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FASCÍCULO DE FILOSOFIA

TEMA – 1. NOÇÕES BÁSICAS DA LÓGICA


1. Introdução
1.1 Objecto , Objectivos e Métodos do estudo da lógica
1.2 Os princípios lógicos
1.3 Os novos domínios de aplicação da lógica: informática, inteligência artificial e
Cibernética.
1.4 O pensamento e o Discurso
1.4.1 As três dimensões do discurso (sintaxe, semântica e pragmática)
1.5 O Conceito e o Termo
1.5.1 Formação e classificação dos conceitos
1.5.2 Definição de conceito
1.5.3 Tipos e Regras de definição de conceitos
1.6 Juízo e Proposição
1.6.1 Classificação dos juízos
1.6.2 Classificações das proposições quanto a qualidade e quantidade
1.6.3 Conceito e classificão das inferências
1.6.4 Raciocínio e argumentação
1.6.5 Raciocínio dedutivo, indutivo e análogo
1.6.6 Validade formal e validade material
1.6.7 As falácias e Cilogismo
TEMA - 2 . FILOSOFIA AFRICANA
2. - A Existência da filosofia Africana ?!
2.1. – As Principais correntes da Filosofia Africana
2.1.1 – O Pan- Africanismo
2.1.2 – A Negritude
2.1.3 – A Etnografia
2.1.4 –A Filosofia da Libertação

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TEMA – 3 . CONVIVÊNCIA POLÍTICA ENTRE OS HOMENS
3.1 – Difinição da Política
3.2 –Ética e a Política
3.3 – O Cidadão e a Política
3.4 – Democracia e Cidadania
3.5 – O que é a Violência?
3.6 – Violência Política e Tipologia da violência
3.6.1 – A Concórdia?
3.7 – Significado e demensões da Paz em Angola
3.8. – A Conclusão da Paz em Angola
3.8.1 – Necessidade da conversão da mentalidade para reconciliação Nacional
3.9 – Princípios fundamentais da Reconciliação Nacional

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TEMA – 1. NOÇÕES BÁSICAS DA LÓGICA

O termo filosofia vem do grego (pilosophia – amor a sabedoria) e estuda os


fenómenos e problemas fundamentais, relacionados a exisência, conhecimento, a
verdade, aos valores morais, estéticos, à mente e à linguagem.

A filosofia ocidental surge na Grécia antiga no século VI a.c, com a intervenção


de certos filósofos como, Tales, Xenofontes, Pitágoras, Sócrates, Aristóteles, Heráclito,
Protágoras. Estes empenharam-se em responder racionalmente, questões acerca da
realidade última das coisas, das orígens e características do verdadeiro conhecimento,
sendo muitas das questões são ainda temas importantes do mundo contemporânio.

Durante a Idade Antiga e Média, a filosofia ocupava o seu estudo sobre todas as
árias de investigação teórica, sendo que no seu propósito figuravam os princípios gerais
do raciocínio. Apartir do sec. XVII, varios ramos do saber tornaram-se autónomos, tendo
criados objectos e métodos próprios para investigação dos seus fenómenos. A filosofia
por razões de especialização, e fruto da disvinculação de outras ciências,passou a agrupar
os seus problemas em subárias temáticas, como : a metafísica, Lógica, epistemologia, a
ética, a estética e a filosofia política.

A Lógica como ciência, surge na grécia antiga sec.VI, por intermédio de aristóteles,
apartir do seu livro ´´organon ``, que inclui seis tratados cujo significado ´´instrumentos
do pensamento`` corresponde à divisão do objecto da lógica. A palavra lógica vem do
grego ´´logos``, que apresenta na sua tradução vários significados, que apresenta uma
conexão recíproca: razão, raciocínio,discurso, ideia, estudo, mente.

A Lógica é a ciência que estuda atravez de suas regras, léis e princípios a


coerência, validade e verdade do pensamento ou discurso correcto,levando o próprio
espírito a destinguir o verdadeiro do falso . Na verdade para o homem falar e pensar
correctamente, deve observar critértios, léis, regras e princípios no sentido de validar o
seu pensamento.

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O pensamento e a linguagem estão presentes em todos os domínios da nossa vida,
em todos os domínios da actividade humana. São considerados os sinais notórios da
superioridade humana em relação aos animais. ´´ os animais não pensam porque não
falam``Descartes.

O pensamento é o produto acabado do acto de pensar. A linguagem é o meio de


comunicação entre os seres humanos que faz uzo de sinais orais e escritos com um ou
mais significados. ´´ uma boa linguagem, é a própria essência do pensamento``(Peirce)
Acto de pensar é a actividade desenvolvida na mente humana, atraves do exercício do
raciocínio.

O acto de falar é natural ao homem, que de certa forma o faz, sem pensar, a contece
tambem que, pensamos sem falar, não expressamos exteriormente os nossos pensamentos
e não os comunicamos a ninguem. ´´pensar é o diálogo da alma consigo mesma``
(Platão).

Em todo o pensamento, deve conter os requisitos, a que chamamos de elementos do


pensamneto, tais como:

- O sujeito ( agenter, aquele que produz o pensamento);

- O objecto pensado (o que se pensa,a ideia, matéria);

- O acto de pensar (actividade);

- A forma (estrutura);

- A expressão (a palavra, proposição);

- A situação ( as diferentes circunstâncias e contextos);

O estudo do pensamento, desde logo revela a diferença entre a lógica material e a lógica
formal ou do pensamento, isto é, existe uma diferença entre a lógica do pensamento
correcto, que estuda as formas de apreensão e exteriorização das idéias, dos objectos
dentro do pensamento; a lógica natural fundamenta-se pela ordem natural das coisas, sem
que haja a intervenção do homem.

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OBJECTO , OBJECTIVOS E MÉTODOS DO ESTUDO DA LÓGICA

Aristóteles na sua obra escrita´´organon`` deixou claro, que o pensamento


correcto, vem sendo o objecto da lógica, enquanto instrumento de conhecimento, a que
usualmente associamos ao ´´raciocínio``. O pensamento, é visto como o bjecto da lógica
no sentido amplo, sendo que num sentido restrito, apresenta-se em duas formas: objecto
matarial e objecto formal da lógica.

Objecto Material da Lógica é o conteudo de pensamentos, aquilo que o pensamento


tem por percepção no objecto, isto é, a ideia sobre aquilo que é pensado. Objecto Formal
da Lógica é o conjunto de léis, regras e princípios que observamos no pensamento e no
acto de pensar,que garantem a verdade, a forma da ideia, a coerência e a validade deste
pensamento. ´´ é a parte da lógica que estabelece a forma correcta das operações
intectuais;o juízo de valor e o raciocínio``(R. Jolivet)

O Método na lógica é definido como um processo racional que sesegue para atingir
um fim. Na prática para análise das operações lógicas, são utilizados dois métodos: o
Método dedutivo e o Método Indutivo.

O método Dedutivo foi criado por Aristóteles, definindu-o como aquele que, parte
das características ou princípios gerais de um ou vários objecto da mesma natureza, para
as características específicas do mesmo objecto. O método Indutivo é aquele que parte
das características ou princípios específicos de um ou vários objectos da mesma natureza,
para as características gerais do mesmo objecto.

Método Dedutivo Método Indutivo

Ex: Todos os angolanos são africanos. João é angolano

João e angolano João é africano

Logo, João é africano. Logo, todos os angolanos são africanos.

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1.1 OS PRINCÍPIOS LÓGICOS

A palavra Princípio, é um termo de origem latina que significa fundamento,início;


É o ponto de partida, a ideia orientadora, a regra fundamental da conduta humana.
Princípios lógicos são preceitos ou regras operacionais que governam todos os modos
correctos de pensar.

São as leis ou princípios lógicos que regulam no interior do próprio pensamento


os modos correctos para o processamento do conhecimento, tambem conhecidos como
princípios da lógica formal, pelo facto de existirem não para garantir essencialmente a
matéria ou conteudo do pensamento mas, para conferir ao pensamento os aspectos
formais que resultam da razão.

Aristóteles formulou os três princípios básicos da razão: o princípio da Identidade,


o princípio da Não-contradição e o princípio do Terceiro excluido ou de alternativa.
Com a constante evolução da dedução, no seculo XIX surgio a formulação do quarto
princípio da lógica formal, pelo filósofo Leibniz, denominado por princípio da razão
suficiente.

O Princípio da Identidade – Aristóteles estabeleceu que é necessário distinguir os


objectos e assemelha-los nas suas características, para que cada coisa seja igual e idêntica
a si mesma, e diferente da outra ´´o verdadeiro é verdadeiro`` ´´o ser é, o não ser não é``
´´o que é é, o que não , não é`` ´´A é A, A não é B`` só afirmamos bem aquilo que
percebemos bem; só transmitimos correctamente aquilo que correctamente
percebemos.Ex: se é carro, logo é carro.

A correcta identidade implica a elaboração de conceitos correctos e definições não


contraditórias, isto é, a correcta informação dos objectos depende da correcta
identificação do objecto, porque só afirmamos correctamente aquilo que identificamos
correctamente.

O Princípio da Não-contradição – Estabelece a regra de incompatibilidade, isto


porque quem identifica bem os objectos ou conceitos não os confunde e nem os contradiz.
A sua formulação é: não é possível que o mesmo atributo pertença e não pertença ao
mesmo sujeito e sobre a mesma relação.Ex: se é verdade que é carro, então é falso que
não seja carro.

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A diferencça entre o princípio da identidade, é que este procura atingir a regra de
univalência, enquanto que o princípio da não-contradição requer a regra de
incompatibilidade entre as coisas distintas. A lei da contradição regula o processo da
incompatibilidade entre os opostos numa mesma situação.

Segundo Aristóteles ´´não é possivel afirmar e negar a mesma coisa


simultaniamente``. É falso dizer na mesma relação que A é A, e A não é A, porque o
pensamento regula os objectos.

São vários os momentos sociais, que espelham ideias contraditórias.Em muitas


sociedades africanas é ainda comum, existir o conceito de ´´bilocalidade``, associado a
capacidade de um indivíduo (característica atribuida aos feiticeros) estar em dois lugares
diferentes e realizar duas actividades diferentes.

O Princípio do Terceiro excluido – este resulta do facto de ter a capacidade de


fornecer ao pensamento a regra de irreconciabilidade de atributos opostos num mesmo
objecto. Aristóteles recusa a possibilidade de existência de intermediários entre ideias
contraditórias ´´uma coisa deve ser, ou não ser, não há terceira possibilidade`` ´´entre o
ser e o não ser, não há meio termo ou terceira possibilidade``.

O Princípio da Razão suficiente – regula no pensamento a casualidade das coisas,


pois as coisas não existem por mero acaso, fundamento que recai sobre os objectos de
que, nenhum facto é verdadeiro sem que haja uma razão suficiente, para que o facto seja
o mesmo e não de outro modo ´´tudo que existe tem uma razão de ser``.

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1.2 OS NOVOS DOMÍNIOS DE APLICAÇÃO DA LÓGICA: INFORMÁTICA,
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E CIBERNÉTICA.

Os presentes niveis de desenvolvimento das ciências foram alcançados por um


conjunto de esforços do pensamento humano, no decorrer da hitória do estudo
filosófico,que passaram a ser partilhados pelas ciências impíricas. Nos dia actuais, tornou-
se possivel vermos a aplicação científica da lógica na matemática, fruto dos trabalhos dos
racionalistas, que no século XVII atravez da « anatematização» da lógica, progrediu-se
no avanço tecnológico. É possivel encontrar na linguagem informática, nos fundamentos
dos sistemas, robôs etc.

A historiografia filosófica contemplas três momentos básicos da cientificidade da


lófica. o primeiro é o período que vai desde Aristóteles até ao estoiscismo; o segundo vai
da idade Média até o século XV; o terceiro à lógica moderna e contemporânia dos séculos
XIX à XXI. Observa-se que desde Aristóteles até a Idade Média foi usado o sistema
aristotélico, orientado pelo método Dedudtivo e na Idade Média em diante, esturam-se os
conceitos universais.

O antigo pensamento era dirigido pelo método Dedutivo (do geral para o particular)
e o novo iria ser dirigido pelo método Indutivo (do particular para o geral). O novo
método, viria constuir um caminho para evolução das ciências empíricas, ainda no mesmo
século, com Rene Descartes inicia-se uma direção da lógica combinada com os princípios
matemáticos dando lugar a teoria do ´´logiscismo``.

A informática
É uma das árias do saber, onde mais se aplicou o cálculo lógico-matemático. A
palavra informática foi criada por Philipe Dreyfus, em 1962 com o conceito de
«linguagem de programação» ou seja, linguagem artificial criada para expressar as
computações que as máquinas (computadores,e outros), que as máquinas começavam a
executar na época.

A partir de 1948, com o trabalho de Norbert Wiener, físico e matemático norte


americano, a informática evoluiu na base de sistemas electrónicos, dando lugar ao
surgimento da electrónica, circuitos, cálculos, bem como o desenvolvimento do hardware
(os componentes físicos do computadores).

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Na verdade, o confrontar da razão com a inteligência artificial deu-se, quando
ocorreu a ideia de que as máquinas pensão. De certo, a equiparação é justa porque ajuda
compreender «quem é quem», um outro contexto de análise seria entre Deus e o Homem,
quanto a capacidade de escolhas e tomada de decisões, ou seja uma vontade humana ou
divina.

A Robótica
É a tecnoci~encia que estuda e constroi robôs, ou seja, máquinas automáticas
controladas por computador e destinadas a substituir os humanos em trabalhos perigósos,
pesados ou rotineiros, capazes de interagir com seu meio e aprender novos
comportamentos.

A Cibernética
É uma das ciências tecnológicas que viria beneficiar todo estes estudos. A palavra
evoluiu do grego kibernétés, termo associado a ideia de «bem governar ou dirigir», tem
como campo de estudo os mecanismos de comunicação e controlo nas máquinas, de
modos a analizar como processam a informação e os seus padrões de evolução. Criaram-
se processos de codificação e descodificação que permitem retirar dos funcionamentos
das máquinas conclusões aplicáveis ao comportamento de organismos biológicos ou ao
comportamentos de grupos humanos.

Inteligência artificial
É uma pesquiza de ciência artificiais de computação e engenharia de
computação,dedicada a buscar métodos ou dispositivos computacionais que possuem a
capacidade racional de resolver problemas. Começou na Segunda Guerra Mundial com o
artigo Computing Machinery and Inteligence, do matemático inglês Alan Turing em
1956.

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1.3 O PENSAMENTO E O DISCURSO

Ao longo do tempo as ciências vêm questionando-se, se existe alguma relação


entre o pensamento e a realidade, no sentido da verificação do conhecimento, ou seja ,se
o conhecimento surge como resultado da relação entre o pensamento e a realidade. Por
outro lado, a realidade por si só, gera conhecimento? Alguma experiência seria possivel
sem o pensamento?

O Pensamento é o produto acabado do acto de pensar, ou seja, conjunto de ideias


que o intelecto humano atribui aos objectos. O pensamento é resultado das ideias ou do
acto de pensar, prende-se sempre ao objecto ou realidade (representada nas ideias). O
filósofo Parménedes diz que «o pensamento só reflete o ser».

Foi pelo acto de pensar que os seres humanos desemvolveram formas de


linguagem, mais complexas do que outras espécies. O homem pensa, fala, argumenta,
sendo que não há pensamento sem liguagem, é na linguagem que o pensamento se molda
e traduz os objectos perceptíveis.

Podemos dizer tambem que, o pensamento venha ser o produto de um processo


que resulta do acto de pensar, e o acto de pensar é o processo em sí, ou actividade
desenvolvida na nossa mente atravez do uso do raciocínio.

O Discurso – é a tradução do acto de pensar e do pensamento. Ela deriva do latim


discursus, que significa «descorrer da razão». O pensamento é expresso pelo discurso,
numa forma de comunicação linguística; Parménedes e Aristóteles solucionaram o
problema dizendo que, «é impossível pensar o não ser, porque não existe» por isso, o
pensamento reflecte apenas o ser que se estende a toda realidade. Se o objecto não se
deixa-se perceber pelo pensamento, não se chegaria ao conheciemnto.

Ex: Acto de pensar ------------ Ideias --------- Pensamento ---------- objecto

Emprega-se uma fórmula de «vice-versa» para mostrar a relação gnoseológica e


lógica existente entre o sujeito pensante e o objecto pensado, por ser essa relação que
confere ao objecto a hipótese de outo comunicar-se ao pensamento para que seja
perceptível.

Ex: Sujeito pensante --------- realidade objectiva ---------- objecto pensado

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1.4.1 AS TRÊS DIMENSÕES DO DISCURSO (SINTAXE, SEMÂNTICA E
PRAGMÁTICA)
O nosso anterior esquema mostra a ligação existente entre pensamento,
linguagem, objecto e discurso. Dissemos anteriormente que o conhecimento só é,
transmitido quando se processa através destes quatro elementos. O discurso é um
conjunto de códigos que inclui o objecto, o nome, a ideia a transmitir, para comunicar aos
outros sujeitos pensantes.

O discurso apresenta-se numa divisão de três partes ou dimensões: Sintaxe ,


Semântica e Pragmática.

A Sintaxe Lógica analisa os elementos formais que estruturam as frases ou


proposições. Assim podemos dizer que, sintaxe estuda as relações entre os signos e as
proposições, constituindo-se comoa teoria de toda linguagem lógica.

A Semântica Lógica analisa as questões associadas ao significados dos signos, e


suas interpretações, trantando do valor do verdadeiro e falso das proposições. Estuda
portanto a relação dos signos (nomes) com os seus referentes (os objectos que os
representam).

A Pragmática Lógica é a ária que estuda os signos, no contexto do seu uso. Com isto
podemos dizer que, a sintaxe estuda a construção da frase, a semântica estuda o
significado da frase, e a pragmática excede tudo isso.

1.4 O CONCEITO E O TERMO


O processo de pensamento do ser humano se faz através de conceitos, que se
expressam em palavras ou termos. O pensamento esta estreitamente ligado a linguagem,
sendo uma das operações mentais importantes para atribuir nomes aos objectos.

Conceito é a representação lógica de um conjunto de caracteristicas a seres ou


objectos, agrupando-os de modo a que não sejam, confundido com outro qualquer
conjunto. Podemos tambem definir como a representação intelectual dos objectos ou
como representação universal de alguma coisa ou realidade.

O Termo é a expressão material do conceito e pode ser constituido por uma ou mais
palavras.

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O estudo dos conceitos foi rigorosamente iniciado por Aristóteles, em diversas das
suas obras, em particular a ´´órganon``,em que aprofundou o estudo do conceito na linha
dos «universais» (origem dos chamados nomes e substantivos comuns).

Pensa-se por exemplo, nos objectos homem, animal, casa, automóvel, estes no
nosso pensamento, não têm forma corpória,fisica, antes se aproximam de um «formato»
abstraido da realidade, estando mais próximo de uma tipificação, de um ideal abstracto.

Assim consideramos que, os conceitos são a representção dos objectos no


pensamento, ou ainda, a forma que o objecto assume no nosso pensamento.

É tambem necessário distinguir dois aspectos intrínsecos à análise lógica dos


conceitos, o de conformidade e o de materialidade do conceito. O conceito formal é o
que diz respeito aos objectos no pensamento, quando são transformados em ideias

Os objectos se configuram em ideias, quando gozam de um valor espiritual pela sua


idealização no pensamento. O conceito material é o próprio objecto na realidade, ou seja,
independentimente do pensamento; por isso diz-se que o objecto é indendente do
pensamento, posto que podemos ter ideia do objecto, não tendo o objecto a nossa
presença.

1.4.1 FORMAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS CONCEITOS

O processo de formação dos conceitos no pensamento, ou ainda, a conceptualização


consiste numa operação lógica de classificação e de síntese, realizando-se diferentes
operações intelectuais como perceber, comparar, distinguir, abstrair,generalizar. Deste
processo resulta a identificação de características gerais de um conjunto de seres ou
objectos.

O quê que o homem pode pensar, que não tenha sido absorvido pelas fontes psíquicas
ou perceptivas?. No caso dos objectos, para que o pensamento possa formar os seus
respectivos conceitos, é necessário que eles sejam observados. A análise do objecto é a
decomposição das suas características gerais e particulares.

Os conceitos são formados pelos seguintes elementos: Análise, Síntese, Comparação,


Abstração e Generalização.

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Análise – é a separação mental das partes de um objecto, no sentido de melhor identificar
características.

Síntese – é a reunião mental de todas as partes do objecto, de modo a filtrar as


características fundamentais do todo do objecto.

Comparação – é a separação mental da semelhança ou diferença entre objecto, conforme


as cracterísticas gerais ou particulares.

Abstração – é a reunião mental de objecto num conceito, através das suas características
gerais.

Generalização – é a reunião mental de um objecto num conceito, através das suas


características gerais.

Mais concretamente, em termos do pensamento abstrair é a operação mental que


consiste em separar ´´conceitualmente algo de algo``, isto é, conduzir as características
primárias e os indícios secundários dos objectos para o pensamento, enquanto comparar
é o procedimento que o pensamento utiliza para estabelecer um confronto mental de todas
as características dos objectos.

A elaboração do conceito na mente como conhecimento, o pensamento procura


exprimir o tipo de conceito criado e manifestado atravez de dois elementos: primeiro o
´´verbo mental`` e o segundo é o ´´termo``.

1.4.2 DEFINIÇÃO DE CONCEITO

A Definição é a operação intelectual que consiste em atribuir um conjunto de


características que limitam o objecto ou conceito do objecto. Revela por um lado o
conteudo do conceito, podendo estabelecer o significado de um termo.

Como por exemplo a definição de platão « o homem é um animal racional». Se


repararmos bem nesta definição do conceito homem, dois elentos caraterizam a definição
do conceito.

Em qualquer definição o conceito deve ter dois elementos básicos: o primeiro é o


que se define (homem) e segundo é aquilo de que se define o conceito. O elemento que
se define chama-se definido, este é concretamente o objecto ou sujeito da definição, o
qual se aplicam características ou qualidades.

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O que definio o definido é chamado de definidor, é concretamente o conjunto de
características que se elabora e aplica ao definido para explicar o seu ser.

Ex: O homem é um sér racional .

Definido Definidor

Em termos gerais podemos perceber que, um conceito é o produto da referência do


pensar a um objecto. Há necessidade de fazer uma destinção entre conceito como entidade
lógica e conceito como apreensão psicológica.

1.5.3 TIPOS E REGRAS DE DEFINIÇÃO DE CONCEITOS


É possivel percebermos, que ao longo da evolução da lógica tradicional, o
pensamento nem sempre foi capaz de estabelecer uma definição correcta, sobretudo se
não fundamentar a razão, dando a possibilidade de incorrer em erros quando se pretede
definir um conceito. São paresentadas três regras no âmbito da definição dos conceitos:

A primeira regra diz que, a definição deve apenas recair ao definido, isto é,
qualquer definição deve ser clara.

A segunda regra diz que, uma definição deve ser elaborada a partir de termos
conhecidos e não estranhos, isto é,qualquer definição sera estranha se apresentar
características que não fazem parte do objecto.

A terceira regas diz que, o definido não pode entrar no campo do definidor, se isto
acontecer, incorre-se na repetição ou redundância (exemplo, a medicina é uma ciência
médica).

Existem vários tipos de definições,tais como: Reais, nominais e descritivas. As


definições Reais descrevem o conceito tendo em conta as suas características reais e
essenciais.Ex: «um cão é um animal quadrúpede».

As definições nominais são aquelas que o pensamento estabelece quando é


necessário determinar um termo ou próprio conceito, ou seja, expressa o sentido do termo
(palavras) usado para representar a definição. Ex: a palavra Angola, deriva de «Ngola»
que quer dizer forte,duro.

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Descritívas são aquelas que enumeram as características essenciais do conceito, de
modo a que possamos distinguir de outro.Ex: A erma do Jorge ira herdar a casa.

Os conceitos podem ter significados aplicáveis a seres inanimádos, irracionais e


racionais. Apresentam-se em três sentidos: unívocos, equívocos e análogos.

O conceito é unívoco quando o predicado é o mesmo pela mesma razão ou pelo


mesmo significado, ou ainda como aquele que faz referência a algo com um único sentido.
O seu significado não muda em função das coisas a que se aplica. Ex: o conceito de carro
mantem sempre o seu significado para qualquer marca (Toyota, Land-rover).

Um conceito equívoco, é aquele que tem um sentido duplo, ou seja, sua aplicação
pressupõe a existência de dois significados opostos, mas passíveis de existirem no mesmo
conveito por causa das características, ou ainda como aqueles que criam ou suscitam
dúvidas e confusão à percepção do interlecutor. Ex: quando vemos o retrato de uma
pessoa, forma-se no pensamento outra imagem do objecto. Os africanos vivem como
animais; o conceito animal é ambíguo, porque pode referir-se ao animal como para o
homem.

O conceito análogo corresponde ao modo pelo qual, o pensamento aplica, em


alguns casos, conceito com mais de um sentido, em que cada um se ensire numa
circunstância concreta, ou ainda, é aquele que tem vários sentidos, em que cada qual
adequa-se a uma circunstância do objecto.Ex: quando em certas circunstâncias se plica o
conceito de «crianças» a um adulto.

1.5 JUÍZO E PROPOSIÇÃO

A lógica social ou senso comum apresenta um sentido diferente, na interpretação


da palavra juízo. Diz-se de uma pessoa que apresenta comportamentos
aceitáveis,responsalvel que esta «tem juízo ou é ajuizada». Por outro lado o julgamento
feito ao seu comportamento é tambem um juízo, no âmbito do senso comum.

Estas formas de visão social ou senso comum do juízo de valor, não partilham a
concepção de juízo no âmbito da filosofia, já que se entende como sendo « a actividade
mental através da qual se admite como verdadeira ou falsa uma asserção ou se estabelece
uma relação entre duas ideias».

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No campo mais específico da lógica formal, o juízo pode ser definido como um acto
mental, pelo qual o pensamento afirma ou nega algo (predicado) do sujeito lógico na
relação estabelecida entre dois ou mais conceitos.

Entende-se por sujeito lógico o conceito (ou o termo) do qual se afirma ou nega
algo, e como predicado o conceito que expressa o que se afirma ou se nega acerca do
sujeito lógico. O juízo é verdadeiro quando uma afirmação reune as características que
correspondem ao sujeito ou objecto, e quando essas cracterísticas não o identificam, diz-
se que o juízo é falso.

Para destinguir um juízo lógico de um juízo do senso comum, o formalismo lógico


estabeleceu o instrumento ou modo lógico do pensamento, isto é, o juízo lógico só pode
ser exprimido por meio de uma proposição. A proposição é definido como o modo pelo
qual o pensamento exprime o juízo lógico.

Nos critérios lógicos de Aristóteles, apenas se consideram juísos de valor com três
termos ou elentos na forma: S ,E e P. Ex: A mesa é redonda (sujeito, predicado e cópula)

Sujeito (s) – corresponde ao conceito, ou termo em causa sobre o qual se afirma ou nega
algo.

Predicado (p) – corresponde ao conceito que menciona o atributo, que é afirmado ou


negado ao sujeito.

Cópula (c) – corresponde ao termo que permite estabelecer a relação entre o sujeito e o
predicado. Ex: O filósofo é um ser pensante (sujeito- filósofo; predicado – ser pensante;
cópula – é).

Estes eram designados como juízos atributivo, tendo a particularidade de uma


cópula ser sempre o verbo ser, tendo tambem alguns em quantificador, estabelece a
quantidade e estão associados a classificação dos juízos de valor. O quantificador pode
ser universal, particular e singular; uam proposição lógica o quantificador é o elemento
lógico que determina o grau de extenção da proposição.

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Tipologia de Juízo de valor
Aristóteles apresentou um modelo mais simples de juízo, denominado como Juízo
categórico. Neste tipo de juízo o sujeito se relaciona com o predicado por meio do verbo;
é afirmativo, podendo essa afirmação ser positiva ou negativa.

Aparece um outro tipo de juízo de valor chamado de, juízo hipotético, este presupõe
uma afirmação ou negação mediante uma condição a ser verificada. Ex: Viajarei para
luanda, se tiver em causa a minha saúde.

Para alem destes, fazem parte desta tipologia os juízos disjuntivos (próprio para
separar) e os conjuntivos (que liga) todos eles compostos.

No século XVIII, Kant retoma esta tipologia adaptando as suas pretenções. A


terminologia no que respeita à modalidade, a consideração de juízos problemáticos do
tipo (É possivel que Antónion goste de mel), de juízos assertórios (António é aluno
medíocre), e de juízos apodíticos (António é um rapaz). Para Kante a modalidade não
altera o conteudo do juízo, pois apenas diz respeito a posição do sujeito que o anuncia.

1.6.1 CLASSIFICAÇÃO DOS JUÍZOS

Os juízos são classificados de diversos modos, conforme o contexto em que se


estabelece a relação entre sujeito e predicado. Neste sentido, existem uma variedades de
proposições lógicasque permitem ver em cada situação da relação entre o sujeito e o
predicado. Em termos gerais os juízos podem ser classificados da seguinte forma:

Classificação pela qualidade – os juízos são analizados quanto a natureza da


cópula que liga o sujeito e o predicado. Podem ser afirmativos e negativos.

Afirmativos- são aqueles em que o predicado não convem ao sujeito, ou seja, quando a
relação atributiva é directamente estabelecida.Ex: O ser humano é um animal.

Negativo- são aqueles em que o predicado não convem ao sujeito, ou seja, quando existe
negação de que a qualidade pelo predicado pertence ao sujeito.Ex: O ser humano não é
animal.

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Classificação pela quantidade –os juízos são analizados quanto a sua quantidade,
ou seja, quanto a extensão do termo que desempenha a função de sujeito dos juízos.podem
ser, Universal, Particular e Singular.

Universal – aquele em que os sujeito é tomado em toda a sua extensão, ou seja,quando


se referem a toda a extensão dos elementos do conjunto.Ex: Todos os seres humanos são
mamíferos.

Particular – aquele que o sujeito é considerado apenas uma parte da sua extensão, ou
seja, quando se referem apenas a parte dos elementos do conjunto.Ex: Alguns seres
humanos são professores.

Singular – aquele em que o sujeito é tomado como apenas um elemento do conjunto a


que se referem.

Classificação estabelecida pela Relação – é analizada em três variantes:


categóricos, hipotéticos, e disjuntivos.

Categórico – juízo em que a relação entre sujeiro e o predicado (podendo o juízo ser
verdadeiro ou falso) é afirmada de forma absoluta, não se encontrando condicionada.Ex:
A Maria gosta de chocolate.

Hipotético – juízo em que a relação entre sujeito e predicado se encontram


condicionada.Ex:Se a loja estiver aberta, a Maria vai comprar um chocolate.

Disjuntivo – juízos em que a relação entre o sujeito r predicado se encontra condicionada,


havendo previsão de alternativa.Ex: A Maria vai comer um chocolate ou um gelado.

Classificação quanto a modalidade – é analida em relação ao grau de vinculação


que se estabelece entre sujeito e predicado. Podem ser, apodícticos, assertórios e
Problemáticos.

Fizermos um juízo em geral a toda classificação e termos em conta a simples forma de


compriensão dos mesmos, podemos verificar que o nosso pensamento pode reduzir-se a
quatro classificções, propostas por Emanuel Kante, sendo que cada uma contem três
momentos.

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Vejamos neste quadro:

CLASSIFICAÇÃO DOS JUÍZOS DE VALOR


Juízo pela Juízo pela Juízo pela relação Juízo pela
qualidade quantidade modalidade
Afirmativo Universais Categóricos Assertóricos
Negativos Particulares Hipotéticos Problemáticos
Infinitivos Singulares Disjuntivos Apodíticos

1.6.2 CLASSIFICAÇÕES DAS PROPOSIÇÕES QUANTO A QUALIDADE E


QUANTIDADE
Vejamos agora as várias formas de classificação de proposição, paralela a
classificação dos juízos, apresentando o seguinte:

Na primeira classificação tem-se em conta a natureza qualitativa (qualidade) da


proposição. Esta pode ser, predicativas, existenciais e relacionais.

As proposições predicativas, são aquelas em que o pensamento toma uma


característica necessariamente essencial para o seu predicamento ao
sujeito.Ex:Aristóteles é cientista.

As proposições existenciais, o pensamento nega ou afirma o predicamento do sujeito


pelas características essenciais, as retiram da existência do próprio sujeito.Ex:A água é
incolor.

As proposições relacionais, são aquelas que estabelecem um vínculo entre dois


conceitos.Ex: A rainha Jinga é irmã de Ngola.

Na segunda classificação tem-se em conta a natureza quantitativa (quantidade) de


proposição. Nesta as proposições podem ser, singulares, particulares e universais.

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Professor Marivaldo de Brito Gaspar
1.6.3 CONCEITO E CLASSIFICÃO DAS INFERÊNCIAS

O pensamento relaciona-se com a capacidade de usar conceitos e as relações entre


eles para construir juízos, permitindo passar de juízo para sujeito a verificação, através
do qual apura-se o valor sua veracidade ou falsidade. Esta verificação passa uma base
dedutiva, porque todas as hipóteses de um discurso se devem construir por processos
raciocinativos até chegar a uma conclusão. O raciocínio é o elemento de análise para
chegar-se a verdade.

Inferir é raciocinar, consiste em tirar uma ou várias proposições novas (chamadas


conclusões) de uma ou várias proposições conhecidas (chamadas premissas).

Inferência é a operação do pensamento reacional que consiste em passar um


raciocínio formulado numa proposição (inferência imediata) ou em várias proposições
para uma outra. Podemos tambem definir como sendo a capacidade de proceder um juízo
de valor lógico, expresso em duas premissas, das quais se forma a conclusão.

O objectivo desta operação é apurar os seus valores lógicos. As inferências vão


estabelecer relão entre vários enunciados ou premissas e uma conclusão.

Classificação das inferências

As premissas submetem-se a um modo de formulação das hipótese que motivou, no


âmbito da evolução da lógica, a observação de algumas diferenças. Esta diferença
obrigaram a divisão entre dois tipos de inferências lógicas, como: Inferência mediata e
Inferência Imediata.

Inferência Imediata ou simples – neste tipo de processo, a conclusão é extraida de


uma só proposição ou premissa, ou seja, é constituida por duas proposições, sendo uma o
ponto de partida (o antecedente) e a outra o ponto de chegada (o consequente). Neste tipo
a conclusão pode ser tirada a partir de uma só proposição ou premissa. Esta inferência
apresenta-se de duas formas: Por oposição e por conversão.

Por oposição – processa-se através da alteração da quanridade, qualidade ou de ambas,


ou seja, as proposições embora tenham os mesmos sujeitos e predicados mais são
contrárias e opostas.Ex: os cães não são mamíferos – os cães são mamíferos.

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Por conversão – processam-se através da alteração da posição dos termos (transposição)
assim, o sujeito torna-se predicado e o predicado sujeito.Ex: o molusco não é peixe – o
peixe não é molusco.

Inferência mediata –neste tipo de processo a conclusão é extraida a partir da relação que
se estabelece entre duas ou mais proposições. Uma das premissas é denomindada como
termo médio, fazendo com as inferência mediatas sejam designadas como raciocínios.

1.6.4 RACIOCÍNIO E ARGUMENTAÇÃO

O homem ao pensar utiliza conceitos, formula juízos, mas soretudo uso o


raciocínio, isto é, pensar é sinónimo de raciocinar. Mas raciocinar é estabelecer relações
entre juízos, é portanto uma operação do pensamento expressa por meio de proposições
lógicas mediatas, através da qual determinados juízos (antecedentes) passam em novos
juízos (consequentes).

A particularidade do raciocínio é que, no processo de inferência, permite que o


pensamento conclua uma nova relação que apenas estava contida entre os juízos das
proposições. Outro sim, é que nas várias formas de raciocínio vê-sse a necessidade de ter
em conta o contexto das proposições, que permiti identificar as premissase conclusões.

São indicadores de premissas os seguintes: «se», «pois», «devido a», «porque»,


«sabendo-se que», «dado que», «supondo que» vetc. São indicadores de conclusão:
«então», «logo», «porconseguinte», «portanto», «deste modo», «consequentimente»,
«dai que» etc. O raciocínio devide-se em : raciocínio dedutivo, indutivo e análogo.

Raciocínio dedutivo – é a operação da inteligência por meio da qual, de uma ou


várias proposições tidas como premissas chega-se a uma conclusão.

Raciocínio indutivo – é a operação pela qual, a inteligência parte da observação de


um certo número de factos particulares, para chegar a uma conclusão geral dos mesmos
factos.

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Raciocínio análogo – é aquele que estimula a imaginação e comparações dos factos
que são objecto de análise do nosso pensamento.Ex: «é muito semelhante a» «é parecido
a». Ex: Todo homem é um ser, orgânico,vivo,falante, racional.

Pedro é ser, orgânico,vivo,falante,racional

Logo, Pedro é humano.

A argumentação – é o modo de expor e justificar as ideias que constituem um dado


discurso, ou seja, consiste essencialmente em obter conclusões através de vários tipos de
raciocínio lógico. Na argumentação existem varios tipos, os chamdos directos e
indirectos, conforme a actividade filosófica.

No argumento indirecto examina-se primeiro para depois realizar a comunicação;


que é diferente do facto de comunicar directamente ou a um público. Numa situação de
argumentação directa o filósofo pensa e fala directamente ao público, observando
determinado procedimentos próprios que ajudam o pensamento a fundamentar as suas
teses.

Desta urgamentação directa , surge então a dialética que é um método de diálogo


que assenta na contraposição de ideias (argumentação e contra-argumentação), de modo
a surgirem novas ideias. Neste método impõe-se primeiro a formulação de uma tese,
seguindo uma antítese e por último uma síntese.

A Tese – consiste na apresentação do objecto ou sujeito;

A Antítese – consiste em criticar e contra-argumentar os fundamentos da tese;

A Síntese – consiste em concluir o que se apura de certo ou errado, verdadeiro ou falso


da tese.

1.6.6 VALIDADE FORMAL E VALIDADE MATERIAL

Devemos saber de que, existem diversas formas de abordagens lógicas, como a


lógica matemática, lógica do senso comum, lógica metafísica, lógica gnoseológica, lógica
metodológica, lógica psicológica, lógica normativa, lógica dedutiva etc. Segundo
Aristóteles , todas essas formas de lógica são resultado do processo que ocorre no interior
do pensamento.

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Os aspectos da formalidade da lógica centra-se nas leis e princípios, que orientam
a produção de um pensamento correcto. Outro elemento a ter em conta é a questão da
validade na lógica (coerência e certeza de um raciocínio ou discurso).

A validade é o elemento no contexto lógico, que consiste em tomar certas ideias ou


verdades como valores universalmente aceites ou válidos. Para que isso aconteça, à
necessário ter em conta a coerência, e a certeza .

A coerência – consiste na ordem, conexão e harmonia num sistema de


conhecimento discursivo, ou ainda, como observância das formalidades que ordenam os
elementos do sistema do pensamento.

A certeza – é a capacidade que confere ao pensamento a segurança subjectiva da


verdade obtida sobre o conhecimento de um objecto, ou seja, é a garantia que o
conhecimento oferece ao pensamento sobre a verdade retirada do objecto.

Outro questionamento que se faz, é conrelação a verdade do pensamento, nisto


pergunta-se sempre, o que venha ser a verdade?. Mas define-se como sendo a
conformidade do juízo (razão) com o objecto.

Aristóteles definiu a verdade dizendo que «consiste em dizer da coisa, ´´o que é é``e o
´´que não é, não é``.

Assim sendo, a validade formal , incide sobre os aspectos formais, determinando a


verdade lógica ou seja, é a qualidade corretamente deduzido, a forma e modo de
articulação, extruturação dos elementos que constituem um pensamento.

A validade material inside sobre os aspectos materiais, levando a uma adequação entre
o conteudo do pensamento e o objecto pensado.

Ex: Nenhum homem sabe cozinhar

Este cozinheiro não sabe cozinhar

Logo, este cozinheiro não sabe cozinhar.

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1.6.7 AS FALÁCIAS E CILOGISMO

A palavra falácia deriva do latim, que significa «engano», coincidindo com o


sentido de uma ideia resultante de uma interpretação incorrecta ou espontânia. No âmbito
da lógica, uma falácia é um argumento logicamente inconsciente, sem fundamento ou não
válido.

A falácia apresenta-se como artifício aplicado a um raciocínio, no sentido de tentar


transformar o falso em verdadeiro. Esta acção pode ser voluntária ou invonluntária, com
ou sem intenção.

Torna-se difícil identificar uma falácia pelo de a mesma muitas vezes conter uma
validade emocional ou psicológica nos argumentos. As falácias quanto a orígem e
natureza podem ser distinguidas da seguinte forma:

Sofismas ou falácias intencionais – trata-se de raciocínio em que regras lógicas das


inferências não foram obedecidas intencionalmente, com o propósito de fazer passar por
verdadeiro um raciocínio falso.

Paralogísmo ou falácias não intencionais – trata-se de raciocínios nos quais as regras


lógicas não são obedecidas, mas sem uma intenção enganosa.

OS SILOGISMOS
Aristóteles, definiu silogismo como sendo, o raciocínio segundo o qual, postas
certas coisas as demais lhes seguem só pelo facto de serem colocadas, ou seja, um
raciocínio formado por três proposições de tal modo que espressas, as duas primeiras,
chamadas premissas, se segue necessariamente a terceira denominada conclusão.

A primeira premissa é a hipótese em prova, em relação a convivência entre o sujeito e o


predicado para se apurar a veracidade; a segunda premissa que ajuda a certificar essa
relação, gerando uma conclusão.

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O silogismo apresenta três termos: Termo maior , termo médio e termo menor.

Premissa ou termo maior Todo o angolano é africano


Todo homem é mortal
Premissa ou termo médio Os luandenses são angolanos
Sócrates é homem
Termo menor Logo, Os luandenses são africanos
Logo, Sócrstes é mortal

O termo maior é o que tem maior extensão, o que ocupa sempre o lugar de predicado na
conclusão. O termo menor é o que tem menor extensão e ocupa o lugar de sujeito na
conclusão; o termo médio permite o trânsito das premissas a conclusão.

As primeiras duas premissas recebem o nome de maior e menor, e a terceira de


conclusão. Se por ventura estivrmos duas premissas, das quais nada seja possível
concluir, então é porque não estamos perante um silogismo.

Podemos considerar dois tipos de silogismo: categórico e hipotético. É silogismo


categórico, quando consta de proposições simples, isto é, quando tem 3 termos e 3
proposições .

Ex: Todo homem é racional (termo maior – racional)

João é homem (termo médio – homem)

Logo, João é racional (termo menor – João).

É hipotético quando é formado por proposições compostas, isto é, em que a


premissa maior é condicional e obedece a regra ´´se , logo ou então``.

Ex: Nehum camponês é médico

António é médico

Logo, António não é camponês.

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Regras e figuras do silogísmo

Sendo possivel a aplicação de vários procedimentos para a constituição de um


silogismo (bem cmo a necessidade de ordenamento lógico dos termos) fez com que os
lógicos, estabelecessem determinadas regras, de modo a ser possivel verificar se as
premissas são formalmente válidas, o que valida a conclusão.

Há oito regras do silogismo, correspondendo 4 para aos termos e 4 para as


premissas ou proposições:

Primeira regra – os silogismos têm três termos, o termo maior, termo menor e termo
médio. Quando estes não são verificados, ou formula-se as premissas com dois ou quatro
termos, ou tambem quando se emprega um termo equívoco. O termo médio deve manter
sempre o mesmo sentido.

Ex: As plantas são Rosas O homem é animal

Ora as mulheres angolanas são rosas Ora o animal não raciocina

Logo, as angolanas são plantas. Logo, o homem não raciocina

As conclusões destes dois exemplos são falsas, porque tanto a palavra rosa como
a palavra animal, recebem dois sentidos dois sentidos diferentes na mesma argumentação.

Segunda regra – os extremos não devem ter na conclusão maior extensão do que as
premissas, isto é, a conclusão não deve ultrapassar as premissas.

Ex: Os angolanos são homens Os argelinos são brancos

Ora os zairenses não são angolanos Todos os argelinos são africanos

Logo, os zairenses não são homens Logo, todos os africanos são brancos.

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Terceira regra – a conclusão não deve conter o termo médio, porque serve para ligar os
extremos; uma vez que na conclusão procura-se obter a relação entre os termos maior e
menor. Ex: João é estudioso

João é feliz

Logo, joão é um feliz estudioso. (não se pode tirar esta conclusão).

Quarta regra – o termo médio deve ser tomado pelo menos uma vez em toda a sua
extensão, isto é, universamente. A conclusão nunca deve ter o termo médio.

Quinta regra – duas premissas afirmativas não podem produzir uma conclusão negativa.

Ex: Os animais morrem

Ora o boi é animal

Logo, o boi não morre. (não é uma conclusão verdadeira).

Sexta regra – duas premissas negativas não dão nenhuma conclusão, porque se não existir
relação entre termo maior e médio, o termo médio e menor não se podera concluir.

Ex: Nenhum europeu é africano

Ora nenhum africano é asiático. (não se conclui nada).

Sétima regra – a conclusão segue sempre a parte mais fraca (premissa particular ou
negativa). Ex: A lógica é ciência

Ora a ciência não é facil

Logo, a lógica não é fácil.

Oitava regra – duas premissas particulares não dão nenhuma conclusão, isto é, uma delas
deve ser universal. Ex: Alguns homens são felizes

Ora alguns felizes são músicos. (não conclui nada)

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FIGURAS DO SILOGISMO

Alem das regras a observar no silogismo,as posições que os termos acupam num
silogismo cedo se apresentam ao pensamento humano, na sua forma lógica, como o
modelo de figura da razão que devem ser estudadas, os chamados silogismos clássivos.

A figura do silogismo consiste na estruturação dos termos por meio de certas


posições que ocupam nas premissas, nas quais cada termo, exerce uma influência no
pensamento. As figuras do silogismo formam-se pelo modo como os termos estão
posicionados ou dispostos nas premissas, definido a sua compreenção, quantidade e
qualidade.

Em qualquer figura a definir, S é o sujeito, P é o predicado e M é o termo médio. A


premissa maior (T), liga o termo médio M ao predicado P, a premissa menor (t), liga o
termo médio M ao sujeito S.

Contudo o termo médio M, pode ser, quer sujeito ou predicado de cada premessa que
aparece. Tal questão deu origem a uma nova classificação dos silogismos: as quatro
figuras.

Premissas Figura 1 Figura 2 Figura 3 Figura 4


Premissa maior M - P P - M M - P P - M
Médio - predicado predicado - Médio Médio - predicado predicado - Médio

Premissa menor S - M S - M M - S M - S
Sujieto -termo médio Sujieto -termo médio termo médio - Sujieto termo médio - Sujieto

Estas quantidades e qualidades de proposições, na sua compreensão podem ser


combinadasna razão inversa permitindo a variação das figuras e dos seus respectivos
modos.

Assim a primeira vogal de cada modo ou nome de uma figura exprime a natureza
da ideia que pretende afirmar na premissa maior (PM); a segunda vogal de cada modo
mostra a ideia subjacente na premissa menor (pm); a terceira vogal de cada modo de uma
figura determina como ideia afirmada na PM, esta é posta na conclusão.

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Nos primeiros momentos da filosofia, Aristóteles deu origem a lógica descobrindo
o silogismo clássico ou categórico, aquele que formalmente é regular pelo facto de
empregar o modelo de três premissas e três termos.

Segundo Aristóteles, a primeira figura é a mais correcta e a mais perfeita, apesar de


se estudarem quatro figuras principais. O termo relevante em todas as figuras, é o termo
médio M, este é o termo central do cilogismo e nas figuras, por ser atravez do qual, que
o termo aparece na proposição para definir o sujeito.

2.1 A EXISTÊNCIA DA FILOSOFIA AFRICANA?1

A questão da existência da filosofia africana, é um dos temas mais discotidos pelos


pensadores, tendo como pano de fundo a oralidade, caracteristicada cultura africana.
Outro porém, está patente em saber-se a oralidade é parte integrante da filosofia africana,
ou seja, devem as tradições orais (contos tradicionais, proverbios, as tradições da
sabedoria polpular) ser consideradas como elementos da filosofia ou a gênese da filosofia
Africana?.

São colocadas estas inquietações, porque não existe em áfrica, por razões diversas,
uma tradição secular, de fixação de conhecimento e trabalho filosófico convencional,
como é o caso Europeu. Dai a discução entre pensadores africanos contemporânios, no
sentido de difinir os moldes em que se assenta «a filosofia africna».

A questão que se traz, ao longo dos tempos, é o que se tem de filosofia em áfrica?
Quém o fez? de facto os pensadores da africa negra parecem concordar implicita ou
tacitamente com a visão dos pensadores do ocidente como (Kam, Hegel, Levy-Bhrul)
atravez da qual se postula que a África Negra não na efectivação de descobertas que
formaram campos de conhecimento como a história universal, atravez da capacidade
intelectual, isto õbra intelectual, pela ciência, tecnologia, a incapacidade que os africanos
teriam de fazer algo valioso.

Actualmente categorza-se o pensamento de modos diversos, valorizando-se


determinados tipos de conhecimento antes menosprezados, assim reconhece-se a
existência de um conhecimento erudito e de um popular, do sensu comum e de um
conhecimento científico e tecnico.

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E sabe-se que o pensamento científico é aquele que começa a estudar as coisas da
natureza (base empirica) atravéz da razão (base reflexiva) desenvolveu-se; isto aconteceu
com filósofos gregos como Tales, Anaximandro, anaxímenes, designados filósofos pré-
socráticos porque antecederam no tempo Pitágoras, Sócrates, Platão e Aristóteles.

Alguns autores consideram que o desenvolvimento da civilização ocidental não


teria recebido este impulso se não fosse, o contributo do antigo Egipto, que ao longo de
milhares de anos, com efeito, se revelou uma das primeiras grandes civilizações da
humanidade com importantes dádivas, como desenvolvimento da escrita hieroglifica
imponentes conjuntos arquitectónicos, avanços no compo da medicina, da astronomia,
matemática.

Ora, sabendo-se que a humanidade surgiu em África, estesbautores consideram que


embora não tendo efectivamente desenvolvimento formas de pensamento sistemático
semelhante ao que chama,os filosofia ocidental, o continente africano contribuiu para a
civilização humanista ocidental, através do Egipto, da Grécia, de Roma.

Voltando a nossa questão, existe uma filosofia Africana? A resposta a esta


questão, tornou-se mais evidente durante os processos de independência, estando
aproximada ao espirito da formação dos primeiros movimentos de libertação nas décadas
de 50 e 60 do século XX, em que se manifestaram as várias concepções ideológicas para
as independências.

Por outro lado, a obra sobre filosofia bantu do P.ᵉ Placide Tempels publicada na
década de 40, no periodo da II Guerra Mundial, seguindo por obras como a do P.ᵉ Raul
de Asúa Altuna, sobre cultura tradicional bantu, seria o começo da teorização da
existência da filosofia Africana.

Em algumas obras enquadras na etnofilosofia, desde o final do século XIX até


meados do século XX, argumentou-se que a diferença fundamental entre a filosofia
ocidental e a filosofia africana, consiste na diferente forma de categorização, isto é, o
pensamento africano estaria estruturado sobre a comprienção e definição de força,
enquanto que a filosofia ocidental estaria estruturado sobre a comprienção e definição de
ser.

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Outros são ainda apontados, como os principios sociais da tradicional
hospitalidade africana, a partilha (a solidariedade mecanica), assim designada pelo
sociólogo Émile DurKheim. Princípios que podem demonstrados nas praticas das pescas,
alembamento, na caça colectiva etc.

Mas recententemente, para refutar o idealismo ocidental, surgiram as obras de


Joseph Ki-Zerbo, que tem servio instrumento de pesquisa da história africana, Sverino
Elias Ngoenha com o livro Filosofia Africana das independências as liberdade, Paulin
Hountondji com o livro African Philosophy, Léon Damas, Azikiwé, Sekou Touré,
Kwame Nkrumah, Julius Nyerere, Kenneth Kaunda, Agostinho Neto, Félix
Houphouuer Boignu, Patrice Lumumba, Paulin Hontondji.

Deve-se compriender bem aquilo que caracteriza a filosofia. A filosofia está


associada a um processo racional de conhecimento, com base num apurado exame dos
dados da experiência, da realidade das coisas.

Foi atravez desta lógica que permitiu, transferir a lógica da razão humana para a
lógica da informática, cibernética etc. A filosofia é universal, o seu estudo é comum a
todas as consciências e deve ser demonstrado.

A filosofia orienta-see assenta numa estrutura gnoseologicamente lógica de


fórmulas válidas, coerentes, de pensamento, de que são exemplo a fórmula cogito ergo
sum « penso logo, existo » de René Descartes, ou a formula adequatio intellectus et rei
« adequação entre a mente e a realidade » de Aristóteles, ambas estabelecendo o rigor
que o pensamento deve ter para conhecer com rigor a realidade.

De facto, uma fórmula gnoseológica africana foi de certa forma analizada pelo
africano Leopold S. Senhor, quando Descartes dizia « A razão Europeia é analítica por
utilização, ja a razão africana é intuitiva por participação ». Transformando o « penso
logo existo », num « vivo logo, existo » do africano, acrescentando que « a razão negra
não é discursiva, mas sintética, não é antagónica, mas simpatica ».

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Na essência da ciência jaz, a busca do conhecimento, mas sempre num sentido da
eficiência do utilitarismo científico e social da vida humana. O conecimento só se adquire
de facto, na relação que o homem estabelece com as coisas; o conhecimento é causa pela
qual as ciências se perpectuam na consciência humana.

Sabe-se que, há formas de conhecimento com base no senso comum e outras


baseadas no método científico. Diversas civilizações avançaram por caminhos diversos,
como da evolução tecnológica e científica, levando as sociedades actuais (paises
ocidentais) com os seus problemas (afastamento da natureza, desumanização,exclusão
social,desemprego em massa,consumismo excessívo,poluição etc); outras civilizações
levaram as sociedades actuais, numa ligação com a natureza, mais humana, com outros
problemas sociais (atraso tecnológico, dificuldade na gestão de recursos, etc).

Segundo Auguste Comte, filosofo françes do século XIX, o grau ou nivel de


desenvolvimento social das pessoas depende somente do seu nivel de pensamento, isto é,
em todas sociedades se fazem coisas e por meio delas se mede o nivel social e intelectual,
visto cada nivel corresponder a um estado tecnológico, o estado científico ou posistivo e
o estado metafísico.

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2.1 AS PRINCIPAIS CORRENTES DA FILOSOFIA AFRICANA

Os aspectos principais tomados, como base da filosofia africa, são os da tradição


oral do conhecimento, da chamada etnofilosofia, e da ideologia. Foi nesta ultima que
criou-se a conscienlização para a independência dos estados africanos e contra a
dominação colonial.

Tais ideias, por nascerem da infusão entre a imposição colonial e a reação dos
africanos, deram vida a tendências socialistas, nas quais se incluiam ideias
revolucionárias de igualdade, unidade, vitória.

De facto, as gerações de africanos intelectuais, tiveram que lutar contra o


colonialismo, e assim impuseram a sua identidade, ergueram as nossas bandeiras atraves
de um conjunto de ideias orientadas na tomada de consciêcia social e cultural, traduzidas
na etnofilosofia, no pan-anafricanismo, negritude e filosofia da libertação.

2.1.1 PAN-AFRICANISMO
A unidade africana é de acordo com a época do início da «cisão», a ideia central
da ideologia política do pan-africanismo. Assim, dizer pan-africanismo ´´pan``, vem do
grego significa toda ou todo, e africanismo , quer dizer «unidade africana» ou mesmo
que dizer hoje união africana.

Em termos históricos, é aceite que a expressão pan-africanismo, surge com


ensidência a partir de 1958, nos Estados Unidos da América, onde os afro-americanos
lutavam pela afirmação dos seus direitos; mas nesta época este movimento era já
considerado doutrina política.

A ideia do Pan-africanismo surge no século XIX, quando no norte do EUA, alguns


grupos de ex-escravos e descendêntes de escravos africanos, começaram uma
freternidade, com o sentido de promoverem o regresso a África e formação, ai de novas
comunidades. Defendia esta ideia Edwarde Wilmot Blyden, liberiano defendendo os
direitos humanos e a identidade africana.

Em 1900 com Henry Silvester Williams, o filósofo W.E.B Du Bois formaram em


londres criaram o primeiro congresso Pan-africanismo e criaram ai a primeira associação
Africana, que visava lutar contra o colonialismo e o racismo.

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Apartir da I Guerra Mundial, com a divisão dos territórios africanos, verificou-se
um crescimento da ideologia Pan-africanismo, atravez do lider africano do Gana, Kwame
Nkrumah, desenvolvendo actividade de protesto civil no Gana. Procurava-se a
restauração de África em todas as vertentes, pensando-se ser esta, a ideologia que iria
redefinir, alterar, recuperar os direitos e as tradições dos africanos.

Assim criou-se a OUA (organização da Unidade Africana), cujos objectivos eram, os


seguintes:

- Reforçar a unidade e a solidariedade dos Estados Africanos e Malgaxe;

- Coordenar e intensificar a sua cooperação e os seus esforços;

- Defender a soberania, integridade territorial e a sua independência;

- Eliminar de África o colonialismo sob todas as suas formas;

- Fvorecer a cooperação internacional, das Nações Unidadas e a Declaração Universal


dos Direitos do Homem.

2.1.2 A NEGRITUDE
A palavra negritude surgiu pela primeira vez com um grito em 1939 por Aimeé
Césaire. Este aconselhava os negros a regressarem em África, uma vez que a igualdade e
a liberdade dos negros no estrangeiro era impossivel, entendendo-se este regresso, como
um recuo cultural dentro do estrangeiro.

Cada negro na Europa devia ser uma parte específica do território africano,
coincidindo o seu mode ser, agir e pensar com os africanos de origem. A negritude é uma
comcepção ideológica através da qual se devem exaltar a civilização e os valores da
tradição africana, destintos de outras culturas.

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2.1.3 A ETNOFILOSOFIA
A espressão «etnofilosofia» deriva do grego, o termo de ethnos tem o sentido de
´´raça, tribo, nação ou povo``. A palavra etnofilosofia refere-se ao estudo do saber, do
conhecimento dos diferentes povos e sua visão do mundo.

Um dos nomes associados à origem da etnofilosofia, é o de Alexis P. Kagame,


historiador que ao longo do século XX, desenvolveu estudos sobre diversas culturas
baseando-se nas tradições orais; outro nome é o do Pª Placed Tempels com a sua obra «
filosofia Bantu».

Estes filósofos defendiam a ideia de que, a filosofia africana está identificada


atravez de uma categoria metafísica, que desdobra-se em dois princípios.

O primeiro princípio reside na força e no sér, isto é, a força é a parte integrante do


ser (metafísico), que sem a força não é possivel a participação na ordem cósmica
(universo), sendo esta ordem o factor de equilibrio no meio natural e social, impedindo a
criação da desordem.

O segundo princípio é o da comunhão com o seu semelhante, carregando dentro


de si o «eu» e o «tu» ou o «nós» como realidade única dos povos africanos. Deste modo
a paticipação da vida da áfrica negra exercita-se no maior princípio africano « vivo, logo
existo» ou seja dedução da existência do africano é feita através do agir, da prática, do
viver e não do pensar, contrastando com a máxima filosófica « penso, logo existo».

2.1.4 A FILOSOFIA DA LIBERTAÇÃO

A filosofia da libertação esta assente no princípio da liberdade, que busca a


libertação do homem de tudo o que oprime. Desde as revoluções feitas através do
iluminismo, teoria que defendia os direitos humanos, liberdades e garantias coartadas nos
paises de regimes Marxistas e Leninistas, foi possivel garantir a liberdade de expressão e
do pensamento, de religião, científica, política, económico-social e jurídica.

O Iluminismo tinha como objecto ideológico a valorização do homem enquanto


sér superior capaz da razão ou raciocínio,contra os regimes sociopolíticos socialistas e
comunistas, que foram gerados das teorias Marxistas e Leninistas, ou ainda estruturação

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social do absolutismo através dos regimes monárquicos que estavam associados à ideia
do poder divino dos soberanos.

A expansão do Iluminismo assente nas ideias do humanismo renascentista, deu-se


com as obras de Thomas Hobbes, Jhon Lucke, Montesquieu, que contribui-o para o
surgimento da independência dos Estados Unidos da América em 1776 e a Revolução
Francesa de 1789, tendo como ponto de partida os princípios da carta Universal dos
Direitos do Homem. Mas tarde no século XIX, pensadores como Karl Marx e Friedrich
Engles apelavam ao final da «exploração do homem pelo homem» dando origem as
doutrinas como marxismo, que conduziram as ideologias do cominsmo ou socialismo
como modelo de vida.

As premissas Iluministas e Marxistas foram as bases da filosofia da Libertação. A


ideia do Socialismo e Comunismo Marxista, chegou até aos movimentos de libertação
Nacional de Angola, em três etápas: a primeira corresponde à fase que os movimentos de
libertação nacional se constituiram como MPLA , UNITA e FNLA, a segunda fase
corresponde ao início da luta de Libertação Nacional e a terceira fase com a libertação
nacional e a organização do Estado.

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TEMA – 3 . CONVIVÊNCIA POLÍTICA ENTRE OS HOMENS

3.1 – DIFINIÇÃO DA POLÍTICA


O homem foi sempre um ser político por natureza, preocupado com o meio e a
convivência entre si, com intuito de resolver os problemas e fenomenos que alteram a sua
natureza. Assim a política tornou-se importante para a vida dos cidadãos num sentido
positivo assim como tambem no sentido negativo levando a alteração dos destinos de um
idivíduo, uma sociedade e um Estado.

Existem vários conceitos de política, como «a ciência do governo das nações» ou


« a arte de dirigir as relações entre Estados», mas podemos definir política numa
perspectiva como sendo uma actividade humana que tem como objectivo a conquista e o
exercício do poder.

Etmologicamente a palavra é de origem grega, politiké, associado ao conceito de


polis, que significa «cidade» ou « Estado» , que compriende não só o contexto físico de
cidade, mas tambem o espaço cívico, constituido por homens e mulheres consciente de
direitos e deveres.

Ao longo do tempo a filosofia questionou a acção política, sobre a forma como


desenvolveu na dominação dos seres humanos por outros seres humanos. Atravez de
outras ciências, a filosofia procurou demonstrar de forma clara valores de justiça,
liberdade, tolerância com o intuito de que toda acção política fosse para o bem comum
das sociedades.

Foi na grécia antiga, que os filosofos começaram falar de política, como Platão,
este sustentou a ideia de que a política deve ter na filosofia a sua base de reflexão, para
resolução de determinados fenómenos políticos, criação de sociedade com o fundamento
de que o homem não pode sobreviver só.

Aristóteles defendia que, o Estado tinha uma origem natural, isto é, o homem é já
(ao contrários de outros seres), político por natureza. Definiu o conceito de
«constituição» e descreveu a estruturação do Estado em três bases: a Monarquia, a
Aristocracia e a Democracia. Segundo Aristóteles, a aplicação indevida de uma destas
constituições por um mau governo, iria corromper-se; como por exemplo a aristocracia
aplicada por um mau governo resultaria em uma oligarquia.

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Outro filosófo que deu o seu contributo é Nicolau Maquiavel, pensador
renascentista, este fundamenta e apela a prática da acção imoral para manter o poder, na
sua obra «o príncipe».

O filósofo John Lock, inglês do século XVII, destiguiu em alguns dos seus
trabalhos o estado natural e estado social, criou o conceito de «contrato social» ou seja,
compromisso que os seres humanos fazem para se defenderem como comunidade,
renunciando alguns direitos naturais e se colocar a merçe de um governo.

Montesquieu e Rouseau, viriam no século XVIII, a desenvolver a questão do


contrato social e matérias como os diversos tipos de Estados e suas respectivas leis.
Montesquieu foi um dos primeiros filósofos a sugerir a separação de poderes (executivo,
legislativo e judicial).

3.2 –ÉTICA E A POLÍTICA


A palavra Ética deriva do grego «ethiké», que no sentido mais amplo podemos
definir como «ciência da moral». A ética, na filosofia veio há ser, o campo de estudo dos
julgamento de valores, noções do bem e do mal.

Existe uma diferença entre a ética e a moral, não descorando a similitude da


finalidade das duas palavras. A moral tem um caracter «normativo», enquanto que, a ética
tem um caracter «teórico» , no sentido de estudar o caracter os costumes de uma
determinada sociedade, numa determina época.

A moral é o conjunto de normas que dizem respeito ao bem e ao mal, ao certo e


ao errado. Essas normas fazem referência a valores (os chamados valores morais) que são
transmitidos de geração a geração e orientam a conduta dos indivíduos no seu dia a dia.

Já a ética é um campo da filosofia cujo objeto de estudo são os princípios que


orientam a moral. Nesse sentido, a ética é uma reflexão filosófica sobre a moral.

Assim, enquanto a moral aponta para os comportamentos particulares de


indivíduos e grupos, a ética se aproxima aos princípios universais que regem o bem
comum e a convivência entre os seres humanos de modo geral, ou seja, regulam as ações
de um determinado grupo profissional, em função do cumprimento de certos deveres.Ex:
os chamados "códigos de ética" profissionais, como o "código dos políticos`` ética
médica", o "código de ética dos jornalistas", o "código de ética dos advogados"

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O filósofo inglês Bernard Williams (1929-2003) afirma que o objetivo da ética é
responder às questões: "Como viver?" ou "Qual é o modo de vida que conduz à
felicidade?". A moral, por outro lado, diz respeito aos deveres impostos pela sociedade,
como não roubar, não mentir, não matar etc.

Ao falarmos da ética e política, devemos ter em conta que a acção política não se
exerce apenas nas relações com o indivíduo e a comunidade, mas tambem desenvolve-se
no âmbito das relações de instituições, sem que a dimensão social se extinga, fazendo
com que a acção política seja questionada quanto a sua eficácia quer quanto ao respeito
dos valores morais.

É atravez do exercício dos mecanismo de autoridade estabelecidos pela acção


política na gestão das estruturas de uma sociedade e liberdade indiviual de cada pessoa,
que se liga a dimensão política à Ética. Assim quando se fala de Ética e Política, remete-
se para a educação dos valores de união, cidadania, valores cívicos, tolerância, a
solidariedade, apreço aos símbolos nacionais, em que a sua observação é de caracter
imperativo numa sociedade democrática.

A ética pode traduzir-se na expresão do modo de ser ou do caracter de uma


pessoa, ou até da realidade interior dessa pessoa. A política estabele uma relação com a
Ética, no sentido de promover um equilíbrio no exercício da acção política na gestão das
estruturas de um sociedade e a liberdade individual de cada pessoa.

3.3 – O CIDADÃO E A POLÍTICA


Falar de política, remete-nos muitas vezes a ideia de Estado, governo, cargos,
eleições, partidos, discursos e conquista de poder. Razão pela qual, muitos cidadãos
demonstram desconfiança, desinteresse, porque encaram a política como a arte da
manutenção do poder.

Aristóteles dizia que, «o homem é por natureza um ser político», significando que
a dimensão política pertence e é parte essencial da natureza do humem e enerente ao seu
meio social. O homem não se realiza na sociedade se não for cidadão, que adquire direito
de participar na elaboração de léis e no exercício efectivo do poder público.

A política tem os seus níveis de acção, conrelação a conquista e manutenção ou


conservação do poder. Num primeiro nível a política, está centrada na questão do poder

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e conservação deste, isto é, tem como objectivo a governação com as instituições do
Estado, de comando e coação com instrumentos e mecanismos; Num segundo nível está
centrada na participação directa ou indirecta na vida e nos modos de organização das
sociedades.

Sendo assim, a política é feita por todos os cidadãos, porém, há necessidade de


destinguir entre «fazer política» e «participar na política». Fazer política compete de
forma exclusiva a grupos de pessoas especializadas (partidos políticos,associações
políticas,grupos de pressão,ativismo político) cujo papel é de exercer funções políticas
de acordo a determinadas regras impostas; Participar na política recai a todos os cidadãos
tendo em observância algumas regras.

A política tem no seu sentido mais amplo a procecussão do interesse colectivo e


organização das sociedades, tendo em conta a ideologia a ser implementada; Mas as
sociedades foram sofrendo transformações, devido as novas ideias como por exemplo a
globalização.

Este conceito surgiu na década de 1980, no sentido de classificar o fenómeno


natural de evolução das sociedades, desde o início da Humanidade, há várias etapas, como
tribos, aldeias, cidades, cidade-estado, Paises, continentes até chegar ao que chamamos
de aldeia global.

As sociedades africanas, nos tempos mais antigos, organizamvam-se em aldeias, e


pequenas comunidades, cuja organização era feita por um soba ou regedor. Uma
sociedade com esta tipologia enquadrava-se no conceito de sociedade Monárquica.

Hoje as sociedades modernas, têm na sua organização vários partidos políticos.


Político é definido como um conjunto ou grupo de pessoas, com uma convicção
ideológica comum ou afim, que se propõe realizar na sociedade a sua proposta política, e
com isso alcançar o poder e o governo de um pais.

As sociedades Monopartidárias são aquelas que possuem características das


sociedades monárquicas, ou seja, existe um único detentor do poder, (um partido) nu lugar
de um soberano ou Réi, com a diferença de que este poder não está concentrado numa
única pessoa, mas sim em grupo de pessoas. Ex: Os membros de um partido etc.

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As sociedades Multipartidárias ou pluripartidárias são aquelas que funcionam
segundo uma regra de destribuição de poderes, admitindo a existência de vários partidos
com diversos programas políticos. Os partidos são apresentados num parlamento ou
Assembleia nacional.

3.4 – DEMOCRACIA E CIDADANIA


A democracia, designação que deriva do grego «democratia», numa definição
alargada é um « sistema político em que o poder é exercido pelo povo», podendo ser
entendido como um regime em que o povo se governa a si próprio, o que só é possivel
quando o povo participa activamente no exercício democrático.

Pode ser entendido tambem como, uma sociedade em que há garantias de


liberdade de explessão e associação, sendo deste modo o único regime que estimula e
garante o exercício da participação no debate político sem manipulações. A sociedade
que respeita todas as garantias dos seus cidadãos, pode ser considerada como uma
democracia pura.

Um regime democrático cria meios legais e práticos para eliminar os abusos de


poder e as práticas de corrupção, e garante direitos e liberdades fundamentais dos
cidadãos. Na grécia antiga desenvolveram-se vários modelos de democracia, destacando-
se os seguintes: democracia Liberal e democracia Popular.

A Democracia Liberal é aquela que se organiza com base no previlégio da


liberdade individual e da dignidade da pessoa, sendo estes, os valores mais importantes
da vida. Tem na sua base a defesa e prática dos direitos individuais e cívicos,
possibilitando a livre concorrência económica (o lucro e a propriedade privada)
identificando-se como sociedades capitalistas.

A Democracia Popular é aquela associada ao modelo de uma sociedade


«comunista» cujo o Estado e o governo exercem o seu poder hierarquicamente, através
de orgãos de um poder central desegnado «centralismo democrático». Este modelo
permite um previlégio para a classe dirigente (os funcionarios do governo e os seus
líderes) correndo o risco de transformar-se em uma ditadura ou partido único.

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Todos os cidadãos devem e podem participar da política, ficam excluidos
aqueles que se encontrem privados legalmente dos direitos e deveres políticos. Significa
dizer que todos podem fazer política apoiando ou opondo-se, independentimente das
diferenças de classe, raça,tribo, sexo ou religião.

O cidadão pode participar nas eleições através do voto directo e secreto,


escolhendo o programa político para governar por um tempo determinado. Existem
alguns princípios inalienáveis que os cidadãos devem conhecer, para melhor participação
no exercício democrático, como por exemplo: a educação moral e cívica dos cidadãos,
participação política, direito a liberdade, direitos políticos, direitos económicos, direitos
sociais e direitos culturais.

Os direitos cívicos ou inerentes a nossa condição de cidadãos, sãos os que


decorrem da vida em comunidade, em interação com os outros, entre estes os seguintes:

- O direito da liberdade de ensamento e de consciência

- O direito à privacidade e à autonomia pessoal

- O direito a liberdade de expressão e de associação

- O direito a liberdade de circulação e de residência.

Os actos e processos eleitorais tem sido uma das formas mais imortantes de
participação política dos cidadãos. Nas sociedades que adotem modelos democráticos, as
eleiçoes sãos os unicos meios para realização de mudanças profundas e estruturantes.

Existem três tipos eleições, tais como: eleições presidenciais, eleições legislativas e
eleições autárquicas.

Eleições Presidenciais são as que visam elegerem o presidente da república para um


mandato equivalente de quatro ou cinco anos, segundo a constituição de cada Estado.

Eleições Legislativas são as que permitem escolher os deputados para a Assembleia


Nacional.

Eleições Autárquicas são aquelas que elegem os governos municipais, comunais e


provinciais.

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3.4.1-OS RISCOS DA DEMOCRACIA
Nas sociedades democráticas,os governos eleitos devem sempre prosseguir o
interesse da colectividade, promovendo o bem comum dos indivíduos pertencente aquela
sociedade, não sendo assim, a democracia é tomada de assalto pela demagogia «
demagogia – forma de actuação política que visa manipular o cidadão , com o intuito de
alcançar o poder».

Esta ´´demagogia``tem sido um dos riscos para a democracia, fazendo uso de


princípios democréticos para ocultar intenções subversivas, massificando
comportamentos alienados (o consumismo, atenção desviada dos problemas reais para
situações virtuais) que demonstram impatia dos cidadãos perante os problemas sociais.

Uma sociedade não consciente e sem possuir um grau de informação, é facilmente


manipulada. O regime democrático não tendo, consolidadas estruturas e instituições
fortes, que permitem fiscalizar a licitude das práticas políticas é transformada em jugo
dos ditadores.

Nas democracias mais puras e avançadas, desenvolveram-se tecnicas resultantes


da ciência política para impedir e assegurar, que interesses de Estado colidam com
interesses particulares. Quando assim acontece, surgem crises sociais, económicas e
políticas podendo dar lugar para anarquia.

Como sabe-se os regimes não democráticos, usam a força centralizada no poder para
impor a ordem, de forma violenta e negando as populações os seus direitos.

3.5 – O QUE É A VIOLÊNCIA?


A palavra violência deriva do latim, da palavra ´´violentia``, cujo sentido esta
associado ao uso da força. Um conceito mais alargado, defini-se como um
constrangimento exercido sobre uma pessoa, e obrigala a fazer algo contra a sua vontade.
Qualquer acto que ameace a entegridade física ou psicológica de outro ser.

Durante algum tempo questionou-se na filosofia, sobre as principais causas da


violência, o que gerou duas correntes de pensamentos destintos. A corrente do inatismo
do ser humano, que defende a ideia de que, a violência está associada a natureza do
homem, determinda pela lei do mais forte, outra corrente é da violência adquirida pelo
ser humano(com uma natureza de pacificador) na sociedade em que está inserido, atravez
das dinâmicas culturais e políticas.

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Outro sim, é de considerar de que , a violência vem sendo determinada por um conjunto
de factores associados aos aspectos sociais ,antropológicos, psicológicos, sociológicos.

A violência e a Política, isto é, a agressão ou manifestação activa de um comflito


por ideias ou interesses contrários, tem sido alvo de estudos por parte de vários filósofos
e pensadores. Heródoto grego e historiador, apresentava a anarquia como um dos modelos
políticos mais propensos à violência, conduzindo a queda de vários ditadores.

Outros destinguiam um modelo político com e sem violência, tipificando aqueles


que tinham como figuras principais o ´´Tirano ou ditador`` (aquele que usurpa o poder
atravez da violência) e aquele tipificado pelo ´´Legislador ou Legalista`` (governante que
recebe a confiança do povo atravez do voto para implementar reformas). A democracia
foi sendo considerado o modelo mais afastado da violência, pelo facto apresentar
mecanismos para convivência pacífica entre os cidadãos.

A violência Política pode apresentar-se em forma de propaganda, ou manipulação


da informação divulgada, em determinadas circunstâncias, de modo a causar um
comportamento aversivo ao cidadão.

As manifestações de violência podem ter um carácter institucional (vindo de uma


instituição) ou estar associada a guerra e estrutural, isto é, quando não existe uma
entidade na sua origem.

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