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Aula 06

Medicina Legal p/ Polícia Civil de Goiás (Delegado) - Com videoaulas

Professor: Alexandre Herculano


Medicina Legal Delegado de Polícia - PCGO - 2016
Teoria e Exercícios
Prof. Alexandre Herculano Aula 06

Aula 06: Sexologia médico-legal: dos crimes contra os

costumes; dos crimes de perigo de contágio venéreo e

de contágio de doença grave; do abortamento e do

infanticídio.

SUMÁRIO PÁGINA

1. Apresentação 1

2. Himeneologia 1

3. Diagnóstico da gravidez, infanticídio e o aborto 9

4. Crimes contra a dignidade sexual e provas periciais 26

5. Sexualidade anômala 36

6. Questões propostas 42

7. Questões comentadas 49

8. Gabarito 68

Olá, meus amigos!

Então, hoje, vou abordar o seguinte tópico do edital: Sexologia

Médico-legal. Crimes contra a dignidade sexual e provas periciais. Aborto

e infanticídio.

Himeneologia

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Vamos começar falando um pouco sobre o hímen, que está ligado

aos aspectos médico-legais do aborto e do estupro. O hímen é uma é

uma simples membrana dérmica presente na entrada da vagina.

Normalmente é impermeável e possui uma abertura anelar, por onde são

eliminadas secreções e a menstruação.

Em certos casos, sua abertura é muito estreita ou pode não existir,

o que requer uma intervenção cirúrgica a fim de se evitar a retenção de

líquidos. Sua existência em certos animais mamíferos tem a finalidade de

proteger as fêmeas durante a sua infância dos riscos de infecções

genitais. Por essa razão, durante esta fase da vida das meninas ela venha

a ser uma membrana, por vezes, espessa e resistente. Entretanto, com a

aproximação da puberdade torna-se muito fina e pouco resistente.

O exame no hímen objetiva se verificar se hímen possa estar

íntegro, com rotura completa, incompleta, se há agenesia (ausência

congênita), se é complacente ou está reduzido a carúnculas mitriformes

(ocorre em mulheres que pariram). Existem hímens rotos quanto à

cicatrização e, nesse caso, verifica-se a ruptura de data recente (até

cerca de 20 dias); ruptura antiga ou cicatrizada e ao se afirmar que

a rotura é antiga, isto significa que ocorreu há mais de 20 dias.

No caso do hímen complacente, quando da conjunção carnal pode

não ocorrer o rompimento em virtude de sua elasticidade.

Presume-se que 10% dos himens são complacentes, e este conceito

relativo também interdepende da relação espessura do pênis versus

largura da vagina. Vamos a algumas considerações periciais sobre o

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hímen, que geralmente se rompe na primeira conjunção carnal. Pode

ocorrer se rompimento na masturbação; na introdução de algum corpo

estranho; na colocação de absorvente íntimo. O seu exame não constitui

tarefa pericial fácil, porque pode levar o perito a alguns equívocos, como

no caso exame macroscópico.

Existem himens cujo exame apresenta algumas dificuldades

periciais, como os infantis, os franjados e os complacentes. É

necessário um diagnóstico diferencial entre as rupturas completas,

incompletas e entalhes congênitos, como as rupturas recentes e

cicatrizadas e quanto ao reconhecimento e vestígios, esses são indicativos

de cópula vulvar e toque digital. Na mulher com vida sexual pregressa, a

perícia deve buscar provas de ejaculação (sêmen), constatando-se a

presença de espermatozóides e líquido seminal por meio do exame de

Fosfatase ácida (que é um indício) e da Proteína P30 (PSA que é

uma constatação).

A Fosfatase Ácida é uma enzima normalmente presente em alguns

órgãos, tecidos e secreções em teor normal. O líquido seminal contém

grandes teores de fosfatase ácida e ao ser encontrado altos teores de

fosfatase ácida na vagina, esse é indicativo de sêmen (ejaculação) e, por

conseguinte, de conjunção carnal (penetração vaginal). O teste de

Proteína P30 (PSA) trata-se de uma glucoproteína produzida pela

próstata e idêntica ao PSA - Antígeno Prostático Específico (marcador do

câncer da próstata), cuja presença no sêmen independe de haver ou não

espermatozóides. Sua verificação no fluído vaginal é teste de certeza

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quanto à presença de sêmen na amostra estudada (ejaculação). Devemos

observar que pode ocorrer estupro sem que tenha havido ejaculação (sem

sêmen) ou o sêmen encontrado na vítima pode ser oriundo de penetração

consensual anterior.

Vejamos alguns conceitos de grande importância para sua prova:

 Lesões genitais: são contusões ou lacerações decorrentes da

violência da penetração, desproporção de tamanho entre

pênis e vagina e podem fundamentar o diagnóstico de

conjunção carnal e do ato libidinoso;

 Pelos genitais: são os pelos pubianos soltos encontrados na

região pubiana, na região vulvar, sobre o corpo da vítima, na

roupa íntima ou de cama (desde que comprovada sua origem

como sendo de outra pessoa, é indicativo de relação sexual);

 Manchas de sêmen: quando presente nas vestes, roupas

íntimas ou de cama, constituem achado comum e importante

da ocorrência de crimes de natureza sexual. No caso da

mulher com vida sexual pregressa, o diagnóstico de maior

certeza consiste na confirmação da presença do elemento

figurado do esperma (espermatozóide). A constatação da

presença de um único espermatozóide em cavidade vaginal é

prova de conjunção carnal e a confirmação da presença do

esperma (sêmen) na cavidade vaginal é importante no

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diagnóstico da conjunção carnal nos casos de hímen

complacente ou de desvirginadas.

Os testes utilizados para identificar se há ou não esperma são a

reação de Florence, os métodos de Barbério e de Bacchi, a presença

de Fosfatase Ácida (orientação) e a Glicoproteína P30/PSA (certeza). A

presença de sêmen na vagina é confirmada em amostras de fluído vaginal

pelo achado de espermatozóides, bastando apenas um ou poucos deles,

sejam móveis ou não, com ou sem cauda e a coleta deve ser cuidadosa

(swab = cotonete) com exames a fresco e com coloração pela Técnica

Christmas Tree ou hematoxilina-eosina.

A conjunção carnal poderá também ser comprovada com base na

constatação de gravidez, cujo prazo máximo legal é de 300 dias. No caso

do aborto, ele é considerado, em Medicina Legal, como a interrupção da

gravidez, por morte do concepto em qualquer época da gestação, antes

do parto. Para se caracterizar o aborto é necessário que se comprove que

houve a morte do concepto ainda dentro do corpo da gestante.

Vejamos, abaixo, alguns tipos de hímens mais cobrados nas provas:

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1- Anular – é o mais comum. Tem uma membrana fina, com

apenas um orifício no meio, geralmente rompido na

primeira relação sexual. Pode ou não causar sangramneto;

2- Cribriforme – poucas mulheres apresentam este tipo de

hímen. Em vez de apenas um orifício ao centro, ele tem

varios furinhos pelos quais passa o fluxo menstrual;

3- Septado - com septos transversal, longitudinal ou oblíquo,

delimitando dois orifícios.

Detalhes importantes sobre o hímen:

Ruptura ou Entalhe: O hóstio (orifício) do hímen pode apresentar

irregularidades, tanto devido a fatores congênitos como à fatores

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traumáticos (como a penetração). Existem dois tipos de irregularidades: o

entalhe e a ruptura.

O entalhe é pouco profundo, não alcançando o bordo aderente e é

simétrico. Por não alcançar o bordo, é menos sujeito à infecção.

Já a ruptura é uma lesão assimétrica, que pode ser completa ou

incompleta, da maneira como atinja ou não o bordo. Por ser uma abertura

maior, é mais susceptível às infecções que o entalhe.

Ruptura recente ou antiga: decorridos 30 dias da relação, não é

mais possível para a perícia caracterizar a ruptura como sendo antiga ou

recente, pois o processo de cicatrização já se deu por completo neste

prazo (os autores divergem quanto ao prazo, sendo o mais longo da

ordem de 21 dias para a cicatrização total).

Complacência Himenal: dependendo da elasticidade da

membrana, pode ocorrer de que o óstio não se rompa durante a

conjunção carnal. Outros fatores, como a lubrificação da mulher, as

dimensões dos membros da parceira e do parceiro, bem como a

proporção entre eles, podem fazer com que o hímen não se rompa

durante a relação.

Himenorrafia: é o processo de reconstituição do hímen. Existem

intervenções cirúrgicas de reconstituição, que só podem ser realizadas

com autorização judicial. Existe também uma intervenção que têm por

finalidade simular o rompimento do hímen, através da introdução de

pontos nos bordos, provocando hemorragias durante a conjunção,

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simulando o rompimento do hímen. O perito deve avaliar as duas

possibilidades: a reconstituição e a simulação.

Seguindo, as principais diferenciais entre entalhes e rupturas do

hímen são de grande importância para sua prova, vejamos:

 Entalhes:

 pouca penetração na orla himenal, não afetando, por isso,

a margem de inserção;

 margens regulares e simétricas;

 margens revestidas, como a orla himenal, por epitélio

pavimentoso estratificado;

 ausência de sinais cicatriciais;

 ausência de infecção localizada;

 ângulo do entalhe arredondado.

 Rupturas:

 penetração completa até a margem de inserção da orla

himenal;

 margens irregulares e assimétricas;

 margens com tecido fibroso cicatricial esbranquiçado;

 presença, nos casos recentes, de sinais de supuração

localizada, especialmente nas desasseadas;

 ângulo de ruptura em forma de V.

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Diagnóstico da gravidez, infanticídio e o aborto

Pessoal, o diagnóstico da gravidez reveste-se de pequeno

interesse médico-legal. De mais valia são o exame direto da paciente

aliado aos exames complementares. No exame direto da paciente deve o

perito observar os sinais de probabilidade, numerosos e precoces, e os

sinais de certeza, em geral, tardios. Assim, acredito que o examinador

poderpa cobrar os sinais de probabilidade, vejamos os principais segundo

a doutrina:

 Amenorreia — É a supressão da menstruação, na maturidade

sexual. Segundo especialistas, a amenorreia súbita em

história menstrual regular, em mulher de vida sexual ativa,

poderá ser gravidez, até prova em contrário;

 Êmesis — enjoos e vômitos habituais, em cuja gênese

participa um componente psíquico, pode estar ausente na

gravidez e presente fora dela;

 Modificações das mamas — Engurgitamento mamário,

pigmentação areolar, rede de Haller, saliência dos tubérculos

de Montgomery manifestam-se, também, nas doenças dos

órgãos genitais;

 Galactorreia — Galactorreia é a secreção de leite fora do ciclo

gestatório. A galactorreia resulta essencialmente da liberação

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anormal de prolactina hipofisária ou, então, da estimulação

direta da glândula mamária;

 Cloasma — É uma hiperpigmentação que aparece no rosto de

muitas mulheres, na fase inicial da gestação e, também, em

certos estados patológicos dos ovários, da pele, etc;

 Sinal de Klüge — Coloração arroxeada da vulva, pela remora

sanguínea determinada pelas compressões venosas do útero

aumentado de volume, quer por gravidez, quer por tumores

abdominais, especialmente do aparelho genital feminino;

 Sinal de Jacquemien — Cianose da vagina, resultante da

remora sanguínea;

 Sinal de Budin — Os dedos que tocam sentem os fundos de

sacos vaginais laterais “almofadados”, pelo crescimento

uterino para os lados, na gestação;

 Sinal de Oseander — Pulsação vaginal intensamente

perceptível, determinada pelo mesmo mecanismo

compressivo descrito no sinal de Klüge;

 Sinal de Reil-Hegar — Ao toque bimanual detecta-se moleza e

compressibilidade característica, na região situada

anatomicamente entre o colo e o corpo uterino;

 Sinal de Puzos — Baloiço do útero aumentado de volume, em

toque ginecológico bimanual. É, também, apenas mais um

sinal de probabilidade, pois indica útero cheio, mas não

afirma gravidez.

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Alguns sinais de certeza são tardios, gravem isso, pois, trata-se de

uma boa pergunta para sua prova. Esses sinais somente podem ser

observados a partir dos quatro meses e meio de gestação. São

denominados sinais fetais porque resultam da presença do feto

intrauterinamente. São eles:

 Movimentos fetais - ativo e passivo! O primeiro é o

movimento do feto percebido pela gestante ou observado

por médico, espontaneamente, ou pelas manobras de

Leopold, pela suave compressão da parede abdominal. Já o

segundo é percebido pelo médico, pela depressão brusca e

suave da parede abdominal, ao nível da cicatriz umbilical,

em toque bimanual, pelo rechaço do útero sobre as

extremidades dos dedos médio e indicador, no fundo de

saco anterior. O sinal de Piscacek é a deformação irregular

produzida pelo feto no interior da matriz, provocadora de

assimetria uterina. A excitação da parede abdominal da

gestante desencadeia contração uterina com a forma do feto

formando uma lobulação chamada “proeminência de

Piscacek”;

 Batimentos cardíacos fetais - a partir da metade do tempo

de gravidez, podem as bulhas cardíacas fetais ser

auscultadas em ritmo de galope — 140 vezes por minuto —,

pelo estetoscópio de Pinard, aplicado suavemente sobre a

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superfície de diferentes pontos da parede abdominal,

conforme seja o tipo de apresentação ou de posição da

criança intrauterinamente; pode-se também auscultar o

sopro dos vasos uterinos;

 Sopro dos vasos uterinos - denominado sopro uterino ou

sopro materno, é gerado pela penetração do sangue das

artérias uterinas na placenta, em cujos seios intervilosos

sofre remora;

 Exames complementares - têm valor incontestável no

diagnóstico da gravidez, modernamente, a ultrassonografia

pelviana que, baseada no “efeito Doppler”, visualiza o

concepto, em fase iniciada de gestação, através da bexiga

em grau máximo de distensão, em écran comparável à

ampola de aparelho de televisão (monitor), permitindo

sucessivas fotografias de seus diferentes segmentos.

Parto e puerpério

Define-se parto como o conjunto de fenômenos mecânicos,

fisiológicos e psicológicos expulsivos do feto a termo, ou já viável, e de

seus anexos, do álveo materno para o exterior. É o ato mecânico e

fisiológico mediante o qual o concepto, apto para a vida extrauterina

autônoma, e seus anexos são expulsos do ventre materno.

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Parturição é o parto natural, isto é, aquele cuja expulsão uterina

do feto e de seus anexos processa-se naturalmente ou por ação da

própria natureza. Parto a termo é aquele em que o feto completou a

duração de vida intrauterina normal, ou seja, o que se processou entre a

38.ª e a 42.ª semana; entre a 29.ª e a 37.ª semana de gravidez, chama-

se parto prematuro; entre a 21.ª e a 28.ª semana, parto imaturo.

A importância, para Medicina-Legal, concerne aos casos de

simulação, sonegação e substituição de recém-natos, atribuição de parto

alheio ou próprio, crimes de aborto e infanticídio, de influência do parto e

puerpério sobre o psiquismo da mulher, de violência carnal, de permissão

para casamento da mulher viúva ou separada do marido por nulidade ou

anulação do casamento, antes de 10 meses de viuvez ou da separação

judicial de corpos, quando antes desse prazo haja dado à luz algum filho,

ou por analogia in bonam partem, sofrido aborto.

Quanto ao crime de infanticídio, há discordância entre os

autores na conceituação do chamado estado puerperal, assim, optou o

legislador pátrio por falar em influência do estado puerperal, mas durante

o parto, ou logo após, limitando, com isso, a sua ampla interpretação

obstétrica a um período que se inicia com o parto e termina

imediatamente após o mesmo, ou enquanto não ocorrer, na puérpera.

Os crimes de aborto e infanticídio vêm tipificados no Código

Penal nos artigos 124 a 128, no primeiro caso e, no artigo 123 no

segundo caso. Vejamos:

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“Aborto provocado pela gestante ou com seu

consentimento

Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que

outrem lho provoque:

Pena - detenção, de um a três anos.

Aborto provocado por terceiro

Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante:

Pena - reclusão, de três a dez anos.

Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante:

Pena - reclusão, de um a quatro anos.

Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a

gestante não é maior de quatorze anos, ou é alienada ou debil

mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude,

grave ameaça ou violência Forma qualificada

Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são

aumentadas de um terço, se, em consequência do aborto

ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre

lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por

qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte.

Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico:

Aborto necessário

I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante;

Aborto no caso de gravidez resultante de estupro

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II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de

consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu

representante legal.”

Segundo a doutrina existem as seguintes espécies de aborto:

 aborto “honoris causa” – provocado para resguardar a

honra da mulher que engravidou. Pratica-se o aborto como

forma de esconder a gravidez. Constitui-se crime;

 aborto estético – provocado com vistas a preservar a

beleza do corpo da mulher. Interrompe-se a gravidez por se

entender que ela provocará alterações no corpo da gestante

que reduzirão sua beleza. Seriam os casos de bailarinas,

modelos etc., que interrompem a gravidez para evitar que

ela altere a estética corporal. Também se constitui crime.

 aborto natural ou espontâneo - ocorrido de forma

espontânea. O próprio organismo da mãe rejeita (expulsa) o

ser em desenvolvimento intra-uterino, determinando assim

a sua eliminação (não há crime);

 aborto acidental – provocado por fatalidades (quedas,

choques etc.), nele também não há crime;

 aborto criminoso – pressupõe conduta dolosa humana que

determina a supressão do nascituro. Como o próprio nome

indica, constitui-se crime;

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 aborto permitido ou legal – quando a lei admite o aborto

voluntariamente provocado (não há crime). Subdivide-se

em: 1) aborto terapêutico ou necessário (previsto no art.

128, I, do CP) – visa salvar a vida da gestante, sendo

permitido quando a gravidez acarreta sérios riscos de vida à

mulher; 2) aborto sentimental, humanitário ou ético

(previsto no art. 128, II, do CP) – admissível quando a

mulher foi vítima de estupro que causou a gestação;

 aborto eugênico, eugenésico ou piedoso – provocado

com vistas a evitar que nasça uma criança com graves

defeitos genéticos. A legislação brasileira não permite

expressamente essa prática. Há, contudo, grandes

discussões permeando o tipo de aborto em epígrafe,

principalmente quando se trata da eliminação voluntária do

feto com anencefalia, existindo remansosa doutrina que

defende a legalidade do mesmo (vide item específico

adiante) a despeito do vácuo legislativo quanto a matéria;

 aborto miserável ou econômico-social – provocado

tendo em vista o pressuposto de que não haverá condições

econômicas e sociais para a criança viver com dignidade,

evitando-se assim o seu nascimento. É também

criminalizado em nosso país.

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Seguindo, as complicações do aborto provocado são as mais

variáveis e se mostram de considerável interesse médico-pericial,

resultantes de lesões corporais de natureza leve ou grave, podendo até

acontecer a morte.

Caso o aborto seja provocado pela ingestão de substâncias

tóxicas, poderá levar o organismo materno a intoxicações, que vão desde

simples efeitos até o efeito letal. Quando o meio empregado é o

mecânico, as causas podem ser mais diversas. As mais graves são as

embolias gasosas, devido a entrada de ar nas veias uterinas, as

perfurações do útero, as lesões de alças intestinais e peritonite, a

gangrena uterina, e o tétano pós-aborto. Já as lesões mais simples

podem comprometer a parede vaginal, os fundos de saco vaginais, e o

colo ou simplesmente o útero. Assim, segundo a doutrina, há necessidade

de distinguir com precisão as perfurações das roturas. Essas últimas,

na grande maioria, ocorrem no final da gestação e estão mais situadas no

segmento inferior ou no corpo do útero. O diagnóstico diferencial se faz

pelas características morfológicas e histopatológicas das lesões. Segundo

o França, na perfuração, há sempre um trajeto retilíneo. Já na rotura, ao

contrário, além de um trajeto tortuoso há bordas irregulares.

Pessoal, gravem o que vou abordar agora, a septicemia (uma

infecção generalizada) e a embolia pulmonar não são raras entre as

complicações. E os vestígios mais benignos dessas manobras são

traduzidos pelas inflamações: endometrites, salpingites e

salpingooforites.

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Segundo especialistas, o diagnóstico do aborto criminoso é

delicado e complexo, necessitando, assim, de um cuidado maior por parte

do perito. Dessa forma, é necessário considerar o exame da vítima, a

distinção com os abortos patológico e traumático, a comprovação da

prática abortiva, a identificação do meio causador e o exame dos restos

fetais.

“Infanticídio

Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o

próprio filho, durante o parto ou logo após:

Pena - detenção, de dois a seis anos.”

Trata-se do homicídio cometido pela mãe contra seu filho,

nascente ou recém-nascido, sob a influência do estado puerperal. É uma

hipótese de homicídio privilegiado em que, por circunstâncias particulares

e especiais, houve por bem o legislador conferir tratamento mais brando

à autora do delito, diminuindo a faixa de fixação da pena.

Somente a mãe sob a influência de estado puerperal é que pode

ser sujeito ativo. Trata-se de crime próprio. Há, todavia, a possibilidade

de terceiro, que aja em concurso com a mãe, responder pelo delito em

tela.

Quanto à intervenção pericial, chamada crucis peritorum por sua

complexidade para afirmar o crime de infanticídio, a perícia médico-legal

exige para a sua caracterização os seguintes elementos:

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 prova de ser nascente;

 prova de infante nascido;

 prova de recém-nascido;

 prova de vida extrauterina autônoma;

 época da morte;

 diagnóstico da causa jurídica da morte do infante;

 exame somatopsíquico da puérpera.

Prova de ser nascente – o ser nascente poderá ser morto

“durante o parto”, ou seja, antes de ter respirado, portanto, quando

apenas um segmento corporal, ou parte, despontou, mostrando, ao

exame pericial, nele assentadas as lesões causadoras da morte com as

características das produzidas em vida, como a coagulação do sangue, o

afluxo leucocitário, a bossa sero-sanguinolenta etc.

Aqui não tem indicação a docimasia hidrostática pulmonar de

Galeno, ou de outras provas respiratórias, por isso o perito o lançará mão

das docimasias circulatórias, já que, embora o ser nascente não tenha

respirado, o sangue, entretanto, lhe circulava nas artérias.

Prova de infante nascido – segundo a doutrina, o infante

nascido é o que acabou de nascer, isto é, o que, tendo sido expulso do

álveo materno, não recebeu nenhuma assistência, especialmente quanto

à higiene corporal, ou ao tratamento do cordão umbilical. É por isso que o

corpo apresenta-se, total ou parcialmente, recoberto por sangue materno

ou fetal, o que se reveste de fundamental importância para a afirmação

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pericial de que o crime ocorreu “logo após o parto”. De importância é,

também, a observação pericial de vários elementos, como o induto

sebáceo ou vernix caseosum, o tumor do parto, a expulsão de mecônio, e

a respiração autônoma.

Prova de recém-nascido - o conceito médico-legal de

caracterização do recém-nascido abrange um período que vai desde os

primeiros cuidados de higienização corporal, com consequente remoção,

de sua superfície, de sangue materno ou fetal, e pelo tratamento do

cordão umbilical, após o delivramento (expulsão das páreas após o

parto), até o sétimo dia do nascimento.

Prova de vida extrauterina autônoma – essa parte é de

grande importância para sua prova! Para a comprovação do nascimento

com vida, ou seja, de que o ser humano respirou, utiliza-se

obrigatoriamente um conjunto de provas denominadas docimasias, e

pelas provas ocasionais. As docimásias baseiam-se na possível existência

de sinais de vida, manifestados principalmente nas funções respiratórias,

digestivas e circulatórias. O laudo pericial deve obrigatoriamente

esclarecer qual a docimásia pulmonar ou respiratória empregada para a

afirmação conclusiva de que a vítima nasceu com vida, pois a não

obediência a esta metodização desprove a perícia médico-legal da

necessária fundamentação para comprovar a materialidade do

infanticídio.

Assim, muito importante para sua prova é conhecer a Docimásia

hidrostática pulmonar de Galeno — é a mais antiga e, por prática,

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usada correntemente. Baseia-se na densidade do pulmão que

respirou e do que não respirou. Segundo especialistas, o pulmão que

respirou tem densidade entre 0,70 a 0,80. Em condições normais de

pressão e temperatura a densidade da água é de 1,0. Posto em recipiente

contendo água em temperatura ambiente, pulmão que respirou

forçosamente flutuará, pois seu peso específico é mais leve que o da

água; inversamente, o pulmão que não respirou não sobrenadará, por ter

peso específico maior que o da água, ou seja, em torno de 1.040 a 1.092.

Segundo a doutrina, essa docimásia comporta quatro fases distintas, a

saber:

 1.ª fase: em um recipiente suficientemente fundo e

largo, contendo água até 2/3 de sua altura, em

temperatura ambiente, coloca-se em bloco a árvore

traqueobrônquica, a língua, os pulmões, o timo e o

coração, e observa-se se flutua por inteiro ou a meia

água, ou se afunda;

 2.ª fase: separados pelos hilos os pulmões das demais

vísceras no fundo do vaso, se eles sobrenadam por

inteiro ou a meia água, diz-se positiva a prova, sendo,

segundo alguns, desnecessário seguir adiante;

 3.ª fase: incisar um pulmão inteiro no fundo do

reservatório com água e observar se algumas ou todas

as suas partes flutuam, o que confere positividade à

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prova. A prova será dita negativa e imporá a pesquisa da

4.ª fase se todos os fragmentos pulmonares

permanecerem no fundo do vaso;

 4.ª fase: consiste em comprimir energicamente pela mão

voltada para a superfície ou contra a parede do vaso

contendo água um fragmento de pulmão que não tenha

flutuado; supondo ocorra desprendimento de finas

bolhas gasosas misturadas com sangue, a fase é

considerada positiva.

Pessoal, acredito que a Docimásia hidrostática pulmonar de

Galeno é a mais importante para sua prova, entretanto, vou mencionar

outras, pois podem ser cobradas também. Aqui temos as pulmonares e

as extrapulmonares. Vejamos:

 Docimásia histológica de Balthazard — Consiste no

exame histológico dos cortes dos pulmões, ao microscópio,

segundo técnica comum;

 Docimásia radiológica de Bordas — Os campos

pleuropulmonares de quem respirou apresentamse aos raios

X com tonalidade escurecida. Os pulmões que não

respiraram, bem como os portadores de graus variáveis de

atelectasia, ou pneumonia, mostram opacidade aos raios de

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Roentgen, em forma de punho ou triangular, o que diminui o

valor prático da prova;

 Docimásia siálica de Dinitz-Souza: consiste na pesquisa

de saliva no estômago do feto. A reação positiva é um

indicativo de que existiu vida extra-uterina;

 Docimásia gastrintestinal de Breslau — Tem indicação

em recém-nascido espostejado, do qual só se tem o

abdome. Consiste na imersão em água do aparelho

gastrintestinal separado em vários segmentos por prévias

ligaduras da cárdia, do piloro, da porção terminal do

intestino delgado e do reto, observando-se se sobrenadam,

ou não, todos ou alguns;

 Docimásia auricular de Wreden-Wendt-Gélé — É

praticada em infante espostejado do qual só se tem a

cabeça. Baseia-se na existência de ar no ouvido médio, aí

levado através das trompas de Eustáquio, nos primeiros

movimentos respiratórios e de deglutição do infante nascido

vivo;

 Docimásia do nervo óptico de Mirto — Quando às mãos

do perito chegar apenas o crânio, sem sinal de putrefação,

deve-se examinar, macroscópica e microscopicamente, a

mielinização do nervo óptico, que se inicia após as primeiras

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12 horas do nascimento, completando-se em torno do

quarto ou quinto dia;

 Docimásia epimicroscópica pneumoarquitetônica de

Hilário Veiga de Carvalho — Corta-se o pulmão,

previamente lavado em formalina, goteja-se glicerina sobre

os fragmentos colocados numa placa de Petri e observa-se-

os com objetiva de imersão: se houve respiração autônoma,

os alvéolos pulmonares mostram-se regularmente

distribuídos e arredondados, com refringência contrastada

em fundo negro; em caso contrário, visualiza-se um fundo

negro sem imagens. No pulmão putrefeito, as cavidades

cheias de gás de putrefação são grandes, disformes e de

distribuição irregular;

 Docimásia hidrostáticas de Icard — Complementam a

docimasia pulmonar de Galeno nos casos duvidosos ou

quando apenas a 4.ª fase se positivou. Elas são feitas por

aspiração e por imersão em água quente;

 Docimásia Táctil de Nero Rojas – No pulmão que

respirou sentem-se pela palpação, um crepitar característico

e a sensação esponjosa, e, no que não respirou, uma

consistência carnosa;

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 Docimásia plêurica de Placzek — Na cavidade pleural

normalmente existe pressão negativa; ela não pode ser

encontrada no infante que não respirou;

 Docimásia pneumo-hepática de Puccinotti — Segundo

esse autor, é possível concluir se houve ou não respiração

autônoma pela determinação da quantidade de sangue

encontrada no fígado e no pulmão. Este, se respirou, mostra

peso específico menor que o do fígado;

 Docimásia diafragmática de Ploquet — A abertura da

cavidade toracoabdominal do cadáver permite visualizar as

hemicúpulas diafragmáticas em convexidade exagerada,

caso os pulmões não tenham respirado, e em posição

horizontalizada, quando a respiração autônoma existiu;

 Docimásia óptica ou visual de Bouchut — A inspeção

direta do pulmão registra aspecto hepatizado do órgão,

quando o feto não respirou, e superfície em mosaico, se

ocorreu respiração autônoma;

 Docimásia hemato-pneumo-hepática de Severi —

Consiste na colheita de sangue no fígado e no pulmão,

determinando-se, cuidadosamente, as taxas de

hemoglobina; se forem idênticas, obviamente não houve

respiração. Em contrapartida, taxa de hemoglobina mais

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alta no sangue do pulmão fala a favor de respiração

autônoma;

 Prova hemato-arteriovenosa de França — Indicada se

de um espostejamento restar apenas um membro, superior

ou inferior. Consiste, conforme preceitua esse culto

professor de Medicina Legal, “em dissecarem-se as artérias

e as veias com coleta separada de sangue, procedendo-se, a

seguir, a uma cuidadosa dosagem da oxiemoglobina de

ambas as amostras. Conclui-se ter havido hematose e,

consequentemente, respiração, se a taxa de oxiemoglobina

mostrar-se mais alta no sangue arterial. Supondo sejam

idênticas as taxas, confirma-se a não respiração.”

Crimes contra a dignidade sexual e provas periciais

Bem pessoal, vamos começar pelo crime de estupro. Vejamos a

literal:

“Estupro

Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave

ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que

com ele se pratique outro ato libidinoso:

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Pena – reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.

§ 1º Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave

ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14

(catorze) anos:

Pena – reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos.

§ 2º Se da conduta resulta morte:

Pena – reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.”

O estupro é crime pluriofensivo. O art. 213 do CP tutela dois bens

jurídicos: a dignidade sexual e, mais especificamente, a liberdade sexual,

bem como a integridade corporal e a liberdade individual, pois o delito

tem como meios de execução a violência à pessoa ou grave ameaça.

Se a vítima de estupro for menor de 14 anos, ou pessoa que, por

enfermidade ou deficiência mental, não tiver o necessário discernimento

para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não puder

oferecer resistência, estará caracterizado o crime mais grave de estupro

de vulnerável, definido no art. 217-A do CP. Não se enquadrando o

ofendido no conceito de vulnerável para fins sexuais, mas menor de 18 e

maior de 14 anos, incidirá em relação ao estupro a qualificadora contida

na parte final do § 1º do art. 213 do CP.

Quanto à consumação, na conduta “constranger alguém, mediante

violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal”, o estupro se consuma

com a introdução, total ou parcial, do pênis na vagina. Não há

necessidade de ejaculação ou de orgasmo. Já na modalidade “constranger

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alguém, mediante violência ou grave ameaça, a praticar ou permitir que

com ele se pratique outro ato libidinoso”, a consumação se dá no

momento em que a vítima realiza em si mesma, no agente ou em terceira

pessoa algum ato libidinoso, ou então no instante em que alguém atua

libidinosamente sobre seu corpo. Em todas as hipóteses é imprescindível

o prévio emprego de violência ou grave ameaça para constranger a vítima

a qualquer dos comportamentos legalmente descritos.

Para a diagnose de esperma utilizam-se as reações cristalográficas,

que são reações de orientação ou de probabilidade, e pelas provas de

certeza e pelas provas biológicas, específicas e individuais.

As primeiras estão representadas especialmente pela:

 Reação de Florence — Uma solução iodetada posta em contato

com um macerado de esperma reage com a lecitina, que é um

lipoide espalhado na economia inteira, e forma cristais

romboédricos, de colorido marrom-amarelado, visíveis

somente ao microscópio. Essa reação não é peculiar ao

esperma humano, pois a lecitina é encontrada também nos

animais; logo, a reação se positiva com esperma de todos os

animais. Outrossim, à maneira do que ocorre com outras

reações cristalográficas, a reação de Florence ainda se positiva

com sucos vegetais, excretas orgânicos etc.;

 Cristais de Baecchi — Originam-se dos cristais de Florence, 15

a 30 minutos após a sua formação, ao lado dos quais são

vistos, numa preparação microscópica, como formações

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ovaladas, semilunares ou hexagonais, de tonalidade marrom-

escura;

 Reação de Barbério — Uma solução saturada de ácido pícrico

em água destilada posta na presença de um macerado de

esperma bem concentrado forma cristais de formas as mais

variadas: ovoides, romboédricos, losangulares, de acículas

grossas.

As provas de certeza são feitas pela demonstração de um único

espermatozoide íntegro ou, então, de muitas de suas cabeças com

fragmentos de caudas aderidas no material examinado. As provas

biológicas específicas têm valor para a determinação da origem do

esperma, desde que os espermatozoides típicos, previamente

evidenciados, não tenham sofrido alterações morfológicas.

A ruptura do hímen caracteriza física e anatomicamente a realidade

da conjunção carnal, desde que determinada pela introdução do pênis em

ereção na vagina, e não por olisbos, traumatismos, masturbação etc.

Embora íntegro o hímen, asseguramos caracterizado o delito de

estupro se ocorre a simples penetração do espermatozoide fecundante

ejaculado em cópula vestíbulo-vulvar, além da membrana, eis que tal

fato, à luz da tutela penal pátria, equivale à conjunção carnal, levando-se

em conta que a vítima se sente estuprada com o coito vulvar, já que o

atrito do pênis na entrada da vagina é totalmente diferente do contato em

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outra parte de seu corpo. Entretanto, a jurisprudência não é pacífica

nesse sentido.

“Violação sexual mediante fraude

Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso

com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou

dificulte a livre manifestação de vontade da vítima:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.

Parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim de obter

vantagem econômica, aplica-se também multa.”

O objeto jurídico é a liberdade sexual da pessoa humana,

independentemente do seu sexo. Protege-se a inviolabilidade sexual da

pessoa, tendo em vista os atos fraudulentos com os quais se vicia o

consentimento, para obter a conjunção carnal ou outro ato libidinoso.

Aqui, o crime se consume com a prática da conjunção carnal ou do ato

libidinoso.

“Assédio sexual

Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de obter

vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente

da sua condição de superior hierárquico ou ascendência

inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função.

Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos.

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Parágrafo único. (Vetado).

§ 2º A pena é aumentada em até um terço se a vítima é

menor de 18 (dezoito) anos.”

O objeto jurídico é a liberdade sexual, relacionada ao exercício do

trabalho em condições dignas e desprovidas de constrangimentos e

humilhações. Somente pode ser cometido por quem se encontre na

posição de superior hierárquico da vítima ou tenha no tocante a ela

ascendência inerente ao exercício de emprego, cargo ou função. Não há

falar em assédio sexual quando o responsável pelo constrangimento à

vítima estiver na mesma posição desta, ou então em posição inferior na

relação de trabalho. Assim, trata-se de um crime próprio!

“Estupro de vulnerável

Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato

libidinoso com menor de 14 (catorze) anos:

Pena – reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.

§ 1º Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas

no caput com alguém que, por enfermidade ou deficiência

mental, não tem o necessário discernimento para a prática do

ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer

resistência.

§ 2º (Vetado).

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§ 3º Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave:

Pena – reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos.

§ 4º Se da conduta resulta morte:

Pena – reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.”

O estupro de vulnerável pode ser: simples – próprio ou por

equiparação; qualificado pela lesão corporal de natureza grave; e

qualificado pela morte. Nas três hipóteses constitui-se em crime

hediondo, insuscetível de anistia, graça, indulto e fiança. Assim, a pena

privativa de liberdade será cumprida em regime inicialmente fechado,

autorizando-se a progressão após o cumprimento de 2/5 da pena, se o

condenado for primário, ou de 3/5, se reincidente.

O objeto jurídico é a dignidade sexual dos vulneráveis!

“Corrupção de menores

Art. 218. Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a

satisfazer a lascívia de outrem:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.

Parágrafo único. (Vetado).”

O núcleo do tipo é “induzir”, ou seja, criar na mente de alguém a

vontade de satisfazer a lascívia alheia, convencendo-a a agir desta forma.

Lascívia é o desejo sexual, o erotismo, a luxúria. A conduta deve atingir

pessoa ou pessoas determinadas, pois o tipo penal contém a elementar

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“alguém”. Dessa forma, se o sujeito induzir pessoas indeterminadas,

menores de 14 anos, a satisfazer a lascívia de outrem, estará

caracterizado o crime de favorecimento da prostituição ou outra forma de

exploração sexual de vulnerável, nos moldes do art. 218-B do Código

Penal. Também será reconhecível o delito de favorecimento da

prostituição ou outra forma de exploração sexual de vulnerável quando a

vítima receber alguma contraprestação, do agente ou de terceiro, em

decorrência do seu comportamento.

O objeto jurídico é a dignidade sexual da pessoa menor de 14 anos,

bem como o direito ao desenvolvimento sexual sadio, equilibrado e

compatível com a sua idade.

“Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou

adolescente

Art. 218-A. Praticar, na presença de alguém menor de 14

(catorze) anos, ou induzi-lo a presenciar, conjunção carnal ou

outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria ou de

outrem:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.”

O objeto jurídico é a dignidade sexual da pessoa menor de 14 anos

de idade, no tocante ao seu desenvolvimento sadio e equilibrado, bem

como na sua íntegra formação moral. Quanto aos núcleos do tipo:

praticar, na presença de alguém menor de 14 anos, conjunção

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carnal ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria

ou de outrem - o sujeito não induz o menor de 14 anos a presenciar a

conjunção carnal ou qualquer outro ato libidinoso, mas sabe que sua

relação sexual é assistida pela criança ou adolescente, e ainda assim

prossegue, como forma de atender sua própria lascívia ou de terceiro; ou

induzi-lo a presenciar, conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a

fim de satisfazer lascívia própria ou de outrem – induzir tem o

sentido de convencer ou persuadir alguém a fazer algo. O agente

convence o menor de 14 anos a presenciar sua atividade sexual, pois isso

lhe dá prazer erótico ou satisfaz a lascívia de terceiro.

“Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração

sexual de vulnerável

Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra

forma de exploração sexual alguém menor de 18 (dezoito)

anos ou que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem

o necessário discernimento para a prática do ato, facilitá-la,

impedir ou dificultar que a abandone:

Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos.

§ 1º Se o crime é praticado com o fim de obter vantagem

econômica, aplica-se também multa.

§ 2º Incorre nas mesmas penas:

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I – quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com

alguém menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos

na situação descrita no caput deste artigo;

II – o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em

que se verifiquem as práticas referidas no caput deste artigo.

§ 3º Na hipótese do inciso II do § 2º, constitui efeito

obrigatório da condenação a cassação da licença de

localização e de funcionamento do estabelecimento.”

O objeto jurídico é a dignidade sexual do menor de 18 anos ou

portador de doença ou enfermidade mental, bem como o direito ao

desenvolvimento sexual saudável, equilibrado e compatível com sua idade

ou condição pessoal. Quanto à consumação, nos núcleos “submeter”,

“induzir”, “atrair” e “facilitar”, a consumação se dá no momento em que a

vítima passa a se dedicar com habitualidade ao exercício da prostituição

ou outra forma de exploração sexual, ainda que não venha a atender

pessoa interessada em seus serviços. O crime é instantâneo, pois sua

consumação ocorre em um momento determinado, sem continuidade no

tempo. Nas modalidades “impedir” e “dificultar” o delito se consuma no

instante em que a vítima decide abandonar a prostituição ou outra forma

de exploração sexual, mas o sujeito não permite ou torna mais onerosa a

concretização da sua vontade. Nesses casos, o crime é permanente.

Embora a prostituição seja o comércio sexual continuado, esta

habitualidade se restringe ao comportamento da vítima – o agente não

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precisa reiteradamente favorecer a prostituição ou outra forma de

exploração sexual. Em todas as hipóteses, o crime é material ou causal –

a consumação requer o efetivo exercício da prostituição ou outra forma de

exploração sexual pela vítima.

Sexualidade anômala

Toda variação da relação heterossexual normal que seja

exclusiva, isto é, a própria pessoa se satisfaz sexualmente, é uma

variação anômala (ex: a masturbação não se trata de anomalia da

sexualidade, porém, se o indivíduo usa a masturbação como substitutivo

da relação sexual normal, ela já é encarada como anomalia). No aspecto

jurídico, principalmente no tocante à anulação do casamento, a prática

sexual anômala impede a sexualidade normal, tornando-se forma

exclusiva da manifestação sexual. Sexualidade anômala é uma

modificação qualitativa ou quantitativa do instinto sexual, podendo existir

como sintoma numa degeneração psíquica ou como intervenção de

fatores orgânicos glandulares. A prática sexual anômala deve substituir

em caráter permanente e total a prática normal.

Vejamos algumas práticas sexuais anômalas:

Onanismo - é o impulso obsessivo à excitação dos órgãos

genitais. É a prática orgásmica auto-erótica. A masturbação é

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considerada anômala quando, pela duração e exclusividade,

bloqueia a prática da conjunção carnal normal;

Pedofilia - é a predileção sexual por crianças. Compreende

desde os atos obscenos até a prática de manifestações

libidinosas;

Anafrodisia - quando há diminuição do apetite sexual do

homem. O sistema de ereção peniana funciona, mas, por

várias razões, deixa de existir o desejo sexual. Pode decorrer

de doenças do sistema nervoso e de outras causas externas

ou internas;

Frigidez - é a ausência de libido na mulher. Distúrbio do

instinto sexual que se caracteriza pela diminuição do apetite

sexual. Pode ter várias razões: sucessivas frustrações,

situações psíquicas (bloqueio infantil), vaginismo (psicofísica)

ou outras doenças psíquicas ou glandulares.

Erotismo - é o apetite sexual acentuado. Manifesta-se por

meio da satiríase no homem, que é o apetite sexual

acentuado, não podendo ser confundido com o priapismo no

homem(ereção permanente) nem com a ninfomania na

mulher, que é o desejo insaciável.

Auto-erotismo - é a manifestação da sexualidade que, para

a satisfação sexual, não depende de parceiro nem de

masturbação, depende apenas da imaginação;

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Erotomania - é a fixação maníaca de alta morbidez, em que

o indivíduo se fixa em alguém fora do campo de seu

relacionamento. O indivíduo desenvolve uma paixão mórbida

e doentia, podendo até transformar-se num criminoso de alta

periculosidade.O indivíduo é levado por uma ideia fixa de

amor e tudo nele gira em torno dessa paixão. Normalmente

são castos e virgens (amor platônico);

Mixoscopia - popularmente chamada de voyeurismo,

consiste no prazer em presenciar a relação sexual de

terceiros.

Abaixo segue um quadro resumo com todas as parafilias:

Parafilia Interesse erótico principal


Abasiofilia Pessoas com mobilidade reduzida
Acrotomofilia Pessoas com amputações
Agalmatofilia Manequins e estátuas
Algolagnia Dor, principalmente na zona erógena
Andromimetofilia Transexuais masculinos
Anililagnia Atrações de homens jovens em mulheres idosas
Antropofagia Ingestão de carne humana
Apotemnofilia Amputar a própria perna
Asfixia erótica Asfixia de si próprio ou de outros; pode levar à morte
Asfixiofilia Ser asfixiado ou estrangulado
Autagonistofilia Ser observado por outras pessoas ou ser filmado
Autassassinofilia Possibilidade de morrer durante a relação sexual
Uma mulher com desejo de possuir atributos
Autoandrofilia
masculinos
Autoginefilia Um homem com desejo de possuir atributos femininos
Autonepiofilia Imaginação de si próprio como sendo uma criança

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Parafilia Interesse erótico principal


Autopedofilia
Imaginação de si próprio na forma de um bicho de
Autoplushofilia
pelúcia
Imaginação de si próprio na forma de um vampiro.
Autovampirismo
Envolve a ingestão ou visualização do próprio sangue
Imaginação de si próprio na forma de um animal
Autozoofilia
antropomorfizado
Estupro de uma pessoa inconsciente, geralmente um
Biastofilia
estranho
Clismafilia Excitação sexual proveninente de enemas
Crematistofilia Ser roubado ou ser extorquido financeiramente
Cronofilia Parceiro sexual com uma grande diferença de idade
Ingestão de fezes durante o ato; também conhecida
Coprofilia
como fecofilia ou escatofilia
Dacryfilia Lágrimas ou choro
Dendrofilia Árvores
Emetofilia Vômito
Assassinato do parceiro após a relação, geralmente
Erotofonofilia
estranhos; também conhecida como dacnolagnomania
Estigmatofilia Tatuagens e piercings
Exibir o órgão sexual em público sem o consentimento
Exibicionismo
de quem vê
Feederismo Parceiro com peso muito acima do normal
Fetiche com Fraldas; considerada como uma sobreposição à
fraldas autonepiofilia
Fetichismo Interesse particular em objetos sem vida própria
Formicofilia Rastejar sobre formigas, besouros e pequenos insetos
O parceiro permanece subordinado a permanecer
Fornifilia
como uma peça de mobiliário
Excitação do órgão sexual em uma pessoa com
Frotteurismo
roupas e sem o consentimento desta
Gerontofilia Pessoas idosas
Gynandromorfofilia
Transsexual ou mulher transgênera
Gynemimetofilia
Hematolagnia Ingerir ou observar o sangue do parceiro
Atração por pessoas do sexo oposto por quem é
Heterofilia
essencialmente homossexual
Utilizar peças de roupa de si mesmo ou do sexo
Homeovestismo
oposto

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Parafilia Interesse erótico principal


Parceiro envolvido em crimes; principalmente em
Hybristofilia crimes crueis e escandalosos, como estupro e
assassinato
Se vestir ou agir como um bebê; também conhecida
Infantilismo
como "síndrome do bebê adulto"
Tipo de pedofilia com foco maior em crianças cinco
Infantofilia anos ou menos; termo novo que não é usado na
mídia
Excitação ao observar o leite materno sendo expelido
Lactofilia
pelos seios
Interesse sexual em pessoas com gigantismo,
Macrofilia
especialmente do sexo feminino
Maschalagnia Fetiche com axilas
Sofrimento ao ser espancado, agredido ou humilhado
Masoquismo
verbalmente pelo parceiro
Carros os outros veículos; também conhecido como
Mecanofilia
"mecafilia"
Melolagnia Música
Menofilia Menstruação
Pessoas de baixa estatura ou com partes do corpo
Microfilia
muito pequenas
Misofilia Ambiente sujo, coisas imundas ou em decomposição
Atração única por corpos com características exatas,
Morfofilia
como mesmo tamanho e altura
Narratofilia Palavras obscenas e de baixo calão
Nasofilia Narizes
Necrofilia Cadáveres
Desejo de manter relação com objetos inanimados
Objectofilia
específicos
Olhos e atividades que possam envolver o globo
Oculofilia
ocular. Este termo não se encaixa no voyeurismo
Olfactofilia Odor corporal, especialmente nos órgãos sexuais
Crianças na fase da pré-puberdade, geralmente
Pedofilia
confundida com efebofilia e pederastia
Peodeiktofilia Exibir o pênis em público
Podofilia Pés
Pictofilia Pornografia ou atos eróticos, principalmente imagens
Perfurar o corpo de outra pessoa, geralmente
Piquerismo
esfaqueando ou cortando o corpo com canivetes

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Parafilia Interesse erótico principal


Plushofilia Animais de pelúcia
Pigofilia Excitação além do comum por nádegas
Pirofilia Fogo
Raptofilia Cometer estupro com consentimento do parceiro
Sadismo sexual Sofrimento físico ou psicológico imposto no parceiro
Salirofilia Saliva ou suor
Somnofilia Pessoas dormindo ou inconsciente
Stenolagnia Músculos e exibições de força física
Excitação ao assistir tragédias e desastres naturais ou
Simforofilia
praticar relação sexual com tais acontecimentos
Teratofilia Pessoas deformadas ou semi-deformadas
Encostar em uma pessoa com a mão sem seu
Toucherismo
consentimento
Uso de roupas do sexo oposto; também conhecida
Travestismo
como transvestismo
Interesse em um parceiro sexual com roupas do sexo
Travestofilia
oposto
Tricofilia Cabelos
Prazer em ver o parceiro tendo relações sexuais com
Troilismo
um terceiro; corno
Urinar ou receber a urina do parceiro, com a ingestão
Urofilia
ou não do líquido
Vampirismo Sangue
Excitação ao comer ou ter partes do corpo sendo
Vorarefilia
comidas por outra pessoa
Assistir outras pessoas peladas ou praticando relações
Voyeurismo
sexuais, geralmente sem o consentimento destas
Zoofilia Animais
Zoosadismo Fazer os animais ou observá-los sentir dor

Vamos, agora, ver algumas questões.

Grande abraço e bons estudos!

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Questões propostas

1) (CESPE - 2012 - PC-AL - Escrivão de Polícia) No que se refere à

perícia médico-legal, julgue os itens subsequentes.

A verificação da presença de hímen íntegro e complacente em

jovem vítima de suposto abuso sexual é suficiente para que o

perito médico-legista conclua que não houve conjunção carnal.

2) (FUNCAB - 2012 - PC-RJ - Delegado de Polícia) Na perícia de

conjunção carnal, a maioria das lesões encontradas nas vítimas de

crimes sexuais é de caráter inespecífico, o que torna necessária a

realização de métodos complementares para a elucidação dos

vestígios, entre os quais NÃO se inclui:

A) pesquisa direta de espermatozoides.

B) dosagem de fosfatase ácida prostática.

C) pesquisa de antígeno prostático específico.

D) exame de confronto genético.

E) dosagem de prostaglandina F2-alfa.

3) (FGV - 2012 - PC-MA - Delegado de Polícia) Uma mulher

comparece ao IML alegando que, sob a ameaça de um revólver, foi

obrigada a manter conjunção carnal com um desconhecido. O

exame pericial não apurou vestígios de violência física. O exame

ginecológico apurou a presença de carúnculas mirtiformes. O

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exame laboratorial da secreção vaginal colhida não revelou a

presença de espermatozóides e a dosagem de fosfatase ácida

estava elevada.

A análise do caso apresentado permite concluir que

A) a periciada não é virgem e houve conjunção carnal recente

comprovada pela dosagem da fosfatase ácida na secreção vaginal.

B) a periciada apresenta vestígios de conjunção carnal recente

pela presença de carúnculas mirtiformes.

C) a periciada é virgem pela ausência de rotura himenal e de

espermatozóides na secreção vaginal.

D) a periciada não é virgem mas não é possível determinar se

houve conjunção carnal recente.

E) a presença de carúnculas himenais é incompatível com a

dosagem de fosfatase ácida.

4) (CESPE - 2012 - PC-AL - Delegado de Polícia) Em relação à

perícia médico-legal, julgue os itens que se seguem.

Não existe a possibilidade de ocorrência de estupro em pessoa do

sexo feminino com hímen íntegro, isto é, virgem.

5) (CEFET-BA - 2008 - PC-BA - Delegado de Polícia) Em casos de

estupro, a violência é presumida em lei quando a vítima

A) é menor de 16 anos.

B) sofreu rotura recente do hímen.

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C) está alcoolizada.

D) é casada.

E) é alienada ou débil mental.

6) (PC-SP - 2003 - Delegado de Polícia) As ausências de

espermatozoides na vagina e no canal anal:

A) afastam definitivamente as ocorrências de conjunção carnal e

do coito anal;

B) afastam definitivamente as ocorrências de conjunção carnal,

mas não a de coito anal;

C) afastam definitivamente as ocorrências de coito anal, mas não

a de conjunção carnal;

D) não afastam definitivamente as ocorrências de conjunção

carnal e do coito anal

7) (PC-MG - 2011 - Delegado de Polícia) Retalhos de hímen roto

pelo parto vaginal, os quais se retraem constituindo verdadeiros

tubérculos em sua implantação, correspondem a

A) entalhes himenais.

B) hímens cribriformes.

C) carúnculas mirtiformes.

D) chanfraduras vulvo-himenais.

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8) (CESPE - 2011 - PC-ES - Médico Legista – Específicos) O

cadáver de uma pessoa do sexo feminino submetida à necropsia

no IML apresentou erupção de segundos molares, e ausência de

erupção dos terceiros molares. A rigidez cadavérica apresentava-

se desfeita e havia mancha verde abdominal e circulação póstuma.

Os livores concentravam-se no ventre. No pescoço, havia sulco

horizontal completo abaixo da cartilagem tireoide. Apresentava

equimoses subconjuntivais e retrofaringianas, com pulmões

congestos, escuros e com manchas de Tardieu, principalmente em

pleuras visceral e interlobares. O exame cardíaco referiu

ventrículo esquerdo esvaziado e direito repleto. Exame da

genitália mostrou integridade himenal e positividade para PSA em

líquido sanguinolento colhido da cavidade retal; e havia laceração

de mucosa anal.

Com base no caso hipotético acima, julgue os itens subsequentes,

relacionados a exame em cadáveres.

Nesse caso, há evidência de estupro.

9) (UFPR - 2014 - DPE-PR - Defensor Público) Considera-se

vulnerável, para fins de tipificação do crime de estupro de

vulnerável (art. 217-A, §1º, do CP):

A) o maior de 60 anos.

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B) quem, por deficiência mental, não tem o necessário

discernimento para a prática do ato.

C) o menor de 16 anos, ainda que possua o necessário

discernimento para a prática do ato.

D) o descendente, menor de 18 anos, ainda que possua o

necessário discernimento para a prática do ato.

E) a mulher, no âmbito das relações domésticas.

10) (VUNESP - 2014 - PC-SP - Investigador de Polícia) Nos termos

do Código Penal, assinale a alternativa que contenha apenas

crimes contra a dignidade sexual

A) Perigo de contágio venéreo; atentado ao pudor mediante

fraude; assédio sexual.

B) Assédio sexual; perigo de contágio venéreo; corrupção de

menores.

C) Estupro; atentado violento ao pudor; prostituição.

D) Atentado violento ao pudor; sedução; estupro.

E) Estupro; corrupção de menores; assédio sexual.

11) (CRSP - PMMG - 2014 - PM-MG - Oficial da Polícia Militar -

Prova A) Uma mulher apaixonada por um homem que inobstante

tentar conquistá-lo de todas as formas, não consegue lograr êxito

em seu intento. Assim, sendo, de porte de uma arma de fogo,

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empregando ameaça, obriga o homem indefeso à prática de

relações sexuais, restando consumado, portanto o crime de:

A) Constrangimento ilegal.

B) Violação sexual mediante fraude.

C) Atentado violento ao pudor.

D) Estupro.

12) (FUMARC - 2013 - PC-MG - Médico legista) Quanto à sexologia

criminal, é correto afirmar, EXCETO:

A) O agente passivo do estupro pode ser tanto o homem quanto a

mulher

B) No atentado violento ao pudor, tanto o homem quanto a mulher

podem ser o agente passivo.

C) O hímen é uma estrutura mucosa que separa a vulva da vagina

e tem duas faces: uma, vaginal e profunda, e outra, vestibular ou

superficial.

D) Em presença de hímen complacente, a constatação da presença

de fosfatase ácida ou de glicoproteína P 30 em resíduo vaginal

pode contribuir no diagnóstico de conjunção carnal.

13) (FUNCAB - 2013 - PC-ES - Médico legista) São sinais

doutrinários em Medicina Legal de que houve conjunção carnal

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com uma mulher, que evidenciava hímen não complacente roto,

EXCETO:

A) presença de entalhes no hímen.

B) gravidez.

C) presença de esperma na vagina ou canal vaginal.

D) presença de fosfatase ácida acima de 300U.K./mL no canal

vaginal.

E) presença de glicoproteína P30 no canal vaginal.

14) (FUNCAB - 2013 - PC-ES - Médico legista) Africção, por parte

do homem, de seu pênis contra as nádegas ou corpo de uma

mulher completamente vestida, a fimde atingir o orgasmo

caracteriza:

A) estigmatofilia.

B) algolagnia.

C) riparofilia.

D) frotteurismo.

E) clismafilia.

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Questões comentadas

1) (CESPE - 2012 - PC-AL - Escrivão de Polícia) No que se refere à

perícia médico-legal, julgue os itens subsequentes.

A verificação da presença de hímen íntegro e complacente em jovem

vítima de suposto abuso sexual é suficiente para que o perito médico-

legista conclua que não houve conjunção carnal.

Comentários:

Existem himens cujo exame apresenta algumas dificuldades

periciais, como os infantis, os franjados e os complacentes. É

necessário um diagnóstico diferencial entre as rupturas completas,

incompletas e entalhes congênitos, como as rupturas recentes e

cicatrizadas e quanto ao reconhecimento e vestígios, esses são indicativos

de cópula vulvar e toque digital. Na mulher com vida sexual pregressa, a

perícia deve buscar provas de ejaculação (sêmen), constatando-se a

presença de espermatozóides e líquido seminal por meio do exame de

Fosfatase ácida (que é um indício) e da Proteína P30 (PSA que é

uma constatação). Logo, não é suficiente.

Gabarito: E.

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2) (FUNCAB - 2012 - PC-RJ - Delegado de Polícia) Na perícia de

conjunção carnal, a maioria das lesões encontradas nas vítimas de

crimes sexuais é de caráter inespecífico, o que torna necessária a

realização de métodos complementares para a elucidação dos

vestígios, entre os quais NÃO se inclui:

A) pesquisa direta de espermatozoides.

B) dosagem de fosfatase ácida prostática.

C) pesquisa de antígeno prostático específico.

D) exame de confronto genético.

E) dosagem de prostaglandina F2-alfa.

Comentários:

Na perícia da conjunção carnal, o único método complementar que

NÃO se inclui na investigação é a dosagem de prostaglandina F2-alfa,

substância sintética utilizada na provocação de aborto por medicamentos

efetuado no segundo trimestre da gravidez, em países onde tal

procedimento é permitido por lei.

Gabarito: E.

3) (FGV - 2012 - PC-MA - Delegado de Polícia) Uma mulher

comparece ao IML alegando que, sob a ameaça de um revólver, foi

obrigada a manter conjunção carnal com um desconhecido. O

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exame pericial não apurou vestígios de violência física. O exame

ginecológico apurou a presença de carúnculas mirtiformes. O

exame laboratorial da secreção vaginal colhida não revelou a

presença de espermatozóides e a dosagem de fosfatase ácida

estava elevada.

A análise do caso apresentado permite concluir que

A) a periciada não é virgem e houve conjunção carnal recente

comprovada pela dosagem da fosfatase ácida na secreção vaginal.

B) a periciada apresenta vestígios de conjunção carnal recente pela

presença de carúnculas mirtiformes.

C) a periciada é virgem pela ausência de rotura himenal e de

espermatozóides na secreção vaginal.

D) a periciada não é virgem mas não é possível determinar se houve

conjunção carnal recente.

E) a presença de carúnculas himenais é incompatível com a dosagem de

fosfatase ácida.

Comentários:

Então pessoal, a comprovação da dosagem de fosfatase ácida na

secreção vaginal, nos remete ao entendimento de ter ocorrido a

conjunção carnal. Quanto às carúnculas mirtiformes, que são encontradas

nas mulheres que já deram a luz, via vaginal: são pequenos brotos ou

pontos cicatriciais situados na região do hímen (são sobras de hímen)

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depois de múltiplas conjunções carnais ou após o parto. Então ela não era

virgem.

Gabarito: A.

4) (CESPE - 2012 - PC-AL - Delegado de Polícia) Em relação à

perícia médico-legal, julgue os itens que se seguem.

Não existe a possibilidade de ocorrência de estupro em pessoa do sexo

feminino com hímen íntegro, isto é, virgem.

Comentários:

Claro que existe, no caso de um hímen complacente, lembraram?

Dependendo da elasticidade da membrana, pode ocorrer de que o óstio

não se rompa durante a conjunção carnal. Outros fatores, como a

lubrificação da mulher, as dimensões dos membros da parceira e do

parceiro, bem como a proporção entre eles, podem fazer com que o

hímen não se rompa durante a relação.

Gabarito: E.

5) (CEFET-BA - 2008 - PC-BA - Delegado de Polícia) Em casos de

estupro, a violência é presumida em lei quando a vítima

A) é menor de 16 anos.

B) sofreu rotura recente do hímen.

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C) está alcoolizada.

D) é casada.

E) é alienada ou débil mental.

Comentários:

Meus amigos (as), vamos falar mais um pouco sobre os crimes

de estupro. Há alguns anos, houve uma alteração no Direito Penal

brasileiro, com a Lei Ordinária Federal n. 12.015, de 07 de agosto de

2009, publicada no Diário Oficial da União, no dia 10 do mesmo mês e

ano, o que promoveu uma inédita alteração no art. 213 do Código Penal,

revogando o art. 214 do mesmo. Eis as alterações:

“Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou

grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou

permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso.

Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.

1º Se da conduta resulta lesão corporal de natureza

grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior

de 14 (catorze) anos: Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12

(doze) anos.

2º Se da conduta resulta morte: Pena - reclusão, de 12

(doze) a 30 (trinta) anos”.

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Outra coisa que eu não falei acima, o atentado violento ao

pudor, que foi revogado em 2009, a doutrina entendia que eram os

atos sexuais caracterizados pela (o):

Conjunção carnal - significa a cópula, a realização do ato

sexual, em primeira instância, o contato direto do órgão sexual masculino

com o feminino, com a introdução do primeiro no organismo do segundo,

ou seja, o pênis dentro da vagina. Podemos ter sinais da ocorrência de

uma conjunção carnal se houver dúvida como dor, lesões, hemorragia e

contaminação ou de certeza, se houver ruptura do hímen, esperma na

vagina, gravidez. Também é chamada de Cópula ou Coito, e no bom e

velho latim significa “Imissio penis in vaginam”. Esse termo se traduz na

relação entre o homem e a mulher, caracterizada pela penetração do

pênis na vagina, com ou sem ejaculação, ou seja, o “Imissio seminis”.

Ato libidinoso - os crimes antes considerados como atentado

violento ao pudor, enquadrados no Artigo 214 do Código Penal, são

contemplados agora no Artigo 213, referente ao estupro. Com isso,

estupro e atentado violento ao pudor, que eram dois crimes autônomos

com penas somadas, resultam na aplicação de uma única pena. Com isso,

há o risco de as penas serem menores. Antes era aplicado concurso

material de delitos, porque quem praticou (de forma forçosa) sexo vaginal

(que era classificado como estupro) e depois o oral (que antes era

caracterizado como atentado violento ao pudor) poderia receber seis anos

por causa de cada um dos delitos. A condenação de ambos delitos tinham

suas penas somadas, contudo agora passam a ser a mesma coisa.

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Atos Libidinosos além da conjunção carnal, ato libidinoso por

excelência, temos diversos outros atos libidinosos, os quais inserem-se

as: Cópulas ectópicas, os Atos orais; e os Atos manuais, assim temos:

 Cópulas ectópicas: são aquelas cópulas praticadas fora

da vagina, tais como a Cópula anal, a Cópula retal, Cópula

vulvar (cópula vestibular ou “ad introitum”), Cópula oral ou

felação, Cópula entre as coxas.

 Atos orais se caracterizam pela felação (sexo oral na

genitália masculina), o cunilíngua ou cunilingus (ou seja,

sexo oral na genitália feminina), beijos e sucções nas

mamas, coxas ou outras regiões de conotação sexual

 Atos manuais tratam-se da masturbação e das

manipulações eróticas de todos os tipos

Quanto à definição de violência, crimes sexuais, podemos dizer

de maneira simples que é o concurso de força física, psicológica ou do

emprego de outros meios capazes de privar ou perturbar o entendimento

da vítima, impossibilitando-a de reagir ou de se defender de uma

agressão. são dois tipos de violência, a Efetiva ou a Presumida.

 Violência Efetiva:

Física: a lei exige que o agressor tenha agido de forma

violenta, anulando ou enfraquecendo a oposição (resistência

física) da vítima.

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Psíquica: o agente conduz a vítima a uma forma de não

resistência por inibição ou enfraquecimento das faculdades

mentais seja por embriaguez completa, algum tipo de

anestésico, estados hipnóticos e drogas alucinógenas (“Boa

noite Cinderela”)

 Violência Presumida - 3 situações:

Menor de 14 anos; vítima alienada ou débil mental e,

geralmente o agente agressor conhecia esta circunstância ou

qualquer causa que impeça a vítima de resistir.

Dessa forma, fica fácil visualizar a resposta da nossa questão,

ok?

Mais uma coisa, quanto à Perícia no Estupro: os objetivos

periciais visam demonstrar que houve a cópula vaginal, e neste caso há

três situações no caso da vítima ser mulher: 1 - verificar se ela era ou

não virgem; 2 - verificar se a mulher já tinha vida sexual pregressa e; 3 -

no caso de adolescente, se havia vida sexual pregressa. Além de

demonstrar a conjunção carnal e penetração vaginal sem a anuência e

consentimento da vítima visam, também, comprovar a violência efetiva

ou presumida pelos sinais apurados. Se possível, deve-se obter uma

relação de provas biológicas que permitam identificar o agente

estuprador.

Gabarito: E.

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6) (PC-SP - 2003 - Delegado de Polícia) As ausências de

espermatozoides na vagina e no canal anal:

A) afastam definitivamente as ocorrências de conjunção carnal e do coito

anal;

B) afastam definitivamente as ocorrências de conjunção carnal, mas não

a de coito anal;

C) afastam definitivamente as ocorrências de coito anal, mas não a de

conjunção carnal;

D) não afastam definitivamente as ocorrências de conjunção carnal e do

coito anal

Comentários:

Claro que não afastam! Pode ocorrer à intromissão do pênis não

seguido de ejaculação e, também, pode ocorrer de os indivíduos serem

vazectomizados.

Gabarito: D.

7) (PC-MG - 2011 - Delegado de Polícia) Retalhos de hímen roto

pelo parto vaginal, os quais se retraem constituindo verdadeiros

tubérculos em sua implantação, correspondem a

A) entalhes himenais.

B) hímens cribriformes.

C) carúnculas mirtiformes.

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D) chanfraduras vulvo-himenais.

Comentários:

A face vaginal do hímen é ligeiramente côncava, rugosa,

irregular e de coloração vermelho-escura. A face vestibular, um tanto

convexa, forma com a face interna dos pequenos lábios um sulco

chamado de vulvo-himenal ou ninfo-himenal, não muito raramente

interrompido por pequenas bridas de sentido transversal e que

circunscreve pequenas depressões cognominadas fossetas vulvo-

himenais. A borda livre do hímen pode apresentar-se regular, irregular e

recortada, mostrando reentrâncias que são conhecidas por entalhes ou

chanfraduras. Se elas avançam a pique, chegando quase à borda de

inserção, e se são simétricas, denominam-se entalhes. Se forem

superficiais e correrem em extensão, geralmente de 2 a 3 cm, dar-se-lhe-

á o nome de chanfraduras.

No caso do hímen cribriforme, poucas mulheres apresentam

este tipo de hímen. Em vez de apenas um orifício ao centro, ele tem

vários furinhos pelos quais passa o fluxo menstrual.

Segundo especialistas, o hímen pode apresentar anomalias,

dentre elas as principais são: presença de criptas, ninhos ou divertículos

que se situam em pleno hímen; presença de criptas, ninhos ou

divertículos ninfo-himenais; presença de saliências longitudinais e

medianas nas proximidades do hímen; presença de sulcos na face

vestibular do hímen; presença de pequenas valvas mucosas

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semicirculares; inserção incompletas das partes himenais; e, abertura do

meatro uretral em pleno hímen;

Verifica-se, também, que podem surgir falsas anomalias

devido a modificação das estruturas genitais, tais como: união dos

pequenos lábios por membrana, dando aparência de hímen imperfurado;

e, pontes ligando os pequenos lábios, dado a impressão de hímen

biperfurado.

Pode também ocorrer a presença das chamadas carúnculas

mitiformes, que são os retalhos de hímen roto pelo coito ou mais

propriamente pelo parto, os quais se retraem formando verdadeiros

tubérculos.

Gabarito: C.

8) (CESPE - 2011 - PC-ES - Médico Legista – Específicos) O

cadáver de uma pessoa do sexo feminino submetida à necropsia

no IML apresentou erupção de segundos molares, e ausência de

erupção dos terceiros molares. A rigidez cadavérica apresentava-

se desfeita e havia mancha verde abdominal e circulação póstuma.

Os livores concentravam-se no ventre. No pescoço, havia sulco

horizontal completo abaixo da cartilagem tireoide. Apresentava

equimoses subconjuntivais e retrofaringianas, com pulmões

congestos, escuros e com manchas de Tardieu, principalmente em

pleuras visceral e interlobares. O exame cardíaco referiu

ventrículo esquerdo esvaziado e direito repleto. Exame da

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genitália mostrou integridade himenal e positividade para PSA em

líquido sanguinolento colhido da cavidade retal; e havia laceração

de mucosa anal.

Com base no caso hipotético acima, julgue os itens subsequentes,

relacionados a exame em cadáveres.

Nesse caso, há evidência de estupro.

Comentários:

Pessoal, o que nos interessa no texto é a parte final, a qual eu

sublinhei. Assim, temos que saber existem himens cujo exame apresenta

algumas dificuldades periciais, como os infantis, os franjados e os

complacentes. É necessário um diagnóstico diferencial entre as rupturas

completas, incompletas e entalhes congênitos, como as rupturas recentes

e cicatrizadas e quanto ao reconhecimento e vestígios, esses são

indicativos de cópula vulvar e toque digital. Na mulher com vida sexual

pregressa, a perícia deve buscar provas de ejaculação (sêmen),

constatando-se a presença de espermatozóides e líquido seminal por meio

do exame de Fosfatase ácida (que é um indício) e da Proteína P30 (PSA

que é uma constatação).

Gabarito: C.

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9) (UFPR - 2014 - DPE-PR - Defensor Público) Considera-se

vulnerável, para fins de tipificação do crime de estupro de

vulnerável (art. 217-A, §1º, do CP):

A) o maior de 60 anos.

B) quem, por deficiência mental, não tem o necessário discernimento

para a prática do ato.

C) o menor de 16 anos, ainda que possua o necessário discernimento

para a prática do ato.

D) o descendente, menor de 18 anos, ainda que possua o necessário

discernimento para a prática do ato.

E) a mulher, no âmbito das relações domésticas.

Comentários:

Se a vítima de estupro for menor de 14 anos, ou pessoa que, por

enfermidade ou deficiência mental, não tiver o necessário discernimento

para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não puder

oferecer resistência, estará caracterizado o crime mais grave de estupro

de vulnerável, definido no art. 217-A do CP.

Gabarito: B.

10) (VUNESP - 2014 - PC-SP - Investigador de Polícia) Nos termos

do Código Penal, assinale a alternativa que contenha apenas

crimes contra a dignidade sexual

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A) Perigo de contágio venéreo; atentado ao pudor mediante fraude;

assédio sexual.

B) Assédio sexual; perigo de contágio venéreo; corrupção de menores.

C) Estupro; atentado violento ao pudor; prostituição.

D) Atentado violento ao pudor; sedução; estupro.

E) Estupro; corrupção de menores; assédio sexual.

Comentários:

São crimes contra a dignidade sexual: o estupro; corrupção de

menores; assédio sexual. O atentado violento ao pudor e o atentado ao

pudor mediante fraude foram revogados; e o crime de perigo de contágio

venéreo é crimes contra pessoa!

Gabarito: E.

11) (CRSP - PMMG - 2014 - PM-MG - Oficial da Polícia Militar -

Prova A) Uma mulher apaixonada por um homem que inobstante

tentar conquistá-lo de todas as formas, não consegue lograr êxito

em seu intento. Assim, sendo, de porte de uma arma de fogo,

empregando ameaça, obriga o homem indefeso à prática de

relações sexuais, restando consumado, portanto o crime de:

A) Constrangimento ilegal.

B) Violação sexual mediante fraude.

C) Atentado violento ao pudor.

D) Estupro.

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Comentários:

Muito cuidado aqui! Não é pelo fato de ser homem que não poderá

sofrer um estupro, ok? Vejamos o tipo:

“Estupro

Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave

ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que

com ele se pratique outro ato libidinoso: (...)”

Gabarito: D.

12) (FUMARC - 2013 - PC-MG - Médico legista) Quanto à sexologia

criminal, é correto afirmar, EXCETO:

A) O agente passivo do estupro pode ser tanto o homem quanto a mulher

B) No atentado violento ao pudor, tanto o homem quanto a mulher

podem ser o agente passivo.

C) O hímen é uma estrutura mucosa que separa a vulva da vagina e tem

duas faces: uma, vaginal e profunda, e outra, vestibular ou superficial.

D) Em presença de hímen complacente, a constatação da presença de

fosfatase ácida ou de glicoproteína P 30 em resíduo vaginal pode

contribuir no diagnóstico de conjunção carnal.

Comentários:

O atentado violento ao pudor, que foi revogado em 2009, a

doutrina entendia que eram os atos sexuais caracterizados pela (o):

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Conjunção carnal - significa a cópula, a realização do ato

sexual, em primeira instância, o contato direto do órgão sexual masculino

com o feminino, com a introdução do primeiro no organismo do segundo,

ou seja, o pênis dentro da vagina. Podemos ter sinais da ocorrência de

uma conjunção carnal se houver dúvida como dor, lesões, hemorragia e

contaminação ou de certeza, se houver ruptura do hímen, esperma na

vagina, gravidez. Também é chamada de Cópula ou Coito, e no bom e

velho latim significa “Imissio penis in vaginam”. Esse termo se traduz na

relação entre o homem e a mulher, caracterizada pela penetração do

pênis na vagina, com ou sem ejaculação, ou seja, o “Imissio seminis”.

Ato libidinoso - os crimes antes considerados como atentado

violento ao pudor, enquadrados no Artigo 214 do Código Penal, são

contemplados agora no Artigo 213, referente ao estupro. Com isso,

estupro e atentado violento ao pudor, que eram dois crimes autônomos

com penas somadas, resultam na aplicação de uma única pena. Com isso,

há o risco de as penas serem menores. Antes era aplicado concurso

material de delitos, porque quem praticou (de forma forçosa) sexo vaginal

(que era classificado como estupro) e depois o oral (que antes era

caracterizado como atentado violento ao pudor) poderia receber seis anos

por causa de cada um dos delitos. A condenação de ambos delitos tinham

suas penas somadas, contudo agora passam a ser a mesma coisa.

Gabarito: B.

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13) (FUNCAB - 2013 - PC-ES - Médico legista) São sinais

doutrinários em Medicina Legal de que houve conjunção carnal

com uma mulher, que evidenciava hímen não complacente roto,

EXCETO:

A) presença de entalhes no hímen.

B) gravidez.

C) presença de esperma na vagina ou canal vaginal.

D) presença de fosfatase ácida acima de 300U.K./mL no canal vaginal.

E) presença de glicoproteína P30 no canal vaginal.

Comentários:

Pessoal, no hímen roto (que se rompeu) a ruptura é profunda, às

vezes apresenta sinais inflamatórios, a borda é irregular e constituída de

um tecido cicatricial (o processo cicatricial se completa dentro de 3

semanas). Até 20 dias é possível determinar a data da ruptura. Já, no

hímen entalhado o entalhe é pouco profundo, não alcançando a borda da

parede vaginal; os entalhes têm ângulos abertos e bordas regulares,

apresentam disposição simétrica e não tem sinais inflamatórios, e,

histologicamente, tem o mesmo epitélio da membrana.

Vamos ver, novamente, os principais diferenciais entre entalhes e

rupturas do hímen, vejamos:

 Entalhes:

 pouca penetração na orla himenal, não afetando, por isso,

a margem de inserção;

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 margens regulares e simétricas;

 margens revestidas, como a orla himenal, por epitélio

pavimentoso estratificado;

 ausência de sinais cicatriciais;

 ausência de infecção localizada;

 ângulo do entalhe arredondado.

 Rupturas:

 penetração completa até a margem de inserção da orla

himenal;

 margens irregulares e simétricas;

 margens com tecido fibroso cicatricial esbranquiçado;

 presença, nos casos recentes, de sinais de supuração

localizada, especialmente nas desasseadas;

 ângulo de ruptura em forma de V.

Gabarito: A.

14) (FUNCAB - 2013 - PC-ES - Médico legista) A fricção, por parte

do homem, de seu pênis contra as nádegas ou corpo de uma

mulher completamente vestida, a fim de atingir o orgasmo

caracteriza:

A) estigmatofilia.

B) algolagnia.

C) riparofilia.

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D) frotteurismo.

E) clismafilia.

Comentários:

Frotteurismo - pessoas que tocam e se esfregam em uma

pessoa vestida sem seu consentimento, geralmente em locais de grande

movimento. Ele esfrega seus genitais contra as coxas e nádegas ou

acaricia com as mãos a genitália ou os seios da pessoa, fantasiando um

relacionamento exclusivo e/ou carinhos com essa.

Gabarito: D.

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1-E 2-E

3-A 4-E

5-E 6-D

7-C 8-C

9-B 10-E

11-D 12-B

13-A 14-D

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