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Sexta-feira, 10 de Junho de 2005 I SERIE — Número 23

BOLETIM DA REPUBLICA
PUBLICAÇÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

2.° SUPLEMENTO
IMPRENSA NACIONAL DE MOÇAMBIQUE Regulamento da Lei dos Órgãos Locais
do Estado
AVISO
TÍTULO I
A matéria a publicar no «Boletim da República»
deve ser remetida em cópia devidamente autenticada, Disposições gerais
uma por cada assunto, donde conste, além das indi-
ARTIGO 1
cações necessárias para esse efeito, o averbamento
(Objecto)
seguinte, assinado e autenticado: Para publicação
no «Boletim da República.» O presente diploma tem por objecto regulamentar a
Lei n.° 8/2003, de 19 de Maio, que estabelece os princípios
e normas de organização, competências e funcionamento
dos órgãos locais do Estado.
SUMÁRIO
ARTIGO 2
Conselho de Ministros:
(Âmbito)
Decreto n.° 11/2005:
1. O presente Regulamento aplica-se aos órgãos locai
Aprova o Regulamento da Lei dos Órgãos Locais do Estado do Estado nos escalões de província, distrito, posto admi-
nistrativo, localidade e de povoação.
Decreto n.° 12/2005:
2. Este diploma não se aplica à organização, competência
Cria o Fundo Nacional de Investigação, abreviadamente
designado por FNl. e funcionamento das instituições de defesa e segurança,
ordem pública, fiscalização das fronteiras, emissão de moeda,
Decreto n.° 13/2005: relações diplomáticas, finanças públicas, registo civil e
Aprova o Regulamento de Registo e Marcação de Gado.
notariado, identificação civil e de migração, as quais se
regem por normas ou regras próprias.

ARTIGO 3
CONSELHO DE MINISTROS
(Função d o s ó r g ã o s locais do Estado)

Decreto n.° 11/2005 1. Os órgãos locais do Estado têm como função a repre-
sentação do Estado ao nível local para a administração e o
d e 10 d e J u n h o
desenvolvimento do respectivo território e contribuem para
Havendo necessidade de se regulamentar o funcionamento a integração e unidade nacionais.
dos órgãos locais do Estado, ao abrigo do disposto no 2. No âmbito das suas funções, os órgãos locais do
artigo 58 da Lei n.° 8/2003, de 19 de Maio, o Conselho Estado exercem competências de decisão, execução e controlo
de Ministros decreta: no respectivo escalão.
Único. É aprovado o Regulamento da Lei dos Órgãos 3. Os órgãos locais do Estado garantem, no respectivo
Locais do Estado, que vai em anexo e faz parte integrante
território, sem prejuízo da autonomia das autarquias locais,
do presente Decreto.
a realização de tarefas e programas económicos, sociais e
Aprovado pelo Conselho de Ministros, aos 5 de Abril culturais de interesse local e nacional, observando a Cons-
de 2005. tituição, as deliberações da Assembleia da República e as
Publique-se decisões do Conselho de Ministros e doutros órgãos do
A Primeira-Ministra, Luísa Dias Diogo. Estado de escalão superior.
ARTIGO 4 5. Os funcionários e agentes dos órgãos locais do Estado,
(Princípios de organização e funcionamento) no exercício das suas funções, actuam em conformidade
1. A organização e funcionamento dos órgãos locais do com os valores éticos seguintes:
Estado obedecem aos princípios da desconcentração e da a) Preservação e aumento da confiança do público;
desburocratização administrativas, visando o descongestio- b) Tomada de decisões e exercício de funções no inte-
namento do escalão central e a aproximação dos serviços resse público;
públicos às populações, de modo a garantir a celeridade e a
c) Prevalência do interesse públiço no caso de conflito
adequação das decisões às realidades locais.
entre este e o interesse pessoal.
2. Os órgãos locais do Estado observam o princípio da
estrutura integrada verticalmente hierarquizada. 6. Os funcionários e agentes dos órgãos locais do Estado,
no exercício das suas funções, actuam em conformidade
3. No seu funcionamento, a par das normas de funciona- com os valores da pessoa humana, tais como:
mento dos serviços da administração pública legalmente
definidas, observam os princípios do relacionamento, da boa a) Respeitar a dignidade humana;
administração, do respeito pelos direitos subjectivos e pelos b) Tratar as pessoas com equidade e cortesia;
interesses legítimos dos administrados, garantem a partici- c) Atender o público com urbanidade, zelo e diligência.
pação activa dos cidadãos, incentivam a iniciativa locai na
solução dos problemas das comunidades, aplicando, nomea- ARTIGO 7
damente, os recursos ao seu alcance. (Princípio da legalidade administrativa)
ARTIGO 5
1. Os órgãos locais do Estado devem actuar em ob
(Relacionamento com os administrados) à Constituição e demais leis, dentro dos limites dos poderes
Nas suas relações com os administrados, os órgãos locais que lhes estejam atribuídos e em conformidade com os fins
do Estado observam, nomeadamente, os princípios da justiça, para que os mesmos poderes lhes foram conferidos.
igualdade dos cidadãos perante a lei, imparcialidade, transpa- 2. Os órgãos locais do Estado respeitam e fazem respeitar
rência e da proporcionalidade. as leis no território respectivo.
ARTIGO 6
TÍTULO II
(Princípio da boa administração)
Organização territorial
1.
prazos estabelecidos pela legislação em vigor. Nos casos em
ARTIGO 8
que as leis não determinam os prazos dentro dos quais os
órgãos locais do Estado devem decidir, as disposições apli- (Escalões locais do Estado)
cáveis são as estabelecidas pelas Normas de Funcionamento Para o exercício das suas funções, os órgãos locais do
dos Serviços da Administração Pública.
Estado organizam-se nos escalões de província, distrito, posto
2. Os funcionários e agentes dos órgãos locais do Estado, administrativo, localidade e de povoação.
no exercício das suas funções, actuam de acordo com os
valores democráticos e profissionais baseados na ética e ARTIGO 9
respeito pelos cidadãos. (Província)
3. Os funcionários e agentes dos órgãos locais do Estado,
no exercício das suas funções, actuam conforme os valores 1. A província é a maior unidade territorial da organização
democráticos seguintes: política, económica e social da administração local do Estado,
a) Apoiar os órgãos locais e funcionários de escalões 2. A província é constituída por distritos, postos adminis-
inferiores para que estes sirvam o interesse público trativos, localidades e povoações.
ta! corno expresso na lei; 3. A província abrange também as áreas das autarquias
b) Fornecer aos seus superiores hierárquicos informação locais compreendidas no respectivo território.
ou opinião fundamentada e imparcial sobre as ARTIGO 10
questões a decidir e pôr à sua disposição as infor-
mações pertinentes para a tomada de decisões; (Distrito)
c) Executar lealmente as decisões dos superiores hierár- 1. O distrito é a unidade territorial principal da organi-
quicos sem prejuízo da legalidade administrativa, zação e funcionamento da administração local do Estado e
4. Os funcionários e agentes dos órgãos locais do Estado, base da planificação do desenvolvimento económico, social
no exercício das suas funções, actuam de conformidade com e cultural da República de Moçambique.
os seguintes valores profissionais: 2. O distrito é composto por postos administrativos, loca-
a) Servir com eficiência, eficácia, efectividade, objecti- lidades e povoações,
vidade e imparcialidade; 3. O distrito abrange também as áreas das autarquias
b) Respeitar a ordem jurídica vigente; locais compreendidas no respectivo território.
c) Utilizar racionalmente os recursos do Estado, em ARTIGO II
particular os monetários;
d) Melhorar constantemente a qualidade do serviço (Posto Administrativo)
público, inovando para adaptar-se às novas 1. O posto administrativo é a unidade territorial imedia-
necessidades; tamente inferior ao distrito, tendo em vista garantir a
e) Actuar com transparência, sem prejuízo do carácter aproximação efectiva dos serviços da administração local do
restrito, confidencial ou secreto dos documentos Estado às populações e assegurar maior participação dos
classificados como tal, nos termos da lei. cidadãos na realização dos interesses locais.
2. O posto administrativo é constituído por localidades SECÇÃO II
e povoações.
Competências do Governador Provincial
3. O posto administrativo abrange também as áreas das
autarquias locais compreendidas no respectivo território. ARTIGO 18

ARTIGO 12
(Competências)
(Localidade) São competências do Governador Provincial:
1. A localidade é a unidade territorial base da organização 1. No âmbito da representação geral:
da administração local do Estado e constitui a circunscrição a) Representar, na respectiva província, a autoridade
territorial de contacto permanente dos órgãos locais do Estado central da administração do Estado;
com as comunidades locais e respectivas autoridades.
b) Dirigir a execução da política governamental central-
2. A localidade compreende povoações, aldeias e outros mente definida;
aglomerados populacionais situados no seu território.
c) Supervisar os serviços da administração do Estado
ARTIGO 13 na província;
(Povoação) d) Dirigir a preparação, execução e controlo do Programa
A povoação compreende aldeias e outros aglomerados do Governo, do Plano Económico e Social e do
populacionais localizados no respectivo território. Orçamento do Estado para a província;
e) Garantir a defesa e consolidação do domínio público
TÍTULO III do Estado e do património do Estado na respectiva
Organização dos órgãos locais do Estado província;
f) Zelar pelo respeito e observância das normas jurídicas
CAPÍTULO I
em vigor no respectivo território;
Província g) Negociar e celebrar contratos-programa em nome do
Estado.
SECÇÃO I
2. No âmbito do plano e orçamento:
Órgãos
a) Orientar a elaboração e execução do plano e orça-
ARTIGO 14
mento da província;
(Designação)
b) Dirigir a preparação, execução e controlo do plano
São órgãos da administração pública na província: e orçamento.
a) O Governador Provincial; 3. No âmbito do apoio aos programas de desenvolvimento
b) O Governo Provincial. distrital participativo:
a) Promover a organização de conselhos locais para a
ARTIGO 15
planificação do desenvolvimento económico, social
(Governador Provincial) e cultural da província;
1. O representante do Governo a nível da província é o b) Coordenar os programas distritais relevantes para o
Governador Provincial. desenvolvimento integrado da província.
2. O Governador Provincial é nomeado, exonerado ou 4. No âmbito do uso e aproveitamento da terra:
demitido pelo Presidente da República.
a) Autorizar pedidos de uso e aproveitamento da terra
ARTIGO 16 nos termos da Lei de Terras e seu Regulamento;
(Substituição do Governador Provincial) b) Conceder licenças especiais nas zonas de protecção
parcial;
1. Nos impedimentos ou ausências do Governador Pro-
vincial, o seu substituto é designado pelo Presidente da c) Dar parecer sobre os pedidos de uso e aproveitamento
República. da terra relativos às áreas que correspondam a
competência dos órgãos centrais.
2. Quando o impedimento ou ausência for por um período
inferior a 30 dias, o Governador designa o coordenador do 5. No âmbito do licenciamento das actividades económicas:
Governo Provincial. a) Autorizar a instalação de estabelecimentos industriais
ARTIGO 17
nos termos estabelecidos por lei;
(Governo Provincial) b) Autorizar o exercício das actividades comerciais de
venda a grosso, comércio geral, venda a retalho,
1. O Governo Provincial é o órgão encarregue de garantir prestação de serviços e de agente comercial;
a execução, ao nível da província, da política governamental
e exerce a tutela administrativa sobre as autarquias locais, c) Atribuir concessões de produção e distribuição de
nos termos da lei. energia eléctrica de baixa e média tensão, nos
termos da lei.
2. Os membros do Governo Provincial são nomeados
pelos Ministros das respectivas pastas, ouvido o Governador 6. No âmbito da direcção das instituições do Estado na
Provincial. província:
3. O Governo Provincial dispõe de autonomia administra- a) Dirigir o Governo Provincial;
tiva no quadro da desconcentração da administração central b) Proceder ao acompanhamento, verificação e decisão
4. O Governo Provincial é dirigido pelo Governador sobre a execução de decisões do Governo e realizar
Provincial. as diligências necessárias para desenvolver a cola-
boração entre os serviços públicos provinciais, de 12. No âmbito das obras públicas:
acordo com as instruções técnicas e metodológicas a) Fiscalizar o desenvolvimento e a conservação das
dos Ministros ou dirigentes que superintendem nos estradas, com a finalidade de assegurar a gestão,
respectivos sectores, ramos ou áreas de actividade; manutenção e expansão da rede nacional de
c) Decidir sobre a criação e extinção de serviços dis- estradas classificadas;
tritais, sob proposta do administrador distrital, b) Fiscalizar e supervisar a gestão estratégica e integrada
dependendo das necessidades, potencialidades e dos recursos hídricos, bem como o abastecimento
capacidades de desenvolvimento económico, social de água potável às populações e o saneamento,
e cultural do distrito; 13. No âmbito da cooperação internacional, orientar e
d) Despachar com os directores e os chefes de serviços acompanhar a concepção de programas dos agentes da
provinciais ou chefes de departamento que, no cooperação.
âmbito da estrutura integrada verticalmente hierar- 14. O Governador Provincial pode, expressamente, delegar
quizada, se subordinem directamente ao no Secretário Permanente Provincial:
Governador Provincial. a) A representação do Governador Provincial em deter-
7. No âmbito da prestação de contas: minados actos ou actividades;
a) Apresentar relatórios mensais ao Presidente da Repú- b) A coordenação das actividades de cooperação inter-
blica sobre as actividades da governação e da vida -provincial do Governo, Provincial.
sócio-económica e cultural da província através 15. O Governador Provincial exerce, ainda, outras com-
do Ministro que superintende na função pública e petências atribuídas por lei.
na administração local do Estado;
ARTIGO 19
b) Prestar informação diária sobre factos de natureza (Supervisão e Inspecção)
política e sócio-económica ocorridos na província.
8. No âmbito da gestão dos recursos humanos: 1. No âmbito da supervisão, compete ao Governador
Provincial, dar instruções e fazer o acompanhamento da pla-
a) Decidir sobre questões de gestão dos recursos huma- nificação e execução de programas e orçamento de actividades
nos do Estado pertencentes ao quadro de pessoal dos órgãos locais do Estado dos escalões de província, distrito,
provincial; posto administrativo, localidade e povoação.
b) Pronunciar-se sobre as propostas de nomeação de 2. No âmbito da inspecção, compete ao Governador Pro-
Administradores Distritais a nomear pelo vincial exercer poderes de inspecção provincial de actividades
Ministro que superintende na função pública e na dos órgãos e serviços sob a sua subordinação, para avaliar
administração local do Estado ou fazer a este o funcionamento dos serviços e agentes, melhorar a sua
proposta de nomeação; organização, funcionamento e capacidade institucional e pro-
c) Nomear os Chefes de Posto Administrativo quando mpver a aplicação de sanções contra" a ilegalidade ou a má
para tal tenha recebido a competente delegação de gestão.
poderes do Ministro que superintende na função ARTIGO 20
pública e na administração local do Estado; (Participação e consulta)
d) Propor ou ser ouvido sobre a designação do substituto No âmbito da participação e consulta, compete ao Gover-
do Chefe do Posto Administrativo quando a sua nador Provincial:
ausência ou impedimento for igual ou superior a
a) Criar, ao nível do respectivo território, organismos
30 dias;
consultivos em matéria económica e social para
e) Aprovar os planos de deslocações dos membros do garantir a participação dos operadores desses
Governo Provincial dentro ou fora do território sectores;
de jurisdição, b) Definir mecanismos de colaboração ou parceria com
9. No âmbito da manutenção da segurança e ordem pública, as organizações não governamentais, encorajando
tomar as necessárias providências, dando instruções adequa- a sua participação na realização dos fins públicos
das ao comandante provincial da Polícia da República de de âmbito local;
Moçambique. c) Organizar fóruns de consulta sobre assuntos ou temas
10. No âmbito da prevenção e combate às calamidades ou de interesse provincial.
desastres: ARTIGO 2 1
a) Determinar medidas preventivas ou de socorro em (Actos administrativos do Governador Provincial)
caso de eminência ou ocorrência de acidente grave 1. O Governador Provincial pratica actos administrativos
ou calamidade, mobilizando e instruindo os ser- no âmbito das competências previstas na Lei n.° 8/2003, de
viços de defesa civil públicos e privados, em 19 de Maio, e no presente Regulamento.
particular militares e paramilitares;
2. Os actos administrativos do Governador Provincial
b) Em casos de urgência, praticar actos administrativos tomam a forma de:
e tomar outras decisões indispensáveis, devendo a) Despacho, quando executórios;
solicitar, logo que seja possível, a ratificação pelo
órgão competente. b) Circular, quando sejam instruções genéricas.
11. No âmbito da saúde e educação: 3. Os actos administrativos do Governador Provincial são
comunicados especificamente aos interessados e publicados
a) Decidir sobre a criação de unidades de prestação de em ordem de serviço ou outras práticas habituais, incluindo
serviços de saúde primários; as previstas nas Normas de Funcionamento dos Serviços da
b) Decidir sobre a criação de escolas primárias. Administração Pública.
4. O Governador Provincial pode delegar competências ARTIGO 23
nos administradores distritais, para tomar as decisões referidas (Composição do Governo Provincial)
nos números anteriores.
O Governo Provincial tem a seguinte composição:
5. O Governador Provincial é o órgão competente para
a) Governador Provincial;
autorizar a realização de qualquer despesa em relação aos
serviços desconcentrados no seu escalão territorial. b) Secretário Permanente Provincial;
6. O Governador Provincial pode delegar esta competência c) Directores Provinciais.
nos dirigentes da administração pública de escalão inferior. ARTIGO 2 4

SECÇÃO III
(Estrutura orgânica do Governo Provincial)

Competências © organização do Governo Provincial 1. O Conselho de Ministros define a estrutura orgânica de


cada Governo Provincial, sob proposta do Ministro que
ARTIGO 2 2 superintende na função pública e na administração local do
(Competências) Estado, ouvido o respectivo Governador Provincial.
São competências do Governo Provincial: 2. A estrutura mínima do Governo Provincial deverá ser
composta por uma secretaria provincial e, pelo menos, sete
1. No âmbito da administração em geral: direcções provinciais.
a) Garantir a execução, no escalão da província, da 3. A estrutura mínima referida no número anterior deve
política governamental centralmente definida; assegurar a realização de funções básicas que garantam a
b) Exercer as competências previstas em leis específicas. prestação de serviços essenciais às populações.
2. No âmbito do plano e orçamento: 4. A estrutura máxima não deve exceder doze direcções
a) Aprovar a proposta do piano e orçamento provincial; provinciais.
b) Supervisar a execução do plano e orçamento pro- ARTIGO 2 5

vincial e apreciar o respectivo relatório balanço, (Secretário Permanente Provincial)


observando as decisões do Conselho de Ministros; Compete ao Secretário Permanente Provincial:
c) Controlar a execução dos programas determinados 1. No âmbito da administração em geral:
centralmente e realizados ao nível do distrito;
a) Assegurar a coordenação da execução e controlo das
d) Fazer a programação e repartição dos créditos de decisões do Governo Provincial;
investimento do Estado e a programação dos con-
b) Garantir a organização, planificação e controlo das
tratos-programa plurianuais entre o Estado e as
actividades do Governo Provincial, em geral, e
autarquias locais.
das áreas da função pública e da administração
3. No âmbito do apoio aos programas de desenvolvi- local do Estado, em particular;
mento distrital participativo, aprovar o programa plurianual
c) Assegurar o funcionamento permanente e regular dos
de apoio aos programas de desenvolvimento distrital parti-
serviços técnico-administrativos, nomeadamente, os
cipativo e executar o referido programa.
da gestão dos recursos humanos do quadro do
4. No âmbito da educação e saúde: pessoal provincial e a gestão dos recursos huma-
a) Acompanhar a criação e gestão das unidades de nos, materiais e financeiros da área da função
prestação de serviços de saúde primários; pública e da administração local do Estado;
b) Acompanhar a criação e gestão das escolas primárias d) Garantir que as petições, reclamações e sugestões
de ensino geral. dos cidadãos sejam devidamente tratadas e res-
pondidas;
5. No âmbito das obras públicas, dar orientações e instru-
ções ao Administrador Distrital para garantir a execução das e) Realizar os actos executivos de gestão de recursos
obras públicas previstas no Plano e Orçamento do Estado, humanos;
bem como para execução das tarefas definidas na Política f ) Manter o dirigente informado sobre as questões de
Nacional de Águas e na Política Nacional de Estradas. administração interna, de gestão dos recursos
6. No âmbito da execução das decisões centralmente defi- humanos, materiais e financeiros e apresentar
nidas, deliberar sobre questões que se suscitem em relação propostas pertinentes de decisão;
à aplicação de decisões emanadas das autoridades centrais g) Emitir ordens e instruções de serviço no âmbito das
da administração do Estado. suas competências.
7. No âmbito de planeamento e desenvolvimento: 2. No âmbito da coordenação de actividades:
a) Mobilizar os interessados, cidadãos, residentes, em- a) Coordenar a elaboração, execução e o controlo dos
presas, associações, a participar na realização de planos e orçamentos das actividades do Governo
objectivos de planeamento e desenvolvimento do Provincial;
território provincial; b) Assegurar a gestão adequada dos recursos materiais
b) Gerir a coordenação das politicas do Estado no terri- e financeiros;
tório da Província, em especial a dinamização do c) Promover a aplicação das normas e medidas de
processo de desenvolvimento rural e o ordenamento segurança e protecção no trabalho e no tratamento
do território. da informação classificada;
8. No âmbito da administração e governação, determinar d) Garantir a observância das normas relativas ao acesso
as medidas adequadas para o desenvolvimento organizacional e circulação das pessoas nas instalações do Go-
e bom desempenho dos órgãos locais do Estado nos escalões verno Provincial, assim como dos procedimentos
inferiores aos da província.
protocolares e de circulação de expediente;
e) Coordenar a preparação das reuniões do Governo 4. Compete ao director provincial:
Provincial e controlar a implementação das res- a) Dirigir as actividades da direcção, garantindo a reali-
pectivas decisões; zação das suas funções;
f ) Assegurar a coordenação dos grupos de trabalho b) Zelar pelo cumprimento das leis, regulamentos e
criados pelo Governo Provincial; instruções superiormente emanadas;
g) Assegurar a realização de funções locais que não c) Emitir parecer sobre assuntos para decisão superior;
caibam especificamente na área de uma direcção d) Elaborar relatórios de actividades da direcção;
ou serviço provincial;
e) Distribuir tarefas pelos funcionários colocados na
h) Coordenar a elaboração e implementação do regu- direcção e zelar pela disciplina e seu rendimento
lamento interno do Governo Provincial. na prestação de serviços;
3. No âmbito da gestão de recursos humanos: f ) Assinar o expediente no âmbito das funções da
a) Zelar pela implementação do Estatuto Geral dos Fun- direcção;
cionários do Estado e legislação complementar; g) Movimentar os funcionários dentro da direcção e
b) Assinar despachos, contratos e outros actos executivos serviços;
de gestão do pessoal nacional ou estrangeiro, cuja
h) Dirigir os processos de elaboração, execução e con-
nomeação ou contratação, tenham sido autorizadas
trolo dos planos e garantir uma gestão racional
pelo Governador Provincial;
dos recursos humanos, materiais e financeiros;
c) Autorizar a abertura de concursos de ingresso e pro-
i) Realizar os actos administrativos que lhe competem
moção, nos termos regulamentares;
nos termos da lei e os que lhe forem delegados
d) Autorizar a desistência dos candidatos aprovados em pelo Governador Provincial.
concurso para provimento de cargos públicos. 5. O director provincial pode ser assistido por um ou mais
4. No âmbito da planificação e orçamentação: directores provinciais adjuntos,
a) Garantir a elaboração de propostas do plano e do 6. Na realização das suas actividades, os directores pro-
orçamento corrente e de investimento; vinciais observam as orientações técnicas e metodológicas
b) Garantir o controlo da execução do plano e do orça- dos órgãos do aparelho central do Estado que superintendem
mento e assegurar a realização de inspecção; nos respectivos sectores ou ramos de actividades.
c) Autorizar despesas variáveis do orçamento dentro 7. Os directores provinciais prestam contas das suas acti-
dos limites e parâmetros fixados. vidades ao Governador e ao Governo Provincial.
5. No âmbito do património: 8. Os directores provinciais prestam informação sobre os
a) Inspeccionar o cumprimento das normas sobre aspectos fundamentais da sua actividade aos Ministros que
inventários e contas anuais, de acordo com o superintendem nos respectivos sectores, ramos ou áreas de
Regulamento de Gestão de Bens do Estado; actividade.
b) Garantir a aplicação rigorosa da regulamentação sobre 9. Exceptuam-se deste artigo os directores provinciais ou
a utilização dos bens do Estado; dirigentes de instituições referidas no n.° 2 do artigo 1 da
c) Organizar o processo de abate de bens classifi- Lei n.° 8/2003, de 19 de Maio.
cados de incapazes para o serviço do Estado em SECÇÃO IV
coordenação com os serviços competentes; Aparelho provincial
d) Garantir a organização e planificação do processo de
ARTIGO 2 7
aquisição, inventário, manutenção, uso e controlo
de bens materiais. (Aparelho provincial do Estado)
6. O Secretário Permanente é nomeado pelo Primeiro-Mi- O aparelho provincial do Estado tem a seguinte composição:
nistro, sob proposta do Ministro que superintende na função a) Secretaria Provincial;
pública e na administração local do Estado, ouvido o Gover-
nador Provincial. b) Gabinete do Governador Provincial;
7. O Secretário Permanente Provincial subordina-se ao c) Direcções provinciais;
Governador Provincial. d) Serviços provinciais.
8. Na realização das suas actividades, o Secretário Perma- ARTIGO 2 8
nente Provincial articula e coordena com o Ministro que (Secretaria Provincial)
superintende na função pública e na administração local do
Estado.
a) Prestar a assistência técnica e administrativa ao Go-
ARTIGO 2 6
verno Provincial;
(Directores provinciais)
b) Assegurar o acompanhamento e controlo da execução
1. Os directores provinciais são nomeados pelos Ministros das decisões do Governo Provincial;
das respectivas pastas, ouvido o Governador Provincial. c) Realizar as demais funções de gestão dos recursos
2. As nomeações dos directores provinciais carecem sempre humanos do quadro de pessoal provincial, bem
de parecer favorável dos respectivos governadores provinciais. como da gestão dos recursos humanos, materiais
3. Os directores provinciais subordinam-se ao Governador e financeiros da área da função pública e admi-
Provincial. nistração local do Estado;
d) Assistir o Governo Provincial na elaboração de rela- 2. As direcções provinciais garantem, sob direcção dos
tórios de análise de actividades do Governo Pro- respectivos directores:
vincial e da situação política, económica e social a) Execução de planos e programas definidos pelos
da província; órgãos do aparelho de Estado de escalão superior
e) Propor formas de aplicação de normas legais relativas e pelo Governo Provincial para os respectivos
à organização e funcionamento, estilo e métodos sectores de actividades;
de trabalho dos órgãos locais do aparelho de Estado b) A orientação e apoio às unidades económicas e
na província e verificar a sua implementação; sociais dos respectivos sectores de actividades;
f ) Acompanhar a planificação da formação, distribuição c) A orientação e apoio aos directores dos serviços dis-
e aproveitamento dos técnicos e funcionários pelas tritais dos respectivos sectores de actividades;
direcções provinciais e serviços distritais e pelas d) A preparação e execução do orçamento da direcção.
unidades económicas e sociais subordinadas; 3. São funções da direcção provincial:
g) Controlar, com base em planos, o cumprimento das a) Garantir a implementação das políticas nacionais e
decisões dos órgãos superiores do Estado; o seu desenvolvimento com base nos planos e
h) Dinamizar o processo de treinamento em adminis- decisões centrais e do Governo Provincial, de
tração pública para elevar o nível de conhecimentos acordo com as necessidades do desenvolvimento
técnicos profissionais das direcções provinciais e territorial;
dos serviços distritais; b) Dirigir e controlar as actividades dos órgãos e insti-
i)Garantir maior capacidade de assistência técnica e tuições do sector, garantindo-lhes o apoio técnico,
administrativa aos distritos. metodológico e administrativo;
2. A Secretaria Provincial é dirigida pelo Secretário Per- c) Apoiar o trabalho de entidades que desenvolvam
manente Provincial. actividades relevantes no seu campo de actuação;
ARTIGO 29 d) Promover a participação das organizações e asso-
ciações cujo campo de actividade influencia a
(Gabinete do Governador Provincial)
materialização da política definida para a respectiva
1. O Gabinete do Governador Provincial tem as seguintes área de actuação;
funções: e) Coordenar as acções de levantamento e sistemati-
a) Executar as tarefas de carácter organizativo, técnico zação da situação social e económica da sua área
e protocolar, de apoio ao Governador Provincial; de actuação.
ti) Prestar assessoria ao Governador Provincial; ARTIGO 32

c) Organizar o programa de trabalho diário do Gover- (Serviços provinciais)


nador Provincial; 1. Podem ser criados serviços provinciais, quando as neces-
d) Organizar o despacho, a correspondência e o arquivo sidades, potencialidades e capacidades de desenvolvimento
de expediente e documentação do Governador do sector, ramo ou área de actividades assim o exigirem.
Provincial; 2. Os serviços provinciais garantem, sob direcção dos
e) Garantir a comunicação do Governador Provincial respectivos chefes:
com o público e as relações com outras entidades; a) A execução de planos e programas definidos pelos
f ) Assegurar as actividades protocolares do Gover- órgãos do Estado de escalão superior e pelo
nador Provincial e de outras individualidades de Governo Provincial para os respectivos sectores
nível central. de actividades;
2. O Gabinete do Governador Provincial é dirigido pelo b) A orientação e apoio às unidades económicas e
Chefe de Gabinete, nomeado pelo Governador Provincial. sociais dos respectivos sectores de actividades;
ARTIGO 30
c) A elaboração de propostas e programas de desen-
volvimento;
(Chefe do Gabinete do Governador Provincial)
d) A preparação e execução do orçamento dos serviços.
Compete ao Chefe de Gabinete do Governador Provincial: 3. A criação dos serviços provinciais é feita pelo Conselho
a) Garantir a organização e planificação das actividades de Ministros por iniciativa própria, ou sob proposta do res-
do Governador Provincial; pectivo Governo Provincial.
b) Assegurar o funcionamento dos serviços sob sua ARTIGO 33
responsabilidade, garantindo a administração ade- (Chefes de serviços provinciais)
quada dos recursos humanos, materiais, patrimo-
niais e financeiros do Gabinete do Governador 1. Os chefes de serviços provinciais subordinam-se ao
Provincial; Governador Provincial, sem prejuízo das orientações técni-
cas e metodológicas dos órgãos do aparelho central do
c) Promover e assegurar a interligação entre o Gover- Estado que superintendem nos respectivos sectores ou áreas
nador Provincial e os directores provinciais e de actividades.
chefes de serviço
2. Os chefes de serviços provinciais são nomeados pelo
ARTIGO 31 Governador Provincial.
(Direcções provinciais) 3 Compete aos chefes de serviços provinciais:
1 As direcções provinciais são órgãos do aparelho de Es- a) Dirigir as actividades do serviço que chefia;
tado para a direcção e coordenação do respectivo sector, b) Zelar pelo cumprimento dos actos normativos no
ramo ou área de actividades. âmbito das suas funções,
c) Distribuir tarefas pelos funcionários colocados no 5. Nos impedimentos ou ausências iguais ou superiores
serviço e zelar pela disciplina e rendimento na a 30 dias, o substituto do Administrador Distrital é designado
prestação de serviços; pelo Ministro que superintende na função pública e na admi-
d) Emitir parecer sobre assuntos da sua competência; nistração local do Estado, ouvido ou por proposta do Gover-
nador Provincial.
e) Garantir a gestão dos recursos humanos, materiais e
financeiros do respectivo serviço; 6. O Administrador Distrital designa quem o representa na
realização de actividades específicas.
f) Elaborar relatórios de actividades do serviço.
ARTIGO 3 9
ARTIGO 3 4
(Competências)
(Funções, organização e competência das direcções
e serviços provinciais) São competências do Administrador Distrital:
As funções, organização e competências específicas das 1. No âmbito da representação do Estado:
direcções e serviços provinciais são estabelecidas pelos res- a) Representar a autoridade central da administração do
pectivos estatutos orgânicos. Estado no território do respectivo distrito;
ARTIGO 3 5
b) Prestar informações ao Governo Provincial e aos
órgãos centrais do Estado acerca de assuntos de
(Delegações provinciais)
interesse para o distrito ou com este relacionados;
1. As delegações provinciais são extensões de pessoas c) Promover a consolidação e reforço da unidade
colectivas de direito público de natureza institucional e nacional no território do respectivo distrito.
empresarial.
2. No âmbito da administração em geral:
2. A criação das delegações provinciais é feita pelo orga-
nismo central respectivo, ouvido o Governo Provincial. A) Dirigir o Governo Distrital;
b) Despachar com os directores dos serviços distritais;
ARTIGO 3 6
c) Proceder ao acompanhamento, verificação e decisão
(Delegados provinciais) sobre a execução de decisões do Governo e rea-
1. Os delegados provinciais são representantes de orga- lizar as diligências necessárias para desenvolver a
colaboração entre os serviços públicos do distrito,
nismos públicos centrais, nas respectivas províncias.
de acordo com as instruções técnicas e metodo-
2. Os delegados provinciais são nomeados pelo dirigente lógicas dos Ministros ou outros dirigentes que
do respectivo organismo central. superintendem nos respectivos sectores, ramos ou
3. Os delegados provinciais subordinam-se centralmente, áreas de actividades;
sem prejuízo da articulação e cooperação com o Governador d) Responder individualmente pelas actividades admi-
e o Governo Provinciais. nistrativas do distrito perante o Governo Provincial;
4. A articulação referida no número anterior realiza-se e) Propor a criação e extinção dos serviços distritais ao
através de: Governador Provincial;
a) Prestação de um relatório mensal de actividades; f ) Autorizar as deslocações dos membros do Governo
b) Audiência com o Governador Provincial. Distrital em missão de serviço.
3. No âmbito do plano e orçamento:
C A P Í T U L O II
a) Submeter superiormente os projectos do plano e
Distrito orçamentos do distrito;
ARTIGO 3 7 b) Dirigir a execução do Programa do Governo, do
Plano Económico e Social e do Orçamento do
(Órgãos do distrito)
Estado no. respectivo distrito;
São órgãos da administração pública do distrito: c) Dirigir a preparação, execução e controlo do plano
a) O Administrador Distrital; de desenvolvimento distrital;
b) O Governo Distrital. d) Dirigir a preparação, aprovação, execução e controlo
do plano económico e social, e o orçamento do
ARTIGO 38
Estado no distrito;
(Administrador Distrital)
e) Responsabilizar-se pela gestão do património imóvel
1. O Administrador Distrital é o representante da auto- dos serviços desconcentrados do Estado no escalão
ridade central da administração do Estado, no respectivo territorial do distrito, sem prejuízo da responsa-
distrito; bilidade dos respectivos dirigentes sectoriais;
2. O Administrador Distrital é nomeado pelo Ministro que
superintende na função pública e na administração local do afectos a um ou mais serviços do Estado para o
Estado, ouvido ou por proposta do Governador Provincial. distrito;
3. O Administrador Distrital dirige o Governo Distrital e g) Elaborar, o programa de gestão imobiliária do patri-
responde individualmente pelas actividades administrativas mónio do Estado.
do distrito perante o Governo Provincial. 4. No âmbito económico e social;
4. Nos impedimentos ou ausências do Administrador a) Promover o desenvolvimento sócio-económica do
Distrital, inferiores a 30 dias, o seu substituto é designado respectivo distrito com a participação das comu-
pelo Governador Provincial. nidades locais;
b) Acompanhar e coordenar as actividades das organi- 10. No âmbito da cooperação internacional:
zações sociais do distrito; a) Orientar e acompanhar a concepção e realização de
c) Autorizar o exercício das actividades comerciais nos actividades dos agentes da cooperação internacional
termos da lei; no distrito;
cl) Autorizar os pedidos de licença para pesca artesanal. b) Estabelecer parcerias com vista a obter apoio e cola-
boração na organização da prestação de serviços
5. No âmbito do uso e aproveitamento da terra: à população.
a) Autorizar pedidos de uso e aproveitamento da terra 11. No âmbito dos recursos humanos:
nas áreas cobertas por planos de urbanização
a) Gerir os recursos humanos do quadro de pessoal
desde que tenham serviços de cadastro; privativo do distrito;
b) Emitir informação e parecer sobre os processos de
titulação do direito de uso e aproveitamento da b) Conferir posse aos directores de serviços distritais,
chefes de postos administrativos e outros funcio-
terra;
nários públicos que exerçam funções de chefia;
c) Atribuir concessões de produção e distribuição de
c) Designar o substituto do chefe do posto adminis-
energia eléctrica de baixa e média tensão. trativo, quando o impedimento ou ausência for
6. No âmbito da legalidade, ordem pública e prevenção inferior a 30 dias;
das calamidades naturais: d) Pronunciar-se sobre propostas de nomeação do secre-
a) Tomar providências e emitir as instruções ade- tário permanente distrital, directores de serviços
quadas ao comandante distrital da Polícia da distritais, chefe do gabinete do administrador dis-
República de Moçambique; trital, chefes de posto administrativo e de localidade
b) Determinar e coordenar medidas preventivas ou de e os chefes de secretaria comum e de localidade.
socorro em casos de eminências ou ocorrência de ARTIGO 40
acidente grave ou calamidade, mobilizando e (Competências d e supervisão e de inspecção)
instruindo os serviços de defesa civil públicos ou
privados, em particular militares e paramilitares; 1. O Administrador Distrital supervisa o funcionamento
dos órgãos locais do Estado dos escalões de posto adminis-
c) Praticar actos administrativos ou tomar outras deci-
trativo, localidade e de povoação, em conformidade com a
sões indispensáveis, sempre que circunstâncias lei e as decisões dos órgãos de Estado de escalões superiores.
excepcionais urgentes de interesse público o
exijam, devendo solicitar logo que seja possível a 2. O Administrador Distrital tem competência para inspec-
ratificação peio órgão normalmente competente; cionar as actividades dos serviços do Estado existentes no
distrito.
d) Aplicar e fazer aplicar as leis, regulamentos e outros
ARTIGO 4 1
actos administrativos;
(Actos administrativos do Administrador Distrital)
e) Zelar pela divulgação, promoção e acesso ao direito
no respectivo distrito;
f ) Supervisar o funcionamento dos serviços estatais no comunicados especificamente aos interessados e publicados
distrito; em ordem de serviço ou outras práticas habituais, incluindo
as previstas nas Normas de Funcionamento dos Serviços da
g) Mandar levantar os autos de transgressão e decidir Administração Pública.
em conformidade com as leis e regulamentos em
2. O Administrador Distrital é o órgão competente para
vigor.
autorizar a realização de despesas dos serviços distritais,
7. No âmbito da saúde e educação compete ao Adminis- posto administrativo, de localidade e de povoação.
trador Distrital, zelar pelo bom funcionamento das unidades 3. O Administrador Distrital pode delegar competência
de prestação de serviços das instituições de saúde e educação. referida no número anterior, nos directores de serviço e
8. No âmbito das obras públicas: chefes de posto administrativo ou de localidade.
a) Fazer executar as obras públicas previstas no Plano ARTIGO 4 2
e Orçamento do Estado, de acordo com as orien- (Relações contratuais com pessoas colectivas
tações e instruções do Governo Provincial; de direito público)
b) Zelar pela manutenção das estradas vicinais, e super-
visar o desenvolvimento e a manutenção das No domínio das relações contratuais com as pessoas
colectivas de direito público, compete ao Administrador
estradas classificadas existentes no seu distrito;
Distrital negociar e celebrar, em nome do Estado, acordos
c) Zelar pela manutenção dos sistemas de abastecimento com as autarquias locais ou empresas públicas autárquicas
de água, fontanários e saneamento básico. e com institutos públicos ou outras pessoas colectivas de
9. No âmbito do desenvolvimento rural: direito público.
a) Incentivar a actividade agrícola, pecuária e de arte- ARTIGO 4 3

sanato, promovendo o ensino e aplicação de novas (Consulta obrigatória)


tecnologias, para a produção de excedentes e de O Administrador Distrital deve ser consultado sobre:
culturas de rendimento e elevar os níveis de ren-
dimento das famílias; a) Os pedidos instruídos pelos serviços do Estado sobre
a operação de investimento, de desenvolvimento
b) Coordenar e supervisar a gestão estratégica e integrada económico ou social ou de redimensionamento
dos recursos hídricos existentes na área da sua empresarial em relação a um estabelecimento
jurisdição. situado no respectivo território;
b) As decisões a tomar pelo Estado em relação às em- f) Definir o modo e os meios de recolha, transporte,
presas localizadas no respectivo território quando depósito e tratamento de resíduos sólidos, em
possam afectar o mercado local e o emprego, em especial, os dos hospitais e outros tóxicos;
matéria da concessão de benefícios fiscais ou g) Promover a educação das populações sobre o controlo
outras. das queimadas;
ARTIGO 4 4 h) Garantir a defesa das espécies protegidas;
(Governo Distrital) i) Efectuar e transmitir os registos hidrométricos e
meteorológicos;
O Governo Distrital é o órgão local do Estado encarregue j) Promover acções preventivas dos efeitos de dese-
de realizar o Programa do Governo, o Plano Económico e quilíbrios, pragas e ocorrências meteorológicas que
Social e o Orçamento do Estado, no respectivo distrito com
criem risco de carência alimentar em colaboração
poderes de decisão, execução e controlo das actividades
previstas. com as associações de defesa do meio ambiente.
4. No âmbito do comércio e indústria:
ARTIGO 4 5
a) Proceder ao recenseamento da rede comercial;
(Composição do Governo Distrital)
ti) Prestar informação sobre pedidos de abertura de
O Governo Distrital tem a seguinte composição: estabelecimentos comerciais;
a) Administrador Distrital; c) Inspeccionar a rede comercial e industrial;
b) Secretário Permanente Distrital; d) Divulgar o potencial industrial;
c) Directores de Serviços Distritais. e) Atrair investidores;
ARTIGO 4 6 f ) Promover a pequena indústria para o aproveitamento
(Competências) das capacidades e potencialidades locais.
São competências do Governo Distrital: 5. No âmbito do abastecimento de água:
1. No âmbito da administração em geral: a) Construir fontanários e abrir furos e poços de água;
a) Dirigir a execução do Programa do Governo e do Plano b) Gerir ou promover a gestão dos sistemas de abas-
Económico e Social; tecimento de água.
b) Aprovar o plano de desenvolvimento e o orçamento do 6. No âmbito da educação:
distrito; a) Garantir o bom funcionamento dos estabelecimentos
c) Aprovar o relatório de balanço e de contas de execução de ensino do distrito;
do orçamento distrital e submetê-lo ao Governador
Provincial; b) Promover a luta contra o analfabetismo;
d) Aprovar relatórios de balanço de execução dos planos c) Promover a ligação escola comunidade.
de desenvolvimento local; 7. No âmbito da saúde:
e) Zelar pela cobrança das receitas fiscais e não fiscais a) Assegurar o bom funcionamento das unidades sani-
do Estado, na sua área de competência; tárias;
f ) Garantir a defesa e consolidação do domínio público b) Realizar campanhas de vacinação;
do Estado e do património do Estado no respectivo c) Divulgar informação sobre epidemias e pandemias;
distrito; d) Promover o combate às tripanossomíases;
g) Fixar as taxas e tarifas de receitas não fiscais, con- e) Zelar pela higiene e salubridade públicas.
forme as competências atribuídas por lei;
8. No âmbito da gestão dos recursos naturais e faunísticos:
h) Aprovar o seu regulamento interno.
a) Assegurar o respeito dos períodos de caça e defeso;
2. No âmbito da emergência, realizar acções de prevenção,
protecção e defesa civil da população, na iminência ou ocor- b) Emitir licenças de caça e abate;
rência de calamidades naturais, em colaboração com as c) Combater a caça furtiva;
forças de defesa e segurança estacionadas no distrito, e com d) Assegurar o respeito pela legislação florestal;
a sociedade civil desde que os resultados não pudessem ser e) Assegurar
alcançados de outro modo. animais uma relação adequada entre o Homem e os
bravios;
f ) Autorizar o abate de animais perigosos e exceden-
3. No âmbito da preservação do ambiente:
tários.
a) Elaborar propostas sobre a definição e èstabeleci-
mento de zonas protegidas e submetê-las às enti- 9. No âmbito dos recursos energéticos:
dades competentes; A) Providenciar energia eléctrica em colaboração com
outras entidades;
b) Aprovar e executar programas de fomento de activi-
dades de manutenção, protecção e reconstituintes b) Promover o aproveitamento energético dos recursos
do meio ambiente; hídricos;
c) Aprovar as propostas do plano de estrutura, do c) Promover o uso de energias renováveis.
ordenamento do território, compreendendo zonas 10. No âmbito dos transportes e trânsito:
ecológicas e outras áreas de protecção; A) Manter operacionais, as pistas de aterragem e aeró-
d) Estabelecer as reservas distritais de terra; dromos;
e) Aprovar e incentivar programas de aplicação de b) Promover o uso da bicicleta e da utilização de
energia alternativa à energia lenhosa e de carvão tracção animal como meio de transporte;
vegetal; c) Efectuar a sinalização das vilas e povoações;
d) Regular a actividade dos transportadores que operam ARTIGO 47
na área de jurisdição do distrito. (Estrutura orgânica do Governo Distrital)
11. No âmbito do desenvolvimento local participativo:
1. O Conselho de Ministros define a estrutura orgânica
a) Promover e apoiar as iniciativas de desenvolvimento
de cada Governo Distrital, sob proposta do Ministro que
local com vista à elaboração do plano de desen-
superintende na função pública e na administração local do
volvimento distrital participativo;
Estado, ouvido o respectivo Governo Provincial, tendo em
b) Elaborar propostas e pareceres sobre acções ou pro- consideração as necessidades, capacidades e potencialidades
gramas de promoção e apoio à actividade econó- de desenvolvimento do distrito.
mica no distrito, submetendo-os à decisão das
instituições ou entidades competentes; 2. A estrutura mínima do Governo Distrital deve ser
composta pela Secretaria Distrital e, pelo menos, quatro
c) Efectuar o recenseamento de áreas cultivadas e avaliar
serviços distritais.
o potencial de produção;
3. A estrutura mínima referida no número anterior deve
d) Incentivar a produção alimentar e de rendimento;
assegurar a realização de funções básicas que garantam a
e) Incentivar o plantio de árvores de fruta; prestação de serviços essenciais às populações.
f) Promover o fomento pecuário;
4. A estrutura máxima do Governo Distrital não deve
g) Construir e gerir tanques carracicidas; exceder seis serviços distritais.
h) Efectuar o arrolamento anual do gado;
ARTIGO 48
i)Estimular o aproveitamento do potencial de pesca
(Aparelho do Estado no Distrito)
nas águas interiores e marítimas;
j) Promover mecanismos de financiamento da produção. O aparelho do Estado no distrito é composto por:
12. No âmbito da prestação de serviços públicos, prestar a) Secretaria Distrital;
serviços e realizar investimentos de interesse público, finan-
ciados total ou parcialmente peia recuperação dos custos, b) Gabinete do Administrador Distrital;
consoante a natureza e garantir os serviços públicos essenciais, c) Serviços distritais.
nomeadamente:
ARTIGO 49
a) Cemitérios públicos;
(Secretaria Distrital)
b) Matadouros, mercados e feiras;
c) Reflorestamento, plantio e conservação de árvores 1. A Secretaria Distrital tem as seguintes funções:
de sombra; a) Prestar a assistência técnica e administrativa ao fun-
d) Construção e manutenção de ruas nas zonas urbanas cionamento do Governo Distrital;
e de estradas nas zonas rurais; b) Assegurar o acompanhamento e controlo da execução
e) Remoção, recolha, transporte, depósito e tratamento das decisões do Governo Distrital;
de resíduos sólidos, incluindo os dos hospitais e c) Realizar as funções de gestão dos recursos humanos,
os tóxicos; materiais e financeiros do Governo Distrital e das
f ) Limpeza pública; áreas da função pública e da administração local
g) Iluminação pública; do Estado;
h) Jardins, campos de jogos e outros parques públicos; d) Assistir o Governo Distrital na elaboração de relatórios
i) Latrinas públicas. de análise de actividades do Governo Distrital e
13. No âmbito das obras públicas: da situação política, económica e social do distrito;
e) Controlar, com base em planos, o cumprimento das
a) Assegurar a reabilitação e manutenção das estradas
não classificadas, pontes e outros equipamentos decisões dos órgãos superiores do Estado;
de travessia; f ) Dinamizar o processo de treinamento em administração
b) Assegurar a construção e manutenção de edifícios pública para elevar o nível de conhecimentos
públicos; técnicos profissionais dos funcionários dos serviços
c) Promover a utilização de material local para melhorar distritais;
as condições de habitação das populações; g) Garantir maior capacidade de assistência técnica e
administrativa aos postos administrativos, locali-
d) Construir valas de irrigação;
dades e povoações;
e) Construir jardins públicos, infra-estruturas gimno-
h) Propor formas de aplicação de normas legais sobre
desportivas e parques de estacionamento. a organização e funcionamento, estilo e métodos
14. No âmbito da recreação, cultura e turismo: de trabalho dos órgãos locais do aparelho de
d) Assegurar o licenciamento dos espectáculos públicos; Estado no respectivo território e verificar a sua
b) Apoiar os grupos culturais; implementação;
c) Realizar estudos sobre a cultura e valores locais; i) Promover e acompanhar a planificação da formação,
d) Promover a arte, cultura e artesanato; distribuição e aproveitamento dos técnicos e fun-
e) Promover a divulgação do potencial turístico e cionários pelos serviços distritais, postos adminis-
cinegético; trativos, localidades e povoações, bem como pelas
f ) Emitir licenças turísticas nos termos de legislação unidades económicas e sociais subordinadas.
específica; 2. A Secretaria Distrital é dirigida por um Secretário Per-
g) Preparar o plano turistico distrital. manente Distrital.
ARTIGO 5 0 4. A criação dos serviços distritais é da competência do
(Gabinete do Administrador Distrital) Governador Provincial, dependendo das necessidades, capa-
cidades e potencialidades de desenvolvimento económico,
1. O Gabinete do Administrador Distrital tem as seguintes social e cultural de cada distrito.
funções:
5. As funções, organização e competências específicas dos
a) Executar as tarefas de apoio organizativo, técnico
serviços distritais são estabelecidas pelo respectivo estatuto
e protocolar ao Administrador Distrital; orgânico,
b) Prestar assessoria ao Administrador Distrital;
ARTIGO 5 3
c) Organizar o programa de trabalho diário do Admi-
nistrador Distrital; (Competências do Secretário Permanente Distrital)
d) Organizar o despacho, a correspondência e o arquivo Compete ao Secretário Permanente Distrital:
dos documentos do Administrador Distrital; 1. No âmbito da administração em geral:
e) Garantir a comunicação do Administrador Distrital a) Assegurar a coordenação da execução e controlo das
com o público e com outras entidades; decisões do Governo Distrital;
f) Assegurar as actividades protocolares do Adminis- b) Garantir a organização, planificação e controlo das
trador Distrital e de outras individualidades de actividades do Governo Distrital em geral, e das
nível provincial e central. áreas da função pública e da administração local
2. O Gabinete do Administrador Distrital é dirigido pelo do Estado, em particular;
Chefe de Gabinete, nomeado pelo Governador Provincial. c) Assegurar o funcionamento permanente e regular dos
ARTIGO 5 1 serviços técnicos e administrativos, nomeadamente,
(Competências do. Chefe do Gabinete os da gestão dos recursos humanos, materiais e
do Administrador Distrital) financeiros do Governo Distrital e das áreas da
função pública e administração local do Estado;
Compete ao Chefe de Gabinete do Administrador Distrital:
d) Coordenar a elaboração execução e controlo dos
a) Garantir a organização e planificação das actividades planos e orçamentos das actividades do Governo
do Administrador Distrital; Distrital;
b) Assegurar o funcionamento dos serviços sob sua e) Assegurar a gestão dos recursos materiais e finan-
responsabilidade, garantindo a administração ade- ceiros;
quada dos recursos humanos, materiais, patrimo-
niais e financeiros do Gabinete do Administrador f) Promover a aplicação das normas e medidas de
Distrital; segurança e protecção no trabalho e no tratamento
c) Promover e assegurar a interligação entre o Adminis- da informação classificada;
trador Distrital e os directores de serviços distritais. g) Garantir a observância das normas sobre o acesso e
circulação das pessoas nas instalações do Governo
ARTIGO 52
Distrital, bem como dós procedimentos proto-
(Serviços distritais) colares e de circulação de expediente;
1. Os serviços distritais são órgãos do aparelho de Estado h) Coordenar a preparação das reuniões do Governo
para a planificação, direcção e coordenação das actividades Distrital e controlar a implementação das respec-
do respectivo sector, ramo ou área. tivas decisões;
2. Os serviços distritais garantem, sob direcção dos respec- i) Assegurar a coordenação dos grupos de trabalho
tivos directores: criados pelo Governo Distrital;
a) A execução de programas e planos definidos pelos j) Coordenar a elaboração e implementação do regu-
órgãos do Estado de escalão superior e do governo lamento interno do Governo Distrital;
distrital; k) Assegurar a realização de funções locais que não
b) A orientação e apoio às unidades económicas e sociais caibam especificamente na área de uma direcção
dos respectivos sectores, ramo ou área de acti- ou serviço distrital;
vidades. l) Garantir que as petições, reclamações e sugestões
3. São funções dos serviços distritais: dos cidadãos sejam devidamente tratadas e res-
a) Garantir a implementação das políticas nacionais e pondidas.
o seu desenvolvimento com base nos planos e 2. No âmbito da gestão de recursos humanos:
programas definidos pelos órgãos do Estado do a)Zelarpela implementação do Estatuto Geral dos Fun-
escalão superior e do governo distrital para os cionários do Estado e legislação complementar;
respectivos sectores de actividades;
b) Realizar as demais funções de gestão dos recursos
b) Dirigir e controlar as actividades dos órgãos e insti- humanos, materiais e financeiros do Governo
tuições do sector, garantindo-lhes o apoio técnico, Distrital e das áreas da função pública e da
metodológico e administrativo; administração local do Estado.
c) Apoiar o trabalho de entidades que desenvolvam
3. No âmbito da planificação e orçamentação:
actividades no seu campo de actuação;
a) Garantir a elaboração de propostas do plano e do
d) Promover a participação das organizações e associa-
orçamento corrente e de investimento;
ções na materialização da política definida para
respectiva área de actuação; b) Garantir o controlo da execução do plano e do orça-
e) Coordenar as acções de levantamento e sistemati- mento e assegurar a realização de inspecção;
zação da situação social e económica da sua área c) Autorizar as despesas do orçamenta dentro dos limites
de actuação. e parâmetros fixados.
4. No âmbito do património: ARTIGO 56

a) Controlar o cumprimento das normas sobre inventá- (Chefe do Posto Administrativo)


rios e contas anuais, de acordo com o Regulamento 1. O Chefe do Posto Administrativo é o dirigente superior
de Gestão de Bens do Estado; da administração local do Estado no respectivo território.
b) Garantir a aplicação das regras sobre a utilização dos 2. O Chefe do Posto Administrativo é o representante da
bens do Estado; administração central do Estado no respectivo território.
c) Organizar o processo de abate de bens classificados
3.OChefe do Posto Administrativo subordina-se ao Admi-
de incapazes para o serviço do Estado em coordena- nistrador Distrital.
ção com os serviços competentes nos termos da lei;
4. O Chefe do Posto Administrativo assegura a ligação
d) Garantir a organização e planificação do processo de
entre as autoridades administrativas do Estado e as comu-
aquisição, inventário, manutenção, uso e controlo nidades locais.
dos bens do Estado.
5. Nas suas funções, o Chefe do Posto Administrativo é
5. O Secretário Permanente Distrital é nomeado pelo
apoiado por uma secretaria administrativa que integra os
Governador Provincial, ouvido ou por proposta do Adminis-
representantes dos sectores de actividades relevantes.
trador Distrital.
6. O Chefe do Posto Administrativo é nomeado pelo Mi-
6. O Secretário Permanente Distrital subordina-se ao Admi-
nistrador Distrital. nistro que superintende na função pública e na administração
local do Estado, ouvido ou por proposta do Governador
7. Na realização das suas actividades, o Secretário Per- Provincial.
manente Distrital articula e coordena com o Secretário
Permanente Provincial. 7. O Ministro que superintende na função pública e na
administração local do Estado pode delegar a competência
8. Compete ao Secretário Permanente Distrital assegurar referida no número anterior no Governador Provincial.
a coordenação da execução e controlo das decisões do
Governo Distrital. 8. Nos impedimentos ou ausências do Chefe do Posto
Administrativo, por um período de tempo igual ou superior
9. São exercidas pelo Secretário Permanente Distrital as a 30 dias, o seu substituto é nomeado pelo Ministro que
funções cujas competências não estejam expressamente superintende na função pública e na administração local do
atribuídas a um serviço distrital. Estado, ouvido ou por proposta do Governador Provincial.
ARTIGO 54 9. Quando o impedimento ou ausência for inferior a 30
(Directores de Serviços Distritais) dias, o substituto do Chefe do Posto Administrativo é desig-
nado pelo Administrador Distrital.
1. Compete aos directores dos serviços distritais:
ARTIGO 57
a) Dirigir as actividades da direcção, garantindo a rea-
lização das suas funções; (Competências)

b) Zelar pelo cumprimento das leis, regulamentos e Compete ao Chefe do Posto Administrativo:
instruções superiormente emanadas; 1. No âmbito da gestão dos serviços públicos:
c) Emitir parecer sobre assuntos para decisão superior; a) Assegurar a aproximação efectiva dos serviços da
d) Elaborar relatórios de actividade no respectivo serviço; administração local do Estado às populações e
e) Distribuir tarefas pelos funcionários colocados na participação dos cidadãos na realização dos inte-
direcção e zelar pela disciplina e seu rendimento resses locais;
na prestação de serviços; b) Fazer regularmente visitas de trabalho às instituições
f ) Assinar o expediente do respectivo serviço; públicas e às localidades e outros aglomerados
populacionais;
g) Movimentar os funcionários dentro dos serviços;
c) Promover a abertura de furos e poços de água;
h) Dirigir os processos de elaboração, execução e con-
trolo dos planos e garantir a gestão racional dos d) Acompanhar e coordenar as actividades das organi-
recursos humanos, materiais e financeiros; zações sociais e económicas;
i) Praticar os actos administrativos que lhe competem e) Supervisar as actividades dos chefes de localidade;
nos termos da lei e os que lhe forem delegados f ) Comunicar ao Administrador Distrital, as ocorrências
pelo Administrador Distrital. anormais que surgirem na sua área de jurisdição;
2. Os directores de serviços distritais subordinam-se ao g) Fiscalizar o cumprimento das leis, regulamentos e
Administrador Distrital e observam a orientação técnica e demais decisões tomadas ao nível central, provin-
metodológica dos órgãos do aparelho de Estado de escalão cial e distrital e levantar os competentes autos de
superior que superintendem no respectivo sector, ramo ou transgressão, sendo caso disso, enviá-los ao Admi-
áreas de actividades. nistrador Distrital;
CAPÍTULO III
h) Supervisar o funcionamento dos órgãos locais do
Estado e doutras instituições do Estado no respec-
Posto Administrativo tivo Posto Administrativo.
ARTIGO 55 2. No âmbito da administração em geral:
(Órgão do Posto Administrativo) a) Proceder à contagem anual da população;
b) Promover a inventariação das áreas cultivadas;
O órgão do Posto Administrativo é o Chefe do Posto
Administrativo. c) Promover o registo das terras comunitárias;
d) Garantir o respeito pela legislação ambiental e pelo e) Promover as actividades económicas, sociais e cultu
respeito das zonas de protecção legalmente defi- rais no posto administrativo;
nidas, participar na formação e actividades dos f ) Assegurar o acompanhamento e controlo da execuçãi
agentes de fiscalização comunitários e colaborar das decisões do Chefe do Posto Administrativo;
com as associações de defesa do ambiente em g) Realizar o controlo da execução dos programas deter-
particular na elaboração de políticas e legislação minados por escalões superiores e cuja realizaçãc
relativa à gestão dos recursos nacionais e imple- compete ao Chefe do Posto Administrativo;
mentação do Plano Nacional de Gestão Ambiental;
h) Assistir o Chefe do Posto Administrativo na elabo-
e) Zelar pela manutenção da ordem e tranquilidade ração de relatórios de análise de actividades do
publicas no respectivo território;
Posto Administrativa;
f ) Assegurar a análise das reclamações e sugestões dos
cidadãos, dando soluções àquelas que são da sua riores do Estado;
competência e remetendo as que não o sejam j) Apoiar o Chefe do Posto Administrativo na promoção
para os níveis competentes, com conhecimento do
e organização da participação das comunidades
interessado;
locais e das reuniões públicas,
g) Prestar contas de execução das tarefas emanadas dos
órgãos de escalões superiores; 2. A Secretaria Administrativa é composta pelos repre-
sentantes dos sectores instalados no território do Posto
h) Proceder ao registo das comunidades locais para Administrativo.
efeitos da implementação das disposições legais
3. A Secretaria Administrativa é dirigida pelo Chefe do
que lhes atribuem um papel na representação e
Posto Administrativo.
defesa dos interesses locais.
3. No âmbito do desenvolvimento económico: ARTIGO 5 9

a) Promover o desenvolvimento de actividades econó- (Secretaria comum)


micas, sociais e culturais; 1. São funções da secretaria comum no Posto Admi-
b) Estimular o trabalho de todos os cidadãos capazes; nistrativo:
c) Fiscalizar a utilização das licenças de corte de ma- a) Executar as tarefas de apoio organizativo, técnico e
deira, de caça e de pesca; protocolar ao Chefe do Posto Administrativo;
d) Fiscalizar a utilização das licenças para as actividades b) Prestar assessoria ao Chefe do Posto Administrativo;
comercial e industrial, de transporte colectivo e c) Organizar o programa de trabalho diário do Chefe
semi-colectivo; do Posto Administrativo;
e) Fiscalizar a utilização das autorizações para o uso e d) Organizar o despacho, a correspondência e o arquivo
aproveitamento de terra; de expediente e documentação do Chefe do Posto
f) Promover a organização de feiras, mercados e outros Administrativo;
mecanismos com vista a apoiar a comercialização e) Assegurar a divulgação e o controlo da implemen-
e o escoamento da produção familiar; tação das decisões e instruções do Chefe do Posto
g) Fornecer assistência em técnicas agrícolas e insumos Administrativo;
e organizar a reprodução de sementes; f) Garantir a comunicação do Chefe do Posto Admi-
i) Incentivar e apoiar
nistrativo coma oprodução
público de
e asculturas
relaçõesdecom
ren-outras
dimento; entidades;
h) Encorajar a criatividade e apoiar ou publicitar a pro- g) Assegurar as actividades protocolares do Chefe do
dução artesanal. Posto Administrativo e de outras individualidades
4. No âmbito da participação das comunidades locais: de nível superior,
a) Promover e organizar a participação das comunidades 2. A secretaria comum do posto administrativo é dirigida
locais, na solução dos problemas locais; por um Chefe da Secretaria, nomeado pelo Governador
Provincial.
b) Fazer reuniões públicas sempre que for necessário
para dar informações, auscultar as comunidades CAPITULO IV
locais sobre a vida destas, recolher sugestões
sobre o funcionamento da administração e pro- Localidade
mover educação cívica. ARTIGO 6 0
ARTIGO 5 8 (Órgão da Localidade)
(Secretaria administrativa) O órgão da Localidade é o Chefe de Localidade.
1. São funções da secretaria administrativa: ARTIGO 6 1
a) Garantir a assistência técnica e administrativa neces- (Chefe de Localidade)
sária ao funcionamento do Posto Administrativo;
1. O Chefe de Localidade é o representante da autoridade
b) Gerir os recursos materiais e financeiros; central da administração do Estado na respectiva localidade,
c) Prestar serviços básicos às populações; e subordina-se ao Chefe do Posto Administrativo.
d) Promover a manutenção de infra-estruturas públicas 2. O Chefe de Localidade é nomeado pelo Governador
e vias de acesso; Provincial, ouvido ou por proposta do Administrador Distrital.
3. O Chefe de Localidade é apoiado pela secretaria admi- ARTIGO 64
nistrativa na realização das suas funções. (Secretaria comum)
4. A secretaria administrativa da localidade integra os repre-
sentantes dos sectores instalados no respectivo território. 1. São funções da secretaria comum da Localidade:
5. Nos impedimentos ou ausências do Chefe de Locali- a) Executar as tarefas de apoio organizativo, técnico e
dade, por um período de tempo igual ou superior a 30 dias, protocolar ao Chefe de Localidade;
o seu substituto é nomeado pelo Governador Provincial. b) Prestar assessoria ao Chefe de Localidade;
6. Quando o impedimento ou ausência for inferior a c) Organizar o programa de trabalho diário do Chefe de
30 dias, o substituto do Chefe de Localidade é designado Localidade;
pelo Administrador Distrital.
d) Organizar o despacho, a correspondência e o arquivo
ARTIGO 62 dos documentos sobre a administração da loca-
(Competências) lidade;
Compete ao Chefe de Localidade: e) Assegurar a divulgação e o controlo da implemen-
tação das decisões e instruções do Chefe de Lo-
a) Promover a assistência a crianças, velhos e doentes
calidade;
desamparados;
f ) Garantir a comunicação do Chefe de Localidade com
b) Promover a higiene e o saneamento do meio; o público e as relações com outras entidades;
c) Promover e garantir o ordenamento das casas e g) Assegurar as actividades protocolares do Chefe de
aperfeiçoamento da sua construção;
Localidade e de outras individualidades de nível
d) Promover a educação das populações sobre o controlo
superior.
das queimadas;
2. A secretaria comum da Localidade é dirigida pelo
e) Promover a gestão sustentável dos recursos naturais; Chefe da Secretaria, o qual é nomeado pelo Governador
f) Encorajar a produção alimentar e rendimento: Provincial.
g) Mobilizar a comunidade local para aumentar as áreas
de cultivo; CAPÍTULO V

h) Promover feiras e mercados de produtos agro-pecuá- Integração de estruturas do Governo


rios e de artesanato;
ARTIGO 65
i) Promover jogos e outras actividades recreativas de
carácter formativo e educativo; (Integração de direcções ou serviços)
j) Zelar pela manutenção da ordem pública e combate 1. Quando várias direcções ou serviços do Estado con-
à criminalidade; correm na implementação de política estatal numa área afim,
k) Promover a manutenção da paz e harmonia social; podem ser utilmente integrados total ou parcialmente de
forma a elevar a sua eficácia e reduzir desperdício.
local na resolução dos problemas sociais da respec- 2. A integração de estruturas do Governo Provincial e
tiva localidade; Distrital é proposta, para decisão do Conselho de Ministros,
m) Promover acções de desenvolvimento económico, pelo Ministro que superintende na função pública e a
social e cultural da localidade, de acordo com o administração local do Estado, ouvido ou sob proposta do
Plano Económico e Social do Governo. respectivo Governador Provincial.
ARTIGO 63 ARTIGO 66
(Secretaria administrativa) (Tarefas não permanentes)
1. A secretaria administrativa de Localidade tem as seguintes As acções pontuais, de médio e longo termo, que não
funções: justificam a criação de estruturas orgânicas permanentes são
a) Garantir a assistência técnica e administrativa neces- realizadas pelas secretarias provinciais e distritais que para
sária ao funcionamento da Localidade; tanto utilizarão recursos próprios, disponíveis em outras
b) Prestar serviços básicos às populações e assegurar instituições ou contratados especificamente para tal acção.
a manutenção das infra-estruturas de utilidade
pública na Localidade; CAPÍTULO VI

c) Assegurar o acompanhamento e controlo da exe- Coordenação entre escalões locais


cução das decisões do Chefe de Localidade,
ARTIGO 67
d) Realizar o controlo da execução dos programas deter-
minados por escalões superiores e cuja realizarão (Conselhos de Coordenação)
compete ao Chefe de Localidade;
1. Com vista a realizar a coordenação entre as autoridades
e) Assistir o Chefe de Localidade na elaboração de rela- administrativas dos diversos escalões territoriais os conselhos
tórios de análise de actividades da Localidade; de coordenação reúnem-se ao nível do Posto Administrativo,
f ) Controlar com base em planos o cumprimento das do Distrito e da Província.
decisões dos órgãos superiores do Estado;
2. Os conselhos de coordenação têm como objectivo
g) Apoiar o Chefe de Localidade na promoção e organi- organizar a articulação, coordenação entre as actividades
zação da participação da comunidade local. realizadas a diversos níveis, difundir experiências úteis e
2. A secretaria administrativa de Localidade é dirigida promover o funcionamento coordenado dos órgãos locais do
pelo Chefe de Localidade. Estado.
3. Os conselhos de coordenação têm a seguinte com- ARTIGO 7 3
posição: (Direcção das sessões)
a) Ao nível do Posto Administrativo, o Conselho de Coor-
denação é composta pelos chefes de localidade. 1. As sessões são dirigidas pelo dirigente do governo
local.
b) Ao nível do Distrito, o Conselho de Coordenação é
composto por membros do Governo Distrital e 2. O dirigente do governo local pode convidar qualquer
pelos chefes de Posto Administrativo; entidade ou personalidade a participar nas sessões do governo
c) Ao nível provincial, o Conselho de Coordenação é local em função da matéria.
composto por membros do Governo Provincial ARTIGO 7 4
e pelos administradores distritais.
(Secretário)
4. Os conselhos de coordenação obedecem a seguinte
periodicidade: 1. O Secretário do Governo é designado pelo dirigente do
a) Bimensal, ao nível do escalão do Posto Administrativo; Governo Local sob proposta do Secretário Permanente,
b) Trimestral, ao nível do distrito; 2. O Secretário deve garantir o secretariado das sessões,
c) Semestral, ao nível da província. lavrar e subscrever as respectivas actas, que serão também
assinadas pelo dirigente do governo local e assegurar o
5. Os conselhos de coordenação são presididos pelo diri-
expediente.
gente do órgão local do Estado do respectivo escalão e o seu
secretariado é assegurado pela secretaria do respectivo órgão. 3. Nos seus impedimentos ou ausências, o Secretário do
6. Poderão participar como convidados no Conselho de Governo deve propor o seu substituto.
Coordenação entidades ou personalidades que o dirigente do ARTIGO 7 5
órgão local entender em razão da matéria.
(Substituição de directores)
TÍTULO IV Os pedidos de ausência ou dispensa as sessões do governo
Funcionamento dos órgãos locais local devem ser solicitados previamente ao respectivo diri-
gente com indicação expressa dos motivos.
do Estado
ARTIGO 7 6
ARTIGO 68
(Agenda)
(Tipo de sessões)
1. A agenda de cada reunião é estabelecida pelo dirigente
Os governos locais realizam sessões ordinárias e extra- do governo local.
ordinárias.
2. A agenda deve ser entregue a todos os membros com
ARTIGO 6 9 a antecedência de, pelo menos, quarenta e oito horas sobre
(Sessões ordinárias) a data da reunião.
1. As sessões ordinárias dos governos provinciais reali- ARTIGO 7 7

zam-se de quinze em quinze dias. (Objecto das deliberações)


2. As sessões ordinárias dos governos distritais realizam-se Só podem ser objecto de deliberação os assuntos incluídos
uma vez por mês. na agenda da reunião, salvo se, tratando-se de reunião ordinária,
3. Compete ao dirigente do governo local fixar os dias o dirigente do governo local reconhecer a urgência de delibe-
e horas das sessões ordinárias. ração imediata sobre outros assuntos.
ARTIGO 70
ARTIGO 7 8
(Sessões extraordinárias) (Acta da reunião)
1. As sessões extraordinárias realizam-se sempre que as 1. De cada reunião, será lavrada acta que conterá um resumo
necessidades de serviço o exigirem.
de tudo o que nela tiver ocorrido, designadamente, a data e o
2. As sessões extraordinárias têm lugar por decisão do local da reunião, os membros presentes, os assuntos apreciados
dirigente do governo local, e as deliberações tomadas.
3. Da convocatória devem constar, de forma especificada, 2. As actas são lavradas pelo Secretário e submetidas à
os assuntos a tratar na reunião.
aprovação dos membros no início da reunião seguinte e assi-
ARTIGO 7 1 nadas, após a aprovação, pelo dirigente do governo local e
(Convocação das sessões) pelo Secretário,
As sessões são convocadas pelo dirigente do governo 3. Nos casos em que. o governo local assim o delibere,
local. acta será aprovada, em minuta, no fim da reunião a que
disser respeito.
ARTIGO 7 2
ARTIGO 79
(Duração das sessões)
(Regulamento interno)
A duração das sessões dos governos locais é fixada no
seu Regulamento interno. 1. O governo local aprova o seu regulamento interno.
2. O regulamento interno do governo local deve respeitar 2. No processo de aprovação da orgânica dos governos
os seguintes princípios fundamentais: provinciais e distritais é definida a área de responsabilidade
a) O princípio da legalidade, nos termos do qual o go- de cada director e os órgãos do aparelho central do Estado
verno local desenvolve a sua actividade em estreita superintendentes.
obediência à Constituição e às demais leis; 3. Os dirigentes dos, órgãos centrais enviam, no princípio
b) O princípio da especialidade, em conformidade com o de cada ano, aos governadores provinciais um documento
qual o Governo local só decide no âmbito da sua de orientação para as actividades sectoriais a realizar na
competência e para a realização das suas respec- província, na qual constem:
tivas atribuições; a) As orientações de estratégia para as actividades do
c) O princípio da participação dos particulares e das sector;
comunidades, que implica existirem mecanismos b) A avaliação da situação;
de consulta às comunidades locais; c) As práticas e recomendações úteis, tendo em conta as
d) O princípio da publicidade, que determina serem as experiências realizadas em outras províncias.
deliberações e decisões do governo local objecto 4. Os dirigentes dos órgãos do aparelho central do Estado,
da divulgação adequadas ao seu efectivo conhe- exercem a superintendência na sua área de actividade, em
cimento pelos potenciais destinatários. relação ao aparelho local do Estado, competindo-lhes
3. Os regulamentos internos do governo local, em con- nomeadamente:
formidade com os princípios fundamentais definidos no a) Organizar a difusão das normas vigentes;
número anterior, devem integrar normas relativas às seguintes b) Emitir instruções técnicas e normas de execução;
matérias:
c) Providenciar apoio técnico e assessoria sempre que
a) A substituição dos membros do governo local; solicitada;
b) A reunião do governo local em sessão ordinária e d) Verificar a conformidade da actividade realizada pelos
extraordinária; sectores locais correspondentes com a lei e regu-
c) A duração das sessões; lamentos;
d) A organização dos períodos das sessões; e) Realizar inspecções e emitir juízos de valor sobre
o desempenho do órgão local;
e) O uso da palavra nas sessões;
f) Propor a substituição ou requalificação do pessoal;
f) As deliberações;
g) Organizar acções de formação e actualização.
g) A elaboração das actas das sessões e o seu conteúdo;
5. Os directores provinciais e os chefes dos serviços
h) A indumentária; provinciais elaboram um relatório trimestral endereçado ao
i) A publicidade das deliberações do governo local; Ministro que superintende no respectivo sector, ramo ou área
j) A apresentação de sugestões, queixas, reclamações e de actividades. Esses relatórios devem ser previamente apro-
petições pelos particulares e comunidades e os vados pelo Governador Provincial.
termos em que pode ser objecto de apreciação 6. Os dirigentes dos órgãos centrais avaliam os relatórios
pelo governo local; recebidos dos dirigentes dos órgãos locais e tomam as deci-
k) A aprovação de alterações e entrada em vigor do sões correspondentes, ordenando a anulação ou correcção de
regulamento interno do governo local. actos que se demonstrem ilegais ou desconformes com as
regras técnicas da actividade.
TÍTULO V
TÍTULO VI
Relacionamento
Unidades de prestação de serviços
CAPITULO ÚNICO públicos
Relacionamento entre órgãos centrais e locais CAPÍTULO I
do Estado
Criação
ARTIGO 80
ARTIGO 82
(Relações entre o s órgãos centrais e o s órgãos locais
(Definição)
do Estado)

As relações entre os órgãos centrais e os órgãos locais do Para efeitos do presente Regulamento as unidades de
Estado desenvolvem-se com a observância dos princípios de prestação de serviços públicos são instituições criadas pelo
unidade, hierarquia e coordenação institucional. Estado com o objectivo de produção de bens ou serviços
para a satisfação das necessidades básicas das populações,
ARTIGO 81 nos escalões territoriais de província, distrito, posto admi-
(Relações entre directores provinciais, Ministros e outros nistrativo, localidade e povoação.
dirigentes do aparelho de Estado central) ARTIGO 83

1. Na realização das suas actividades, os directores pro- (Criação)


vinciais observam as orientações técnicas e metodológicas
dos Ministros ou outros dirigentes do aparelho de Estado 1. Compete ao Governador Provincial e ao Administrador
central, que superintendem nos respectivos sectores, ramos Distrital criar unidades de prestação de serviços públicos ao
ou áreas de actividades. nível provincial e distrital, respectivamente.
2. Na criação de unidades de prestação de serviços públi- e) Planos e programas definidos pelos órgãos de escalão
cos, sempre que possível, o dirigente do governo local superior e pelo respectivo Governo Provincial;
deve promover parcerias e envolvimento do sector privado f ) Directrizes e instruções traçadas pelas próprias direc-
e associações. ções e serviços provinciais e distritais.
ARTIGO 8 9
CAPITULO II
(Transmissão de orientações e directrizes)
Regras de orientação e apoio
1. Para garantir ocumprimentodas suas funções de orien-
ARTIGO 8 4 tação e apoio às unidades de prestação, de serviços públicos,
as direcções e serviços podem emitir as seguintes instruções:
(Principio de actuação)
a) Mandar aplicar metodologias mais eficientes e eficazes
O processo de orientação e apoio às unidades de prestação para o cumprimento das actividades incumbidas
de serviços públicos é feito com base nos princípios da às unidades económicas e sociais;
legalidade e do papel regulador do Estado, devendo encorajar b) Mandar corrigir erros e falhas técnicas detectados
e promover a participação do sector privado no desenvolvi- durante as visitas de trabalho e através de análise
mento sócio-económico ao nível local. dos relatórios e outras informações das unidades
ARTIGO 8 5
económicas e sociais;
c) Orientar as unidades económicas é sociais no sentido
(Regras de orientação) de realizarem acções de capacitação para melhorar
Na orientação e apoio das unidades de prestação de ser- o desempenho.
viços públicos, compete às direcções e serviços provinciais e 2. A transmissão de orientações e directrizes para a reali-
distritais garantir, sob direcção dos respectivos directores, a: zação de trabalhos é feita através de:
a) Execução de planos e programas definidos pelos a) Circulares;
governos locais; b) Despachos;
b) Execução de planos e programas definidos para os c) Ordens de serviço;
sectores de actividades; d) Visitas de trabalho;
c) Orientação e apoio às unidades económicas e sociais e) Realização de seminários.
dos respectivos sectores de actividades. ARTIGO 9 0
ARTIGO 8 6 (Conteúdo)
(Competências) As instruções traçadas pelas direcções e serviços provin-
Cabe ao director provincial e ao chefe de serviço pro- ciais e distritais devem conter, para além de outros pontos:
vincial emitir directrizes para a implementação do programa, a) Normas técnicas;
integração e controlo das actividades das unidades de pres- b) Actividades a executar;
tação de serviços públicos, dos respectivos sectores de c) Prazos de realização de actividades.
actividades, após a tomada de conhecimento dos planos e
ARTIGO 9 1
programas definidos, quer pelos órgãos do aparelho de Estado
de escalão superior, quer pelo Governo Provincial. (Acompanhamento)

ARTIGO 8 7
sob orientação dos respectivos dirigentes, no âmbito do
(Prestação de contas) acompanhamento e controlo da execução dos planos definidos
1. As unidades de prestação de serviços públicos prestam superiormente pelos respectivos sectores de actividade:
contas trimestralmente aos directores ou chefes de serviços a) Divulgar o plano às unidades económicas e sociais
provinciais e distritais sobre as suas actividades no fim de no prazo de um mês após a sua recepção, por
cada ano. meio de seminários ou reuniões em que participem
2. No fim de cada ano económico é realizado o balanço os responsáveis, acompanhados por técnicos das
de actividades das unidades de prestação de serviços públicos, respectivas áreas;
o qual deve dar entrada no Governo Provincial até 31 de b) Fiscalizar a execução dos planos de desenvolvimento
Janeiro do ano seguinte. sectoriais através de visitas de trabalho e solicitação
de relatórios trimestrais sobre o desempenho das
C A P I T U L O III unidades económicas e sociais.
Instrumentos de orientação TÍTULO VII
ARTIGO 8 8 Relacionamento dos órgãos locais do Estado
(Instrumentos) com as autarquias locais
Na orientação e apoio às unidades económicas, as direc- CAPITULO I
ções e serviços provinciais e distritais actuam com base nos
seguintes instrumentos de gestão administrativa: Articulação
a) Programa Quinquenal do Governo; ARTIGO 9 2
b) Planos sectoriais de desenvolvimento; (Princíplo)
c) Planos estratégicos provinciais; Na sua actuação, os órgãos locais do Estado respeitam a
d) Planos de desenvolvimento distritais; autonomia, as atribuições e competências das autarquias locais.
ARTIGO 93 ARTIGO 96

(Coordenação) (Regime de delimitação e coordenação de actuações)

1. O regime de delimitação
1. Os e de coordenação das actuações
órgãos locais do Estado coo
programas, projectos e acções com os órgãos das autarquias do Estado e da administração autárquica, em matéria de
locais compreendidas no respectivo território, visando a rea- investimento público nas autarquias locais, compreende:
lização harmoniosa das suas atribuições e competências. a) A identificação dos investimentos públicos cuja exe-
cução cabe, em regime de exclusividade, às autar-
2. Com a finalidade de coordenar acções especificas e quias locais;
programas de dimensão territorial comum, poderão ser orga-
nizados encontros de coordenação entre o órgão executivo b) A articulação do exercício das competências, em maté-
autárquico e o órgão local do Estado que abrange as áreas ria de investimentos públicos, pelos diferentes níveis
de administração, quer sejam exercidas em regime
das autarquias locais compreendidas no respectivo território.
de exclusividade, quer em regime de colaboração.
3. Estes encontros têm carácter consultivo e em nenhum 2. A definição de áreas de investimento público, da respon-
caso poderão pôr em causa as competências dos respectivos sabilidade das autarquias locais não prejudica o carácter
órgãos, devendo produzir memorandos de entendimento apro- unitário da gestão de recursos pela Administração Pública,
vados por ambos. na prossecução dos fins comuns que lhes são impostos pela
ARTIGO 94 comunidade.
(Coordenação em matéria d e planeamento) 3. O regime de delimitação de competências que agora se
estabelece não afecta a actividade das entidades privadas e
1.
cooperativas que actuem em qualquer dos domínios neleOs planos, progra
Estado e das autarquias locais visam realizar os interesses indicados, nem a colaboração e o apoio que por parte das
específicos das populações e atender as necessidades dos entidades públicas lhes possam ou devam ser prestados.
respectivos territórios, sem prejuízo do desenvolvimento
ARTIGO 97
nacional.
(Competências próprias das autarquias locais)
2. As competências em matéria de desenvolvimento, que
por lei sejam atribuídas aos diversos níveis de administração
pública, são exercidas tendo em conta os objectivos e os timento público estão definidas no artigo 25 da Lei n.° 11/
programas de acção constantes dos planos de médio e longo /97, de 31 de Maio.
prazos nacionais e, ainda, nos termos de execução do plano 2. O investimento das autarquias locais nas áreas indicadas
económico e social a nível central, local e autárquico. nos termos do número anterior não impede iniciativas de
investimento nas mesmas áreas por parte dos órgãos locais
CAPÍTULO II do Estado, que devem ser desenvolvidas em coordenação
com a autarquia interessada numa base de acordo prévio.
Cooperação
ARTIGO 98
ARTIGO 95
(Atribuições comuns)
(Parcerias)
O exercício de competências em regime de colaboração
1. Os órgãos locais do Estado e as autarquias locais dos órgãos locais do Estado com os órgãos das autarquias
podem estabelecer entre si, sem prejuízo das suas compe- locais será feito nos termos de regulamento específico.
tências respectivas, formas de parceria para melhorar a pros-
CAPÍTULO III
secução do interesse público, nomeadamente no domínio da
programação e coordenação da implementação das políticas Apoio técnico
sectoriais nacionais e locais do desenvolvimento, assim como ARTIGO 99
para organizar a assistência técnica dos órgãos locais do
(Colaboração técnica com a s autarquias locais)
Estado às autarquias locais.
2. No caso de o objecto da parceria incluir acções que
possam beneficiar entidades privadas ou empresas ou institutos técnico aos projectos de desenvolvimento económico, social
e cultural das autarquias locais e das suas empresas públicas
públicos, podem estes ser admitidos como partes contratantes.
em resposta às solicitações das autarquias locais.
3. Os contratos relativos ao exercício de competências
2. O apoio técnico é estabelecido por um acordo celebrado
municipais ou dos órgãos locais em regime de parceria
entre o representante do Estado no respectivo escalão e o
deverão estabelecer obrigatoriamente o modo de participação órgão executivo singular da autarquia local ou sua empresa
das partes na elaboração dos programas e na gestão dos pública.
equipamentos ou dos serviços públicos correspondentes, bem
como os recursos financeiros disponíveis nos respectivos TÍTULO VIII
orçamentos, para o efeito.
Cidadania e participação
4. As parcerias podem ser estabelecidas nos domínios
técnico e financeiro entre autarquias locais e órgãos locais CAPÍTULO I
do Estado para a realização de empreendimentos de natureza Consulta aos cidadãos
sectorial do âmbito da competência de um órgão local do
Estado ou de uma autarquia local. ARTIGO 100

5 No estabelecimento de parcerias só serão considerados (Princípios gerais)


os projectos ou actividades que não ponham em causa o 1. Os órgãos locais do Estado devem assegu
interesse público e os planos directores autárquicos. pação dos cidadãos, das comunidades locais, das associações
e de outras formas de organização, que tenham por objecto C A P Í T U L O II

a defesa dos seus interesses, na formação das decisões que Comunidades


lhes disserem respeito.
ARTIGO 104
2. A consulta aos cidadãos realiza-se através de reunião
da criação de comités comunitários sobre qualquer assunto (Comunidades)
de interesse local. A comunidade local é o conjunto de população e pessoas
3. Os Governadores Provinciais e os Administradores colectivas compreendidas numa determinada unidade de orga-
Distritais determinam a composição e funcionamento dos nização territorial, nomeadamente província, distrito, posto
referidos comités tomando em conta as especificidades de administrativo, localidade e povoação, agrupando famílias,
cada escalão territorial. que visam a salvaguarda de interesses comuns, tais como a
4. A consulta às comunidades locais rege-se por regras protecção de áreas habitacionais, áreas agrícolas, quer sejam
próprias constantes dos Capítulos II a III do presente Título. cultivadas ou em pousio, florestas, lugares de importância
cultural, pastagens, fontes de água, áreas de caça e de
ARTIGO 101 expansão.
(Utilização de instalações para efeitos cívicos) ARTIGO 105

(Autoridades comunitárias)
1. As instalações dos órgãos locais do Estado podem ser
utilizadas para efeitos cívicos por associações e sindicatos. 1. As autoridades comunitárias são as pessoas que exercem
2. Os pedidos de utilização são feitos por requerimento uma certa forma de autoridade sobre determinada comu-
dirigido aos dirigentes do respectivo órgão local. nidade ou grupo social, tais como chefes tradicionais,
secretários de bairro ou aldeia e outros líderes legitimados
ARTIGO 102 como tais pelas respectivas comunidades ou grupo social.
(Princípio da colaboração dos órgãos locais do Estado com 2. O reconhecimento das autoridades comunitárias é feito
o s particulares e as comunidades) pelo competente representante do Estado.
1. Os órgãos locais do Estado devem actuar em estreita ARTIGO 106

colaboração com os particulares e as comunidades, assegu- (Deveres em geral)


rando a sua adequada participação no desempenho da função
São deveres das autoridades comunitárias, em geral:
administrativa do desenvolvimento, cumprindo-lhes, designa-
damente: a) Divulgar as leis, deliberações dos órgãos do Estado
e outras informações úteis à Comunidade;
a) Prestar as informações e os esclarecimentos de que
careçam; b) Colaborar com os tribunais comunitários;
b) Apoiar e estimular as iniciativas dos particulares e c) Colaborar na manutenção da paz e harmonia social;
das comunidades, receber e considerar as suas d) Participar às autoridades administrativas e policiais
sugestões e informações. as infracções cometidas e a localização de malfei-
2. Os órgãos locais do Estado são responsáveis pelas infor- tores, esconderijos de armas e áreas minadas;
mações prestadas por escrito aos articulares ou às comu- e) Participar às autoridades administrativas a exploração,
nidades. circulação ou comercialização não licenciada dos
recursos naturais tais como, madeiras, lenha,
ARTIGO 1 0 3 carvão, minérios e areias;
(Desenvolvimento local participativo) f ) Mobilizar e organizar as populações para a construção
e manutenção de poços, diques, aterros, valas de
1. Os planos de desenvolvimento distrital são elaborados
drenagem e irrigação;
com a participação da população residente através dos con- g) Mobilizar e organizar as comunidades locais para a
selhos consultivos locais e visam mobilizar recursos humanos, construção e manutenção, nomeadamente de salas
materiais e financeiros adicionais para a resolução de pro- de aulas e casas para professores, enfermeiros,
blemas do distrito. casas de espera para mulheres grávidas e para
2. Os programas de desenvolvimento local participativo parteiras, centros de reabilitação nutricional para
respondem às necessidades específicas do distrito e com- crianças mal nutridas, entre outras;
plementam as previstas no Plano do Governo. h) Mobilizar e organizar as comunidades locais para a
3. Os programas de desenvolvimento local participativo construção e manutenção de cemitérios;
devem: i) Mobilizar as comunidades locais para a construção
a) Estar em harmonia com o Programa Quinquenal do e manutenção de vias de comunicação e sua
Governo, o Plano Económico e Social e o Plano sinalização;
Estratégico Provincial e complementá-lo nas ma- j) Educar a população para a construção de latrinas
térias que são de interesse especificamente distrital; melhoradas;
b) Assegurar os meios para a sua execução através de k) Participar na educação das comunidades sobre as
recursos humanos, materiais e financeiros; formas de uso sustentável e gestão dos recursos
c) Conter indicadores que permitam avaliar a confor- naturais, incluindo a prevenção de queimadas não
controladas, caça, corte de madeiras, lenha e carvão
midade e cumprimento das políticas públicas e o
para fins comerciais sem autorização;
nível da sua execução.
l)
i) Ajudar a identificar situações de falta de emprego e
mentos prematuros; promover as formas de auto-emprego, individual
m) Sensibilizar as populações para se integrarem em ou associativo;
parcelamentos de terrenos para a produção agrícola; j) Apoiar as iniciativas locais de formação profissional
n) Mobilizar as comunidades para a utilização de tracção e promoção de iniciativas de criação de emprego;
animal como meio de transporte, assim como a k) Educar os cidadãos a promover o registo dos seus
construção e utilização de canoas pela população casamentos tradicionais, nascimentos e óbitos;
residente na costa ou em lugares próximos dos l)Mobilizar a população para realizar actividades de
rios; limpeza e saneamento do meio e educá-la sobre
o) Mobilizar e organizar as comunidades para partici- as melhores formas de preservação do ambiente;
parem nas acções de prevenção de epidemias tais m) Orientar as comunidades para a criação de animais
como cólera, meningite, diarreias, malária, doenças de pequena espécie, visando a melhoria da sua
contagiosas, nomeadamente DTS, SIDA e tuber- dieta alimentar e rendimento.
culose, e ainda nas campanhas de vacinação e ARTIGO 108
saneamento do meio ambiente; (Direitos em geral)
p) Mobilizar as populações para o recenseamento anual;
q) Mobilizar e organizar as populações para o pagamento 1. São direitos das autoridades comunitárias em geral:
dos impostos; а) Ser reconhecidas e respeitadas como representantes
r) Mobilizar e organizar as comunidades para a cons- das respectivas comunidades locais;
trução de mercados e feiras agro-pecuárias; b) Participar nos conselhos locais;
s) Mobilizar os pais ou encarregados de educação para c) Participar nas cerimónias oficiais organizadas local-
mente pelas autoridades administrativas do Estado.
mandar os seus filhos à escola;
2. As autoridades comunitárias são consultadas nas questões
t) Promover jogos e outras actividades recreativas de
fundamentais que afectem a vida e o bem-estar da população
carácter formativo e educativo das crianças; e o desenvolvimento integrado e harmonioso das condições
u) Incentivar o desenvolvimento do desporto recreativo de vida da comunidade local.
escolar.
ARTIGO 109
ARTIGO 107
(Direitos em especial)
(Deveres em especial)
São direitos em especial dos chefes tradicionais e secre-
São deveres dos chefes tradicionais e secretários de bairro tários do bairro ou aldeia:
ou aldeias os seguintes:
a) Ostentar os símbolos da República;
a) Transmitir às comunidades as orientações das auto-
b) Usar fardamento;
ridades administrativas sobre lavouras e outras
formas de reparação dos terrenos para a agricultura, c) Receber um subsídio em razão da sua participação na
sementeiras, sachas, colheita e outras operações cobrança de impostos.
necessárias para aumentar os rendimentos das ARTIGO 110
culturas;
(Formas de organização d a s comunidades)
b) Mobilizar as comunidades para as acções de apoio
à extensão rural, visando a melhoria dos métodos
de produção, o fomento agrícola e pecuário e a a) Conselho local;
introdução de variedades de sementes e espécies b) Fórum local;
de alta produtividade e resistência à seca e às
doenças; c) Comités comunitários;
d) Fundos comunitários.
c) Instruir as populações sobre o uso da tracção animal
na produção agrícola e afins; 2. Poderão existir outras formas de organização definidas
pelas respectivas comunidades.
d) Colaborar na investigação sobre a história, cultura e
tradições das comunidades locais, incluindo a culi- ARTIGO 111
nária, música, canto e dança e outras formas (Conselho Local)
culturais de recreação;
e) Educar as comunidades a participar condignamente O conselho local é um órgão de consulta das autoridades
da administração local, na busca de soluções para questões
nas cerimónias de celebração das datas históricas
fundamentais que afectam a vida das populações, o seu
e nas festas tradicionais;
bem-estar e desenvolvimento sustentável, integrado e harmo-
f ) Assegurar a preservação e desenvolvimento dos valo- nioso das condições de vida da comunidade local, no qual
res culturais das comunidades; participam também as autoridades comunitárias.
g) Informar as comunidades sobre a previsão de ocor-
ARTIGO 112
rência de calamidades naturais, formas de pre-
venção e reparação de prejuízos e comunicar às (Fórum local)
autoridades administrativas do Estado sobre os O fórum local é uma instituição da sociedade civil que
efeitos provocados por essas calamidades; tem como objectivo organizar os representantes das comuni-
h) Informar as autoridades administrativas sobre a exis- dades e dos grupos de interesse locais para permitir que eles
tência de epidemias, secas, cheias e pragas; definam as suas prioridades.
ARTIGO 113 c) Educação cívica e elevação do espírito patriótico;
(Comités comunitários) d) Uso e aproveitamento da terra;
1. Os comités comunitários são formas de organização das e) Emprego;
populações para permitir que as comunidades se mobilizem f) Segurança alimentar;
na identificação e procura de soluções dos seus problemas, g) Habitação própria;
podendo encaminhar outras preocupações às estruturas per-
tinentes do sector público. h) Saúde pública;
2. Os comités comunitários poderão ser constituídos para,
entre outras actividades, realizar a gestão da terra e outros j) Meio ambiente;
recursos naturais, das escolas, dos postos de saúde e outras k) Abertura e manutenção de vias de acesso.
instituições de natureza não lucrativa de âmbito local.
ARTIGO 117
ARTIGO 114
(Participação e consulta comunitária)
(Fundos de desenvolvimento comunitário)
1. A participação e consulta comunitária é feita através
1. Por iniciativa própria, comunicada ao Chefe do Posto dos conselhos locais dos níveis de:
Administrativo, as comunidades podem criar fundos de
desenvolvimento comunitário vocacionados para interesses a) Distrito;
próprios das respectivas comunidades. b) Posto Administrativo;
2. A comunicação deve incluir a indicação da data da c) Localidade;
decisão, a relação dos participantes à reunião e os objectivos d) Povoação.
do Fundo. 2. O Administrador Distrital é o responsável pela insti-
3. O fundo considera-se constituído para todos os efeitos tucionalização dos conselhos locais dos níveis distritais e
legais a partir do momento do registo na sede do Posto inferiores.
Administrativo.
ARTIGO 118
4. O registo faz-se em livro próprio e o seu extracto é
transmitido ao Administrador Distrital que mantém actualizado (Princípios de Constituição)
o cadastro dos fundos. 1. Integram os conselhos locais, as autoridades comu-
5. Os fundos de desenvolvimento comunitário podem nitárias, os representantes de grupos de interesse de natureza
receber financiamento de fundos próprios das comunidades, económica, social e cultural escolhidos pelos conselhos locais
de fundos a estas atribuídos por lei e de qualquer entidade ou fórum de escalão inferior em proporção da população de
nacional ou estrangeira, devendo, neste último caso, ser o cada escalão territorial.
facto comunicado ao Chefe do Posto Administrativo.
2. O dirigente de cada órgão local pode convidar perso-
CAPÍTULO III nalidades influentes da sociedade civil a integrar o conselho
local, de forma a assegurar a representação dos diversos
Articulação dos órgãos locais do Estado actores e sectores.
com as comunidades
3. Deve ser garantida uma representação da mulher nunca
SECÇÃO I inferior a 30%.
Regras comuns ARTIGO 119

ARTIGO 115 (Composição)


(Princípios gerais) 1. O Conselho Local de Distrito é composto por um
1. Os órgãos locais do Estado, no desempenho das suas número mínimo de trinta e um máximo de ciriquenta pessoas.
funções administrativas, articulam com as autoridades comu- 2. O Conselho Local de Posto Administrativo é composto
nitárias, observando estritamente a Constituição, as leis e os por um mínimo de vinte e um máximo de quarenta pessoas.
regulamentos sobre a matéria. 3. O Conselho Local de Localidade é composto por um
2. A articulação referida no número anterior visa a auscul- mínimo de dez e um máximo de vinte pessoas.
tação de opiniões sobre a melhor maneira de mobilizar e
organizar a participação das comunidades locais, na concepção ARTIGO 120

e implementação dos programas económicos, sociais e cul- (Periodicidade das reuniões)


turais, em prol do desenvolvimento local.
ARTIGO 116 e de Localidade devem reunir pelo menos duas vezes por
(Áreas de articulação) ano,
São objecto de articulação entre os órgãos locais do 2. A primeira reunião anual, a ter lugar, durante o primeiro
Estado e as Autoridades Comunitárias as actividades que trimestre do ano, deve apreciar o relatório de implementação
concorram para a consolidação da unidade nacional, produção dos planos do ano anterior e aprovar o plano do ano
de bens materiais e de serviços com vista à satisfação das corrente.
necessidades básicas de vida e de desenvolvimento local, 3. A segunda sessão reúne no terceiro trimestre de cada
nomeadamente: ano para fazer o balanço dos planos em implementação.
a) Paz, justiça e harmonia social; 4. Outras reuniões poderão ser estabelecidas pelo respectivo
b) Recenseamento e registo das populações; conselho para tratar assuntos de interesse local.
ARTIGO 121 TÍTULO IX
(Mesa)
Plano, orçamento e património
1.
Localidade têm uma Mesa com a responsabilidade de presidir CAPITULO I
às respectivas reuniões.
Disposições financeiras e orçamentais
2. Em cada escalão territorial, a Mesa é composta pelo
dirigente do órgão local e por dois vogais escolhidos pelo SECÇÃO I
respectivo conselho dentre os seus membros. Elaboração dos planos
SECÇÃO II ARTIGO 123
Regras específicas
(Plano provincial)
ARTIGO 122 1. O plano provincial é um instrumento que assegura o
(Conselhos locais) desenvolvimento global da província, o potencial específico
1. São funções do conselho local: de cada distrito e a integração económica nacional.
a) No domínio cívico: educação cívica e patriótica, 2. O plano provincial é a base para a elaboração do orça-
convivência e justiça social; mento provincial.
b) No domínio social: saúde pública, educação, cultura ARTIGO 124
e solidariedade;
(Plano distrital)
c) No domínio económico: a segurança alimentar, aber-
tura e manutenção de vias de acesso, fomento de 1. O plano distrital é o instrumento principal do desen-
produção e comercialização agrícola e pecuária, volvimento económico, social e cultural da República de
comércio, indústria e outras oportunidades para o Moçambique.
emprego e negócios locais; 2. O plano distrital deve ter actividades específicas por
d) No domínio dos recursos naturais: uso e aproveita- áreas prioritárias e por postos administrativos.
mento da terra, recursos hídricos, florestas, fauna 3. O plano distrital é a base para a elaboração do orça-
bravia e meio ambiente. mento distrital.
2. As funções dos conselhos locais incluem as seguintes
ARTIGO 125
tarefas:
(Elaboração e aprovação d o s planos)
a) Recolher e transmitir às autoridades competentes as
opiniões e preocupações das comunidades locais 1. Compete especialmente aos órgãos locais, a elaboração
em relação aos problemas do desenvolvimento, a e a aprovação dos planos de desenvolvimento local, planos
prestação de serviços públicos e a qualidade da de ordenamento do território ou dos planos de estrutura,
administração local; gerais e parciais, de urbanização e dos planos de pormenor,
b) Colaborar com as autoridades distritais na divulgação dentro dos limites fixados pela lei.
da informação relevante ao desenvolvimento local 2. A planificação tem por base:
e assegurar a sua transmissão às comunidades
a) As orientações metodológicas e as prioridades nacio-
locais do distrito;
nais definidas pelo Governo;
c) Participar no processo de preparação, implementação
e controlo dos planos estratégicos provinciais e b) As prioridades específicas definidas pelos Governos
planos distritais de desenvolvimento, e apreciar Provincial e Distrital;
relatórios sobre a planificação, destacando a c) A especificidade e as potencialidades do distrito;
qualidade de participação das comunidades locais
d) As necessidades prioritárias e específicas da popu-
e dos grupos de interesse do distrito; lação do distrito, seus postos administrativos e
d) Apreciar e dar parecer sobre as propostas dos Planos localidades.
Distritais de desenvolvimento; 3. No processo de elaboração dos planos provincial e
e) Apreciar e dar parecer sobre as propostas do Plano distrital deve-se observar a metodologia e as normas estabe-
Económico e Social e do Orçamento; lecidas sobre a planificação participativa, de forma a assegurar
f ) Propor ou apreciar propostas de criação de fundo a participação comunitária em todas as fases até à sua
distrital de segurança alimentar e desenvolvimento; implementação.
g) Aprovar o plano de actividades e o respectivo relatório 4. A aprovação e os prazos de submissão das propostas
de prestação de contas da gerência do desenvol- de planos provincial e distrital devem observar as normas e
vimento distrital; regras estabelecidas a nível nacional.
h) Apreciar e dar parecer sobre os planos e as propostas
de projectos das organizações não-governamentais SECÇÃO II

que pretendam promover o desenvolvimento local Elaboração, gestão e publicidade do orçamento


e acompanhar a sua implementação;
ARTIGO 126
i) Apreciar as propostas de investimento privado e de
(Regime financeiro)
concessões de exploração de recursos naturais, do
direito de uso e aproveitamento da terra; No que concerne à programação, gestão, execução e con-
j) Promover a mobilização e organização da participação trolo interno do Orçamento do Estado, os órgãos locais do
da população na implementação das iniciativas de Estado regem-se pelas normas do Sistema da Administração
desenvolvimento local. Financeira do Estado (SISTAFE).
ARTIGO 127 2. Cada órgão ou instituição do Estado a nível local, faz
(Orçamento)
a execução financeira do respectivo orçamento.
1. Os órgãos locais do Estado, nos escalões provincial e ARTIGO 133

distrital, são dotados de orçamento próprio. (Fontes de financiamento)


2. As dotações orçamentais para o Posto Administrativo As fontes de financiamento do Orçamento do Estado nos
e Localidade são estabelecidas no orçamento do Governo escalões provincial e distrital são as seguintes:
Distrital.
a) Transferências ou dotações orçamentais provenientes
ARTIGO 128 dos fundos centrais para as despesas correntes ou
(Definição) de capital a realizar num determinado exercício
económico;
1. O Orçamento do Estado para a província ou distrito é
b) Receitas fiscais consignadas;
o documento em que estão previstas as receitas a arrecadar
e fixadas as despesas a realizar num determinado exercício c) Taxas cobradas pelas licenças e serviços prestados
económico. pelo aparelho do Estado ao nível local;
2. O Orçamento do Estado para a província ou distrito d) Donativos provenientes, nomeadamente de entidades
tem por objecto a prossecução da política económica e dó sector privado, organizações não governamentais
financeira de competência central, delegada nos respectivos ou de cooperação internacional.
escalões territoriais, bem como a prossecução dos interesses ARTIGO 134
e competências próprias na realização de tarefas nacionais
(Receitas)
e na realização de actividades de interesse local.
ARTIGO 129
Constituem receitas dos órgãos locais do Estado nos
escalões provincial e distrital:
(Elaboração da proposta de orçamento)
a) Os impostos colectados a nível provincial ou distrital
1. O Governador Provincial e o Administrador Distrital ou percentagens destes;
dirigem a preparação e elaboração da proposta de orçamento b) O rendimento dos bens móveis e imóveis do Estado
do Estado para o respectivo escalão. sob gestão do Governo Provincial ou Distrital;
2. As propostas de orçamento deverão ser justificadas em c) As taxas por licenças concedidas da competência do
função do desempenho do órgão local do Estado nos seus Governo Provincial ou Distrital;
diferentes sectores, ramos ou áreas de actividades.
d) As taxas ou tarifas resultantes da prestação de serviços
3. Na preparação e elaboração da proposta do orçamento sob administração do Estado a nível provincial ou
do Estado, o governo local deve ter em conta a planifica- distrital;
ção adoptada nos planos económicos e sociais de escalões
superiores. e) Outras taxas determinadas por lei.
4. Na elaboração da proposta orçamental, os dirigentes ARTIGO 135
acima referidos têm em conta os planos anuais de actividades (Receitas do orçamento do Estado no distrito)
do respectivo escalão, cuja aprovação deve ser precedida de
consultas no quadro do ciclo anual de planificação local 1. Constituem receitas do distrito as taxas relativas a:
participativo. a) Utilização do patrimônio público sob gestão do distrito;
5. As propostas são comunicadas aos membros dos b) Ocupação e aproveitamento do domínio público e
respectivos governos locais até quinze dias antes do início aproveitamento de bens de utilidade pública;
da sessão consagrada à sua discussão. c) Pedidos de uso e aproveitamento da terra nas áreas
ARTIGO 130 cobertas por planos de urbanização;
(Envio das propostas de orçamento) d) Loteamento e execução de obras particulares;
Os órgãos locais do Estado submetem às entidades com- e) Realização de infra-estruturas simples;
petentes do Subsistema do Orçamento do Estado as propostas f ) Ocupação da via pública por motivo de obras e utili-
de orçamento referidas no artigo 128 do presente Regulamento. zação de edifícios;
ARTIGO 131
g) Exercício da actividade de negociante e comércio a
título precário;
(Publicidade)
h) Ocupação e utilização de locais reservados nos mer-
1. Decorridos quinze dias após aprovação, o orçamento cados e feiras;
dos órgãos locais do Estado fica à disposição dos particulares
interessados para consulta dentro do horário normal de fun- i) Autorização de venda ambulante nas vias e recintos
cionamento dos serviços, em local de fácil acesso ao público; públicos;
no edifício sede do órgão local do Estado. j) Aferição e conferição de pesos, medidas e aparelhos
2. Os governos Provincial e Distrital recorrem aos meios de medição;
de comunicação social mais apropriados para, periodicamente, k) Autorização para o emprego de meios de publicidade
informar o público sobre a execução orçamental. destinados a propaganda comercial;
ARTIGO 132
l) Licenças de pesca artesanal marítima e em águas
(Execução orçamental) interiores;
m) Licenças turísticas nos termos de legislação específica;
1. Os governos provinciais e distritais arrecadam as receitas
e realizam as despesas em conformidade com os planos e n) Licenças para a realização de espectáculos públicos;
orçamentos aprovados. o) Licenças de caça e abate;
p) Licenças e taxas de velocípedes com ou sem motor; 2. Compete ao Governo Provincial fixar os valores das
q) Estacionamento de veículos em parques ou outros taxas a que se refere o número anterior.
locais a esse fim destinados;
ARTIGO 137
r) Utilização de quaisquer instalações destinadas ao
conforto, comodidade ou recreio público; (Despesas)
s) Realização de enterros, concessão de terrenos e uso 1. As despesas dos órgãos locais do Estado compreendem
de jazigos, ossários e de outras instalações em despesas correntes e despesas de capital.
cemitérios.
2. São despesas correntes as que se destinam ao custeio da
2. Constituem ainda receitas do distrito as taxas e tarifas actividade corrente do governo local e seu aparelho, nomea-
por prestação dos serviços, nos casos em que os órgãos da damente salários e bens e serviços.
administração pública do distrito tenham sob sua adminis-
tração directa a prestação de determinado serviço público, 3. São despesas de capital as que implicam alteração do
nomeadamente: património incluindo os respectivos activos e passiv
ceiros.
a) Abastecimento de água;
b) Fornecimento de energia eléctrica; ARTIGO 138

c) Utilização de matadouros; (Informação e consulta)


d) Recolha, depósito e tratamento de resíduos sólidos
São objecto de informação e consulta aos conselhos
de particulares e instituições, em especial, os dos
hospitais e outros tóxicos; locais:
e) Ligação, conservação e tratamento dos esgotos; a) A proposta de plano e orçamento dos órgãos locais
f) Utilização de infra-estruturas de lazer e gimno-des- do Estado;
portivas; b) A prestação de contas sobre a execução do plano e
g) Utilização de latrinas públicas; orcamento.
h) Transportes urbanos de pessoas e mercadorias; ARTIGO 139
i) públicos)
(Consulta d o s p r o c e s s o s d e c o n c e s s ã o d e serviços
j) Limpeza e manutenção de vias privadas;
Os processos de concessão de serviços públicos pelos
k) Utilização de tanques carracicidas;
órgãos locais do Estado competentes podem ser consultados
l) Registos determinados por lei. pelos interessados no edifício sede do órgão local do Estado,
3. Compete ao Governo Distrital fixar os valores das taxas obtida a autorização da entidade competente, decorridos
e tarifas a que se refere o número anterior. quinze dias após a prática do acto de concessão.
4. Os fundos da dotação orçamental referidos no artigo 127
do presente Regulamento são transferidos para tesouraria C A P Í T U L O II
do distrito. Taxas, tarifas e muitas
5. Os fundos de comparticipação em receitas fiscais serão
debitados automaticamente pelo distrito permitindo aos órgãos ARTIGO 140
central e provincial operar o importe já deduzido. (Princípios)
6. Os fundos da receita distrital são depositados na res-
1. No exercício da actividade tributária os órgãos locais
pectiva tesouraria, devendo ser apresentados os balancetes
do Estado devem pautar a sua actuação pelos princípios de
mensais de execução orçamental, por receita e despesa, ao
legalidade, segurança, igualdade e capacidade contributiva
órgão que superintende o subsistema orçamental do escalão
superior. das respectivas populações.
7. Os fundos externos e as doações deverão ingressar na 2. No lançamento e cobrança de taxas e multas, os órgãos
tesouraria distrital, em conformidade com os acordos ou me- locais do Estado respeitam o disposto na Constituição e na lei.
morandos assinados. 3. Na determinação do valor das tarifas e taxas a cobrar,
os órgãos locais do Estado competentes devem actuar com
ARTIGO 1 3 6
equidade, sendo interdita a fixação de valores que, pelo seu
(Receitas d o Orçamento d o Estado na província)
montante, ultrapassem uma relação equilibrada entre a con-
1. Além das dotações do Orçamento do Estado, constituem trapartida dos serviços prestados e a quantia recebida pelo
receitas da província as taxas relativas a: órgão local do Estado.
a) Utilização do património público; 4. São nulas e de nenhum efeito as deliberações de qual-
b) Uso e aproveitamento da terra previstas na Lei de quer órgão local do Estado que determinem a criação de
Terras e seu Regulamento; taxas e multas não previstas na legislação vigente.
c) Ocupação e aproveitamento do domínio público e 5. De qualquer ilegalidade praticada pelos órgãos locais
aproveitamento dos bens de utilização pública; do Estado em matéria fiscal cabe recurso ao Tribunal Admi-
d) Licenças para estabelecimentos industriais de pequena nistrativo nos termos da lei.
dimensão;
ARTIGO 141
e) Licenças de pesca semi-industrial;
(Aplicação d e multas)
f ) Licenças comerciais para venda a grosso, comércio
geral, venda a retalho, prestação de serviços e 1. Será objecto de aplicação da pena de multa, sendo o seu
agente comercial; valor graduado de 1 a 10 vezes o salário minimo nacional
g) Licenças de concessões de produção e distribuição vigente para os trabalhadores da indústria no momento da
de energia eléctrica de baixa e média tensão; prática da infracção aos regulamentos administrativos pro-
h) Outras taxas definidas por lei. vinciais e distritais.
2. A determinação da medida da multa tomará em conside- 2. Compete aos órgãos locais a delimitação e aprovação
ração a gravidade da infracção, a culpa e a situação económica de áreas prioritárias de desenvolvimento urbano e de cons-
do infractor, trução, com respeito pelos planos nacionais, pelos planos
3. A tentativa e a negligência são puníveis nos termos da lei. autárquicos e peias políticas sectoriais de âmbito nacional.
4. A competência para a instrução dos processos e apli- 3. A competência referida no número anterior é exercida
cação das multas pertence aos órgãos locais do Estado. com observância das normas nacionais para o efeito, nomea-
damente sobre ordenamento do território.
C A P Í T U L O 111
TÍTULO X
Património
Regras comuns de gestão e controlo
ARTIGO 142
administrativo nos órgãos locais do Estado
(Gestão patrimonial)
Os órgãos locais do Estado fazem a administração e a CAPÍTULO I
gestão dos bens patrimoniais sob sua responsabilidade obede- Disposições gerais
cendo aos princípios e normas do Sistema da Administração
Financeira do Estado. ARTIGO 147
(Estilo de trabalho)
C A P Í T U L O IV
1. O governo local mobiliza todos os cidadãos, empresas
Investimento
e associações, a participar na realização de objectivos de
ARTIGO 143 planeamento e desenvolvimento do território,
(Investimento público) 2. O governo local encoraja iniciativas de outros órgãos
públicos, privados e associativos para a realização de funções
A realização de investimentos públicos compreende a de interesse público, combinando diversas formas de inter-
identificação, elaboração e a aprovação de projectos, bem venção pública, privada e associativa e criando facilidades
como o financiamento e a execução dos empreendimentos. aos parceiros interessados na prestação de serviços.
ARTIGO 144
ARTIGO 148
(Regime de delimitação e coordenação de actuações)
(Informação do particular e da comunidade)
1.Oregime de delimitação e de coordenação das actuações 1. Os particulares e as comunidades locais têm o direito
dos órgãos locais do Estado, em matéria de investimento de serem informados pelos órgãos locais do Estado, sempre
público, compreende: que o requeiram, sobre as petições em que sejam directa-
a) A identificação dos investimentos públicos cuja exe- mente interessados, assim como conhecer as resoluções
cução cabe aos órgãos locais; definitivas.
b) A articulação do exercício das competências em ma- 2. As informações a prestar abrangem a indicação do
téria de investimentos públicos pelos diferentes serviço onde a petição se encontra, os actos e diligências
níveis de administração, quer sejam exercidas em praticados, as deficiências a suprir pelos interessados, as
regime de exclusividade, quer em regime de decisões adoptadas e outros elementos solicitados.
colaboração. 3. As informações solicitadas ao abrigo deste artigo serão
2. A definição de áreas de investimento público da res- fornecidas no prazo máximo de 10 dias.
ponsabilidade dos órgãos locais não prejudica o carácter
unitário da gestão de recursos pela Administração Pública, C A P Í T U L O II
na prossecução dos fins comuns que lhe são impostos pela Reclamação e recurso administrativo das decisões
comunidade. dos órgãos locais do Estado
3. O regime de delimitação de competências não afecta a SECÇÃO I
actividade das autarquias locais, empresas e institutos públicos Principios gerais
e entidades privadas que actuam em qualquer dos domínios
nele indicados, nem a colaboração e o apoio que, por parte ARTIGO 149
das entidades públicas, possam ou devam ser prestados. (Princípio de impugnação)

ARTIGO 145
1. Os particulares têm o direito de solicitar a revogação
ou a modificação das decisões administrativas tomadas
(Competência regulamentar) pelos órgãos locais do Estado, nos termos regulados neste
Compete ao Governo Provincial a aprovação de normas diploma.
específicas e regulamentos gerais relativos à realização de 2. O direito reconhecido no número anterior pode ser
investimentos públicos e respectiva fiscalização, sem prejuízo exercido, mediante:
do exercício da competência regulamentar própria dos órgãos a) Reclamação para o autor do acto administrativo;
centrais e das autarquias locais. b) Recurso para o superior hierárquico do autor do acto
ARTIGO 146 ou para o delegante;
(Articulação com o sistema de planeamento) c) Recurso para o órgão que exerça poderes de
superintendência sobre o autor do acto.
1. As competências de investimento público que por lei
ARTIGO 150
sejam atribuídas aos diversos níveis de administração são
exercidas tendo em conta os objectivos e programas de (Fundamentos da impugnação)
acção constantes dos planos de médio e longos prazos e, Salvo disposição em contrário, as reclamações e os recursos
ainda, nos termos dos planos anuais reguladores da actividade podem ter por fundamento a ilegalidade ou a inconveniência
da administração local. da decisão administrativa impugnada.
ARTIGO 151 ARTIGO 153
(Legitimidade) (Recurso hierárquico)
1. Têm legitimidade para reclamar ou recorrer os titulares I. Podem ser objecto de recurso hierárquico todas as
de direitos subjectivos ou interesses legalmente protegidos decisões administrativas de carácter individual, geral ou
que se considerem lesados pela decisão administrativa. colectiva tomadas por órgãos da administração local do
2. Consideram-se dotados de legitimidade para a protecção Estado, sujeitos aos poderes hierárquicos de outros órgãos,
de interesses difusos, isto é de interesses juridicamente desde que a lei não exclua tal possibilidade.
reconhecidos a favor de uma pluralidade de pessoas: 2. O recurso hierárquico é necessário ou facultativo, con-
a) Os particulares ou comunidades a quem a actuação soante a decisão administrativa a impugnar seja ou não
administrativa provoque ou possa previsivelmente insusceptível de recurso contencioso.
provocar prejuízos relevantes em bens fundamen- 3. Ainda que a decisão administrativa de que se interpõe
tais como a saúde pública, a habitação, a educação, recurso hierárquico seja susceptível do recurso contencioso,
o património cultural, o ambiente, a qualidade de tanto a ilegalidade como a inconveniência da decisão tomada
vida, a laicidade, o uso e aproveitamento da terra podem ser apreciados naquele.
e a propriedade; 4. O prazo para a interposição do recurso hierárquico é
b) Os residentes na circunscrição em que se localize de trinta dias, sempre que a lei não estabeleça prazo diferente.
algum bem do domínio público do Estado. 5. O recurso hierárquico facultativo deve ser interposto
3. Para defender os interesses difusos de que sejam titulares dentro do prazo estabelecido para a interposição de recurso
os residentes em determinada circunscrição têm legitimidade contencioso da decisão administrativa em causa.
as associações dedicadas à defesa de tais interesses, as 6. O recurso hierárquico interpõe-se por meio de requeri-
comunidades e os órgãos autárquicos da respectiva área. mento no qual o recorrente deve expor todos os fundamentos
SECÇÃO II do recurso, podendo juntar os documentos que considere
convenientes.
Da reclamação e dos recursos administrativos
7. O recurso é dirigido ao superior hierárquico do autor
ARTIGO 152
da decisão administrativa, salvo se a competência para a
(Reclamação) decisão se encontrar delegada.
1. Pode reclamar-se de qualquer decisão administrativa 8. O requerimento de interposição do recurso pode ser
tomada por órgãos locais do Estado. apresentado ao autor da decisão administrativa ou à autori-
2. Não é possível reclamar da decisão administrativa que dade a quem seja dirigida.
decida a anterior reclamação ou recurso administrativo, salvo 9. O recurso hierárquico necessário suspende a eficácia da
com fundamento em omissão de pronúncia. decisão recorrida, salvo quando a lei disponha em contrário ou
3. A reclamação deve ser apresentada no prazo de vinte quando o autor da decisão considere que a sua não execução
dias a contar: imediata causa grave prejuízo ao interesse público.
a) Da publicação da decisão no Boletim da República 10. O órgão competente para apreciar o recurso pode
ou em qualquer outro periódico oficial, quando a revogar a decisão a que se refere o número anterior, ou
mesma seja obrigatória; tomá-la quando o autor da decisão o não tenha feito.
b) Da notificação do acto, quando esta se tenha efec- 11.
tuado, se a publicação não for obrigatória; eficácia da decisão recorrida.
c) Da data em que o interessado tiver conhecimento da 12. Interposto o recurso, o órgão competente para dele
decisão, nos restantes casos. conhecer deve notificar aqueles que possam ser prejudicados
4. A reclamação da decisão administrativa de que não pela sua procedência para alegarem, no prazo de quinze dias, o
caiba recurso contencioso tem efeito suspensivo, salvo nos que tiverem por conveniente sobre o pedido e seus fundamentos.
casos em que a lei disponha em contrário ou quando o autor 13. Após a notificação a que se refere o número anterior
da decisão considere que a sua não execução imediata causa ou, se a ela não houver lugar, logo que interposto o recurso,
grave prejuízo ao interesse público. começa a correr um prazo de quinze dias dentro do qual o
5. A reclamação da decisão de que caiba recurso conten- autor da decisão recorrida se deve pronunciar sobre o recurso
cioso não tem efeito suspensivo, salvo nos casos em que a e remetê-lo ao órgão competente para dele conhecer.
lei disponha em contrário ou quando o autor da decisão, 14. Quando os contra-interessados não hajam deduzido
oficiosamente ou a pedido dos interessados, considere que a oposição e os elementos constantes do procedimento demons-
execução imediata da decisão causa prejuízos irreparáveis ou trem suficientemente a procedência do recurso, pode o autor
de difícil reparação ao seu destinatário. da decisão recorrida revogar, modificar ou substituir a decisão
6. A suspensão da execução a pedido dos interessados recorrida de acordo com o pedido do recorrente.
deve ser requerida à entidade competente para decidir no 15. O recurso deve ser rejeitado quando:
prazo de cinco dias a contar da data em que o processo lhe a) A decisão administrativa impugnada não seja suscep-
for apresentado. tível de recurso;
7. Na apreciação do pedido verificar-se-á se as provas b) O recorrente careça de legitimidade;
revelam uma probabilidade séria de veracidade dos factos c) O recurso haja sido interposto fora do prazo;
alegados pelos interessados, devendo decretar-se, em caso d) Ocorra qualquer outra causa que obste ao conheci-
afirmativo, a suspensão da execução mento do recurso.
8 O disposto nos números anteriores não prejudica o 16. O órgão competente para conhecer do recurso pode.
pedido de suspensão de eficácia perante o Tribunal Admi- sem sujeição ao pedido do recorrente, salvas as excepções
nistrativo, nos termos da legislação aplicável. previstas na lei, confirmar ou revogar a decisão recorrida, se
9. O prazo para o órgão competente apreciar e decidir a a competência do autor da decisão administrativa não for
reclamação é de vinte dias. exclusiva, pode também modificá-la ou substituí-la.
17. O órgão competente para decidir o recurso pode, se TÍTULO XI
for caso disso, anular todo ou parte, o procedimento admi- Disposições finais e transitórias
nistrativo e determinar a realização de nova instrução ou de
diligências complementares. ARTIGO 157
18. Quando a lei não fixe prazo diferente, o recurso (Delegação de competências vigente no momento da entrada
hierárquico deve ser decidido no prazo de trinta dias contado em vigor do presente Regulamento)
a partir da remessa do procedimento ao órgão competente Salvo disposição legislativa em contrário, os poderes de
para dele conhecer. decisão exercidos à data da entrada em vigor do presente
19. O prazo referido no número anterior é elevado até ao Regulamento, pelos funcionários subordinados da adminis-
máximo de noventa dias quando haja lugar à realização de tração do Estado de qualquer nível ou escalão na província
nova instrução ou de diligências complementares. ou no distrito, quer por virtude de disposições regulamentares,
quer em resultado de delegações directas de competências
20. Decorridos os prazos referidos nos números 18 e 19 aos referidos funcionários, continuarão em vigor, desde que
do presente artigo, sem que haja sido tomada uma decisão, compatíveis com a nova orgânica aprovada e sem prejuízo
considera-se o recurso tacitamente indeferido. de poderem ser avocados pelo Governador Provincial e pelo
Administrador Distrital a todo o tempo mediante despacho.
CAPÍTULO III
ARTIGO 158
Sistemas de monitoria e melhoria
(Processo de transferência de competências)
de desempenho
ARTIGO 154 dos órgãos centrais do Estado para os órgãos locais do
(Dever de informação ao dirigente do órgão locai Estado deve operar-se de forma gradual, de modo a permitir
do Estado) a criação e consolidação dos necessários requisitos de capa-
citação técnica, humana e financeira dos órgãos locais do
1. O dirigente do órgão local do Estado deve ser infor- Estado.
mado pelos seus subordinados, pelos dirigentes dos institutos 2. O financiamento do processo de transferência de com-
públicos, empresas públicas e outras pessoas colectivas de petência a operar nos termos do número anterior é assegurado
direito público que exerçam a sua actividade no respectivo com a observância das seguintes regras:
território de qualquer ocorrência importante no respectivo
a) Sempre que tal se revele necessário, o Orçamento do
território. Estado deve prever a verba necessária para o
2. Os acordos celebrados pelos institutos públicos, empresas exercício das competências a transferir para os
públicas e outras pessoas colectivas de direito público com órgãos locais do Estado;
autarquias locais e ou empresas públicas autárquicas são b) A verba global assim considerada integra a dotação
comunicados ao Governador Provincial. do Orçamento do Estado prevista no n.° 1 do
ARTIGO 155
artigo 55 da Lei n.° 8/2003, de 19 de Maio.
(Relatórios de actividades)
1. O governo local apresenta ao nível superior hierárquico
um relatório mensal, trimestral, semestral e anual de actividade Decreto n.° 12/2005
no qual refere:
de 10 de Junho
A) O grau de execução do plano do Governo e outras
actividades realizadas; Havendo necessidade de garantir o financiamento de
projectos científicos e os projectos de inovação e desenvol-
b) Experiências positivas na solução dos problemas vimento tecnológico, ao abrigo do disposto na alínea f) do
locais contando com iniciativa e participação das n.° 1 do artigo 204 da Constituição da República, o Conselho
populações e da comunidade; de Ministros decreta:
c) Informação sobre as actividades próprias realizadas Artigo 1. É criado o Fundo Nacional de Investigação,
em cumprimento das tarefas nacionais. abreviadamente designado por FNI. e aprovado o seu Estatuto
2. O Ministro que superintendente na função pública e Orgânico, em anexo, que faz parte integrante do presente
na administração local do Estado, o Secretário Permanente Decreto.
Provincial e o Secretário Permanente Distrital analisam os Art. 2. O FNI é um organismo público dotado de perso-
relatórios que lhes são submetidos e elaboram uma síntese nalidade jurídica e autonomia administrativa.
para o Presidente da República e o Conselho de Ministros, Art. 3. São atribuições do FNI:
o Governo Provincial e o Governo Distrital, respectivamente, a) A promoção e fomento da investigação;
mencionando os assuntos que mereçam atenção ou decisão.
b) O financiamento a entidades públicas e outras voca-
ARTIGO 156 cionadas, ou com interesse no desenvolvimento
(Avaliação do desempenho) da investigação, ciência e inovação tecnológica.
Art. 4. O FNI está sob tutela do Ministro da Ciência e
O Governador Provincial manda missões às direcções Tecnologia.
provinciais para avaliar o seu desempenho, o seu modelo
organizacional, a adequação ou correspondência entre as Aprovado pelo Conselho de Ministros, aos 27 de Abril
capacidades existentes dos recursos humanos, materiais e de 2005.
financeiros e adopta as medidas que julgar pertinentes com Publique-se.
vista ao seu melhoramento. A Primeira-Ministra, Luisa Dias Diogo.
Estatuto Orgânico do Fundo Nacional ARTIGO 5
de Investigação (Tutela)
No exercício da tutela sobre o Fundo Nacional de Investi-
CAPITULO I gação, compete ao Ministro da Ciência e Tecnologia:
Natureza, sede, atribuições, objectivos a) Assegurar a legalidade e avaliar o impacto da actuação
e competências do FNI;
b) Definir as orientações estratégicas do FNI;
ARTIGO I
c) Definir os níveis e a qualidade dos programas e pro-
(Natureza, tutela e sede) jectos a financiar;
1. O Fundo Nacional de Investigação, a seguir também d) Definir as grandes orientações sociais, económicas
designado por FNI, é uma instituição pública de âmbito e financeiras do FNI, designadamente as remu-
nacional, dotada de personalidade jurídica e autonomia admi- nerações, os investimentos e as necessidades do
nistrativa. financiamento;
2. O FNI está sob tutela do Ministro da Ciência e Tec- e) Homologar o orçamento e o plano de actividades
nologia. anuais do FNI;
3. O FNI tem a sua sede em Maputo. f ) Aprovar o Regulamento Interno do FNI.
4. O FNI poderá abrir delegações ou outra forma de repre- C A P I T U L O II
sentação em qualquer local do território nacional.
Órgãos de gestão e seu funcionamento
ARTIGO 2
ARTIGO 6
(Atribuições)
(Órgãos)
O Fundo Nacional de Investigação tem como atribuições:
São órgãos do Fundo Nacional de Investigação:
a) Promover a pesquisa científica e inovação tecnológica,
assegurando o fomento e coordenação das inicia- a) O Conselho de Administração;
tivas e actividades que respeitem a ciência e b) A Direcção Executiva.
tecnologia; SECÇÃO I
b) Apoiar financeiramente entidades públicas ou privadas Conselho de Administração
vocacionadas, ou com interesse, no desenvolvimento
da investigação, ciência e inovação tecnológica. ARTIGO 7

ARTIGO 3 (Composição)
(Objectivos) 1. O FNI é administrado por um Conselho de Administração
nomeado pelo Ministro da Ciência e Tecnologia, ouvidos os
Na implementação da política de ciência e tecnologia, que
sectores interessados.
tem como objectivo geral desenvolver um sistema integrado
de produção e de gestão do conhecimento virado para as 2. O Conselho de Administração do FNI tem a seguinte
necessidades nacionais de forma a impulsionar o desenvolvi- composição:
mento sustentável do país, o Fundo Nacional de Investigação a) Um Presidente;
prossegue os seguintes objectivos: b) Um representante do Ministério de Planificação e
a) Orientar a investigação científica segundo as priori- Desenvolvimento;
dades estratégicas do Governo; c) Um representante do Ministério da Ciência e Tec-
b) Financiar e fomentar a execução de programas, pro- nologia;
jectos e acções no domínio da investigação cien- d) Um representante do Ministério das Finanças;
tífica e inovação tecnológica; e) Um representante a designar de entre os Institutos de
c) Criar formas de angariação de receitas próprias. Investigação;
f ) Um representante das Instituições de Ensino Superior;
ARTIGO 4
g) Dois representantes do sector produtivo;
(Competências) h) Dois membros honorários.
Compete ao Fundo Nacional de Investigação: 3. O Presidente do FNI é designado pelo Ministro da
a) Promover a investigação científica e a desenvolvi- Ciência e Tecnologia.
mento tecnológico nacional; 4. Os membros do Conselho de Administração são nomea-
dos por um mandato de três anos, renovável.
b) Avaliar projectos de investigação científica e desen-
volvimento tecnológico; ARTIGO 8

c) Financiar projectos de investigação científica e desen- (Competências do Conselho de Administração)


volvimento tecnológico;
1. Compete ao Conselho de Administração:
d) Angariar financiamento junto de entidades públicas a) Deliberar sobre as propostas do plano de actividade
ou privadas, necessário para o alcance dos seus e orçamento do FNI;
objectivos; b) Deliberar sobre o plano de desenvolvimento e estraté-
e) Contribuir para o financiamento de projectos de gias de investimento, submetendo-os à homologação
investigação e desenvolvimento tecnológico. do Ministro da Ciência e Tecnologia;
c) Deliberar sobre a proposta de regulamento, normas e c) Elaborar e submeter à deliberação do Conselho de
procedimentos administrativos do FNI; Administração es planos anuais, orçamentos e
cl) Deliberar sobre os relatórios de actividade e os rela- respectivos relatórios e contas do FNI;
tórios financeiros auditados; d) Praticar todos os actos de expediente necessários ao
e) Pronunciar-se sobre o quadro de pessoal do Fundo; regular funcionamento do FNI;
f) Exercer as demais competências nos termos da legis- e) Propor ao Conselho de Administração normas, regu-
lação aplicável. lamentos e procedimentos administrativos e finan-
2. O Director Executivo participa nas sessões do Conselho ceiros do FNI;
de Administração, sem direito a voto. f ) Propor ao Conselho de Administração o quadro de
pessoal;
ARTIGO 9 g) Representar o FNI em juízo ou fora dele;
(Competências do Presidente do Conselho de Administração) h) Celebrar contratos, acordos e financiamentos con-
1. Compete ao Presidente do FNI: tratados;
a) Convocar e presidir as sessões do Conselho de Admi-
nistração;
pelo Conselho de Administração ou seu Presidente
dentro dos limites dessa delegação.
b) Coordenar e dinamizar a actividade do Conselho de 2. A Direcção Executiva é dirigida por um Director Exe-
Administração,
cutivo nomeado pelo Ministro da Ciência e Tecnologia.
2. O Presidente do Conselho de Administração submete à
homologação do Ministro da Ciência e Tecnologia todos os CAPITULO III
actos que, por força da legislação vigente ou em virtude da
Património, gestão e contas
sua natureza, o aconselhem.
3. Em caso de ausência ou impedimento o Presidente ARTIGO 13
designa o seu substituto. (Do património)
ARTIGO 10
Constituem património do FNI a universalidade dos bens,
(Sessões e deliberações do Conselho de Administração) direitos e obrigações que adquira ou contrate no exercício da
1. O Conselho de Administração reúne ordinariamente três sua actividade.
vezes por ano e, extraordinariamente, sempre que convocado ARTIGO 14
pelo Presidente ou a pedido da maioria dos seus membros. (Receitas)
2. As deliberações deverão, obrigatoriamente, constar das Constituem receitas do FNI:
actas, as quais serão assinadas por todos os membros presentes
às correspondentes sessões. a) As dotações provenientes do Orçamento do Estado;
3. As deliberações do Conselho de Administração são b) O produto da venda de publicações editadas pelo
tomadas por maioria simples de votos dos membros presentes, FNI e das taxas cobertas pela publicidade inserta;
tendo o Presidente voto de qualidade, em caso de empate. c) O reembolso de crédito concedido pelo Fundo, bem como
4. O Conselho de Administração só poderá deliberar quando os respectivos juros;
estiver presente a maioria dos seus membros. cl) Juros de depósito;
5. Poderão assistir as sessões do Conselho de Adminis- e) As heranças, legados e doações concedidos ao FNI;
tração individual idades e entidades colectivas quando con- f ) Quaisquer outras resultantes da actividade do FNI ou
vidadas pelo Presidente do Conselho de Administração. que por diploma legal lhe sejam atribuídas.
ARTIGO 15
SECÇÃO II
(Despesas)
Direcção Executiva
Constituem despesas do FNI:
ARTIGO 11
a) Os estudos e investigações que resultem das suas
(Funções) atribuições;
1. É função da Direcção Executiva assegurar o exercício b) As despesas de funcionamento corrente da actividade.
da actividade e a gestão administrativa e financeira corrente ARTIGO 16
do FNI.
(Gestão económico-financeira e orçamental)
2. A Direcção Executiva do FNI é composta por depar-
tamentos, em número não superior a três.
3. A organização e o funcionamento da Direcção Executiva
constam do Regulamento Interno. volver pelo FNI, dos quais constarão, devidamente
discriminados, os recursos financeiros e as corres-
ARTIGO 12 pondentes utilizações previstas;
(Competências do Director Executivo) b) Planos de actividade e orçamento;
1. Compete ao Director Executivo, em geral, assegurar a c) Relatórios trimestrais de gestão.
gestão administrativa, financeira e técnica do FNI e, em 2. O orçamento anual e o plano de actividade do FNI e
especial: respectivas alterações devem ser presentes ao Ministro da
a) Executar as decisões do Conselho de Administração; Ciência e Tecnologia para homologação.
b) Organizar e apresentar ao Conselho de Administração 3. O FNI obriga-se pela assinatura do Director Executivo.
os processos referentes aos investimentos e outras 4. Os actos de gestão corrente podem ser praticados pelo
formas de assistência a prestar pelo FNI; Director Executivo ou por quem ele delegar.
ARTIGO 17 Art. 4. O presente Decreto entra em vigor cento e oitenta
(Contas e fiscalização) dias após a sua publicação.
1. Ao FNI são aplicáveis as disposições em vigor e os Aprovado pelo Conselho de Ministros, aos 4 de Maio de 2005.
princípios metodológicos de gestão orçamental e contabi- Publique-se.
lística dos órgãos ou organismos dotados de autonomia A Primeira-Ministra, Luísa Dias Diogo, aos 4 de Maio de
administrativa.
2005.
2. O FNI está sujeito a fiscalização e auditoria de contas
por parte do Ministério das Finanças.

CAPÍTULO IV
Regulamento de Registo e Marcação
Disposições finais de Gado
ARTIGO 1 8

(Pessoal) CAPÍTULO I

O pessoal do FNI rege-se pelo Estatuto Geral dos Fun- Disposições gerais
cionários do Estado. ARTIGO I
ARTIGO 1 9 Objecto e âmbito de aplicação
(Regime d e funções)
O presente Regulamento estabelece as regras para o registo
1. O regime do exercício de funções dos membros do e marcação de gado, em todo o território nacional.
Conselho de Administração e do Director Executivo, nomea-
ARTIGO 2
damente em matéria de remuneração e regalias, será fixado
por despacho conjunto do Ministro da Ciência e Tecnologia Definições
e do Ministro das Finanças. Para efeitos do disposto no presente Regulamento, enten-
2. Poderão ser contratados peio FNI, em regime de pres- de-se por:
tação de serviço, individualidades de reconhecido mérito 1. Autoridade Veterinária - Ministério da Agricultura, atra-
cientifico e profissional, para a execução de estudos ou vés da Direcção Nacional de Pecuária.
trabalhos especializados. 2. Caderneta do Criador - documento comprovativo do
ARTIGO 2 0 registo de propriedade dos animais e das alterações dos
(Contratos-programa) efectivos por classes, no qual consta o número de registo do
criador, emitido e validado pela Autoridade Veterinária.
O Ministro da Ciência e Tecnologia, o Ministro das
3. Criador - qualquer pessoa singular ou colectiva que se
Finanças e o Presidente do Conselho da Administração do
dedique à criação de gado numa exploração pecuária.
FNI estabelecerão Contratos-Programa, com a duração de 3
anos, definindo as obrigações e direitos das partes na concre- 4. Exploração pecuária - actividade desenvolvida num esta-
tização dos objectivos do Fundo Nacional de Investigação. belecimento, construção ou, no caso de criação ao ar livre,
qualquer local onde o gado seja mantido, criado ou manipulado.
ARTIGO 2 1
5. Ferrete - instrumento de ferro que se crava no bovino,
(Regulamento) com símbolos de marcação aprovados.
No prazo de cento e oitenta dias após entrada em vigor 6. Ferro Nacional - marca de identificação para o gado, que
dos presentes Estatutos, o FNI elaborará e submeterá o identifica os animais como pertencendo a criadores registados
Regulamento Interno à aprovação do Ministro que superin- em Moçambique.
tende a área da Ciência e Tecnologia. 7. Ferro Próprio - marca de identificação própria dos pro-
prietários e criadores de gado.
8. Gado - animais domésticos das espécies bovina, bufalina,
arietina, caprina, suína, equina, asinina e seus híbridos.
Decreto n.° 13/2005 9. Gado em trânsito - todo o gado que se movimenta de um
local para outro, dentro do país, a pé, ou usando um meio de
de 10 de Junho transporte rodoviário, ferroviário e marítimo.
O registo e marcação de gado são instrumentos necessários 10. Identificação - conjunto de marcas autorizadas e regis-
para assegurar o controlo de doenças, evitar roubos e prevenir tadas pela Autoridade Veterinária, que permitem o reconhe-
conflitos entre os proprietários e criadores. cimento do gado.
Tornando-se necessário actualizar as normas sobre esta 11. Marca - representação gráfica de símbolos e/ou letras
matéria, e ao abrigo da competência atribuída pela alínea f ) que identificam o País, o criador ou o animal que é marcado.
do n.° 1 do artigo 204 da Constituição da República, o 12. Marcação - acto pelo qual o gado é identificado indi-
Conselho de Ministros decreta: vidualmente, através das formas de marcação previstas no
Artigo 1. É aprovado o Regulamento de Registo e Marcação presente Regulamento.
de Gado, em anexo ao presente Decreto e que dele faz parte 13. Órgãos locais do Estado - entidades definidas pela
integrante. Lei n.° 8/2003, de 19 de Maio.
Art. 2. Compete ao Ministro da Agricultura aprovar normas 14. Proprietário do gado - qualquer pessoa singular ou
complementares que se mostrem necessárias à implementação colectiva, pública ou privada devidamente registada, possui-
do presente Decreto. dora de gado e responsável pela sua exploração.
Art. 3. São revogados os regulamentos e normas anterior- 15. Registo do ferro - documento oficial descrevendo a
mente publicados sobre a matéria. marca que identifica determinado criador.
ARTIGO 3 c) As letras terão a dimensão de 6 cm x 3,5 cm e os sím-
Marca de identificação bolos de 90 cm2;
d) A combinação de letras e símbolos terá a dimensão
1. O gado abrangido pelo presente Regulamento deve
de 100 cm2;
ostentar marcas de identificação,
2. As marcas referidas no número anterior não podem ser e) Os bordos dos ferros devem ser planos, com aberturas
retiradas ou substituídas sem autorização da Autoridade nas letras e nos símbolos de desenho fechado, com
Veterinária. uma espessura máxima de 4 mm.
3. Sempre que uma marca se tenha tornado ilegível ou perdida, 3. Os Conselhos Municipais e outras entidades públicas
aplicar-se-á outra, nos termos do presente artigo. são obrigados a registar o seu ferro e a obter o ferrete para
marcação.
4. As marcas devem ser de um modelo aprovado pela Au-
toridade Veterinária, à prova de falsificação e legíveis durante 4. A Autoridade Veterinária é responsável pelo arquivo dos
toda a vida do animal, não podendo ser atribuídas a mais de um registos de ferretes e pela publicação no Boletim da República,
proprietário ou criador, e concebidas de modo a permanecerem durante o primeiro trimestre de cada ano, dos avisos com a
apostas no animal sem interferirem com o seu bem-estar. reprodução dos ferros registados no ano anterior.
ARTIGO 4
5. A aquisição ou compra de ferretes e a marcação do gado
com ferro próprio são da exclusiva responsabilidade dos pro-
Obrigatoriedade de identificação e registo do ferro
prietários ou criadores.
1. É obrigatória a marcação do gado existente no País com
ARTIGO 7
o ferro nacional e o ferro próprio.
2. O registo de ferro deve estar disponível na exploração Registo colectivo
pecuária e será colocado à disposição da Autoridade Veterinária
sempre que necessário, excepto se o gado estiver em trânsito e Os proprietários ou criadores que pertençam a uma comu-
for apresentada a respectiva licença, nidade local, associação ou cooperativa, podem requerer o registo
de um único ferrete em nome destas.
3. Sempre que se verifique a cessação da actividade da
exploração pecuária, o registo de ferro deverá ser mantido ARTIGO 8
durante o período de três anos após aquela ocorrência.
Processo de registo
ARTIGO 5
1. O registo do ferro faz-se mediante o preenchimento do
Competências da Autoridade Veterinária modelo Z/1, anexo ao presente Regulamento.
1. Para efeitos de aplicação do presente Regulamento, com- 2. O pedido de registo é apresentado aos órgãos locais do
pete à Autoridade Veterinária: Estado responsáveis pela execução do presente Regulamento
a) Instituir os modelos de registo de ferro e da caderneta na área onde o curral do requerente se encontra registado,
do criador; acompanhado do desenho, em tamanho real, do ferro que se
pretende registar.
b) Autorizar os pedidos de registo de ferro;
c) Manter os registos exigidos pelo presente Regulamento; 3. É obrigatória a renovação anual do, registo de ferro,
até ao fim do primeiro semestre de cada ano, o que será
d) Fixar os requisitos técnicos para o licenciamento do feito no acto da actualização da caderneta do criador.
fabrico e venda de ferretes;
e) Aprovar a atribuição, pelos proprietários ou criadores, 4. Os novos proprietários ou criadores devem requerer o
das marcas de identificação às diferentes explora- registo de ferro próprio no prazo de sessenta dias, contados
ções pecuárias; a partir da data de aquisição do gado.
f) Controlar e fiscalizar a aplicação do presente Regu- ARTIGO 9
lamento.
Certificado do registo
2. A Autoridade Veterinária poderá delegar nos órgãos
locais do Estado o exercício das competências fixadas no pre- A Autoridade Veterinária emite, por cada registo efec-
sente Regulamento, estabelecendo para o efeito as necessárias tuado, um certificado de registo, conforme o modelo Z/2
condições. anexo ao presente Regulamento, contra Q pagamento de
250 000,00MT a título de emolumentos.
C A P Í T U L O II
ARTIGO 10
Registo
Registo de transmissão de ferro
ARTIGO 6

Registo e publicidade dos ferros próprios


1. O proprietário de um ferro registado pode transmiti-lo a
outro proprietário ou criador, mediante prévia autorização da
1. Os ferros próprios estão sujeitos a registo pela Autoridade Autoridade Veterinária, preenchendo para o efeito o impresso
Veterinária, antes da sua utilização, sendo este efectuado modelo Z/3, anexo ao presente Regulamento.
mediante a apresentação da caderneta do criador.
2. A transmissão de ferro registado implica o cancelamento
2. Os ferros próprios respeitarão o seguinte modelo: do registo anterior e um novo registo a favor do requerente.
a) Compõem-se de letras, símbolos, ou a combinação de 3. A Autoridade Veterinária emitirá o certificado de trans-
ambos, num máximo de quatro elementos; ferência, conforme o modelo Z/4, anexo ao presente Regu-
b) O primeiro elemento consta de uma letra que iden- lamento, e fará o respectivo registo, no prazo de quinze dias,
tificai província onde o proprietário ou criador está contra o pagamento de 150 000,00 MT, a título de
registado; emolumentos.
ARTIGO 11 ARTIGO 16

Recusa de registo Forma d e marcar


O registo de ferro é recusado quando: A marcação é feita a fogo, tatuagem ou por outras
a) Não respeite as características estabelecidas nos formas a serem aprovadas pela Autoridade Veterinária.
artigos 3 e 6 do presente Regulamento; ARTIGO 17
b) As letras ou os símbolos forem pouco nítidos;
Zona d e marcação
c) Seja de tal forma semelhante a outro já registado,
que possa induzir em erro ao seu proprietário e 1. A marca nacional é a primeira colocada na tábua do
a terceiros de boa-fé; pescoço esquerda.
d) Possa provocar destruição cutânea nos animais a 2. A marcação do ferro próprio é feita por ordem de
marcar. sucessão de proprietários ou criadores, nas zonas do corpo
a seguir indicadas:
C A P Í T U L O III
a) Lado esquerdo: perna e antebraço;
Marcação b) Lado direito: perna e antebraço.
ARTIGO 12 3. O restante espaço da tábua do pescoço é exclusivamente
reservado à utilização pela Autoridade Veterinária.
Marcação de bovinos, bufalinos, asininos e equinos
4. Nenhuma outra marca pode ser aplicada num raio de
1. O processo de marcação inclui os seguintes elementos: 5 cm da área de marcação já existente.
d) Ferro nacional;
A R T I G O 18
b) Ferro próprio, devidamente registado nos termos do
Novas marcações
artigo 6 do presente Regulamento.
2. O ferro nacional, aplicado a fogo na presença da Auto- 1. É obrigatória a marcação de gado adquirido para fins
ridade Veterinária ou dos órgãos locais do Estado delegados de reprodução ou revenda com o ferro dos novos proprietários.
para o efeito, é constituído por um desenho de um triângulo 2. A nova marcação efectuar-se-á num prazo de quinze dias
equilátero, com os vértices abertos com a base para cima. após a data da aquisição do gado.
3. O ferro próprio inclui um código alfanumérico com 3. Exceptuam-se do disposto no número 1 do presente
um máximo de três caracteres e que permita individualizar artigo, os casos em que a compra do gado é acompanhada
a exploração.
da transferência do ferro do vendedor, nos termos do disposto
4. Os proprietários ou criadores deverão fazer a marcação no artigo 10 do presente Regulamento.
na presença dos órgãos locais do Estado delegados pela
Autoridade Veterinária para o efeito, ou de uma entidade A R T I G O 19

privada por ela devidamente credenciada. Proibições


5. O gado existente na exploração deve ser marcado a É proibido nos termos do presente Regulamento:
fogo, logo após o desmame e sempre antes de deixar a
exploração de nascimento. a) A marcação do gado com um ferro não registado;
6. Os vitelos que deixarem a exploração antes do desmame b) A marcação do gado sem observância das normas
devem ser marcados recorrendo ao método de tatuagem. prescritas nos artigos 6, 17 e 18 do presente
Regulamento;
ARTIGO 13
c) A marcação do gado com ferro registado em nome
Marcação d e ovinos, caprinos e suínos de outrem;
1. O processo de marcação inclui apenas o ferro próprio, d) A marcação do gado com ferro que seja semelhante a
devidamente registado nos termos do artigo 6 do presente outro já registado, que possa induzir em erro quanto
Regulamento. ao seu proprietário e a terceiros de boa-fé;
2. O ferro próprio é aplicado sob forma de tatuagem, e) O fabrico e venda de ferretes sem licenciamento.
com a dimensão máxima de 19 mm de altura por 19 mm de
largura. C A P Í T U L O IV

3. Os ovinos, caprinos e suínos devem ser marcados logo Fiscalização


após o desmame e sempre antes de deixarem a exploração
de nascimento. ARTIGO 2 0
ARTIGO 1 4
Fiscalização e controlo
Gado s o b a responsabilidade d o s órgãos locais do Estado
1. A fiscalização e controlo do preceituado no presente
Nos casos em que os órgãos locais do Estado tiverem gado Regulamento compete à Autoridade Veterinária e aos órgãos
sob a sua responsabilidade, para efeitos de fomento ou outros, locais do Estado por ela delegados para o efeito.
o processo de marcação inclui o ferro nacional e a marca SP
seguida da letra que identifica a respectiva província. 2. Para o exercício das atribuições de fiscalização e con-
trolo por parte das entidades referidas no número anterior,
ARTIGO 15 os proprietários ou criadores deverão permitir o acesso livre
Gado destinado a abate sanitário às explorações, a inspecção de animais, peles, ferretes e
O gado destinado a abate sanitário ou compulsivo é outros instrumentos de identificação, apresentar o certificado
obrigatoriamente marcado a fogo com a marca definida pela de registo do ferro, bem como prestar os esclarecimentos
Autoridade Veterinária. exigidos.
ARTIGO 2 1 disposto no presente Regulamento reverte em cinquenta por
Sanções cento a favor do Estado e os restantes cinquenta por cento
O incumprimento do disposto no presente Regulamento a favor da entidade fiscalizadora.
sujeita o infractor às seguintes sanções: 2. O montante destinado à entidade fiscalizadora será dis-
a) Pelo gado encontrado sem a marca nacional, apre- tribuído nas seguintes proporções:
ensão e perda a favor do Estado; — 20% para a autoridade, agente da autoridade, funcio-
b) Pela violação ao disposto na alínea a) do artigo 19, paga- nário ou membro da comunidade local que pre-
mento de uma multa no valor de 5 000 000,00MT; senciou e denunciou a infracção;
c) Pela violação ao disposto na alínea b) do artigo 19, paga- — 30% a favor do Fundo de Desenvolvimento Agrário.
mento de uma multa no valor de 5 00 000,00MT. ARTIGO 2 4
2. Às restantes infracções serão aplicadas multas graduadas Actualização do valor dos emolumentos
entre 500 000,00 e 1 000 000,00 MT e multas
3. São competentes para aplicação das sanções as entidades Os Ministros da Agricultura e das Finanças actualizarão
referidas no n.° 1 do artigo 20 do presente Regulamento. periodicamente o valor dos emolumentos e multas fixados
ARTIGO 2 2 nos termos do presente Regulamento.
Auto de notícia
CAPÍTULO V
Constatada a infracção, as entidades referidas no n.° 1 do Disposições transitórias
artigo 20 do presente Regulamento levantarão ou mandarão
levantar o respectivo Auto de Notícia, o qual mencionará ARTIGO 2 5
os factos que constituem a infracção, o dia, hora, local e Implementação do Regulamento
circunstâncias em que foi cometida, os elementos de iden-
tificação do infractor, e identificação e assinatura do agente 1. Os proprietários e criadores de gado deverão adoptar
da autoridade presente, bem como de duas testemunhas. os procedimentos estabelecidos no presente Regulamento.
2. Os proprietários de gado que, à data da entrada em
ARTIGO 2 3
vigor do presente Regulamento, já possuam gado devidamente
Destino das multas marcado ou sejam detentores de ferro, deverão proceder à
1. O valor das multas aplicadas por incumprimento do confirmação do facto junto da autoridade competente.
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

AUTORIDADE VETERINÁRIA OU Ó R G Ã O LOCAL DO ESTADO

M O D E L O Z/1

N°. do Arquivo

PEDIDO DE REGISTO DE UMA MARCA DE IDENTIFICAÇÃO

O pedido deve ser a c o m p a n h a d o por uma cópia do D o c u m e n t o de Identificação, para pessoas


singulares, e Estatutos, para pessoas colectivas.

1. NOME
2. DOC. DE IDENTIFICAÇÃO_
3. NOME DA EXPLORAÇÃO
4. LOCALIZAÇÃO
5. PROVÍNCIA
6. CONTACTO TELEFONE/E-MAIL
7. COMPROVATIVO DO PAGAMENTO DA TAXA (Anexar)
8. A MARCA SERÁ USADA EM: (Indicar a espécie animal)

|Bovinos| |Ovinos | Caprinos | Bufalinos| Asininos | |Equinos|

9. Proposta de marca por ordem de preferência:

1. 2.

3. 4.

10. ASSINATURA
11: DATA / /

PARA USO D A A U T O R I D A D E V E T E R I N Á R I A O U Ó R G Ã O L O C A L D O E S T A D O

Data do registo Assinado por: (Nome e título)

Número do recibo Data do recibo


REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

AUTORIDADE VETERINÁRIA OU ÓRGÃO LOCAL DO ESTADO

M O D E L O Z/2

CERTIFICADO DE REGISTO

Certifica-se que a marca de identificação com o padrão e combinação, como apresentado abaixo, fica
registada para uso em animais de grande porte, animais de pequeno porte e/ou suínos em nome de:

NOME__

N° DOC. DE IDENTIFICAÇÃO OU DENOMINAÇÃO DA PESSOA COLECTIVA:

OS ANIMAIS DE GRANDE PORTE DEVEM SER MARCADOS COM A SEGUINTE MARCA:

Horizontal Vertical Triângulo Triângulo virado para cima

(Pode usar qualquer uma das configurações acima citadas sem consultar a Autoridade Veterinária/Órgão
Local do Estado, desde que seja a mesma marca apresentada nas combinações acima).

OS ANIMAIS DE PEQUENO PORTE DEVEM SER TATUADOS COM A SEGUINTE MARCA:

Horizontal

Registo de Identificação do Animal Data :


No.de Referencia: No. de Arquivo
Anexo: Comprovativo do pagamento
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

AUTORIDADE VETERINÁRIA OU ÓRGÃO LOCAL D O ESTADO

M O D E L O Z/3

REGISTO DE TRANSMISSÃO

Nome, , Documento de Identificação n° abaixo


assinado, proprietário do ferro registado sob o n° , solicito a sua
transmissão para o(a) Sr(a) , Documento de Identificação n°
criador no Distrito de , Província de Caderneta n° —
Curral n° bem como a necessária autorização para proceder ao cancelamento do
registo feito em meu nome.

, de 200—

(assinatura)

Nome, , Documento de Identificação n° abaixo


assinado, declaro aceitar a transmissão de propriedade do ferro acima identificado, destinado a ser usado
na marcação do gado da minha exploração, requerendo que seja cancelado o registo anterior e feito um
novo registo, em meu nome.

de 200-—.

(assinatura)

Certifico que o acima declarante é criador de gado bovino.

Autoridade Veterinária ou Órgão Local do Estado


(Nome e título)

-, aos de de 200—
REPÚBLICA DE M O Ç A M B I Q U E

AUTORIDADE VETERINÁRIA OU ÓRGÃO LOCAL DO ESTADO

M O D E L O Z/4

CERTIFICADO DE TRANSMISSÃO

Certifico que o ferro com as seguintes características , registado sob o n° -

foi nesta data transferido, de Documento de Identificação n°

criador no distrito de Província de Caderneta n°

Curral n° para Documento de Identificação n°-

criador no distrito de Provincia de Caderneta n° —

Curral n°

de de 200

Autoridade Veterinária ou órgão local do Estado

(NOME E TITULO)

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