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Síndromes relacionadas

à sexualidade
A sexualidade ocupa um lugar
central em nossa condição
existencial.
Ela compreende três dimensões
básicas: biológica, psicológica,
cultural.
A dimensão biológica corresponde
ao impulso sexual. Determinado por
processos fisiológicos, cerebrais e
hormonais.

A dimensão psicológica diz respeito


aos desejos eróticos subjetivos e à
vida afetiva intimamente implicada na
vida sexual.
 A dimensão sociocultural se refere
aos padrões de desejos, comportamentos
e fantasias sexuais criados e sancionados
historicamente pela sociedade e grupos
sociais.
Todas essas dimensões são
inseparáveis e ocorrem de forma
conjunta, tanto nos processos e
nas respostas normais como nas
disfunções.
Impulso sexual no plano biológico,
visa a procriação e manutenção da
espécie.
As dimensões psicológicas e
culturais dizem respeito ao desejo
erótico, às fantasias sexuais e à
dimensão subjetiva de prazer que a
vida sexual pode produzir.
A vida sexual é extremamente
vinculada à vida afetiva do sujeito, à
personalidade total e aos símbolos
culturais.
Fases distintas do ciclo
sexual
Fase do desejo sexual é a mais
complexa do ponto de vista psicológico,
a menos fisiológica, pois depende do
mundo das fantasias eróticas, das
representações sociais e dos símbolos
culturais relacionados à sexualidade.
O desejo sexual tem também um
componente biológico, influenciado
por fatores hormonais e neuronais.

O desejo sexual do homem responde


mais a estímulos visuais; nas
mulheres, é afetado por fatores
afetivos e não necessariamente
“sensoriais”.
A fase da excitação é a etapa inicial
da relação sexual com modificações
corporais preparatórias do intercurso
sexual.
Pode durar de alguns minutos a várias
horas. Uma excitação mais intensa
precedendo o orgasmo dura de 30
segundos a alguns minutos.
A fase de orgasmo é o pico do prazer
sexual, em que há liberação da tensão
sexual e contração rítmica dos
músculos do períneo e dos órgãos
reprodutivos pélvicos. No homem
surge após a estimulação peniana.
Ocorrem dois reflexos coordenados:
a emissão e a ejaculação.
Na emissão, que não é
necessariamente prazerosa, há
contração reflexa dos músculos, o
que provoca o depósito do fluido
seminal na uretra posterior.
Na ejaculação ocorre a contração
dos músculos da base do pênis, que
impulsionam o fluido seminal para
fora do pênis em alguns poucos jatos
sucessivos, provocando intensa
sensação de prazer.
Já no orgasmo feminino, ocorrem 3 a
12 contrações rítmicas em volta da
entrada da vagina, acompanhadas
de forte sensação de prazer.

O orgasmo dura de 3 a 25
segundos e está associado a leve
obnubilação da consciência.
A fase de resolução é a etapa de
retorno às condições normais do
organismo, voltando as frequências
cardíaca e respiratória, a pressão
arterial e as condições dos genitais
gradativamente ao estado anterior
ao ato sexual.
O homem apresenta um período
refratário após o orgasmo, em que a
ereção e a resposta orgástica estão
inibidas por um certo tempo,
independentemente de sua vontade.
Na mulher, o período refratário não é
tão determinado, podendo ocorrer
com mais facilidade vários orgasmos
sucessivos.
Após o orgasmo, tanto o homem
como a mulher sentem, a sensação
de relaxamento, de paz e, às vezes,
de sono ou depressão. Se ocorreu o
orgasmo, a fase de resolução é mais
rápida, mas se ele não ocorreu, a
fase de resolução pode durar de 2 a
6 horas e estar associada a
desconforto e irritabilidade.
TRANSTORNOS SEXUAIS
Transtornos do desejo e da resposta
sexual

O desejo sexual inibido é


caracterizado pela inibição persistente
de qualquer tipo de desejo de natureza
sexual, de fantasias sexuais ou
interesse por temas ou pela atividade
sexual.
A avaliação da inibição deve levar em
conta os padrões culturais, a faixa
etária e a situação de vida da pessoa
acometida. É relevante, quando a
ausência de desejo sexual desperta
sofrimento no sujeito ou em seu
parceiro.
Fatores relacionados ao desejo sexual
inibido são determinados por conflitos
intrapsíquicos, por padrões
educacionais e culturais que associam
a sexualidade ao pecado, à culpa e à
“sujeira”, e por conflitos interpessoais.
Excitação e orgasmo feminino
inibido (frigidez)

Na mulher, a ausência de excitação


sexual (frigidez), manifesta-se pela
dificuldade ou incapacidade em obter
uma resposta de intumescência e
lubrificação da vagina associadas ao
desejo e às carícias sexuais.
Após a fase de excitação normal, a
mulher não consegue obter o orgasmo.
Está associado a questões culturais
relativas à sexualidade feminina.
Estão relacionados a dificuldades ou
ausência de excitação e orgasmo
feminino: ansiedade, diminuição da
auto-estima, frustrações crônicas,
sentimentos de medo, de culpa,
irritabilidade e depressão, e fatores
interpessoais.
Normalmente, o homem alcança a
ejaculação e o orgasmo mais cedo que
a mulher e abandona a relação sexual
antes de esta ter atingido o grau de
excitação suficiente para chegar ao
orgasmo.
Podem contribuir para a disfunção de
excitação e/ou do orgasmo feminino
fatores orgânicos, como dor pélvica ou
abdominal, corrimentos e uso de
medicamentos, como sedativos e
antidepressivos.
Ejaculação precoce

Uma expectativa enorme em relação


ao ato sexual e a ansiedade podem ter
papel importante na gênese da
ejaculação precoce.
Em adolescentes está relacionado as
suas primeiras relações sexuais em
circunstâncias estressantes, aos
medos e tabus.

Em adultos com parceiras estáveis,


está associada a medo ou raiva da
parceira, falta de prazer na relação e
sentimentos de solidão e isolamento.
A ejaculação precoce também
pode estar associada a condições
médicas como prostatites,
epididimites e uretrites.
Disfunção erétil (impotência)

Dificuldade em obter uma ereção,


devida a ansiedade e conflitos
psicológicos ou a doenças orgânicas.
As conotações “fraco”, “frouxo”,
“impotente”, são muito desmoralizantes
para o homem em nosso contexto
cultural.
Diferencia- se a disfunção erétil de
base psicogênica daquela de
base orgânica; entretanto, em muitos
casos, há a somatória dos dois
componentes.
Duas condições frequentes na clínica
diária são a disfunção erétil no homem
e a dispareunia (desconforto ou dor
na relação sexual) na mulher.
No homem, a disfunção erétil está
associada a condições como
depressão, hipertensão, diabete,
patologia vascular, insuficiência renal,
insuficiência cardíaca, apnéia do sono
e, mais raramente, baixos níveis de
testosterona.
Na mulher, a dispareunia e a
disfunção de excitação e orgasmo
são comumente condições crônicas e
estão relacionadas a um grande
número de problemas ginecológicos,
dor abdominal crônica.
Transtorno da identidade de gênero

Por identidade de gênero, entende-se


o senso íntimo de perceber-se, sentir-
se e desejar como uma pessoa do
sexo feminino ou do sexo masculino.
O transexualíssimo constitui-se na
identidade de gênero invertida em
indivíduos pertencentes ao outro
gênero, do ponto de vista
anatômico e fisiológico.
O travestismo fetichista é definido
como a condição na qual o indivíduo
obtém a excitação sexual utilizando
roupas, adornos e atitudes do sexo
oposto. É quase exclusivo do sexo
masculino.
Intersexualidade são casos em que o
indivíduo, embora aparentemente
pertença a um gênero, tem vários
aspectos anatômicos ou psicológicos
do sexo oposto.
A homossexualidade refere-se à
condição na qual o interesse e o
desejo sexuais orientam-se em direção
a pessoas do mesmo sexo.
Por definição, os indivíduos
homossexuais não são transexuais,
estando bem-identificados com o seu
gênero; apenas desejam sexualmente
pessoas do mesmo sexo.
PARAFILIAS

As parafilias são transtornos do


comportamento sexual caracterizados
por padrões de fantasias e práticas
sexuais particulares, em certas
condições muito lesivas ao próprio
indivíduo e a terceiros.
O exibicionismo, é mais comum em
homens. Caracteriza-se pela
compulsão e pelo prazer em mostrar o
corpo nu, com ênfase nos genitais, a
uma pessoa estranha, que geralmente
está desprevenida e sente essa
exposição como uma violência.
Já o voyeurismo é a compulsão em
observar uma pessoa (normalmente
mulher) se despindo ou tendo
relações sexuais.
No sadismo, o prazer e a excitação
sexual encontram-se ligados ao ato de
produzir na realidade ou na fantasia,
dor e humilhação no parceiro ou
abusar dele e subjugá-lo.

No masoquismo, a experiência é
inversa, havendo prazer e excitação
sexual ao ser subjugado, humilhado,
torturado ou ameaçado pelo parceiro.
S

SADISMO

MASOQUISMO
A pedofilia caracteriza-se pela
preferência em realizar, ativamente ou
na fantasia, práticas sexuais com
crianças. Pode ser homossexual
(pederastia) ou heterossexual
(pedofilia), sendo o agressor e a vítima
membros da mesma família ou
conhecidos ou pessoas estranhas
entre si.
A pedofilia pode incluir apenas jogos
sexuais com a criança (observar ou
despir a criança ou despir-se em frente
a ela), masturbação ou relação sexual
completa com penetração vaginal ou
anal.
Já o fetichismo caracteriza-se pela
obtenção de prazer e excitação pelo
uso particular de roupas, adornos ou
objetos.
Na zoofilia, um ou mais animais são
utilizados para a atividade sexual.
Problemas relacionados a
sexualidade

O abuso sexual e o estupro são


fenômenos trágicos e dolorosos.
A maioria das vítimas são mulheres,
sendo os agressores às vezes homens
conhecidos das vítimas, às vezes
parentes (pais, padrastos, tios, etc.).
Durante o estupro, a vítima geralmente
sente grande medo e pânico, podendo
experimentar “estado de choque”.
Dias a meses depois, a vítima pode
sentir-se muito envergonhada,
deprimida, humilhada, com raiva e
medo.
Há uma forte relação entre ter sofrido
abuso sexual na infância e transtornos
da conduta na adolescência e
transtornos da personalidade
(borderline ou histriônica, em especial),
depressão, trantornos da alimentação
e abuso de substâncias na vida adulta.

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