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Disciplina: LÓGICA

Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas

Professor: Alberto Vieira de Sá Biason


Disciplina: LÓGICA
Conteúdo Programático
● Introdução
● Sistemas Dicotômicos
● Operações lógicas sobre proposições
● Construção da tabela-verdade
● Relações de implicação e de equivalência
● Argumento válido
● Técnicas dedutivas
● Fluxogramas
● Quantificações
● Introdução à Álgebra de Boole
● Funções booleanas
● Representações das funções booleanas
● Formas normais
Disciplina: LÓGICA
1 - Introdução

A história da lógica e da computação é uma narrativa fascinante que remonta a milhares de anos,
mas pode ser resumida de forma breve os principais marcos:

Antiguidade:

● Pré-socráticos (séculos VI e V a.C.): Filósofos como Pitágoras e Parmênides começaram a


explorar questões sobre a natureza do universo e do conhecimento. Eles desenvolveram ideias
que contribuíram indiretamente para o desenvolvimento da lógica.
● Aristóteles (384-322 a.C.): É considerado o pai da lógica formal. Sua obra "Organon"
estabeleceu os fundamentos da lógica clássica, incluindo os silogismos e os princípios do
raciocínio dedutivo.
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1 - Introdução
Idade Média e Renascimento:

● Boécio (480-524 d.C.): Um importante filósofo romano-cristão que traduziu e comentou


as obras de Aristóteles, preservando seu legado para a posteridade;
● Guilherme de Ockham (c. 1287-1347/49): Desenvolveu a navalha de Ockham, um
princípio de parcimônia que influenciou o pensamento filosófico e científico.

Idade Moderna:

● René Descartes (1596-1650): Filósofo e matemático que introduziu a geometria


analítica e promoveu a ideia da mente humana como um tipo de máquina;
● Gottfried Wilhelm Leibniz (1646-1716): Matemático e filósofo que desenvolveu a
notação binária e defendeu a visão de que o mundo poderia ser compreendido através
da análise das relações entre símbolos.
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1 - Introdução
Século XIX:

● George Boole (1815-1864): Criou o cálculo booleano, um sistema algébrico que formaliza o
raciocínio lógico;
● Charles Babbage (1791-1871): Concebeu os primeiros projetos de máquinas computacionais, como
a Máquina Analítica, embora não tenha conseguido construí-las em vida.

Século XX:

● Alan Turing (1912-1954): Desenvolveu o conceito de máquina de Turing, um modelo teórico que se
tornou a base para o estudo da computabilidade e da inteligência artificial;
● John von Neumann (1903-1957): Propôs a arquitetura de computadores conhecida como arquitetura
de von Neumann, que se tornou o modelo padrão para a construção de computadores modernos;
● Desenvolvimento de linguagens de programação: Ao longo do século XX, diversas linguagens de
programação foram desenvolvidas, facilitando a interação entre humanos e computadores e
permitindo o desenvolvimento de software cada vez mais sofisticado.
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1 - Introdução
Desde então, a história da lógica e da computação tem sido marcada por avanços contínuos
em hardware, software e teoria da computação; levando a um mundo digital complexo e
interconectado em que vivemos hoje.
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1 - Introdução
Classificação da lógica e definições básicas
A lógica pode ser classificada de várias maneiras, dependendo de diferentes critérios. Aqui
estão algumas das principais classificações e definições básicas:

1. Lógica Formal vs. Lógica Informal:

● Lógica Formal: Trata da manipulação de símbolos de acordo com regras precisas para
inferir conclusões válidas. Ela é usada principalmente em matemática, ciência da
computação, filosofia e áreas afins.
● Lógica Informal: Refere-se ao raciocínio que não é formalizado e lida com argumentos
cotidianos, muitas vezes envolvendo linguagem natural e inferências intuitivas.
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1 - Introdução
Classificação da lógica e definições básicas
2. Lógica Clássica vs. Lógica Não-clássica:

● Lógica Clássica: Segue os princípios estabelecidos por Aristóteles, como o princípio do


terceiro excluído e o princípio da identidade. É a base da lógica formal tradicional.
● Lógica Não-clássica: Engloba diferentes sistemas lógicos que relaxam ou alteram alguns
dos princípios da lógica clássica. Exemplos incluem lógica modal, lógica fuzzy e lógica
paraconsistente.
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1 - Introdução
Classificação da lógica e definições básicas
3. Lógica Dedutiva vs. Lógica Indutiva:

● Lógica Dedutiva: Trata de argumentos nos quais as conclusões são logicamente


necessárias a partir das premissas. O objetivo é garantir que se as premissas são
verdadeiras, a conclusão também é.
● Lógica Indutiva: Envolve raciocínio baseado em padrões observados, generalizações e
inferências prováveis. As conclusões indutivas não são necessariamente garantidas, mas
são consideradas mais prováveis com base nas evidências disponíveis.
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1 - Introdução
Classificação da lógica e definições básicas
4. Lógica Proposicional vs. Lógica de Primeira Ordem:

● Lógica Proposicional: Trata de argumentos que envolvem proposições simples


(verdadeiras ou falsas) conectadas por operadores lógicos, como "e", "ou" e "não".
● Lógica de Primeira Ordem: Permite quantificação sobre objetos e variáveis dentro do
domínio de discurso. Além das proposições, ela permite quantificar sobre predicados e
objetos específicos.
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1 - Introdução
Classificação da lógica e definições básicas
5. Lógica Simbólica vs. Lógica Natural:

● Lógica Simbólica: Utiliza símbolos formais para representar argumentos e expressões


lógicas. É comumente usada na lógica formal para analisar a validade dos argumentos.
● Lógica Natural: Refere-se ao raciocínio e argumentação expressos na linguagem natural,
como o inglês ou o português.
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2 - Sistemas Dicotômicos
Sistemas dicotômicos referem-se a sistemas que dividem um conceito ou conjunto de
conceitos em duas categorias distintas e mutuamente exclusivas. Aqui estão alguns exemplos
de sistemas dicotômicos:

● Binariedade: Este é o sistema dicotômico mais básico, que divide algo em apenas duas
categorias. Por exemplo, luz e escuridão, verdadeiro e falso, positivo e negativo, etc;

● Dualidade: Este é um conceito mais amplo que pode ser aplicado em diversos contextos,
como filosofia, psicologia e ciência. Alguns exemplos incluem mente e corpo, bem e mal,
céu e terra, masculino e feminino, entre outros;

● Lógica Booleana: Na lógica booleana, os valores são representados por verdadeiro (1) ou
falso (0). Isso é fundamental na lógica de circuitos digitais e na computação, onde
operações lógicas como AND, OR e NOT são aplicadas a esses valores;
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2 - Sistemas Dicotômicos
● Polaridade elétrica: Na eletrônica, os sinais elétricos são frequentemente representados
como positivos ou negativos, refletindo a presença ou ausência de uma carga elétrica.

● Classificação taxonômica: Em biologia, a classificação taxonômica divide os seres vivos


em categorias dicotômicas, como vertebrados e invertebrados, mamíferos e não
mamíferos, etc.

● Dualismo ontológico: Este é um conceito filosófico que propõe a existência de duas


substâncias fundamentais, como mente e matéria, espírito e corpo, ou bem e mal, como
mencionado anteriormente.
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2 - Sistemas Dicotômicos - Interruptores
Os interruptores em sistemas dicotômicos são um excelente exemplo de aplicação prática desse conceito.
Um interruptor elétrico é um dispositivo usado para interromper ou desviar o fluxo de corrente elétrica em um
circuito. Ele pode estar em um de dois estados: aberto ou fechado, representando uma divisão dicotômica.
Aqui estão alguns pontos relevantes sobre interruptores em sistemas dicotômicos:

● Estado Aberto vs. Estado Fechado: Um interruptor pode estar em um de dois estados: aberto, onde o
circuito elétrico é interrompido e a corrente não pode fluir, ou fechado, onde o circuito está completo e a
corrente pode fluir.

● Representação Binária: Em muitos sistemas digitais, os interruptores são usados para representar
valores binários. Por exemplo, no sistema binário (0 e 1), um interruptor aberto pode ser interpretado
como 0 e um interruptor fechado como 1.

● Lógica Booleana: Os interruptores são fundamentais na implementação de operações lógicas básicas,


como AND, OR e NOT, na lógica booleana. Por exemplo, em um circuito lógico AND, a saída será ativada
somente se todos os interruptores associados estiverem fechados.
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2 - Sistemas Dicotômicos - Interruptores
● Aplicações em Computação: Em computadores e sistemas digitais, os interruptores são
usados para representar os bits, que são a menor unidade de dados. Os circuitos lógicos
baseados em interruptores são a base para o funcionamento de todos os dispositivos
digitais modernos, desde simples calculadoras até computadores complexos.

● Exemplos Práticos: Os interruptores são encontrados em uma variedade de dispositivos e


sistemas, desde interruptores de luz em residências até os interruptores utilizados em
dispositivos eletrônicos e equipamentos industriais.

Em resumo, os interruptores em sistemas dicotômicos exemplificam a maneira pela qual os


conceitos binários são aplicados em uma ampla gama de tecnologias e sistemas,
desempenhando um papel fundamental na operação de dispositivos elétricos e eletrônicos
modernos.
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2 - Sistemas Dicotômicos - Conjuntos
Em sistemas dicotômicos, os conjuntos podem ser organizados de maneira binária, dividindo os elementos em duas
categorias distintas. Aqui estão algumas maneiras de pensar sobre conjuntos em sistemas dicotômicos:

● Conjuntos universais e complementares: pode ser definido em relação a um conjunto universal, e seus
elementos podem ser divididos em dois conjuntos complementares: aqueles que pertencem ao conjunto e
aqueles que não pertencem. Por exemplo, em um conjunto de números naturais, podemos ter o conjunto dos
números pares e o conjunto dos números ímpares, que são complementares um ao outro.

● Conjuntos verdadeiros e falsos: podem ser definidos com base na veracidade de suas proposições. Por
exemplo, em lógica booleana, um conjunto pode conter proposições verdadeiras e outro conjunto pode conter
proposições falsas.

● Conjuntos inclusivos e exclusivos: podem ser divididos em conjuntos inclusivos e exclusivos. Por exemplo, em
uma pesquisa de mercado, um conjunto pode incluir pessoas que compraram um produto, enquanto o outro
conjunto pode incluir pessoas que não compraram. Os conjuntos são mutuamente exclusivos, pois uma pessoa
só pode pertencer a um ou outro conjunto, mas não a ambos.
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2 - Sistemas Dicotômicos - Conjuntos
● Conjuntos ativos e inativos: em sistemas operacionais ou em ambientes de programação, conjuntos de
processos podem ser divididos em conjuntos ativos e inativos. Os processos ativos estão em execução,
enquanto os inativos estão em espera ou foram encerrados.

● Conjuntos de condições satisfeitas e não satisfeitas: em sistemas de controle de qualidade, conjuntos podem
ser criados com base nas condições de um produto ou processo. Um conjunto pode conter itens que atendem a
determinadas condições de qualidade, enquanto o outro conjunto pode conter itens que não atendem a essas
condições.

Esses são apenas alguns exemplos de como os conjuntos podem ser organizados em sistemas dicotômicos,
refletindo a divisão de elementos em duas categorias distintas com base em critérios específicos.
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2 - Sistemas Dicotômicos - Proposições
Proposições em sistemas dicotômicos podem ser expressas de maneira binária, representando uma divisão
entre duas possibilidades distintas. Aqui estão alguns exemplos de proposições em sistemas dicotômicos:

● Verdadeiro ou Falso (True or False):


Este é o exemplo mais básico de uma proposição dicotômica. Uma proposição pode ser verdadeira
(true) ou falsa (false), sem possibilidade de um terceiro estado. Por exemplo: "O sol é uma estrela."
(Verdadeiro) ou "2 + 2 = 5." (Falso).

● Sim ou Não (Yes or No):


Esta é outra forma comum de expressar proposições dicotômicas. Uma afirmação pode ser respondida
com um "sim" ou "não". Por exemplo: "Você vai à festa?" (Sim ou Não).

● Presença ou Ausência:
Em alguns contextos, as proposições podem ser formuladas em termos de presença ou ausência de
algo. Por exemplo: "O paciente tem febre?" (Presença ou Ausência).
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2 - Sistemas Dicotômicos - Proposições
● Aceito ou Rejeitado:
Em processos de tomada de decisão ou avaliação, as proposições podem ser sobre a aceitação ou
rejeição de algo. Por exemplo: "A proposta de projeto foi aceita?" (Aceito ou Rejeitado).

● Ativado ou Desativado:
Em sistemas computacionais ou eletrônicos, proposições podem ser expressas em termos de ativação
ou desativação de componentes. Por exemplo: "O alarme está ativado?" (Ativado ou Desativado).

● Presente ou Ausente:
Em contextos de classificação ou contagem, as proposições podem ser sobre a presença ou ausência
de um atributo ou característica. Por exemplo: "O produto está presente no estoque?" (Presente ou
Ausente).

Esses são apenas alguns exemplos de como as proposições podem ser formuladas em sistemas
dicotômicos, onde a divisão entre duas possibilidades distintas é fundamental para expressar informações de
maneira clara e precisa.
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3 - Operações lógicas sobre proposições
As operações lógicas sobre proposições são métodos utilizados para combinar ou manipular
proposições em sistemas lógicos. Aqui estão as principais operações lógicas sobre
proposições:

Negação (NOT):
● Representada pelo símbolo "¬" (ou às vezes por "~" ou "!").
● A negação de uma proposição inverte o seu valor lógico: se a proposição é verdadeira, a negação será falsa,
e vice-versa.
● Tabela verdade:

p | ¬p
----------
V | F
F | V
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3 - Operações lógicas sobre proposições

Conjunção (AND):
● Representada pelo símbolo "∧" (ou às vezes por ".", "&" ou "^").
● A conjunção de duas proposições é verdadeira somente se ambas as proposições forem verdadeiras.
● Tabela verdade:

p | q | p∧q
---------------------------
V | V | V
V | F | F
F | V | F
F | F | F
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3 - Operações lógicas sobre proposições

Disjunção (OR):
● Representada pelo símbolo "∨" (ou às vezes por "+" ou "∥").
● A disjunção de duas proposições é verdadeira se pelo menos uma das proposições for verdadeira.
● Tabela verdade:

p | q | p∨q
---------------------------
V | V | V
V | F | V
F | V | V
F | F | F
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3 - Operações lógicas sobre proposições

Disjunção Exclusiva (XOR):


● Representada pelo símbolo "⊕", é uma operação lógica que combina duas proposições de tal forma que o
resultado é verdadeiro se e somente se exatamente uma das proposições for verdadeira. Se ambas as
proposições forem verdadeiras ou ambas forem falsas, o resultado é falso.
● A tabela verdade para a disjunção exclusiva é a seguinte:

p | q | p⊕q
---------------------------
V | V | F
V | F | V
F | V | V
F | F | F
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3 - Operações lógicas sobre proposições

Condicional:
● Representada pelo símbolo "→" (ou às vezes por "⇒").
● A implicação de duas proposições, p → q, é falsa apenas quando p é verdadeira e q é falsa; caso contrário, é
verdadeira.
● Tabela verdade:

p | q | p→q
---------------------------
V | V | V
V | F | F
F | V | V
F | F | V
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3 - Operações lógicas sobre proposições

Bicondicional:
● Representado pelo símbolo "↔".
● O bicondicional de duas proposições, p ↔ q, é verdadeiro quando ambas as proposições têm o mesmo valor
lógico (ambas verdadeiras ou ambas falsas).
● Tabela verdade:

p | q | p↔q
---------------------------
V | V | V
V | F | F
F | V | F
F | F | V
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4 - Construção da Tabela Verdade

● Uma tabela-verdade, também conhecida como tabela de verdade, é uma ferramenta usada na
lógica para representar todas as combinações possíveis de valores de verdade para um
conjunto de proposições. Ela permite analisar o comportamento lógico de expressões
compostas, determinando o valor de verdade de uma expressão para cada possível
combinação de valores de verdade das proposições componentes.

● Na tabela-verdade, as proposições são listadas em colunas e todas as possíveis


combinações de valores de verdade para essas proposições são listadas em linhas. O valor
de verdade de uma expressão lógica composta é então determinado para cada combinação
de valores de verdade das proposições componentes.
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4 - Construção da Tabela Verdade
● Por exemplo, considere a expressão lógica (p ∧ q) ∨ ¬p. Para construir sua tabela-verdade,
listamos todas as combinações possíveis de valores de verdade para p e q, e então
determinamos o valor de verdade da expressão para cada uma dessas combinações. A
tabela-verdade para essa expressão seria algo assim:

p | q | ¬p | (p ∧ q) | (p ∧ q) ∨ ¬p
-----------------------------------------------------
V | V | F | V | V
V | F | F | F | F
F | V | V | F | V
F | F | V | F | V

● Na tabela-verdade acima, a última coluna representa o valor de verdade da expressão (p ∧ q)


∨ ¬p para cada combinação de valores de verdade de p e q. Isso nos permite ver claramente
em quais circunstâncias a expressão é verdadeira ou falsa.
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4 - Construção da Tabela Verdade
Na construção da tabela-verdade, as expressões lógicas podem ser classificadas em três
categorias principais com base em seus valores de verdade: tautologias, contradições e
contingências.

Tautologia:

● Uma tautologia é uma expressão lógica que é verdadeira para todas as combinações
possíveis de valores de verdade de suas proposições componentes. Em outras
palavras, uma tautologia é verdadeira em todas as linhas da tabela-verdade.
● Por exemplo, a expressão p ∨ ¬p é uma tautologia, pois é verdadeira
independentemente do valor de verdade de p. Sua tabela-verdade seria assim:
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4 - Construção da Tabela Verdade

p | ¬p | p ∨ ¬p
---------------------------
V | F | V
F | V | V

● Note que p ∨ ¬p é verdadeira em todas as linhas.


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4 - Construção da Tabela Verdade
Contradição:

● Uma contradição é uma expressão lógica que é falsa para todas as combinações possíveis
de valores de verdade de suas proposições componentes. Em outras palavras, uma
contradição é falsa em todas as linhas da tabela-verdade.
● Por exemplo, a expressão p ∧ ¬p é uma contradição, pois é falsa independentemente do
valor de verdade de p. Sua tabela-verdade seria assim:

p | ¬p | p ∧ ¬p
---------------------------
V | F | F
F | V | F

● Note que p ∧ ¬p é falsa em todas as linhas.


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4 - Construção da Tabela Verdade
Contingência:

● Uma contingência é uma expressão lógica que pode ser verdadeira ou falsa, dependendo dos
valores de verdade de suas proposições componentes. Em outras palavras, uma contingência
é verdadeira em algumas linhas e falsa em outras linhas da tabela-verdade.
● Por exemplo, a expressão p ∨ q é uma contingência, pois seu valor de verdade depende dos
valores de verdade de p e q. Sua tabela-verdade seria assim:

p | q | p∨q
---------------------------
V | V | V
V | F | V
F | V | V
F | F | F

● Note que p ∨ q é verdadeira em três linhas e falsa em uma linha.


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5 - Relações de Implicação e de Equivalência
As relações de implicação e de equivalência são importantes conceitos na lógica proposicional.
Elas descrevem como duas expressões lógicas estão relacionadas entre si em termos de seus
valores de verdade. Vamos abordar cada uma delas:

Implicação:

A relação de implicação entre duas expressões lógicas é definida pela seguinte proposição
condicional: "Se a primeira expressão é verdadeira, então a segunda expressão também deve
ser verdadeira." Essa relação é simbolizada pelo operador condicional "→" ou "⇒".
● Por exemplo, se temos duas expressões p e q, a implicação p → q significa que se p é
verdadeira, então q também deve ser verdadeira.
● Na tabela-verdade, a implicação é verdadeira em todas as linhas, exceto quando a
primeira expressão é verdadeira e a segunda expressão é falsa.
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5 - Relações de Implicação e de Equivalência
Equivalência:

A relação de equivalência entre duas expressões lógicas é definida pela proposição


bicondicional: "Duas expressões são equivalentes se ambas têm os mesmos valores de
verdade para todas as possíveis combinações de valores de verdade de suas proposições
componentes." Essa relação é simbolizada pelo operador bicondicional "↔".

● Por exemplo, se temos duas expressões p e q, a equivalência p↔q significa que p e q


têm os mesmos valores de verdade em todas as circunstâncias possíveis.
● Na tabela-verdade, a equivalência é verdadeira em todas as linhas, exceto quando as
expressões têm valores de verdade diferentes para as mesmas combinações de valores
de verdade de suas proposições componentes.

Essas relações são fundamentais para a análise e simplificação de expressões lógicas, pois nos
permitem entender como diferentes partes de uma expressão se relacionam entre si em termos de
seus valores de verdade.
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5 - Relações de Implicação e de Equivalência
Existem várias equivalências notáveis na lógica proposicional que são úteis para simplificar
expressões lógicas e demonstrar relações entre diferentes operadores lógicos. Aqui estão algumas
das equivalências mais comuns:

Lei da Identidade:
● p∧V≡p
● p∨F≡p
● Essas equivalências afirmam que uma proposição combinada com uma verdade resulta
na própria proposição.

Lei do Domínio do Conjunto:


● p∧p≡p
● p∨p≡p
● Isso indica que uma proposição combinada com ela mesma usando a conjunção ou
disjunção resulta na própria proposição.
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5 - Relações de Implicação e de Equivalência
Lei da Negação Dupla:
● ¬(¬p)≡p
● Isso afirma que a negação da negação de uma proposição é equivalente à própria
proposição.

Lei Comutativa:
● p∧q≡q∧p
● p∨q≡q∨p
● Isso indica que a ordem das proposições não importa para as operações de conjunção
e disjunção.

Lei Associativa:
● (p∧q)∧r≡p∧(q∧r)
● (p∨q)∨r≡p∨(q∨r)
● Isso indica que a associação das proposições não importa para as operações de
conjunção e disjunção.
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5 - Relações de Implicação e de Equivalência
Lei Distributiva:
● p∧(q∨r)≡(p∧q)∨(p∧r)
● p∨(q∧r)≡(p∨q)∧(p∨r)
● Isso mostra como as operações de conjunção e disjunção se distribuem entre si.

Lei da Dupla Implicação:


● p→q≡¬p∨q
● p↔q≡(p→q)∧(q→p)
● Isso mostra como a implicação pode ser expressa em termos de disjunção e como
a equivalência pode ser expressa em termos de implicação.

Essas são apenas algumas das equivalências notáveis que podem ser úteis na simplificação
de expressões lógicas e na demonstração de relações entre diferentes proposições.
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5 - Relações de Implicação e de Equivalência
Nas relações de implicação e de equivalência na lógica proposicional, algumas propriedades
importantes podem ser observadas. Aqui estão algumas delas:

Propriedades da Implicação:

Reflexividade:
● p→p é sempre verdadeiro. Uma expressão é sempre implicada por si mesma.

Antissimetria:
● Se p→q e q→p, então
● p e q são logicamente equivalentes.

Transitividade:
● Se p→q e q→r, então
● p→r.
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5 - Relações de Implicação e de Equivalência
Propriedades da Equivalência:

Reflexividade:
● p↔p é sempre verdadeiro. Uma expressão é sempre logicamente equivalente a si
mesma.

Simetria:
● Se p↔q, então q↔p.

Transitividade:
● Se p↔q e q↔r, então p↔r.

Substitutividade:
● Se p↔q, então p e q podem ser substituídos um pelo outro em qualquer contexto
sem alterar o valor de verdade da expressão.
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5 - Relações de Implicação e de Equivalência

Além dessas propriedades, é importante observar que tanto a implicação quanto à


equivalência possuem outras propriedades que são compartilhadas com as
operações lógicas subjacentes (como a conjunção e disjunção), como a
associatividade, comutatividade, distributividade, entre outras. Essas propriedades
são essenciais para a manipulação e simplificação de expressões lógicas.
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6 - Argumento Válido
Um argumento válido é um tipo de argumento em que a conclusão é logicamente implicada pelas premissas.
Em outras palavras, se as premissas do argumento forem todas verdadeiras, então a conclusão também deve
ser verdadeira. Aqui está uma definição mais formal:

Um argumento é válido se e somente se não houver nenhuma situação em que todas as premissas são
verdadeiras e a conclusão é falsa.

Por exemplo, considere o seguinte argumento:

Premissas:

Se chove, então o chão fica molhado.


Está chovendo.

Conclusão:

● Portanto, o chão está molhado.


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6 - Argumento Válido
Este argumento é válido porque se aceitarmos que "Se chove, então o chão fica molhado"
(premissa 1) e também aceitarmos que "Está chovendo" (premissa 2), então logicamente devemos
concluir que "O chão está molhado". Não existe nenhuma situação na qual ambas as premissas
são verdadeiras e a conclusão é falsa.

A validade de um argumento não se baseia necessariamente na verdade das premissas ou da


conclusão, mas sim na estrutura lógica do argumento. Mesmo que as premissas sejam todas
falsas, um argumento pode ainda ser válido se a conclusão seguir logicamente das premissas.
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6 - Argumento Válido - Regra de inferência

Regras de Inferência:
As regras de inferência são princípios ou padrões lógicos que são usados para justificar
passos em um argumento, permitindo-nos inferir novas informações ou conclusões a
partir das premissas dadas. No contexto de um argumento válido, as regras de inferência
são aplicadas de maneira consistente para demonstrar que a conclusão é uma
consequência lógica das premissas.
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6 - Argumento Válido - Regra de inferência
As regras de inferência são princípios ou padrões lógicos que são usados para justificar passos em um
argumento, permitindo-nos inferir novas informações ou conclusões a partir das premissas dadas. No
contexto de um argumento válido, as regras de inferência são aplicadas de maneira consistente para
demonstrar que a conclusão é uma consequência lógica das premissas. Aqui estão algumas regras de
inferência comuns:

Modus Ponens (MP):


● Se temos uma implicação p→q e sabemos que p é verdadeiro, então podemos inferir que q é
verdadeiro.
● Exemplo:
● Premissas:
● p→q, p
● Conclusão:
● q
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6 - Argumento Válido - Regra de inferência

Modus Tollens (MT):


● Se temos uma implicação p→q e sabemos que q é falso, então podemos inferir que p também é
falso.
● Exemplo:
● Premissas: p→q, ¬q
● Conclusão: ¬p

Silogismo Hipotético (SH):


● Se temos duas implicações em sequência, podemos inferir uma nova implicação.
● Exemplo:
● Premissas: p→q, q→r
● Conclusão: p→r
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6 - Argumento Válido - Regra de inferência
Silogismo Disjuntivo (SD):
● Se temos uma disjunção p∨q e a negação de uma das disjunções ¬p, então podemos inferir a
outra disjunção q.
● Exemplo:
● Premissas: p∨q, ¬p
● Conclusão: q

Dilema Construtivo (DC):


● Se temos uma implicação condicional p→q e uma implicação condicional r→s, e sabemos que
p∨r, então podemos inferir q∨s.
● Exemplo:
● Premissas: p→q, r→s, p∨r
● Conclusão: q∨s
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7 - Técnicas Dedutivas
Nas técnicas dedutivas, existem diferentes tipos de provas ou métodos de demonstração usados
para validar argumentos ou derivar conclusões a partir de premissas. Cada tipo de prova possui suas
próprias vantagens e é escolhido de acordo com a natureza do problema e das premissas
envolvidas.

Os tipos de provas nas técnicas dedutivas são:

Prova Direta:

● Numa prova direta, você demonstra diretamente que a conclusão é verdadeira, seguindo uma
sequência de passos lógicos a partir das premissas dadas, sem recorrer a técnicas adicionais
de prova. Cada passo é justificado pela lógica ou por definições conhecidas.
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7 - Técnicas Dedutivas

Prova Condicional:

● Uma prova condicional é uma demonstração que assume que uma condição específica é
verdadeira e, em seguida, mostra que, sob essa condição, a conclusão desejada também é
verdadeira. Se a condição é verdadeira, então a conclusão é verdadeira.

Prova Bicondicional:

● Uma prova bicondicional é uma demonstração que mostra que a conclusão desejada é
verdadeira se, e somente se, uma determinada afirmação é verdadeira. Isso envolve a
demonstração de ambas as direções da implicação: se a afirmação é verdadeira, então a
conclusão é verdadeira, e vice-versa.
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7 - Técnicas Dedutivas

Prova Indireta (por Redução ao Absurdo):

● Uma prova indireta, também conhecida como prova por redução ao absurdo, envolve
assumir a negação da conclusão desejada e, em seguida, demonstrar que essa suposição
leva a uma contradição lógica. Isso implica que a negação da conclusão é falsa, então a
própria conclusão é verdadeira.

Prova Indireta Condicional:

● Uma prova indireta condicional é uma variação da prova indireta que assume a negação da
conclusão desejada e, a partir dessa suposição, demonstra que outra afirmação é
verdadeira. Em seguida, conclui-se que, se essa outra afirmação é verdadeira, então a
conclusão original também deve ser verdadeira.
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7 - Técnicas Dedutivas: Exemplos

Prova Direta:

Afirmação: A soma de dois números pares é sempre par.


Prova:
● Premissas: Se a e b são números pares, então a=2m e b=2n para alguns inteiros m e n.
● Conclusão: A soma a+b é par.
● Demonstração:
● a+b=(2m)+(2n)=2(m+n).
● Como m+n é um número inteiro (a soma de dois inteiros é um inteiro), a+b é um múltiplo de
2 e, portanto, é par.
Disciplina: LÓGICA
7 - Técnicas Dedutivas: Exemplos

Prova Condicional:

Afirmação: Se n é um número inteiro ímpar, então n2 é ímpar.


Prova:
● Premissa: n é um número inteiro ímpar.
● Conclusão: n2 é ímpar.
● Demonstração:
● Se n é ímpar, então n=2k+1 para algum inteiro k.
● n2=(2k+1)2=4k2+4k+1.
● n2=2(2k2+2k)+1, que é a definição de um número ímpar.
Disciplina: LÓGICA
7 - Técnicas Dedutivas: Exemplos
Prova Bicondicional:

Afirmação: Dois triângulos são congruentes se, e somente se, possuem os mesmos três lados.
Prova:
● Premissas: Se dois triângulos são congruentes, então eles têm os mesmos três lados.
● Conclusão: Se dois triângulos têm os mesmos três lados, então eles são congruentes.
● Demonstração (ida):
● Suponha que dois triângulos ABC e DEF tenham os mesmos três lados.
● Pelo critério SSS (lado-lado-lado), os triângulos são congruentes.
● Demonstração (volta):
● Suponha que os triângulos ABC e DEF sejam congruentes.
● Então, pelo critério CPCTC (partes congruentes de triângulos congruentes), eles têm os
mesmos três lados.
Disciplina: LÓGICA
7 - Técnicas Dedutivas: Exemplos
Prova Indireta (por Redução ao Absurdo):

Afirmação: Não existem números inteiros m e n tais que m2=2n2.

Prova:
Suponha, por contradição, que existem números inteiros m e n que satisfaçam m2=2n2.
Considere m e n na forma mais simples possível, ou seja, com o menor valor possível para m e n e
sem fatores comuns.
Como m2=2n2, isso implica que m2 é par, o que significa que m é par.
Se m é par, então m2 é divisível por 4, pois o quadrado de um número par é sempre divisível por 4.
Assim, 2n2 também é divisível por 4, o que implica que n2 é par e, portanto, n é par.
Se n é par, então n2 é divisível por 4.
Mas se n2 é divisível por 4, isso implica que m2=2n2 é divisível por 4.
Disciplina: LÓGICA
7 - Técnicas Dedutivas: Exemplos
Prova Indireta (por Redução ao Absurdo):

Afirmação: Não existem números inteiros m e n tais que m2=2n2.

Prova:
No entanto, se m2 é divisível por 4, isso significa que m é divisível por 2, o que contradiz a suposição
de que m é o menor valor possível.
Portanto, nossa suposição inicial de que existem m e n tais que m2=2n2 leva a uma contradição.
Consequentemente, não podem existir números inteiros m e n que satisfaçam m2=2n2.

Essa é uma prova por redução ao absurdo de uma afirmação sobre números inteiros. A suposição inicial de
que existem m e n que satisfazem a equação leva a uma contradição, demonstrando assim que a afirmação
original é verdadeira.
Disciplina: LÓGICA
7 - Técnicas Dedutivas: Exemplos
Prova Indireta Condicional:

Afirmação: Se n2 é par, então n é par.


Prova:
● Premissa: n é um número inteiro.
● Conclusão: Se n2 é par, então n é par.
● Demonstração:
● Suponha, por contrapositiva, que n é ímpar.
● Então n=2k+1 para algum inteiro k.
● Assim, n2=(2k+1)2=4k2+4k+1=2(2k2+2k)+1, que é ímpar.
● Portanto, se n2 é par, então n deve ser par.
Disciplina: LÓGICA
8 - Fluxogramas
Fluxograma: é um tipo de diagrama, e pode ser entendido como uma representação
esquemática de um processo ou algoritmo, muitas vezes feito através de gráficos que ilustram de
forma descomplicada a transição de informações entre os elementos que o compõem, ou seja, é a
sequência operacional do desenvolvimento de um processo, o qual caracteriza: o trabalho que
está sendo realizado, o tempo necessário para sua realização, a distância percorrida pelos
documentos, quem está realizando o trabalho e como ele flui entre os participantes deste
processo.

Os fluxogramas são muito utilizados em projetos de software para representar a lógica interna dos
programas, mas podem também ser usados para desenhar processos de negócio e o workflow
que envolve diversos atores corporativos no exercício de suas atribuições.

O diagrama de fluxo de dados (DFD) utiliza do fluxograma para modelagem e


documentação de sistemas computacionais.
Disciplina: LÓGICA
8 - Fluxogramas
O termo fluxograma designa uma representação gráfica de um determinado processo ou fluxo
de trabalho, efetuado geralmente com recurso a figuras geométricas normalizadas e as setas
unindo essas figuras geométricas. Através desta representação gráfica é possível compreender de
forma rápida e fácil a transição de informações ou documentos entre os elementos que participam
no processo em causa.

O fluxograma pode ser definido também como o gráfico em que se representa o percurso ou
caminho percorrido por certo elemento (por exemplo, um determinado documento), através dos
vários departamentos da organização, bem como o tratamento que cada um vai lhe dando.

A existência de fluxogramas para cada um dos processos é fundamental para a simplificação e


racionalização do trabalho, permitindo a compreensão e posterior otimização dos processos
desenvolvidos em cada departamento ou área da organização.
Disciplina: LÓGICA
8 - Fluxogramas: DFD
Um diagrama de fluxo de dados é uma maneira de representar um fluxo de dados através de um
processo ou sistema (geralmente um sistema de informação). O DFD também fornece informações
sobre as saídas e entradas de cada entidade e do próprio processo. Um diagrama de fluxo de
dados não tem fluxo de controle - não há regras de decisão nem loops (laços de iteração).
Operações específicas baseadas nos dados podem ser representadas por um fluxograma.

Diagrama de fluxo de dados com armazenamento de dados, fluxos de dados, função e interface
Disciplina: LÓGICA
8 - Fluxogramas: Símbolos
Disciplina: LÓGICA
9 - Quantificações

Na lógica formal, quantificação refere-se à atribuição de um escopo específico a uma


proposição. Existem dois tipos principais de quantificações:

● Quantificação Universal: Representada pelo símbolo ∀, é usada para expressar que


uma proposição é verdadeira para todos os elementos de um conjunto.

● Quantificação Existencial: Representada pelo símbolo ∃, é usada para expressar que


uma proposição é verdadeira para pelo menos um elemento de um conjunto.
Disciplina: LÓGICA
9 - Quantificações
Quantificador Universal (∀):

● O quantificador universal, representado pelo símbolo ∀, é usado para expressar que uma
determinada afirmação é verdadeira para todos os elementos de um conjunto. Por exemplo, a
afirmação "Para todo x, x>0" é verdadeira se todos os números x em consideração forem
maiores que zero.

Exemplo:

Considere o conjunto S de todos os números inteiros. Podemos expressar a afirmação


"Todos os números inteiros são positivos" usando o quantificador universal da seguinte
forma:
∀x∈S,x>0
Disciplina: LÓGICA
9 - Quantificações
Quantificador Existencial (∃):

● O quantificador existencial, representado pelo símbolo ∃, é usado para expressar que pelo
menos um elemento de um conjunto satisfaz uma determinada afirmação. Por exemplo, a
afirmação "Existe um x tal que x>5" é verdadeira se pelo menos um número x em consideração
for maior que cinco.

Exemplo:

Da mesma forma, podemos expressar a afirmação "Existe um número inteiro que é


negativo" usando o quantificador existencial:
∃x∈S,x<0
Disciplina: LÓGICA
9 - Quantificações
Sentença Aberta:

● Uma sentença aberta é uma proposição que contém uma ou mais variáveis não
especificadas, que precisam ser quantificadas para se tornarem afirmações verdadeiras ou
falsas. Por exemplo, "x > 3" é uma sentença aberta, enquanto "Para todo x, x > 3" ou "Existe
um x tal que x > 3" são sentenças quantificadas que tornam a proposição verdadeira ou
falsa.

Exemplo:

A sentença aberta "x + 2 = 5" contém a variável x e se torna uma proposição quando a variável é
atribuída um valor específico.
Disciplina: LÓGICA
9 - Quantificações
Valores Lógicos de Sentenças Quantificadas:
● O valor lógico de uma sentença quantificada depende se a proposição é verdadeira ou falsa
para todos os elementos do domínio (para quantificadores universais) ou se pelo menos um
elemento do domínio satisfaz a proposição (para quantificadores existenciais). Se todas as
instâncias da proposição forem verdadeiras, a sentença quantificada é verdadeira; caso
contrário, é falsa.
Exemplo 1: Considerando o quantificador universal no exemplo "Todos os números inteiros são positivos":
● Verifique se a sentença é verdadeira ou falsa: ∀x∈Z,x>0

Se verificarmos todos os números inteiros, perceberemos que essa afirmação é falsa, já que zero e os números negativos não são
positivos.

Exemplo 2: Considerando o quantificador existencial no exemplo "Existe um número inteiro que é negativo":
● Verifique se a sentença é verdadeira ou falsa: ∃x∈Z,x<0

Para esta afirmação, só precisamos encontrar um único número inteiro negativo para que a afirmação seja verdadeira. Se encontrarmos
qualquer número negativo, a sentença é verdadeira.
Disciplina: LÓGICA
9 - Quantificações
Negação de Sentenças Quantificadas:

● A negação de uma sentença quantificada envolve negar a proposição subjacente e mudar o


quantificador. Para a negação do quantificador universal ∀, mudamos para o quantificador
existencial ∃, e vice-versa. Por exemplo, a negação de "Para todo x, P(x)" é "Existe um x tal
que ¬P(x)". A negação de uma sentença quantificada também pode envolver a negação da
proposição subjacente, mantendo o mesmo quantificador. Por exemplo, a negação de
"Existe um x tal que P(x)" é "Para todo x, ¬P(x)".

Exemplo 1: A negação da sentença "Todos os números inteiros são positivos" é "Existe um número inteiro
que não é positivo", que pode ser expressa como:
¬(∀x∈Z,x>0)≡∃x∈Z,x≤0

Exemplo 2: A negação da sentença "Existe um número inteiro que é negativo" é "Todos os números inteiros
são não negativos", que pode ser expressa como:
¬(∃x∈Z,x<0)≡∀x∈Z,x≥0
Disciplina: LÓGICA
9 - Quantificações

Esses conceitos são fundamentais na lógica formal e são utilizados para expressar
afirmações generalizadas sobre conjuntos de objetos ou elementos. Eles desempenham
um papel importante na matemática, ciência da computação, filosofia e em muitos
outros campos.

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