica, prazerosa e descomprometida com sempre foi ruim. Segundo a cliente, o pênis do seu companheiro era muito
regras. grande e a machucava. Maria nunca teve o hábito de se masturbar, não Podemos dividir as queixas em 2 grupos
atingindo também o orgasmo clitoriano. primários:

Após o termino do casamento Maria já se envolveu em outros dois 1. Mulheres que nunca tiveram experiência de
relacionamentos, mas ambos também sexualmente insatisfatórios. Ela não orgasmo não importa a circunstancia;
sentia mais dor durante a penetração, mas não conseguia chegar ao 2. Mulheres que conseguem orgasmo com
orgasmo. Relatava se sentir uma mulher insuficiente para seus parceiros, e masturbação ou manipulação clitoriana.
isso a deixava se sentindo mal, como se não fosse completa.
Anorgasmia Anorgasmia: tratamento O tratamento
Técnicas Gerais:
CAUSAS: Estrutura das sessões
Relaxamento
 Primeiro passo: inicialmente o processo psicoterapêutico focou na
 Psicológica: Auto – erotização história de aprendizagem sexual das participantes, e na discussão em
• são principalmente psicológicas; como aspectos culturais da compreensão sobre a sexualidade podem
Biblioterapia
• problemas nos relacionamentos interpessoais;
interferir no desenvolvimento de uma vida sexual mais saudável,
• conflitos a respeito da sexualidade; Técnica do auto reconhecimento corporal
trabalhando estratégias na produção da variabilidade comportamental
• falta de conhecimento do próprio corpo e sensações;
através da psicoeducação. Foi utilizado o livro Sexo no Cativeiro da
• dificuldade na intimidade e comunicação do casal em assuntos sobre sexo.
Técnicas especificas: autora Esther Perel.
 Orgânica: Focalização sensorial
• acidentes que atingem a medula espinhal;
Masturbação
• alterações hormonais;
• corrimentos vaginais frequentes; Manobra da ponte
• anormalidades na forma da vagina, do útero ou dos músculos que formam a Exercícios de Kegel
região pélvica.

Falácias sobre relacionamentos Características de relacionamentos Rotina e monotonia


satisfatórios
 Qual a diferença entre rotina e monotonia?
 A rotina desgasta os relacionamentos.  1 +1 = 3
 Estar casado com alguém é dividir os momentos que se repetem e, por esta
mesma razão, se aprimoram, ou seja, ao contrário do que se imagina
 Precisamos abrir mão de coisas para dar certo.  Desejo é produto de admiração. costumeiramente, a rotina pode ser rica, alegre e prazerosa, proporcionando
espaço para a construção diária de sentimentos positivos para o casal.
 Dois se tornam um em um relacionamento.  Assertividade de ambos.  Rotina pode ser produtiva; Monotonia leva ao tédio.

 Só irei desejar a pessoa que amo.  Cuidados pessoais.  Somos responsáveis pela construção do relacionamento. Rotina e monotonia
são apenas nomes dados a uma condição de vida que construímos.

 Se não der certo, era porque ele(a) não era para mim.  Variabilidade comportamental.  A ideia distorcida de que a monotonia é comum a qualquer relacionamento
acaba por desencadear um quadro de conformismo entre os parceiros,
impelindo-os cada vez mais para o distanciamento e sofrimento.
 É minha obrigação cuidar do meu parceiro.  Ausência de controle coercitivo.
Rotina e monotonia Rotina e monotonia Rotina e monotonia

 Perel (2007) observa que, na maioria das vezes: Segundo Bader (2002):
Sinais a ser observados sobre o cotidiano destrutivo:
“O aumento da intimidade afetiva é acompanhado por uma “A busca do prazer exige certa dose de egoísmo, e quando
1. Falta de atenção
diminuição do desejo sexual. A desintegração do desejo se está preocupado e concentrado no bem-estar do parceiro,
2. Falta de interesse não é fácil se permitir esse sentimento. Logo, o problema da
parece ser uma consequência não intencional da criação da
intimidade. O sentimento de intimidade emocional atrapalha 3. Falta de investimento perda do desejo não tem relação com falta de amor, pelo
o que anteriormente excitava sexualmente os parceiros, 4. Falta de criatividade contrário, é pela percepção de um parceiro preocupar-se em
sendo necessário criar uma distancia psicológica”. demasia que pode se criar um sentimento de
5. Falta de dedicação
responsabilidade pelo outro que dificulta curtir a prazerosa
6. Acomodação busca da satisfação sexual e do arrebatamento erótico”.
7. Irritabilidade

Rotina e monotonia Relacionamento não é simbiose Vaginismo e dispareunia


Rita
“Muitos casais acabam deteriorando a paixão ao tentar 23 anos, estudante, casada há 3 meses, sem filhos, virgem. Apresenta
“O amor é a expressão da intimidade entre dois seres quadro de ansiedade durante relação sexual, o que ocasiona em pouca
estabelecer a segurança. É ilusão acreditar que os lubrificação e estreitamento do canal vaginal. Sente muitas dores quando o
relacionamentos podem se tornar permanentes, posto que os humanos, sempre e toda vez que se preservar a marido tenta a penetração, o que ocasiona na interrupção do ato sexual.
seres humanos, como a natureza, estão em constante integridade de cada um.” Relata sentir prazer quando o marido esfrega o pênis no clitóris, ou a
transformação. A grande verdade é que, ao trocar a paixão Erich Fromm masturba. Não pratica sexo oral, pois diz ser nojento.

pela estabilidade, troca-se apenas uma fantasia pela outra. A


primeira, porque é passageira e irrealista, e a segunda, “Uma relação saudável seria aquela em que cada Sandra
porque não se pode assegurar, de maneira alguma, a componente tem a sua própria identidade e deseja 37 anos, fonoaudióloga, casada há 9 anos, mãe de uma menina de 7 anos.
permanência de alguém ao nosso lado”. fazer o bem à pessoa amada, sem esperar Relata que há 3 anos vem sentindo dores e perdendo a lubrificação
recompensa.” durante o ato sexual com o marido. Fingi então sentir orgasmo para
encerrar a relação sexual. Após o marido sair ou dormir, atingi orgasmo se
(Almeida, 2012) Rosset masturbando pensando em outros homens.
Dispareunia Dispareunia: causas educativas e emocionais Dispareunia: tratamento
 Manifesta-se como dor genital. Investiga-se a qualidade do jogo sexual prévio e estimula-se a
Educação sexual repressiva; instrumentalização de novos modos de aproximação erótica que
Possíveis causas orgânicas: Manutenção de crenças e preconceitos; permitam assegurar uma excitação intensa na mulher, com a
 DSTs, infecções, etc; lubrificação concomitante. Se mesmo ao ser alcançado este objetivo a
Culpa diante da expressão da sexualidade;
dor não diminuir, continua-se com os seguintes passos:
Problemas orgânicos não patológicos - útero
Infância traumática no que se refere a expressão sexual;
Suspende-se transitoriamente qualquer tentativa de coito;
invertido; Personalidade inibida;
Trabalha-se primeiramente os medos diante das tarefas especificamente
História sexual traumática; genitais para assegurar o êxito gradual;
Hábitos particulares - excesso de higiene vaginal,
utilização do DIU, etc. Desconhecimento e falta de informação sexual;
Instrumentaliza-se a dessensibilizarão sistemática, que consiste na
Estresse, esgotamento e falta de trabalho; exposição gradual imaginativa aos estímulos ansiogênicos;
Master e Johnson afirma que ocorre em qualquer
idade e pode aparecer antes, durante e após o Intensa ansiedade;
coito. A dor aparece como ardor, dor constante, Realiza-se uma exposição gradual da situação temida;
queimação ou contração e pode por Falta de desejo sexual e de lubrificação vaginal;
consequência alterar o desejo, a excitação e o
orgasmo.

Vaginismo Vaginismo: alguns fatores Vaginismo: tratamento


Na maioria das vezes apresenta fobia à
Consiste essencialmente na extinção
O Vaginismo é uma contração involuntária penetração. da resposta vaginal condicionada.
dos músculos da vagina, a mulher não tem o Isso é realizado pela introdução, em
menor controle sobre esta resposta do corpo. A Consiste em comportamentos respondentes e
qualquer momento com a possibilidade de operantes, havendo a possibilidade de serem condições de relaxamento e
vivência sexual o músculo da vagina vai se resultados de contingências aversivas, tranquilidade, de objetos de tamanho
fechar sem que ela sequer perceba o que gradualmente crescente introito
aconteceu. aprendidas pela cultura ou pelas relações
interpessoais da pessoa. vaginal. Quando a paciente puder
Medo de homens e ignorância sobre o sexo tolerar um objeto de dimensões
Vai existir a tentativa de penetração e a
impossibilidade de penetração. conduzem a ansiedade gerando fobia, o que fálicas estará curada.
favorece o desenvolvimento do vaginismo.
Uma mulher com vaginismo não consegue Atitudes severas e restritivas de pais que
sequer fazer um exame preventivo. evocam sentimentos de culpa, manifestando Os clínicos empregam uma variedade Cateteres graduados de
opinião aversiva a respeito do sexo. de objetos a serem inseridos na vidro, borrachas ou tampão
vagina para descondicionamento.
Vaginismo: tratamento O tratamento O tratamento
Estrutura das sessões
Estrutura das sessões
1. A técnica de Kaplan: é a mais emocionalmente aceita,  Segundo passo: foi proposta a experimentação de técnicas de
 Quarto passo: tratou da intervenção de determinadas disfunções sexuais,
porque indica o emprego do dedo da paciente e de seu autoconhecimento corporal através da masturbação, prática de relaxamento
e em como as participantes poderiam auxiliar seus parceiros na ocorrência
parceiro e, portanto tem menor probabilidade de e do uso de acessórios
de ejaculação precoce ou disfunção erétil.
resistência a terapia.

2. Dessensibilização Sistemática:É realizada objetivando


a exposição progressiva da paciente em situações
ansiogênicas. À medida que isso ocorre, a paciente vai
cada vez mais se dessensibilizando até extinguir
 Terceiro passo: direcionou o processo psicoterapêutico para o
completamente sua ansiedade diante de uma situação desenvolvimento do comportamento assertivo em relação às necessidades
que anteriormente a evocava. afetivo-sexuais das clientes com os seus parceiros. Utilizamos o livro Falo
ou não falo da autora Fátima Conte.

Joana Mônica
27 anos, bancária, casada há 7 anos, dois filhos (4 e 2 anos de idade). 42 anos, dona de casa, casada há 20 anos, mãe de um adolescente de 13 anos.
Amiga de Maria da igreja, busca terapia pela indicação da mesma. Traz Busca terapia para aprender a lidar com sua “falta de vontade” em fazer sexo.
como demanda a insatisfação do marido com sua “performance sexual”.
Sente-se triste pelas severas críticas que o marido a faz, mas não consegue
Relata que o marido a procura, mas sempre diz estar indisposta. Explica sua falta
de vontade devido ao uso da fluoxetina (toma a medicação há 18 meses) e ao Disfunções sexuais
quadro depressivo. Entretanto, seu baixo desejo sexual ocorre há mais de 10
realizar os “pedidos pervertidos” do marido por se sentir suja. Segundo a
cliente o marido não quer uma esposa e sim uma puta na cama. Buscou anos. O quadro veio apenas piorando. masculinas
terapia por insistência do marido, mas acredito que o problema é dele. Não
consegue especificar se a relação sexual é boa, respondendo apenas que é Mônica relata ter sido muito “fogosa” na juventude, mas nunca conseguiu realizar
suas fantasias. Relata ter sido um erro ter casado tão jovem, e que seu marido é
normal. Relata “achar” ter orgasmo. Não pratica masturbação. Segundo a
muito machista.
cliente, já se masturbou no passado, mas não sente necessidade por ser
uma mulher casada.
Definição Disfunção Erétil Fatores orgânicos
 Disfunção sexual, segundo Lettner e Brtito (1988), refere-  Inabilidade de atingir ou manter uma  A impotência masculina é muitas vezes um sinal de um outro problema
ereção suficiente para ter relações ou doença. Como um exemplo, quase 60% de todos os casos de
se a uma capacidade de iniciar, manter e terminar uma diabetes que ocorrem na vida adulta são detectados através da
relação sexual satisfatória; sexuais, e inclui a inabilidade de impotência.
conseguir uma ereção depois do
 Uma resposta sexual pode caracterizar-se como um estímulo sexual e a perda de ereção  Diabetes
antes de chegar à ejaculação.  Problemas de coração
problema a depender do contexto ambiental em que se  Hipertensão
insere; A disfunção erétil é classificada na  Colesterol elevado e má circulação sanguínea por ter artérias
bloqueadas
literatura como:  Cirurgias à próstata, intestinos ou coluna cervical
 Nos homens as principais disfunções sexuais são:  Doenças no fígado ou nos rins
Primária
impotência sexual, ejaculação precoce e incapacidade  Disfunções hormonais ou na tiroide
Secundária  Doença de Parkinson
ejaculatória.  Lesões, particularmente de andar de bicicleta, equitação ou ginástica
Casuais

Fatores psicológicos Estilo de vida Medicamentos


 Fatores psicológicos contribuem diretamente para cerca de 10% a  Muitos fatores do estilo de vida podem levar a problemas de disfunção erétil e
20% dos causas da disfunção erétil. Apesar disso os homens com impotência. Fazer mudanças positivas ao seu estilo de vida vai ajudar a  Os medicamentos que podem levar ao aparecimento da disfunção
uma causa orgânica para impotência masculina podem experienciar melhorar a saúde em geral e ajudar a superar os problemas relacionados com erétil são os seguintes:
indiretamente reações psicológicas. a impotência.
 Antidepressivos, antipsicóticos e tranquilizantes
 Depressão e problemas de ansiedade  Fumar  Medicamentos para controlar a pressão sanguínea
 Estresse pós traumático  Consumo de álcool excessivo  Medicamentos para diminuir e suprimir o apetite
 Fadiga mental  Utilização de drogas ilícitas. Em particular a heroína, marijuana,  Anti-histaminicos (antialérgicos)
 Trauma e abuso psicológico cocaína e esteroides anabólicos  Beta bloqueadores utilizados para controlar as anginas e a pressão
 Problemas com a sua identidade sexual  Obesidade extrema sanguínea.
 Problemas de relacionamento  Falta de exercício e um estilo de vida sedentário
 Temor de desempenho
 Baixa autoestima
 Conflitos religiosos

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Ejaculação precoce Ejaculação precoce Ejaculação precoce
 Na ejaculação precoce o homem é incapaz de exercer  O tempo recorrente da ejaculação dos indivíduos do sexo
controle sobre seu reflexo ejaculatório, logo, uma vez masculino é relativo a inúmeros fatores. Dentre eles,
1. Critério A: Ejaculação persistente ou recorrente devido à
excitado atinge o orgasmo rapidamente. idade, experiência em outras relações sexuais, novidade estimulação sexual mínima, antes, durante ou logo após a
da parceira, situação sexual, frequência da atividade penetração, e no tempo não desejado pelo indivíduo.
sexual recente, dependência e/ou abstinência de opioides
 Não está relacionado necessariamente ao tempo mínimo e consumo situacional de substâncias ansiolíticas. Três 2. Critério B: A disfunção é reconhecida como contribuinte para o
do intercurso ou ao tempo que o homem leva para ejacular. sofrimento e insatisfação com a própria vida sexual e a do cônjuge.
critérios são apontados como necessários para que se
caracterize o quadro da disfunção: 3. Critério C: A situação de ejaculação não deve ser efeito de algum
tipo de substância psicoativa ingerida naquele momento.
 O diagnóstico é feito quando o homem regularmente
ejacula antes ou imediatamente após penetrar a vagina.

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Fatores orgânicos Ejaculação Inibida Fatores orgânicos


 Uso intermitente de drogas (heroína, cocaína e álcool);
 Anormalidades prostáticas;  A Incapacidade Ejaculatória, também conhecida como  Alguns casos de diabetes;
 Inflamação ou relação com cirurgias prostáticas Inibição Ejaculatória ou, ainda, como Ejaculação  Fatores orgânicos e psicossomáticos podem contribuir
Retardada, é conceituada como a inibição específica do simultaneamente;
Fatores psicológicos reflexo ejaculador, retardando a ejaculação ou tornando o
ato difícil de acontecer; Fatores psicológicos
 Prologando períodos de abstinência sexual
 Dificuldades gerais no relacionamento  Em geral, essa condição se limita à incapacidade de  Ansiedade;
ejacular dentro da vagina, ocorrendo, normalmente, nos  Muita exigência do desempenho;
 Educação repressora e negativa em relação ao sexo
 Medo de perder o controle ao atingir o orgasmo;
 Ansiedade fenômenos masturbatórios.
 Podem ser: primárias, secundárias ou casuais.
Tratamento Roberto, 42 anos, agente de segurança, casado, três filhos, procurou terapia devido
a um problema de disfunção sexual no relacionamento extraconjugal. Antes tivera
um relacionamento com uma parente da esposa. Roberto tinha histórico de traição
 Estimular a percepção das mais variadas sensações corporais, desde o início do casamento, tendo sido um desses casos revelado à esposa.
incluído as pré-ejaculatórias.
 Reduzir a ansiedade e promover a melhoria do relacionamento geral Relatou não estar satisfeito por trair a esposa. Além disso, nesse último
entre os parceiros; relacionamento extraconjugal, não estava conseguindo atingir satisfação sexual,
 Recondicionar o reflexo ejaculatório a fim de que este se torne mais CASO CLÍNICO pois apresentava uma disfunção sexual: “tem que ser logo em seguida que fica
excitado, sem ‘preliminares’, mal dá pra tirar a roupa”, caso contrário, não
relaxado e satisfatório.
continuava com a ereção.
A terapia sexual também permite ao homem desenvolver aprendizados
que não obteve durante seu desenvolvimento psicossexual e/ou
Mantinha relação com a esposa, e não tinha dificuldades. Em algumas ocasiões,
pessoal.
apresentava ejaculação tardia. Seu relacionamento com a esposa estava
Técnicas de estimulação adequada e relaxamento. conflituoso, pois ela “discordava de tudo” que ele fazia, principalmente quando
tratavam de assuntos da família dela.

Trouxe como objetivo terapêutico separar-se da amante, já que não estava Em situações de disputa, sempre se achava inferior às outras pessoas. Teve uma
Análise funcional
satisfeito em trair a esposa e por não obter satisfação sexual. O relacionamento infância sofrida e de privações materiais. Era comparado aos irmão, e humilhado A queixa inicial de ejaculação precoce estava acompanhada por ansiedade,
extraconjugal estava deixando Roberto depressivo, frustrado e agressivo com a pelo pai que dizia que ele não gostava de estudar. Durante toda terapia, o cliente gerada no momento de estar com a amante; pela cobrança de separação; pelas
esposa. As cobranças da amante para que se separasse, estavam-no resistia em falar do pai. desconfianças da esposa e filhos, pelo medo de ser descoberto mais uma vez
incomodando, e ele afirmava que não separaria. pela esposa. Todas essas contingências favoreciam a ocorrência da ejaculação
No decorrer da terapia, o nível de ansiedade que gerava disfunção erétil foi precoce e ele culpava a amante pelo fato.
Seu relacionamento com os filhos era ótimo. Ele conversava bastante com a filha controlado. Roberto estava há um ano em terapia, e seu principal objetivo, neste
mais velha, acreditava que ela desconfiava do relacionamento com a amante, momento, era se separar da amante e ter uma vida estabilizada com a esposa. Observa-se que o relacionamento com a amante se mantinha não pela relação
pois fazia algumas perguntas relacionadas às saídas constantes dos fins de Após o controle do seu nível de ansiedade, surgiram novas demandas, para a sexual, mas como fuga-esquiva do ambiente familiar: estar com a esposa e os
semana. terapia, tais como: não saber resolver seus problemas, agressividade, filho apresentava contingências aversivas. Estar com a amante era reforçado
intolerância, dificuldade em tomada de decisões e baixa autoestima. pelo carinho, atenção.
Tinha poucos amigos e conversava mais com a amante, a esposa e a filha mais
velha. Sentia-se fracassado e não sabia mais o que fazer para solucionar esse Durante a psicoterapia, Roberto atingiu alguns objetivos. O nível de ansiedade
caso. Quando as coisas saíam ao seu controle, sentia-se incapaz, com vontade diminuiu, chegando a ter diversas relações sexuais satisfatórias com a amante.
de morrer. Com o passar do tempo, rompeu este relacionamento, pois as cobranças de
separação, estavam cada vez maiores.
Análise funcional Análise funcional
A manutenção de um comportamento operante (manter-se em um
A análise dessas múltiplas contingências junto ao cliente, a aplicação de
Obrigado pela
relacionamento extraconjugal), pode ocorrer de duas formas:
técnicas de relaxamento, intervenções pertinentes aos comportamentos
1. Apresentação de estímulos reforçadores positivos (relacionamento de traição e habilidades sociais e de resolução de problemas em geral,
sexual diversificado, ser valorizado, elogio dos colegas).
2. Remoção ou adiamento de algum estímulo aversivo (manter-se fora
de casa, diminuição momentânea das brigas com a esposa).
mostraram-se necessárias para mudanças comportamentais no presente
caso. atenção!
A vida dupla de Roberto, produzia brigas, cobranças, aumento excessivo phbc@oi.com.br
da ansiedade e, este duelo entre reforçadores positivos e negativos, Whatsapp: (71) 98784-8460
mantinha os comportamentos de Roberto, tendo como efeitos tristeza,
baixa autoestima e disfunção sexual.

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