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Consulta de Enfermagem

à mulher

Profª. Karen Knopp de Carvalho


Consulta de Enfermagem

 É uma atividade privativa do Enfermeiro e


permite o exercício de sua autonomia.
(Resolução COFEN Nº272/02 ; Lei 7498/86)

 Permite trabalhar a assistência à mulher de


forma integral.

 Cuidado à saúde preventiva. Elevados


índices de câncer de colo e mama.
Consulta de Enfermagem

 É a atenção prestada ao indivíduo, à família


e a comunidade de modo sistemático e
contínuo, realizado pela(o) enfermeira(o)
com a finalidade de promover a saúde
mediante diagnóstico e, quando necessário,
tratamento precoce.
Consulta de Enfermagem

 PRIVACIDADE E RESPEITO –
Durante a consulta são abordados temas
referentes e sexualidade e à intimidade da
mulher, por isso é necessário ter uma
postura cuidadosa e de respeito,
procurando deixar a paciente a vontade.
EXAME GINECOLÓGICO

 Compreende o exame das mamas, do


abdome e da genitália feminina.
Histórico de Enfermagem
 DADOS PESSOAIS
 Nome:
 Idade:
Estado Civil:
 Grau de Instrução:
 Naturalidade:
 Endereço:
 Bairro:
 Telefone:
Histórico de Enfermagem

 Motivo da Consulta

– Se existirem queixas descrevê-las;


- Informar que a paciente veio para coletar o
papanicolau.
Histórico de Enfermagem
 Antecedentes Mórbidos:
 História de câncer ginecológico (útero, ovário,
endométrio)
 Cirurgias prévias (cistos de ovário, histerectomia,
ooforectomia, cesariana)
 Doenças de Infância (ex.: rubéola)
 Obesidade
 Uso de álcool, drogas ou outros medicamentos
 Tromboembolismo
 Hipertensão
 Diabetes
Histórico de Efermagem
 Antecedentes Familiares:
 História de câncer ginecológico (útero, ovário
endométrio)
 Câncer de mama (questionar sobre a idade
que este surgiu), outras neoplasias
 Diabetes
 Hipertensão
 Patologias da Tireóide
 Osteoporose
Histórico de Enfermagem

 Revisão dos Sistemas


 Alterações no hábito intestinal (relacionadas
à dor pélvica)
 Alterações urinárias (infecções)
 Dificuldade para dormir
 Apetite
Histórico de Enfermagem

 Hábitos de vida

 Noções de Higiene
 Exercícios
 Hábito Alimentar
Histórico de Enfermagem

 Antecedentes Gineco-Obstétricos
 Menarca
 Início das relações sexuais (sexarca)
 Menopausa/Climatério
 Hirsutismo
Histórico de Enfermagem

 Antecedentes Gineco-Obstétricos
 Data da última menstruação, regularidade
dos ciclos, duração da menstruação e
quantidade do fluxo menstrual, atraso
menstrual.
 Sintomas perimenstruais (cólicas, sensação
de inchaço, labilidade emocional, dor
mamária, cefaléia, prurido ou secreção
vaginal).
Histórico de Enfermagem
 Antecedentes Gineco-Obstétricos
 Anticoncepção: qual o tipo, nível de adaptação e
satisfação com o método corrente
 História Obstétrica:
 (G/P/C/A) – número de gestações, partos por via
baixa, cesarianas e abortos;
 tempo de amamentação, anormalidades
detectadas no acompanhamento pré-natal,
particularidades dos partos (fórceps, indução, etc),
intervalo interpartal, gestações ectópicas e molares.
Histórico de Enfermagem
 Antecedentes Gineco-Obstétricos
 Fluxos Genitais: tipo de corrimento, se com
odor ou sem, coloração, prurido.
 É importante orientar quanto a normalidade e
as características da leucorréia fisiológica e
do muco cervical.
 Pesquisar sintomas no parceiro, úlceras
genitais, prurido vulvar e em monte púbico,
adenomegalias inguinais, DSTs tratadas
previamente.
Histórico de Enfermagem

 Antecedentes Gineco-Obstétricos
 Fluxos Genitais:O uso de jeans apertado,
roupa de baixo de material sintético, lavagem
das roupas com sabão em pó, e uso de
desodorante íntimo estão freqüentemente
relacionadas a queixas de prurido vulvar.
Histórico de Enfermagem

 Vida sexual: atividade, satisfação, libido,


dispaurenia, posições sexuais de maior
conforto, sangramento pós-coital, uso de
preservativo.
Histórico de Enfermagem

 Sintomas climatéricos: fogachos, atrofia


urogenital (dispaurenia, secura vaginal,
perda de urina), perda de libido, alterações
cutâneas, uso de hormonioterapia.
Histórico de Enfermagem

 Sintomas Climatéricos:É importante o padrão


menstrual na perimenopausa, pois as
alterações ocasionadas pelo aumento de
fluxo (em quantidade de sangramento ou em
número de dias) frequentemente exigem
avaliação endometrial.
Histórico de Enfermagem

 Queixas mamárias: nódulos palpáveis;


 mastalgia (se perimenstrual ou não);
 derrame papilar - se espontâneo ou somente
à expressão e sua característica –
sanguinolento, amarelado e espesso, água
de rocha.
Histórico de Enfermagem

 Queixas urinárias: incontinência urinária (de


esforço, de urgência ou mista), sensação de
prolapso genital (“peso” ou “bola” na vagina,
dificuldade na evacuação), infecções
urinárias de repetição.
Histórico de Enfermagem

 Tratamentos ginecológicos prévios, como


cirurgias, cauterizações do colo e vulva, uso
de cremes vaginais. Último citopatológico e
seu resultado.
Exame Físico

 Verificar sinais vitais e medidas


antropométricas,

 Observar a impressão geral da paciente:


postura, deambulação, estado geral, estado
nutricional
Exame Físico

 Exame do Abdome
 observar cicatrizes,
 ascite,
 irritação peritoneal,
 cor da pele, estrias,
 O abdome deve ser de igual forma,
arredondado ou simétrico, sem peristaltismo
visível. Posicionamento da cicatriz umbilical.
Exame dos Órgãos Genitais

 Busca detectar alterações tratáveis por meio


de intervenções de enfermagem (incluindo
encaminhamento a outros profissionais
quando necessário) e coleta de material para
colpocitologia oncótica.
Exame dos Órgãos Genitais
Etapas
 Exame dos órgãos genitais externos:
 Fazê-la urinar e vestir avental
adequado (cobrir-se com lençol). Só
descobrir a parte que está sendo
avaliada.
 Posição da paciente – litotomia
(decúbito dorsal, nádegas junto a
borda da mesa do exame, com coxas
e joelhos fletidos descansando a
fossa poplítea nas perneiras)
Etapas

 Inspeção (Observar):
Condições de higiene;
Presença de lacerações ou ulcerações;
Aumento das glândulas de Bartholin e de
Skene;
Muco cervical ou presença de leucorréia;
Varizes vulvares; presença de vesículas;
Coloração e Implantação dos pêlos
Vulva
Aparelho Reprodutor Feminino
Aparelho Reprodutor Feminino
Etapas

 Exame dos órgãos genitais internos: é


realizado através do exame especular e do
toque vaginal.

 Durante esse exame pode ser coletado


material para a colpocitologia oncótica
(papanicolau)
Etapas: Exame especular
 É realizado com um
instrumento
denominado
espéculo, com a
finalidade de
visualizar a vagina e
o colo uterino.
 O exame especular
deve preceder o
toque vaginal
Colocação do Espéculo
Colocação do Espéculo
 Coloca–se o espéculo, que deve ter o tamanho
escolhido de acordo com as características perineais
e vaginais da mulher a ser examinada - pequeno, médio
ou grande;
 Não deve ser usado lubrificante, exceto em casos
selecionados, principalmente em mulheres idosas
com vaginas extremamente ressecadas. Recomenda-se
molhar o espéculo com soro fisiológico;
 O espéculo deve ser introduzido suavemente, em
posição vertical e ligeiramente inclinado de maneira que
o colo do útero fique exposto completamente, o que é
imprescindível para a realização de uma boa coleta.
Inspeção do colo

 Na inspeção do colo
do útero é importante
verificar: Normal;
Ausente; Colo não é
visualizado; Alterado;
ectopia ou eversão;
Presença de
secreção anormal.
Localização da junção
escamocolunar
 Infância e pós-
menopausa – JEC
debtro do canal
cervical

 Período menacme -
JEC no nível do
orifício externo ou
para fora desse
Ectopia do colo
Na ectopia

 o epitélio colunar fica em contato com um


ambiente vaginal ácido, hostil a essas
células. Assim, células subcilíndricas, de
reserva, bipotenciais, por meio de
metaplasia, se transformam em células mais
adaptadas (escamosas), dando origem a um
novo epitélio, situado entre os epitélios
originais, chamado de terceira mucosa ou
zona de transformação.
Na ectopia

 Nessa região pode ocorrer obstrução dos


ductos excretores das glândulas
endocervicais subjacentes, dando origem a
estruturas císticas sem significado
patológico, chamadas de Cistos de Naboth.
 É na zona de transformação que se
localizam mais de 90% das lesões
precursoras ou malignas do colo do
útero.
Coleta do material

 A coleta do material deve ser realizada na


ectocérvice e na endocérvice. Coleta dupla
em lâmina única. A amostra de fundo de
saco vaginal não é recomendada, pois o
material coletado é de baixa qualidade para
o diagnóstico oncótico.
Coleta do pré-câncer
Coleta do pré-câncer
Coleta da ectocérvice
 Utiliza-se espátula de madeira tipo espátula de Ayre, do
lado que apresenta reentrância;
 Encaixe a ponta mais longa da espátula no orifício
externo do colo, apoiando-a firmemente, fazendo uma
raspagem na mucosa ectocevical em movimento rotativo
de 360º em torno de todo o orifício cervical, para que
toda superfície do colo seja raspada e representada na
lâmina. Procurando exercer uma pressão firme, mas
delicada, sem agredir o colo, para não prejudicar a
qualidade da amostra;
 Estenda o material de maneira uniforme, dispondo-o no
sentido transversal, na metade superior da lâmina,
próximo da região fosca, previamente identificada com
as iniciais da mulher e nº do registro.
Coleta da endocérvice
 Utiliza-se a escova endocervical;
 Recolher o material introduzindo a escova endocervical
e fazer um movimento giratório de 360 graus,
percorrendo todo o contorno do orifício cervical;
 Distender todo o material sobre a lâmina de maneira
delicada para a obtenção de um esfregaço
uniformemente distribuído, fino e sem destruição celular,
sendo imediatamente fixados, por imersão em álcool ou
com spray .
Teste de Schiller

 É utilizado para
identificar lesões
cervicais.

 Aplicar ácido acético


 Aplicar lugol
 São utilizados
pedaços de algodão e
um pinça Cheron
Teste de Schiller - resultados

 Schiller - /Iodo +: colo


se cora de forma
uniforme, escura.
 Schiller +/Iodo - : há
áreas que não coram
 Iodo claro: comum na
mucosa vaginal
atrófica
Etapas: Exame de Toque

 Toque vaginal simples: possibilita avaliar o


assoalho perineal e sua tonicidade,
modificações da vagina e do colo do útero,
além de suas características de normalidade.

 É realizado com os dedos indicador é médio


de uma das mãos.
Etapas: Exame de Toque

 Toque vaginal combinado: Possibilita avaliar


as características da vagina e do colo
uterino, assim como aquelas do trato genital
superior (útero e anexos).

 É realizado com as duas mãos, uma vaginal


e a outra abdominal
Toque vaginal

 Enluvar a mão dominante


 e lubrificar com vaselina;

 Explorar musculatura

pélvica, paredes vaginais, a cérvice, fundos-de-


saco;
 A outra mão é colocada sobre o baixo ventre e

as mãos são comprimidas delicadamente uma


contra a outra, com o objetivo de apreender o
útero e explorar sua forma, tamanho,
posicionamento, sensibilidade e mobilidade
Toque vaginal

Colo:
 Mobilidade: móvel
 Consistência: “ponta do nariz”, elástico
Fundo do útero: na linha da sínfise
púbica, sem massas palpáveis
Ovários: o direito, em mulheres magras
pode ser palpável; o esquerdo é dificultado
pelo cólon
Toque vaginal

 Trompas: geralmente não palpáveis

 Fundo de saco: livre


Conclusão do procedimento
 Fechar o espéculo não totalmente, evitando beliscar a
mulher;
 Retire-o delicadamente inclinando levemente para cima,
observando as paredes vaginais;
 Retirar as luvas;
 Auxiliar a mulher a descer da mesa;
 Solicitar que ela troque de roupa;
 Informar sobre a possibilidade de um pequeno
sangramento que poderá ocorrer depois da coleta,
tranqüilizando-a que o sangramento cessará sozinho;
 Enfatizar a importância do retorno para o resultado.

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