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Fisioterapia é uma ciência da saúde que estuda, previ- Não podemos começar esta revisão bibliográfica sem
ne e trata os distúrbios cinéticos funcionais intercorrentes em falar do inicio da fisioterapia pois, se trata de uma ciência
órgãos e sistemas do corpo humano, gerados por alterações que teve seus primórdios na Antiguidade (4.000 a.C. e 395
genéticas, por traumas e por doenças adquiridas. Fundamen- d.C.). Havia certa ansiedade em abolir as doenças das pessoas
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978-85-8126-016-7 I ENCONTRO NACIONAL DO NÚCLEO DE HISTÓRIA E MEMÓRIA DA EDUCAÇÃO I ENCONTRO NACIONAL DO NÚCLEO DE HISTÓRIA E MEMÓRIA DA EDUCAÇÃO 978-85-8126-016-7
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O Conselho possui como uma das principais respon- Em 1984, no Rio de Janeiro, foi criada a Associação
sabilidades a de exercer função normativa, onde emitiu, em Brasileira Beneficente de Reabilitação (ABBR), onde começa
fevereiro de 1978, a Resolução COFITTO nº 08, aprovando as a ser ministrado o curso de técnico em reabilitação (GAVA,
normas para habilitação ao exercício da profissão de fisiote- 2004).
rapeuta que, refletindo o movimento da saúde então vigente, A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB no
definiu como atos desse profissional, 9.394/96) constitui normas gerais para a educação no Brasil.
No período de 1998 e 1999, COFFITO, CREFITO, coordena-
planejar, programar, ordenar, coordenar, executar e
supervisionar métodos e técnicas fisioterápicos que vi- dores de cursos, docentes e discentes foram convidados para
sem à saúde nos níveis de prevenção primária, secun- sugerir ao MEC as normas gerais para orientar o ensino da
dária e terciária (BRASIL, 1978). fisioterapia no Brasil; essas normas receberam críticas e pro-
postas impostas pela comunidade, sendo conduzida ao Con-
Em relação ao Decreto-Lei nº 938/69, a Resolução CO-
selho Nacional de Educação. Este conselho instituiu, em 19
FITTO nº 08/78 ampliou consideravelmente o campo de atu-
de fevereiro de 2002, as diretrizes curriculares nacionais do
ação do fisioterapeuta, tanto em relação aos níveis de assis-
curso de graduação em fisioterapia.
tência (prevenção primária, secundária e terciária) quanto ao
Em maio de 1987, após a 8ª CNS e antes da criação do
foco da atenção, passando a apreender a saúde do indivíduo
Sistema Único de Saúde, a Resolução COFFITO nº 80, por
como um todo e não mais apenas no que diz respeito à sua
meio de atos complementares, buscou ampliar as atribuições
capacidade física.
do fisioterapeuta expressas na Resolução nº 08/78, numa
Estas alterações conceituais, embora importantes, de- perspectiva que procurou adequar a Fisioterapia ao novo mo-
monstram-se frágeis quando mencionada Resolução, mento do cenário sanitário brasileiro.
no seu Art. 3º, fixa o ato profissional na terapia física:
A partir do momento em que os fisioterapeutas amplia-
“prescrever, ministrar e supervisionar terapia física
ram seu campo de atuação e apresentaram-se como aptos a
que objetive preservar, manter, desenvolver ou restau-
rar a integridade de órgão, sistema ou função do corpo contribuir, também, na prevenção primária, eles criaram a
humano (BRASIL, 1978)” posto que o termo “terapia” necessidade de rever e reestruturar sua prática. O processo de
está diretamente relacionado ao substantivo “terapêu- transformação, no entanto, ficou incompleto, na medida em
tica” que se refere à “parte da medicina que estuda e que faltou atribuir a si, na regulamentação, ações de educação
põe em prática os meios adequados para aliviar ou
em saúde e prevenção de doenças (REZENDE et. al, 2009;
curar os doentes (FERREIRA, 2004).
BISPO JUNIOR, 2010).
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O grande crescimento da fisioterapia desde o seu reco- lho. Apesar de o próprio mercado de trabalho estar mudan-
nhecimento pelo Decreto – do na direção de um trabalho integrador, isso não significa
lei 938/69, nos remete a algumas reflexões. Apesar do somente buscar equipes com profissionais de diversas áreas,
fisioterapeuta ser reconhecido como profissional indispensá- integrados, acenando para uma perspectiva que atualmente
vel na área da saúde, este ainda é visto, muitas vezes, como está sendo chamada de interdisciplinaridade (FUJISAWA,
tratador/reabilitador mascarando, com isso, uma de suas GARANHAMI, 2001). Deve se considerar que a intervenção
funções principais que é a atuação no campo preventivo e de não depende da atuação de somente um profissional, mas da
promoção à saúde (MENDES e MORAIS, 2002). flexibilidade dos atores sociais envolvidos.
Segundo Rebelatto e Botomé (1999), a própria origem A partir de 2002, foram aprovadas as Diretrizes Cur-
da Fisioterapia direcionou as definições do campo profissio- riculares Nacionais para os Cursos de Graduação em Fisio-
nal para atividades recuperativas/reabilitadoras. O surgi- terapia, que dizem que os conteúdos curriculares podem ser
mento desse profissional, como uma decorrência das grandes diversificados desde que assegurem o equilíbrio de conheci-
guerras, faz-se, fundamentalmente, para tratar de pessoas fi- mento nas diferentes áreas, níveis de atuação e recursos tera-
sicamente lesadas. pêuticos, a fim de assegurar a formação generalista. Além dis-
Atualmente, o fisioterapeuta vem ampliando sua área so, os cursos devem apresentar projeto pedagógico que tenha
de atuação (BISPO JUNIOR, 2010). Schwingel (2002) sugere sido construído coletivamente, centrado no aluno como sujei-
que para se alcançar um trabalho delimitado pela integralida- to da aprendizagem e apoiado no professor como facilitador
de é necessário agregar cinco diferentes pontos à prática pro- desse processo (Resolução No CNE/CES 4, 2002).
fissional: a prevenção, a assistência, a recuperação, a pesquisa
e a educação em saúde. Considerações Finais
O fisioterapeuta vem adquirindo crescente importância
nos serviços de atenção primária à saúde como é o caso do Considerou-se nesta pesquisa o pensar a respeito do
PSF. Entretanto, sua inserção nesses serviços ainda é um pro- surgimento e historicidade educacional do processo de reco-
cesso em construção (SILVA, TRELHA e ALMEIDA, 2005). nhecimento e regulamentação da profissão de fisioterapia.
Para inserir-se no contexto da formação e da atenção Isto nos remete a uma análise sobre as lutas históricas
básica, a competência do fisioterapeuta precisa ir além da boa do fisioterapeuta no repensar da sua atitude frente a defesa
técnica; é preciso estar sensível às necessidades e às circuns- dos direitos, da área de atuação, do exercício da Fisioterapia
tâncias de vida das famílias envolvidas e dos colegas de traba- como ciência e modalidade educativa de maneira séria, ética
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e responsável, como legítimos e conscientes representantes regionais de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, e dá outras
da profissão, atuando como agentes que promovem a saúde e providências. Brasília: Diário Oficial da União, nº 093, Seção
educação em todos os seus níveis. I, Pág. 7609.
Consaude. SUS — Sistema Único de Saúde. Capturado em: 01
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flexões e perspectivas. 1ª ed. São Bernardo: Metodista; 2004.
Complementares à Resolução COFFITO nº 08, relativa ao
p. 27-30.
exercício profissional do fisioterapeuta, e à Resolução CO-
FFITO nº 37, relativa ao registro de empresas nos conselhos
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Mendes EC, Morais MIDM. O Papel do Fisioterapeuta em A MEMÓRIA COMO ELEMENTO DE INVESTIGAÇÃO DA HISTÓRIA DA
Saúde Pública no Século XXI — Uma Abordagem em Para- EDUCAÇÃO
sitologia. In: Barros FBM, organizador. O Fisioterapeuta na
Saúde da População: Atuação Transformadora. Rio de Janei- Francisco Gomes Vilanova
Mestrando em Educação — UFPI
ro: Fisiobrasil; 2002.
Vilma da Silva Mesquita Oliveira
Ministério da Saúde — Relatórios do Conselho Nacional Mestranda em Educação — UFPI
de Saúde- 8oConferência Nacional de Saúde/ Relatório Fi-
nal-1986. Brasília: Ministério da Saúde; 1986.
Introdução
Rebelatto JR, Botomé SP. As alterações na concepção do obje-
to de trabalho em Fisioterapia em diferentes momentos de sua
Nos últimos tempos a história da educação vem se fir-
constituição. In: Rebelatto JR, Botomé SP, organizadores. Fi-
mando como um campo de pesquisa com amplas possibilida-
sioterapia no Brasil. 2ª ed. São Paulo: Manole; 1999. p. 31-32.
des de investigação. Muitos pesquisadores têm buscados novos
Resolução Nº CNE/CES 4, de 19 de fevereiro de 2002. Dire- temas e variadas fontes para a realização de uma reescrita do
trizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Fi- passado. Nesse sentido, a memória vem sendo, cada vez mais,
sioterapia. explorada como forma de investigação para a releitura da His-
Rezende M, Moreira MR, Filho AA, Tavares MFL. A equipe tória da Educação. Assim, o presente artigo tem por finalidade
multiprofissional da Saúde da Família: uma reflexão sobre o contribuir para a discussão acerca da importância da memória
papel do fisioterapeuta. Ciência & Saúde Coletiva, 14(Supl.1): como instrumento de investigação e reconstrução do passado e,
1403-1410,2009. em especial, da historia da educação, que ainda é um campo de
investigação que tem caminhado em busca de sua consolidação.
Schwingel GA. Fisioterapia na Saúde Pública — Um Agir Téc-
O uso da memória como alternativa de investigação e
nico, Político e Transformador. In: Barros FBM, organizador.
reconstrução do passado tem ganhado relevância nos últimos
O Fisioterapeuta na Saúde da População: Atuação Transfor-
anos. Ela se tornou mais freqüente com o advento da Nova
madora. Rio de Janeiro: Fisiobrasil; 2002.
História Cultural que surge como uma forma de reação aos
Trelha CS, Silva DW, Lida LM, Fortes MH, Mendes TS. O fi- escritos da historiografia tradicional.
sioterapeuta no Programa de Saúde da Família em Londrina, Durante muito tempo, a história tradicional, de tendên-
PR. Revista Espaço para a Saúde. 2007;8(2):20-5. cia dominante, privilegiava e exaltavam os grandes aconte-
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