Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
AULA 1
• Definições preliminares;
• Objetivos específicos.
CONTEXTUALIZANDO
3
bancos de dados relacionais, teoria de sistemas distribuídos, e, em especial, na
inteligência artificial.
A lógica é bastante utilizada como método representacional para
comunicar conceitos e teorias dentro da comunidade de inteligência artificial.
Diferentemente de algumas outras representações (como quadros), a lógica
permite raciocinar facilmente sobre negativas (como “este livro não é vermelho”)
e disjunções (“ele é um soldado ou um marinheiro”). E ela também é usada para
representar linguagem em sistemas que sejam capazes de compreender e
analisar a linguagem humana.
Uma das principais fraquezas da lógica tradicional é a sua incapacidade
de lidar com incerteza. Sentenças lógicas devem ser expressas em termos de
verdade ou falsidade – não é possível raciocinar, em lógica clássica, sobre
possibilidades.
Há versões de lógicas, tais como lógicas modais, que fornecem alguma
capacidade para raciocinar sobre possibilidades, bem como métodos
probabilísticos e lógica nebulosa, os quais, por sua vez, fornecem modos bem
mais rigorosos para raciocinar em situações de incerteza (Coppin, 2017).
4
Figura 1 – Aristóteles
Crédito: thelefty/Shutterstock.
Crédito: Nicku/Shutterstock.
5
1.1.3 Período booleano: (± 1840 a ± 1910)
Crédito: D. Ribeiro/Shutterstock.
6
Figura 4 – Bertrand Russell
7
implica sempre na veracidade da conclusão. Os argumentos são definidos em
tópico específico deste roteiro.
A lógica dedutiva trata apenas da verificação da validade de argumentos,
e não de sua solidez (assunto das outras ciências).
Ela pode ser dividida em:
• lógica clássica;
• lógicas complementares da clássica;
• lógicas não clássicas.
8
TEMA 2 – CONCEITOS
2.1 Argumentos
9
Esse conjunto de sentenças é considerado válido, pois a conclusão (Mary
é azul) segue logicamente as outras duas sentenças (premissas) (Coppin, 2017).
O mesmo autor, Coppin (2017), cita que a razão pela qual validade e
veracidade podem ser separadas desse modo é simples: um raciocínio é
considerado válido se sua conclusão for verdadeira, nos casos em que suas
premissas também sejam verdadeiras.
Assim, um conjunto válido de sentenças, como as anteriores, pode chegar
a uma conclusão falsa, desde que uma ou mais das premissas também sejam
falsas.
Portanto, “um raciocínio é válido se ele conduzir a uma conclusão
verdadeira em todas as situações nas quais as premissas sejam verdadeiras”.
A lógica está envolvida com valores-verdade. Os possíveis valores-
verdade são verdadeiros e falsos. Estes podem ser considerados as unidades
fundamentais da lógica, e quase toda lógica está, em última análise, envolvida a
tais valores-verdade.
Exemplo A Exemplo B
Premissa: “Todo homem é mortal.” “Se x > 0, x é positivo.”
Premissa: “José é homem.” “x = 4.”
Conclusão: “Logo, José é mortal.” “Logo, 4 é positivo.”
10
Premissas
Conclusão
11
Se as premissas de um argumento dedutivo forem de fato verdadeiras, e
a conclusão for verdadeira no sentido da forma (argumento válido), então o
argumento também é sólido.
• “𝟐𝟐 + 𝟐𝟐 = 𝟒𝟒” 𝒆𝒆 “𝟐𝟐 + 𝟐𝟐 = 𝟑𝟑” é uma proposição composta (no caso, 𝑭𝑭).
13
Como a lógica que trata apenas das proposições singulares é mais
simples do que a que trata de conjuntos de objetos, os autores preferiram
separar o estudo da lógica matemática em duas partes: o cálculo
proposicional, ou lógica sentencial, que se ocupa das proposições singulares,
e o cálculo de predicados, ou lógica dos predicados, que trata dos conjuntos
de objetos e suas propriedades.
Para tratar dos objetos e suas propriedades, o cálculo de predicados
apresenta dois conceitos matemáticos: a variável, para se referir a um objeto
genérico de uma categoria; e os quantificadores, expressões como “para todo”
e “existe algum” para se referirem à quantidade de objetos que partilham o
mesmo predicado.
Assim, a proposição “todos os homens são mortais” assume a forma “para
todo 𝒙𝒙, se 𝒙𝒙 é um homem, então 𝒙𝒙 é mortal” e as proposições “alguns astronautas
foram à Lua” e “nem todos os gatos caçam ratos” assumem respectivamente as
formas “existe um 𝒙𝒙 tal que 𝒙𝒙 é um astronauta e 𝒙𝒙 foi à Lua” e “existe um 𝒙𝒙 tal
que 𝒙𝒙 é um gato e 𝒙𝒙 não caça ratos”.
Quando as variáveis e quantificadores se referem apenas aos objetos, o
cálculo de predicados também é chamado lógica de primeira ordem; mas
podemos pensar em uma situação na qual as variáveis e quantificadores se
refiram também aos predicados; por exemplo, considere o enunciado “existe um
predicado que todas as pessoas possuem”, que pode ser expresso por “existe
um 𝒑𝒑 tal que 𝒑𝒑 é um predicado e tal que para todo 𝒙𝒙, se 𝒙𝒙 é uma pessoa, 𝒙𝒙 possui
𝒑𝒑”.
Quando as variáveis e quantificadores se referem também aos
predicados, como na expressão anterior, temos o que chamamos lógica de
segunda ordem. Um exemplo importante é o principio de indução matemática:
“se o numero 𝟏𝟏 tiver um predicado, e o fato de 𝒏𝒏 possuir esse predicado implica
em que 𝒏𝒏 + 𝟏𝟏 também o possua, então o predicado se aplica a todos os
números naturais”.
Os predicados de primeira ordem são, pois, aqueles que se aplicam a
indivíduos; de segunda ordem são aqueles que se aplicam a indivíduos e aos
predicados de primeira ordem. A generalização pode prosseguir,
considerando−se predicados de terceira ordem, de quarta ordem, e assim por
diante, cada um deles aplicando-se aos indivíduos e aos predicados das ordens
anteriores.
14
TEMA 5 – CÁLCULO PROPOSICIONAL E DE PREDICADOS
15
Operação Conectivo Símbolo
Negação Não ∼
Conjunção E ∧
Disjunção Ou ∨
Implicação ou condicional se... então →
Bi-implicação ou bicondicional se e somente se ↔
~, ∧ , ∨, ⟶ , ⟷
• “𝒙𝒙 > 𝟎𝟎” e “𝒄𝒄𝒄𝒄𝒄𝒄 = ‘𝒂𝒂𝒂𝒂𝒂𝒂𝒂𝒂’”: será 𝑽𝑽 se 𝒙𝒙 for positivo e cor for azul.
16
FINALIZANDO
17
RACIOCÍNIO LÓGICO
AULA 2
simples;
𝒑: “A lua é quadrada”;
2
𝒒: “A neve é branca”.
𝒑: “A lua é quadrada”;
𝒒: “A neve é branca”;
𝑷(𝒑, 𝒒): “Se a lua é quadrada, então a neve é branca”. “Se 𝒑, então 𝒒”.
3
“Pedro é magro e Mário é alto”;
Conjunção: 𝑨 ∧ 𝑩;
Disjunção: 𝑨 ∨ 𝑩;
Implicação: 𝑨 → 𝑩;
Bi-implicação: 𝑨 ↔ 𝑩, sendo: 𝑨: antecedente; 𝑩: consequente.
4
𝑷(𝒑): “Não estudo” = ~𝒑;
𝑷(𝒑, 𝒒): “Estudo e sou aprovado” = 𝒑 ∧ 𝒒;
𝑷(𝒑, 𝒒): “Estudo ou sou aprovado” = 𝒑 ∨ 𝒒;
𝑷(𝒑, 𝒒): “Se estudo então sou aprovado” = 𝒑 → 𝒒;
𝑷(𝒑, 𝒒): “Sou aprovado se e somente se estudo” = 𝒒 ↔ 𝒑.
5
Dessa forma, as operações da expressão 𝒑 ∧∼ 𝒒 → 𝒓 ∨ 𝒔 serão
executadas na seguinte ordem:
𝒑 ∧∼ 𝒒 → 𝒓 ∨ 𝒔
21 4 3.
Um caso especial é a utilização de negações consecutivas; por exemplo,
a proposição “é falso que eu não tenha saído” pode ser simbolizada por ∼∼ 𝒑
(em que 𝒑 representa “eu tenha saído”); nesse caso, a segunda negação deve
ser executada antes.
Quando necessário modificar a ordem de precedência, utilizam-se
parênteses. Assim, no exemplo dado, a expressão 𝒑 ∧ 𝒒 → 𝒓 significa:
“Se Mário foi ao cinema e João foi ao teatro, então Marcelo ficou em
casa”;
e a expressão 𝒑 ∧ (𝒒 → 𝒓) significa:
“Mário foi ao cinema e, se João foi ao teatro, então Marcelo ficou em
casa”.
A utilização dos conectivos ∧ e ∨ pode causar ambiguidade até mesmo
em linguagem natural, como, por exemplo, na expressão:
“Mário foi ao cinema e Marcelo ficou em casa ou Maria foi à praia”,
representada por 𝒑 ∧ 𝒒 ∨ 𝒔, que não deixa claro seu significado, que
tanto pode significar:
“Mário foi ao cinema e Marcelo ficou em casa ou então Maria foi à praia”,
representada por (𝒑 ∧ 𝒒) ∨ 𝒔; como pode significar:
“Mário foi ao cinema e Marcelo ficou em casa ou Maria foi à praia”,
representada por 𝒑 ∧ (𝒒 ∨ 𝒔), que são claramente afirmações distintas.
Segundo a ordem de precedência da lógica, a expressão dada
corresponde à primeira forma apresentada; contudo, para evitar incertezas,
utilizam-se parênteses.
Assim, as expressões simbólicas podem assumir aspectos ainda mais
complexos, como, por exemplo:
(𝒑 ↔ 𝒒 ∨ (∼ 𝒓 → 𝒔)) ∧∼ 𝒕.
Para determinar a ordem de execução das operações que possuem
parênteses, utiliza-se o algoritmo ordem de precedência com parênteses, em
cinco passos, a saber:
6
2. Volte até encontrar o “(” correspondente, delimitando assim um trecho da
expressão sem parênteses.
5. Volte ao passo 1.
Nota
Estabelecer precedência entre operadores é uma questão basicamente
de convenção. Por exemplo, alguns autores estabelecem a precedência dos
operadores de implicação e bi-implicação (→ e ↔, respectivamente) antes dos
de conjunção e disjunção (∧ e ∨, respectivamente). Também se convencionou
que, quando os operadores são repetidos, resolve-se a expressão da esquerda
para a direita (exceto para a negação). Todavia, em outras referências,
convenciona-se que, quando há repetição do operador de implicação (→) ou bi-
implicação (↔), resolve-se a expressão da direita para a esquerda. Assim, para
essa outra convenção, a expressão que aqui seria escrita como 𝒑 → 𝒒 → 𝒓, lá
deve ser escrita como (𝒑 → 𝒒) → 𝒓. Dessa forma, uma expressão como essa
será avaliada da mesma forma, nas duas convenções, por meio do uso de
parênteses para ajustar as precedências. Portanto, quando for consultado um
7
livro sobre lógica ou utilizada uma calculadora proposicional (existe disponível
na web), deve-se verificar qual a precedência utilizada para poder compatibilizar
as proposições.
TEMA 2 – TABELAS-VERDADE
9
Tabela 1 – Exemplo de tabela-verdade
p q p, q
V V V ou F
V F V ou F
F V V ou F
F F V ou F
Fonte: Elaborada pelo autor.
Para as colunas:
Para as linhas:
11
Tabela 3 – Exemplo de aplicação de tabela-verdade
4.1 Negação
12
Tabela 4 – Tabela-verdade de uma operação de negação
𝒑 ~𝒑
V F
F V
Fonte: Elaborada pelo autor.
4.2 Conjunção
𝒑 𝒒 𝒑∧𝒒
V V V
V F F
F V F
F F F
Fonte: Elaborada pelo autor.
4.3 Disjunção
13
(𝑽𝑳(𝒑) = 𝑭, 𝑽𝑳(𝒒) = 𝑭).
Seja a proposição: “Paulo ou José irão à festa” (𝒑: “Paulo vai à festa”;
𝒒: “José vai à festa”). Essa proposição será 𝑽 (verdadeira) em qualquer situação
em que Paulo for ou José for (quando Paulo for ou José não for; ou quando
Paulo não for e José for; ou quando Paulo for e José for), sendo 𝑭 (falsa) apenas
quando ambos não forem.
Se 𝒑 e 𝒒 são proposições, a expressão 𝒑 ∨ 𝒒 é chamada de disjunção de
𝒑 e 𝒒 e as proposições 𝒑 e 𝒒 são chamadas de parcelas da expressão.
A tabela-verdade da operação de disjunção segue normas e regras
definidas, como nas outras operações, também com (𝟐𝟐 ), 4 linhas (Tabela 6).
𝒑 𝒒 𝒑∨𝒒
V V V
V F V
F V V
F F F
Fonte: Elaborada pelo autor.
14
Tabela 7 – Tabela-verdade de uma operação de implicação (condicional)
𝒑 𝒒 𝒑→𝒒
V V V
V F F
F V V
F F V
Fonte: Elaborada pelo autor.
𝒑 𝒒 𝒑↔𝒒
V V V
V F F
F V F
F F V
Fonte: Elaborada pelo autor.
4.6 Ou exclusivo
𝒑 𝒒 𝒑 → (𝒒 ∧ ∼ 𝒑) ↔∼ (𝒑 ∨ 𝒒) ∧ (∼ 𝒑 ∨ q)
8 2 1 96 3 7 4 5
1
2
3
4
Fonte: Elaborada pelo autor.
Para as linhas:
16
6. Prosseguir dessa forma se houver mais componentes, sempre
dobrando o número de 𝑽 e 𝑭 a cada coluna à esquerda.
𝒑 𝒒 𝒑 → (𝒒 ∧ ∼ 𝒑) ↔∼ (𝒑 ∨ 𝒒) ∧ (∼ 𝒑 ∨ q)
8 2 1 96 3 7 4 5
1 V V
2 V F
3 F V
4 F F
Fonte: Elaborada pelo autor.
𝒑 𝒒 𝒑 → (𝒒 ∧ ∼ 𝒑) ↔∼ (𝒑 ∨ 𝒒) ∧ (∼ 𝒑 ∨ q)
8 2 1 96 3 7 4 5
1 V V F
2 V F F
3 F V V
4 F F V
𝒑 𝒒 𝒑 → (𝒒 ∧ ∼ 𝒑) ↔∼ (𝒑 ∨ 𝒒) ∧ (∼ 𝒑 ∨ q)
8 2 1 96 3 7 4 5
1 V V F F
2 V F F F
3 F V V V
4 F F F V
𝒑 𝒒 𝒑 → (𝒒 ∧ ∼ 𝒑) ↔∼ (𝒑 ∨ 𝒒) ∧ (∼ 𝒑 ∨ q)
8 2 1 96 3 7 4 5
1 V V F F V
2 V F F F V
3 F V V V V
4 F F F V F
𝒑 𝒒 𝒑 → (𝒒 ∧ ∼ 𝒑) ↔∼ (𝒑 ∨ 𝒒) ∧ (∼ 𝒑 ∨ q)
8 2 1 96 3 7 4 5
1 V V F F V F
2 V F F F V F
3 F V V V V V
4 F F F V F V
17
𝒑 𝒒 𝒑 → (𝒒 ∧ ∼ 𝒑) ↔∼ (𝒑 ∨ 𝒒) ∧ (∼ 𝒑 ∨ q)
8 2 1 96 3 7 4 5
1 V V F F V F V
2 V F F F V F F
3 F V V V V V F
4 F F F V F V V
𝒑 𝒒 𝒑 → (𝒒 ∧ ∼ 𝒑) ↔∼ (𝒑 ∨ 𝒒) ∧ (∼ 𝒑 ∨ q)
8 2 1 96 3 7 4 5
1 V V F F F V F V
2 V F F F F V F F
3 F V V V F V V F
4 F F F V V F V V
𝒑 𝒒 𝒑 → (𝒒 ∧ ∼ 𝒑) ↔∼ (𝒑 ∨ 𝒒) ∧ (∼ 𝒑 ∨ q)
8 2 1 96 3 7 4 5
1 V V F F F V F F V
2 V F F F F V F F F
3 F V V V F V F V F
4 F F F V V F V V V
𝒑 𝒒 𝒑 → (𝒒 ∧ ∼ 𝒑) ↔∼ (𝒑 ∨ 𝒒) ∧ (∼ 𝒑 ∨ q)
8 2 1 96 3 7 4 5
1 V V F F F F V F F V
2 V F F F F F V F F F
3 F V V V V F V F V F
4 F F V F V V F V V V
𝒑 𝒒 𝒑 → (𝒒 ∧ ∼ 𝒑) ↔∼ (𝒑 ∨ 𝒒) ∧ (∼ 𝒑 ∨ q)
8 2 1 96 3 7 4 5
1 V V F F F VF V F F V
2 V F F F F VF V F F F
3 F V V V V FF V F V F
4 F F V F V VV F V V V
Fonte: Elaborada pelo autor.
FINALIZANDO
18
Construção de Tabelas Verdade.
Vimos que, dada uma expressão proposicional, e dados os valores lógicos das proposições
simples que a compõe, podemos, com a ordem de precedência, calcular o valor lógico da
expressão dada; no entanto, estaremos interessados, muitas vezes, no conjunto de valores
lógicos que a expressão pode assumir, para quaisquer valores lógicos das proposições
componentes.
Na expressão, existem apenas duas proposições componentes, p e q; como cada uma pode ser
verdadeira ou falsa, temos quatro possibilidades: p e q ambas verdadeiras, p verdadeira e q falsa,
p falsa e q verdadeira, ou, finalmente, p e q ambas falsas.
Tendo obtido também a ordem de precedência das operações, nossa tabela assume a forma:
Uma tabela como essa, na qual são apresentados todos os valores verdade possíveis de uma
proposição composta, para cada combinação dos valores verdade das proposições componentes,
é chamada Tabela Verdade da proposição composta.
Cada linha da Tabela corresponde a uma possível combinação dos valores lógicos das
proposições componentes; como são dois os valores lógicos, existem, para n componentes, 2 n
combinações possíveis. Portanto, a Tabela Verdade de uma expressão proposicional tem 2 n
linhas, alem do cabeçalho.
Observe que a Tabela Verdade possui dois tipos de colunas: colunas para as proposições
componentes (onde são distribuídos os valores V e F de forma a incluir cada possível
combinação) e colunas para as operações (onde os valores V e F são obtidos pela definição das
operações); assim, se a expressão possui n componentes e m operações, a Tabela terá m + n
colunas.
Para determinar unicamente a Tabela Verdade, podemos estabelecer certas convenções para
sua construção:
A. Para as colunas:
1. Dispor as proposições componentes em ordem alfabética.
2. Dispor as operações na ordem de precedência determinada pelo Algoritmo Ordem de
Precedência (Com Parênteses, se for o caso).
B. Para as linhas
1. Alternar V e F para a coluna do último componente.
2. Alternar V V e F F para a coluna do penúltimo componente.
3. Alternar V V V V e F F F F para a coluna do antepenúltimo componente.
4. Prosseguir dessa forma, se houver mais componentes, sempre dobrando o numero de
V’s e F’s para cada coluna à esquerda.
Para exemplificar, considere a expressão proposicional,
(p q) ((p r) r)
(p q) ((p r) r)
1 6 5 2 4 3
4. Equivalência Lógica.
De acordo com os valores lógicos que as proposições compostas assumem, em suas possíveis
interpretações, elas podem ser classificadas em vários tipos:
pp
(p p)
pp
(p p)
p q p q q p qp (p q) q p
V V V F F V V
V F F V F F V
F V V F V V V
F F V V V V V
Escrevemos, então, p q q p
Decorre imediatamente da definição que, se duas proposições são equivalentes, então possuem
a mesma Tabela Verdade, e, reciprocamente, se duas proposições têm a mesma Tabela
Verdade, são equivalentes. De fato, uma bicondicional é V se e somente se seus componentes
têm os mesmos valores lógicos; como a expressão também é uma tautologia, é V em todos os
casos; isto é, seus componentes têm o mesmo valor lógico em todos os casos, ou seja, têm a
mesma Tabela Verdade.
Decorre ainda da definição que todas as tautologias, bem como todas as contradições, são
equivalentes entre si.
Reflexiva: p p
Simétrica: Se p q então q p
Transitiva: Se p q e q r então p r
Listamos abaixo algumas das equivalência mais importantes (e úteis) da Lógica; cada uma delas
pode ser provada, simplesmente mostrando que a bicondicional correspondente é uma tautologia,
bastando, para isso, construir sua Tabela Verdade.
Em termos textuais, duas proposições são equivalentes quando traduzem a mesma idéia,
diferindo apenas a forma de apresentar essa idéia. Apresentamos abaixo algumas das principais
eqüivalências da Lógica, exemplificando textualmente algumas:
Leis da Comutatividade
pqqp
pqqp
Leis da Associatividade
(p q) r p (q r)
(p q) r p (q r)
Leis da Distributividade
p (q r) (p q) (p r)
p (q r) (p q) (p r)
Leis de De Morgan
(p q) p q
(p q) p q
Exemplo: “É falso que João tenha ido ao cinema e ao teatro” eqüivale a “Ou João não foi ao
cinema ou não foi ao teatro”
Leis da Idempotência
ppp
ppp
Lei da Condicional
pqpq
Exemplo: “Se continuar chovendo, o rio vai transbordar” eqüivale a “Ou pára de chover ou o rio
vai transbordar”
Lei da Bicondicional
p q (p q) (q p)
p q (p q) ( p q)
Exemplo: “Um numero é divisível por 10 se e somente se terminar por zero” eqüivale a “Se um
numero terminar por zero, então é múltiplo de 10, e, se for múltiplo de 10, então termina por zero”;
também eqüivale a “Ou o número é múltiplo de 10 e termina em zero, ou não é múltiplo de 10 e
não termina em zero”
Lei da Contraposição
pqqp
Exemplo: “Se João estudar, será aprovado” eqüivale a “Se João não estudar, não será aprovado”
Lei da Absorção
ppqpq
Lei de Clavius
ppp
Lei do Dilema
(p q) ( p q) q
Exemplo: “Se eu for aprovado, vou viajar, e, se não for, também vou” eqüivale a “vou viajar”
a) Eliminando o bicondicional: p q (p q) ( p q)
b) Eliminando o condicional: pqpq
c) Escrevendo a disjunção em termos de conjunção: p q ( p q)
d) Escrevendo a conjunção em termos de disjunção: p q ( p q)
Eliminando o condicional:
(p q) p
Eliminando o bicondicional:
[ (p q) ( p q) ] p
Escrevendo a conjunção em termos de disjunção:
[ ( p q) (p q) ] p
5. Inferência Lógica.
Uma inferência lógica, ou, simplesmente uma inferência, é uma tautologia da forma p q; a
proposição p é chamada antecedente, e q, conseqüente da implicação. As inferências lógicas, ou
regras de inferência, são representadas por p q.
De fato, para que a condicional seja verdadeira, essa condição é necessária, pois, se o
conseqüente for falso com o antecedente verdadeiro, a condicional não é verdadeira. Por outro
lado, a condição também é suficiente, pois, quando o antecedente é falso, a condicional é
verdadeira, não importando o valor lógico do conseqüente.
As regras de inferência são, na verdade, formas válidas de raciocínio, isto é, são formas que nos
permitem concluir o conseqüente, uma vez que consideremos o antecedente verdadeiro; em
termos textuais, costumamos utilizar o termo “logo” (ou seus sinônimos: portanto, em
conseqüência, etc) para caracterizar as Regras de Inferência; a expressão p q pode então ser
lida: p; logo, q.
Reflexiva: pp
Transitiva: Se p q e q r, então p r
Listamos abaixo algumas das regras de inferência mais importantes da Lógica; da mesma forma
que no caso das eqüivalências, cada uma delas pode ser provada, bastando para isso construir a
Tabela Verdade da condicional correspondente; se a condicional for tautológica, será uma
inferência.
Vamos exemplificar com a regra de inferência conhecida por Modus Ponens:
(p q) p q
p q pq (p q) p (p q) p q
V V V V V
V F F F V
F V V F V
F F V F V
Regra da Adição
ppq
Regra da Simplificação
pqp
Regra da Absorção
p q p (p q)
Exemplo: “Se trabalho, ganho dinheiro; logo, se trabalho, trabalho e ganho dinheiro”
Exemplo: “Se trabalho, ganho dinheiro, e, se ganho dinheiro, vou viajar; logo, se trabalho, vou
viajar”
Dilema Construtivo
(p q) (r s) (p r) q s
Exemplo: “Se vou à festa, fico cansado; se vejo televisão, durmo; ou vou à festa ou fico vendo
televisão; logo, ou fico cansado ou durmo”
Dilema Destrutivo
(p q) (r s) ( q s) p r
Exemplo: “Se vou à festa, fico cansado; se vejo televisão, durmo; ou não fico cansado ou não vou
dormir; logo, ou não vou à festa ou não vejo televisão”
Exemplo: “O avião está voando; o avião não está voando; logo, eu sou o Rei da Inglaterra”
Modus Ponens
(p q) p q
Exemplo: “Se ganhar na Loteria, fico rico; ganhei na Loteria; logo, fiquei rico”
Modus Tollens
(p q) q p
Exemplo: “Se ganhar na Loteria, fico rico; não fiquei rico; logo não ganhei na Loteria”
Regra da Atenuação
pqpqr
Exemplo: “Se eu ganhar na Loteria, fico rico; logo, se eu ganhar na Loteria, fico rico e vou viajar”
Regra da Retorsão
ppp
Propriedades semânticas
Objetivos de acordo com Tautologia, contradição e contingência
a taxonomia de Bloom
revisada
Objetivos Específicos
𝑰[𝑨(𝑽, 𝑽, 𝑽)] = 𝑽
𝑰[𝑨(𝑽, 𝑽, 𝑭)] = 𝑽
𝑰[𝑨(𝑽, 𝑭, 𝑽)] = 𝑽
𝑰[𝑨(𝑽, 𝑭, 𝑭)] = 𝑭
𝑰[𝑨(𝑭, 𝑽, 𝑽)] = 𝑽
𝑰[𝑨(𝑭, 𝑽, 𝑭)] = 𝑭
𝑰[𝑨(𝑭, 𝑭, 𝑽)] = 𝑽
2
𝑰[𝑨(𝑭, 𝑭, 𝑭)] = 𝑭
p q r 𝒑 ∧ 𝒒 ∨ 𝒓
V V V V V
V V F V V
V F V F V
V F F F F
F V V F V
F V F F F
F F V F V
F F F F F
TEMA 2 – TAUTOLOGIA
𝒑 ~𝒑 𝒑 ∧ ~𝒑 ~(𝒑 ∧ ~𝒑)
V F F V
F V F V
𝒑 ~𝒑 𝒑 ∨ ~𝒑
3
V F V
F V V
p q 𝒑 ∧ 𝒒 ∨ ~𝒑 ∨ ~𝒒
V V V V F V F
V F F F F V V
F V F V V V F
F F F V V V V
TEMA 3 – CONTRADIÇÃO
p ~p (𝒑 ∧ ~𝒑)
V F F
F V F
4
Portanto, dizer que uma proposição pode ser simultaneamente verdadeira
e falsa é sempre falso.
A proposição 𝑃(𝑝, 𝑞): (𝑝 → 𝑞) ∧ 𝑝 ∧ ~𝑞 é uma contradição, pois 𝐼[𝑃] = 𝐹
como comprovado na tabela-verdade:
p q (𝒑 → 𝒒) ∧ 𝒑 ∧ ~𝒒
V V V V F F
V F F F F V
F V V F F F
F F V F F V
TEMA 4 – CONTINGÊNCIA
• não é tautologia e;
• não é contradição
p q (𝒑 → 𝒒) ∧ ~𝒒 ∨ 𝒑
V V V F FV
V F F F VV
5
F V V F FF
F F V V VV
5.1.1 Tautologia
5.1.2 Contradição
5.1.3 Contingência
6
5.1.4 Satisfazibilidade
5.1.5 Falseabilidade
7
5.3 Validade e invalidade
𝒑 ∧ 𝒒 → 𝒓 ∧ ~𝒒 ⊢ 𝒑 ∨ 𝒓
𝒑 𝒒 𝒓 𝒑∧𝒒→𝒓 ∧ ~𝒒 ⇒ (𝒑 ∨ 𝒓)
V V V V V F F V V
V V F V F F F V V
V F V F V V V V V
V F F F V V V V V
F V V F V F F V V
F V F F V F F V F
F F V F V V V V V
F F F F V V V F F
𝒑∧𝒒→𝒓=𝑭→𝑽 =𝑽
~𝒒 = ~𝑭 = 𝑽
𝒑 ∨ 𝒒 ∨ 𝒓 ∧ 𝒑 → 𝒔 ∧ ~𝒒 ⊢ 𝒔
10
𝒑∨𝒒∨𝒓=𝑭∨𝑽 =𝑽
“se estudo sou aprovado” 𝒑 → 𝒔
𝒑→𝒔=𝑭→𝑭 =𝑽
“não trabalho” ~𝒒
~𝒒 = ~𝑭 = 𝑽
“Logo, sou aprovado” ⊢ 𝒔
𝒔=𝑭 =𝑭
Isto é, na linha destacada há uma combinação de valores que satisfazem
a condição de invalidade. O argumento é, portanto, inválido.
Se não for possível atribuir valores verdade aos enunciados simples dos
componentes de argumento, de modo que suas premissas se tornem
verdadeiras e sua conclusão falsa, então o argumento é válido.
Ex.: Satisfazibilidade e consistência de especificação.
Seja a seguinte especificação:
“Uma mensagem é armazenada no buffer ou ela é transmitida para um
site vizinho. Uma mensagem não é armazenada no buffer. Se a mensagem é
armazenada no buffer, então é transmitida para um site vizinho.”
Para que a especificação seja consistente, deve ser satisfazível em
alguma interpretação.
Sejam as proposições simples:
𝒑: “Uma mensagem é armazenada no buffer.”
𝒒: “Uma mensagem é transmitida para um site vizinho.”
Aplicando à especificação acima, tem-se o abaixo.
“Uma mensagem é armazenada no buffer ou ela é transmitida para um
site vizinho.” 𝒑 ∨ 𝒒
“Uma mensagem não é armazenada no buffer.” ~𝒑
“Se a mensagem é armazenada no buffer, então é transmitida para um
site vizinho” 𝒑 → 𝒒
A proposição correspondente a esta especificação é, portanto, a seguinte:
(𝒑 ∨ 𝒒) ∧ ~𝒑 ∧ (𝒑 → 𝒒).
𝒑 𝒒 (𝒑 ∨ 𝒒) ∧ ~𝒑 ∧ (𝒑 → 𝒒)
11
V V V F F F V
V F V F F F F
F V V V V V V
F F F F V F V
𝒑 𝒒 (𝒑 ∨ 𝒒) ∧ ~𝒑 ∧ (𝒑 → 𝒒) ∧ ~𝒒
V V V F F F V F F
V F V F F F F F V
F V V V V V V F F
F F F F V F V F V
12
Resumindo, temos as seguintes situações na dedução de um argumento:
Um argumento é válido quando:
FINALIZANDO
• Tautologia
• Contradição
• Contingência
• Satisfazível
• Falsificável
13
RACIOCÍNIO LÓGICO
AULA 4
p q ~𝒑 𝒑 ∧ ~𝒑 𝒑 ∧ ~𝒑 → 𝒒
V V F F V
V F F F V
F V V F V
F F V F V
2
Já o símbolo ⇔ indica uma relação; em que todas as avaliações possíveis
de uma operação bicondicional entre 𝑷 e 𝑸 (𝑷 ↔ 𝑸) resultam em 𝑽
(tautologia).
Ex.: a bicondicional ~(𝒑 ∧ ~𝒒) ↔ (𝒑 → 𝒒) é tautologia. Logo, ~(𝒑 ∧
~𝒒) ⇔ (𝒑 → 𝒒) é tautologia (equivalência lógica).
p q ~𝒑 𝒑 ∧ ~𝒑 𝒑 ∧ ~𝒑 → 𝒒
V V F F V
V F F F V
F V V F V
F F V F V
3
𝑷 ⇒ 𝑸 ocorre sempre que os valores de seus conectivos forem V
(verdadeiros).
Em síntese, a condição necessária e suficiente para que uma implicação
lógica qualquer representada por 𝑷 ⇒ 𝑸 seja válida (verdadeira) é que a
proposição condicional 𝑷 (𝒑, 𝒒, 𝒓 … ) → 𝑸 (𝒑, 𝒒, 𝒓 … ) seja uma tautologia.
Ex.: verificar se 𝒑 ∧ 𝒒 ⇒ 𝒑 ∨ 𝒒 é válida. Para isso, basta construir a tabela-
verdade da proposição 𝒑 ∧ 𝒒 → 𝒑 ∨ 𝒒 e observar o resultado.
4
p q r 𝒑→𝒒 ∧ 𝒒→𝒓 → (𝒑 → 𝒓)
V V V V V V V V
V V F V F F V F
V F V F F V V V
V F F F F V V F
F V V V V V V V
F V F V F F V V
F F V V V V V V
F F F V V V V V
5
consequente, a conjunção e das proposições que integram a primeira
condicional. Ex.:
“Se eu vou, então ele vai. Logo, se e eu vou, então eu vou e ele vai.”
Silogismo disjuntivo (SD)
(𝒑 ∨ 𝒒) ∧ ~𝒑 ⇒ 𝒒
(𝒑 ∨ 𝒒) ∧ ~𝒒 ⇒ 𝒑
Silogismo é um argumento constituído de três proposições declarativas
que se conectam de tal modo que, com base nas duas primeiras, chamadas de
premissas, é possível deduzir uma conclusão.
Se uma disjunção é verdadeira e um dos operandos é falso, o outro tem
que ser verdadeiro. Ex.:
“Eu vou ou ele vai. Eu não vou. Logo, ele vai.”
“Eu vou ou ele vai. Ele não vai. Logo, eu vou.”
Silogismo hipotético (SH)
(𝒑 → 𝒒) ∧ (𝒒 → 𝒓) ⇒ (𝒑 → 𝒓)
O silogismo hipotético se baseia na propriedade de transitividade da
implicação. Se o consequente de uma implicação coincide com o antecedente
de uma segunda implicação, então o consequente da primeira implica o
consequente da segunda. Ex.:
“Se eu vou, então ele vai. Se ele vai, então ela vai. Logo, se eu vou, então
ela vai.”
Modus ponens (MP)
(𝒑 → 𝒒) ∧ 𝒑 ⇒ 𝒒
Modus ponens, em latim, significa a maneira que afirma afirmando, que
constitui a eliminação de uma implicação.
Se o antecedente de uma condicional é verdadeiro, então o consequente
tem que ser verdadeiro também. Ex.:
“Se eu vou, ele vai. Eu vou. Logo, ele vai.”
Não confundir com as falácias
Falácia da afirmação do consequente:
(𝒑 → 𝒒) ∧ 𝒒 → 𝒑
Ex.: “Se eu vou, ele vai. Ele vai. Logo, eu vou.”
Falácia da negação do antecedente:
(𝒑 → 𝒒) ∧ ~𝒑 → ~𝒒
Ex.: “Se eu vou, ele vai. Eu não vou. Logo, ele não vai.”
6
Modus tollens (MT)
(𝒑 → 𝒒) ∧ ~𝒒 ⇒ ~𝒑
Modus tollens, em latim, significa modo que nega; nesse caso, a negação
do consequente que nega o antecedente da implicação.
Contradizendo o consequente de uma condicional verdadeira, conclui-se
pela contradição do antecedente. É também chamado de contradição do
consequente. Ex.:
“Se eu vou, ele vai. Ele não vai. Logo, eu não vou.”
Dilema construtivo (DC)
(𝒑 → 𝒒) ∧ (𝒓 → 𝒔) ∧ (𝒑 ∨ 𝒓) ⇒ 𝒒 ∨ 𝒔
Tem como base a regra do MP. É uma disjunção que contém dois
antecedentes e dois consequentes. Sendo a disjunção dos precedentes
verdadeira, conclui-se pela veracidade da disjunção dos consequentes. Ex.:
“Se eu vou, ele vai. Se fulano vai, sicrano vai. Eu vou ou fulano vai. Logo,
ela vai ou sicrano vai.”
Dilema destrutivo (DD)
(𝒑 → 𝒒) ∧ (𝒓 → 𝒔) ∧ (~𝒒 ∨ ~𝒔) ⇒ (~𝒑 ∨ ~𝒓)
O dilema destrutivo tem como base a regra do MT. É uma disjunção que
contém a contradição dos dois consequentes de dois antecedentes. Sendo a
disjunção das negações dos consequentes verdadeira, conclui-se pela
veracidade da disjunção das negações dos antecedentes. Ex.:
“Se eu vou, ele vai. Se fulano vai, sicrano vai. Ele não vai ou sicrano não
vai. Logo, eu não vou ou fulano não vai.”
Proposição recíproca de 𝒑 → 𝒒: 𝒒 → 𝒑
Proposição inversa de 𝒑 → 𝒒: ~𝒑 → ~𝒒
Proposição contrapositiva de 𝒑 → 𝒒: ~𝒒 → ~𝒑
p q ∼ 𝒒 𝒑 ∧∼ 𝒒 ∼ (𝒑 ∧∼ 𝒒) 𝒑 → 𝒒 ~(𝒑 ∧ ~𝒒) ↔ (𝒑 → 𝒒)
V V F F V V V
V F V V F F V
F V F F V V V
F F V F V V V
Reflexiva: 𝑷 ⇔ 𝑷.
Simétrica: se 𝑷 ⇔ 𝑸, então 𝑸 ⇔ 𝑷.
Transitiva: se 𝑷 ⇔ 𝑸 e 𝑸 ⇔ 𝑹, então 𝑷 ⇔ 𝑹.
8
3.2 Equivalências lógicas notáveis
9
“Eu vou ou ele vai ou ela vai se, e somente se, eu vou ou ele vai ou ela
vai.”
“Eu vou e ele vai e ela vai se, e somente se, eu vou e ele vai e ela vai.”
Distribuição (Dist)
𝒑 ∨ (𝒒 ∧ 𝒓) ⇔ (𝒑 ∨ 𝒒) ∧ (𝒑 ∨ 𝒓)
𝒑 ∧ (𝒒 ∨ 𝒓) ⇔ (𝒑 ∧ 𝒒) ∨ (𝒑 ∧ 𝒓)
Uma disjunção pode se distribuir em uma conjunção. Uma conjunção
pode se distribuir em uma disjunção. Ex.:
“Eu vou ou ele vai e ela vai se, se somente se, eu vou ou ele vai e eu vou
ou ela vai.”
“Eu vou e ele vai ou ela vai se, se somente se, eu vou e ele vai ou eu vou
e ela vai.”
Contraposição ou transposição (Trans)
𝒑 → 𝒒 ⇔ ~𝒒 → ~𝒑
𝒑 ↔ 𝒒 ⇔ ~𝒒 ↔ ~𝒑
(𝒑 ↔ 𝒒 ⇔ ~𝒑 ↔ ~𝒒)
Os membros de uma condicional ou bicondicional podem ser transpostos
se precedidos de uma negação. Ex.:
“Se eu vou, então ele vai se, se somente se, se ele não vai, então eu não
vou.”
“Eu vou se e somente se ele vai se, e somente se, ele não vai se e
somente se eu não vou.”
Implicação material (IMPL)
𝒑 → 𝒒 ⇔ ~𝒑 ∨ 𝒒
Mostra-se a equivalência entre uma condicional e uma disjunção. Ex.:
“Se eu vou, então ele vai se, se somente se, se eu não vou ou ele vai.”
Equivalência (Equiv)
(𝒑 ↔ 𝒒) ⇔ (𝒑 ∧ 𝒒) ∨ (~𝒑 ∧ ~𝒒)
10
Mostra-se a equivalência entre uma bicondicional e uma conjunção de
condicionais. Ex.:
“Eu vou se e somente se ele vai se, e somente se, se eu vou, então ele
vai e, se ele vai, então eu vou.”
Exportação/importação (EXP/IMP)
𝒑 ∧ 𝒒 → 𝒓 ⇔ 𝒑 → (𝒒 → 𝒓)
Uma parte do antecedente de uma condicional pode passar para o
consequente, por meio da troca de conectivos. Ex.:
“Se eu vou e ele vai, então ela vai se, e somente se, se eu vou; então, se
ele vai, então ela vai.”
De Morgan (DM)
~(𝒑 ∧ 𝒒) ⇔ ~𝒑 ∨ ~𝒒
~(𝒑 ∨ 𝒒) ⇔ ~𝒑 ∧ ~𝒒
É possível definir a conjunção com base na negação e na disjunção, ou a
disjunção com base na negação e na conjunção. Ex.:
“É falso que eu vou e ele vai se, e somente se, se eu não ou ele não vai."
“É falso que eu vou ou ele vai se, e somente se, se eu não e ele não vai."
Conjunção
RE 2. Idempotência 𝒑∧𝒑⇔𝒑
RE 3. Comutativa 𝒑∧𝒒 ⇔𝒒∧𝒑
RE 4. Associativa (𝒑 ∧ 𝒒) ∧ 𝒓 ⇔ 𝒑 ∧ (𝒒 +∧ 𝒓)
RE 5. Elemento neutro (V) 𝒑 ∧ 𝑽 ⇔ 𝒑
RE 6. Elemento absorvente (F) 𝒑 ∧ 𝑭 ⇔ 𝑭
RE 7. Equivalência contraditória 𝒑 ∧ ~𝒑 ⇔ 𝑭
Disjunção
RE 8. Idempotência 𝒑∨𝒑⇔𝒑
RE 9. Comutativa 𝒑∨𝒒 ⇔𝒒∨𝒑
RE 10. Associativa (𝒑 ∨ 𝒒) ∨ 𝒓 ⇔ 𝒑 ∨ (𝒒 ∨ 𝒓)
RE 11. Elemento neutro (F) 𝒑 ∨ 𝑭 ⇔ 𝒑
RE 12. Elemento absorvente (V) 𝒑 ∨ 𝑽 ⇔ 𝑽
RE 13. Equivalência tautológica 𝒑 ∨ ~𝒑 ⇔ 𝑽
Conjunção e disjunção
12
RE 14. Distributiva 𝒑 ∧ (𝒒 ∨ 𝒓) ⇔ (𝒑 ∧ 𝒒) ∨ (𝒑 ∧ 𝒓)
𝒑 ∨ (𝒒 ∧ 𝒓) ⇔ (𝒑 ∨ 𝒒) ∧ (𝒑 ∨ 𝒓)
RE 15. Absorção 𝒑 ∧ (𝒑 ∨ 𝒒) ⇔ 𝒑
𝒑 ∨ (𝒑 ∧ 𝒒) ⇔ 𝒑
RE 16. Leis de Morgan ~(𝒑 ∧ 𝒒) ⇔ ~𝒑 ∨ ~𝒒
~(𝒑 ∨ 𝒒) ⇔ ~𝒑 ∧ ~𝒒
Condicional
Bicondicional
RE 20. Comutativa (𝒑 ↔ 𝒒) ⇔ (𝒒 ↔ 𝒑)
RE 21. Associativa ((𝒑 ↔ 𝒒) ↔ 𝒓) ⇔ (𝒑 ↔ (𝒒 ↔ 𝒓))
RE 22. Equivalência (𝒑 ↔ 𝒒) ⇔ (𝒑 ∧ 𝒒) ∨ (~𝒑 ∧ ~𝒒)
RE 23. Equivalência material (𝒑 ↔ 𝒒) ⇔ (𝒑 → 𝒒) ∧ (𝒒 → 𝒑)
RE 24. Contraposição (transposição) 𝒑 ↔ 𝒒 ⇔ ~𝒒 ↔ ~𝒑 ⇔ ~𝒑 ↔ ~𝒒
RE 25. Negação ~(𝒑 ↔ 𝒒) ⇔ (𝒑 ∧ ~𝒒) ∨ (~𝒑 ∧ 𝒒)
5.2 Aplicação
14
“Se os preços sobem, então a inflação é inevitável. Os preços sobem e a
economia se descontrola. Logo, a inflação é inevitável.”
Proposições simples:
𝒑: “Os preços sobem.”
𝒒: “A inflação é inevitável.”
𝒓: “A economia se descontrola.”
Argumento:
(𝒑 → 𝒒) ∧ (𝒑 ∧ 𝒓) → 𝒒
Passo 2
Tabelar as premissas, numerando-as, e separá-las das deduções e da
conclusão usando uma linha horizontal.
1. 𝒑→𝒒
2. 𝒑∧𝒓
___________
- -
Passo 3
Iniciar o processo dedutivo aplicando as regras de dedução (inferência ou
equivalência). Numerar cada dedução sequencialmente e indicar os operandos
(enunciados precedentes: premissas ou deduções intermediárias) e a regra de
dedução aplicada a eles para obter a dedução, conforme as duas tabelas de
regras anteriores (de inferências e equivalências).
Indicar a conclusão com C.
1. 𝒑 → 𝒒
2. 𝒑 ∧ 𝒓 Operandos Regra de dedução
3. 𝑷 2 SIMP
C.𝑸 1,3 MP
Ex.: simplificar (𝒑 → (~𝒑 → 𝒒):
1. (𝒑 → (~𝒑 → 𝒒)
2. 𝒑 → (~~𝒑 ∨ 𝒒)
3. ~𝒑 ∨ (𝒑 ∨ 𝒒)
4. (~𝒑 ∨ 𝒑) ∨ (~𝒑 ∨ 𝒒)
5. 𝑻 ∨ (~𝒑 ∨ 𝒒)
C. 𝑻
15
A implicação do exemplo anterior representa uma tautologia, pois a
propriedade distributiva gera (~𝒑 ∨ 𝒑), ou seja, ela é obrigatoriamente forçada
a gerar um valor verdadeiro. Ao juntar-se com o operador ∨ (ou), ela obriga a
proposição formada a gerar um valor verdadeiro na resolução.
Caso a proposição fosse 𝑻 ∧ (~𝒑 ∨ 𝒒), então o valor lógico seria (~𝒑 ∨
𝒒), pois o valor, mesmo que falso, juntado com (~𝒑 ∨ 𝒒), será (~𝒑 ∨ 𝒒).
Ex.: aula prática 2.
Demonstre que os argumentos são válidos, utilizando as tabelas-verdade
e as regras de inferência. Se o programa é eficiente, ele executará rapidamente.
O programa é eficiente ou tem um erro. O programa não executa rapidamente.
Portanto, o programa tem um erro.
FINALIZANDO
16
MATERIAL COMPLEMENTAR DE APOIO DIDÁTICO
MÉTODO DEDUTIVO
Axiomas são sentenças ditas verdadeiras, sem ser estabelecida dentro do sistema a
validade da mesma.
Já Teoremas são as sentenças estabelecidas a partir dos axiomas, portanto, neste
caso a validade da sentença deve ser verificada. Denomina-se de prova o processo de
elaboração dos teoremas.
A elaboração de uma sentença baseada em outra é o processo de dedução e o
elemento deduzido é o consequente. Isto leva a outro ponto, relacionado com o método de
prova que trata as premissas de uma prova, onde as mesmas devem ser todas verdadeiras
e através de demonstrações passo a passo chega-se à conclusão (ou consequente)
verdadeira.
Quando é construída uma certa teoria seguindo estritamente estas definições, tem-se o
método dedutivo.
Logo, as teorias elaboradas desta maneira são denominadas teorias dedutivas.
A Teoria Dedutiva relaciona a definição de uma teoria através da definição de axiomas
e teoremas, sendo que a partir dos axiomas é possível comprovar que certas sentenças
pertencem a esta teoria. Quando se têm sentenças que não podem ser deduzidas a partir
dos axiomas, utiliza-se o método de prova por interpretação, que consiste em demonstrar
que uma determinada sentença não é provada baseada nos axiomas de uma dada teoria,
mas que apesar disso é verdadeira na Teoria.
Todos os teoremas provados através de um determinado sistema axiomático
permanecem válidos para qualquer interpretação de um sistema.
Estas características do método dedutivo demonstram a possibilidade de "economizar"
passos no raciocínio de um certo problema.
A aplicação do método dedutivo proporciona os resultados esperados apenas se todas
definições e provas preenchem completamente suas tarefas, ou seja, se as definições
trazem um significado de todos os termos definidos e se as provas convencem da correção
(validade) de todos teoremas provados.
Observa-se a importância das regras da lógica serem aplicadas durante as provas,
para assim, fornecer uma prova completa descrevendo todos os passos seguidos.
Texto extraído do artigo: “Um Editor de Provas para a Lógica Proposicional”. Escrito por
Gleifer V. Alves, Graçaliz P. Dimuro e Antônio C. R. Costa da Escola de Informática -
Universidade Católica de Pelotas.
Disponível em: http://www.gracalizdimuro.com/wp-content/uploads/2011/10/a171.pdf
MATERIAL COMPLEMENTAR DE APOIO DIDÁTICO
MÉTODO DEDUTIVO
MÉTODO DEDUTIVO
Problema:
O Número de linhas cresce muito rapidamente, à medida que aumenta o número de
proposições simples envolvidas no argumento. Com 10 proposições a tabela terá 1024 linhas
e com 11 são 2048.
O Método dedutivo também é um método para demonstração de implicações e
equivalências, utilizando das propriedades, leis e regras.
No método dedutivo, as equivalências relativas desempenham um papel importante nas
equivalências lógicas. As proposições (simples ou compostas) podem ser substituídas por
P,Q,R,T,C(Tautológica, Contradição).
MATERIAL COMPLEMENTAR DE APOIO DIDÁTICO
MÉTODO DEDUTIVO
Exemplo 1:
(p → (~p → q)
p → (~~p v q)
~p v (p v q)
(~p v p) v (~p v q)
T v (~p v q)
T
A implicação acima representa uma tautologia, pois a propriedade distributiva gera
(~p v p), ou seja, ela é obrigatoriamente forçada a gerar um valor verdadeiro.
Se p:f, então p:v. Se p:v, então p:v.
Ao juntar-se com o operador v (OU), ela obriga a proposição formada a gerar um valor
verdadeiro na resolução.
Caso a proposição fosse T ^ (~p v q), então, o valor lógico é igual a (~p v q), pois, o valor
mesmo que falso, juntado com (~p v q) será (~p v q).
2
A linguagem da lógica proposicional é limitada para representar relações
entre objetos do mundo real.
Por exemplo, ao utilizar a linguagem proposicional para representar a
relação: “João é pai de Ana” e “José é pai de João”, são utilizadas duas letras
sentenciais (ou proposições) diferentes para expressar a mesma ideia, que é a
relação de parentesco:
3
Ex.: a proposição: “todos os homens são mortais” assume a forma: “para
todo 𝒙𝒙, 𝒔𝒔𝒔𝒔 𝒙𝒙 é um homem, 𝒆𝒆𝒆𝒆𝒆𝒆ã𝒐𝒐 𝒙𝒙 é mortal” e as proposições: “alguns
astronautas foram à Lua” e “nem todos os gatos caçam ratos” assumem
respectivamente as formas: “existe um 𝒙𝒙 tal que 𝒙𝒙 é um astronauta e 𝒙𝒙 foi à Lua”
e “existe um 𝒙𝒙 tal que 𝒙𝒙 é um gato e 𝒙𝒙 não caça ratos”.
Quando as variáveis e quantificadores se referem apenas aos objetos, o
cálculo de predicados também é denominado lógica de primeira ordem. São
predicados que se aplicam a indivíduos.
É uma proposição que depende de definições adicionais (quantificação)
para poder ser tratado como uma proposição 𝑽𝑽 ou 𝑭𝑭. Define-se também como
uma proposição quantificada, que se torna realmente uma proposição quando
as variáveis que a definem assumem valores específicos, podendo-se então
atribuir um valor 𝑽𝑽 ou 𝑭𝑭.
Nesse caso, o predicado torna-se uma proposição para aquele conjunto
de valores estabelecidos para as variáveis do predicado.
Ex.: “𝒙𝒙 + 𝒚𝒚 = 𝟐𝟐” é um predicado: depende dos valores de 𝒙𝒙 e 𝒚𝒚 para se
saber se é 𝑽𝑽 ou 𝑭𝑭.
Se “𝒙𝒙 = 𝟏𝟏” e “𝒚𝒚 = 𝟏𝟏” (variáveis definidas), então “𝒙𝒙 + 𝒚𝒚 = 𝟐𝟐” torna-se uma
proposição 𝑽𝑽.
Ex.: “𝒙𝒙 > 𝟎𝟎” e “𝒄𝒄𝒄𝒄𝒄𝒄 = ‘𝒂𝒂𝒂𝒂𝒂𝒂𝒂𝒂’”: será 𝑽𝑽 se 𝒙𝒙 for positivo e cor for azul.
• Objetos;
• Predicados;
• Conectivos;
• Variáveis;
• Quantificadores.
2.1 Objetos
5
Figura 1 – Blocos empilhados sobre uma mesa
2.2 Predicados
Ex.:
Sócrates é humano: 𝑯𝑯(𝑺𝑺ó𝒄𝒄𝒄𝒄𝒄𝒄𝒄𝒄𝒄𝒄𝒄𝒄)
6
A cor da letra do bloco C é azul.
𝒄𝒄𝒄𝒄𝒄𝒄(𝒄𝒄, 𝒂𝒂𝒂𝒂𝒂𝒂𝒂𝒂)
O bloco A é maior que o bloco B.
𝒕𝒕𝒕𝒕𝒕𝒕𝒕𝒕𝒕𝒕𝒕𝒕𝒕𝒕(𝒂𝒂, 𝒃𝒃)
2.3 Conectivos
2.4 Variáveis
Ex.:
𝒑𝒑𝒑𝒑𝒑𝒑𝒑𝒑çã𝒐𝒐(𝑿𝑿, 𝒀𝒀): X está sobre Y
𝒄𝒄𝒄𝒄𝒄𝒄(𝑿𝑿): X é uma cor
𝒕𝒕𝒕𝒕𝒕𝒕𝒕𝒕𝒕𝒕𝒕𝒕𝒕𝒕(𝒀𝒀, 𝒁𝒁): Y é maior que Z
7
Nos exemplos apresentados, os valores de 𝑿𝑿, 𝒀𝒀, 𝒁𝒁 são desconhecidos.
Proposições atômicas são sentenças com valor (𝑽𝑽 ou 𝑭𝑭) e não se pode
definir valor (𝑽𝑽 ou 𝑭𝑭) de 𝒑𝒑𝒑𝒑𝒑𝒑𝒑𝒑çã𝒐𝒐(𝑿𝑿, 𝒀𝒀), 𝒄𝒄𝒄𝒄𝒄𝒄(𝑿𝑿) e 𝒕𝒕𝒕𝒕𝒕𝒕𝒕𝒕𝒕𝒕𝒕𝒕𝒕𝒕(𝒀𝒀, 𝒁𝒁) até que as
variáveis 𝑿𝑿, 𝒀𝒀, 𝒁𝒁 tenham sido quantificadas.
O universo (ou universo do discurso) de uma variável é o conjunto de
valores que ela pode assumir.
Contudo, em muitos casos, o universo não é informado e, intuitivamente,
os objetos que podem substituir o pronome são incluídos, e são descartados
aqueles objetos que não podem.
Ex.:
“Isto está verde”
“isto” pode ser fruta, ou semáforo, ou o mar, mas não será um humano.
“𝒙𝒙 é feroz”
Ex.:
seja 𝑼𝑼 = {𝟏𝟏, 𝟐𝟐, 𝟑𝟑, 𝟒𝟒, 𝟓𝟓, 𝟔𝟔, 𝟕𝟕} e a proposição “𝒙𝒙 é primo” representada por 𝑷𝑷𝒙𝒙 .
Então 𝑽𝑽𝒑𝒑 = {𝟐𝟐, 𝟑𝟑, 𝟓𝟓, 𝟕𝟕}.
8
Nas relações, a ordem das variáveis é importante, pois, como
apresentado no exemplo, 𝑮𝑮𝑮𝑮𝑮𝑮 significa “𝒙𝒙 gosta de 𝒚𝒚” mas não significa “𝒚𝒚 gosta
de 𝒙𝒙”.
Esse fato deve ser levado em conta mesmo em predicados comutativos.
No exemplo, 𝒄𝒄𝒄𝒄𝒄𝒄𝒄𝒄𝒄𝒄𝒄𝒄𝒄𝒄(𝑱𝑱𝑱𝑱ã𝒐𝒐, 𝑴𝑴𝑴𝑴𝑴𝑴𝑴𝑴𝑴𝑴) significa “João é casado com Maria”
mas não significa “Maria é casada com João”.
O motivo para isso é que a lógica formal leva em conta apenas a forma
das expressões, e não seu significado.
2.5 Quantificadores
• universal (∀); e
• existencial (∃).
Ex.:
9
Considerando novamente o contexto da Figura 1, conclui-se que todo
bloco está sobre alguma coisa (bloco ou mesa):
TEMA 3 – PREDICADO
Quando algum valor for atribuído a 𝒙𝒙, P(x), torna-se uma proposição e tem
um valor verdade.
Ex.:
seja 𝑷𝑷(𝒙𝒙) a declaração “𝒙𝒙 > 𝟑𝟑”.
10
Quais são os valores verdade de 𝑷𝑷(𝟒𝟒) e 𝑷𝑷(𝟐𝟐)?
𝑷𝑷(𝟒𝟒), que é “𝟒𝟒 > 𝟑𝟑”, é 𝑽𝑽
𝑷𝑷(𝟐𝟐), que é “𝟐𝟐 > 𝟑𝟑”, é 𝑭𝑭
∀ é o quantificador universal.
Ex.:
para expressar a ideia de que todos gostam de queijo, utiliza-se:
(∀𝒙𝒙) (𝑷𝑷(𝒙𝒙) → 𝑮𝑮(𝒙𝒙, 𝑸𝑸))
11
Seja 𝒑𝒑(𝒙𝒙) uma sentença aberta em um conjunto não vazio 𝑨𝑨(𝑨𝑨 ≠ 𝟎𝟎) e 𝑽𝑽𝑽𝑽
o conjunto verdade:
𝒉𝒉 𝑿𝑿 𝒎𝒎
𝒉𝒉 𝑿𝑿 𝒎𝒎
Ex.:
12
A sentença “existe um 𝒙𝒙 tal que 𝒙𝒙 gosta de queijo”.
(∃𝒙𝒙) (𝑮𝑮(𝒙𝒙, 𝑸𝑸))
𝒉𝒉 𝑿𝑿 𝒎𝒎
13
existencial (∃) negativo
Sentença: “alguns humanos não são mortais”
Sintaxe: ∃𝑿𝑿[𝒉𝒉(𝑿𝑿)⋀~𝒎𝒎(𝑿𝑿)]
Semântica: Existe 𝑿𝑿, tal que 𝑿𝑿 ∈ 𝒉𝒉 𝒆𝒆 𝑿𝑿∉ 𝒎𝒎
𝒉𝒉 𝑿𝑿 𝒎𝒎
FINALIZANDO
14
RACIOCÍNIO LÓGICO
AULA 6
3
mapeamento de um ou mais elementos de um conjunto (chamado de domínio
da função) em um único elemento de outro conjunto (o alcance da função)
(Pereira, [S.d.]).
Pereira ([S.d.]) pontua que os elementos do domínio de uma função e o
alcance são objetos no mundo de discurso. Segundo o autor, todo símbolo de
função tem uma associação de aridade, indicando o número de elementos do
domínio mapeados em cada elemento do alcance.
Semelhante ao modo como funções são utilizadas em matemática,
pode-se expressar um objeto que se relacione a outro de modo específico
utilizando funções.
Exemplo:
Representar a sentença “minha mãe gosta de queijo”.
𝑮(𝒎(𝒆𝒖), 𝒒𝒖𝒆𝒊𝒋𝒐)
A função 𝒎(𝒙) significa a mãe de 𝒙.
4
(∀𝒙) (𝑷(𝒚, 𝒛)) não é equivalente a (∀𝒙) (𝑷(𝒙, 𝒚)), enquanto
(∀𝒙) (𝑷(𝒙, 𝒛)) é.
Observe que uma variável pode ocorrer tanto ligada quanto livre em uma
expressão, como em:
(∀𝒙) (𝑷(𝒙, 𝒚, 𝒛) → (∃𝒚)(𝑸(𝒚, 𝒛))).
5
Expressões atômicas são fórmulas. O conceito de expressão atômica é
utilizado para definir, de maneira mais precisa, o conceito de fórmula. São as
fórmulas mais simples do Cálculo de Predicados de Primeira Ordem.
É uma letra predicativa, seguida por zero ou mais letras nominais ou
variáveis. Uma fórmula atômica é uma expressão 𝒑(𝒕𝟏, … , 𝒕𝒏), em que 𝒑 é um
símbolo de predicado e 𝒕𝟏, … , 𝒕𝒏 são termos.
Nessas definições, 𝑷 é um predicado, 𝒙𝟏 , 𝒙𝟐 , 𝒙𝟑 , . . . , 𝒙𝒏 são termos e 𝛼 e
𝛽 são fórmulas. Então:
𝑷(𝒙𝟏 , 𝒙𝟐 , 𝒙𝟑 , . . . , 𝒙𝒏 )
(~𝜶),
(𝜶 ∧ 𝜷),
(𝜶 ∨ 𝜷),
(𝜶 → 𝜷),
(𝜶 ↔ 𝜷)
Se 𝜶 é uma fórmula e 𝒙 uma variável, então (∀𝒙)𝜶 e (∃𝒙)𝜶 são fórmulas.
Exemplo:
Todo amigo de Caio é amigo de José.
Pedro não é amigo de José.
Logo, Pedro não é amigo de Carlos.
(∀𝒙)(𝑷(𝒙, 𝒄) → 𝑷(𝒙, 𝒋))
~ 𝑷(𝒑, 𝒋)
~𝑷(𝒑, 𝒄)
em que 𝑷(𝒙, 𝒚) significa que 𝒙 é amigo de 𝒚 e 𝒄, 𝒑, 𝒋 são constantes que
representam Caio, Pedro e José.
6
(𝑷 ∨ 𝑸),
(𝑷 → 𝑸),
(𝑷 ↔ 𝑸) também são.
Se 𝑷(𝒙) é uma fbf, então ∃𝒙(𝑷(𝒙)) e ∀𝒙(𝑷(𝒙)) também são.
Seja 𝑷 = 𝑭(𝒂) ∧ 𝑮(𝒂, 𝒃), então são fbf:
∀𝒙(𝑭(𝒙) ∧ 𝑮(𝒂, 𝒃))
∀𝒙(𝑭(𝒙) ∧ 𝑮(𝒙, 𝒃))
∀𝒙(𝑭(𝒙) ∧ 𝑮(𝒂, 𝒙))
∃𝒙(𝑭(𝒙) ∧ 𝑮(𝒂, 𝒃)).
7
O sombreado em S indica que todos os elementos em S estão
concentrados na interseção com P.
A proposição “nenhum S é P”, com a forma simbólica𝒙 (𝑺𝒙 𝑷𝒙), é
assim representada:
8
O elemento X é incluído em S, mas exterior à classe P.
9
4.1 A representação gráfica de proposições/enunciados categóricos
10
Existencial afirmativo - (∃)
Sentença:
“alguns humanos são mortais”
Sintaxe:
∃𝑿[𝒉(𝑿) ⋀ 𝒎(𝑿)]
Semântica:
Existe 𝑿, tal que 𝑿 ∈ 𝒉 𝒆 𝑿 ∈ 𝒎:
11
requeridos três círculos que se interceptam, pois as duas premissas do
silogismo incluem três predicados, ou três classes (Pinho, 1999).
O silogismo será válido se, e unicamente se, as duas premissas
afirmarem em conjunto o que é dito pela conclusão, isto é, basta representar
por meio de um Diagrama de Venn as duas premissas. Se o que se afirma na
conclusão ficar também diagramado, o silogismo é válido; caso contrário, será
inválido (Pinho, 1999).
Exemplo:
Tigres são animais ferozes.
Alguns tigres vivem na Índia.
Logo, alguns animais ferozes vivem na Índia.
13
Inserindo X na região externa a C, fica claro que é possível atender às
duas premissas sem atender à conclusão. Portanto, o argumento é inválido.
FINALIZANDO
14