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ARTIGO DE REVISÃO SAÚDE

BASES INTRODUTÓRIAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA EM


SAÚDE NA ESCOLHA DO MÉTODO DE PESQUISA
INTRODUCTORY BASIS OF SCIENTIFIC INITIATION OF CHOICE IN
HEALTH RESEARCH METHOD
Valter Carabetta Júnior1 e Carlos Alexandre F. Brito2
1
Graduado em Ciências Biológicas, pela Universidade de Mogi das Cruzes – UMC, e em Pedagogia, pela Fundação
Instituto de Ensino para Osasco; mestre em Educação e doutor em Psicologia da Educação, pela Universidade de São
Paulo – USP; professor do curso de Medicina e do Programa de Pós-Graduação em Saúde Materno Infantil da Universidade
de Santo Amaro – Unisa.
2
Graduado em Educação Física, pela Faculdade de Educação Física de Santo Andre; mestre e doutor em Educação Física,
pela Universidade Estadual de Campinas – Unicamp; professor do curso de Educação Física e do Programa de Pós-
Graduação em Saúde Materno Infantil da Universidade de Santo Amaro – Unisa.

Data de entrada do artigo: 08/09/2011


Data de avaliação do artigo: 19/09/2011
Data de aceite do artigo:19/09/2011

RESUMO

É frequente a dificuldade que estudantes de graduação iniciantes na disciplina de Metodologia


Científica sentem em saber diferenciar e caracterizar os diferentes tipos de pesquisas científicas
e, dentre eles, escolher o mais adequado para um determinado estudo. Assim, este texto objetiva
caracterizar o conhecimento e a atividade científica, seus métodos de análise e alguns tipos de
pesquisas científicas comumente realizadas na área de Saúde.
Palavras-chave: ciência; pesquisa científica; método científico; saúde; estudantes de gradua-
ção.

ABSTRACT
It is often difficult for undergraduate beginner students of Scientific Methodology characterize
and differentiate the different kinds of scientific research, and among them, choose the most
appropriate for a given study. Thus, this text aims, in general, to characterize the knowledge and
scientific activity, its methods of analysis and some types of commonly used scientific research in
the area of Health.
Keywords: science; scientific research; scientific method; health; undergraduate student.

A ciência, como um domínio cognitivo, é um domínio de ações,


e como tal é uma rede de conversações que envolve afirmações e explica-
ções validadas pelo critério de validação das explicações científicas sob a
paixão do explicar.
Humberto Maturana

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1. INTRODUÇÃO possibilitam induções para estabelecer definições,


propriedades e leis de funcionamento dos fenô-
Como professores de Metodologia Científica
menos. A experiência consiste em verificar e
em cursos da área de Ciências Biológicas, os
produzir conceitos. Como exemplo, tem-se a me-
autores do presente artigo constataram que uma
dicina grega e a história natural do século XVII.
das dificuldades enfrentadas pelos estudantes
de iniciação científica reside na caracterização Na concepção construtivista, que se iniciou
e diferenciação dos tipos de pesquisas científicas no século XX, a ciência era vista como uma
e, dentre eles, na escolha do mais adequado construção de modelos explicativos, e não uma
para um estudo pretendido. Dessa forma, este representação direta da realidade. O cientista
texto objetiva, de modo geral, caracterizar o combinava procedimentos racionalistas e em-
conhecimento e a atividade científica, seus piristas com a ideia de conhecimento aproximativo
métodos1 e alguns tipos de pesquisas científicas e corrigível. A ciência procurava verdades aproxi-
sem a pretensão de compará-los, tampouco madas, e não absolutas.
discutir a supremacia entre eles. Não se tem a
intenção de elaborar um roteiro para a elaboração Etimologicamente, a palavra ciência vem do
de trabalhos acadêmicos, mas espera-se que este latim scientia, que significa conhecimento. A
trabalho possa servir como referência conceitual ciência é uma construção histórica, não linear e
para a elaboração de pesquisas acadêmicas. aberta, que tem como princípio básico a criação
de modelos representativos para uma dada
realidade a fim de explicar “como” e “por que” os
1.1 O conhecimento científico fenômenos acontecem, utilizando, para isso, téc-
Ao longo de sua evolução histórica, o homem nicas especializadas de verificação, interpretação
sempre procurou entender os fenômenos naturais e inferência. Ela se relaciona a fatores sociais,
a fim de produzir conhecimento para obter con- políticos, econômicos e ideológicos.
trole e fazer previsão sobre eles. Nesse percurso, Ocupando posição especial no domínio dos
embora seja possível constatar a existência de saberes, o conhecimento científico possui carac-
um pensamento científico já na Grécia Clássica, terísticas próprias. É sistemático, racional, obje-
foi apenas a partir do século XVII que nasceu a tivo e impessoal; transcende os fatos; é analítico,
ciência moderna, tendo como um de seus prin- verificável, explicativo; requer exatidão, clareza
cipais precursores Galileu Galilei, que já destacava e investigação metódica; prende-se aos fatos;
o papel e a importância da observação e da faz predições e está em constante progressão e
experimentação na atividade científica. aperfeiçoamento. Envolve processos especiais
De acordo com Chauí (1), durante o desenvol- de pensamento e ação, em que a razão, a obje-
vimento do pensamento científico, diferentes tivação e a imaginação adquirem papéis funda-
concepções de ciência apareceram, destacando- mentais. Assim, a atividade científica é, acima
se, dentre elas, a racionalista, a empirista e a de tudo, um método de pensamento e ação.
construtivista. Desse modo, o conhecimento científico trans-
Segundo a concepção racionalista, que vigo- forma e relaciona, intencional e metodicamente,
rou dos gregos até final século XVII, a ciência as informações em conhecimentos e, seguindo
era considerada como hipotético-dedutiva, cujo princípios, valores e ideologias, (re) estrutura o
conhecimento é racional, inteligível e demons- conhecimento em teorias (2).
trativo. Ela admitia as representações científicas Para Karl Popper (3), um dos principais filósofos
como correspondentes diretas da realidade, ca- da ciência do século XX, a ciência é feita pela
bendo à experimentação o papel de verificar e construção de hipóteses que são constantemen-
confirmar teorias, e não o de produção de conhe- te confrontadas com a realidade, constituindo-
cimento, já que ele é fruto exclusivo do pensa- se em uma sucessão de pensamentos que histo-
mento. Exemplificando esta visão, tem-se a ricamente se aproximam de forma gradativa da
matemática como modelo de objetividade. busca pela verdade, sendo capaz de explicações
Em contrapartida, a concepção empirista, que cada vez mais abrangentes dos fenômenos ob-
perdurou da medicina grega até final do século serváveis, movidos pela crítica e por sucessivas
XIX, via a ciência como hipotético-indutiva. De refutações lógicas de teorias, gerando o progresso
acordo com esta visão, os fatos são interpretados cientifico por meio da substituição de teorias
pelas observações e por experimentos, os quais menos satisfatórias por aquelas possuidoras de
maior poder explicativo.
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Metodologia – estudo do método. Método – procedi- O autor acima citado considerou que o desen-
mentos sistemáticos para desenvolver uma pesquisa. volvimento da ciência se dá por revolução, e

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não pela acumulação de dados verdadeiros. No Para o filósofo e sociólogo Edgar Morin (7), a
seu entender, a criação do conhecimento cientí- ciência moderna encontra-se fundamentada no
fico contribui para a evolução do pensamento paradigma da simplificação, cujos princípios são
humano e, nessa atividade, o papel do cientista a disjunção, a redução e a abstração. Para ele,
reside na construção de enunciados que são o conhecimento científico clássico, centrado no
constantemente verificados; na formulação de rigor da matemática, desintegrou a realidade,
hipóteses e de sua submissão a testes de vera- separou-a em disciplinas no intuito de quantificá-
cidade. Tais hipóteses são confrontadas com a la e anulou a diversidade ao negar a multiplicidade
experiência por meio de recursos de observação e a desordem dos fenômenos. Assim, o paradigma
experimental, num movimento em que o “princípio científico moderno reduz-se à simplicidade.
da falseabilidade” (refutação) constitui condição
Morin reconheceu a contribuição do conhe-
fundamental para que o conhecimento seja
cimento científico para os avanços da ciência.
considerado como científico, isto é, para que se
No entanto, ele afirmou que tais avanços, por
separe a ciência da pseudociência.
reduzirem o complexo ao simples, proporcionaram
(...) não exigirei que um sistema científico a compartimentalização da realidade em detri-
seja suscetível de ser dado como válido, mento da visão da globalidade.
de uma vez por todas, em sentido positivo;
exigirei, porém, que sua forma lógica seja Outro ponto de vista importante a ser consi-
tal que se torne possível validá-lo através derado é o do filósofo Gaston Bachelard (8). Para
de recurso a provas empíricas, em sentido ele, o desenvolvimento científico não é linear e
negativo: deve ser possível refutar, pela acontece por constantes rupturas. De acordo
experiência, um sistema empírico. com tal autor, é por meio da construção, da
criação, da produção, da modificação e da cor-
À medida que a teoria resiste a provas porme- reção que o indivíduo chega à verdade. Bachelard
norizadas e não seja suplantada por outra no considerou (9) a ciência como história, de caráter
curso do progresso científico, poderemos dizer social e em constante busca de respostas e ex-
que ela comprovou a qualidade ou foi corroborada plicações, estando sujeita a mudanças frequentes
pela experiência passada (3) (p. 34 e 42). devido às novas experiências, processo em que
Fachin (4), citando Japiassu (5), denotou que a surgem e se estabelecem as novas teorias e a
construção da ciência é feita pela negação de evolução do conhecimento.
saberes pré-científicos ou ideológicos, permane- Bachelar afirmou que o conhecimento científico
cendo aberta como sistema, já que é falível, mas é sempre “resposta a uma questão. Se não há
também capaz de progredir. A ciência consiste questão, não pode haver conhecimento cientí-
em um discurso aproximativo, transitório e sempre fico. Porque nada é dado. Tudo é construído” (10)
sujeito a questionamentos e correções, pois seu (p. 32).
método pode ser permanentemente aperfeiçoado.
Dessa forma, as teorias científicas consti-
Ainda em relação à evolução do conhecimento tuem-se em modelos que atendem às neces-
científico, o historiador da ciência Thomas Kuhn sidades explicativas em um determinado momento
(6)
, na década de 1960, chamava a atenção para histórico. O desenvolvimento do conhecimento
o conceito de “paradigma”, que seria composto científico ocorre pela substituição, ou ampliação,
por determinados modelos explicativos adotados de teorias por outras que apresentam caráter
pela comunidade científica. mais abrangente e maior poder de explicação
Em linhas gerais, Kuhn considerou que o para determinado fato.
progresso da ciência se faz por rupturas, e não
Nesse contexto, há que se considerar que o
por continuidade. O referido autor afirmou que
conhecimento científico é um fator fundamental
ocorrem determinados períodos da história da
e impulsionador do desenvolvimento de um país
ciência em que prevalece determinado paradigma
e de uma sociedade, instituindo-se como fonte
científico. É a “ciência normal”, caracterizada confiável e legítima para entender e explicar o
pelo fato de o atual paradigma responder às desconhecido. Portanto, a colocação do termo
perguntas até então organizadas pelos cien-
“científico” em uma determinada afirmação
tistas. Porém, em determinado período histórico,
implica torná-la confiável e provida de autoridade,
tal paradigma passa a ser insatisfatório por
já que conhecimento científico é um conhe-
apresentar contradições e lacunas explicativas,
cimento considerado provado e aprovado (11).
tornando-se inadequado. Surge, então, a neces-
sidade de uma “revolução científica”, ou seja, a A crescente evolução do conhecimento cientí-
substituição do atual paradigma por outro que fico tem transformado o mundo, tornando-se
possua maior poder explicativo. cada vez mais notória sua presença no cotidiano

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da sociedade, tanto que se constitui em parte pelos pares objetiva eliminar a visão sub-
de nossa herança cultural. Tal evolução científica jetiva do pesquisador, já que ela é orien-
tada por diferentes fatores, tais como ideo-
(...) tem como mola propulsora os métodos
logia, visão de mundo e formação aca-
e os conhecimentos de investigação aliados
dêmica.
à postura científica, perspicaz, rigorosa e
objetiva. Essa postura preparada ao longo
da história impõe-se afora, de maneira ine-
2. DESENVOLVIMENTO
xorável, a todos que pretendem conservar
o legado científico do passado ou, ainda, 2.1 A pesquisa científica e seus tipos
se propõem a ampliar suas fronteiras (12)
Toda ciência, necessariamente feita por se-
(p. 04).
res humanos com esperanças psicológicas
Embora o avanço do conhecimento desem- e expectativas culturais, deve ter suas raízes
penhe papel relevante para a melhoria das con- fincadas no âmbito social e deve, portanto,
dições de vida da humanidade e como elemento refletir seus usos e costumes mutantes dos
impulsionador de desenvolvimento, há que se diferentes momentos históricos.
considerar, dentro dessa nova realidade social,
Stephen Jay Gould
a necessidade da formação de uma consciência
crítica perante os fatos e as descobertas cientí-
ficas que interferem direta ou indiretamente na
Quando se pensa em pesquisa científica, é
vida das pessoas em geral, pois o grande volume
comum imaginar que ela dispõe de um método
de conhecimentos, quantificado, que pode ser
de trabalho formado por uma rígida sequência
tecnicamente utilizado, não passa de veneno se
de etapas, e que a consideração de tais etapas
estiver desprovido da reflexão (13).
constitui pressuposto essencial da garantia de
Assim, a ciência procura explicar a realidade sucesso na pesquisa. No entanto, sendo o método
de forma ordenada e sistemática, baseando-se científico historicamente determinado e influen-
em métodos de análise e pesquisa, elaborando ciado por fatores sociais, econômicos, políticos
teorias que podem ser testadas e criticadas por e ideológicos, além de ser orientado por paradig-
meio de provas empíricas, constituindo-se em mas que interferem tanto na observação quanto
um tipo de conhecimento crítico, objetivo, con- na interpretação do fenômeno em estudo, pode-
fiável, racional, útil e com verdades nem sempre se considerar que não existe um método científico
absolutas. fechado.
Sobre a verdade científica, Köche (14) explicou (...) o método científico não é uma receita,
que ela pode ser sintática, semântica ou prag- uma sequência linear de passos que neces-
mática. sariamente conduz a uma descoberta ou,
pelo menos, a uma conclusão ou a um re-
A. Sintática – considera que os enunciados
sultado. Na prática, muitas vezes, o cien-
científicos não devem ser incertos e con-
tista procede por tentativas, vai numa
traditórios. Na verdade sintática, verifica-
direção, volta, mede novamente, abandona
se a logicidade interna ou externa dos
certas hipóteses porque não tem equi-
enunciados e até que ponto eles concordam
pamento adequado, faz uso da intuição,
ou discordam do paradigma dominante e
dá chutes, se deprime, se entusiasma, se
de outros enunciados.
apega a uma teoria. Enfim, fazer ciência é
B. Semântica – propõe a teoria científica como uma atividade humana, com todos os de-
um modelo representativo da realidade e, feitos e virtudes que o ser humano tem, e
sendo assim, é uma construção conceitual com muita teoria que ele tem na cabeça.
fiel ao mundo real. Esse modelo deve Conceber o método científico como uma
retratar a realidade de modo a poder ser sequência rigorosa de passos que o cientis-
submetido a testes experimentais e aceito ta segue disciplinadamente é conceber de
pela comunidade científica como verda- maneira errônea a atividade científica (15)
deiros. Para que a teoria seja aceitável, (p. 114).
exige-se o confronto com os dados
A pesquisa científica é um estudo planejado
empíricos.
que envolve conjunto de procedimentos
C. Pragmática – está relacionada à intersub- sistemáticos com o objetivo de entender, explicar
jetividade. A comunidade científica é que e resolver determinado problema, utilizando para
avalia e valida (ou não) a produção de isso método de abordagem especial e raciocínio
determinado conhecimento. A avaliação lógico.

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Demo (16) considerou a pesquisa como “ques- interpretação; a confiabilidade na resposta obtida
tionamento sistemático crítico e criativo, mais a e a sua consequente extensão.
intervenção competente na realidade, ou o diá-
Não é intenção dos signatários deste texto
logo crítico permanente com a realidade em sen-
abordar todos os tipos de pesquisas científicas
tido teórico e prático” (p. 34).
existentes, mesmo porque a tipificação varia de
Para que uma pesquisa possa ser considerada acordo com o autor considerado, mas possibilitar
científica, é necessário o uso de métodos siste- ao estudante a caracterização dos tipos que
máticos e estruturados de observação, além da podem ser mais comumente usados na área de
preocupação com a avaliação das variáveis en- saúde. Após a caracterização de cada tipo, indi-
volvidas e do erro que possa existir nessa ob- ca-se como referência um artigo para que o leitor
servação. É fundamental saber o momento e o possa visualizar e entender como a referida pes-
local exato para fazer a observação. Esse proces- quisa é desenvolvida.
so é importante para que se obtenham dados
Deve-se considerar que cada um desses tipos
tratáveis que verifiquem uma dada teoria e, da
de pesquisa científica apresenta diferentes graus
mesma forma, para que sejam evitadas distorções
de aprofundamento, complexidade e enfoque espe-
que possam ser introduzidas pelo observador (17).
cíficos, tendo em vista o objeto de estudo, os ob-
No caso específico da saúde, o Conselho Na- jetivos visados e a qualificação do pesquisador, con-
cional de Saúde (18), em seu artigo 2o, considera forme explicitaram Cervo, Bervian & Da Silva (12).
que as pesquisas nessa área devem compreender
Anterior à execução de qualquer pesquisa
o desenvolvimento de ações que contribuam para
científica, há necessidade de fazer o delinea-
o conhecimento dos processos biológicos e
mento, isto é, a estruturação de como ela será
psicológicos nos seres humanos; o conhecimento
desenvolvida, levando-se em consideração al-
dos vínculos entre as causas de doenças, a práti-
guns aspectos, tais como: tempo previsto; coleta
ca médica e a estrutura social; a prevenção e o
dos dados; modo como os dados serão anali-
controle dos problemas de saúde; o conheci-
sados; as variáveis envolvidas; e o ambiente
mento e a avaliação dos efeitos nocivos do am-
relacionado, dentre os mais relevantes.
biente na saúde; o estudo de técnicas e métodos
que se recomendem ou empreguem para a pres- Quanto à natureza, as pesquisas científicas
tação de serviços de saúde; a produção de insu- podem ser classificadas como:
mos para a saúde.
I. pura (básica): quando o resultado da pes-
(19)
De acordo com o Ministério da Saúde , quisa não tem aplicação imediata;
(...) a pesquisa em saúde é obviamente um II. aplicada: quando o resultado é usado com
componente indispensável ao crescimento aplicação normalmente imediata.
e desenvolvimento de povos e nações.
Ainda segundo Cervo, Bervian & Da Silva (12),
Sejam públicas ou privadas, com ou sem
estes dois tipos de pesquisa não se excluem e
fins lucrativos, as pesquisas em saúde e
não se opõem, sendo indispensáveis para o de-
médicas contribuem para a saúde direta-
senvolvimento da ciência e do ser humano, pois,
mente (a partir de terapias, intervenções,
enquanto a pesquisa pura busca a atualização
diagnósticos, tecnologias e melhoria da qua-
de conhecimentos para uma nova tomada de
lidade no fornecimento da atenção à saúde
posição, a pesquisa aplicada, além de atualizar
que resultam da pesquisa) e indiretamente,
conhecimentos, tende a transformar em ação
por meio do impacto potencial da melhoria
os resultados obtidos.
da saúde na atividade econômica, devido
aos benefícios econômicos prospectivos da As pesquisas puras e as aplicadas podem
própria pesquisa em saúde e ao fato de abordar o problema estudado de modo quan-
que ela ajuda a criar e manter uma cultura titativo ou qualitativo.
da evidência e da razão (18). (p. 12).
Luna (20) destacou que existem condições ne- 2.1.1 Pesquisa quantitativa
cessárias que devem ser contempladas na reali-
Baseia-se na experimentação e na mensu-
zação de uma pesquisa científica, tais como: a
ração, envolvendo dados numéricos e estatís-
escolha do problema; a pergunta que deve ser
ticos específicos.
respondida; a resposta à pergunta geradora da
pesquisa, que, por sua vez, deve se mostrar
2.1.1.1 Tipos de pesquisas quantitativas
nova e relevante nos aspectos teórico e social;
a seleção das melhores fontes de informações; A – Survey (levantamento) – feita direta-
a existência de uma abordagem teórica para mente com os sujeitos participantes por meio de

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perguntas relacionadas ao problema da pesquisa. pesquisa retrospectiva também baseada na rela-


Tem o objetivo de explorar, descrever e explicar ção entre cigarro e problemas respiratórios. No
determinado fenômeno. Pode ser: caso, são estabelecidos dois grupos de pessoas:
transversal – estuda a situação em um dado um que apresenta problemas respiratórios, e outro
momento, quando são coletados os dados de que não. A seguir, verifica-se a proporção de
interesse do pesquisador; fumantes em cada grupo para estabelecer a pro-
porção. Como exemplo, ver: http://www.arquivos
longitudinal – estuda a situação por um
deorl.org.br/conteudo/pdfForl/439.pdf.
determinado período de tempo, analisando as
mudanças que ocorrem. F - Caso controle – feita quando a obser-
Como exemplo, ver: http://hcnet.usp.br/ipq/ vação é realizada com um grupo que apresenta
revista/vol32/s1/15.html. o problema (casos), e outro que não possui o
problema (controle), calculando-se, em cada
B – Experimental – utiliza experimento em grupo, quantos indivíduos foram expostos à
que as variáveis são preestabelecidas e mani- possível causa da doença para comparação dos
puladas para descobrir relações entre causa e resultados. O caso-controle parte do efeito
efeito e demonstrar determinado fenômeno em (doença) para a investigação da causa (expo-
estudo. Na pesquisa experimental, é comum sição). Após a identificação dos indivíduos com
haver intervenções do pesquisador no processo. a doença (casos) e dos sem a doença (controles),
As variáveis correspondem aos fatores que po- por meio de entrevista ou consulta a prontuários,
dem interferir na pesquisa. Classificam-se basi- determina-se qual é a odds ratio2 (razão de pro-
camente em: babilidade) da exposição entre casos e controles.
independente – aquela que afeta, influencia Se existir associação entre a exposição e a doen-
ou determina outra variável; que ocorre ante- ça, espera-se que a odds ratio da exposição
riormente ou é manipulada para causar certo entre casos seja maior que a observada entre
efeito; controles, além da variação esperada devida ao
dependente – aquela que aparece, desapa- acaso (22) . Como exemplo, ver: http://www.
rece ou varia à medida que o investigador scielosp.org/pdf/csp/v22n3/19.pdf.
manipula a variável independente; G - Estudo coorte – é feito pelo acompanha-
interveniente – a que controla a influência mento de um grupo que possui o fator causal
da variável independente sobre a dependente (experimental) e outro que não possui tal fator
e esclarece a relação entre elas. (controle) para comparação da incidência do fator
Como exemplo, ver: http://www.scielo.br/pdf/ em estudo. Se a exposição estiver associada à
acb/v20s2/v20s2a08.pdf e http://www.scielo. doença, espera-se que a incidência entre os
br/pdf/rsbf/v12n2/03.pdf. expostos seja maior do que entre os não
expostos, além daquela esperada em decorrência
C – Ex-post facto – a experimentação é do acaso (22). Como exemplo, ver: http://www.
realizada após o fato observado. Do mesmo modo scielosp.org/pdf/csp/v23n8/16.pdf e http://
que a pesquisa experimental, a ex-post-facto www.scielo.br/pdf/csp/v19n5/17818. pdf.
analisa a existência de relações entre as variá-
veis. Como exemplo, ver: http://www.fpjournal. H – Experimento cego – feito quando o pes-
org.br/painel/arquivos/1822-5_Futebol_ quisador não sabe a que grupo pertence o parti-
Rev4_2003_Portugues.pdf. cipante da pesquisa, a fim de não gerar expec-
tativa em relação ao resultado. Como exemplo,
D – Prospectiva – é realizada da causa para ver: http://www.scielo.br/pdf/rsbf/v14n2/07.pdf.
o efeito. Uma situação que torna evidente a
definição de pesquisa prospectiva foi apresen- I – Experimento duplamente cego (ensaios
tada por Vieira & Hossne (21) para investigar a clínicos casualizados) – os participantes são
relação entre cigarro e problemas respiratórios ’! distribuídos ao acaso em dois ou mais grupos,
durante certo tempo, são acompanhados dois sem que, na avaliação, o participante e o pes-
grupos: um de fumantes, outro de não fumantes. quisador saibam a que grupo pertence a pessoa
Decorrido o tempo de observação, conta-se em avaliada. Como exemplo, ver: http://www.
cada grupo quantos apresentam problema res- scielosp.org/pdf/rsp/v39n6/26979.pdf.
piratório, comparando-se as proporções. Como
exemplo, ver: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/pcp/
v29n1/v29n1a13.pdf. 2
Odds ratio = razão de probabilidade – medida usada em
E – Retrospectiva – é realizada do efeito pesquisas de caso controle, retrospectiva e transversal.
Refere-se à razão entre a probabilidade de aconteci-
para a causa. Ainda em Vieira & Hossne (21), en- mento de um evento em um grupo e a probabilidade de
contra-se uma situação elucidativa do uso de acontecimento do mesmo evento no outro grupo.

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2.1.2 Pesquisa qualitativa autores diferentes sobre o assunto que se está


pesquisando. Pode ser:
A pesquisa qualitativa, muito usada nas ciên-
cias sociais, está cada vez mais fazendo parte tradicional – quando ocorre a seleção dos
de estudos científicos na área da saúde. A pes- trabalhos mais importantes sem explicação dos
quisa qualitativa analisa a situação a partir de critérios usados;
dados descritivos para identificar relações, cau- meta-análise – consiste na revisão sistemá-
sas, efeitos, consequências, opiniões e signifi- tica da literatura com critérios rígidos e
cados que permitam compreender da melhor técnicas estatísticas avançadas.
maneira a situação estudada. Neste tipo de pes- Como exemplo, ver: http://www.scielo.br/
quisa, o pesquisador interage com o objeto ou scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
com o indivíduo de sua pesquisa sem intenções 35862000000200006.
de chegar a supostas generalizações. Esse tipo
de procedimento envolve questionários, entre- D – Documental – semelhante à pesquisa
vistas, gravações etc. bibliográfica, só que elaborada a partir de mate-
riais que não foram analisados. Pode ser:
Para Pope & Mays (23), a estratégia funda-
primária (primeira mão) – quando feita com
mental para assegurar o rigor e a qualidade na
documentos que não foram analisados;
pesquisa qualitativa reside na maneira como é
feito o seu delineamento, a coleta dos dados, a secundária (segunda mão) – quando feita
interpretação e sua comunicação sistemática e com documentos já analisados, objetivando
consciente. a reelaboração.
Como exemplo, ver: http://www.scielo.br/pdf/
Neste tipo de pesquisa, geralmente se faz
cp/n114/a08n114.pdf.
uso da criação de categorias para descrever e
analisar os dados. As categorias classificam os E – Participante (pesquisa ação) – ocorre
dados a partir de critérios ou referências que interação entre pesquisador e sujeitos da pesqui-
são previamente estabelecidos ou que surgem sa. É idealizada e realizada em associação com
na medida em que o trabalho vai sendo realizado. uma ação ou com a resolução de um problema
coletivo, em que participantes e pesquisador en-
contram-se envolvidos de modo cooperativo ou
2.1.2.1 Tipos de pesquisas qualitativas participativo. Como exemplo, ver: http://www.
scielosp.org/pdf/csc/v13n2/a14v13n2.pdf e
A – Exploratória – caracteriza, classifica e http://www.scielo.br/pdf/csp/v14n3/0095.pdf.
define o problema. Envolve entrevistas e pesquisa
bibliográfica. Geralmente, adquire a forma de F – Explicativa – objetiva explicar deter-
pesquisa bibliográfica e estudo de caso. Como minada situação em estudo. Esta modalidade
exemplo, ver: http://www.scielosp.org/pdf/rsp/ pressupõe a pesquisa exploratória e descritiva.
v29n4/10.pdf e http://www.scielo.br/pdf/ptp/ Como exemplo, ver: http://www.scielosp.org/
v20n2/a09v20n2.pdf. pdf/csp/v10n4/v10n4a10.pdf.
G – Estudo de caso – estudo detalhado e
B – Descritiva – enumera e relaciona as
aprofundado, visando ao entendimento total da
variáveis que interferem em suas relações sem
situação pesquisada. Segundo Yin, citado por
manipulá-las ou sobre elas emitir juízos de valor,
Ventura (24), a pesquisa relacionada com estudo
geralmente assumindo a forma de survey. As
de caso representa “uma investigação empírica e
pesquisas descritivas determinam a distribuição
compreende um método abrangente, com a lógica
de doenças ou condições de saúde, segundo o
do planejamento, da coleta e da análise de dados.
tempo, o lugar e/ou características dos indivíduos
Pode incluir tanto estudos de caso único quanto
para saber quando, onde e quem adoece. Nessa
de múltiplos, assim como abordagens quantitativas
modalidade de pesquisa, é possível fazer uso de
e qualitativas de pesquisa” (p. 384). Para Gil (25),
dados secundários (preexistentes de mortalidade
a maior utilidade do estudo de caso ocorre nas
e hospitalizações) e primários (coletados para o
pesquisas exploratórias. É recomendado nas fases
desenvolvimento do estudo), examinando como
iniciais de uma investigação sobre temas complexos
casos novos (incidência) ou casos existentes
a fim de construir hipóteses ou reformular
(prevalência) de uma situação variam de acordo
problemas. Também é indicado em situações nas
com determinadas características previamente
quais o objeto de estudo é suficientemente
estabelecidas (22). Como exemplo, ver: http://
conhecido para ser caracterizado em um
www.scielo.br/pdf/rbti/v18n2/a07v18n2.pdf.
determinado tipo ideal. Como exemplo, ver: http:/
C – Bibliográfica – consiste no levantamento /www.scielosp.org/pdf/csp/v20n6/07.pdf e http:/
de publicações para identificar a opinião de /www.scielosp.org/pdf/csp/v20n2/17. pdf.

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RBCS ARTIGO DE REVISÃO

Para finalizar, em relação à abordagem do gada em pesquisa qualitativa. O dialético


problema, há que se considerar que a pesquisa vincula-se às contradições da realidade,
quantitativa parece opor-se à qualitativa, pres- a qual está em constante transformação.
supondo-se que o pesquisador deve optar pela Parte da compreensão total da realidade,
escolha de uma ou de outra. Tal fato não neces- pois considera que nenhum problema pode
sariamente acontece, já que métodos qualitativos ser compreendido de forma isolada, isto
e quantitativos podem ser usados conjuntamente é, desvinculado do contexto histórico e
para responder à questão da pesquisa, pois é cultural em que se insere;
(...) muito difícil que haja alguma pesquisa E – comparativa – analisa as semelhanças
totalmente qualitativa, da mesma forma que e diferenças entre problemas ou situa-
é altamente improvável, existir alguma pes- ções;
quisa completamente quantitativa. Isso
F – estatística – trabalha os dados de forma
ocorre porque qualquer pesquisa provavel-
quantitativa, visando a comprovações e
mente possui elementos tanto qualitativos
relações entre fenômenos para chegar a
como quantitativos, ou seja, em vez de
generalizações explicativas;
duas categorias dicotômicas e isoladas,
temos antes uma dimensão contínua com G – tipológica – cria tipos e modelos expli-
duas polaridades extremas, e as pesquisas cativos para realidade;
se encontrarão em algum ponto desse
H – fenomenológica (fenomenologia) – Ed-
contínuo, tendendo mais para u lado ou
mund Husserl, século XX. Também muito
para outro (26).
usado em pesquisas qualitativas. Consi-
dera que os fatos devem ser interpretados
e entendidos com base em suas descri-
3. FORMAS (MÉTODOS) DE ABORDAGEM
ções reais, isto é, no modo como eles se
DAS PESQUISAS CIENTÍFICAS
apresentam.
As pesquisas científicas estão sempre rela-
cionadas a uma forma (método) de abordagem,
isto é, a uma determinada linha de raciocínio 4. CONCLUSÃO
adotada pelo pesquisador para embasar a pes-
Pode-se sintetizar que, embora a ciência não
quisa. Sendo assim, a linha de raciocínio pode
seja feita de verdades inquestionáveis e esteja
ser:
em constante transformação, os conhecimentos
A – indutiva (empirismo) – John Locke, produzidos pelas pesquisas científicas possibi-
Francis Bacon e Thomas Hobbes, século litaram – e possibilitam – melhorar a qualidade
XVII e XVIII. O conhecimento baseia-se de vida do homem, assim como explicar, prever
na experiência e na razão, e o investigador e tentar controlar fenômenos naturais, sendo
parte de dados particulares para chegar fundamental o seu papel como agente de desen-
a verdades gerais ou universais. É um volvimento na sociedade atual.
método de generalização;
É importante salientar que, sendo um dos ob-
B – dedutiva (racionalismo) – René Descartes, jetivos preconizados pela Lei n. 9.394/96 (Lei de
século XVII. O verdadeiro conhecimento Diretrizes e Bases da Educação Nacional) (27)
é dado pela razão. Partindo de verdades “incentivar o trabalho de pesquisa e investigação
universais, explica acontecimentos parti- científica, visando ao desenvolvimento da ciência
culares; e da tecnologia e da criação e difusão da cultura,
e, desse modo, desenvolver o entendimento do
C – hipotético-dedutiva (neopositivismo) –
homem e do meio em que vive”, acredita-se ser
Karl Popper, século XX. Característica das
fundamental que os alunos, já nas séries iniciais
ciências experimentais e realizada pela
da graduação, sejam conscientizados sobre a
dedução do problema por meio da formu-
importância da iniciação científica para encami-
lação de hipóteses, as quais podem ser
nhar pelo pensamento a produção do conheci-
confirmadas ou falseadas. Para Popper,
mento científico. Para tanto, cabe aos profes-
quando não se consegue falsear uma hipó-
sores mostrar-lhes como a ciência constrói e
tese, isso significa que, naquele momento,
produz conhecimentos, quais os conhecimentos
ela é válida, já que resistiu aos testes
e procedimentos necessários para a realização
propostos;
da pesquisa científica, bem como estimulá-los e
D – dialética (materialismo/idealismo) – Georg orientá-los na elaboração e no desenvolvimento
Hegel, século XIX. É geralmente empre- de projetos de pesquisa.

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ARTIGO DE REVISÃO SAÚDE

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Endereço para correspondência:


Valter Carabetta Júnior. Rua Prof. Enéias de Siqueira Neto, n. 340. CEP: 04829-900 – Jd. das Imbuias – São Paulo/SP.
E-mail: vcarabetta@unisa.br.
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