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ASSISTÊNCIA DE

ENFERMAGEM À SAÚDE
DA MULHER!!!
Orientadora: Enferª: Socorrinha Albano
ATUANTE NA ESTRATEGIA SAÚDE DA
FAMILIA/ URGÊNCIA E EMERGÊNCIA
GRADUANDA EM OBSTETRÍCIA
Introdução

A saúde da mulher foi inserida às políticas nacionais de saúde no início do


século XX. Mesmo antes do parecer do Sistema Único de Saúde (SUS), o Brasil
foi contemplado em 1984 com o Programa de Assistência Integral à Saúde da
Mulher (PAISM). Porém foram indicadas as ações materno-infantis, ou seja, a
assistência era prestada fundamentalmente no período da gravidez, parto e pós-
parto. Nos programas iniciais, a atenção à saúde da mulher era restrita.

Somente em 2004, com a Política Nacional de Assistência Integral à Saúde da


Mulher (PNAISM), teve a inclusão, como as mulheres negras, trabalhadoras
rurais, lésbicas, profissionais do sexo, presidiárias, indígenas, adolescentes,
vítimas de violência sexual e de abortamento em condições inseguras.

A nova política trouxe também a necessidade da reorganização de ações


definidas no PAISM, a saber: climatério, planejamento familiar, prevenção do
câncer do colo uterino e de mama, doenças sexualmente transmissíveis e
promoção da atenção obstétrica humanizada sem riscos à saúde da mulher e
- Posteriormente, algumas dessas ações foram estendidas em políticas e
programas específicos como os de assistência à mulher em situação de
abortamento, mulher vítima de violência e à saúde da mulher negra.

- A necessidade da qualificação e humanização da saúde reprodutiva das


mulheres volta a ser priorizada em 2011 pelo Ministério da Saúde através
da “Rede Cegonha”.

- As mulheres possuem maior expectativa de vida que os homens e estão


sujeitas às patologias específicas da sua fisiologia.

- Outro fator muito importante que justifica um atendimento especializado


é a morbidade e mortalidade por questões relacionadas à gravidez, parto
e pós-parto.
Sistema genital feminino
Ovários: produzem os óvulos e os hormônios sexuais femininos.
Tubas uterinas: Istmo, ampola, infundíbulo, fimbria.
Útero: possui a forma de uma pera invertida, é musculoso e oco.
Vagina: canal musculoso que liga o colo do útero ate o exterior. Próximo à
entrada da vagina há uma membrana vascularizada, chamada hímen.
- A genitália feminina externa é chamada de vulva.
Contextualizando....

Falando sobre Câncer de Útero/ HPV

• Tem a sua origem num dos vários tipos de Vírus do Papiloma Humano
(HPV). O seu contágio ocorre na maior parte das vezes por via sexual.
• Existem mais de 200 tipos diferentes de HPV, sendo que cerca de 40 tipos
podem infectar o trato ano-genital.

Estima-se que 80% das mulheres e dos homens tenham contatado com o
vírus em alguma fase da sua vida. Na maior parte das vezes a infecção é
. pessoas desconhecem que a têm.
assintomática, o que significa que as

É uma doença
verdadeiramente
evitável.
No Brasil, excluídos os tumores de pele não melanoma, o
câncer do colo do útero é o terceiro tipo de câncer mais
incidente entre mulheres. Para o ano de 2022 foram estimados
16.710 casos novos, o que representa um risco considerado de
15,38 casos a cada 100 mil mulheres (INCA, 2021).

Historia Natural Câncer do Colo do Útero

• Infecção pelo Papilomavirus Humano- HPV: causa


necessárias para o desenvolvimento do câncer do colo do
útero.
• HPVs: 12 a 18 são tipos considerados oncogênicos para o colo
uterino.
• HPVs de alto risco oncogênicos: tipos 16 e 18- presentes em
70% dos casos de câncer do colo do útero.
• Na maioria das vezes a infecção cervical pelo HPV é
transitória e regride espontaneamente, entre seis meses a
▪ A transmissão do vírus se dá por
contato direto com a pele ou mucosa
infectada.
▪ A principal forma é pela via sexual, que
inclui contato oral-genital, genital-
genital ou mesmo manual-genital.
Transmiss ▪ Também pode haver transmissão
ão durante o parto.
▪ Não está comprovada a possibilidade
de contaminação por meio de objetos,
do uso de vaso sanitário e piscina ou
pelo compartilhamento de toalhas e
roupas íntimas.
Manifestações Clinicas.
Na maioria das vezes são de forma assintomática- lesões
subclínicas visíveis apenas após aplicação de reagentes, como
acido acético e a solução de Lugol, e por meio da colposcopia.
Lesões Clinicas: únicas e múltiplas, restritas ou difusas, de
tamanho variável, planas ou exofíticas, sendo também
conhecidas como condiloma acuminado, verruga genital ou
crista de galo, aspecto de couve-flor
- Localização mais frequentes: Vulva, períneo, região perianal,
vagina, colo do útero, região pubiana, anus. Em homens podem
surgir no pênis (normalmente na glande), bolsa escrotal, região
pubiana, perianal e ânus. Essas lesões também podem aparecer
na boca e na garganta em ambos os sexos.
• Dependendo do tamanho e localização anatômica, as lesões
podem ser dolorosas, friáveis e/ou pruriginosas.
O câncer do colo do útero é caracterizado pela replicação desordenada do
epitélio de revestimento do órgão, comprometendo o tecido subjacente
(estroma) e podendo invadir estruturas e órgãos contíguos ou à distância.

▪ O carcinoma epidermoide, tipo mais incidente – 80%


▪ Adenocarcinoma, tipo mais raro - 10%

É uma doença de desenvolvimento lento, que pode cursar sem sintomas em


fase inicial e evoluir para quadros de sangramento vaginal intermitente ou
após a relação sexual, secreção vaginal anormal e dor abdominal associada
com queixas urinárias ou intestinais nos casos mais avançados.
Doença cuja prevenção primária é possível.
Estágios iniciais da infecção podem ser tratados, evitando que o processo
evolua para o câncer.
O exame do Papanicolau é o exame que detecta a neoplasia e permite o
tratamento da mesma intracelular (NIC).
▪ Papilomavirus Humano- HPV (
Principal);
▪ Comportamento sexual;

Fatores de ▪ Multiplicidade de parceiros;

Risco ▪ Tabagismo;
▪ Uso Prolongado de Contraceptivos Orais;
▪ Multiparidade.
▪ Baixa condição socioeconômica
Prevenção do Câncer do colo do Útero

• Uso do preservativos interno e externo: usado durante a


relação sexual com penetração.
• Vacinação contra o HPV: meninas de 9 a 14 anos e meninos de 9
a 14 anos.
Protege contra os tipos 6, 11, 16, 18 do HPV.
• Esquema padrão é de duas doses (0 - 6 meses).
OBS: Quem não tomou no período indicado não precisa reiniciar o
esquema, mas deve terminá-lo ou não terá a proteção máxima
contra a infecção.
• Realização do Exame Preventivo ( PAPANICOLAU): Mesmo nas
mulheres vacinadas, a partir dos 25 anos, deverão fazer o exame
preventivo periodicamente - a vacina não protege contra todos os
tipos oncogênicos do HPV.
Estrutura do Colo do Útero

▪ O útero da mulher é composto por colo, corpo,


e fundo. Inicialmente, o tumor limita-se à
região do colo.

Parte Interna: Endocérvice - revestido por uma


camada única de células cilíndricas produtoras
de muco.

Parte Externa: Ectocervice – revestida por um


tecido de varias camadas de células planas.
▪ Assintomáticas
▪ Detectadas por meio da realização
periódica do exame citopatológico.
▪ Confirmados pela colposcopia e exame
Lesões precursoras
histopatológico. Estagio invasor da
Câncer do colo do doença- sintomas são sangramento
útero
vaginal (espontâneo, após o coito ou
esforço), leucorréia e dor pélvica.
▪ Exame Especular- sangramento,
tumoração, ulceração e necrose no colo
do útero.
▪ Toque Vaginal - alterações na forma,
tamanho, consistência e mobilidade do
❑ Na fase inicial da doença não há
sintomas característicos, sendo apenas
o exame capaz de diagnosticar.
▪ Pequeno sangramento vaginal ou entre
menstruações;
▪ Menstruação mais longa e volumosas
Sintomatologia que o normal;
▪ Dor durante relação sexuais;
▪ Dor pelvica;
▪ Secreção vaginal espessa que pode
apresentar cheiro.
ORIENTAÇÕES PARA CITOPATOLÓGICO

• O exame deve ser realizado por mulheres entre 25 a 64 anos


que já tiveram atividade sexual.
• Deve ser repetido a cada três anos, após 2 exames normais
consecutivos, realizados com um intervalo de um ano.
• No caso do exame positivo a paciente vai ser acompanhada
de uma forma rigorosa para eliminar a inflamação e não
deixar progredir para o câncer.

- O câncer do colo de útero tem evolução lenta.


George Nicholas
Papanicolaou
- (1883-1962)
Coleta do exame Citopatológico do colo do Útero

Cuidados antes da coleta

• Não ter relações sexuais no dia anterior ao exame;


• Evitar uso de duchas, medicamentos vaginais e
anticoncepcionais locais nas 48 horas anteriores à realização
do exame.
• Colher o exame fora do período menstrual. Deve-se aguardar
o 5º dia após o termino da menstruação.
❑ Coleta uma amostra a partir da parte externa( ectocérvice)
e outra da parte interna ( endocérvice).

ATENÇÃO: A COLETA DA PARTE INTERNA ( ENDOCÉRVICE)


NÃO DEVE SER REALIZADA EM GESTANTES.

- TECNICA DE COLETA CITOPATOLOGICA


▪ Lesões benignas: Alterações nucleares e citoplasmáticas
reversíveis, exigem tratamento do agente causal e repetição da
citologia.

Infecções:

• Bactérias – Chlamydia, Gardnerella;


• Fungos – Cândida;
• Protozoários – Trichomonas;
• Vírus – Herpes, Vírus do Papiloma Humano( HPV)
• Inflamação- (cervicites);
• Utilização do DIU.
Lesões pré-malignas: Alterações celulares de displasia,
classificadas em três grupos;

1.Displasia ligeira – CIN I – alterações ao nível das células da


camada superficial, ocupam um terço do epitélio;

2.Displasia moderada – CIN II – alterações ao nível das células da


camada intermediária, ocupam dois terços do epitélio;

3.Displasia marcada – CIN III – alterações ao nível das células da


camada parabasal, ocupam toda a estrutura do epitélio.
Lesões malignas

- Carcinoma epidermoide – Tipo mais incidente (representa 80% dos


casos);
- Adenocarcinoma- Tipo mais raro; Acomete o epitélio glandular.

COLPOSCOPIA

• A colposcopia é um exame realizado pelo ginecologista para avaliar a


vulva, a vagina e o colo do útero de forma bem detalhada, buscando
sinais que podem indicar inflamação ou presença de doenças, como HPV
e câncer.
• Esse exame não dói, mas pode causar um pequeno desconforto e uma
sensação de ardor quando o ginecologista aplica produtos que ajudam a
observar melhor o colo do útero e a vagina.
• Biópsia é um procedimento caracterizado pela retirada de um fragmento
de um tecido (pele ou outro órgão). Este fragmento é então enviado para
um médico patologista que o observará ao microscópio.
• Nível Secundário: Neste nível de atendimento é possível realizar o diagnóstico e/
ou tratamento de uma lesão detectada por meio da colposcopia e da Cirurgia de
Alta Frequência (CAF), quando indicada.

• Nível Terciário/Quaternário: Neste nível é realizado o tratamento de lesões


cirúrgicas que não podem ser tratadas no nível secundário. Para isso, será
necessário uma equipe multiprofissional, habilitada para a execução de exame do
colo e diagnóstico clínico de mamas e colo uterino, colposcopia, diagnóstico
patológico e estadiamento; biópsia, cirurgia, radioterapia, quimioterapia,
seguimento dos casos de lesões malignas, orientação e reencaminhamento da
volta dos pacientes ao nível secundário ou primário, bem como a reabilitação física,
psicológica e a reintegração da paciente nos seus ambientes familiar, social e
ocupacional.

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