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AS FANTASIAS SEXUAIS

SEXO = FRICÇÃO + FANTASIA

(fisiológico) (psicológico)

( KAPLAN, 1974 )
Uma Fantasia sexual é um roteiro imaginário em que o sujeito está presente e que

representa de modo mais ou menos deformado, pelos processos defensivos a realização


de um desejo e, em última análise de um desejo inconsciente;


 ( Laplanche 1982 )

Até 1960 as fantasias eram consideradas más (perversão) por definição de Freud que

considerava as fantasias sexuais uma perversão.


Factores:
 Factores ambientais (vínculos de afecto),

 Factores culturais (crenças, mitos e tabus),

 Factores familiares (educação permissiva, repressora ou opressora),

 Conceitos e pré-conceitos religiosos,

Exercem papel preponderante na qualidade das respostas


sexuais produzidas pelas fantasias criadas pelo indivíduo.
Alguns benefícios da
fantasia:
Sexo deixa de ser automático / mecânico / rotineiro.
É um estímulo além dos cinco sentidos.
É privado.
Exercita a criatividade.
Melhora a performance e a intensidade da excitação.
 Cria um jogo de brincadeira na relação, aumentando a intimidade.

 Promove saúde mental / psíquica.

 Desfoca a atenção da ansiedade.

 Provoca uma resposta imediata no corpo sem que nada externo tenha
ocorrido.

 Melhora a comunicação e o exercício da sensualidade entre os


cônjuges.

  
  
 

   
   
Funções das fantasias
sexuais:
☼ Produção de orgasmos;
☼ Libertação de estados emocionais e
sentimentais vividos na forma sexual;
☼ Libertação total de tensões/pressões
sexuais e sociais;
☼ Ter vários parceiros sexuais sem
aparente causa justificável;
☼ Exploração das zonas erógenas do corpo
humano e ainda uma maior variedade em
situações que provocam o entusiasmo, o
prazer, a exaltação;
☼ Acalmar e serenar estados emocionais
nocivos como o medo assim como antecipar
problemas sexuais num futuro próximo.
O ciclo de resposta sexual, encontra-se
descrito no manual D S M - I V e pode ser
dividido nas seguintes fases:
1. Desejo: Esta fase consiste nas fantasias sexuais e
desejo de ter actividade sexual.

2. Excitação: Esta fase consiste de um sentimento


subjectivo de prazer sexual e alterações fisiológicas
concomitantes. As principais alterações no homem
consistem de tumescência e erecção peniana.
3. Orgasmo: Esta fase consiste de um clímax do prazer
sexual, com liberação da tensão sexual e contracção rítmica
dos músculos do períneo e órgãos reprodutores.

4. Resolução: Esta fase consiste de uma sensação de


relaxamento muscular e bem-estar geral. Durante esta fase, os
homens são fisiologicamente refractários a outra erecção e
orgasmo por um período variável de tempo
Ciclo da resposta sexual
A génese do desejo sexual
É constituída pelas fantasias sexuais, pelos
sonhos sexuais, pela receptividade do
companheiro(a), pelas sensações genitais e
corporais, pelas respostas aos sinais eróticos
vindos do meio ambiente, entre muitos outros
factores
Desejo Sexual,
É o que dispõe a pessoa à actividade sexual e se
compõe de 3 atitudes; a Motivação Sexual, a
Aspiração Sexual e o Impulso Sexual. Os 3
requisitos fazem parte de um só desejo o de activar
um comportamento sexual.
Motivação Sexual
É a disposição de se aproximar de outra pessoa com
intenções sexuais, vontade de tomar iniciativa ou aceitar a
iniciativa da outra mediante os jogos sexuais previamente
criados e imaginados pelos mapas neurais e evidenciados
como fantasias sexuais.
A Fase da Excitação
S e x u a l
A fase de excitação sexual é, basicamente, a preparação do
organismo para o acto sexual. O DSM.IV trata e classifica
inclusivamente as alterações patológicas referentes à esse aspecto
sob o nome de Transtorno da Excitação Sexual Feminina, sendo
sua característica essencial a incapacidade de adquirir ou manter
uma excitação sexual adequada. Para que ocorra o desejo sexual é
necessário que se estabeleça uma interligação baseada nas
fantasias sexuais.
A base neurológica do
d e s e j o e f a n t a s i a s e x u a l
O Desejo Sexual é um impulso produzido pela estimulação de um sistema
neurológico específico, o qual produz sensações específicas e suficientes
para levar a pessoa à procura de experiência sexual ou a mostrar-se
receptiva a ela. Tudo isso depende da activação de um centro cerebral
específico, o qual, por sua vez, é constituído por dois sectores distintos.
Esses dois sectores cerebrais são vinculados a dois importantes sistemas
de neurotransmissores: um deles activador do desejo e o outro, inibidor
do mesmo.
Hipotálamo
É no hipotálamo que se situam as bases da sexualidade e estes
têm estreita relação com os centros do prazer e da dor. Assim
sendo quando o centro do desejo é estimulado, também se
activa o centro do prazer, e a pessoa experimenta sensações
prazerosas.
A química do Desejo e
Nos neurónios dos centros do prazer existem receptores
(neuroreceptores) específicos para produzirem compostos
químicos - as endorfinas. Estas endorfinas têm uma
composição química similar à da morfina e provocam, como
a morfina, uma sensação de euforia, bem estar e alívio da
dor.
Para se ter uma ideia, a acção analgésica das endorfinas é,
aproximadamente, 200 vezes mais potente que a acção da própria
morfina. Naturalmente, como se deduz, a liberação das
endorfinas no Sistema Nervoso Central (SNC) estimula o centro
do prazer e, ao mesmo tempo, inibe o centro da dor.
 Além do sistema de endorfinas, há hormonas também estão envolvidas na
questão do desejo sexual. Nas mulheres a atracção sexual e a receptividade
dependem dos estrogénios mas, é a testosterona que estimula desejo sexual,
tanto nos homens como nas mulheres.

 Além das endorfinas e dos hormonas, também estão envolvidos no desejo


sexual os neurotransmissores.. Entre eles os mais estudados são a dopamina, a
qual exerce um efeito estimulante nos centros sexuais do cérebro, e a
serotonina, que exerce um efeito contrário, ou seja, inibidor.
HISTORIA DOS
O Modelo hierárquico Imperfeito

Rousseau – séc. XVIII -Revolução industrial e da


burguesia

Igualdade – fraternidade - liberdade


Principais conteúdos das
Imagens heterossexuais com amantes passados,
presentes ou imaginados (fantasias de substituição)

Cenas indicando poder sexual e irresistibilidade (poder)


Cenas envolvendo vários cenários

Posições (consequência – hipercompetência – grande prazer do


outro – eu domino tudo e todos)

Cenas de submissão ou dominação onde algum nível de força


física está implícito ou explícito
Importa desde já fazer a DISTINÇÃO, baseada na definição que
o mesmo manual- DSM-IV fornece acerca das fantasias sexuais
quando utilizadas de forma recorrente. Assim, de acordo com a
consulta efectuada as Parafilias são caracterizadas por anseios,
fantasias ou comportamentos sexuais recorrentes e intensos que
envolvem objectos, actividades ou situações incomuns e causam
sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento
social ou ocupacional ou em outras áreas importantes da vida do
indivíduo,
a sexualidade humana envolve, além do acto sexual em si, outras
actividades, como fantasias, pensamentos eróticos, carícias e
masturbação.

fantasias sexuais são pensamentos representativos dos desejos sexuais


mais ardentes de uma pessoa e tem a função de complementar e estimular
a sexualidade, tanto da realização do ato sexual com um parceiro quanto
da estimulação auto-erótica (masturbação).
Masturbação também é componente normal da sexualidade, e consiste no
toque de si mesmo, em áreas que dão prazer ao indivíduo (áreas erógenas),
que incluem os genitais e/ou outras partes do corpo, com a finalidade de
obter prazer.

No ser humano, as sensações sexuais despertadas, seja por fantasias, por
masturbação ou pelo ato sexual em si, ocorrem numa sucessão de fases
que estão interligadas entre si, que são chamadas de as Fases da resposta
sexual humana.
Harrington e Singer, 1974:

 Quanto mais positivas forem as emoções melhor mantemos os desejos activos.


Sigmund Freud
 Tentou dar ao conceito de inconsciente um status científico (não
compartilhado por várias áreas da ciência e da psicologia).

 Os seus conceitos de inconsciente, desejos inconscientes e repressão


foram revolucionários; propõem uma mente dividida em camadas ou
níveis, dominada em certa medida por vontades primitivas que estão
escondidas sob a consciência e que se manifestam nos lapsos e nos
sonhos.

 A libido amadurecia nos indivíduos por meio da troca do seu objecto (ou
objectivo).
A Fantasia pode ser encarada como um processo psíquico no qual 1
individuo concebe uma situação na sua mente, que satisfaz uma
necessidade ou desejo, que não pode ser, na vida real satisfeito.

Um roteiro imaginário em que o sujeito se encontra presente e


que representa a realização de um desejo, a satisfação de um
desejo inconsciente podendo apresentar deformação por
processos defensivos do Eu.

Também pode consistir em imagens mentais numa cena


estritamente romântica. Pode envolver variados conteúdos
consoante as necessidades individuais.
Alexandre Saadeh

Projecto Sexualidade, do Hospital das Clínicas de São Paulo

"O corpo humano inteiro responde ao estímulo erótico,


sendo algumas áreas mais maleáveis que outras"
Ellis & Simon, (1990)

 Numa fantasia sexual a dois normalmente imaginamo-nos


inseridos num contexto, que embora podendo parecer irreal,
não sentimos qualquer tipo de embaraço ou rejeição social por
assumir aquela atitude.

 Criamos insights únicos em diferentes scripts (situações em


que actores e mapas neurais constroem uma determinada
acção) que nos serve de suporte e sustentação para um
comportamento sexual saudável
Leitenberg,

As pessoas que fantasiam bastante antes do êxtase


atingem um prazer ainda maior. Nestes casos, o que se
verifica é que praticam sexo com muito maior frequência, e
empregam uma vasta variedade de actividades eróticas,
possuem mais parceiros e masturbam-se mais do que
aqueles que raras vezes fantasiam.
Leintenber & Henning
P s y c h o log ic a l B ut llet i n
 Ao contrário do que antigamente se acreditava, em que se
acreditava que as fantasias era apenas o resultado de
insatisfação sexual, de imaturidade, frustração, masochismo e
conflitos conscientes sexuais (especialmente nas mulheres),
nós acreditamos, após esta pesquisa que as pessoas que não
usam frequentemente as fantasias sexuais como um
ingrediente necessário para atingir uma maior intensidade no
prazer, são aquelas que poderão sofrer de uma
perturbação/inibição do desejo sexual.
Aqueles que frequentemente fantasiam têm uma actividade
sexual mais activa e conseguem atingir uma maior
satisfação.

A maioria dos adultos segundo os dados recolhidos,


lembram-se de ter iniciado esta actividade quando tinham
11 e 13 anos de idade.
Heiman (1980)
 As mulheres não têm tantas fantasias sexuais como os homens porque
ainda não compreenderam que esta prática poderá servir como
estímulo para o sexo e prazer. Os homens, por sua vez, têm um maior
número de fantasias sexuais porque se encontram mais expostos às
imagens e símbolos sexuais, estimulando os devaneios. Exemplificando,
reparem na publicidade usada nos meios de comunicação Social. A
maioria das imagens e símbolos utilizados como chamariz sexuais são
femininos. Outra razão é a de que os homens têm um maior número de
fantasias sexuais porque masturbam-se muito mais vezes do que as
mulheres sendo no decorrer desta actividade que as fantasias surgem.
Jones e Barlow’ s (1990)

 Os homens e as mulheres distinguem-se um do outro pela forma diferente


como fantasiam, mas no seu íntimo todos almejamos atingir o máximo de
prazer.

 Muitos dos casais partilham as suas fantasias com os seus parceiros para
que se sintam mais próximos e para adquirirem uma intimidade e confiança
maiores, ou simplesmente para que se sintam sexualmente estimulados
resultando verdadeiramente numa resposta física muito mais ardente e
energética.

 As fantasias sexuais na maioria das vezes consistem na construção de


cenários mentais em que aparece outra pessoa para lá do parceiro normal, e
onde imperam praticas sexuais que culturalmente são consideradas
impróprias ou inaceitáveis.
PRINCIPAIS DIFERENÇAS NO
GÉNERO
 Nos homens, as práticas são principalmente dirigidas e
vocacionadas para certas zonas do corpo da mulher enquanto
que as fantasias das mulheres são ligeiramente mais passivas e
principalmente estimuladas pela atracção física e corporal do
Homem.

 Os devaneios masculinos são mais dirigidas para actos sexuais


explícitos e concretos, para a nudez, e para a recompensa
física dos seus instintos enquanto que a mulher utiliza mais
argumentos emocionais e sentimentais.
Ao longo da história
 Por muito tempo da história ocidental houve apenas um sexo (macho),
do qual a fêmea era apenas uma variação. A mulher era, neste modelo
de compreensão do mundo, um homem imperfeito. A mulher era um
homem a quem faltou energia vital para completar sua evolução. Assim,
os genitais da mulher eram vistos como genitais masculinos não
exteriorizados: a vagina era o pénis para dentro e os ovários eram os
testículos. A mulher era o homem invertido. Neste modelo, a relação
entre homem e mulher era de hierarquia, estando a mulher em uma
posição inferior em relação ao homem.
 A Revolução Francesa, no século XVIII, e seu ideal de "igualdade,
fraternidade e liberdade" desorganizou o modelo hierárquico da
relação entre os sexos. Em sendo todos iguais, tal como propunha a
modernidade nascente, também eram iguais homens e mulheres.
Entretanto, esta igualdade não desejada e não planejada criou um
problema político que foi resolvido, segundo alguns estudiosos, com a
bi-sexualização. A partir desta nova visão dos sexos, homem e mulher
passaram a ser entendidos como não hierárquicos, mas diferentes.
Diferentes, e complementares.
A partir do Renascimento, e tendo Rousseau como seu
principal expoente, um novo modelo sobre a mulher passa a
ser construído. Neste modelo, onde a mulher passa a ser
"complementar" ao homem, a dicotomia homem X mulher se
estende a todos os aspectos da vida
 

Podemos concluir então que as fantasias sexuais estimulam


SNC desencadeam a produção de adrenalina e a
correspondente excitação sexual de forma a que seja
possível alcançar a máxima satisfação.
A F A V O R D A S F A N TA S I A S :

Alguém disse “As fantasias estão para o


sexo assim como os sonhos estão para a

vida”

Vale sempre a pena fantasiar com o que se


gostariam de fazer…

REFERÊNCIAS:
1.Sexual fantasy.(2005) Wikipedia , the free encyclopedia. Retrieved: February27,2000
file://A:\Sexual fantasy - Wikipedia, the free ncyclopedia.htm2
2. Harold, L. & Kris, H. (1995). Sexual Fantasy. Psychological Bulletin.
Vol117. No.3: 469-496

3. Freud, (1908/1962. In Harold, L. & Kris, H. (1995). Sexual/*


Fantasy. Psychological Bulletin. Vol117. No.3.469-496.

4. Heiman, (1980). In Harold, L. & Kris, H. (1995). Sexual Fantasy. PsychologicalBulletin.


Vol117. No.3.469-496.

5. Jones and Barlow’s, ( 1990 ). In Harold, L. & Kris, H. (1995). Sexual


Fantasy. Psychological Bulletin. Vol117. No.3.469-496.

6. Sexual Fantasy.Retrieved in February


2008,http://health.discovery.com/centers/sex/sexpedia/fantasy_02.html

7. Are Sexual Fantasies Good For Us? Retrieved February 20,2008 from
http://www.jurgita.com/articles-id174.html

8. Dicionário de Psicologia – Raul Mesquita.

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