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DOUTORADO EM

PSICANÁLISE

Módulo - SEXOLOGIA FORENCE

Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo.


Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
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SEXOLOGIA FORENSE

SEXOLOGIA FORENSE ou SEXOLOGIA MÉDICA LEGAL

01 – DEFINIÇÕES:
 SEXOLOGIA FORENSE é o ramo da Medicina Legal que estuda a atividade sexual
 humana relacionada á questões jurídicas cíveis e criminais. 
 ATIVIDADE SEXUAL basicamente é o comportamento fisiológico, que visa
precisamente atender à duas finalidades: procriação e orgasmo.
 PROCRIAÇÃO: perpetuação da espécie 
 ORGASMO: é o acme do prazer sexual ou libido que é conseguido ou satisfeito
 através da realização dos atos sexuais, daí a denominação “ato libidinoso”. 
 ATO HETEROSEXUAL juridicamente dito NORMAL ou CONJUNÇÃO CARNAL: é a
interação sexual entre um homem e uma mulher que resulta na penetração peniana
vaginal (cópula tópica - “imissio penis”), com ou sem orgasmo de um ou de ambos os
parceiros, com ou sem ejaculação (“imissio seminis), seguido ou não de fecundação e
gravidez.

Para fins médicos legais, a cópula tópica somente é considerada se o pênis


ultrapassar o hímem, situado justamente entre a vulva e a vagina.

HÍMEM

É uma tênue membrana, normalmente dotada de um orifício central e situada no


intróito vaginal. Possui uma borda livre que delimita o(s) orifício (s) central (óstilo) e outra de
inserção ou basal que se continua com a mucosa vulvovaginal. Possui ainda uma face
vestibular (vulvar) e outra interna ou vaginal.

Os HÍMENS se diferenciam entre si pela ORLA (baixa, média e alta e complacentes


ou de orla mínima) e pelas particularidades do orifício (pequena, média e grande abertura).

Também se caracterizam pela espessura: membranosos (finos) e carnosos,


mormente representados pelos “franjados” ou de bordas dobradas.
•ANULARES: orifício circular e borda completa
•SEMILUNARES: semelhantes aos anulares, porém faltando o segmento anterior (“pata
de corça”)
•SEPTADOS: septo dividindo o orifício centra
•CRIBIFORMES: múltiplas perfurações (“Branca de Neve”)
•IMPERFURADOS: sem orifícios (hematocolpos)
•AGENESIA: ausência

DIAGNÓSTICO MÉDICO LEGAL DA ROTURA HIMENAL


(DEFLORAMENTO) e da CÓPULA
•ACIDENTAL: queda a cavaleiro
•POR PENETRAÇÃO
•COMPLETA: interessam aborda livre até a inserção
•IMCOMPLETA: quando não atingem a inserção (bordas simétricas)
•RECENTE (constatável até aproximadamente 21 dias).
•ANTIGA
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•PECULIARES: carúnculas mitriformes na mulher que já pariu.

•ENTALHES: pequenas incisuras congênitas, cantos arredondados, não se coaptam e


geralmente são assimétricos.
•COMPLACENTE: borda baixa, orifício central amplo e incide em cerca de 10 a 20% das
mulheres.

fig. 14 – tipos de himens


fig. 15 – técnica de exame
•SANGRAMENTO: no dia do defloramento
•ERITEMA: +-24h
•EDEMA: 24 a 72h
•EQUIMOSE: até 14 dias (excepcionalmente 21 dias)
•ESCORIAÇÕES: 5 a 7 dias
•CICATRIZAÇÃO: 10 a 21 dias (até 24 dias se houver infecção)
•PELO PUBIANO não pertencente à deflorada, encontrado no canal vaginal.
•COLO UTERINO: orifício central horizontalizado nas mulheres que pariram
(transpélvico); cervicite.
•DST
•ESPERMA: no canal vaginal
•FOSFATASE ÁCIDA: no canal vaginal
•DNA
•EXAME MACROSCÓPICO (a vista desarmada)
•EXAME COLPOSCÓPICO

HEMATOCOLPOS: é o acumulo de sangue no útero e canal vaginal quando da existência


de hímem imperfurado. Deve ser tratado operatoriamente.

CRIMES CONTRA OS COSTUMES

•SEDUÇÃO: art. 217 CP - “estelionato sexual”. Manter contato sexual com mulher entre 18
e 14 anos de idade.
•POSSE SEXUAL MEDIANTE FRAUDE: art. 215 CP – Manter relação sexual com mulher
em qualquer idade mediante fraude, proposital engano.
•ESTUPRO: art.213 CP – manter relação sexual com menores de 14 anos (mesmo
consentido) ou com mulher de qualquer idade utilizando meio violento físico ou grave
ameaça. O estupro somente é perpetrado em mulheres e se considera exclusivamente a
penetração vaginal completa. O coito anal não é estupro. È ato libidinoso, tanto na mulher
quanto no homem.

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ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR

Art. 214 cp – ato libidinoso, lascivo, atópico: felação, cunilingua, coito anal, o coito “inter
femuris”, inter labial (vulvar).

•CORRUPÇÃO DE MENOR: utilização de menores para a exploração sexual


•ATENTADO AO PUDOR MEDIANTE FRAUDE: expor propositadamente a intimidade de
outrem, mediante fraude.

•ULTRAJE PÚBLICO AO PUDOR: ato sexual ou obsceno em via pública


•RAPTO: seqüestro + pose sexual
•RAPTO CONSENSUAL: fuga do casal + pose sexual espontânea, voluntária.

ABORTO CRIMINOSO

DEFINIÇÃO OBSTÉTRICA de ABORTO

 CONCEPTO INVIÁVEL < 28 semanas


 OVULAR até 8 semanas de gestação);
 EMBRIONÁRIO de 8 a 24 semanas;
 FETAL > 24 semanas < 28 semanas.
 PARTO PREMATURO > 28 SEMANAS.
 SEROTÍNIO > 40 SEMANAS.

DEFINIÇÃO MÉDICA LEGAL

“EXPULSÃO OU EXTRAÇÃO DO CONCEPTO EM QUALQUER IDADE”

 ABORTO ESPONTÂNEO: por causa alheia à vontade humana. Evitável, inevitável,


incompleto ou em curso e completo. Não complicado e complicado.
  ABORTO PROVOCADO: por expulsão induzida ou extração conduzida. 
 TERAPÊUTICO OU LEGAL: é legal e eticamente realizado por médico habilitado
 visando salvaguardar a vida ou a saúde da gestante. 
 EUGÊNICO:é ilegal e aético. Visa anular os portadores de anomalias (deficientes)
ou segregar tipos raciais específicos.
 SOCIAL: por motivos de honra, econômico, demográfico (ilegal)
 CRIMINOSO: intencional, doloso (ilegal)

MEIOS EMPREGADOS PARA O ABORTO CRIMINOSO

 MECÂNICOS: sondas, corpos estranhos, curetas, soluções hipertônicas (método


 salga), traumatismos. 
 QUÍMICOS: herbário, prostaglandinas (citotec), derivados da “ergo” (esporão do
centeio)
 FÍSICOS: irradiação térmica, ionizante, vibratória

ABORTAMENTO

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1. CONCEITUAÇÃO:

A) OMS/FIGO

 ABORTAMENTO - é o ato de abortar. e que significa obstetricamente expulsar ou


extrair o concepto vivo ou morto pesando menos de 500g. (menor que 22semanas
completas de idade gestacional).

 FETO INVIÁVEL >20<24 semanas


 FETO VIÁVEL >25 >34 semanas
 PREMATURIDADE >34>36 semanas
 A TERMO =>37 semanas
 SEROTINIDADE (SERÓDIO) ou póstermo > 40 semanas

B) MEDICINA LEGAL:

ABORTO é a interrupção ilícita da prenhez com a morte do produto, haja ou


não expulsão, qualquer que seja seu estado evolutivo.

C) DIREITO BRASILEIRO:

ABORTO - Capítulo dos crimes contra a vida. Crime praticado contra uma vida humana em
formação.

2. CÓDIGO PENAL BRASILEIRO:

Art. 124: Aborto provocado em si mesmo (auto aborto) ou permitir que outra pessoa
provoque (aborto consentido). Detenção de 01 à 03 anos. Art. 125: Aborto provocado sem
consentimento da gestante (Aborto provocado por terceiros). Reclusão de 03 à 10 anos. Art.
126: Aborto provocado com o consentimento da gestante (Aborto Consentido). Reclusão de
01 à 04 anos.

§ Único: Agravante - Gestante menor de 14 anos; débil mental; alienada; mediante fraude,
violência ou grave ameaça. Reclusão de 03 à 10 anos.
Art. 127: Aborto Qualificado - Lesão de natureza grave em gestante: aumenta em um terço
as penas. Morte da gestante: duplicação da pena.
Art. 128: Não se pune aborto praticado por médico:
I) Se não há outro meio de salvar a vida da gestante - (Aborto Terapêutico (necessário));
II) Se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou,
quando incapaz, de seu representante - (Aborto Sentimental (piedoso ou moral)).

3. ESPÉCIES DE ABORTAMENTO:

A) ABORTAMENTO ESPONTÂNEO (Natural ou Acidental):

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a) Abortamento Clínico - 15% das gestações terminam espontaneamente entre 4 a 20


semanas de gravidez.
b) Abortamento Subclínico - Antes de 4 semanas acredita-se que as perdas, embora
inaparentes, sejam elevadas, de sorte a aumentar a taxa real de abortamento espontâneo.
c) Abortamento Precoce - Até 12 semanas de gestação.
d) Abortamento Tardio - Após 12 semanas de gestação.

B) ABORTAMENTO PROVOCADO:

a) Abortamentos Legalizados (Legislação Brasileira)

C) ABORTAMENTO TERAPÊUTICO

 A mãe apresenta perigo vital.


 Este perigo está sob a dependência direta da gravidez.
 A interrupção da gravidez cessará o perigo de vida para a mãe.
 O abortamento constitui o único meio capaz de salvar a vida da gestante.
 Confirmação ou concordância de pelo menos dois outros profissionais médicos habilitados,
sempre que possível, de que este procedimento se faz necessário.

A intervenção nem sempre é precedida por consentimento da gestante ou de terceiros.

INDICAÇÕES MATERNAS:

- Hipertensão crônica grave e perturbações renais, complicadas por falência cardíaca,


falência hepática, falência renal.
- Cardiopatias com fibrilação atrial ou com descompensação ou aquelas nas quais a
insuficiência ocorre na gravidez.
- Malignidade envolvendo mama ou colo uterino.
- Perturbações psiquiátricas que podem causar graves incapacidades funcionais ou de vida

D) ABORTAMENTO SENTIMENTAL

Justificativa Legal - Gravidez acintosa, humilhante, produto de um crime monstruoso. Estado


de humilhação crônica, de indignação e de inconformismo. "Por mais hediondo e cruel que
seja um crime, não se aceita a pena de morte do criminoso no Código Penal Vigente. Por
que permitir a morte de um ser inocente?"

E) ABORTAMENTO CRIMINOSO (Legislação Brasileira)

a) Abortamento Eugênico:

• CAUSAS:

Aspectos Sócio-econômicos: Uma criança portadora de defeitos físicos e / ou mentais


exige cuidados especiais para sua educação e sobrevivência.

Aspectos Psicológicos: É indispensável o trauma psicológico desencadeado pelo


nascimento da criança defeituosa, física ou mental, no seio da família e da comunidade.

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"Ninguém é tão desprezível, inútil e insignificante para ter seu direito à vida negado
por um eventual demérito da natureza”.

b) Abortamento Social:

O fator econômico figura entre as principais causas de abortamento provocado.

c) Abortamento por Motivo de Honra:

Constitui causa comum de abortamento provocado.

d) Abortamento Estético:

"Injustificável".

4. MEIOS ABORTIVOS:

A) QUÍMICOS:
a) Inorgânico: Fósforo, arsênico, mercúrio.
b) Orgânico: Centeio, Jalapa, Sene, Apiol, Arruda, Quinino, Espigado, Cabeça de Negro,
Quebra Pedra, Salsa Parrilha, Sabina etc.
c) Outros: Sabão, KMNO3, K2O2, sais de Pb, Hg, Al, Formol etc.

B) FARMACOLÓGICO:
Prostaglandinas, Hormônio Feminino.
C) MECÂNICOS:
Punção, calor, eletricidade, sondas, palitos, agulhas, talos, varetas, penas etc.

D) ASPIRAÇÃO DO OVO POR PRESSÃO NEGATIVA:

E) PSÍQUICO:
a) Choque Moral
b) Susto
c) Terror
d) Sugestão

F) CIRÚRGICO:
a) Microcesariana
b) Curetagem

G) RADIOATIVOS: RAIOS-X

5. CONSEQÜÊNCIAS PATOLÓGICAS:

A) ABORTAMENTO MEDICAMENTOSO:
a) Intoxicação leve até êxito letal (organismo materno)
B) ABORTAMENTO MECÂNICO:
a) Lesões simples na vagina, fundos-de-saco vaginais, colo uterino, útero.
b) Complicações infecciosas: anexites, endometrites, peritonites, septicemias, tétano pós-
aborto.
c) Perfurações uterinas seguidas ou não de complicações infecciosas.

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d) Hemorragias, podendo levar ao êxito letal.


e) Embolia pulmonar, podendo levar ao êxito letal.

6. PERÍCIA:
A) NA MULHER VIVA:
a) Sinais de gravidez
Na cabeça: Lanugem, sinal de Halban, cloasma gravídico.
Tórax: Glândula mamária, colostro, auréola primitiva e secundária, tubérculos de
Montgomery, rede de Haller.
Abdome: Pigmentação da linha Alba.
Membros Inferiores: Varizes.

A pigmentação pode ocorre sem gravidez, nos distúrbios funcionais do ovário, nas doenças
supra-renais, e nas mulheres que fazem uso de pílula anticoncepcional.

Vagina: Sinal de Jacquemier (coloração azul-escura do vestíbulo e do meato).


b) Exame da Genitália Externa
Edema dos grandes e pequenos lábios, lóquios serossanguinolentos, lesões.
c) Exame do material que flui através dos órgãos genitais na busca de restos ovulares e
membranosos.
"Quanto mais antigo for o abortamento, mais difícil será a perícia".
B) NA MULHER MORTA:
a) Sinais anteriores
b) Exame dos órgãos internos: Útero aumentado de volume, presença de corpo amarelo.
c) Exame Histológico:
Causa de necropsia branca: cirurgia, tétano pós aborto.
7. QUESITOS OFICIAIS
A) Houve provocação de aborto?
B) Qual o meio empregado?
C) O meio era próprio para produzir o aborto?
D) Houve expulsão do fruto da concepção?
E) Sofreu a gestante lesão leve ou grave?
F) A gestante é maior de 14 anos?
H) A gestante é alienada ou débil?
I) Houve emprego de violência?
J) Foi provocado como único meio de salvar a gestante?
K) Houve morte?
L) A morte sobreveio em função do aborto?
M) Qual o meio empregado?

8. ELEMENTOS DO CRIME:

A) Gravidez da mulher
B) Intenção criminosa
C) Meios idôneos empregados
D) Morte do feto.

9. CONSIDERAÇÕES FINAIS:

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A diminuição dos índices de abortamento provocado verificar-se-á quando forem


sanadas as causas que o determinam. Melhoria das condições de miserabilidade, proteção
à mulher grávida e ao filho, educação sexual, constituem medidas que atuariam no
decréscimo dos índices de abortamentos provocados.

INFANTICÍDIO
01. LEGISLAÇÃO:

Art. 123 C.P.: Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou
lago após. Pena - detenção de 2 a 6 anos. Art. 134 C.P.: Expor ou abandonar recém-
nascido, para ocultar desonra própria. Pena - detenção de 1 a 3 anos.
OBS: A exposição ou abandono de recém-nascido é uma modalidade de infanticídio.
Art. 4º C. C.: A personalidade civil do homem começa do nascimento com a vida; mas a lei
põe a salvo desde a concepção os direitos do nascituro.

2. CONCEITO:

É o ato de a mãe matar o filho, durante ou logo após este, sob a influência do estado
puerperal. Esse crime já chegou a ser punido como homicídio agravado sujeito a pena
capital; hoje foi adotado como atenuante o conceito do estado puerperal.

A antiga legislação era o crime em que consistia o agente ativo (mãe) matar o recém-
nascido (agente passivo) até 7 dias depois do nascimento. O crime também era considerado
como infanticídio quando praticado por qualquer outra pessoa, desde que no prazo de sete
dias puerperais.

Pelo Código Penal brasileiro em vigor, se o ato é praticado fora da influência do


estado puerperal ou qualquer outra pessoa não haverá infanticídio, mas homicídio. O ante
projeto ou novo Código Penal passou a definir infanticídio como "matar a mãe o próprio filho,
para ocultar sua desonra, durante ou logo após o parto".

03. PRECISÃO DAS EXPRESSÕES JURÍDICAS CONCERNENTES AO INFANTICÍDIO

A) DURANTE O PARTO: Período durante o qual a criança está nascendo. Já começou,


mas ainda não acabou de nascer.
B) LOGO APÓS: Entende-se por logo após, imediatamente depois do parto. Tem-se mais
um sentido psicológico que cronológico. Vai desde a expulsão do feto e seus anexos até os
primeiros cuidados ao infante nascido.
C) ESTADO PUERPERAL:

a) Os psiquiatras não aceitam a existência dessa psicose.

b) Os obstetras definem o puerpério como o período que vai desde o deslocamento e


expulsão da placenta à volta do organismo materno às condições pré gravídicas. Dura cerca
de 6 a 8 semanas.

c) Estado puerperal é considerado por alguns como ficção jurídica para beneficiar a mulher
cuja gravidez fere sua honra (termo usado no ante projeto ao novo C. P.).

Três ocorrências psicológicas podem surgir no decorrer do parto e do puerpério:

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 Psicose conseqüente ou concomitante do puerpério. Psicose toxi-infecciosa onde ocorre


estado confusional, acessos de mania ou melancolia, reações esquizofrênicas etc.
Enquadra-se no art. 26 do C. P.

 O parto agrava-se anormalidades anteriores que podem levar ao crime. Ex.: histéricas,
psicopatas, débeis mentais etc. Enquadra-se no art. 26 do C. P..

 Médico-legal: gestantes normais cujas dores do parto, as emoções do abandono moral, as


privações sofridas antes, obnubilam a consciência, em síntese: a influência de fatores
fisiológicos, psicológicos e sociais acometem a parturiente ou a puérpera levando-as a matar
o próprio filho. É de caráter agudo e transitório nunca ultrapassando a 36 horas. Enquadra-
se no art. 123 do C. P.

04. ELEMENTOS DO CRIME:

A) Feto nascente ou recém-nascido.


B) Existência de vida intra-uterina.
C) Morte causada pela mãe sob a influência do estado puerperal.
D) Nexo causal.

05. OBJETIVOS PERICIAIS:

A) CONDIÇÕES DO NASCENDO OU RECÉM-NASCIDO

a) Feto Nascente: Quando apenas um segmento corporal, ou parte desapontou. Não


respirou.

b) Infante Nascido: É aquele que acabou de nascer, respirou, mas não recebeu nenhum
cuidado especial.

 Estado Sanguinolento
 Tumor do parto
 Induto sebáceo
 Cordão umbilical
 Mecônio
 Respiração espontânea

c) Recém-Nascido: Vai desde os primeiros cuidados após o parto até o 7º dia de


nascimento.

 Bossa sero-sanguinolenta
 Descamação epidérmica
 Induto sebáceo
 Mielinização do nervo óptico
 Mecônio
 Obliteração dos vasos do cordão umbilical
 Cordão umbilical
 Respiração autônoma

B) PROVAS DE VIDA EXTRA UTERINA

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DOCIMASIAS:

a) Aparelho Respiratório Diretas:

 Hidrostática de Galeno
 Exame histológico de Balthazarel
 Visual de Bouhut
 Radiografia de bordas

b) Aparelho Respiratório Indiretas:

 Gastrointestinais de Breslau
 Hemato-pneumo-hepática de Severi

 Auricular de Wreden-Wendt e Gelé

c) Época de Morte:

• Cronotanatognose (fenômenos cadavéricos)

d) Causas Jurídicas de Morte:

 Natural
 Acidental

Antes do parto: traumatismo direto na parede, D.P.P.

Durante o parto: asfixia por circular e nó do cordão umbilical,etc.

Após o parto: hemorragia de cordão, perdas etc.

• CRIMINOSAS: Energias físicas, químicas, físico-químicas, mecânicas etc.

e) Autópsia do Feto: O perito deve seguir a seguinte norma: pesar, medir, ver o sexo,
pesquisar os sinais de morte, procurar sinais de violência externa e descrever a inspeção
externa. Na inspeção interna: abrir pacientemente as cavidades, examinar minuciosamente
as vísceras. Ver se o feto respirou ou não.

06. EXAME DA PUÉRPERA:

A) Existência do parto:

a) Recente = Condições que o mesmo ocorreu


b) Antigo = Não caracteriza o delito
B) Se a imputada escondeu ou não o filho
C) Se ela tem lembrança do ocorrido
D) Se não é portadora de antecedentes psicopáticos.

7. QUESITOS PARA INFANTICÍDIO:

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A) Houve morte?
B) Qual a causa da morte?
C) Qual o instrumento ou meio que produziu a morte?
D) A morte foi produzida com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia ou costume ou
por outro meio insidioso ou cruel?

SUMÁRIO DA PERÍCIA FETAL NO INFANTICÍDIO

PERÍCIA NO FETO (RN)

VERNIX CASEOSO, BOSSA


SEROSANGÜÍNEA,
LANUGEM,
PESO, DIMENSÕES,
CORDÃO UMBILICAL.
REAÇÃO VITAL
PROVA DE RESPIRAÇÃO EXTRA-UTERINA (DOCIMÁCIAS: PULMONAR
MACROSCÓPICA): pulmões colapsados ou distendidos?
Prova HIDROSTÁTICA DE GALENO (flutuação do pulmão);
Prova HISTOLÓGICA (presença de ar nos alvéolos)
Prova GASTROINTESTINAL DE BRESLAU (presença de ar no estômago)
Prova OTOLÓGICA DE WREDEN (presença de ar no ouvido interno)

OBS:
As seguintes síndromes nada têm a ver com infanticídio, entretanto estão
relacionadas com a violência infantil.

01.SÍNDROME DE CAFFEY (“the battered baby syndrome” ou “the battered child


syndrome”, “PTI” “parente infant trauma” ): lesões de diferentes idadesConsolidações
ósseas após fraturas, de cronologias diferentes.
02.SÍNDROME DA CRIANÇA SACUDIDA; a criança é insistente e violentamente sacudida
podendo ocorrer lesões viscerais internas principalmente lesões de contra golpe cerebral.

SEXUALIDADE ANÔMALA

ANAFRODISIA: diminuição do desejo sexual masculino


FRIGIDEZ: desinteresse sexual feminino
ANDROMANIA, HISTEROMANIA: excesso sexual feminino.
EROTISMO: > do apetite sexual
SATIRIASE: ereção quase que contínua c / ejaculações repetidas, ardor genésico
excessivo, alucinações, delírio.
PRIAPRISMO: ereção s/ desejo, dolorosa, p / doença.
EROTOMANIA: exagerado desejo sem ereção
AUTO EROTISMO: s / parceiro (coito psíquico de Hamond)
EXIBICIONISMO:
NARCISISMO
FEITICISMO: objeto, odor.
LUBRICIDADE SENIL
SADISMO (algolagnia): o gozo pelo sofrimento da parceira. MARQUÊS DE SADE (Justine
& Juliete)
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MASOQUISMO: o gozo condicionado ao próprio sofrimento (SACHER MASOCH)


BESTIALISMO / ZOOFILIA: relação sexual com animais.
NECROFILIA: atração sexual por cadáveres.
RIPAROFILIA: atração pelo sujo, menstruação.
MIXOSCOPIA: o gozo pelo gozo alheio.
MASTURBAÇÃO
ONANISMO: coito interrompido voluntariamente
COPROFILIA / COPPROLALIA: prazer sexual em ingerir as fezes do parceiro e falar
obscenidades durante o ato sexual, respectivamente.
TOPO-INVERSÕES: prática sexual atópica (coito anal, felação, cunilungos)
CRONO-INVERSÕES: pedofilia, gerontofilia.
CROMO E ETNO-INVERSÕES: preferência exclusiva e obstinada por raças e cor de pele
PIGMALIONISMO: paixão por imagens

SEXOLOGIA FORENSE
01. CONCEITO

É parte da Medicina Legal que estuda os problemas médico-legais ligados ao sexo.

2. IMPORTÂNCIA:

Nos esclarece, como médicos e juristas, sobre os meios de identificar as anomalias e


crimes sexuais e como julgar seus autores e proteger suas vítimas.

03. DIVISÃO:

A) HIMENEOLOGIA FORENSE - estuda os problemas médicos-legais pertinentes ao


casamento.
B) OBSTETRÍCIA FORENSE - estudo da fecundação, da gestação, da gravidez, do parto,
do abortamento, do infanticídio e da investigação da paternidade. C) EROTOLOGIA
FORENSE - estuda as anomalias do instinto sexual, os crimes sexuais, a prostituição e o
perigo e contágio.

04. ESTADOS INTERSEXUAIS:


A) CONCEITO: São quadros clínicos que apresentam problemas: diagnóstico, terapêutico e
jurídico quanto ao verdadeiro sexo da pessoa considerada.

B) CLASSIFICAÇÃO:
a) Alterações Anatômicas:
Hermafroditismo
Pseudohermafroditismo
b) Desvios Cromossomiais:
Síndrome de Down - Síndrome de Turner
Síndrome de Edwards - Síndrome de Klinefelter
Síndrome de Patau - Trissomia XYY
c) Distúrbio da Identidade
Travestismo
Homossexualismo
Fetichismo
Transexualismo

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05. EUGENIA:
A) CONCEITO: É o conjunto de princípios e métodos científicos destinados a orientar a
procriação sã.
B) OBJETIVOS:
 Favorecer a procriação sã.
 Dificultar ou evitar as defeituosas.
 Extinguir as imprestáveis.
C) PRINCIPAIS MEDIDAS EUGÊNICAS:
- Exame pré-nupcial -Interdição do casamento
- Educação - Esterilização dos anormais
- Política eugênica -Aborto eugênico
- Ideal eugênico – Consangüinidade
- Esterilização – Guerra
- Seleção do Imigrante -Pauperismo

06. DIFERENCIAÇÃO SEXUAL


CRITÉRIOS CRITÉRIOS SEXO SEXO FEMININO
Genético 46 XY 46 XX
Geonádico Testículos Ovários
Genital Interno Próstata, canais deferentes Útero/Trompas/Ovários
Genital Externo Pênis, Escroto Vulva
Gamético Espermatozóide Óvulos
Hormonal Andrógeno Estrógeno/Progesterona
Morfológico Diferentes entre si
Psicológico Diferentes entre si
Social Diferentes entre si
Jurídico Registro Civil

07. SEXUALIDADE:

 "O sexo é uma força vital, dada pelo Criador, que permanece, até hoje, incompreendido". 
 "Constitui juntamente com a fome nos dois instintos primordiais e poderosos
 responsáveis, respectivamente, pela perpetuação e conservação da espécie". 
 "A sexualidade humana é a expressão carnal do amor pessoal. Toda diferença entre a
 sexualidade humana e a sexualidade animal, reside nisso." 
 "A sexualidade é uma escala pela qual se sobe a proporção que se evolui (infância,
adolescência, adulta, senicidade)".
 "Surge através de estímulos, de variada origem (oral, anal e fálica)".
 As fases da sensação sexual são: Excitação, meseta, orgasmo, e resolução". 
 "As zonas erógenas são as partes excitantes sob o ponto de vista sexual (boca, coxas,
 orelhas, pescoço, umbigo etc.)". 
 "O ato sexual é realizado através de inúmeras posições (supina, prona, lateral,
 genupectoral, ereta, sentado etc.)" 
 ."Aspectos: sexualidade normal, desvio do sexo, sexualidade anormal, sexualidade
criminosa".

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HIMENEOLOGIA FORENSE

1. ETIMOLOGIA

CASAMENTU (latim):Estabelecimento de uma casa nova.


MATRIMONIUM / MATER (latim). No direito antigo a mulher esposava o homem para se
tornar mãe.
NUPTIAL / OBNUBERE (latim). Hábito de usar o véu para cobrir a cabeça, como símbolo de
submissão.
CONSORTIUM (latim) Partilhar da mesma sorte, dos mesmos direitos e bens.

2. CONCEITOS

CLOVIS BEVILAQUA: É o contrato bilateral e solene, pelo qual um homem e uma mulher se
unem indissoluvelmente legalizando por eles suas relações sexuais, estabelecendo a mais
estreita comunhão de vida e de interesses e comprometendo-se a criar e educar a prole que
de ambos nascer.

MARCO VIANA: É um contrato celebrado entre o homem e a mulher segundo a Lei, para
colocar sob seu império suas relações sexuais e a prole que possa advir.

DIREITO CANÔNICO: A criação do vínculo e fruto da vontade dos nubentes, sendo o


Sacerdote uma testemunha autorizada pela igreja.

3. CARACTERÍSTICAS

Diversidade de Sexo - União permanente


Normas de ordem pública - União exclusiva
Liberdade de escolha do nubente – Dissolubilidade
Solenidade do ato
4. FINALIDADES
- A legitimidade da família - A proteção à família
- A procriação dos filhos - A educação da prole
- A legalização das relações sexuais - A prestação do auxílio mútuo
- O estabelecimento de deveres recíprocos
5. DEVERES RECÍPROCOS
- Fidelidade - Vida em comum no domicílio conjugal
- Mútua assistência - Sustento, guarda e educação dos filhos
6. NATUREZA JURÍDICA
- Teoria contratualista - Teoria institucionalista
7. ESPÉCIES
a) Casamento Civil: Celebrado segundo as exigências da lei civil, portanto oficializado pela
autoridade competente, seguindo os trâmites exigidos pela legislação pertinente.
b) Casamento Religioso: Realizado por uma autoridade do poder espiritual (eclesiástica).
Tem efeito civil; nos termos da Lei.
c) Casamento Nulo: Quando deixa de atender as formalidades legais, tido como
inexistente, não gera efeitos. A nulidade pode ser alegada por qualquer pessoa interessada
e pelo Ministério Público. Impedimento dirimente público, celebrado por autoridade
incompetente.
d) Casamento Putativo: É o casamento que, embora nulo, foi contraído em boa fé por um
só ou ambos os cônjuges. Produzirá efeitos civis até o dia da ação anulatória.

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e) Casamento Anulável: Gera efeitos e passa a valer desde que não sejam extirpados as
infrações comprometedoras de sua eficácia. Contraído com impedimento dirimente privado.
Quando há erro quanto a pessoa do outro.
f) Casamento In Extremis Mortis (Nucumpativo): É aquele que dispensa as formalidades
de praxe, tendo em vista a morte iminente do contraente.
g) Casamento Subseqüente: É aquele celebrado quando os nubentes já se achavam
vivendo juntos.
h) Casamento de Fato: Denominado de concubinato, em duas pessoas, de sexo diferente,
vivem e habitam juntos, sob o mesmo teto, sem que tenham legalizado a união.
i) Casamento Simulado: É aquele que consiste na execução de meios fraudulentos
capazes de fazer crer ao nubente que se está celebrando um ato legal. Ocorre o dolo. C.P.
art. 239.
08. IMPEDIMENTOS MATRIMONIAIS
1. CONCEITO:
São proibições de ordem legal que impedem ou anulam certos casamentos.
2. CLASSIFICAÇÃO:
A) IMPEDIMENTOS DIRIMENTES PÚBLICO: Podem ser opostos por qualquer pessoa ou
pelo Ministério Público. Leva a nulidade. ( Art. 183, I - VIII).
a)Parentesco:
Consanguíneos Linha reta: ascendente e descendente "ad infinitum"
Linha colateral: até 3º grau. Lei 3.200/41.
Afins: Incesto, concumbinato, adoção.
b) Adultério: A lei proíbe o casamento do adúltero com o réu, fomenta o concumbinato.
c) Bigamia: Refere-se as pessoas já casadas. Baseia-se no princípio da monogamia.
d) Crime: A lei civil proíbe quando um dos cônjuges tenha sido condenado por tentativa ou
consumação de homicídio sobre o cônjuge do outro.
B) IMPEDIMENTOS DIRIMENTES PRIVADOS: Qualquer pessoa pode se opor. Leva
anulabilidade. (Art. 183, IX - XII).
a) Coação: nos casos de casamentos anuláveis, pois o coagido pode não querer a nulidade.
b) Incapacidade de Consentir: São incapazes de consentir os menores de 14 anos, os
interditos e os surdos mudos que não souberem expressar sua vontade.
c) Idade: A lei proíbe homens menores de 18 anos com as mulheres menores de 16 anos.
d) Rapto: É causa de nulidade se o casamento se realiza quando a raptada está em poder
do raptor.

e) Falta de consentimento quando exigido: Homens entre 18 e 21 anos mulheres entre 16 e


21 anos.
C) IMPEDIMENTOS PROIBITIVOS: Só pode ser oposto por determinada pessoa. Não leva
a nulidade ou anulabilidade, mas os cônjuges sofrem algumas sanções impostas por lei.
(Art. 183, XIII à XVI)
a) Inobservância pela mulher, do prazo de viuvez. 10 meses ou 300 dias.
b) Falta de inventário, se o viúvo tiver filhos do cônjuge falecido.
Inventário dos bens do casal e partilha aos herdeiros.
09.DISSOLUÇÃO
A sociedade conjugal termina:
A) Pela morte de um dos cônjuges.
B) Pela nulidade ou anulação do casamento.
Incapacidade de consentir ou falta de consentimento
Idade insuficiente ou falta de celebração
Erro essencial sobre a pessoa ou autoridade incompetente
Identidade física ou Identidade do sexo

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Honra e boa forma ou Impotência coeundi irremediável e desconhecida por um dos cônjuges

Defeito físico irremediável


Moléstias graves e transmissíveis
C) Pela Separação Judicial:
É a causa de dissolução da sociedade conjugal que põe fim aos deveres de
coabitação, fidelidade recíproca e ao regime matrimonial de bens, como se o casamento
fosse dissolvido, porém não rompendo o vínculo matrimonial de maneira que nenhum dos
cônjuges poderia convocar novas núpcias.
D) Pelo Divórcio:
É o rompimento do vínculo matrimonial reconhecido pela Lei. Põe a termo ao
casamento e aos efeitos civis do matrimônio religioso. Não modificará em nada os direitos e
deveres dos pais em relação aos filhos.
10. PLANEJAMENTO FAMILIAR

IMPOTÊNCIA
ABSOLUTA: com qualquer pessoa. ESPECÍFICA: com determinada pessoa
FORMA OCASIONAL: com contigência transitória
INCOMPLETA: emprego de artifícios mecânicos ou medicamentos para obter a ereção.
OBSTETRÍCIA FORENSE
1. DEFINIÇÃO
É o estágio fisiológico da mulher durante o qual ela traz dentro de si o produto da
concepção.
2. FISIOLOGIA
A) Ciclo Menstrual
a) Menarca: Primeira menstruação.
b) Início do Ciclo: É aquele que inicia o fluxo menstrual.
c) Último dia do Ciclo: Dá-se coincidentemente com o início do ciclo seguinte. Em média
dura quatro semanas ou 28 dias.
B) Ciclo Gravídico
O óvulo é fecundado na trompa - ovo - processo de nidação implanta-se na parede
uterina - embriogênese - desenvolvimento fetal - parto - termina com a expulsão do feto e
dos anexos (dequitação).
3. IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO
A) Prova de violência sexual
B)Investigação da paternidade
C)Prova de adultério
D) Impossibilidade de anulação do casamento (Art. 285 do C.C.)
E) Dissimulação do próprio parto
F) Prazo para nova núpcias.
G) Licença para gestação
H) Perturbações mentais que podem ocorrer na gravidez

I) Resguardo dos direitos do nascituro.


4. DIAGNÓSTICO
A) SINAIS DE PRESUNÇÃO E PROBABILIDADE:
Amenorréia, aumento do ventre
Náuseas, dificuldades mecânicas
Hiperemese , Sinal de Kluge (coloração arroxeada da vulva)
Sialorréia, Lordose acentuada
Galactorréia, Sinal de Oseander (pulsação vaginal)
Modificação das mamas o Sinal de Jacquemier (Cianose da vagina)

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Línea negra o Sinal de Puzos (rechaço fetal uterino)


Cloasma gravídico o Sinal de Reil-Hegar (amolecimento do colo uterino)
B) SINAIS DE CERTEZA:
Movimentos fetais (ativos e passivos)
Batimentos cardio fetais
Sopro dos vasos uterinos
C) EXAMES COMPLEMENTARES:
Exame físico, testes biológicos, Ultrasonografia, Testes químicos, Raio X, testes
imunológicos.
5. DURAÇÃO
Art. 338 C.C.
Mínimo legal 180 dias. Máximo legal 300 dias
6. DETERMINAÇÃO DA D.D.P.
D.U.M. DIA MÊS
X/Y/ Primigesta + 10 dias 1 - 3 = +9
Multípara + 07 dias 4 - 12 = -3
7. RETENÇÃO FETAL

É a morte do feto e sua conseqüente retenção no útero materno.


8. SUPOSIÇÃO
A mulher, de boa fé, supõe-se grávida, mas não esta.
9. SIMULAÇÃO
A mulher sabe que não está grávida, mas finge estar.
10. DISSIMULAÇÃO
A mulher sabe que está grávida, mas finge não estar.
11. METASSIMULAÇÃO
A mulher, de boa fé, está grávida, mas ignora a gravidez.
12. ANOMALIAS
A) Superfecundação - Consiste na fecundação de dois ou mais óvulos na mesma ovolação,
num único coito ou em diversos.
B) Superfectação - Consiste na fecundação de dois ou mais óvulos de ciclos diferentes.
C) Gravidez ectópica - A nidação ocorre fora do útero.
D) Gravidez molar - Produto degenerado da gravidez. Massa pastosa (Mola). O seu aspecto
se assemelha a sagu.
PARTO
1. DEFINIÇÃO:
Conjunto de fenômenos fisiológicos e mecânicos cuja finalidade é a expulsão do feto
viável e dos anexos, dos órgãos genitais maternos.
2. TEMPOS:
- Contração Uterina - Dilatação - Ruptura da Bolsa - Expulsão - Dequitação
3. DIAGNÓSTICO DO PARTO PREGRESSO:
I - NA MULHER VIVA: II - NA MULHER VIVA:
(Recente) (Antigo)
• Alterações genitais externas • Estrias e flacidez abdominal
• Fluxos Genitais • Estrias e pigmentação das mamas
• Citologia cervicovaginal • Cicatriz de fúrcula e períneo
• Biópsia do Endométrio • Alterações do colo uterino
• Modificações das mamas e da par. abdominal
III - NA MULHER MORTA: IV - NA MULHER MORTA

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(Recente) (Antigo)
• Sinais da mulher viva • Estudo do útero
• Estudo do útero
" Estudo dos ovários
4. PERÍCIA:
 Existência do Parto - Presença ou ausência de sinais descritos.
 Recenticidade do Parto - Lesões genitais, estudo das secreções do fundo uterino.
 Antiguidade do Parto - Perícia complexa, a rigor, não existem elementos concludentes
para este fim.
 Número de Partos - Não existem nenhum meio suscetível para a exatidão do número de
partos.
 Provas Laboratoriais - Mucosidade Vaginal (Reação de Weigman)
- Líquido aminiótico
- Leite de colostro
- Mecônio
- Exame microscópico do útero e ovário
EROTOLOGIA FORENSE
1. CONCEITO:
Estuda as modificações qualitativas e quantitativas do instinto sexual.
2. CONTEÚDO:
• Anomalias Sexuais
• Perigo de Contágio
• Delitos Sexuais
• Prostituição
3. CAUSAS:
A) Perturbações Psíquicas

B) Perturbações Endócrinas
C) Anomalia na Evolução da Sexualidade
D) Causas Sociais
4. INTERESSE MÉDICO-LEGAL:
 Capacidade Civil. Atentado ao Pudor
 Responsabilidade Penal. Homicídios e Suicídios
 Lesões Corporais. Furtos
 Ultraje Público
5. ANOMALIAS SEXUAIS:
A) FORMAS RELATIVAS À QUANTIDADE:
a) Hiperestesia ou aumento:
• Temperamento Vaginal.
• Onanismo Automático.
• Erotismo -Tendência abusiva dos atos sexuais.
• Priapismo: ereção dolorosa e persistente ao pênis, desacompanhada do desejo sexual
• Satiríase-Exaltação mórbida e insaciável do instinto sexual masculino.
• Ninfomania-Desejo sexual insaciável na mulher.
• Crises Genitais Momentâneas.
• Exaltação por motivo de Certos Atos Fisiológicos.
• Autoerotismo-O gozo sexual em que prescinde da presença do sexo oposto.
• Erotografomania - Gosto de escrever assuntos eróticos.
b) Diminuição:
 Anafrodisia-Diminuição do instinto sexual no homem.
 Frigidez-Diminuição do apetite sexual na mulher.

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 Impotência - Masculina e feminina.


 Ausência Congênita do apetite sexual.
 Erotomania - modalidade de erotismo extremamente mórbida.
B) FORMAS RELATIVAS À QUALIDADE:
a) Inversão:
•Uranismo - Forma de homossexualidade de maneira exclusiva.
 Sodomia - Prática anal com mulher.
 Pederastia-Prática viciosa do coito anal entre indivíduos do sexo masculino.
 Tribadismo, Lesbianismo, Safismo - Prática homossexual feminina.
 Ambissexualidade - É a preferência sexual pelos dois sexos. (Gilete).
 Narcisismo-É a admiração pelo próprio corpo com indiferença para o sexo oposto.
 Onanismo - É o impulso obcessivo à excitação dos órgãos genitais.
 Topo Inversão (coito ectópico)-Prática sexual por pessoas de sexo oposto em partes
diversas do corpo (oral, anal, vestibular, axilar, intermamário etc).
Felação: Sucção do pênis por mulher.
Cunilíngua: Sucção dos genitais femininos por homem.
Crono Inversão: Atração sexual exclusiva pelo sexo oposto com grande diferença de idade.
Gerontofolia: Atração sexual dos jovens por pessoas idosas.
Pedofilia: atração sexual de pessoas adultas por crianças.
Etno-inversão: Acentuada preferência sexual por pessoas de raça diferente.
Cromo-inversão: Atração sexual forte para pessoas de cor diferente.
Pigmalionismo: Admiração exagerada e patológica pelas estátuas.
b) Desvio do Instinto:
 Sadismo - Satisfação sexual realizada com o sofrimento da pessoa amada.
 Masoquismo - É o prazer sexual através do sofrimento físico e moral.
 Sado masoquismo - O prazer é obtido pela produção da dor no próprio indivíduo e no
parceiro.
 Ecatofilia - A relação sexual está ligada a coisas sujas.
Vampirismo - obsessão em sugar o sangue do parceiro.
Riparofilia - Atração sexual por parceiros sem higiene.
Necrofilia - Prática sexual com cadáveres.
Coprolalia - Excitação sexual em proferir ou ouvir de alguém palavras obscenas.
Coprofagia-Excitação sexual em comer as fezes do (a) parceiro (a).
Urolagnia - Prazer sexual pela excitação de ver alguém no ato da micção ou em ouvir o
ruído do jato urinário.
Urofagia - Consiste no prazer em beber a urina do(a) parceiro (a).
Espermofagia - O prazer sexual consiste em deglutir o esperma.
Picacismo - Prazer sexual em ingerir alimentos após colocá-los na parte sexual do (a)
parceiro (a) ânus, vulva, pênis.
Bestialismo - Prática de atos libidinosos entre o ser humano e um animal.
Fetichismo - Fixação da libido em certos objetos ou determinada parte do corpo alheio a
esfera sexual normal.
Travestismo - Desvio no qual o indivíduo se sente atraído pelas vestes do sexo oposto. Sexo
Grupal - Quando participam mais de três pessoas "Ménage a trois" Suruba, bacanal etc.

Troca Interconjugal – “Swing” - Se caracteriza pela realização do ato sexual entre vários
casais.
Exibicionismo - Necessidade que tem a pessoa de mostrar seus órgãos genitais.
Mixoscopia - Prazer sexual em presenciar o coito de terceiros (voyeur)
Fonocópula - É uma variação do ato sexual que consiste em conversas picantes imorais ao
telefone que levam os parceiros que ouvem à satisfação sexual.
Frotagem - Prazer sexual em se esfregar em terceiros. Ônibus lotação. Bater Cartão.

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SEXOLOGIA CRIMINAL
SEDUÇÃO

A) CONCEITO:

Crime contra os costumes, que consiste em manter conjunção carnal com mulher
virgem, menor de dezoito anos e maior de quatorze, aproveitando-se de sua inexperiência
ou justificável confiança.
B) LEGISLAÇÃO:
C.P. Art. 217. Seduzir mulher virgem, menor de dezoito anos e maior de 14, e ter com ela
conjunção carnal, aproveitando-se de sua inexperiência ou justificável confiança. - Pena
reclusão de 2 a 4 anos.
C.C. Arts 1548 e 1549.
C) SEDUZIR:
É desviar uma pessoa de seu comportamento honesto, pela persuação maliciosa; e induzir
ao erro, ou obter um desejo pelo meio de irresistível influência. Enganar, Mentir, Encantar,
Tapear, Atraiçoar etc.
D) ELEMENTOS DO CRIME:
a) Mulher Virgem: É aquela que nunca copulou. É aquela que não se pode provar a
conjunção carnal. Para perícia o elemento fundamental é o hímem.
b) Menores de 18 anos e maior de 14: Entende-se que nesta fase da vida, os hábitos e
costumes não permitem à mulher um entendimento dos mistérios do sexo.
c) Conjunção Carnal: É a cópula fisiológica. É a introdução do membro viril além da barreira
himenal. É o "IMMISIO PENIS IN VAGINAM". É a caracterização física do delito.
d) Sinonímia: Conhecer, amar, cruzar, juntar, transar, relação pregada etc.
e) Inexperiência: "Menor inexperiente é aquela que não pode avaliar em toda sua extensão
as conseqüências do seu ato, por menos avisada, por mero trato das coisas da vida, por
ignorante das maldades do mundo, por apercebida das ciladas dos homens".
f) Justificável Confiança: "É o crédito que goza o homem junto à ofendida por meios seguros
e idôneos, capazes de levá-la a confiar".

EXAME DE CONJUNÇÃO CARNAL


A) INTERESSE JURÍDICO:
• Sedução
• Posse Sexual mediante fraude
• Estupro
• Adultério
• Erro Essencial de Pessoa
B) ESTUDO DO HÍMEM: Do grego hymen = membrana
 Pregueamento que oblitera parcialmente o orifício inferior da vagina.
 Nas mulheres meninas ocupam posição mais profunda.
 Não é apanágio da espécie humana. Certos tipos de macacas a possuem.
C) SINONÍMIA: Paniculum vaginalis, circulus membranosos vaginalis.
D) ANATOMIA:
 Duas Faces: Externa Vestibular - Interna Vaginal
 Duas Bordas: Aderente - Livre (Óstio)
E) ÓSTIO HIMENAL: Não é obrigatória a sua existência (hímem imperfurado). Suas
dimensões não são constantes e variam de mulher para mulher. Na mulher virgem permite o
fluxo menstrual.
F) ORLA HIMENAL:
• Entalhe:

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 Chanfraduras:
 Carúnculas mitiformes: São retalhos do hímem roto pelo coito ou pelo parto.
G) CLASSIFICAÇÃO: A forma do óstio e o aspecto da orla são os elementos básicos da
classificação do hímen. As classificações mais usadas são de Afrânio Peixoto e Oscar
Freire. A classificação deste baseia-se no orifício.
a) Hímem sem Orifício:
Imperfurado
b) Hímem com Orifício:
Puntiformes Multiangulares
Circulares Com dois orifícios
Lineares Com três ou mais
orifícios Triangulares Com vários
orifícios c) Hímens Atípicos:
Hímens múltiplos
Hímen elástico (complacente). Tem membrana elástica exígua, permite a cópula sem se
romper.

H) SINAIS DE CONJUNÇÃO CARNAL:


a) Empíricas: Maneira de andar, aspecto do nariz, aspecto dos olhos, estudo da voz, estudo
dos seios, dimensão do pescoço, cheiro, composição e modo de emissão da urina etc.
b) Duvidosos: Hemorragia, dor, sinais de violência e contaminação venérea.
c) Sinais de Certeza:
• Rotura do Hímem:
Quanto a Extensão: Completas e Incompletas
Quanto ao Número: Únicas e Múltiplas
Quanto ao Tempo: Recentes e Antigas
Em 1000 defloramentos há possibilidades de ser 999 por ação do pênis e o milésimo pode
ser por desvirginamento, onanismo, manobras impudicas e causas patológicas.
Pode haver reviginamento natural ou por himenorrafia.
 Esperma na Vagina: Reação de Florence.
 Gravidez: A existência de gravidez dispensa outro tipo de exame.
I. PERÍCIA:
a) Paciente em posição ginecológica (foco de iluminação)
b) Com polegar e indicador de cada mão funcionando como pinças, puxar os grandes lábios
em direção ao peito.
c) Examinar a orla himenal: forma, espessura, consistência, inserção, entalhes, roturas,
tamanho do óstio etc.
d) Descrever minuciosamente as roturas, informando a respeito de suas localizações,
completas ou incompletas, cicatrizadas ou não, o número delas, etc.
e) Colher material para confeccionar lâminas, para constatar ou não, presença de esperma
ou contaminação venérea.
J. QUESITOS OFICIAIS:
a) Se a paciente é virgem
b) Se há vestígio de desvirginamento recente c)
Se há vestígio de conjunção carnal recente d)
Se há vestígio de violência... qual meio...
e) Se da violência resultou para a vítima...
f) Se a vítima é alienada ou débil mental
g) Se houve outra causa... que a impossibilitasse...
ESTUPRO
A) CONCEITO : É o crime contra a liberdade sexual da mulher, mantendo o homem, com
ela, conjunção carnal mediante violência ou grave ameaça.

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B) LEGISLAÇAO:
C.P.Art. 213 "Constranger mulher à conjunção carnal mediante violência ou grave ameaça".
Pena - Reclusão, de 6 a 10 anos.
0 estupro é tipificado como crime hediondo, ex vi arts. 5º XLIII, da C. F. e 1º da Lei nº 8.072
de 25.07.1990.
C) CONSTRANGER: Apertar, impedir os movimentos, tolher a liberdade, forçar, violentar,
coagir, obrigar pela força.
Mulher: Virgem ou não, de qualquer estado civil, prostituta etc.
D) ELEMENTOS DO CRIME:
a) Conjunção Carnal: Cópula Vaginica com ou sem orgasmo
b) Violência: -Efetiva - Física: Escoriações, edemas, equimoses, hematomas etc.
- Psíquica: Hipnose: anestesia, sono etc.
- Presumida: (Art. 224 do C.P.)
(Não é maior de 14 anos - Alienada ou débil mental - Não pode oferecer resistência)
c) Grave Ameaça: É a promessa de um mal maior contra a vítima ou ente querido, sem
constrangimento físico de violência moral. Temor do perigo.

ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR


Art. 214 do C. P.: "Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça a praticar ou
permitir com ele se pratique ato libidinoso diverso da conjunção carnal". Pena reclusão de 6
a 10 anos.
É também tipificado como crime hediondo.
Ato Libidinoso: É ato lascivo, para satisfazer o apetite sexual, diferente da conjunção carnal.
Contrário aos bons costumes. Contra a pessoa de qualquer sexo, idade.
Ex.: Coito ectópico, eteromasturbação, toques, apalpadelas nas mamas, nádegas e vulva de
forma constrangedora.
"O pudor inspira aos bons costumes, sentimento de respeito místico, religioso, pelo
fenômeno da procriação, apresenta raízes naturais, sentimento de emoções e de medo."
"O beijo é um fósforo aceso na palha seca do amor"

ULTRAGE PÚBLICO AO PUDOR


Art. 233 do C.P.: "Praticar ato libidinoso em lugar público ou aberto ou exposto ao público".
Pena - detenção de 3 meses a 1 ano ou multa. É a ofensa aos bons costumes ou hábitos de
decência social, por meio de exibições, atos gestos obscenos em lugar público. Ex.: cópula
em jardins, praças, carros descobertos, zoofilia, exibicionismo.

POSSE SEXUAL MEDIANTE FRAUDE


ESTELIONATO SEXUAL
Art. 215 do C.P.: "Ter conjunção carnal com mulher honesta mediante fraude." Pena -
Reclusão, de 1 a 3 anos.
§ Único. Se o crime é praticado contra mulher virgem, menor de 18 e maior de 14 anos.
Pena - Reclusão, de 2 a 6 anos.
Prática de curandeirismo, casamento no religioso seguido de abandono, mulher semi-
sonolenta etc.
Substituição de pessoas
Conjunção Carnal
Elementos: mulher honesta Engano mediante fraude

PROSTITUIÇÃO
C.P. Art. 228: Induzir ou atrair alguém à prostituição, facilitá-la ou impedir que alguém a
abandone. Pena - Reclusão de 2 a 5 anos.

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PERIGO DE CONTÁGIO VENÉREO


C.P. Art. 130: "Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato libidinoso, a
contágio de moléstia venéria, de que sabe ou deve saber que está contaminado." Pena -
detenção, de 3 meses a 1 ano, ou multa.
C.P. Art. 131: Praticar com fim de transmitir a outrem moléstia grave de que está
contaminado ato capaz de produzir o contágio. Pena - Reclusão, 1 a 4 anos e multa.

TOXICOLOGIA FORENSE
A Toxicologia clínica, Toxicologia do trabalho, Toxicologia Ambietal e a
Toxicologia Experimental compõem a TOXICOLOGIA MÉDICO-LEGAL. A toxicologia
médica legal abrange todas as áreas toxicológicas.

TOXICOLOGIA MÉDICO-LEGAL

Trata dos problemas pertinentes a determinados agentes químicos nocivos, drogas


psicotrópicas e venenos, relacionados à guarda, posse, ao comércio e ao uso proibido
(tráfico, lesões, homicídios, suicídio, acidentes) e, também, dos casos de morte suspeita
(súbita ou inexplicável)

VENENO: é todo e qualquer elemento ou substância química que habitualmente não tem
uso interno ou terapêutico e que, no organismo age, ministrado em pequenas doses,
causando dano: funcional doença ou óbito. EX: cianeto (formicida Tatu, Tiro Certo, Urutu,
Três Cruzes) CO, arsênico, gás cianídrico (HCN), gás mostarda.

ENVENENAMENTO: É a morte violenta ou dano grave a saúde ocasionada por


determinadas substâncias de forma acidental, criminosa ou voluntária.
MEDICAMENTO: É toda substância que quando absorvida, atua sobre as funções vitais,
exarcebando-as ou inibindo-as, para restabelecer a saúde, ou quando usada por qualquer
via, elimina ou extermina outros organismos parasitários.

TÓXICO: é uma droga de ação terapêutica e uso interno, que administrada em grandes
doses produz danos funcionais, anatômicos, doença física ou psíquica (intoxicações),
morte. EX: AAS, cocaina, morfina, heroína, etc.

INTOXICAÇÃO: É o conjunto de sinais e sintomas que evidenciam o efeito nocivo produzido


pela interação entre um agente químico e o organismo.

CASOS PARTICULARES
ESTRICNINA: em pequena dose tem ação de veneno; em doses menores (1 a 12 mg / dia),
ação terapêutica.
OBS:
Não são consideradas envenenamentos as mortes e doenças causadas por veneno
ou tóxicos de origem animal (peçonha de serpente, escorpião, etc.); reações alérgicas
(anafiláticas) pelo uso de medicamentos, picada de abelha, drogas anestésicas, alimentos
contaminados (toxina botulínica, toxina bacrteriana (Gran -), a não ser que tenha havido
manipulação criminosa para a ocorrência de tais acontecimentos.
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO

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•INALATÓRIA ou RESPIRATÓRIA: gás cianídrico, CO (HCN), gás mostarda, nicotina.


• NASAL (mucosa): cocaína, nicotina.
•ORAL (ingestão, mucosa): cocaína, nicotina, organofosforados, organoclorados.
•GASTROENTÉRICA (mucosa): diversos (cocaína)
•ANAL e VAGINAL (mucosa): cocaína, maconha.
•CUTÂNEA: parathion, tricloroetileno, etanol, tetracloreto de C, fenol, nitrobenzeno, ácido
cianídrico e etc.
•PARENTERAL: cocaína, heroína, morfina, ClK, curare.

DIAGNÓSTICO MÉDICO LEGAL DOS ENVENENAMENTOS

•PERINECROPSIA: é pobre
•EXAME EXTERNO: nem sempre sugestivo
•AUTÓPSIA: muitas vezes não elucidativas (Síndrome do Corpo Embalagem)
•O CRIME: premeditado, insidioso, cruel.
•INFORMAÇÕES & SUSPEITA: base do diagnóstico (vidros, embalagens, bilhetes,
animosidades, frustações, tratamentos)
•CASOS AGUDOS & CRÔNICOS
•AMOSTRAS BIOLÓGICAS: sangue 2 amostras, uma sem aditivos e outra com fluoreto
de ´Na 1%: vômito, lavado gástrico, urina, fezes, líquido CE, cabelo.

SINAIS
•Coloração vermelho carmim na intoxicação por CO e Cianeto;
•Icterícia: fósforo e TCC;
•Ferimentos puntiformes (punctórios – injeções)
•Perfuração do sépto nasal na cocaína,
•Odor de amêndoas no cianeto
•Congestão pulmonar, lesões hepáticas e miose nos envenenamentos por organofosforados;
•Odor pútrido: gás sulfídrico;
•Miose: morfina;
•Cor azulada ou esverdeada da mucosa: Cu;
•Cor amarelada: ac. Cítrico;
•Cor marron enegrecido: permanganato de K.

PROCEDIMENTOS ESPECÍFICOS DA NECRÓPSIA


RETIRAR PARA EXAME TOXICOLÓGICO E HISTOLÓGICO:

ESTÔMAGO, INTESTINOS, FÍGADO, RINS, CÉREBRO.


SANGUE: (colhido dos vasos femorais e axilares e duas amostras de 25 ml, Uma com
fluoreto de Na 1% + uma amostra dos ventrículos separadamente)
URINA
BILE
PULMÕES (berilose)
CABELOS
GÂNGLIOS
OSSOS.

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REAÇÕES ESPECÍFICAS

• DUQUENOIS: CANABIS SATIVA (cor azul escura) NICLOUX: ÁLCCOL ETÍLICO


CROMATOGRAFIA DE CAMADA DELGADA CROMATOGRAFIA DE GÁS ESPECTROSCOPIA
ESPECTROMETRIA DE MASSA IMUNOENSAIOS
NO CADÁVER
GÁS SULFÍDRICO, ÁLCOOL ETÍLICO, CO, CIANETO são formados normalmente durante a
putrefação.

MEDICAMENTOS MAIS FREQÜENTEMENTE RELACIONADOS COM O


HOMICÍDIO.
INSULINA
CURARE
KCl
PROCAINA
XILOCAINA
DEPRESSORES DO SNC (IRA)
ENVENENAMENTOS DOMÉSTICOS
MANDIOCA BRAVA
CAROÇO DO PÊSSEGO, CEREJA, AMEIXA.
CICUTA
COGUMELOS
SOLANÁCEAS (saia branca)
RESÍDUOS DE PESTICIDAS

T. BOTULÍNICA

T. BACTERIANAS
FENOIS
ARSÊNICO
CIANETO, BISSULFURETO DE COBRE.

PSICOTRÓPICOS (DELAY)
•PSICOLÉPTICOS: sedam, tranqüilizam.

HIPNÓTICOS (barbitúricos, diazepínicos, brometo, cloral hidratado, sulfato de magnésio)


NÂO HIPNÓTICOS: neurolépticos ou tranquilizantes maiores e ataráxicos, tranquilizantes
menores (ambos somente sedam)

PSICOANALÉPTICOS: excitam, estimulam - ANFETAMINAS, DEXTRO ANFETAMINAS,


AMITRIPTLINA, IMAO (MAO destroi a serotonina)
•PSICODISLÉPTICOS: despersonalizam, alucinam - ÁLCOOL, ÓPIO, MORFINA, HEROÍNA,
COCAÍNA, MESCALINA, MACONHA, PSILOCIBINA, LSD.

•ADIÇÃO: addictio (DRUG-ADDICT)– dependência física e ou mental


•TOLERÂNCIA: resistência (doses maiores)•HÁBITO: dependência psíquica•VÍCIO:
dependência orgânica – (abstinência – doença - morte)
TABELA PARA A AVALIAÇÃO DA ALCOLEMIA

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MEDICINA LEGAL
NOÇÕES HISTÓRICAS

1. China – 1251AC – Hsi Yuan Lu


2. Roma – Imperador Numa Pompílio = Exames em grávidas e o exame em Júlio
Cezar.
3. 1234 – Gregório IX = Peritorum Indicio Medicorum
4. 1525 – Itália = Edito della Gran carta di Napoli
5. 1532 - Itália = Constitutio Criminalis Carolina ( regras para exames )
6. 1575 – Ambroise Paré = França – " Pai " da Medicina Legal
7. 1602 – Fortunato Fidelis na Itália = Primeiro tratado detalhado.
8. Aproximadamente em +/- 1602 = Paolo Zachia – outro tratado = Questiones Medico
legales – " Pai " da Medicina Legal.
9. 1722 – Alemanha
10. 1818 – Primeiro Instituto Médico Legal em Viena

BRASIL

Primeira fase – Estrangeira – 1500 a 1877


Primeira Publicação é de 1814 –
Primeira Necrópsia : 1835
Primeira Tese : 1839
Primeiro Tratado : 1877

Segunda Fase – Agostinho José de Souza Lima = Base – Ensino Prático

Terceira Fase – Nacionalista – Nina Rodrigues- Afranio Peixoto –Oscar Freire de


Carvalho- Helio Gomes – Flamínio Fávero – Hilário Veiga de Carvalho

CONCEITOS

EXTENSIVO: Mesmo com características próprias não tem método próprio = se serve
de métodos de outros ramos da medicina.

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RESTRITIVO: Conceito abandonado, pois todas as questões seriam reduzidas a meros


questionamentos médicos e qualquer médico poderia ser perito de forma geral.

INTERMEDIÁRIO: Medicina Legal é a ciência de aplicação de conhecimentos médico-


biológicos aos interesses do Direito e a fiscalização do exercício médico-profissional.

APLICAÇÕES

DIREITO CONSTITUÍDO: Ex. Artigo 129 do Código Penal = Ofensa a integridade física
ou saúde – Perícia para afirmar ou negar o que ocorreu e, em que grau.

DIREITO CONSTITUENDO: Auxílio na elaboração de novas leis

FISCALIZAÇÃO:CFM e CRMs = Colaboração médico-jurídica = natureza


médico-legal.

###MEDICINA LEGAL CIÊNCIA INTER E MULTIDISCIPLINAR

ALCANCE

Medicina Legal Judiciária


- Direito Penal
- Direito Civil
- Direito processual

Medicina Legal Profissional


- Direitos e deveres dos médicos

Deontologia Médica
Jurisprudência Médica e Direito Médico.

Medicina Legal Social


Medicina Legal Trabalhista, Securitária, Preventiva, esportiva.

PERÍCIAS E PERITOS

PERÍCIA= Exame realizado por técnico a serviço da Justiça; Conjunto de


procedimentos médicos e técnicos para esclarecimento de fatos de interesse da
Justiça. Tem que ser OBJETIVA em Medicina Legal é o " VISUM ET REPERTUM " .

PERITOS: Técnicos que realizam as perícias.

LAUDO: Documento produzido pelos peritos após as pericias = produzem provas →


Elementos demonstrativos dos fatos.

CLASSIFICAÇÃO DAS PERÍCIAS

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Depende da matéria a ser examinada:

1 – Médica: Tanatológica; sexológica; psiquiatrica;...


2 – Odontológica.
3 – Contábil.
4 – Armas . etc

Perícias Indiretas = Perícia em registros, provas, prontuários, peças processuais, etc.

OBJETOS PERICIAIS NA ÁREA MÉDICA

- Pessoas vivas
- Pessoas mortas
- Animais
- Objetos

CORPO DE DELITO

CUIDADO: Corpo de delito não é o mesmo que corpo da vítima.

Significado amplo: Elenco de lesões, alterações ou perturbações e dos elementos


causadores desse dano. (Genival V. de França )

PERITOS
OFICIAIS: Funcionários oficiais cuja função é periciar.
Ex: Legistas do IML;
Peritos criminais do IC.

NOMEADOS OU LOUVADOS: Profissionais da área que não são funcionários oficiais.

ASSISTENTE TÉCNICO

QUANTIDADE DE PERITOS: Pelo novo Código = 2

ATUAÇÃO: Atuam na área específica.


Perícia não é absoluta:
CPP: art.182: O Juiz não fica adstrito ao laudo podendo aceitá-lo em
todo
ou em parte.
CPC: art. 437: Juiz pode requerer nova perícia.
O Perito pode atuar em qualquer fase do processo

PERÍCIA CONTRADITÓRIA: Não existe acordo entre os peritos. O Juiz pode nomear
novo perito.

DOCUMENTOS MÉDICO-LEGAIS

CLÁSSICOS:

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 ATESTADOS 
 RELATÓRIOS:
AUTOS 
LAUDOS 

 NOTIFICAÇÕES 
 PARECERES

DEPOIMENTOS ORAIS (esclarecimentos no tribunal)

EVENTUAIS: Toda documentação médica pode, em determinadas situações se tornarem


Documentos médico legais.

ATESTADOS MÉDICOS

Declaração pura e simples de um fato médico.


Atestado falso é crime; C. de Ética e C. Penal (art. 302 )

CLASSIFICAÇÃO: VÁRIAS

Oficiosos (clínicos) : Simples.


 Papel timbrado, com CRM e assinatura
 Identificação do paciente.
 Registro da matéria médica.
 Finalidade
 Diagnóstico ? cuidado.

Administrativos
Para fins previdenciários e similares, no serviço público, licença, aposentadorias,
atestados de vacinação, atestados de saúde física e mental, etc.

Judiciários
Para interesse da justiça e são requisitados por juizes.

Outros:
Atestado de Óbito = Errado
Declaração de Óbito (certo)= Atestado médico da declaração.

NOTIFICAÇÕES

Comunicações compulsórias feitas pelos médicos.


Exemplos: Acidentes de trabalho, Doenças infecto- contagiosas, Crimes de ação pública que
não exponham o paciente a procedimento criminal.

PARECERES

Segundo Genival V. de França: "A definição do valor científico de determinado fato,


dentro da mais exigente e criteriosa técnica médico-legal, principalmente quando esse
parecer está alicerçado na autoridade e competência de quem o subscreve, como capaz de
esclarecer a dúvida constitutiva da consulta "

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Segundo Hélio Gomes: "O parecer, que importa na crítica serena e fundamentada de
um documento médico-legal, vale pela autoridade científica e moral de quem o subscreve "

ESTRUTURA: Variável, porém pode seguir a estrutura dos laudos, apresentando


preâmbulo, exposição ou histórico, DISCUSSÃO, conclusão e resposta aos prováveis
quesitos.

RELATÓRIOS

"É a descrição minuciosa de um fato médico e de suas conseqüências, requisitado por


autoridade competente " ( HG)

"São documentos escritos e pormenorizados de tudo quanto os peritos julgarem útil informar
a autoridade competente" (ORM)

"É a descrição mais minuciosa de uma perícia médica, para responder 'a solicitação da
autoridade policial ou judiciária frente ao inquérito " (GVF )

DIVISÃO: Podem ser divididos em AUTOS E LAUDO (Idênticos na estrutura).

 AUTO: Exame realizado e ditado diretamente ao escrivão diante de testemunhas. 



 LAUDO: Redigido posteriormente pelos peritos, com ou sem exames complementares,
consultas e bibliografia.

COMPOSIÇÃO

Genival V. França Odon R. Maranhão Hélio Gomes


PREÂMBULO PREÂMBULO PREÂMBULO
QUESITOS HISTÓRICO COMEMORATIVOS
(ANTECEDENTES ) ( HISTÓRICO )
HISTÓRICO DESCRIÇÃO VISUM ET REPERTUM
DESCRIÇÃO DISCUSSÃO DISCUSSÃO
DISCUSSÃO CONCLUSÃO CONCLUSÃO
CONCLUSÃO QUESITOS E RESPOSTAS QUESITOS E RESPOSTAS
RESPOSTAS

DESCRIÇÃO : PARTE MAIS IMPORTANTE DOS LAUDOS


CLARA E MINUCIOSA.
VISUM ET REPERTUM = VER E REPETIR
DESCREVER AS LESÕES DE FORMA MINUCIOSA E CORRELACIONÁ-LAS COM
PONTOS ANATÔMICOS.

Uso dos Documentos na Prática:

- Verificação das lesões corporais = Art. 129 do CPP


- Necrópsias = Art. 162 do CPP.
- Análise do estado mental = Art.149 do CPP.
- Cessação de periculosidade = Art. 775 do CPP
- Interdição de toxicômanos = Art.1185 do CPC

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DEONTOLOGIA E DICEOLOGIA

Dentro dos conceitos da Ética Médica temos a considerar esses dois termos.

DEONTOLOGIA: A Moral dos Deveres

Em outras palavras podemos dizer que: a Deontologia estuda:


A Ética do Médico
A Ética no Direito
O Código de Ética Médica

A condução do profissional sob uma visão Moral e Jurídica nas suas relações com o
paciente, com os familiares dos pacientes, com seus colegas e a Sociedade.

Avalia temas como: Consentimento Informado


O Ato médico
O Exercício Ilegal
O Charlatanismo
O Curandeirismo
O Sigilo Médico
Responsabilidade Médica
O erro médico
O mau resultado etc.

DICEOLOGIA: A Moral dos Direitos

Segundo Henri Verger: É o conjunto das regras de conduta do médico, no exercício


da sua profissão. Segundo a tradição e a legislação.

Assim estudará os Direitos relacionados à:

Exercício na profissão. Constituição Federal


Honorários profissionais. Contrato tácito, bilateral, privado.
Tratamento arbitrário. Nas emergências
A quebra do sigilo. Dever legal ou Justa causa
A guarda do prontuário.
A publicidade.

Deontologia

Exercício Ilícito da Medicina

Significa na falta de autorização legal, para as atividades médicas, ou da transposição dos


limites autorizados.
Para que um profissional possa estar habilitado para exercer as funções, são necessárias
certas condições:

O que caracteriza a falta de habilitação legal:


Ausência de inscrição no CRM.
Ausência de registro do diploma.
Mudança de jurisdição sem novo CRM

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Atuar quando estiver suspenso pelo CRM

Excesso de limite:
Hoje esse assunto gera muita discussão, face às várias especialidades e títulos de
especialistas. Cada situação deverá ser objeto de intensa investigação para que não se
cometam erros por excesso, ou por falta de limites. Podemos dizer que estará adstrito à
Responsabilidade Médica.

CHARLATANISMO

Art. 282 C.P. – Inculcar ou anunciar cura por meio secreto ou infalível.

No secreto e na infalibilidade é que estão os pontos fundamentais do ilícito moral e


legal.

A medicina não pode agir por meios secretos deve ser a mais transparente possível
e jamais poderá ou deverá pretender a infalibilidade.

CURANDEIRISMO

Art. 284 C.P. Exercer curandeirismo:

I- Prescrevendo, ministrando ou aplicando habitualmente qualquer substância; II-


Usando gestos, palavras ou qualquer outro meio;
III- Fazendo diagnóstico.

Elementos do crime de curandeirismo:

Falta de habilitação profissional.


A reiteração da atividade médica (habitualidade da ação)
Não importa se ele age por simples espírito diletante ou de humanidade, sem finalidade
lucrativa, ou não.

PERITO E PERÍCIAS

PERÍCIA

É a ciência que, ao abordar os fenômenos biológicos e patológicos, procura trazer a


igualdade entre a: “Verdade Real” e a “Verdade Jurídica”

Objeto da Perícia

Trazer esclarecimentos técnicos, sobre um fato ou ato.

PERÍCIA

 Objetivo: A verdade.

 Esclarecer fatos ou atos que, possam interessar à justiça, ao periciando, às


instituições ou outras pessoas, dependendo da modalidade da perícia.

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 Sendo seu objetivo a VERDADE.

 Para que essa aflore, é necessário que se obtenha a PROVA, independentemente da


modalidade da perícia.

 Modalidades

 Criminal;
 Civil;
 Trabalhista e
 Previdenciária administrativa.

“No âmbito da Medicina legal”

O pensamento biológico que domina a ação dos peritos médicos é e será sempre o de
uma ciência perplexa. Muitas vezes vacilante como uma incógnita, pois estuda e procura
compreender a VIDA e seus fenômenos.

O pensamento jurídico. Ao contrário é preciso, conciso, justo, porque está amparado nos
códigos e leis.

Esses códigos e lei são produtos da elaboração humana, portanto compreensíveis,


discerníveis e assimiláveis.

A PROVA PERICIAL

A FUNÇÃO PERICIAL.

Os vários profissionais, que desenvolvem a função pericial, têm que ter a noção de
que seus documentos podem ter a força de uma sentença. Portanto:

 Sua opinião, não deve ser estabelecida em suspeitas e presunções. Se, após o exame,
ficar a dúvida, a incerteza, é preciso exprimi-la de maneira formal.(Chaussier) 

 Na solicitação da perícia o que avaliar?
Quem fez a solicitação.
Se a indicação foi: por confiança ou por ser perito oficial.
Qual o objetivo daquela perícia.
Se as questões levantadas são: Éticas, Sociais ou Legais.
Quais os elementos disponíveis para a análise.

Se investidos da função de perito temos, conhecimentos dos aspectos jurídicos, para


atender o caso.e a relação de nexo e causa do ato, quem são as partes envolvidas, para se
a analisar(Suspeição)

 Quem são os Peritos?


São profissionais, que, de forma oficial ou oficiosa, fornecem suas contribuições técnico-
científicas à justiça. São, portanto, auxiliares da justiça.

A função do perito é técnica. Necessita dos conhecimentos científicos para transformar


indícios em provas materiais. Isso não significa dizer, que sempre, os indícios fornecem
provas materiais

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Quando os indícios não se materializam em provas, caberá ao perito, valorizá-los


relacionando ao fato e discutir sobre os mesmos.

Sua opinião pessoal / profissional é que poderá convencer a autoridade que o nomeou.

Para que haja uma prova pericial é necessário existir:


 A solicitação e o caso.
 O perito.
 A perícia.
 O Laudo.

• O documento pericial poderá se prestar à:

Avaliar uma capacidade física e mental para interdição, ou outra finalidade como a
trabalhista.
Excluir ou incluir uma paternidade.
Avaliar danos estéticos ou funcionais.
Anulação de casamento.
Erro ou insucesso médico. Etc.

Ao elaborar um documento pericial sobre ato médico ou afim, deixar consignada sua
conceituação sobre:

– Prontuário ou ficha médica, odontológica, etc.


– Erros Médicos, odontológicos, etc.
– Complicações(Fatores imponderáveis, imprevisíveis)
– Acidentes etc.

Essa condição é importante, pois assim definida, as conceituações, o magistrado


saberá como o perito interpretou os achados e porque concluiu daquela maneira.

ASPECTOS MÉDICO-LEGAIS NAS PERÍCIAS

 Quais as principais questões levantadas sobre as condutas médicas?

 Erro Médico
 Erro de diagnóstico
 Erro de conduta
 Irresponsabilidade
 Dano pelo ato médico

A PROVA PERICIAL

 Na obtenção da Prova é necessário entender:

– Qual foi a queixa apresentada e

– A época e situação, em que o fato ocorreu.

 Diante de um quadro real, bem definido, qual a conduta do perito, para poder firmar
suas conclusões?

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– Conhecer bem a solicitação.


– Ter feito uma boa anamnese.
– Realizar um bom exame físico e conferir com os existentes nos autos.
– Avaliar com critério técnico-científico o prontuário do(a) paciente.
– Ouvir a equipe médica envolvida.
– Realizar novos exames, se necessário.

Além disso, pesquisar:

 Prontuário ou ficha
 É fundamental que sejam legíveis.
 Que sejam preenchidos pelos próprios profissionais.
 Que sejam datados e assinados.
 Que contendo siglas, que as identifiquem no início.
 Que opiniões de terceiros, se existirem, sejam anexadas.
 Que mesmo que haja comunicação por telefone, que sejam anotadas
oportunamente, com detalhes.
 Cuidado com o Prontuário Eletrônico.

 O Prof. Dr. João Batista Lopes define a Prova da seguinte maneira:

“Salvo em casos excepcionais, todas as provas têm valor relativo, inclusive a


pericial”.

 Para que uma perícia tenha valor é necessário:

– Ser adequada à época.


– Ser reconhecida cientificamente.
– Deve permitir, se possível, reprodutibilidade.
– Não deve ser destruidora.
– Ser bem documentada.

Perícias Indiretas

São perícias onde o perito, não tem a oportunidade de examinar o periciando, os locais
ou as coisas, diretamente.

 Compete aos peritos, avaliar se esse tipo de perícia solicitada é factível ou não de
ser realizada.
 Cada caso exige avaliação individual e pormenorizada.

Exemplo:
 Autoridade solicita para que se elabore um laudo necroscópico indireto, de uma
morte que não teve assistência médica e não foi realizada necropsia.
 Autoridade solicita que se avalie, a responsabilidade profissional de um médico ou
instituição, em relação à uma morte por doença profissionalizante, algum tempo
depois da morte, sem qualquer outro dado material.

LAUDO

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 Esse documento, por existir, em função de solicitação oficial, estará inserido no


processo e não sai mais dele. Poderá até ser contestado, mas permanecerá.

 Em função disso, possui requisitos que são obrigatórios.

Partes de um laudo

 Preâmbulo
 Histórico
 Descrição
 Discussão
 Conclusão
 Resposta aos quesitos

 Requisitos obrigatórios

 1=Ser elaborado por profissional competente e qualificado.


 2= Todo material incorporado ao mesmo, como assessoramento, deverá ser revisado
pelo perito oficial.
 3=Quando houver quesitos, esses deverão ser transcritos na integra e respondidos,
na ordem da formulação.
 4= Devem possuir mais de uma cópia, para que sirva de suporte ao próprio perito,
nos casos de: Esclarecimentos ou consultas futuras, petições, laudos
complementares e até audiências.
 5=Na resposta aos quesitos, o perito, deve evitar simples afirmativas ou negativas,
expressas por “sim” ou “não”.

No laudo

 Descrever os elementos levantados, o mais fielmente possível.


 Anexar opinião de especialistas, se necessário.
 Responder sucinta e objetivamente os quesitos.
 Formular conclusões objetivas.
 Não fazer Julgamentos.

A Prova Pericial

 Para obter êxito na sua função o perito tem que:


– Ter independência profissional.
– Estar constantemente se reciclando.
– Respeitar seus opositores.
– Ser humilde e conhecer seus limites.
– Abdicar da indicação, quando se sentir sob suspeição.

 Como deve ser documentada a perícia?

– Através de um laudo ou parecer.


– Nesses deve, na medida do possível, conter: Fotos; Esquemas; Tabelas;
Opiniões abalizadas de terceiros e finalmente uma boa citação bibliográfica.

 Em boa parte dos casos analisados, o perito se sente impossibilitado de exarar juízo
sobre a culpa do profissional.

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 Isto porque, os processos, não são convenientemente instruídos.

Partes de um parecer

 Preâmbulo
 Histórico
 Discussão
 Conclusão
 Resposta aos quesitos (Não há descrição)

RESPONSABILIDADE MÉDICA

Nessa avaliação estará em discussão:

A responsabilidade Objetiva: Olhar para o Dano


A responsabilidade Subjetiva: Observando a Conduta

O novo Código Civil brasileiro, em seus arts. 186 e 951 manteve a teoria subjetiva para a
responsabilização dos atos médicos. Isto significa dizer que a Responsabilidade continua
sendo avaliada segundo a culpa

NA RESPONSABILIZAÇÃO MÉDICA

De forma simples poderemos dizer que:

Para que haja responsabilização é necessário:

 O Ato,
 O Agente,
 O Dano,
 A Culpa e
 A Relação Ato x Dano.

Tenta-se discutir mais recentemente a teoria do Risco Social, que em outras palavras é a
teoria objetiva. Havendo o Dano, não importa o nexo causal. Deverá haver a reparação,
pessoal ou Social.

Para refletir: M.K.N.

O próprio doente traz consigo um risco, derivado de sua patologia – e não é o médico
quem provoca.

Adotar uma responsabilidade objetiva, nesse caso equivale a lutar contra a própria
natureza humana.

Nos últimos Congressos tem ganhado força, o papel do Consentimento Informado, para
qualquer ato médico.

Reforçam seus defensores, que deverá ser por escrito e com termos simples.

CONSENTIMENTO INFORMADO.

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Representa na verdade, o processo da relação médico paciente, documentado, a fim de


que possa haver o Ato.

Isso não impedirá, porém o Médico de ser responsabilizado por Imperícia, Imprudência
ou Negligência.

IMPERÍCIA.

É a falta de observação das normas, deficiência de conhecimentos técnicos e o


despreparo prático.

Exemplos:

1 - Obstetra que ao fazer Cessaria, corta a Bexiga da paciente.(Obs: Nessa circunstância é


necessário excluir mal formações dos órgãos acometidos ou outra patologia, que possa
induzir o médico àquele procedimento sem culpa)
2 - Manuseio inadequado de fórceps, levando a morte do neonato.
3 - Obstetra que realiza laqueadura e a mulher venha posteriormente a engravidar.

IMPRUDÊNCIA

Age com imprudência o profissional que age impulsivamente, com atitudes não
justificadas.

Exemplo: Médico que decide realizar cirurgia cardíaca, que dura em média três horas, e
passa a fazer em uma hora, e sem reservar UTI.

NEGLIGENCIA

É um ato omissivo. O abandono do doente. A saída do plantão sem que seu substituto
esteja presente. A letra do médico levando a erro no aviamento da receita. Esquecimento de
corpo estranho pós-cirurgia.

Código Civil

 Art. 186: aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar
direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
 Art. 927: ...Obriga quem comete ato ilícito a reparar o dano.
 Art. 951: têm o dever de indenizar: todas as pessoas que em sua atividade profissional
por negligência, imperícia ou imprudência causar a morte do paciente, agravar-lhe o mal,
causar-lhe lesão ou inabilitá-lo para o trabalho.

Diferenciar :

A perda de uma chance. Atuar médico insatisfatório? (Mão amputada. Gelo x gelo seco)
Não prescrever antibiótico, frente a uma infecção grave e paciente perde um órgão.

Iatrogenia. É um mero acontecimento, que ocorre, mesmo com a utilização de uma ótima
prática médica (amputação de um membro após remoção de um trombo arterial e perna
já com gangrena). “A iatrogenia é, na verdade, um resultado ruim em consequência de
um ato médico perfeito (FAFN)”.

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 LESÃO IATROGÊNICA:

Deriva do grego (iatros = médico /gignesthai = nascer, da palavra gênesis = produzir) e


significa qualquer alteração patológica provocada no paciente pela prática médica, cujos
transtornos são imprevisíveis e inesperados.

Pode ser classificada como:

Escusável ou inevitável: decorre da própria natureza da medicina e do caráter probabilístico


do seu método.

Grosseiro ou indesculpável: decorre exclusivamente de uma atuação desastrada do


médico.

BIOÉTICA
Os princípios da Bioética devem ser aplicados numa seqüência de prioridades.

Os princípios da beneficência e não maleficência são prioritários sobre a autonomia e a


justiça distributiva. E na maioria dos casos a Beneficência prevalece sobre a não
maleficência.

Exemplo: Paciente numa fase salvável, o princípio que prevalece é o da beneficência.


Por outro lado se o paciente estiver numa fase terminal, irrecuperável, deverá prevalecer a
não maleficência, ou seja, proporcionar o alívio do sofrimento.

A maioria dos pacientes terminais, não apresentam condições de discernir por si só o


princípio da autonomia. Esse será de competência da família ou responsável legal. O
mesmo fato ocorre com as crianças.

Quanto às crianças é importante lembrar que: Seus pais, não têm o direito de forçar seus
filhos a receber tratamentos nocivos ou penosos, mesmo que por motivos religiosos. Nessas
condições caberá ao médico a decisão técnica que o caso exigir. Sem que haja também
exagero do Paternalismo.

Como poderá a família participar do princípio da autonomia no doente terminal? A


decisão deverá ser bilateral, família e equipe médica, com total conhecimento do estágio da
enfermidade.Não poderá a equipe médica, jogar toda a responsabilidade de decisão, sobre
a família.

RESUMO DE BALÍSTICA
RECORDANDO

OBJETOS PÉRFURO-CONTUNDENTES:

PERFURAM CONTUNDINDO: Projéteis de Arma de Fogo (PAF), sovela, furador de gelo,


agulha de crochê, ponta de guarda-chuva.

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CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES CAUSADAS POR “PAFs” SEGUNDO À DISTÂNCIA DE


DISPARO

TIRO ENCOSTADO

Um tiro encostado nos leva a suspeitar se tratar de suicídio. A execução, com a vítima
inconsciente, também é possível em menor número de vezes. Apresentam uma ORLA DE
QUEIMADURA causada pelo projétil aquecido e os gases superaquecidos oriundos da
combustão da pólvora e uma área de CONTUSÃO E ENXUGO constituída pela borda da
ferida perfuro-contusa e pelo trajeto inicial do projétil. Nestas regiões (ferida e trajeto inicial)
além da contusão evidenciada pela hemorragia intersticial (borda equimótica), fragmentos
das vestes perfuradas pelo PAF, resíduos metálicos e mesmo graxa lubrificante da arma são
“enxugados” e retidos. Quando disparado contra uma superfície óssea (osso temporal), o tiro
encostado causa uma lesão típica (cavidade) denominada BURACO DE MINA DE
HOFFMAN. Nesta modalidade de tiro também pode ser observada a impressão da boca do
cano da arma no tegumento penetrado pelo projétil, principalmente nas semi-automáticas
(pistolas).

TIRO À CURTA DISTÂNCIA (QUEIMA ROUPA)

Nesta modalidade o tiro é disparado cerca de 50 cm do alvo. Observa-se: ZONA DE


ESFUMAÇAMENTO OU FULIGEM resultante da fuligem carreada pela fumaça do disparo e
que é facilmente removida do corpo pela água; ZONA DE TATUAGEM causada pela
impregnação cutânea de resíduos de pólvora incombusta; ORLA DE QUEIMADURA e
CONTUSÃO e ENXUGO, semelhantes às do tiro encostado.

TIRO À MÉDIA DISTÂNCIA

Tiro disparado entre 50 a 500 cm com variações nestas distâncias na dependência


do tipo de arma e pólvora empregadas no disparo. Observamos: ORLA DE QUEIMADURA
DISCRETA NAS BORDAS; ZONA DE CONTUSÃO e ENXUGO.

TIRO À GRANDE DISTÃNCIA

São disparados por fuzis e rifles em distancia de até 1000m. Observa-se: ZONA DE
CONTUSÃO e ENXUGO. A zona de queimadura passa a não existir uma vez que o PAF
perdeu temperatura (resfriamento) em sua trajetória aérea.

BALÍSTICA PROPRIAMENTE DITA

A balística é o ramo da física newtoniana que estuda a propulsão, movimento,


trajetória, impacto e trajeto de um projétil. Este pode variar desde uma pedra lançada
manualmente, uma lança, flexa, um PAF ou um míssil balístico. Todo projétil, ao se deslocar
no meio aéreo descreve uma parábola. Um PAF disparado para o alto retornara em queda
livre animado da mesma velocidade com que foi disparado.

A balística divide-se em três distintas categorias:

 BALÍSTICA INTERNA; processada no interior e uma arma de fogo. Desde a detonação


 até a saída do PAF pela “boca” da arma. 
 BALÍSTICA EXTERNA representada pelo “vôo” do PAF no meio aéreo (ou quido) e que
descreve a trajetória deste PAF.

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 BALÍSTICA DO ALVO ou DE RESULTADO; que se interessa pelo impacto e trajeto do


projétil ao alcançar o alv.

Resumindo

•BALÍSTICA INTERNA

É a interação do PAF no interior da culatra e do cano da arma.

•BALÍSTICA EXTERNA

É a interação do PAF no meio aéreo ou aquático que sofre a ação e influência dos
ventos, temperatura, velocidade, aerodinâmica e arrasto.

Movimentos do “PAF” na balística externa, PAFs”diversos

•BALÍSTICA FINAL, do ALVO ou de RESULTADO.

Estuda os efeitos (trajeto, deformação e dano) no tecido vivo.

figura 08: penetração do PAF em ângulos diferentes.


figura 09: trajeto no alvo com a formação da cavitação real e virtual. Tombamento e
“giro” do PAF.
figura 10: deformação do PAF. Quanto maior a deformação maior será o dano local.
figura 11:trajetos possíveis de umPAF no corpo humano.

figura 08
figura

09
figura 10

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figura 11

Os “PAFs” são Instrumentos


ou objetos pérfuro-contundentes e agem por ação perfurante e contundente
simultaneamente.

CLASSIFICAÇÃO DAS ARMAS DE FOGO

DIMENSÃO - portáteis (mais usadas em crimes, classificam-se em de cano longo – fuzil e


metralhadoras, por exemplo – e de cano curto – revolver e pistola, e não portáteis , São
geralmente as armas de guerra, canhões, mísseis etc.

MANEIRA COMO SÃO CARREGADAS - antecarga (carregada pela boca) e retrocarga


(carregada por trás do cano, tambor, pente etc).

TIPO (presença ou ausência) de raias no interior do cano

MECANISMO DE AÇÃO:
De Repetição depende da força humana para o disparo e o engatilhamento da arma: fuzis,
revolveres, garruchas, etc.
Semi AUTOMÁTICAS: depende da força humana par o engatilhamento inicial (primeiro
disparo). Os demais disparos são realizados de maneira cadenciada e por encatilhamento
sem a utilização da força do atirador: pistolas, fuzis automáticos.
AUTOMÁTICAS: de maneira análoga à semi-automáticas, somente ocorrer o primeiro
engatilhamento pela força humana. Os demais engatilhamentos serão de forma automática
rápida proporcionando o tiro “em rajada”, enquanto se mantiver apresão de disparo no
gatilho da arma: metralhadoras e submetralhadoras.

COMPONENTES DO CARTUCHO

Cápsula - recipiente que aloja a espoleta


Espoleta mistura de compostos explosivos à percussão
Bucha disco que separa a pólvora na cápsula
Pólvora explosivo que produz gases que impelem o projétil
Projétil corpo cilíndrico constituído de chumbo propelido pela força expansiva dos
gases

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RESÍDUOS METÁLICOS

Resultantes da abrasão do projétil no interior do cano da arma. Esse fenômeno ocorre


em razão de três fatores concomitantes:

(1) movimento helicoidal do projétil;


(2) base mais larga;
(3) dureza do cano da arma.

Os Resíduos metálicos ocorrem tanto nos projéteis de chumbo nu não-encamisados


quanto nos projéteis encamisados ou jaquetados (zinco, cobre, etc). Os resíduos mais
comuns das ligas metálicas dos projéteis: chumbo e antimônio

RESÍDUOS METÁLICOS E NÃO METÁLICOS.

Resultantes da combustão da mistura iniciadora e do propelente.


Dependem da marca de fabricação
 Os mais comuns são os íons: nitrato, nitrito, bário, chumbo II, potássio, sulfeto, carbonato, antimônio III
e cálcio.

FORMA DE DISPERSÃO DE RESÍDUOS

CONSIDERAÇÕES SOBRE OS RESÍDUOS

É de suma importância, a maneira correta da coleta e o local dos mesmos. Os


resíduos resultantes do disparo de uma arma de fogo, além das mãos do atirador, também
podem ser encontrados nas vestes, cabelos e objetos.

MECANISMO DE DISPARO

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Acionamento do gatilho ◊ percussor bate na base do cartucho (espoleta) ◊ explosão ◊


queima da pólvora ◊ produção de gases ◊ projétil disparado.

Após o disparo, há a formação da estriação lateral final, impressão variável de


acordo com as características das raias do cano.

MICROSCÓPIO BALÍSTICO COMPARADOR

INSTRUMENTOS

 No exame dos ferimentos causados por esses instrumentos, temos que observar:

 Orifícios de entrada
 Orifícios de Saída
 Trajetos e
• Locais de alojamentos

 Orifícios de entrada

Podem ser:
 Maiores que diâmetro do projétil.
 Iguais ao diâmetro do projétil.
 Menores que diâmetro do projétil

Os Orifícios de Entrada apresentam:


 Zona de Contusão
 Zona de enxugo
 Zona de Queimadura
 Zona de Esfumaçamento
 Zona de Tatuagem.

ESQUEMA DOS DISPAROS

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CONCENTRAÇÃO DOS PONTOS TATUADOS (tiro “à queima roupa”)

Todo projétil ao atingir o corpo humano, produz uma cavitação.

 Temporária
 Permanente

A cavitação dependerá sempre da área atingida, da energia do projétil e do tipo de arma


utilizada.

Cavitação produzida em laboratório.

MANCHAS
Hoje são exames que rapidamente os laboratórios podem emitir um diagnóstico de
certeza quanto a (s) substância (s) formadora da mancha, face ao avanço tecnológico.

 Nas perícias forenses as mais estudadas são:

SANGUE;
ESPERMA;
SALIVA;
LEITE – COLOSTRO
LÍQUIDO AMNIÓTICO
INDUTO SEBÁCEO
MECÔNIO
MATERIAL FECAL

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OUTRAS.

IMPORTA AVALIAR:

 Quantidade.
 Cor.
 Forma.
 Local.
• Estado físico.
 Fotografar
 Filmar
 Medir

 ESTADOS FÍSICOS COMO PODEM SER ENCONTRADAS.

 Líquido.
 Sólido como crosta, paredes, chão etc.
 Sólido em vestimentas.
 Diluídas, água.

 FORMAS COMO PODEM SER ENCONTRADAS.

– Isoladas pequenas ou grandes.


– Múltiplas num único local?
– Agrupadas, formando poças.
– Escorridas, sobre superfícies.
– Borrões ou denunciando um pisar, por exemplo.

 Provas laboratoriais

 Genéricas.
 Certeza.
• Específicas.

 Provas Genéricas. São provas que orientam o perito no local do crime.


 Van Deen
 Adler
• Meyer

 PROVAS DE CERTEZA

 Microcristalografia - Hemina
Hemocromogênio.
Teichmann
Espectroscopia
Glóbulos vermelhos

 ESPECÍFICAS

 Configuração hemácias.
 Soro precipitação A-B-O
 Coombs

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 H.L.A.
• D.N.A.
 Diagnose regional

ESPERMA

É uma das pesquisas mais difíceis.

Normalmente está misturado com: Fezes - Urina - Saliva - Sangue.

Tríade a ser estudada: Vítima –agressor -local.

 Provas que podem ser realizadas:

 Orientação
• Certeza e
• Específica

• ORIENTAÇÃO

• Reação de Florence.
• Reação de Barbério.
• Reação da Fosfatase Ácida.

• CERTEZA

• Reação tintorial
• Corin-Stockes

 Espermatozóides Íntegros.

 ESPECÍFICA

 Soro Precipitação A-B-O

• H.L.A.

• D.N.A.

LEMBRETES – QUESTÕES MAIS FREQUENTES

Transplantes, Morte Encefálica, Doação de Órgãos, Ética, Abuso, Maus Tratos,


Prevenção de Acidentes, Atestado de Óbito
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Transplantes/Morte Encefálica/Doação de Órgãos.


1. A doação de órgãos para transplante no Brasil obedece a critérios que estabelecem: A
morte encefálica deve ser diagnosticada por 2 médicos não relacionados à equipe de
implantação de órgãos e confirmado por exames complementares.
2. Homem, 35 anos, com TCE por FAF, Glasgow 3 é intubado e transferido para UTI onde,
após 24h, permanece sem reflexos corneanos e pupilares, sem resposta a estímulos
álgicos supra-orbitais. Teste de apnéia: (+). A fim de que se possa declarar o paciente
em morte encefálica e candidato a doador de órgãos, é necessário: 2 exames clínicos
de morte encefálica com 6h de intervalo e um EEG demonstrando isoeletricidade
em todas as derivações.
3. Podem ser encontrados na morte encefálica: arreflexia miopática global; movimentos
mioclônicos esporádicos em membros; batimentos cardíacos presentes
(movimentos respiratórios esporádicos excluem a morte encefálica).
4. O conceito atual de morte diz que uma pessoa cujo coração esteja funcionando
adequadamente pode ser considerada morta.

ÉTICA
1. Você é o médico de uma empresa de medicina de grupo, contratado em regime de CLT,
com carteira profissional assinada, trabalhando como diarista no ambulatório. Alegando
necessidade de baixar os gastos, a empresa estabeleceu uma norma restringindo a
realização de exames complementares. Este ato resultou na recusa de autorizações
para exames que você solicitou aos seus clientes e que considerava indispensável.
Segundo o Código de Ética, deve ser adotada a seguinte conduta: comunicar o fato ao
CRM.
2. Pré-escolar, 3 anos, está em tratamento para LLA. Os pais são testemunhas de Jeová
e repetidamente lhe disseram que em hipótese alguma a criança deveria receber
transfusão de sangue. Ela é trazida ao hospital profundamente anêmica com ICC. Você
diz aos pais que se a criança não for transfundida imediatamente poderá morrer. Mesmo
assim, os pais recusam-se a autorizar a transfusão. Conduta: realizar a transfusão e
depois comunicar o fato ao juiz.

ABUSO E MAUS TRATOS


1. Violência contra a criança: predomina na faixa ataria >7 anos; o principal agressor é a
mãe, seguida do pai; os filhos adotivos têm maior chance de sofrerem agressão; o fato
de o pai ou a mãe terem sido abusados quando crianças é um fator de risco importante;
pais jovens ou mães solteiras são fatores de risco destacado.
2. No diagnóstico diferencial de Morte Súbita e Inexplicada do Lactente, o médico deve
considerar a possibilidade de maus tratos. Nesta última circunstância, a morte pode
ocorrer, por intrusão da cabeça da criança em sacos plásticos. Esta suspeita será
reforçada se o cadáver apresentar: petéquias.
3. Criança, 2 anos, sacudida violentamente por seus pais. Esta forma de violência é
denunciada por: hemorragias retinianas (A Sd. da criança sacudida é uma forma de
violência contra a criança que pode resultar em hemorragia intra-craniana e da retina.
Não há sinais externos do trauma. O cérebro de uma criança é facilmente deformado e
sujeito a este tipo de lesão. No exame de uma criança com suspeita de abuso por
violência o FO não deve ser esquecido).
4. Lactente, 5 meses, com sonolência excessiva, já que não acorda quando é chamada. A
responsável informa que este problema ocorreu após crise convulsiva tônico-clônica
generalizada. Até aquele momento, a criança encontrava-se em BEG, embora fosse um
bebê que chorasse muito desde o nascimento. A mãe se encontra aflita, pois perdera um
filho com hemorragia cerebral. Exame: sonolência, abaulamento de fontanela anterior,
equimoses em tórax, nádegas e MMII, hemorragia retiniana bilateral. Tempo de

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sangramento, TAP, KPTT: normais. TC crânio: edema cerebral difuso e hemorragia.


Após a internação a conduta, a que conduta que se deve tomar é: fazer notificação ao
Conselho Tutelar.
5. Lactente, 18 meses, dá entrada no PS com manchas arroxeadas pelo corpo há 3h.
Acompanha-se de hipertermia e vômitos. Exame: petéquias difusas, equimoses em
dorso e face. Tempo de enchimento capilar: 6seg, PA: 80x50. Taquicárdico e
taquipnéico. Conduta: FO + comunicar aos órgãos de proteção a criança.
PREVENÇÃO DE ACIDENTES
1. Pré-escolar, 2 anos, atendido na emergência devido a queimadura de 2° grau no tronco
por derramamento de conteúdo de panela que foi puxada pela criança de cima do fogão.
A medida mais eficiente que teria evitado este acidente: impedir o acesso da criança a
cozinha.
2. Durante um consulta de rotina, os pais de um lactente de 7 meses, pesando 8kg,
indagam sobre a maneira mais segura de transportar seu filho no banco traseiro do
automóvel. Transportar a criança presa ao cinto, em um assento de segurança,
semi-reclinado e voltado para a traseira do veículo.

CERTIDÃO DE ÓBITO
1. As causas de morte, a serem registradas no atestado de óbito, são todas aquelas
doenças, estados mórbidos ou lesões que produziram a morte, ou que contribuíram para
ela, e as circunstâncias do acidente ou violência que produziram essas lesões. A causa
básica, registrada na última linha, dá origem a uma ou mais complicações, causas
conseqüências, que devem ser registradas nas linhas acima. A última causa
conseqüência, registrada na 1° linha acima é chamada de causa terminal. No caso de
um paciente com LMA, que morreu de edema agudo de pulmão, em conseqüência de
uma hipoalbuminemia, a ordem encontrada é: A) causa terminal imediato: edema agudo
de pulmão; B) hipoalbuminemia; C) LMA.
2. Paciente com câncer gástrico e HAS, evolui com metástases pulmonares e
posteriormente PN, levando a óbito. O atestado de óbito deve ser preenchido da
seguinte maneira: A) PN, B) metástases pulmonares, C) carcinoma gástrico.
3. Paciente de 25 anos, jateador em oficina de lataria e pintura, portador de Silicose, foi
internado na UTI com insuficiência respiratória aguda. Entubado e colocado sob
ventilação assistida, apresentou agravamento do quadro com hipóxia severa, seguida de
parada cardíaca e óbito. Na declaração de óbito deve constar como causa básica:
silicose.
4. Pré-escolar, 4 anos, vítima de queda de uma laje, com TCE, evoluiu de forma
desfavorável, em UTI, TC: hemorragia cerebral difusa, principalmente em tronco. Após
72h de internação ocorreu óbito, às 18h de um sábado. A família solicitou atestado de
óbito, que deveria ser fornecido pelo: perito do IML.
5. EUTANÁSIA: a morte por compaixão, para abreviar um sofrimento terminal. Isto é ilegal
(crime de homicídio) e antiético.
6. DISTANÁSIA: prolongação inútil de uma vida em sofrimento terminal. Fora das
possibilidades terapêuticas curativas. Isto é considerado antiético.

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