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Revista Eletrônica de Estudos Integrados em Discurso e Argumentação

http://dx.doi.org/10.17648/eidea
http://dx.doi.org/10.17648/eidea-14-1755

LÓGICA INFORMAL: UMA VISÃO GERALi

Ralph H. Johnsonii
J. Anthony Blairiii

Resumo: Neste artigo, primeiramente, explicamos o que entendemos por lógica


informal, discutimos equívocos e diferenciamos nossa concepção das demais; em
segundo lugar, catalogamos brevemente pesquisas recentes sobre lógica informal,
divididas em quatorze tópicos; em terceiro, sugerimos quatro áreas gerais de
problemas e questões para futuras pesquisas; em quarto, descrevemos os atuais
recursos acadêmicos para a lógica informal; em quinto, discutimos três implicações
da lógica informal para a filosofia, em particular, e ressaltamos consequências
práticas de modo mais geral.
Palavras-chave: Teoria da Argumentação. Lógica Formal. Esquemas Argumentativos.
Recursos da Lógica Informal.

Abstract: In this overview article, we first explain what we take informal logic to be,
discussing misconceptions and distinguishing our conception of it from competing
ones; second, we briefly catalogue recent informal logic research, under 14 headings;
third, we suggest four broad areas of problems and questions for future research;
fourth, we describe current scholarly resources for informal logic; fifth, we discuss
three implications of informal logic for philosophy in particular, and take note of
practical consequences of a more general sort.
Keywords: Argumentation theory. Formal logic. Argument schemes. Informal logic
resources.

i
A Revista EID&A agradece vivamente a J. Anthony Blair, Coeditor da Revista Informal Logic,
Logic pela
autorização da publicação
ação desta tradução do artigo originalmente publicado como: BLAIR, J. A.;
JOHNSON, R. H. Informal Logic: an overview. Informal Logic,, Windsor, v. 20, n. 2, p. 93-107,
93 2000.
ii
Professor emérito da University of Windsor, Canadá. E-mail:
E mail: johnsoa@uwindsor.ca
iii
Professor emérito da University of Windsor, Canadá. E-mail:
E tblair@uwindsor.ca

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Ilhéus, n. 14, jul/dez.2017.

Introdução

Os assuntos abordados neste artigo estão contidos nas questões


propostas ao simpósio sobre lógica informal e filosofia durante o Congresso
Mundial de Filosofia1 em Boston, em agosto de 1998:
• Qual a relevância filosófica da lógica informal?
• Quais são as aplicações/implicações da lógica informal para as outras
áreas da filosofia?
Não pretendemos aqui responder a essas questões detalhadamente,
contudo nossas visões tornar-se-ão evidentes ao fim de nossa explanação, a
qual se dará da seguinte forma: começaremos com uma breve exposição
sobre a natureza da lógica informal, sobre o que ela é e o que não é.
Delinearemos, então, os problemas e as questões que a lógica informal
aborda, seguido de um breve relato dos recentes desenvolvimentos neste
campo, dos recursos disponíveis, e, finalmente, de nossa visão sobre as
implicações da lógica informal para a filosofia.

1. Lógica informal: o que é?

A. Rumo a uma definição. Muitos notaram a forte presença canadense


nas pesquisas do campo da lógica informal. Talvez coincidentemente, tanto
canadenses quanto lógicos informais parecem estar envolvidos em um
questionamento incessante sobre sua identidade. O que é ser canadense,
diferentemente de ser americano, britânico, francês e assim por diante?
Lógicos informais se perguntam: o que é a lógica informal, diante da lógica
dedutiva formal, da epistemologia e do pensamento crítico? Walton e Brinton
(1997, p. 9), em uma antologia recente sobre a história da lógica informal,
afirmam que:

A lógica informal ainda não se unificou como uma disciplina definida e


organizada em torno de técnicas sistemáticas bem definidas consolidadas,
dotadas de uma estrutura definitiva e passíveis de serem categoricamente
aplicadas por seus praticantes.

Essa observação é significativa, ainda que incômoda, na medida em que,


embora permaneçam equívocos sobre o que a lógica informal aborda, seus
principais teóricos (entre os quais incluímos Walton, Govier e nós mesmos)

1
Acrescentamos as referências de alguns dos trabalhos que apareceram posteriormente ao
Congresso Mundial.

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tendem a concordar que a lógica informal trata do estudo das normas dos
argumentos (em vez de lidar com as normas que regulam inferências ou
implicações). Propomos, novamente (ver JOHNSON; BLAIR, 1987, p. 148), a
seguinte maneira de interpretar a lógica informal, que corrobora o que ambos,
Govier (1987) e Walton (1989), propõem:

A lógica informal designa o ramo da lógica cuja função é desenvolver


parâmetros, critérios e procedimentos não-formais para a análise, interpretação,
avaliação, crítica e construção da argumentação no discurso cotidiano.

“Não-formal” é um termo emprestado da distinção empregada por


Barth-Krabb (1982) acerca dos três sentidos de “forma”. Essa lógica é não-
formal nas acepções seguintes: ela não se vale da ferramenta analítica central
da lógica dedutiva formal – a noção de forma lógica –, nem se orienta pela sua
principal função avaliativa da lógica dedutiva formal, a validade. Entretanto,
isso não significa que essa lógica seja não-formal no sentido de que abandona
referências a parâmetros, critérios ou procedimentos.
Um problema com essa definição, contudo, é que ela limita a lógica
informal ao discurso cotidiano, uma restrição que nos parece agora
desnecessária e contrafactual. Historicamente, o domínio de interesse da
lógica formal tem sido o que pode ser chamado de “argumentação em língua
natural”, a qual possui dois subdomínios: (a) o discurso cotidiano (discussões
de assuntos públicos, como ocorrem em editoriais de jornais) e (b) o que
Weinstein (1990) chamou de discurso “estilizado” – modalidade que abrange
os estilos de argumentos específicos de um domínio, além das formas de
inferência e das epistemologias de disciplinas típicas como, por exemplo, as
diferentes ciências. A divisão crucial não é entre discursos cotidianos e os
estilizados, mas entre línguas artificiais e naturais. Essas últimas são o ponto
focal da lógica informal (diferente do foco da lógica dedutiva formal, que se
volta para as línguas artificiais e os sistemas lógicos), qual seja o discurso.
B. Alguns equívocos e concepções concorrentes sobre lógica informal.
Apresentaremos, nesta subseção, um inventário de outras respostas à
pergunta: então, o que é lógica informal? Algumas dessas respostas são
facilmente reconhecidas como erradas por qualquer pessoa minimamente
familiarizada com a área nos últimos vinte e cinco anos; outras, contudo,
partem de colegas especialistas de quem discordamos. Começaremos com
uma resposta que alguns consideram um locus classicus – Ryle (1954) utiliza o
rótulo ‘lógica informal’ para referir-se às implicações de conceitos

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substantivos (como tempo e prazer), cuja lógica é “informal”, em oposição à


lógica de conceitos como conjunção e disjunção, cuja lógica é “formal”. Para
Ryle, “lógica informal” parece ser sinônima de “análise filosófica”. Trata-se de
uma compreensão muito mais ampla do que aquela que será encontrada nos
trabalhos dos principais teóricos da área.
Um segundo equívoco sobre a lógica informal é que ela se restringe
exclusivamente ao estudo das falácias informais (CARNEY; SHEER 1964,
KAHANE, 1971). O estudo em questão constitui, sim, uma parte – mas apenas
uma parte – do objeto de investigação da lógica informal.
Um terceiro equívoco acerca da lógica informal é o de que ela consiste
em uma lógica formal que prescinde da formalidade. Essa ideia é ilustrada pelo
modo com que Copi produziu seu manual, Informal Logic (1986), que consiste
simplesmente em excertos de seu livro Introduction to Logic (1986), com os
capítulos sobre lógica formal omitidos. Essa visão é incorreta, pois, por um
lado, onde o formalismo mostra, a lógica informal emprega (ver WOODS;
WALTON, 1982); e, por outro lado, o foco principal da lógica informal é o que o
formalismo, nesse sentido, não mostra.
Um ponto de discordância dentro da área é a visão de que a lógica
informal teria a tarefa de mediar a lógica formal e o raciocínio em língua
natural. Tal ponto de vista pode ser encontrado em Goldman (1986) e Woods
(1995). Para nós, nos casos em que implicações dedutivas ocorrem na
argumentação em língua natural, elas podem ser formalizadas (às vezes,
vantajosamente, outras, não). Implicações que não são acarretamentos, e
outros aspectos da análise e da avaliação dos argumentos, não são passíveis
de tratamento formal.
Uma segunda visão da qual discordamos (defendida por MCPECK, 1981;
SIEGEL, 1988; e WEINSTEIN, 1994) é a de que a lógica informal seja
epistemologia aplicada, no sentido de que ela se vale da aplicação de
evidências epistemológicas para a avaliação de argumentos. Nós poderíamos
até concordar, mas apenas se a noção de epistemologia em questão fosse
ampliada de forma a incluir a lógica, a dialética e a retórica.
Por fim, discordamos de Fisher e Scriven (1997, p. 76), que asseveram
que a lógica informal é “a disciplina que estuda a prática do pensamento
crítico e lhe fornece sua espinha dorsal intelectual”. Considerando, por um
lado, que o objeto de estudo da lógica informal são os argumentos e a
argumentação, e, por outro, que o pensamento crítico, na visão de Fisher e

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Scriven (1997, p. 21), é “a hábil e ativa interpretação e avaliação das


observações e das interações, da informação e da argumentação”, atribuímos
à lógica informal um escopo mais estreito do que esses autores.

2. Pesquisas recentes

Nesta seção, voltamo-nos para algumas das áreas de pesquisa mais


recentes no campo da lógica informal.
1. A história da lógica informal. Um desenvolvimento importante foi a
emergência de trabalhos sobre a história da lógica informal. Por vezes é dito
que pouquíssima coisa foi feita na área desde o período de publicação da obra
de Aristóteles e a publicação de Fallacies (HAMBLIN, 1970) e Logic and
Contemporary Rhetoric (KAHANE, 1971). No entanto, a antologia de Hansen e
Pinto (1995) Fallacies, Classical and Contemporary Readings inclui diversos
estudos de tratamentos históricos sobre as falácias informais. Além disso, a
Historical Foundations of Informal Logic, de Walton e Brinton (1997), com
capítulos sobre Isaac Watts, Whately, Bentham, Mill e Kant, mostra quantos
trabalhos relevantes foram realizados nesse intervalo de mais ou menos dois
milênios.
2. Argumentação como diálogo. Uma segunda área de pesquisa, levada a
cabo por Walton (1996) e Walton e Krabbe (1995), tem sido o modelamento
de argumentos como diálogos de diferentes tipos. Seus trabalhos podem ser
vistos como uma elaboração da teoria pragmadialética, com a qual mantêm
laços estreitos. É também possível ver a influência da Pragmadialética na
teoria de falácias dos autores. Mais recentemente, algumas limitações do
modelo dialógico têm sido sugeridas (TINDALE, 1996; BLAIR, 1998).
3. Ampliando o conceito de argumento. Diversos pesquisadores têm
sugerido a revisão do conceito de argumento em outras direções. Gilbert
(1997) defende que os argumentos não são exclusivamente verbais, mas
também emocionais, viscerais e “kiscerais2“. Groarke (1996), Birdsell e
Groarke (1996), além de Blair (1996), também entendem que comunicações
visuais, tais como obras-de-arte, sejam argumentos. Mais recentemente,
Tindale (1999) defendeu que se considere a perspectiva retórica como básica
para a noção de argumento.

2
N.T.: O termo “kisceral”, elaborado por Gilbert, abrange o campo das experiências intuitivas e não
sensoriais, o místico, o religioso, o sobrenatural e o extrassensorial.

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4. Razão e argumentação. A relação entre razão e argumentação tem sido


explorada na literatura recente em dois níveis. No nível micro, elabora-se a
distinção e discute-se a relação entre raciocínio e argumentação (PINTO, 1995;
BLAIR, 1999). No nível macro, explora-se a conexão entre a argumentação e a
racionalidade – tanto o lugar da argumentação na racionalidade, quanto às
coerções que a mesma exerce sobre a argumentação (ver WALTON, 1990;
FINOCCHIARO, 1992; JOHNSON, 1996).
5. Nova teoria da inferência. Ao apresentar fundamentos/dados para
sustentar uma alegação, pode-se acreditar que eles impliquem a alegação de
maneira dedutiva ou que eles lhe forneçam forte apoio indutivo.
Tradicionalmente, essas duas alternativas eram vistas como as únicas formas
possíveis de se apoiar racionalmente uma tese. Tomando como base Wellman
e Wisdom, Govier (1987) há muito defende que existam outras maneiras pelas
quais fundamentos podem apoiar uma alegação. Wellman (1971) usou o termo
“condução” em paralelo à dedução e à indução. Rescher (1976) usou o termo
“raciocínio plausível” em uma conexão similar. Mais recentemente, Scriven
(1987), usando o termo “raciocínio probatório”, e Walton (1996b), “raciocínio
presumível”, argumentaram por um terceiro tipo de apoio evidencial. Esses
autores apontam a direção de uma nova teoria da inferência.
6. Esquemas argumentativos. Nos últimos anos, a ideia de que os
esquemas argumentativos possam ter a chave para importantes problemas na
teoria da argumentação tem emergido na pesquisa de vários acadêmicos.
Kienpointner (1992) identificou mais de 80 esquemas argumentativos e
classificou-os em uma tipologia organizacional. Walton (1996b) encontra nos
esquemas argumentativos padrões de raciocínio presumível e entende
diversas falácias como mau uso ou abuso de esquemas argumentativos.
7. Estruturas e diagramas. Na literatura, foi dedicada considerável
atenção à estrutura dos argumentos dentro da argumentação e aos seus
modelos de diagramação. Freeman (1991) forneceu um modelo inspirado em
Toulmin e em uma noção dialética do argumento; Snoeck Henkemans (1992)
ofereceu uma análise embasada na abordagem Pragmadialética; já Walton
(1996a) desenvolveu sua própria análise pragmática, fundamentada no
diálogo.
8. Teoria da falácia. O estudo das falácias está fortemente associado à
lógica informal. Diversos desenvolvimentos importantes ocorreram a partir da
clássica série de artigos de Woods e Walton sobre falácias específicas

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publicados na década de 1970 e no início dos anos 1980, reunidos na obra


Fallacies: Selected Papers, 1972-1982, de 1989. Em primeiro lugar, a excelente
coleção de artigos e pesquisas editada por Hansen e Pinto (1995) apontada
acima, Fallacies: Classical and Contemporary Readings (1995). Em segundo lugar,
Walton (1995) propôs um tipo de classificação ou hierarquia de erros. Em
terceiro lugar, houve uma mudança na área, que passou a enxergar a falácia
como um certo tipo de erro procedimental ou estratégico (WALTON; KRABBE,
1995; VAN EEMEREN; GROOTENDORST, 1992; HINTIKKA, 1987). Em quarto
lugar, devemos mencionar a contínua pesquisa de Walton sobre as falácias. Na
última década, Walton vem produzindo uma série de extensos estudos sobre
falácias específicas: até o momento, ele publicou monografias sobre a petição
de princípios (1991), apelo à emoção (1992a), “falácia da ladeira escorregadia
(slippery slope)” (1992b), argumento da ignorância (1994) e o argumento ad
hominem (1998). Ademais, além de numerosos artigos sobre falácias
específicas, ele publicou duas monografias acerca da teoria da falácia e sobre
falácias em geral (WALTON, 1987, 1995).
9. Adequação de premissas. Ao contrário da moderna tradição lógica de
ignorar questões sobre adequação doxástica, epistêmica ou dialética das
premissas de argumentos, o foco da lógica informal na avaliação de
argumentos levou seus seguidores a debruçarem-se sobre critérios de
adequação de premissas. Há um interesse razoavelmente disseminado sobre a
tríade relevante-suficiente-aceitável, proposta primeiramente por Johnson e
Blair (1977). Entre os autores que abraçaram essa perspectiva (por vezes, com
terminologia ligeiramente diferente) estão: Govier (1985), que troca
“suficiente” por “adequado”, Darner (1987), Freeman (1988), Little, Groarke e
Tindale (1989), Barry (1992) e Seech (1992). Johnson e Blair (1994), Pinto e
Blair (1993) e Freeman (1992) defenderam uma normatização acerca da
aceitabilidade de premissas, uma modificação do modelo de Van Eemeren e
Grootendorst (1984). Mais recentemente, Blair (1995) assumiu uma posição
relativista, enquanto Johnson (1998) insistiu na verdade como um dos critérios
de adequação de premissas. Inúmeros artigos em lógica informal acerca da
noção de relevância foram publicados na última década (ver, por exemplo, os
artigos de Tindale, Woods, Blair, Freeman e Hitchcock na edição especial de
1990 da revista Argumentation sobre o tema). A noção de suficiência tem
recebido menos atenção (ver, contudo, BLAIR, 1991).

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10. Desenvolvimentos na teoria da crítica argumentativa. Walton (1995)


defende que a crítica argumentativa não é consistente: algumas teorias são
mais sérias do que outras e devemos diferenciar, por exemplo, entre execução
fraca e um mau uso ou abuso. Ele também apresenta uma possível tipologia
das falácias, distinguindo entre paralogismos e sofismas. Johnson (1996)
defende uma distinção entre a avaliação e a crítica argumentativa, e advoga
que é preciso desenvolver princípios de crítica, tais quais: o princípio da
vulnerabilidade, o princípio da discriminação e o princípio da neutralidade
lógica. Os dois últimos foram incorporados à Logical Self-Defense, de Johnson
e Blair (1994), mas discussões subsequentes são necessárias para refinar sua
formulação e sua justificação, bem como para verificar se há outros princípios.
11. A investigação do papel social da argumentação. No desenvolvimento
de uma teoria da crítica da argumentação, Johnson (1996) examinou o papel
da argumentação como prática social e propôs normas para as obrigações
sociais dos oradores no que se refere tanto ao uso apropriado da prática
quanto à manutenção de seu vigor. Govier (1987) e Walton (1980) também
chamam atenção para o papel da argumentação na vida da sociedade.
12. O impacto da teoria feminista. O exame crítico feminista das
metáforas empregadas na prática e na teorização sobre a argumentação levou
à reavaliação dos mesmos (ver AYIM, 1998). A preocupação geral acerca do
privilégio do racional e a marginalização do emocional levou a um debate
entre lógicos informais sobre ampliar a concepção de argumentação e sobre
limitar o seu papel social (ver ORR, 1989; NYE, 1990; GOVIER, 1993; MENSSEN,
1993, GILBERT, 1994). Tanto Gilbert (1997) quanto Tindale (1999) dedicaram
capítulos favoráveis à influência dos insights feministas para a teoria do
argumento.
13. Retorno à retórica. É devido aos Acts of Argument, de Tindale (1999),
que uma perspectiva retórica se tornou tanto essencial quanto fundamental
para uma teoria do argumento. Coalescent Argument, de Gilbert (1997),
também propõe uma mudança voltada para uma perspectiva retórica.
14. Argumentação como pragmática. Walton, há algum tempo, vem
desenvolvendo uma teoria pragmática da argumentação (1995), e o livro
recente de Johnson, Manifest Rationality: A Pragmatic Theory of Argument
(2000), apresenta uma teoria argumentativa que, embora divirja em muitos
aspectos da proposta de Walton, é igualmente pragmática.

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3. Problemas e Questões para pesquisas futuras

Os recentes desenvolvimentos teóricos listados anteriormente


representam um programa de pesquisa em curso para a lógica informal. Nesse
sentido, esta seção é constituída por “problemas e questões para pesquisas
futuras” que estão estimulando a atual pesquisa no campo. Ainda assim, uma
classificação dos problemas pode ser útil. Sob nossa perspectiva, existem
quatro áreas de “problematização” – todas elas claramente inter-relacionadas
– em torno das quais a pesquisa em teoria da lógica informal pode ser
organizada.
1. A teoria do argumento/da argumentação. Como argumentos e
argumentação podem ser entendidos? Alguns teóricos, como os defensores
da teoria pragmadialética da escola de Amsterdã (VAN EEMEREN;
GROOTENDORST, 1984), asseguram que uma teoria unificada geral da
argumentação é necessária para subscrever qualquer coisa, exceto a pesquisa
ad hoc em argumentação. Outros acreditam que trabalhos úteis sobre
problemas específicos possam ser realizados independentemente do
desenvolvimento de uma teoria global da argumentação. Embora aspectos da
teoria pragmadialética tenham sido criticados (BLAIR; JOHNSON, 1993;
WOODS, 1994; TINDALE, 1996), ela é uma das teorias mais abrangentes
desenvolvidas até hoje. Se modificações são necessárias, quais são elas? A
correta teoria global da argumentação poderia ser alguma versão da
Pragmadialética? Caso contrário, qual seria a alternativa?
Quais tipos lógicos de argumento existem? A antiga distinção entre
argumentos indutivos e dedutivos tem sido criticada por não ser exaustiva
(ver “condutivo”, “probatório” e “presumível” no item 5 acima).
Muitos dos itens das atuais pesquisas em curso listados acima se
encaixam confortavelmente dentro da rubrica da “teoria da argumentação”:
os estudos históricos (item 1), as relações entre o diálogo e a natureza
dialética da argumentação (item 2), a expansão do conceito de argumento
(item 3), a relação entre razão e argumentação (item 4), o desenvolvimento
de uma nova teoria da inferência (item 5), o estudo de esquemas
argumentativos (item 6) e a elaboração de implicações teóricas de certos
insights da teoria feminista (item 12).
2. A análise dos argumentos. Qual é a maneira correta de analisar
argumentos específicos? Como o “correto” é aqui analisado? Parece evidente
que a questão deva ser respondida em termos dos propósitos dessa análise;

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logo, eles precisam ser identificados. No fundo, trata-se de teorias sobre os


possíveis tipos de argumento (o que nos traz de volta à teoria do argumento);
um corolário é uma teoria sobre como os argumentos podem ser diagramados
(ver item 7, acima). Os elementos retóricos (dentre outras possibilidades) e os
lógicos devem ser registrados? Se sim, qual a melhor maneira de fazê-lo? A
distinção retórica/lógica ainda permanece problemática, questão essa que
volta à tona na análise argumentativa.
Adotar uma perspectiva mais ampla, no entanto, permite conceber a
argumentação como um tipo de discurso. Consequentemente, as teorias da
análise do discurso impactam a análise dos argumentos. Entramos aqui nos
campos relacionados à pragmática.
Evidentemente, uma teoria geral da argumentação será pertinente para
as questões relativas à análise de argumentos. Se os argumentos são
essencialmente concebidos como diálogos entre indivíduos, isso exigirá um
tipo de análise diferente do que se fossem entendidos como endereçados
para o público em geral. Se os argumentos devem ser identificados como
pertencentes a diferentes tipos esquemáticos, isso também afetará a forma
como eles são analisados. Portanto, o item 2 (argumentação como diálogo), o
item 3 (ampliação do conceito de diálogo), o item 5 (nova teoria da
inferência), bem como o item 7 (estruturas e diagramas) encaixam-se todos na
rubrica de análise de argumentos.
3. A teoria da avaliação. Aqui a questão motivadora inicial é: o que
distingue um argumento “bom” de um “ruim”? A resposta será: depende da
perspectiva. A narrativa padrão prevê que um argumento possa ser
logicamente bom, retoricamente bom, ou mesmo bom a partir de uma série
de outras perspectivas possíveis. No entanto, essas normas são
independentes umas das outras? Alguns teóricos (como TINDALE, 1992, 1996,
1999; GILBERT, 1995) defendem que uma teoria da avaliação que integre
diferentes perspectivas é necessária. As questões dos tipos de argumento e as
normas relacionadas a eles também são aplicáveis aqui. Uma vez que a
argumentação é entendida como um empreendimento social e funcional, a
pragmática, a epistemologia social e a teoria da comunicação em geral
(WILLARD, 1983, 1989) parecem ter impacto sobre sua avaliação. A pesquisa
sobre as teorias da falácia e as falácias específicas (item 8 acima), bem como a
análise detalhada dos critérios de uma boa argumentação (item 9 acima)
também estão vinculadas a essa problemática.

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4. A teoria da crítica. Há muito que defendemos uma distinção entre a


avaliação (identificação dos critérios do que seria bom ou ruim) e a crítica (o
ato da crítica, incluindo não só a aplicação dos critérios de uma boa ou má
argumentação, mas também o ato público de crítica). A crítica argumentativa
pressupõe uma teoria normativa da função dessa crítica. Tal teoria, por sua
vez, pressupõe uma teoria normativa dos papéis da argumentação. Se o
argumento é corretamente utilizado para alcançar um conjunto de objetivos,
então a crítica pública da argumentação deve estar relacionada a sua
contribuição para atingir tais objetivos (ver WALTON, 1990). É no âmbito desta
problemática que situamos o item 10 (desenvolvimentos na teoria da crítica
argumentativa), o item 11 (investigação do papel social da argumentação) e o
item 12 (impacto da teoria feminista).

4. Lógica informal: Recursos

1. Periódicos. A Informal Logic tem sido o periódico de registro da área


desde 1983, mas artigos sobre tópicos relacionados à lógica informal também
aparecem regularmente em Argumentation (fundada em 1986), Philosophy
and Rhetoric, Argumentation and Advocacy (o periódico da American Forensic
Association) e Inquiry: Critical Thinking Across the Disciplines (fundada em
1988). Artigos sobre tópicos de lógica informal também apareceram em uma
ampla gama de periódicos filosóficos gerais, incluindo, mas não se
restringindo a, as revistas Synthese, Logique et Analyze e a American
Philosophical Quarterly.
2. Programas acadêmicos. Até onde sabemos, não há programas de
graduação ou pós-graduação dedicados à lógica informal. Praticamente todas
as faculdades e universidades nos Estados Unidos e no Canadá têm um curso
de nível introdutório que trata da lógica informal em alguma medida
(geralmente como parte de uma orientação sobre “pensamento crítico” ou
“raciocínio”, ou ainda uma introdução ao curso de lógica). Conhecemos
apenas um pequeno conjunto de cursos de graduação e alguns outros cursos
de Mestrado ou Doutorado, principalmente no Canadá, dedicados à área.
3. Congressos. Os congressos iniciais sobre lógica informal aconteceram
na University of Windsor (Windsor, Ontário) em 1978, 1983 e 1989. Congressos
sobre a lógica informal e o pensamento crítico têm sido3 realizados na

3
N.T. O autor se refere ao período compreendido entre 1981 e a data da publicação original (2000).

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Sonoma State University (Rohnert Park, California) anualmente, desde maio


de 1981; na Christopher Newport University (Newport News, Virgínia),
ocorreram todos os anos entre 1984 e 1988. A Oakton Community College
recebeu cinco congressos sobre reflexão crítica de 1988 a 1992 (Des Plains,
Illinois) e outro evento foi realizado na George Mason University (Fairfax,
Virginia) em 1995. A Association for Informal Logic and Critical Thinking, desde
a sua criação em 1983, organizou sessões sobre lógica informal em conjunto
com as reuniões das divisões oriental, central e pacífica da American
Philosophical Association e da Canadian Philosophical Association. Publicações
sobre lógica informal estiveram no programa dos congressos da International
Society for the Study of Argumentation de 1986, 1990, 1994 e 1998 (University
of Amsterdam, The Netherlands). Finalmente, a Ontario Society for the Study
of Argumentation realizou dois eventos dedicados, em grande parte, à lógica
informal em 1995, 1997 e 1999 (Brock University, Ontário).
4. Desafios. Em nossa opinião, o campo da lógica informal enfrenta dois
principais desafios práticos, os quais estão relacionados entre si. É necessário
encontrar apoio e recursos para a formação em termos de pós-graduação para
que jovens estudiosos tomem consciência de sua problemática e literatura, de
forma a fazer da lógica informal uma área de concentração em seus
programas de pesquisa. Além disso, ela precisa adentrar o campo filosófico,
de modo que seus achados teóricos se tornem conhecidos e mais bem
refletidos nos cursos de graduação.

5. Implicações para a Filosofia

Que implicações a lógica informal tem para a filosofia, e, de fato, para o


mundo em geral que habitamos?
1. O fim do dedutivismo. O raciocínio e a argumentação filosóficos
precisam da análise lógico-informal. É um preconceito teórico, e não um fato,
assumir que o único raciocínio e a única argumentação filosófica respeitável
seja a que emprega inferências dedutivas. Ryle (1954, p. 112) reconhece isso
quando afirma:

Se um dado argumento filosófico é válido ou falacioso, é, em geral, uma questão


debatível em si. Uma inspeção simples não pode decidir. Mais frequentemente,
é uma questão de o argumento ter muita, pouca ou nenhuma força.

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Talvez a contribuição mais importante da lógica informal seja auxiliar a


concluir a revolução iniciada pelos pragmaticistas que se voltaram à teoria
clássica (platônica/cartesiana) do conhecimento. O trabalho deles pode ser
visto como uma tentativa de reconceptualizar o conhecimento de acordo com
o modelo das ciências empíricas. O trabalho em lógica informal pode ser
entendido como uma tentativa de reconceptualizar a argumentação e libertá-
la de suas ligações históricas com o que Toulmin e Perelman denominaram
modelo geométrico ou matemático. Isso significa, entre outras coisas, o fim
do dedutivismo – a ideia de que todas as implicações são ou dedutivas ou
defectivas; o fim da noção de que o argumento deveria ser compreendido
como prova; e o fim de uma divisão de classes entre tipos de crenças – crenças
de elite (“de primeira”) seriam verdades necessárias ou derivadas de
premissas tidas como verdadeiras, enquanto crenças “de segunda” seriam as
garantidas por algum cálculo de probabilidade, e todas as demais seriam
intocáveis, não viabilizando aceitação por uma pessoa razoável.
2. O desaparecimento da visão de que a lógica é a teoria do raciocínio. Ao
identificar raciocínio com implicação e considerar que a lógica é
essencialmente dedutiva, foi possível acreditar que a lógica fosse, de fato,
idêntica à teoria do raciocínio. Entretanto, uma vez adotada uma visão mais
ampla de lógica e de raciocínio, torna-se claro que há mais questões
envolvidas na construção de uma teoria do raciocínio do que a lógica dedutiva
formal pode abarcar (FINOCCHIARO, 1984; JOHNSON, 1996). Se estivermos
certos, a educação filosófica precisa alterar sua narrativa padrão sobre
argumentação, raciocínio e lógica.
Outra implicação do trabalho em lógica informal tem sido deixar claro
que a lógica ainda está em desenvolvimento. Ela não carrega essa
responsabilidade sozinha, contudo; outros desenvolvimentos também assim
atestam, como a lógica difusa (ZADEH, 1975) e a lógica dinâmica (VAN
BENTHEM, 1995). Entretanto, como já mencionado, o vasto campo de
educação filosófica permanece intocado pelos achados de lógica informal.
Como consequência, uma séria deseducação continua.
3. A reavaliação do formalismo. Outro resultado da lógica informal tem
sido desafiar a forte ligação ao formalismo e tudo o que a ele se relaciona:
algoritmos, procedimentos de prova, teorias modelares, etc. Assim, não é
apenas o viés dedutivo inerente à lógica tradicional que a lógica informal tem

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ajudado a revelar, mas também a preferência pelo formalismo. É a isso que


Toulmin (1992, p. 4) se refere quando afirma:

A partir de meados do século XVII, os Filósofos Modernos consideraram os


problemas formais como centrais – sobretudo porque seriam discutidos em
termos gerais, “descontextualizados”. Assim, lógica se tornou o equivalente a
lógica formal.

Aqui, é crucial enfatizar a discussão realizada anteriormente de que há


diferentes sentidos do termo ‘formal’ (ver BARTH; KRABBE, 1982; JOHNSON;
BLAIR, 1990). Essa constatação abre espaço para compreender que lógica
informal não é, portanto, uma contradição ou um oxímoro, como alguns têm
alegado. Nós desejamos enfatizar que lógica informal não é de modo algum
incompatível com procedimentos, aplicação de critérios ou rigor. Trata-se da
questão de quais critérios são usados, e, aqui, a lógica informal é informal
porque rejeita, por um lado, a visão logicista de que lógica formal (ao estilo de
Russell) possui a chave para o entendimento da estrutura de todos os
argumentos, e, por outro, a visão de que a validade é o padrão apropriado a
ser exigido de todo argumento.
Um outro modo de asseverar esta questão é dizer que a lógica informal
está aliada ao movimento de tornar a lógica mais empírica e menos a
priorística (BARTH, 1992; TOULMIN, 1958; WEINSTEIN, 1990).

6. Implicações práticas mais amplas

Finalmente, podemos alegar que a prática de argumentação tem


passado por tempos difíceis na cultura ocidental. Observadores sérios têm
notado um decréscimo nas habilidades de letramento, o debate público
parece ter alcançado o pior nível de todos os tempos, e a retórica pública é
dominada pelo modo confessional de “talk-shows” televisivos. Onde, em meio
a tudo isso, a prática da argumentação deveria ser apreciada e nutrida senão
na Academia? O ensino de padrões elevados de interpretação, avaliação e
crítica de argumentos que têm aplicações práticas é o objetivo do lado
pedagógico da lógica informal.
Fora da Academia, no que alguns chamariam de “mundo da vida” (“life-
world”), nós testemunhamos o desaparecimento da antiga ordem mundial. As
coalizões pós-Segunda Guerra Mundial existentes sob a ameaça da força e do
poder militar estão, agora, em todos os lugares abrindo espaço para novos

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alinhamentos baseados em interesses comuns e persuasão racional. Os


estados Balcânicos, o Oriente Médico, partes da África e o subcontinente
Índia-Paquistão são notáveis exceções. A comunidade humana deve entender
que a única força da qual podemos nos valer é “a força do melhor
argumento”. Entretanto, paradoxalmente, parece que precisamente quando
há uma grande necessidade por argumentação no mundo da vida, esta nunca
esteve em tamanho perigo como prática cultural nas próprias sociedades
baseadas em sua operação saudável, as sociedades democráticas. Mais do que
nunca, nós, a comunidade filosófica, e, particularmente, aqueles
comprometidos com o estudo da argumentação cotidiana, temos algo a
contribuir na educação do mundo.
Por meio do compromisso com o desenvolvimento de melhores teorias de
argumentação, a lógica informal tem um papel importante não apenas para a
academia e para uma teoria do raciocínio, mas também para o mundo da vida.

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Tradução:

Paulo Roberto Gonçalves-Segundo


Docente pelo Programa de Pós-Graduação em Filologia e Língua Portuguesa da
Universidade de São Paulo (USP)
E-mail: paulosegundo@usp.br

Danielle Martins Santos


Graduanda em Língua Portuguesa e Inglês pela Universidade de São Paulo (USP)
E-mail: danielle.martins.santos@usp.br

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Ilhéus, n. 14, jul/dez.2017.

Gabriel Isola Lanzoni


Mestrando pelo Programa de Pós-Graduação em Filologia e Língua Portuguesa da
Universidade de São Paulo (USP)
E-mail: gabriel.lanzoni@usp.br

Maria Gabriela Rodrigues de Castro


Mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em Filologia e Língua Portuguesa da
Universidade de São Paulo (USP)
E-mail: maria.gabriela.castro@alumni.usp.br

Winola Weiss Pires Cunha


Mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em Filologia e Língua Portuguesa da
Universidade de São Paulo (USP)
E-mail: winola.weiss@usp.br

Forma de citação sugerida:


JOHNSON, Ralph H.; BLAIR, J. Anthony. Lógica informal: uma visão geral. Trad. Paulo
Roberto Gonçalves-Segundo et al. EID&A - Revista Eletrônica de Estudos Integrados
em Discurso e Argumentação, Ilhéus, n. 14, p. 195-215, jul/dez.2017.

Recebido em: 31/08/2017


Aprovado em: 06/09/2017

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