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Índice

Introdução........................................................................................................................................2

A Justiça...........................................................................................................................................3

Justiça como bem-estar....................................................................................................................4

Perspectiva igualitária de Ronald Dworkin.....................................................................................4

A Caridade.......................................................................................................................................4

Bem comum.....................................................................................................................................5

Subsidiariedade................................................................................................................................6

Solidariedade...................................................................................................................................7

Boa governação...............................................................................................................................7

A Paz: fruto da justiça e da caridade...............................................................................................8

Defesa da cultura.............................................................................................................................8

A Família.........................................................................................................................................9

Conclusão......................................................................................................................................10

Referências Bibliográficas.............................................................................................................11
Introdução
O presente trabalho é referente a cadeira de Fundamentos de Teologia Católica, e tem como tema
” A Justiça ”, dentro deste tema serão abordados os seguintes subtemas: a caridade, bem comum,
subsidiariedade, solidariedade, boa governação, paz fruto da justiça e da caridade, defesa da
cultura e a família.

A justiça pode ser reconhecida por mecanismos automáticos ou intuitivos nas relações sociais, ou
por mediação através dos tribunais, através do Poder Judiciário.

Justiça é um conceito abstrato que se refere a um estado ideal de interação social em que há um


equilíbrio que, por si só, deve ser razoável e imparcial entre os interesses, riquezas e
oportunidades entre as pessoas envolvidas em determinado grupo social. Trata-se de um conceito
presente no estudo do direito, filosofia, ética, moral e religião. Suas concepções e aplicações
práticas variam de acordo com o contexto social e sua perspectiva interpretativa, sendo
comumente alvo de controvérsias entre pensadores e estudiosos.

A justiça consiste na constante e firme vontade de dar a Deus e ao próximo o que lhes é devido.
Ela se traduz na atitude determinada pela vontade de reconhecer o outro como pessoa com
direitos e deveres.

O bem comum é a dimensão social e comunitária do bem moral. Ele não consiste na simples
soma
dos bens particulares de cada sujeito do corpo social. Sendo de todos e de cada um, é e
permanece
comum, porque indivisível e porque somente juntos é possível alcançá-lo, aumentá-lo e
conserválo, também em vista do futuro. Assim como o agir moral do indivíduo se realiza
fazendo o bem, assim o agir social alcança a plenitude realizando o bem comum.

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A Justiça

Justiça é um conceito abstrato que se refere a um estado ideal de interação social em que há um


equilíbrio que, por si só, deve ser razoável e imparcial entre os interesses, riquezas e
oportunidades entre as pessoas envolvidas em determinado grupo social. Trata-se de um conceito
presente no estudo do direito, filosofia, ética, moral e religião. Suas concepções e aplicações
práticas variam de acordo com o contexto social e sua perspectiva interpretativa, sendo
comumente alvo de controvérsias entre pensadores e estudiosos.

Em um sentido mais amplo, pode ser considerado como um termo abstrato que designa o
respeito pelo direito de terceiros, a aplicação ou reposição do seu direito por ser maior em
virtude moral ou material. A justiça pode ser reconhecida por mecanismos automáticos ou
intuitivos nas relações sociais, ou por mediação através dos tribunais, através do Poder
Judiciário.

A justiça consiste na constante e firme vontade de dar a Deus e ao próximo o que lhes é devido.
Ela se traduz na atitude determinada pela vontade de reconhecer o outro como pessoa com
direitos e deveres. A justiça social representa um verdadeiro desenvolvimento da justiça geral,
reguladora das relações sociais com base no critério da observância da lei. A justiça social,
exigência conexa com a questão social, diz respeito aos aspectos sociais, políticos e económicos
e, sobretudo, à dimensão estrutural dos problemas e das respectivas soluções.
A justiça mostra-se particularmente importante no contexto actual, em que o valor da pessoa, da
sua dignidade e dos seus direitos, a despeito das proclamações de intentos, é seriamente
ameaçado pela generalizada tendência a recorrer exclusivamente aos critérios da utilidade e do
ter. Também a justiça, com base nestes critérios, é considerada de modo redutivo, ao passo que
adquire um significado mais pleno e autêntico na antropologia cristã. A justiça, com efeito, não é
uma simples convenção humana, porque o que é «justo» não é originariamente determinado pela
lei, mas pela identidade profunda do ser humano.
A plena verdade sobre o homem permite superar a visão contratualista da justiça, que é visão
limitada, e abrir também para a justiça o horizonte da solidariedade e do amor: «A justiça
sozinha não basta; e pode mesmo chegar a negar-se a si própria, se não se abrir àquela força mais
profunda que é o amor». Ao valor da justiça a doutrina social da Igreja acosta o da solidariedade,
enquanto via privilegiada da paz.

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Justiça como bem-estar

Perspectiva igualitária de Ronald Dworkin

O jurista Ronald Dworkin também dedicou seu pensamento à analisar o conceito de justiça e a


obra de John Rawls, especialmente, nos livros “A Virtude Soberana” e “Justiça para Porcos-
Espinho”.

Duas idéias desempenham um papel vital na teoria desenvolvida por Dworkin: a idéia do "igual
cuidado" (equal concern) e a idéia de responsabilidade especial (special responsibility). A
primeira, significa que a distribuição das riquezas sociais deve refletir nas escolhas das pessoas,
de forma que, uma distribuição idêntica das riquezas não se traduziria per se em uma distribuição
justa. Já a idéia de responsabilidade, implica que não seriam justificadas as desigualdades
materiais que não pudessem ser atribuídas às escolhas das pessoas, assim como, não se
justificariam aquelas que decorressem de circunstâncias que se encontram fora do controle das
pessoas.

Ao defender uma concepção de igualdade de recursos, Dworkin parte do pressuposto de que as


pessoas são responsáveis pelas escolhas que fazem em suas vidas, mas essa premissa não é
suficiente para prover a sua concepção de fundamentos sólidos. Por isso, Dworkin pressupõe,
também, que os atributos naturais de inteligência e talento são moralmente arbitrários e, por isso,
não devem surtir efeitos sobre a distribuição dos recursos na sociedade.

Uma vez que a igualdade se traduz nos recursos de que as pessoas dispõem para realizar suas
escolhas e não no bem-estar que elas, possivelmente, poderiam alcançar com estes recursos, os
governos devem prover uma igualdade material para todos, tendo a obrigação política de tratar a
vida de cada pessoa como tendo uma importância igual. A esta idéia, Dworkin denomina "justiça
distributiva".

A Caridade
Entre as virtudes no seu conjunto e, em particular, entre virtudes, valores sociais e a caridade,
subsiste um profundo liame, que deve ser cada vez mais acuradamente reconhecido. A caridade,
não raro confinada ao âmbito das relações de proximidade, ou limitada aos aspectos somente

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subjectivos do agir para o outro, deve ser reconsiderada no seu autêntico valor de critério
supremo universal de toda a ética social. Dentre todos os caminhos, mesmo os procurados e
percorridos para enfrentar as formas sempre novas da actual questão social, o «mais excelente de
todos» (1
Cor 12,31) é a via traçada pela caridade.
Os valores da verdade, da justiça, do amor e da liberdade nascem e se desenvolvem do manancial
interior da caridade: a convivência humana é ordenada, fecunda de bens e condizente com a
dignidade do homem, quando se funda na verdade; realiza-se segundo a justiça, ou seja, no
respeito
efectivo pelos direitos e no leal cumprimento dos respectivos deveres; é realizada na liberdade
que
condiz com a dignidade dos homens, levados pela sua mesma natureza racional a assumir a
responsabilidade pelo próprio agir; é vivificada pelo amor, que faz sentir como próprias as
carências e as exigências alheias e torna sempre mais intensas a comunhão dos valores espirituais
e a solicitude pelas necessidades materiais. Estes valores constituem pilares dos quais recebe
solidez e consistência o edifício do viver e do agir: são valores que determinam a qualidade de
toda a acção e instituição social. A caridade pressupõe e transcende a justiça: esta última «deve
ser completada pela caridade».
Se a justiça «é, em si mesma, apta para “servir de árbitro” entre os homens na recíproca
repartição
justa dos bens materiais, o amor, pelo contrário, e somente o amor (e portanto também o amor
benevolente que chamamos “misericórdia”), é capaz de restituir o homem a si próprio».Não se
podem regular as relações humanas unicamente com a medida da justiça: «A experiência do
passado e do nosso tempo demonstra que a justiça, por si só, não basta e que pode até levar à
negação e ao aniquilamento de si própria, se não se permitir àquela força mais profunda, que é o
amor plasmar a vida humana nas suas várias dimensões.

Bem comum
O bem comum é a dimensão social e comunitária do bem moral. Ele não consiste na simples
soma

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dos bens particulares de cada sujeito do corpo social. Sendo de todos e de cada um, é e
permanece
comum, porque indivisível e porque somente juntos é possível alcançá-lo, aumentá-lo e
conserválo, também em vista do futuro. Assim como o agir moral do indivíduo se realiza
fazendo o bem, assim o agir social alcança a plenitude realizando o bem comum.
Uma sociedade que, em todos os níveis, quer intencionalmente estar ao serviço do ser humano é
a
que se propõe como meta prioritária o bem comum, enquanto bem de todos os homens e do
homem todo.
As exigências do bem comum derivam das condições sociais de cada época e estão estreitamente
conexas com o respeito e com a promoção integral da pessoa e dos seus direitos fundamentais.
Essas exigências referem-se, antes de mais, ao empenho pela paz, à organização dos poderes do
Estado, a uma sólida ordem jurídica, à salvaguarda do ambiente, à prestação dos serviços
essenciais às pessoas, alguns dos quais são, ao mesmo tempo, direitos do homem: alimentação,
morada, trabalho, educação e acesso à cultura, saúde, transportes, livre circulação das
informações
e tutela da liberdade religiosa.
O bem comum empenha todos os membros da sociedade: ninguém está escusado de colaborar,
de
acordo com as próprias possibilidades, na sua busca e no seu desenvolvimento.
A responsabilidade de perseguir o bem comum compete, não só às pessoas consideradas
individualmente, mas também ao Estado, pois que o bem comum é a razão de ser da autoridade
política. Na verdade, o Estado deve garantir coesão, unidade e organização à sociedade civil da
qual é expressão, de modo que o bem comum possa ser conseguido com o contributo de todos os
cidadãos.
O bem comum da sociedade não é um fim isolado em si mesmo; ele tem valor somente em
referência à obtenção dos fins últimos da pessoa e ao bem comum universal de toda a criação.
Deus é o fim último de suas criaturas e por motivo algum se pode privar o bem comum da sua
dimensão transcendente, que excede, mas também dá cumprimento à dimensão histórica.

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Subsidiariedade
É o princípio que preconiza a entreajuda entre as pessoas, instituições e sociedades
salvaguardando
a autonomia que lhes é devida. A subsidiariedade entendida em sentido positivo, como ajuda
económica, institucional, legislativa oferecida às entidades sociais menores, corresponde uma
série
de implicações em negativo, que impõem ao Estado abster-se de tudo o que, de fato, restringir o
espaço vital das células menores e essenciais da sociedade. Não se deve suplantar a sua
iniciativa,
liberdade e responsabilidade.
O princípio de subsidiariedade protege as pessoas dos abusos das instâncias sociais superiores e
solicita estas últimas a ajudar os indivíduos e os corpos intermédios a desempenhar as próprias
funções. Este princípio impõe-se porque cada pessoa, família e corpo intermédio tem algo de
original para oferecer à comunidade. A experiência revela que a negação da subsidiariedade, ou a
sua limitação em nome de uma pretensa democratização ou igualdade de todos na sociedade,
limita
e, às vezes, também anula, o espírito de liberdade e de iniciativa.
Com o princípio de subsidiariedade estão em contraste formas de centralização, de
burocratização, de assistencialismo, de presença injustificada e excessiva do Estado e do aparato
público.

Solidariedade
A solidariedade confere particular relevo à intrínseca sociabilidade da pessoa humana, à
igualdade
de todos em dignidade e direitos, ao caminho comum dos homens e dos povos para uma unidade
cada vez mais convicta.
A solidariedade se apresenta sob dois aspectos complementares: o de princípio social e o de
virtude
Moral.
A solidariedade deve ser tomada antes de mais nada, no seu valor de princípio social ordenador
das instituições, em base ao qual devem ser superadas as «estruturas de pecado», que dominam
os
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relações entre as pessoas e os povos, devem ser superadas e transformadas em estruturas de
solidariedade, mediante a criação ou a oportuna modificação de leis, regras do mercado,
ordenamentos.
A solidariedade é também uma virtude moral, não um sentimento de compaixão vaga ou de
enternecimento superficial pelos males sofridos por tantas pessoas próximas ou distantes. Pelo
contrário, é a determinação firme e perseverante de se empenhar pelo bem comum; ou seja, pelo
bem de todos e de cada um, porque todos nós somos verdadeiramente responsáveis por todo.
O termo «solidariedade» exprime em síntese a exigência de reconhecer, no conjunto dos laços
que unem os homens e os grupos sociais entre si, o espaço oferecido à liberdade humana para
prover ao crescimento comum, de que todos partilhem.

Boa governação
Esta caracteriza-se pela capacidade de ter um projecto, orientado a favorecer uma convivência
social mais livre e mais justa, em que vários grupos de cidadãos, mobilizando-se para elaborar e
exprimir as próprias orientações, para fazer frente às suas necessidades fundamentais, para
defender legítimos interesses.
A comunidade política e a sociedade civil, embora reciprocamente ligadas e interdependentes,
não são iguais na hierarquia dos fins. A comunidade política está essencialmente ao serviço da
sociedade civil e, em última análise, das pessoas e dos grupos que a compõem. A sociedade civil,
portanto, não pode ser considerada um apêndice ou uma variável da comunidade política: antes,
ela tem a preeminência, porque justifica radicalmente a existência da comunidade política.
O Estado deve fornecer um quadro jurídico adequado ao livre exercício das actividades dos
sujeitos
sociais e estar pronto a intervir, sempre que for necessário, e respeitando o princípio de
subsidiariedade, para orientar para o bem comum a dialéctica entre as livres associações activas
na vida democrática. A sociedade civil é heterogénea e articulada, não desprovida de
ambiguidades
e de contradições: é também lugar de embate entre interesses diversos, com o risco de que o mais
forte prevaleça sobre o mais indefeso.

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A Paz: fruto da justiça e da caridade
A paz é, antes de tudo, obra da justiça. Ela supõe e exige a instauração de uma ordem justa, na
qual as pessoas possam realizar-se como seres humanos, sua dignidade ser respeitada, suas
legítimas aspirações serem satisfeitas, seu acesso à verdade reconhecido, sua liberdade pessoal
garantida. Uma ordem na qual os homens não sejam objetos, senão agentes de sua própria
história. A tranquilidade da ordem, da paz, não é, pois, passividade nem conformismo.

A paz é um valor e um dever universal e encontra o seu fundamento na ordem racional e moral
da sociedade que tem as suas raízes no próprio Deus, fonte primária do ser, verdade essencial e
bem
supremo. A paz não é simplesmente ausência de guerra e tampouco um equilíbrio estável entre
forças adversárias, mas se funda sobre uma correcta concepção da pessoa humana e exige a
edificação de uma ordem segundo a justiça e a caridade.
A paz é fruto da justiça (cf. Is 32,17), entendida em sentido amplo como o respeito ao equilíbrio
de todas as dimensões da pessoa humana. A paz está em perigo quando ao homem não é
reconhecido aquilo que lhe é devido enquanto homem, quando não é respeitada a sua dignidade e
quando a convivência não é orientada em direcção para o bem comum. Para a construção de uma
sociedade pacífica e para o desenvolvimento integral dos indivíduos, povos e nações, é
necessária a defesa e a promoção dos direitos humanos. A paz é fruto também do amor.
A Igreja proclama, com a convicção da sua fé em Cristo e com a consciência de sua missão, que
a violência é um mal, que a violência é inaceitável como solução para os problemas, que a
violência
não é digna do homem. A violência é mentira, pois que se opõe à verdade da nossa fé, à verdade
da nossa humanidade. A violência destrói o que ambiciona defender: a dignidade, a vida, a
liberdade dos seres humanos.

Defesa da cultura
A palavra «cultura» indica, em geral, todas as coisas por meio das quais o homem apura e
desenvolve as múltiplas capacidades do seu espírito e do seu corpo; se esforça por dominar, pelo
estudo e pelo trabalho, o próprio mundo; torna mais humana, com o progresso dos costumes e
das instituições, a vida social, quer na família quer na comunidade civil; e, finalmente, no
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decorrer do tempo, exprime, comunica aos outros e conserva nas suas obras, para que sejam de
proveito a muitos e até à inteira humanidade, as suas grandes experiências espirituais e as suas
aspirações (GS, 53).
Daqui se segue que a cultura humana implica necessariamente um aspecto histórico e social e
que o termo «cultura» assume frequentemente um sentido sociológico e etnológico. É neste
sentido que se fala da pluralidade das culturas.

A Família
A íntima comunidade da vida e do amor conjugal, fundada pelo Criador e dotada de leis próprias,
é instituída por meio da aliança matrimonial, ou seja pelo irrevogável consentimento pessoal.
Deste modo, por meio do acto humano com o qual os cônjuges mutuamente se dão e recebem um
ao outro, nasce uma instituição também à face da sociedade, confirmada pela lei divina. Em vista
do bem tanto dos esposos e da prole como da sociedade, este sagrado vínculo não está ao arbítrio
da
vontade humana. O próprio Deus é o autor do matrimónio, o qual possui diversos bens e fins,
todos eles da máxima importância, quer para a propagação do género humano, quer para o
proveito pessoal e sorte eterna de cada um dos membros da família, quer mesmo, finalmente,
para a dignidade, estabilidade, paz e prosperidade de toda a família humana. Por sua própria
índole, a
instituição matrimonial e o amor conjugal estão ordenados para a procriação e educação da prole,
que constituem como que a sua coroa. O homem e a mulher, que, pela aliança conjugal «já não
são dois, mas uma só carne» (Mt. 19, 6), prestam-se recíproca ajuda e serviço com a íntima união
das suas pessoas e actividades, tomam consciência da própria unidade e cada vez mais a
realizam.
Esta união íntima, já que é o dom recíproco de duas pessoas, exige, do mesmo modo que o bem
dos filhos, a inteira fidelidade dos cônjuges e a indissolubilidade da sua união (GS, 48).

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Conclusão
Conclui-se que a justiça consiste na constante e firme vontade de dar a Deus e ao próximo o que
lhes é devido.
A justiça mostra-se particularmente importante no contexto actual, em que o valor da pessoa, da
sua dignidade e dos seus direitos, a despeito das proclamações de intentos, é seriamente
ameaçado pela generalizada tendência a recorrer exclusivamente aos critérios da utilidade e do
ter. Também a justiça, com base nestes critérios, é considerada de modo redutivo, ao passo que
adquire um significado mais pleno e autêntico na antropologia cristã.

O bem comum é a dimensão social e comunitária do bem moral. Ele não consiste na simples
soma
dos bens particulares de cada sujeito do corpo social. Sendo de todos e de cada um, é e
permanece
comum, porque indivisível e porque somente juntos é possível alcançá-lo, aumentá-lo e
conserválo, também em vista do futuro.
A paz é, antes de tudo, obra da justiça. Ela supõe e exige a instauração de uma ordem justa, na
qual as pessoas possam realizar-se como seres humanos, sua dignidade ser respeitada, suas
legítimas aspirações serem satisfeitas, seu acesso à verdade reconhecido, sua liberdade pessoal
garantida.
A solidariedade é também uma virtude moral, não um sentimento de compaixão vaga ou de
enternecimento superficial pelos males sofridos por tantas pessoas próximas ou distantes. Pelo
contrário, é a determinação firme e perseverante de se empenhar pelo bem comum; ou seja, pelo
bem de todos e de cada um, porque todos nós somos verdadeiramente responsáveis por todo

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Referências Bibliográficas
Ladaria, L. (1998). Introdução à Antropologia Teológica II. São Paulo: Edições Loyola.
Libânio, J. & Meirad, A. (1998). Introdução à teologia. São Paulo: Edições Loyola.
MANUAL DE FUNDAMENTOS DE TEOLOGIA CATÓLICA

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