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Tema # 1.

- NOÇÕES BÁSICAS DE LÓGICA

INTRODUÇÃO

O conhecimento não se produz espontaneamente, de modo anárquico, na mente do sujeito.


Antes, pelo contrário, tem que sujeita-se a leis e norma, as quais constituem a própria estrutura
do pensamento.

Uma pessoa que não regule o seu pensamento, de acordo com uma ordem existente ou normas
ou leis do pensamento, chamamo-la de ilógico e a quem não raciocine de modo algum segundo
estas leis, metemo-lo-num manicómio.

Estas normas ou leis do pensamento é objecto são da lógica. Para estudar não é necessário sair
do âmbito do pensamento. Ao lógico não interessa que aquilo que pensa esteja de acordo com a
realidade. Interessa-lhe, sim, que esteja de acordo com as leis do pensamento.

BREVE HISTORIA DA LÓGICA

A lógica como as outras ciências no seu estado embrionário integrava a ciência mãe (Filosofia) e
evoluiu progressivamente como uma ciência autónoma. Na antiguidade, encontramos Zenão, o
defensor do método metafísico do raciocínio e Heráclito o defensor do método dialéctico. Depois
apareceram os sofistas que desempenharam um papel importante no desenvolvimento da lógica
pela argumentação e retórica (ciência do saber falar), por fim Platão deu grande impulso através
da dialéctica.
Entretanto, foi Aristóteles, o primeiro, a fazer do pensamento lógico um objecto de investigação
sistemática. A Lógica de Aristóteles, que ocupa seis de suas primeiras obras, constitui a premissa
principal de uma teoria de carácter semântico que serviu de estrutura para a compreensão da
veracidade de proposições. Sua obra fundamental ORGANON que significa INSTRUMENTO,
comporta a seguinte divisão: 1- Categorias = Conceitos; 2- De Interpretatione = Juízos; 3-
Analitica Priora = Raciocínios; 4-Analitica Posteriori = Métodos e 5-Topica = Axiomas e
Máximas.
No século III d. C, o filósofo neoplatónico Porfírio apresentou seu próprio modelo explicativo
detalhando uma classificação sobre as substâncias. Este modelo é conhecido como a Árvore de
Porfírio e nele estabelece uma estrutura em forma de árvore onde tudo o que existe é concebido
de maneira gradual, ou seja, da substância mais geral para a mais particular. No esquema geral
são utilizados três conceitos fundamentais: género, espécie e indivíduo. A partir deles, há uma
graduação que vai do mais genérico para o mais concreto.

Na idade Média, destaca-se a obra de Pedro Julião com o titulo “Sumulae Logicales” um manual
que acrescia algumas novidades que na antiga não existiam.

Na idade moderna, destacam-se René Descartes, Francis Bacon, Pedro Fonseca e Joaquim
Jungius. Porém, o expoente máximo foi Leibniz com a obra “Art Combinatória”.
Já na época contemporânea, a lógica desenvolveu-se na direcção das ciências exactas com o
cálculo de Morgan e Álgebra de Boole.

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RAMOS DA LÓGICA

A lógica divide-se em três grandes ramos:

1. LÓGICA FORMAL: examina as características das ideias, com a finalidade de


estabelecer as normas de argumentação correcta. Diz-se os seus conteúdos. Dai, decorre
que as normas por ela fixadas asseguram a correcção de discurso, mas não a sua verdade
material.
2. LÓGICA TRANSCENDENTAL OU MATERIAL: trata da validade dos nossos
conhecimentos, ou seja das condições às quais eles devem a sua possibilidade de ser
verdade e, por isso, modo peculiar de ser do pensamento enquanto pensado. Preocupa-se
com a verdade do discurso.
3. LÓGICA MATEMÁTICA: estabelece um conjunto de regras sobre as relações de
certos termos entre si e, depois procura determinar qual discurso seja possível, uma vez
aceite tal conjunto de regra é construída como puro cálculo.

Neste percurso vamos estudar a LÓGICA FORMAL

1.1.1. Definição da Lógica

A palavra lógica, do grego – LOGOS, significa RAZÃO, DISCURSO ou PALAVRA,


PENSAMENTO. Ela designa o conjunto de regras que acate o processo de pensar como
reflexo da realidade. É uma ciência normativa, pois refere-se as leis através das quais se guia
o pensamento. È o instrumento da certeza e da demonstração da expressão das regras modelas
do pensamento coerente.

Jules Dubois apresenta a lógica como ramo crítico do conhecimento filosófico, isto é, a
disciplina que estuda a validade das afirmações, juízos e raciocínios.

1.1.2. Objecto do estudo da Lógica

A lógica é a ciência que tem como objecto o pensar. De modo mais preciso, a lógica é a ciência
que consiste no estudo das condições da validade do pensamento.

1.1.3. Método de estudo

Toda a explicação exige um discurso-logos, que é possível fazer-se em dois sentidos:

- Observação dos fenómenos particulares


- Dedução ou síntese, do geral para o particular ou partindo das causas, deduz-se os efeitos.
- Indução ou análise, do particular para o geral ou partindo dos efeitos, chega-se a descobrir as
causas.

A lógica Formal caracteriza-se pelo método reflexivo e dedutivo.

1.1.4. Importância da Lógica

Para além da sua vocação teórica, ela é prática, técnica das técnicas mentais que nos conduz ao
bem raciocinar; a de mostrar os juízos verdadeiros e refutar os falsos; ensina a pensar claro,
conciso e separar o fundamental do secundário, perceber o modo crítico, as definições e as
classificações dos conceitos, analisar os diversos tipos de discursos, do científico ao político.

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1.1.5. LEIS OU PRINCÍPIOS LÓGICOS

Uma lei é uma relação necessária, substância, estável e repetida entre os fenómenos. Partindo
desses atributos pode-se definir a lei ou princípio do pensamento correcto como sendo as
conexões mais simples e necessárias entre ideias que se expressam nas principais leis da lógica
formal. Elas não são renováveis nem substituíveis por outras. Elas são universais. Daí termos as
principais características dos princípios:
a) Universais, se referem a todo pensamento sem excepção.
b) A priori, se apresentam a nossa consciência com evidência imediata e são independentes
da experiência.
c) Necessários, porque são inerentes ao pensamento lógico e sem eles o pensamento não
teria significado.

Princípios Lógicos e ontológicos.

1. Princípio de IDENTIDADE: é uma das leis do pensamento correcto cuja observância


garante a certeza e a claridade universal.

a) Formulação ontológica: o ser é, o não ser não é. Toda a coisa é igual a si mesma
b) Formulação lógica: o processo de uma determinação raciocínio, conceito e juiz, devem
ser idênticos a si mesmo. Todo A é A, A=A.

Esta lei exprime a exigência de conservar a mesma significação dos termos no curso de um
raciocínio ou demonstração.

2. Princípio de NÃO CONTRADIÇÃO: exprime a relação de incompatibilidade lógica,


isto é, num único objecto são incompatíveis a presença e ausência dos mesmos indícios
ao mesmo tempo.

a) Formulação ontológica: uma coisa não pode ser e não ser ao mesmo tempo e sob o
mesmo aspecto, isto é, impossível que um mesmo atributo pertença e não pertença a uma
mesma coisa e numa mesma relação.
b) Formulação lógica: é impossível que a afirmação e a negação sejam verdadeiras ao
mesmo tempo. É impossível afirmar e negar ao mesmo tempo. Nada pode ser e não ser.

3. Princípio do TERCEIRO EXCLUÍDO: exprime a exclusão absoluta do meio-termo ou


intermediário.

a) Formulação ontológica: uma coisa deve ser ou então não ser, não há terceira
possibilidade.
b) Formulação lógica: é impossível que haja qualquer intermediário entre enunciados
contraditórios. Uma proposição é verdadeira ou falsa, não há outra possibilidade.

Outros Princípios
 Dictum de Omni et nullo – tudo que tem valor a todos tem igualmente as parte. O
que não tem a todos não tem nas partes.

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 Princípio de razão suficiente – nada acontece sem causa (causa-efeito). –
LEIBNIZ.
PRINCÍPIOS MATEMATICOS
 Princípio de dupla negação, equivalendo a uma afirmação. Ex. Não é impossível
que o Professor de Filosofia falte amanhã à aula. -5-2=-7
 Princípio de comutatividade
 Princípio de associatividade
 Princípio de distributividade

1.1.6. Novos domínios da aplicação da lógica: Informática, inteligência artificial e


cibernética.

1.1.6.1. CIBERNÉTICA

A cibernética visa o controlo dos processos da regulação na transmissão de mensagem num


circuito. É uma teoria ou área da ciência aplicada no comportamento dos aparelhos
automatizados, possuidores de mecanismo de auto – regulação. Nela não há diferença
significativa entre o funcionamento do ser vivo e o da máquina.

O objectivo da cibernética é o de desenvolver uma linguagem e técnicas que permitem


efectivamente enfrentar o problema da regulação das comunicações.

O paradigma ou modelo do sistema de tratamento da informação considera, com efeito, o


homem como uma máquina que trata a informação, mas não a assimila completamente a uma
caixa negra. Pois, o pensamento humano possui uma originalidade dinâmica que escapa à
normalização e padronização das ideias.

1.1.6.2. INFORMÁTICA

A cibernética e a informática radicam no modelo de álgebra booleana. A lógica de Boole


permitiu a mecanização do cálculo. Os computadores funcionam segundo o esquema binário da
lógica booleana assente no valor 0 e 1, negação e a afirmação.

As operações lógicas (afirmação, negação e conjunção) encontram correspondência no modo de


funcionamento dos circuitos eléctricos.

Informática é a ciência considerada como suporte formal dos conhecimentos

O ponto de partida consiste na distinção entre o aspecto semântico e o aspecto sintáctico da


informação, de maneira que o tratamento da informação, o poder instaurar processos de análise,
contagem e tratamento dos elementos de natureza sintáctica independentemente das
significações ou do conteúdo semântico veiculado.

A distinção entre o plano sintáctico e semântico da linguagem, com autonomização do primeiro,


possibilitou o tratamento da informação. É possível um tratamento da linguagem desconhecendo
o conteúdo semântico; a informática conhece as letras que compõem as palavras, mas não
conhece o sentido das palavras.

O tratamento automático da informação só é possível porque a lógica elaborou linguagens


formalizadas que foram indispensáveis para o desenvolvimento dos softwares dos computadores
(Hardware e Software).

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1.1.6.3. INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

A inteligência artificial é um campo das ciências dos computadores que esta relacionada com
aspectos de resolução de problemas e de realização de tarefas.

O funcionamento mental do sujeito humano processa-se de acordo com um sistema de regras, ou


programa, semelhante a um programa de computador. Pensar implica a manipulação de símbolos
organizados em linguagem formalizada, pois a consciência cria sistemas representacionais e
modelos do mundo. Sendo assim, estava aberta a possibilidade para simular em computador o
modelo humano de tratar a informação e de resolver problemas. Deste modo, pode definir-se a
inteligência artificial como o estudo das faculdades mentais através do uso de modelos
computacionais.

A inteligência artificial procura compreender o pensamento e o comportamento humano para


pode-los reproduzir artificialmente. Na inteligência artificial trata-se verdadeiramente de
fabricar um dispositivo mecânico que tenha as capacidades intelectuais do homem. Os robots
pensantes, dotados de corpo.

Diferenças

Diferenças e semelhanças entre ser humano e


computadores
Ser Humano Computadores
Intuição Velocidade
Criatividade Exactidão
Juízo Detalhe
Sinergia Sinergia

Questões

1. Faça um breve comentário sobre o lógico e o ilógico no quadro da disciplina da lógica?


2. Qual é a importância da lógica?
3. Diferencie a lei da não contradição do terceiro excluído?
4. Comente cada uma das leis da lógica formal.
5. Porque se diz lógica formal?
6. Como funciona a lógica de Boole?
7. As máquinas podem pensar?
8. O cérebro humano é uma máquina. Refute esta tese.

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1.2. O PENSAMENTO E O DISCURSO

Mais adiante estudaremos que a mente humana no processo de produção de conhecimento,


linguagem e discurso executa três operações distintas:
a) Pela APREENSÃO DO OBJECTO concebe as noções, conceitos ou ideias.

João Banana

PENSAMENTO (IDEIA - Conceito) OBJECTO


SUJEITO

O sujeito pensante ao estabelecer relação com objecto, surgir o conceito ou ideia =conhecimento.

b) Por meio do JUÍZO, relaciona os conceitos uns aos outros


Mesa, redonda, é, A, equivalendo = A mesa é redonda.

c) Através do RACIOCÍNIO combinam-se os juízos e inferem-se outros novos


conhecimentos a partir do já conhecido.

Pensamento e pensar são, respectivamente, uma forma de processo mental ou faculdade do


sistema mental que permite aos seres modelarem sua percepção do mundo ao redor de si.
O acto de pensar exige uma interpenetração do sujeito pensante ao objecto, à realidade concreta
e objectiva para permitir a percepção e dando origem pela abstracção o CONHECIMENTO.

1. O que é o PENSAMENTO?
Pensamento é o conjunto de ideias ou significados que o intelecto humano elabora e atribui aos
objectos reflectidos no seu mecanismo perceptivo (Sentidos - Cérebro ou intelecto). A sua
concretização se efectua nas operações como nomear, classificar, descrever e relacionar.
Tipos de pensamento: 1- Pensamentos criativos, 2- Pensamentos avaliativos, 3-Pensamentos
comparativos.
Para que os outros sujeitos pensantes saibam o que cada um dos outros sujeitos pensantes
PENSA é necessário COMUNICAR. O processo de comunicação é servido quando se quer
transmitir CONHECIMENTO que é colocado na mensagem, através duma linguagem.
A linguagem não pode ser entendia como um instrumento do pensamento, mas como a matéria
do próprio pensar. Não há pensamento fora da linguagem, nem linguagem sem pensamento.

2. O que é o DISCURSO?
Na Filosofia clássica: Discurso define-se como a operação intelectual que se efectua por uma
sequência de operações elementares e sucessivas ou encadeamento de pensamentos (ideias) sob
forma de palavras, juízos e raciocínios.

O Discurso é toda situação que envolve a comunicação dentro de um determinado contexto e diz
respeito a quem fala, para quem se fala e sobre o que se fala.

1.2.1. As três dimensões do discurso: sintaxe, semântica e pragmática

Discurso é curso ou percurso feito pela razão na passagem de uma proposição a outra. É
um acontecimento de linguagem, é um acto de comunicação linguística.

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1.2.1.1. A SINTAXE: é o estudo da ordem lógica ou disposição das palavras na proposição/
frase no discurso de maneira que este fique gramaticalmente correcto ou com lógica.
SN+SV+SP/SAdv ou Sujeito + Predicado + Complementos.

1.2.1.2. A SEMÂNTICA: é o estudo do significado das expressões linguísticas. É considerada


como estudo do significado ou sentido das palavras na frase. Por outro, se entende como o
estudo das diversas relações das palavras com os objectos por elas designadas. O linguista
Ferdinand du Saussure identifica três elementos no acto de fala. Significante, significado e signo.

Significante ou palavra + significado ou objecto = signo (sentido)

1.2.1.3. A PRAGMÁTICA: refere-se ao uso de palavras e seu reflexo na acção. Quer dizer, o
sentido do discurso não se pode fundamentar exclusivamente nas categorias sintácticas e
semânticas, antes requer um terceiro factor enraizado na esfera inter- subjectiva da linguagem,
isto é, na aplicação dos diversos contextos sociais para a determinação do sentido. Falando age-
se sobre a realidade.
Relação: Entre a Sintaxe, Semântica e a Pragmática são três dimensões indissociáveis:
- A sintaxe, preocupa-se com a forma gramatical da linguagem;
- A Semântica, preocupa-se com o sentido das palavras na frase para a sua compreensão;
- A Pragmática, preocupa-se com o uso que fazemos da linguagem num dado contexto.

1.3. AS TRÊS OPERAÇÕES DA MENTE (APREENSÃO, JUÍZOS E RACIOCÍNIO)

O objecto material da lógica é o pensamento em geral, nos seus elementos: CONCEITOS,


JUÍZOS E RACIOCÍNIO.

O objecto formal consiste nas mútuas relações desses elementos, que dão coerência ao
pensamento, fazendo com que o PENSAMENTO seja instrumento adequado para alcançar o
conhecimento.

Os três actos fundamentais da mente são:

1. Apreensão, que tem como expressão interna o conceito e como expressão externa o
termo ou sinal escrito ou oral.
2. Juízo, que tem como expressão externa a proposição.
3. Raciocínio, que tem como expressão externa a argumentação.

1.3.1. APREENSAO DO CONCEITO E TERMO

O conceito é a base e fundamento da linguagem. É a primeira e mais elementar das


formas lógicas no seu aspecto objectivo. É universal e chamado de ideia.
Define-se Conceito ou ideia sendo a representação mental e abstracta das características de um
objecto. Enquanto, Termo é a expressão verbal de um conceito ou ideia. Essa expressão pode
ter uma ou mais palavras. EXEMPLO: Cavalo, Barco a vapor, etc. Expressões Conceptuais.
 Os Conceitos não são verdadeiros nem falsos, uma vez que não afirmam nem negam. Ex.
Mesa, Maçã, Cadeira. O lugar da verdade é no Juízo.

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1.3.1.2. FORMAÇÃO DO CONCEITO

O homem, como os outros animais, conhece, através dos sentidos, as coisas que o rodeiam. A
este conhecimento chamamos de percepção sensível. Através dela, entramos em contacto com as
coisas concretas e singulares. Ex. Casa, carro, pedra, arvore etc…

Entretanto o espírito humano é capaz também duma apreensão intelectual, pela qual prescinde
das características concretas e individuais de cada coisa, para captar a sua essência pura e
universal. Para além de conhecer este homem, este cavalo, esta arvore…Concebe também o
homem, o cavalo, a árvore, etc…

O conceito forma-se a partir da percepção sensível dos objectos transferindo-os para a apreensão
intelectual que abstrai os indícios ou caracteres essenciais e gerais duma classe de objectos.

O nosso pensamento conceptual forma uma rede de um todo sistema de relações de um


determinado conceito com outros conceitos solidários – árvore de PORFÍRIO. Exemplo:

Trabalho Planta
Metais
Ferramenta Arvore
Ferro
MARTELO Madeira

Pregar Forjar

Bigona Fogo
Pregos Cavilha

1.3.1.3. CLASSIFICAÇÃO DOS CONCEITOS (Compreensão, Extensão, Natureza do que


exprimem ou Perfeição e suas relações mútuas)

a) Quanto a compreensão
- Simples: se nele não encontramos pluralidade de notas, nem nelas se possa resolver. Exemplo,
o conceito ser.
- Complexos: se consta de várias notas e nelas é resolúvel. Exemplo, exercito, nação.

b) Quanto a extensão

- Singular: só se aplica somente a um individuo. Exemplo, Pedro, Maria.


- Particular: só se aplica a uma parte de um todo: alguns, certos, certas.
- Universal: só se aplica a todos os indivíduos de um grupo. Exemplo, todos, os homens.

c) Quanto a natureza do que exprimem/Perfeição

- Concretos: se dizem respeito a um objecto com a sua forma e determinação. Exemplo, homem,
cavalo, maçã etc...
- Abstractos: só se referem ou reproduzem uma forma ou qualidade separada do objecto.
Exemplo, humanidade, preta, loira, beleza, etc…
- Claras/Obscuras …..

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- Distintas/Confusas ….

d) Quanto às suas relações mútuas


- Contraditórios: quando um exclui pura e simplesmente o outro, sem que possa existir qualquer
conceito intermediário. Exemplo, branco e não branco.
- Contrários: quando se opõem, mas entre eles podem existir conceitos intermediários. Alto e
baixo, gordo e magro.

1.3.1.4. PROPRIEDADES DOS CONCEITOS

a) Compreensão: é o conjunto de notas ou conceitos mais gerais que estão incluídos num
conceito determinado. Determina - se pelo número de proposições possíveis dos quais é sujeito.
Exemplo:
- Homem é um ser vivo
- Homem é uma substancia
- Homem é um animal

b) Extensão: é o conjunto de conceitos menos gerais ou de coisas concretas, aos quais se pode
atribuir o conceito em causa. Determina-se pelo número de proposições possíveis dos quais é
predicável. Exemplo:
- Pedro é homem
- João é homem
- Maria é homem
 Quanto maior é a compreensão, menor a extensão.
 Quanto maior é a extensão, menor a compreensão.

- Pedro
- Homem
- Animal
- Ser

1.3.1.5. DEFINIÇÃO

Definir é estabelecer limites, circunscrever, delimitar, determinar, precisar. É analisar


rigorosamente o significado de conceito.

A definição é a explicação clara e concisa do conteúdo de uma ideia ou conceito.

Os elementos da definição são: o definido parte a definir e definidor a explicação do definido.

Tipos de definições (Etimológica, Genetica e Real – este pode ser Descritiva e Real)

a) Nominal ou etimológico: explica o sentido nominal de uma ideia.


b) Genética, ao definir diz como se produz. Exemplo, o cone é uma figura que se gera pela
rotação de um triângulo rectângulo sobre um dos seus catetos.
c) Real: indica a natureza do ser representado pela palavra. Esta definição pode ser:

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- Essencial ou característica: diz-nos as características essenciais das coisas. Nela tem que
constar o género próximo e diferença específica. Exemplo, o homem é animal racional.

- Descritiva, que consiste em indicar ou descrever os seres segundo as características exteriores


ou acidentais. Exemplo, a água é um líquido incolor e sem sabor. A Paula é loira e baixinha.

Regras fundamentais de definição Essencial ou característica

a) A definição faz-se pelo género próximo e diferença específica.


b) Deve ser mais claro que o definido.
c) Deve ser breve.
d) O definido não deve entrar na definição.
e) Não deve ser negativa, mas positiva, enumerando as características essências.
f) Deve ser reciproca ou conversível como o definido.

Questões

1. Define o conceito?
2. Faça uma demarcação entre conceito, termo e palavra?
3. Descreve a fases da formação do conceito.
4. O que é a definição?
5. O avião é um objectivo voador. A que tipo de definição se aplica?
6. Cita os tipos de definição que estudastes.
7. Construa uma rede conceptual, partindo de Legume, Ave, Fruta.
8. Enumera as características de uma boa definição.

1.3.2. JUÍZOS E PROPOSIÇÕES

1.3.2.1.Classificação dos juízos

Segundo Emannuel Kant, “ se abstrairmos de todo o conteúdo de um juízo em geral e


atendermos apenas a simples formas do entendimento, encontramos que nele a função do
pensamento pode reduzir-se a quatro rubricas e cada uma das quais com três momentos”. Isto é,
os Juízos podem ser: Quantidade, Qualidade, Relação e Modalidade
1. Quanto a Quantidade: Universais, Particulares e Singulares
Ex: Todo homem é mortal
Alguns estudantes são desportistas
Agostinho Neto é angolano
2. Quanto a Qualidade: Afirmativos, Negativos e infinitos
Ex: Nenhum burro é peixe
As flores não são animais
3. Quanto a Relação: Categóricos, Hipotéticos e Disjuntivos
Categórico: quando se afirma sem restrições ou condições. Ex: A filosofia é uma forma de
reflexão indispensável para o nosso tempo.
Hipotético: quando se afirma com restrições ou condições. Ex: Se chover não vou à escola.
Disjuntivos: quando se expressam com alternativa. Ex: A Joana ou é parva ou não vê a
realidade.

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4. Quanto a Modalidade: Problemáticos, Assertórios e Apodícticos
a) Problemáticos: são aqueles que exprimem uma relação contingente entre o sujeito e o
predicado e pode ser verdadeiro ou falso. Ex: A rosa é vermelha.
b) Assertórios: Afirma a existência factual entre sujeito e predicado, mas não constante: Ex:
o aroma destas flores é agradável.
c) Apodícticos: são aqueles que exprimem uma relação necessária entre sujeito e predicado
e anunciam verdades da razão que os factos não podem contradizer. Ex: o triângulo é um
polígono de três lados.
Para sintetizar a referida classificação, o próprio Kant, estabeleceu uma distinção fundamental
entre juízos sintéticos e analíticos.

Explicativo Não aumenta o A priori = antes Ex: Todos os corpos


Juízo O sujeito está nosso e independente são extensos
Analítico contido no conhecimento da experiencia
predicado
Extensivo Aumenta o nosso A posteriori = Ex: Alguns corpos são
Juízo Sintético O sujeito não conhecimento depois e pesados
está contido no dependente da
predicado experiencia

Há ainda uma outra classificação de juízos: de Realidade ou de facto e os de valor.


a) Juízos de realidade ou de facto: afirmam o que as coisas são ou como são. Ex: a mesa é
de madeira.
b) Juízos de valor/apreciativo/estimativo: anunciam o que os objectos valem para o
sujeito ou que expressam o que deve ser. Ex: O Pedro é bom estudante.

 Na Lógica clássica se define os juízos e as proposições e se estabeleceu a primeira


distinção entre Juízos apofânticos ou atributivos e Juízos de relação.

Os Juízos atributivos são constituídos por um sujeito, um predicado e cópula. Estabelece uma
relação entre dois conceitos, isto é, o predicado está contido no sujeito.
Para estes juízos são utilizados verbos de ligação que indicam um estado, modo, sentimento e
apontam para uma caracterização, como: ser, estar, permanecer, ficar, tornar-se, andar,
parecer, virar, continuar, viver. Os verbos de ligação indicam um estado, modo, sentimento e
apontam para uma caracterização. Ou seja, os verbos de ligação são pontes entre o sujeito e o
predicativo (atribui característica ao sujeito).

Estrutura de juízos atributivos


Ex: A vaca é branca Predicado

sujeito

Cópula

Juízos de Relação são aqueles em que os elementos do juízo estabelecem determinadas


relações. Esta relação pode ser de inclusão ou de inerência. Exemplo: Todo o advogado é jurista.

 O que é o Juízo lógico? R: É a operação mental que permite estabelecer uma relação de
afirmação ou de negação entre conceitos. Ex: o quadro é preto. O quadro não é preto.

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 O que é a Proposição lógica? R: É a expressão verbal ou escrita que estabelece uma
relação de afirmação ou de negação entre conceitos.

1.3.2.2.Classificação das Proposições

Partindo da classificação da qualidade (Afirmativa e Negativa) e da quantidade (Universal e


Particular), teremos as seguintes proposições:
O que são Quantificadores lógicos?
R: são palavras ou expressões que indicam que houve quantificação.
 Quantificadores universais Todo (s), toda(s), ambos, nenhum(a), nenhuns (as);
"quaisquer".
 Quantificadores particulares: Alguns, nem todos, certos, cada, qualquer.

 Universal Afirmativa ---- A--- Ex: Todo homem é mortal


 Universal Negativa ----- E ---- Ex: Nenhum gato é cão
 Particular Afirmativa --- I ----- Ex: Alguns homens são filósofos
 Particular Negativa ----- o ---- Ex: nem todos os homens são bons

SUJEITO
UNIVERSAL PARTICULAR
PREDICADO PARTICULAR A I
UNINERSAL E O

1.3.3. AS INFERÊNCIAS

A inferência é a operação mental que consiste em tirar duma ou mais proposição outra ou outras
que ai estavam implicitamente contidas.

Classificação: A inferência pode ser: Imediata e mediata.

1.3.3.1.As inferências imediatas


A inferência imediata consiste em obter directamente uma nova proposição a partir duma
proposição dada e apenas com os termos que a constituem. Serve-se de dois termos que fazem
de antecedente e consequente.
a) Inferências por OPOSIÇÃO
A oposição das proposições consiste em tirar de uma proposição, outras pela alteração da
quantidade e/ou da qualidade, mantendo os mesmos ter como sujeito e como predicado.
1.Quadrado Lógico das Inferências por Oposição (ver esquema).
Este quadro mostra de forma simples as várias oposições que se podem estabelecer entre as
proposições.
Proposições contrárias ( A E): São proposições universais que diferem só pela qualidade.
Ex. : Todos os homens são racionais (A) e Nenhum homem é racional (E).
Proposições subcontrárias ( I O): São proposições particulares que diferem só pela
qualidade.
Ex. Alguns homens são racionais (I) e Alguns homens não são racionais (O).
Proposições subalternas ( A I e E O ): São proposições que só diferem pela
quantidade.
Ex. Todos os homens são racionais (A) e Alguns homens racionais (I); Nenhum homem é
racional (E) e Alguns homens não são racionais (O).

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Proposições contraditórias ( A O e E I ): São proposições que diferem quanto à
quantidade e qualidade.
Ex.Todos os homens são racionais (A) e Alguns homens não são racionais (O); Nenhum homem
é racional (E) e Alguns homens racionais (I).

2. Leis das Inferências por Oposição.


Regra das
Duas proposições contrárias não podem ser ambas verdadeiras.
Contrárias
Regra dasDuas proposições contraditórias não podem ser nem verdadeiras nem
Contraditórias falsas ao mesmo tempo.
Regra da
Duas proposições subcontrárias não podem ser ambas falsas.
Subcontrárias

Regra dasDuas proposições subalternas podem ser simultaneamente verdadeiras e


subalternas simultaneamente falsas, bem como uma verdadeira e outra falsa.

3. Quadro síntese das Inferências por oposição válidas

Quadro síntese das Inferências por oposição válidas

Proposição original Proposição Inferida


A Verdadeira E Falsa I Verdadeira O Falsa
E Verdadeira A Falsa I Falsa O Verdadeira
I Verdadeira E Falsa A Indeterminado O Indeterminado
O Verdadeira A Falsa E IndeterminadoI Indeterminado

A Falsa O Verdadeira E IndeterminadoI Indeterminado

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E Falsa I Verdadeira A Indeterminado O Verdadeira
I Falsa A Falsa E Verdadeira O Verdadeira
O Falsa A Verdadeira E Falsa I Verdadeira

b) Inferências Imediatas POR CONVERSÃO


A conversão de uma proposição consiste em tirar de uma proposição uma outra pela transposição
dos seus termos, de modo que o sujeito se torne predicado e o predicado sujeito. A proposição
que se obtém por processo de conversão não deve afirmar ou negar nada mais do que a
proposição convertida.

b.1) Conversão Simples


Conversão Simples

Exemplo Conversão válida


I Alguns poetas são árabes Alguns árabes são poetas
E Nenhum gato é cão Nenhum cão é gato
As conversões simples das proposições do tipo "A" e "O" não são válidas porque infringem
umas das regras fundamentais das inferências: Os termos não podem ser mais extensos na
conclusão que nas premissas.
b.2) Conversão por Limitação ou Acidente

Conversão por limitação ou acidente

Exemplo Conversão válida


A Todos os advogados são juristas Alguns juristas são advogados
As proposições de tipo "A" podem converter-se desde que se altere a quantidade do sujeito da
nova proposição.
c) CONVERSÃO POR NEGAÇÃO
Conversão por Negação

Exemplo Conversão válida


O Alguns poetas não são portugueses Alguns não portugueses são poetas
Esta conversão só se aplica às proposições particulares negativas.

Conversões por tipo de proposição

E,I Conversão simples


A Conversão por limitação
O Conversão por negação

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1.3.3.2. INFERÊNCIAS MEDIATAS.

As inferências mediatas são também designadas por raciocínios. Num raciocínio, como
dissemos, relacionamos entre si proposições já conhecidas, tendo em vista extrairmos novas
proposições (conclusões).
Podemos deste modo distinguir num raciocínio dois tipos de proposições:
a) As proposições das quais partimos ( antecedente ou premissas).
b) A proposição final a que chegamos como consequência das relações expressas nas premissas (
a consequente ou conclusão).

Exemplo: Os vertebrados são animais (premissa)


O javali é vertebrado (premissa)
Logo, o javali é animal (conclusão).

1.4. RACIOCÍNIO E ARGUMENTAÇÃO


 Raciocínio: é a operação mental que consiste numa actividade discursiva.
 Argumentação: é a operação falada ou escrita que consiste numa actividade discursiva,
com intuito de expor as ideias. A estrutura da argumentação: introdução,
desenvolvimento e conclusão.

1.4.1. CLASSIFICAÇÃO DOS RACIOCÍNIOS

As três formas mais comuns de raciocínios são a analogia, a indução e a dedução.

a) Analogia
Este tipo de raciocínio faz-se através de comparações. Partimos de semelhanças que observamos
entre duas ou mais coisas de espécies diferentes para obtermos novas semelhanças entre elas. As
conclusões a que chegamos são mais ou menos prováveis quanto maior ou menor forem as
semelhanças observadas.
Exemplos:
- Considerando as semelhanças anatómicas entre os homens e os animais, inferimos que a
reacção de certos medicamentos é idêntica em ambos. Daí, usarmos os animais como cobaias
para experimentar medicamentos destinados aos seres humanos.
- Ao observarmos que o Joaquim apresenta os mesmos sintomas da Maria, concluímos que ele
tem a mesma doença.

e) Indução
Este tipo raciocínio desenvolve-se do particular para o geral. Trata-se de uma operação mental
em que se parte da observação de um certo número de casos (antecedentes), e se infere uma
explicação aplicável a todos os casos da mesma espécie (conclusão). As conclusões, como na
analogia, são mais ou menos prováveis.
A maioria das ciências experimentais recorre à indução. Repara que a experiência ou os casos
particulares são o ponto de partida para se atingir uma compreensão mais geral dos fenómenos.
Exemplo:
Observações particulares:
- O ferro dilata com o calor; a prata dilata com o calor; o cobre dilata com o calor; O ouro dilata
com o calor.
- O ferro, a prata, o cobre e o ouro são metais.
Conclusão:
- Os metais dilatam com o calor.

c) Dedução
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Neste tipo de raciocínio parte-se do geral para o particular. Parte-se das causas para os efeitos,
das leis para os factos, dos princípios para as suas consequências necessárias. Se aceitarmos a
verdade das premissas de que partimos, somos logicamente obrigados a aceitar a verdade da
conclusão, sob pena de nos contradizermos. Estas conclusões são pois necessárias
(apodícticas).
Exemplo:
- Os carbonos são corpos simples (premissa).
- Os carbonos são condutores de electricidade (premissa).
- Logo, alguns corpos simples são condutores de electricidade (conclusão).

1.4.2. SILOGISMOS
Um silogismo (do grego antigo συλλογισμός, "conexão de ideias", "raciocínio"; composto pelos
termos σύν "com" e λογισμός "cálculo") é um termo filosófico com o qual Aristóteles designou a
argumentação lógica perfeita, constituída de três proposições declarativas que se conectam de
tal modo que a partir das duas primeiras, chamadas premissas, é possível deduzir uma
conclusão. A teoria do silogismo foi exposta por Aristóteles em Analíticos anteriores.

Silogismo regular é o argumento típico dedutivo, composto de 3 proposições — Premissa Maior


(P), Premissa Menor (p) e Conclusão (c) — onde 3 termos, Maior (T), Médio (M) e Menor (t),
são compostos 2 a 2.

Num silogismo, as premissas são um ou dois juízos que precedem a conclusão e dos quais ela
decorre como resultado consequente dos antecedentes. Ou seja, dos juízos prévios se infere a
consequência. Nas premissas, o termo maior (predicado da conclusão) e o termo menor (sujeito
da conclusão) são comparados com o termo médio, e assim temos a premissa maior e a premissa
menor segundo a extensão dos seus termos.
Um exemplo clássico de silogismo é o seguinte:
Todo homem é mortal.
Sócrates é homem.
Logo, Sócrates é mortal.

O silogismo é estruturado do seguinte modo:


Todo homem é mortal (premissa maior)
Homem- é o sujeito lógico, e fica antes do verbo ;
é - representa a acção, isto é, o verbo que exprime a relação entre sujeito e predicado;
mortal - é o predicado lógico, e fica após o verbo.
Sócrates - é homem (premissa menor)
Logo, Sócrates é mortal (conclusão).

Conforme Kant, silogismo é todo juízo estabelecido através de uma característica mediata. Dito
de outra forma: silogismo é a comparação de uma característica de uma coisa com outra, por
meio de uma característica intermediária. E essas premissas estão dentro da crítica lógicas,
percebidas por Aristóteles.

1.4.3. CLASSIFICAÇÃO DOS SILOGISMOS

Silogismos Formas Características


1. Regular Possui apenas 3 termos e
Categórico 3 proposições
- Entinema Mais ou Menos de 3
- Epiquirema termos e proposições

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2. Irregular - Polissilogismo
- Sorites
- Condicionais Apresentam uma hipótese
Hipotéticos - Disjuntivos na sua enunciação.
- Dilemas

1.4.3.1. Figuras e modos do silogismo Categórico REGULARES


Um raciocínio dedutivo é composto por proposições. As proposições, por sua vez, são
compostas por termos. A maneira pela qual as proposições estão dispostas é chamada de modo
do silogismo. A posição que o termo médio assume no argumento (sujeito ou predicado), origina
a figura do silogismo.

Existem quatro espécies de proposições: A, E, I, O. Entre estas proposições, é possíveis 64


combinações na estrutura do silogismo. Deste total, apenas 19 combinações são válidas, sendo
que as demais violam uma ou mais regras do silogismo. Estas 19 combinações distribuem-se nas
quatro figuras do silogismo.

a) Primeira figura
A primeira figura não muda, por ser perfeita. Aqui, o termo médio ocupa a posição de sujeito na
premissa maior e predicado na premissa menor.
1º Su-pré
Todo metal é corpo. BAR
Todo ferro é metal. BA
Todo ferro é corpo. RA
Nessa figura, os modos legítimos são: BAR-BA-RA (AAA); CE-LA-RENT (EAE); DA-RI-
I (AII); FE-RI-O (EIO) Esses nomes foram dados pelo filósofo medieval, do século XII, Pedro
Abelardo.

b) Segunda figura
Na segunda figura, o termo médio ocupa a posição de predicado em ambas as premissas.
2º Pré-Pré
Todo círculo é redondo. CAM
Nenhum triângulo é redondo. ES
Nenhum triângulo é círculo. TRES
essa figura, os modos legítimos são: CES-A-RE (EAE); CAM-ES-TRES (AEE); FES-TI-
NO (EIO); BAR-OC-O (AOO).

c) Terceira figura
Na terceira figura, o termo médio ocupa a posição de sujeito nas duas premissas.
3ºSu-Suoi
Nenhum mamífero é pássaro. FE
Algum mamífero é animal que voa. RIS
Algum animal que voa não é pássaro. ON
Nessa figura, os modos legítimos são: DA-RAP-TI (AAI); FE-LAP-TON (EAO); DIS-AM-IS
(IAI); BOC-AR-DO (OAO); DA-TIS-I (AII); FE-RIS-ON (EIO)

d) Quarta figura
Na quarta figura, o termo médio ocupa a posição de predicado na premissa maior e de sujeito na
premissa menor.
4ºPré-Su

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Pedro é homem. BAM
Todo homem é mortal. A
Algum mortal é Pedro. LIP
Nessa figura, os modos legítimos são: BAM-A-LIP (AAI); CA-LEM-ES (AEE); DIM-A-TIS
(IAI); FES-AP-O (EAO); FRES-IS-ON (EIO)

e) Redução dos modos


Todos os modos imperfeitos do silogismo, isto é, a segunda, terceira e quarta figuras, devem ser
transformados em modos perfeitos da primeira figura, pois não respeitam a hierarquia dos
termos. As palavras mnemónicas auxiliam na redução. Se as vogais indicam os modos, a
quantidade e a qualidade das premissas, as consoantes S, P, M e C indicam a maneira para pela
qual a redução será feita. As consoantes iniciais indicam o modo da primeira figura.
Para isso, existem quatro possibilidades.
(S) Conversão directa: troca-se o sujeito pelo predicado e vice-versa. Por exemplo:
todo mortal é homem --> todo homem é mortal.
(P) Conversão acidental: a premissa tem seu sujeito e predicado trocados entre si. Por exemplo:
todo homem é mortal --> algum mortal é homem.
(M) Transposição de premissas: se uma premissa for maior, passa a ser menor e vice-versa.
(C) Redução por absurdo: da conclusão deste silogismo, elaboramos sua contraditória e
substituímos a premissa assinalada com a consoante C, e concluímos novamente.

f) Regras do silogismo categórico Regular


Para que um silogismo seja válido, sua estrutura deve respeitar regras. Tais regras, em número de
oito, permitem verificar a correcção ou incorrecção do silogismo. As quatro primeiras regras são
relativas aos termos e as quatro últimas são relativas às premissas. São elas:
1) Todo silogismo contém somente 3 termos: maior, médio e menor;
2) Os termos da conclusão não podem ter extensão maior que os termos das premissas;
3) O termo médio não pode entrar na conclusão;
4) O termo médio deve ser universal ao menos uma vez;
5) De duas premissas negativas, nada se conclui;
6) De duas premissas afirmativas não pode haver conclusão negativa;
7) A conclusão segue sempre a premissa mais fraca;
8) De duas premissas particulares, nada se conclui.
Estas regras reduzem-se às três regras que Aristóteles definiu. O que se entende por “parte mais
fraca” são as seguintes situações: entre uma premissa universal e uma particular, a “parte mais
fraca” é a particular; entre uma premissa afirmativa e outra negativa, a “parte mais fraca” é a
negativa.

1.4.3.2. Silogismos Categóricos irregulares

Silogismos derivados são estruturas argumentativas que não seguem a forma rigorosa do
silogismo típico, mas que, mesmo assim são formas válidas.
2.1. Entimema
Trata-se de um argumento no qual uma ou mais proposições estão subentendidas. Por exemplo :
Todo metal é corpo, logo o chumbo é corpo.
Mais um exemplo :
Todo quadrúpede tem 4 patas.
Logo, um cavalo tem 4 patas.

2.2.Epiquerema

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O epiquirema é um argumento onde uma ou ambas as premissas apresentam a prova ou razão de
ser do sujeito. Geralmente é acompanhada do termo porque ou algum equivalente. Por exemplo:
Todo demente é irresponsável, porque não é livre.
Pedro é demente, porque o exame médico constatou positivo.
Logo, Pedro é irresponsável.
No epiquirema sempre existe, pelo menos, uma proposição composta, sendo que uma das
proposições simples é razão ou explicação da outra.

2.3.Polissilogismo
O polissilogismo é uma espécie de argumento que contempla vários silogismos, onde a
conclusão de um serve de premissa maior para o próximo. Como por exemplo:
Quem age de acordo com sua vontade é livre.
O racional age de acordo com sua vontade.
Logo, o racional é livre.
Quem é livre é responsável.
Logo, o racional é responsável.
Quem é responsável é capaz de direitos.
Logo, o racional é capaz de direitos.

2.4.Sorites
O sorites é semelhante ao polissilogismo, mas neste caso ocorre que o predicado da primeira
proposição se torna sujeito na proposição seguinte, seguindo assim até que na conclusão se unem
o sujeito da primeira proposição com o predicado da última. Por exemplo:
A Grécia é governada por Atenas.
Atenas é governada por mim.
Eu sou governado por minha mulher.
Minha mulher é governada por meu filho, criança de 10 anos.
Logo, a Grécia é governada por esta criança de 10 anos

1.4.4. Silogismos hipotéticos


Um silogismo hipotético contém proposições hipotéticas ou compostas, isto é, apresentam duas
ou mais proposições simples unidas entre si por uma cópula não verbal, isto é, por partículas. As
proposições compostas podem ser divididas em:
A) Claramente compostas: são aquelas proposições em que as composições entre duas ou mais
proposições simples são indicadas pelas partículas: e, ou, se ... então.
4.1. Copulativa ou conjuntiva: "a lua se move e a terra não se move". Nesse exemplo, duas
proposições simples são unidas pela partícula e ou qualquer elemento equivalente a essa
conjunção. Dentro do cálculo proposicional será considerada verdadeira a proposição que tiver
as duas proposições simples verdadeiras e será simbolizada como: p ∧ q (ou p.q, ou pq).
4.2. Disjuntivas: "a sociedade tem um chefe ou tem desordem". Caracteriza-se por duas
proposições simples unidas pela partícula ou ou equivalente. Dentro do cálculo proposicional, a
proposição composta será considerada verdadeira se uma ou as duas proposições simples forem
verdadeiras e será simbolizada como: p ∨ q.
4.3. Condicional: "se vinte é número ímpar, então vinte não é divisível por dois". Aqui, duas
proposições simples são unidas pela partícula se... Então. Dentro do cálculo proposicional, essa
proposição, será considerada verdadeira se sua consequência for boa ou verdadeira,
simbolicamente: p ⇒ q (ou p ⊃ q).
- Ocultamente compostas: são duas ou mais proposições simples que formam uma proposição
composta com as partículas de ligação: salvo, enquanto, só.
- Exceptiva: "todos corpos, salvo o éter, são ponderáveis". A proposição composta é formada
por três proposições simples, sendo que a partícula salvo oculta as suas composições. As três

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proposições simples componentes são: "todos os corpos são ponderáveis", "o éter é um corpo" e
"o éter não é ponderável". Também são exceptivos termos como fora, exceto, etc. Essa
proposição composta será verdadeira se todas as proposições simples forem verdadeiras.
- Reduplicativa: "a arte, enquanto arte, é infalível". Nessa proposição temos duas proposições
simples ocultas pela partícula enquanto. As duas proposições simples componentes da composta
são: "a arte possui uma indeterminação X" e "tudo aquilo que cai sobre essa indeterminação X é
infalível". O termo realmente também é considerado reduplicativo. A proposição composta será
considerada verdadeira se as duas proposições simples forem verdadeiras.
- Exclusiva: "só a espécie humana é racional". A partícula só oculta as duas proposições simples
que compõem a composta, são elas: "a espécie humana é racional" e "nenhuma outra espécie é
racional". O termo apenas também é considerado exclusivo. A proposição será considerada
verdadeira se as duas proposições simples forem verdadeiras.
O silogismo hipotético apresenta três variações, conforme o conectivo utilizado na premissa
maior:

4.4. Condicional: a partícula de ligação das proposições simples é se ... então.


Se a água tiver a temperatura de 100°C, a água ferve.
A temperatura da água é de 100°C.
Logo, a água ferve.
Esse silogismo apresenta duas figuras legítimas:
a) PONENDO PONENS (do latim afirmando o afirmado): ao afirmar a condição (antecedente),
prova-se o condicionado (consequência).
Se a água tiver a temperatura de 100°C, a água ferve.
A temperatura da água é de 100°C.
Logo, a água ferve.
b) TOLLENDO TOLLENS (do latim negando o negado): ao destruir o condicionado
(consequência), destrói-se a condição (antecedente).
Se a água tiver a temperatura de 100°C, a água ferve.
Ora, a água não ferve.
Logo, a água não atingiu a temperatura de 100°C.
4.5.Disjuntivo: a premissa maior, do silogismo hipotético, possui a partícula de ligação ou.
Ou a sociedade tem um chefe ou tem desordem.
Ora, a sociedade não tem chefe.
Logo, a sociedade tem desordem.
Esse silogismo também apresenta duas figuras legítimas:
a) PONENDO TOLLENS: afirmando uma das proposições simples da premissa maior na
premissa menor, nega-se a conclusão.
Ou a sociedade tem um chefe ou tem desordem.
Ora, a sociedade tem um chefe.
Logo, a sociedade não tem desordem.
b) TOLLENDO PONENS: negando uma das proposições simples da premissa maior na premissa
menor, afirma a conclusão.
Ou a sociedade tem um chefe ou tem desordem.
Ora, a sociedade não tem um chefe.
Logo, a sociedade tem desordem.
Conjuntivo: a partícula de ligação das proposições simples, na proposição composta, é e. Nesse
silogismo, a premissa maior deve ser composta por duas proposições simples que possuem o
mesmo sujeito e não podem ser verdadeiras ao mesmo tempo, ou seja, os predicados devem ser
contraditórios. Possui somente uma figura legítima, o PONENDO TOLLENS, afirmando uma
das proposições simples da premissa maior na premissa menor, nega-se a outra proposição na
conclusão.

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Ninguém pode ser, simultaneamente, mestre e discípulo.
Ora, Pedro é mestre.
Logo, Pedro não é discípulo.

4.6. Dilema

O dilema é um conjunto de proposições hipotéticas e contraditórias entre si, tal que, afirmando
qualquer uma das proposições, resulta uma mesma conclusão insatisfatória. Por exemplo:

Se dizes o que é justo, os homens te odiarão.


Se dizes o que é injusto, os deuses te odiarão.
Portanto, de qualquer modo, serás odiado.

Outro exemplo de dilema, na cultura popular, é:


Se correr, o bicho pega. Se ficar, o bicho come.
OUTRO: Jovem EVARISTO estudante de Protágoras…..
1.5. SOFISMA OU FALÁCIAS E PARADOXOS

Sofisma ou falácia é um raciocínio errado com aparência de verdadeiro.


 Sofisma é um raciocínio falso, voluntário feito com intenção de enganar;
 Paralogismo é um raciocínio falso, involuntário e sem intenção de enganar.
Contudo, esta distinção interessa ao moralista que pretende determinar a sinceridade das opiniões
alheias. Logicamente não se pretende saber a origem, mas sim a forma do raciocínio, razão pelo
qual tanto uns como os outros são considerados a mesma coisa.
CLASSIFICAÇÃO DOS SOFISMAS
TIPOS Formas Definição
1. Equívoco ou Empregar o mesmo termo em
Silogismos Ambiguidade dois sentidos diferentes
de: 2. Confusão entre Quando se dá o mesmo valor ao
1. Palavras, Sentido diviso e todo e às partes
Verbais ou completo
gramaticais 3. Metáfora Tomar a figura pela realidade
4. Anfibologia Emprego de frase com dois
sentidos
1.Acidente Tomar por essencial aquilo que é
Silogismos 1.Indução acidente.
2. Lógicos ou 2.Ignorância Tomar por causa um simples
Pensamento antecedente.
3.Enumeração Tirar uma enumeração geral
Imperfeita duma enumeração insuficiente.
4.Falsa analogia Provar pelas semelhanças
acidentais
1.Conversão Infringe as regras da conversão
2.Oposição Infringe as regras da oposição
3.Silogismo Infringe regras do silogismo

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2.Dedução 4.Petição de Provar uma questão pela própria
princípio questão-definido na definição.
5.Circulo Provar uma questão por outra a
Vicioso demonstrar.
6.Ignorância de Provar coisa diversa daquela em
causa discussão.

1.5.2. REMÉDIOS PARA OS SOFISMAS


 De Palavras: Criticar cuidadosamente a linguagem e o sentido exacto das palavras.
 Lógicos: Tornar claro os sentidos das expressões e seguir bem as regras do raciocínio.
FALÁCIAS: Exemplificados

1. Designa-se por falácia um raciocínio errado com aparência de verdadeiro. O termo falácia deriva do
verbo latino fallere que significa enganar. As falácias que são cometidas involuntariamente, designam-se
por paralogismos; as que são produzidas de forma a confundir alguém numa discussão designam-se
por sofismas.

2. Existem muitos tipos de falácias, não havendo consenso quanto à sua classificação. Para efeitos de
nosso estudo vamos classificá-las em dois grandes tipos:

a) as falácias formais, constituídas por raciocínios inválidos de natureza dedutiva.

b) as falácias informais, que compreendem os restantes tipos.

FALÁCIAS FORMAIS
1. Falácia da afirmação do consequente

Ex. Se as estradas têm gelo, o correio está atrasado


O correio está atrasado
Logo, as estradas têm gelo.
As premissas podem ser verdadeiras, mas a conclusão é falsa. A conclusão é abusivamente inferida,
ignorando-se as outras alternativas.

2. Falácia da negação do antecedente

Ex. Se as estradas têm gelo, o correio está atrasado


As estradas não tem gelo
Logo, o correio não está atrasado.

3. Falácia da Conversão
Ex. O mendigo pede
Logo, quem pede é mendigo.

Não respeitam as leis da oposição

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4. Falácia de Oposição
Ex. É falso que todo o homem é sábio
Nenhum homem é sábio

Não respeita as leis da oposição

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FALÁCIAS INFORMAIS

Falácias cujas premissas: a) não são relevantes para a conclusão; b) Não fornecem dados suficientes para
garantir a conclusão; c) estão formuladas com linguagem ambígua. A capacidade persuasiva destes
argumentos reside frequentemente no seu impacto psicológico sobre o auditório.

5. Apelo à Piedade ( Argumentum ad Misericordiam). Faz-se apelo à misericórdia do auditório de


forma a que a conclusão seja aceite.

Exemplos:

a) Sr. Juiz não me prenda, porque se o fizer os meus filhos ficam desamparados.

b) Não torne o seu filho infeliz, adquira-lhe já um televisor panorâmico!

6. Apelo à Ignorância (Argumentum ad Ignorantiam). Utiliza-se uma premissa baseada


na insuficiência de evidências para sustentar ou negar uma dada conclusão.

Exemplo:

a) Ninguém provou que Deus existe. Logo, Deus não existe.


b) Ninguém provou que Deus não existe. Logo, Deus existe.

7. Apelo à Força ( Argumentum ad Baculum). Pressão psicológica sobre o auditório. Os argumentos


são substituídos por ameaças de punições.

Exemplos:

a) As minhas ideias são verdadeiras, quem não as seguir será castigado.

b) Ou te calas ou não de dou dinheiro para ires ao cinema!

c) A força faz a lei.

8. Apelo à Autoridade ( Argumentum ad Verecundiam). Faz apelo à autoridade e prestígio de alguém


para sustentar uma dada conclusão.

Exemplos:

a) Einstein, o maior génio de todos o tempos, gostava batatas fritas. Logo, as batatas fritas são o melhor
alimento do mundo.

b) O que foi bom bom no passado para a tua família é também bom para ti.

9. Ataque Pessoal ( Argumentum ad hominem). Coloca-se em causa a credibilidade do oponente,


através de ataques pessoais, de forma a desvalorizar a importância dos seus argumentos.

Ex. Esta mulher afirma que foi roubada! Mas que confiança nos pode merecer alguém que vive com uma
ladra?

10. Apelo ao Povo (Argumentum ad populum). Apela-se à emoção e preconceitos das pessoas, não à
sua razão.

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Ex. Querem n.º 9006-Benfica
uma escola melhor? Querem um –melhor
12ª Classe – I.º
ensino? Trim na lista Z.
Votem Pá gina 24
PARADOXOS

Designam-se por paradoxos os raciocínios onde se parte de enunciados não contraditórios,


e se chega a conclusões contraditórias. Um paradoxo tanto demonstra a veracidade como a
falsidade de um juízo. A palavra paradoxa significa literalmente o que está para além do
senso comum. Em certo sentido, um paradoxo é um absurdo.

Paradoxo de Epiménides

.
"O poeta cretense Epiménides afirma que todos os cretenses são mentirosos".
Atendendo ao facto de Epiménides ser também cretense, podemos saber se esta
afirmação é verdadeira?
.
Paradoxo das resoluções do conselho de vereadores da ilha da contradição

Foram tomadas as seguintes resoluções:


1. É aprovada a construção de uma nova prisão;
2. É aprovado que a nova prisão será construída com os materiais da velha prisão;
3. É ainda aprovado que a antiga prisão se manterá em funcionamento até que a nova
esteja construída.
A prisão foi ou não construída?

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