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Assistência de Enfermagem

nas Cirurgias do aparelho


Geniturinário
Colpoperineoplastia

Cuité/PB
2022
Anatomia e Fisiologia
Sistema Urinário:
Os rins ficam localizados na porção posterior da
cavidade abdominal, sendo responsáveis pela
formação da urina;

Ureteres são responsáveis por transportar a urina


até a bexiga;

A bexiga vai ser responsável por armazenar a urina


até que ela seja eliminada;

Uretra conduz a urina da bexiga para o exterior.


Fonte: Google imagens,2022.
Anatomia e Fisiologia
Genitália Interna: Genitália Externa:
Útero
Tuba uterinas
Monte pubiano
Clitóris
Ovários Meato uretral

Óstio vaginal
Grandes lábios
Pequenos lábios
Vagina
Tubas uterinas Glândulas vestibulares
Ovário
Útero Períneo

Bexiga
Vagina
Uretra
Ânus

Fonte: Google imagens,2022.


Anatomia e Fisiologia
Assoalho Pélvico
É um conjunto de músculos, ligamentos e fáscias;

Sua estruturas são unidas por ligamentos densos, que


permitem sua estabilidade funcional durante a locomoção
humana;

Ademais, o assoalho pélvico proporciona a sustentação das


vísceras pélvicas e dar ação esfincteriana a uretra, reto e
vagina;

Fonte: Google imagens,2022.


Anatomia e Fisiologia
Vagina:
Tubo oco com pregas fibromusculares
rugosas que se estende a partir do
vestíbulo para colo do útero;

Seu tamanho varia de mulher para mulher;

Responsável por receber o pênis durante a


relação sexual e permitir a saída do bebê
durante parto. Fonte: Google imagens,2022.
Anatomia e Fisiologia
Períneo: Músculos que compõem o períneo:

Transverso superficial do períneo que serve de


sustentação para todos os órgãos pélvicos como a
É uma região que fica localizada entre o ânus
bexiga, útero, reto, intestino e todo conteúdo
e a vagina; que fica na pelve, parte baixa do abdômen.
Fonte: Google imagens,2022.
Conceito
A colpoperineoplastia (CPP) é um procedimento
cirúrgico realizado via vaginal que consiste em
elevar a uretra e o colo vesical, por meio da
aproximação das bordas do músculo diafragma
urogenital na linha média, restaurando o
assoalho pélvico lesado (FRARE,2011).

A colpoperineoplastia, ela pode ser realizada de


duas formas, a colpoperineoplatia anterior e a
posterior.

Fonte: Google imagens,2022.


Indicações da Cirurgia e principais manifestações clínicas

Distopias genitais ou prolapso genital;


Rotura perineal;
Inversão uterina.
Distopias genitais ou prolapso genital

Definição:
Corresponde ao deslocamento de órgãos pélvicos de seu
posicionamento habitual para o canal vaginal.
Fatores de risco
Obstétricos - o parto vaginal é o mais citado;
Idade;
Obesidade;
Genéticos - Síndrome de de Sharp (doença mista do tecido
conjuntivo).
Estadiamento das distopias genitais
Deve ser observado na consulta de enfermagem na saúde da mulher

Estágio 0:
Quando há a ausência de prolapso
Estágio I:
O ponto de maior prolapso está localizado até 1 cm para dentro do hímen (-1 cm)
Estágio II:
O ponto de maior prolapso está localizado entre entre 1 cm acima e 1 cm abaixo do hímen (-1
cm e +1 cm )
Estágio III:
O ponto de maior prolapso está a mais de 1 cm para fora do hímen, porém sem ocorrer Fonte: Google imagens,2022.
eversão total
Estágio IV:
Há a eversão total do órgão prolapsado e o ponto de maior prolapso fica, no mínimo, menos
de 2 cm no comprimento vaginal
Classificação das distopias

Cistocele Uretrocele uretrocistocele


Se o prolapso Na uretrocele Na uretrocistocele
estiver localizado haverá o prolapso haverá o prolapso
no compartimento da uretra da bexiga e da
anterior, é chamado
uretra
de cistocele, nesse
caso haverá o
deslocamento
inferior da bexiga -
"bexiga baixa".

Manifestações clínicas: sensação de peso ou desconforto na região da


genitália externa, que alivia ao deitar, quadros de sangramento em
decorrência do atrito com a roupa íntima, dispareunia e disfunção sexual
também podem ocorrer. Além disso, poderá surgir incontinência urinária ou
polaciúria.
Classificação das distopias
Prolapso de útero ou uterocele
No prolapso de útero, há a exteriorização do útero para o canal vaginal -
Diferente da inversão uterina.
Enterocele
Na enterocele o intestino delgado se insinua pela cúpula vaginal,
colocando o peritônio em contato direto com a vagina.

Manifestações clínicas
Sensação de peso ou desconforto na região da genitália externa, sangramento devido
ao atrito com roupas íntimas, dispareunia e disfunção sexual. O desconforto é aliviado
ao deitar-se, e piora com a posição ortostática. É comum também incontinência
urinária, polaciúria e alterações na defecação.
Classificação das distopias
Retocele
No prolapso de parede vaginal posterior, ou retocele, haverá a protrusão
do reto pela parede vaginal posterior. Também há lesão do centro
tendíneo do períneo, outro suporte para os órgãos do assoalho pélvico.

Manifestações clínicas
As manifestações clínicas são
parecidas com o de outras
distopias, podendo ser também
assintomático.

Fonte: Google imagens,2022.


Indicações da Cirurgia e principais manifestações clínicas
Rotura perineal
Rompimento não intencional que acomete o períneo, que é a região
composta por tecidos moles que separam a vagina e o ânus. Bebês
macrossômicos são a principal causa.
Classificação
1º grau - laceração da pele e mucosa vaginal posterior, sem atingir fáscia e músculo;
2º grau - laceração mais profunda, comprometendo fáscia e musculatura, porém não atinge o
esfíncter anal;
3º grau - laceração que compromete o esfíncter anal;
4º grau - laceração que lesa a mucosa retal, e expõe a luz do reto.
Indicações da Cirurgia e principais manifestações clínicas

Inversão uterina
Caso de emergência raro, na qual o útero se exterioriza para o interior da
vagina - "vira ao avesso".

Pode ser:
Aguda: ocorre durante o parto, devido ao uso de manobras iatrogênicas (erros médicos), esvaziamento
uterino súbito, hipotonia uterina e aumento da pressão abdominal.

Nesse tipo de prolapso, a paciente apresenta dor aguda e hemorragia intensa, podendo evoluir para
choque hipovolêmico e/ou neurogênico.

A forma crônica da inversão uterina pode ser por causa idiopática, ou associada a miomas
submucosos.
Classificação das distopias

Caso raro de Inversão uterina no momento do parto:

Fonte: Dabi; Sori; Disasa, 2022.


Métodos diagnósticos
Os métodos diagnósticos são muito importantes pois é através deles que é descoberto e
são confirmadas essas complicações, e com isso poder escolher o tratamento adequado
para cada situação.

Alguns tipos de exames diagnósticos:

História clínica e Exame físico;


Eletromiografia;
Ultrassonografia transperineal e
Manometria anorretal;
transvaginal;
Ultrassonografia anorretal;
Cistoscopia e uretroscopia;
Ecodefecografia.
Ressonância magnética;
Métodos diagnósticos
Anamnese e Exame físico;

Antes de realizar qualquer tipo de exame


diagnóstico, não podemos descartar a importância de
realizar uma boa anamnese, procurar saber sobre a
história clinica da paciente, seu histórico familiar e
todas as informações necessárias juntamente com o
exame físico que serve para inspecionar toda parte
externa do assoalho pélvico, e realizar a palpação
com a finalidade de identificar algumas dessas
alterações.
Métodos diagnósticos

ULTRASSOM TRANSPERINEAL
ULTRASSONOGRAFIA TRANSVAGINAL;
O ultrassom transvaginal é um exame de O ultrassom transperineal é um exame
imagem não invasivo, capaz de avaliar o realizado com um transdutor curvo na
canal vaginal, colo do útero, útero, região dos grandes lábios, seguindo a
trompas os ovários da mulher. Com a manobra de contração perineal e manobra
paciente em posição ginecológica, o médico de esforço evacuatório. Com estas
insere um transdutor com preservativo e manobras, é possível avaliar anatomia dos
lubrificante no canal vaginal, que deverá órgãos do assoalho pélvico, do esfíncter
permanecer de 10 a 15 minutos no canal, anal e do músculo puborretal, além de
podendo se mover para resultar em diagnosticar cistocele, retocele, enterocele,
melhores imagens desses órgãos. intussuscepção, e descenso perineal.
Métodos diagnósticos

Cistoscopia e Uretroscopia

É um exame endoscópico realizado em suspeita de


doenças na bexiga ou uretra. Para realizar o exame,
injeta-se um gel anestésico na uretra e então é
introduzido um aparelho com uma microcâmera, que irá
observar todo o canal urinário e todo interior da bexiga.
Os exames endoscópicos podem contribuir para o
diagnóstico por meio do auxílio na obtenção de amostras
para biópsia

Fonte: Google imagens, 2022.


Métodos diagnósticos

Ressonância magnética (RM)

É um exame que permite observar detalhadamente


a anatomia vaginal, suas relações com estruturas pélvicas
e permitem estudo dinâmico durante manobra de
Valsalva. Na maioria das vezes, pode ser realizado em um
tempo curto (até 20 minutos) e costuma ser bem tolerada
pelas pacientes.

Fonte: Google imagens, 2022.


Métodos diagnósticos
Eletromiografia
É um exame para avaliar a atividade elétrica dos músculos e monitorar a evolução do
tratamento. Basta fazer a conexão do aparelho de eletromiografia com o computador, realizar a
preparação do paciente e posicionamento dos eletrodos, fazer a escolha do protocolo de avaliação,
para então ser feita a coleta do exame, em seguida a análise dos dados e por último a emissão do
relatório.

Fonte: Google imagens, 2022.


Métodos diagnósticos
Manometria anorretal

É um exame que mede basicamente as pressões dos músculos


do esfíncter anal, a sensação no reto e os reflexos neurais que são
necessários para executar os movimentos normais do intestino. O
paciente é orientando a deita-se sobre seu lado esquerdo e uma
pequena sonda flexível, do calibre de um termômetro, com um balão
na extremidade é inserida no reto. Também pode-se pedir ao
paciente para efetuar movimentos comuns como: esforço para
evacuar, para prender, ou mesmo relaxar em vários momentos do
exame. As pressões do músculo esfíncter anal são medidas durante
cada uma dessas manobras.

Fonte: Google imagens, 2022.


Métodos diagnósticos

Ultrassonografia anorretal

A ultrassonografia anorretal é um procedimento


que se assemelhando a um exame de toque retal e se
mostrou um bom exame diagnóstico na avaliação dos
compartimentos médio e posterior de lesões profundas
de endometriose e lesões que invadem a musculatura
própria do reto.
Métodos diagnósticos

Ecodefecografia

É necessário preparo prévio com o enema duas horas antes do exame. O paciente vai ficar na
posição de decúbito lateral esquerdo e transdutor é introduzido no reto e mantido fixo, entre 6
a 7cm da margem anal. As imagens para avaliar todas as alterações funcionais da defecação são
obtidas em três escaneamentos automáticos para posterior análise nos planos axial e
longitudinal. Cada escaneamento tem a duração de 50 segundos.
Principais tratamentos clínicos
1 CINESIOTERAPIA
Fisioterapia Reforça os elementos de sustentação dos órgãos
pélvicos, hipertrofiando em especial, as fibras
musculares estriadas do assoalho pélvico.

2 ELETROESTIMULAÇÃO
Hipertrofia a musculatura pélvica, aumenta o reflexo
inibitório vesical, estimula a reinervação do assoalho
É responsável pela reeducação dos músculos do assoalho pélvico e o recrutamento das fibras musculares.
pélvico e o seu fortalecimento, ajudando a reduzir a
frequência ou gravidade dos sintomas urinários e 3 BIOFEEDBACK
Identifica a contração por meio da variação da força,
prevenir ou retardar a necessidade da cirurgia. pressão ou eletromiografia.

Pode ser utilizada através de alguns recursos: 4 CONES VAGINAIS


Durante o uso a paciente deve realizar exercícios em pé
para que o peso do cone seja sustentado pela
musculatura do períneo .

Fonte: Google imagens,2022.


Principais tratamentos clínicos
Uso de pessário no prolapso

Indicado quando a paciente não apresenta condições


clínicas para realizar o procedimento cirúrgico ou prefira
um tratamento não invasivo;

se dividem em duas categorias principais: Fonte: LIMA, 2012.

SUPORTE PREENCHIMENTO
É utilizado um mecanismo que repousa no fórnice Mantêm sua posição quando gera um vácuo entre o pessário e
posterior e contra a porção posterior da sínfise púbica, as paredes vaginais (cubo), criando um diâmetro maior do que o
similar ao diafragma contraceptivo, estes são eficazes hiato vaginal (tipo Donut) ou através de ambos os mecanismos
em mulheres com prolapsos em estágios III e IV. (Gellhorn), usados para prolapso em estágios II e IV.
Principais tratamentos clínicos

Pessário

É importante que o profissional forneça orientações


sobre os cuidados com a higienização correta do
pessário, uma vez que, em alguns casos podem ocorrer
desconfortos vaginas, erosões, sangramentos e
corrimentos, sendo relevante o uso de lubrificantes
para prevenir essas complicações.
Principais tratamentos clínicos

Terapia medicamentosa

Através dos agonistas alfa-adrenérgicos, anticolinérgicos,


antidepressivos tricíclicos e estrógenos é capaz de aumentar o
tônus esfincteriano no nível do colo vesical e uretra proximal,
além de incrementar a proliferação e regeneração da mucosa.
Princípios do tratamento cirúrgico

Técnicas cirurgicas
1. Colpopexia de Burch
2. Técnicas de “slings''
3. Colpoplastia
4. Perineoplastia
5. Colpoperineoplastia
Princípios do tratamento cirúrgico
1. Colpopexia de Burch

Uretra
Pontos de sutura reabsorvíveis são fixados ligando Ligamento de Cooper
Suturas
a fáscia paravaginal ao ligamento ileopectíneo, também
chamado de ligamento de Cooper, para que assim,
ocorra a suspensão da bexiga.

Fáscia paravaginal
Indicada para a correção de todos os
tipos de incontinência urinária de esforço, Bexiga
possui índices de cura que variam de 70%
a 100%
Fonte: Google imagens,2022.
Princípios do tratamento cirúrgico
2.Técnicas de “slings'' Orgânico: com recortes de tecidos do
próprio paciente,

Sntético: como fita de polipropileno ou
polietileno,
Consistem na inserção de um material na forma de uma fita que pode ser de material:

Essa fita é passada sob o colo vesical e da uretra através de uma incisão vaginal e duas
pequenas incisões inguinais;

É fixada de modo a ajudar na sustentação dos músculos do assoalho pélvico;


Tal técnica é indicada para todos os tipos de incontinência urinária de esforço, especialmente
se houver defeito esfincteriano.
Princípios do tratamento cirúrgico
2.Técnicas de “slings''

Tension Free Vaginal Tape (TVT)


É uma técnica slings, minimamente invasiva, realizada pela
via retropúbica;
Ocorre um incisão vaginal longitudinal e através desse
corte, uma agulha irá penetrar a cavidade retropúbica;
A seguir redes de tensão em “forma de U” são fixadas a
fim de recriar o ligamento pubouretral de forma artificial.

Fonte: Google imagens,2022.


Princípios do tratamento cirúrgico
2.Técnicas de “slings''

Essa técnica dá
suporte a esse
ligamento que
suspende a uretra.

Fonte: Google imagens,2022.


Princípios do tratamento cirúrgico
2.Técnicas de “slings''

Transobturator Tape (TOT)


Se trata de outra técnica slings, realizada atráves da via
transobturadora;
Nesse tipo de cirurgia, os trocartes são inseridos pelo
buraco obturador, ocorrendo a implantação de uma fita na
uretra média, criando-se um apoio em forma de ‘’V”,
reforçando o ligamento uretropélvico.

Fonte: Google imagens, 2022.


Princípios do tratamento cirúrgico
2.Técnicas de “slings''

O potencial benefício dessa técnica está no fato


desse método não entrar no espaço retropúbico,
diminuindo dessa forma, os riscos de perfuração
de órgãos adjacentes e de grandes vasos
pélvicos.

Fonte: Google imagens, 2022.


Princípios do tratamento cirúrgico
3.Colpoplastia

Colpoplastia anterior Fáscia


Mucosa vaginal pubovesicocervical
Envolve a dissecção da mucosa vaginal em relação
à fáscia pubovesicocervical, a mesma, é suturada
na linha mediana, dando suporte a bexiga e à
uretra.

Cistocele. Suturas
Linha mediana
Fonte: Google imagens,2022.
Princípios do tratamento cirúrgico
3.Colpoplastia Retocele e


enterocele

Colpoplastia posterior
Uma incisão é feita no meio da parede vaginal
posterior, começando na entrada e terminando no
fundo da vagina;
A mucosa da vagina é separada da fáscia
retovaginal que se encontra logo abaixo dela.
Corrigem-se então os locais onde a fáscia estava
lesionada com pontos de sutura.
Fonte: Google imagens,2022.
Princípios do tratamento cirúrgico
4.Perineoplastia

Cirurgia de reconstrução cirúrgica das roturas perineais


através da aproximação das bordas dos músculos e
reposicionando as estruturas, melhorando a força de
contração muscular;

Está indicada para mulheres que apresentam diminuição


da sensibilidade durante o contato íntimo devido flacidez
da musculatura perineal, incontinência urinária ou alterações
nos hábitos intestinais. Fontes: Google imagens,2022.
Princípios do tratamento cirúrgico

5.Colpoperineoplastia

É um dos tratamentos cirúrgicos disponíveis para


correção de defeitos sintomáticos da parede anterior
ou posterior da vagina, e defeitos do corpo perineal.

É a junção das técnicas já citadas de colpoplastia


(anterior ou posterior) + perineoplastia.
Princípios do tratamento cirúrgico

Os tipos de anestesia para estes procedimentos podem ser


anestesias gerais, regionais, ou locais com sedação;

A posição para todas os métodos supracitados é a configuração


ginecológica, para proporcionar uma melhor visualização;

Ainda, para esses procedimentos, sondas vesicais de demora


deverão ser instaladas rotineiramente para realizar a
drenagem vesical, uma vez que, a região do assoalho pélvico
estará sob efeito anestésico ou em processo de recuperação.
Complicações Cirúrgicas
Hemorragia;
Infecção da ferida operatória;
Infecção do trato urinário;
Retenção urinária;
Deiscência;
Lesão da bexiga ou reto;
Extrusão da tela vaginal;
Granuloma de introito vaginal;
Hematoma;
Dor local.
Assistência de Enfermagem
Cuidados no pré-operatório:
Orientar sobre a prática de exercícios fisioterápicos para fortalecimento da musculatura
pélvica (pré-operatório mediato);
Orientar a paciente a fazer uma dieta leve, pobre em fibras;
Orientar sobre o esvaziamento intestinal por meio de laxantes;
Orientar sobre a importância da limpeza da região íntima antes do procedimento;
Deixá-la ciente que é necessária a anestesia com sedação;
A cirurgia tem duração média de 50 minutos.
Caso clínico
V.S.P, 28 anos, residente de Cuité, na Paraíba, é mãe de um filho de 8 meses. Desde o parto, que ocorreu
por via vaginal, relata se sentir estranha com a sua região íntima. Às vezes, ao longo do dia, ocorre o
escape de pequenos jatos de urina, não conseguindo segurar o xixi. Ela relatou que seu filho tinha
“rasgado” a região genital durante o parto, e que com o tempo, todos esses fatores passaram a interferir
na sua relação sexual, referindo ter perda parcial da sensibilidade durante o ato, atingindo seu
desempenho e sua auto estima, uma vez que, a mesma tinha receio de sair de casa e não conseguir reter a
urina. Ao procurar o médico, foi identificado através da ultrassonografia transperineal o quadro de
cistocele. Após avaliação, foi indicado o tratamento cirúrgico para a realização da Colpoperineoplastia.
Durante a internação, a paciente encontrava-se apreensiva, perguntando se a cirurgia era demorada e que
não sabia como seria o corte, nem mesmo a forma da cicatriz, estava com medo das complicações do
procedimento e ansiosa com a mudança em seu corpo após a cirurgia. Depois do procedimento, a cliente
relatou dor no local da cirurgia, onde posiciona a mão no sentido de compressão, pedindo recorrentemente
a administração de analgésicos.
Assistência de Enfermagem
Diagnóstico de enfermagem
Conhecimento deficiente sobre o procedimento cirúrgico e preparação pré-operatória,

relacionado a informações insuficientes evidenciado pelo comportamento de apreensão e

indagações;
Intervenções de enfermagem
Explicar como é realizado o procedimento ao cliente e a família, bem como os riscos e
finalidades;
Disponibilizar material como folder informativo ou relatar experiências com pacientes
anteriores, sempre alertando que cada corpo responde de uma maneira individual;
Orientar o paciente sobre esvaziar a bexiga;
Orientar sobre jejum de 8 horas antes do procedimento.
Assistência de Enfermagem

Diagnóstico de enfermagem
Baixo autoestima situacional, relacionado a alteração da imagem corporal, evidenciado por
alteração no bem estar e diminuição da libido.

Intervenções de enfermagem
Preparar material instrucional e tirar as dúvidas da paciente quanto ao aumento
e diminuição da sensibilidade e prazer;
Incentivar conversa sobre inseguranças e medos com o parceiro;
Mostrar vídeo de como a cirurgia é feita e como a incisão é realizada;
Explicar como o procedimento irá modificar o desempenho sexual;
Conversar sobre outras formas de prazer.
Assistência de Enfermagem
Cuidados no pós-operatório:
Cuidar da ferida operatória;
A remoção de pontos não é necessária - pontos absorvíveis;
Orientar quanto ao uso de roupas íntimas folgadas;
Evitar exercícios físicos durante 30 dias;
Orientar quanto ao uso de absorvente vaginal externo;
Manter relações sexuais somente após o 45° dia.
Assistência de Enfermagem

Diagnóstico de enfermagem
Risco de infecção relacionada ao uso de sonda vesical de demora.
Intervenções de enfermagem
Observar diurese espontânea após a retirada da sonda, quantidade e características;
Avaliar sinais flogísticos como dor, calor, rubor;
Administrar anti-inflamatórios conforme prescrição médica;
Realizar a higiene adequada e evitar contaminação durante o esvaziamento da bolsa
coletora;
Realizar o desmame, segundo recomendação médica, antes de retirar a sonda.
Assistência de Enfermagem
Diagnóstico de enfermagem
Dor aguda relacionada ao procedimento evidenciado por relato verbal, e compressão no
local da incisão.
Intervenções de enfermagem
Avaliar SSVV;
Administrar analgésicos conforme prescrição médica;
Administrar compressas quentes (após 48h da cirurgia);
Posicionar o paciente em uma posição confortável;
Proporcionar um ambiente aconchegante;
Proporcionar privacidade com disposição de biombos.
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