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BOLETIM DA REPUBLICA
PUBLICAÇÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
2.° SUPLEMENTO
IMPRENSA NACIONAL DE MOÇAMBIQUE Regulamento da Lei dos Órgãos Locais
do Estado
AVISO
TÍTULO I
A matéria a publicar no «Boletim da República»
deve ser remetida em cópia devidamente autenticada, Disposições gerais
uma por cada assunto, donde conste, além das indi-
ARTIGO 1
cações necessárias para esse efeito, o averbamento
(Objecto)
seguinte, assinado e autenticado: Para publicação
no «Boletim da República.» O presente diploma tem por objecto regulamentar a
Lei n.° 8/2003, de 19 de Maio, que estabelece os princípios
e normas de organização, competências e funcionamento
dos órgãos locais do Estado.
SUMÁRIO
ARTIGO 2
Conselho de Ministros:
(Âmbito)
Decreto n.° 11/2005:
1. O presente Regulamento aplica-se aos órgãos locai
Aprova o Regulamento da Lei dos Órgãos Locais do Estado do Estado nos escalões de província, distrito, posto admi-
nistrativo, localidade e de povoação.
Decreto n.° 12/2005:
2. Este diploma não se aplica à organização, competência
Cria o Fundo Nacional de Investigação, abreviadamente
designado por FNl. e funcionamento das instituições de defesa e segurança,
ordem pública, fiscalização das fronteiras, emissão de moeda,
Decreto n.° 13/2005: relações diplomáticas, finanças públicas, registo civil e
Aprova o Regulamento de Registo e Marcação de Gado.
notariado, identificação civil e de migração, as quais se
regem por normas ou regras próprias.
ARTIGO 3
CONSELHO DE MINISTROS
(Função d o s ó r g ã o s locais do Estado)
Decreto n.° 11/2005 1. Os órgãos locais do Estado têm como função a repre-
sentação do Estado ao nível local para a administração e o
d e 10 d e J u n h o
desenvolvimento do respectivo território e contribuem para
Havendo necessidade de se regulamentar o funcionamento a integração e unidade nacionais.
dos órgãos locais do Estado, ao abrigo do disposto no 2. No âmbito das suas funções, os órgãos locais do
artigo 58 da Lei n.° 8/2003, de 19 de Maio, o Conselho Estado exercem competências de decisão, execução e controlo
de Ministros decreta: no respectivo escalão.
Único. É aprovado o Regulamento da Lei dos Órgãos 3. Os órgãos locais do Estado garantem, no respectivo
Locais do Estado, que vai em anexo e faz parte integrante
território, sem prejuízo da autonomia das autarquias locais,
do presente Decreto.
a realização de tarefas e programas económicos, sociais e
Aprovado pelo Conselho de Ministros, aos 5 de Abril culturais de interesse local e nacional, observando a Cons-
de 2005. tituição, as deliberações da Assembleia da República e as
Publique-se decisões do Conselho de Ministros e doutros órgãos do
A Primeira-Ministra, Luísa Dias Diogo. Estado de escalão superior.
ARTIGO 4 5. Os funcionários e agentes dos órgãos locais do Estado,
(Princípios de organização e funcionamento) no exercício das suas funções, actuam em conformidade
1. A organização e funcionamento dos órgãos locais do com os valores éticos seguintes:
Estado obedecem aos princípios da desconcentração e da a) Preservação e aumento da confiança do público;
desburocratização administrativas, visando o descongestio- b) Tomada de decisões e exercício de funções no inte-
namento do escalão central e a aproximação dos serviços resse público;
públicos às populações, de modo a garantir a celeridade e a
c) Prevalência do interesse públiço no caso de conflito
adequação das decisões às realidades locais.
entre este e o interesse pessoal.
2. Os órgãos locais do Estado observam o princípio da
estrutura integrada verticalmente hierarquizada. 6. Os funcionários e agentes dos órgãos locais do Estado,
no exercício das suas funções, actuam em conformidade
3. No seu funcionamento, a par das normas de funciona- com os valores da pessoa humana, tais como:
mento dos serviços da administração pública legalmente
definidas, observam os princípios do relacionamento, da boa a) Respeitar a dignidade humana;
administração, do respeito pelos direitos subjectivos e pelos b) Tratar as pessoas com equidade e cortesia;
interesses legítimos dos administrados, garantem a partici- c) Atender o público com urbanidade, zelo e diligência.
pação activa dos cidadãos, incentivam a iniciativa locai na
solução dos problemas das comunidades, aplicando, nomea- ARTIGO 7
damente, os recursos ao seu alcance. (Princípio da legalidade administrativa)
ARTIGO 5
1. Os órgãos locais do Estado devem actuar em ob
(Relacionamento com os administrados) à Constituição e demais leis, dentro dos limites dos poderes
Nas suas relações com os administrados, os órgãos locais que lhes estejam atribuídos e em conformidade com os fins
do Estado observam, nomeadamente, os princípios da justiça, para que os mesmos poderes lhes foram conferidos.
igualdade dos cidadãos perante a lei, imparcialidade, transpa- 2. Os órgãos locais do Estado respeitam e fazem respeitar
rência e da proporcionalidade. as leis no território respectivo.
ARTIGO 6
TÍTULO II
(Princípio da boa administração)
Organização territorial
1.
prazos estabelecidos pela legislação em vigor. Nos casos em
ARTIGO 8
que as leis não determinam os prazos dentro dos quais os
órgãos locais do Estado devem decidir, as disposições apli- (Escalões locais do Estado)
cáveis são as estabelecidas pelas Normas de Funcionamento Para o exercício das suas funções, os órgãos locais do
dos Serviços da Administração Pública.
Estado organizam-se nos escalões de província, distrito, posto
2. Os funcionários e agentes dos órgãos locais do Estado, administrativo, localidade e de povoação.
no exercício das suas funções, actuam de acordo com os
valores democráticos e profissionais baseados na ética e ARTIGO 9
respeito pelos cidadãos. (Província)
3. Os funcionários e agentes dos órgãos locais do Estado,
no exercício das suas funções, actuam conforme os valores 1. A província é a maior unidade territorial da organização
democráticos seguintes: política, económica e social da administração local do Estado,
a) Apoiar os órgãos locais e funcionários de escalões 2. A província é constituída por distritos, postos adminis-
inferiores para que estes sirvam o interesse público trativos, localidades e povoações.
ta! corno expresso na lei; 3. A província abrange também as áreas das autarquias
b) Fornecer aos seus superiores hierárquicos informação locais compreendidas no respectivo território.
ou opinião fundamentada e imparcial sobre as ARTIGO 10
questões a decidir e pôr à sua disposição as infor-
mações pertinentes para a tomada de decisões; (Distrito)
c) Executar lealmente as decisões dos superiores hierár- 1. O distrito é a unidade territorial principal da organi-
quicos sem prejuízo da legalidade administrativa, zação e funcionamento da administração local do Estado e
4. Os funcionários e agentes dos órgãos locais do Estado, base da planificação do desenvolvimento económico, social
no exercício das suas funções, actuam de conformidade com e cultural da República de Moçambique.
os seguintes valores profissionais: 2. O distrito é composto por postos administrativos, loca-
a) Servir com eficiência, eficácia, efectividade, objecti- lidades e povoações,
vidade e imparcialidade; 3. O distrito abrange também as áreas das autarquias
b) Respeitar a ordem jurídica vigente; locais compreendidas no respectivo território.
c) Utilizar racionalmente os recursos do Estado, em ARTIGO II
particular os monetários;
d) Melhorar constantemente a qualidade do serviço (Posto Administrativo)
público, inovando para adaptar-se às novas 1. O posto administrativo é a unidade territorial imedia-
necessidades; tamente inferior ao distrito, tendo em vista garantir a
e) Actuar com transparência, sem prejuízo do carácter aproximação efectiva dos serviços da administração local do
restrito, confidencial ou secreto dos documentos Estado às populações e assegurar maior participação dos
classificados como tal, nos termos da lei. cidadãos na realização dos interesses locais.
2. O posto administrativo é constituído por localidades SECÇÃO II
e povoações.
Competências do Governador Provincial
3. O posto administrativo abrange também as áreas das
autarquias locais compreendidas no respectivo território. ARTIGO 18
ARTIGO 12
(Competências)
(Localidade) São competências do Governador Provincial:
1. A localidade é a unidade territorial base da organização 1. No âmbito da representação geral:
da administração local do Estado e constitui a circunscrição a) Representar, na respectiva província, a autoridade
territorial de contacto permanente dos órgãos locais do Estado central da administração do Estado;
com as comunidades locais e respectivas autoridades.
b) Dirigir a execução da política governamental central-
2. A localidade compreende povoações, aldeias e outros mente definida;
aglomerados populacionais situados no seu território.
c) Supervisar os serviços da administração do Estado
ARTIGO 13 na província;
(Povoação) d) Dirigir a preparação, execução e controlo do Programa
A povoação compreende aldeias e outros aglomerados do Governo, do Plano Económico e Social e do
populacionais localizados no respectivo território. Orçamento do Estado para a província;
e) Garantir a defesa e consolidação do domínio público
TÍTULO III do Estado e do património do Estado na respectiva
Organização dos órgãos locais do Estado província;
f) Zelar pelo respeito e observância das normas jurídicas
CAPÍTULO I
em vigor no respectivo território;
Província g) Negociar e celebrar contratos-programa em nome do
Estado.
SECÇÃO I
2. No âmbito do plano e orçamento:
Órgãos
a) Orientar a elaboração e execução do plano e orça-
ARTIGO 14
mento da província;
(Designação)
b) Dirigir a preparação, execução e controlo do plano
São órgãos da administração pública na província: e orçamento.
a) O Governador Provincial; 3. No âmbito do apoio aos programas de desenvolvimento
b) O Governo Provincial. distrital participativo:
a) Promover a organização de conselhos locais para a
ARTIGO 15
planificação do desenvolvimento económico, social
(Governador Provincial) e cultural da província;
1. O representante do Governo a nível da província é o b) Coordenar os programas distritais relevantes para o
Governador Provincial. desenvolvimento integrado da província.
2. O Governador Provincial é nomeado, exonerado ou 4. No âmbito do uso e aproveitamento da terra:
demitido pelo Presidente da República.
a) Autorizar pedidos de uso e aproveitamento da terra
ARTIGO 16 nos termos da Lei de Terras e seu Regulamento;
(Substituição do Governador Provincial) b) Conceder licenças especiais nas zonas de protecção
parcial;
1. Nos impedimentos ou ausências do Governador Pro-
vincial, o seu substituto é designado pelo Presidente da c) Dar parecer sobre os pedidos de uso e aproveitamento
República. da terra relativos às áreas que correspondam a
competência dos órgãos centrais.
2. Quando o impedimento ou ausência for por um período
inferior a 30 dias, o Governador designa o coordenador do 5. No âmbito do licenciamento das actividades económicas:
Governo Provincial. a) Autorizar a instalação de estabelecimentos industriais
ARTIGO 17
nos termos estabelecidos por lei;
(Governo Provincial) b) Autorizar o exercício das actividades comerciais de
venda a grosso, comércio geral, venda a retalho,
1. O Governo Provincial é o órgão encarregue de garantir prestação de serviços e de agente comercial;
a execução, ao nível da província, da política governamental
e exerce a tutela administrativa sobre as autarquias locais, c) Atribuir concessões de produção e distribuição de
nos termos da lei. energia eléctrica de baixa e média tensão, nos
termos da lei.
2. Os membros do Governo Provincial são nomeados
pelos Ministros das respectivas pastas, ouvido o Governador 6. No âmbito da direcção das instituições do Estado na
Provincial. província:
3. O Governo Provincial dispõe de autonomia administra- a) Dirigir o Governo Provincial;
tiva no quadro da desconcentração da administração central b) Proceder ao acompanhamento, verificação e decisão
4. O Governo Provincial é dirigido pelo Governador sobre a execução de decisões do Governo e realizar
Provincial. as diligências necessárias para desenvolver a cola-
boração entre os serviços públicos provinciais, de 12. No âmbito das obras públicas:
acordo com as instruções técnicas e metodológicas a) Fiscalizar o desenvolvimento e a conservação das
dos Ministros ou dirigentes que superintendem nos estradas, com a finalidade de assegurar a gestão,
respectivos sectores, ramos ou áreas de actividade; manutenção e expansão da rede nacional de
c) Decidir sobre a criação e extinção de serviços dis- estradas classificadas;
tritais, sob proposta do administrador distrital, b) Fiscalizar e supervisar a gestão estratégica e integrada
dependendo das necessidades, potencialidades e dos recursos hídricos, bem como o abastecimento
capacidades de desenvolvimento económico, social de água potável às populações e o saneamento,
e cultural do distrito; 13. No âmbito da cooperação internacional, orientar e
d) Despachar com os directores e os chefes de serviços acompanhar a concepção de programas dos agentes da
provinciais ou chefes de departamento que, no cooperação.
âmbito da estrutura integrada verticalmente hierar- 14. O Governador Provincial pode, expressamente, delegar
quizada, se subordinem directamente ao no Secretário Permanente Provincial:
Governador Provincial. a) A representação do Governador Provincial em deter-
7. No âmbito da prestação de contas: minados actos ou actividades;
a) Apresentar relatórios mensais ao Presidente da Repú- b) A coordenação das actividades de cooperação inter-
blica sobre as actividades da governação e da vida -provincial do Governo, Provincial.
sócio-económica e cultural da província através 15. O Governador Provincial exerce, ainda, outras com-
do Ministro que superintende na função pública e petências atribuídas por lei.
na administração local do Estado;
ARTIGO 19
b) Prestar informação diária sobre factos de natureza (Supervisão e Inspecção)
política e sócio-económica ocorridos na província.
8. No âmbito da gestão dos recursos humanos: 1. No âmbito da supervisão, compete ao Governador
Provincial, dar instruções e fazer o acompanhamento da pla-
a) Decidir sobre questões de gestão dos recursos huma- nificação e execução de programas e orçamento de actividades
nos do Estado pertencentes ao quadro de pessoal dos órgãos locais do Estado dos escalões de província, distrito,
provincial; posto administrativo, localidade e povoação.
b) Pronunciar-se sobre as propostas de nomeação de 2. No âmbito da inspecção, compete ao Governador Pro-
Administradores Distritais a nomear pelo vincial exercer poderes de inspecção provincial de actividades
Ministro que superintende na função pública e na dos órgãos e serviços sob a sua subordinação, para avaliar
administração local do Estado ou fazer a este o funcionamento dos serviços e agentes, melhorar a sua
proposta de nomeação; organização, funcionamento e capacidade institucional e pro-
c) Nomear os Chefes de Posto Administrativo quando mpver a aplicação de sanções contra" a ilegalidade ou a má
para tal tenha recebido a competente delegação de gestão.
poderes do Ministro que superintende na função ARTIGO 20
pública e na administração local do Estado; (Participação e consulta)
d) Propor ou ser ouvido sobre a designação do substituto No âmbito da participação e consulta, compete ao Gover-
do Chefe do Posto Administrativo quando a sua nador Provincial:
ausência ou impedimento for igual ou superior a
a) Criar, ao nível do respectivo território, organismos
30 dias;
consultivos em matéria económica e social para
e) Aprovar os planos de deslocações dos membros do garantir a participação dos operadores desses
Governo Provincial dentro ou fora do território sectores;
de jurisdição, b) Definir mecanismos de colaboração ou parceria com
9. No âmbito da manutenção da segurança e ordem pública, as organizações não governamentais, encorajando
tomar as necessárias providências, dando instruções adequa- a sua participação na realização dos fins públicos
das ao comandante provincial da Polícia da República de de âmbito local;
Moçambique. c) Organizar fóruns de consulta sobre assuntos ou temas
10. No âmbito da prevenção e combate às calamidades ou de interesse provincial.
desastres: ARTIGO 2 1
a) Determinar medidas preventivas ou de socorro em (Actos administrativos do Governador Provincial)
caso de eminência ou ocorrência de acidente grave 1. O Governador Provincial pratica actos administrativos
ou calamidade, mobilizando e instruindo os ser- no âmbito das competências previstas na Lei n.° 8/2003, de
viços de defesa civil públicos e privados, em 19 de Maio, e no presente Regulamento.
particular militares e paramilitares;
2. Os actos administrativos do Governador Provincial
b) Em casos de urgência, praticar actos administrativos tomam a forma de:
e tomar outras decisões indispensáveis, devendo a) Despacho, quando executórios;
solicitar, logo que seja possível, a ratificação pelo
órgão competente. b) Circular, quando sejam instruções genéricas.
11. No âmbito da saúde e educação: 3. Os actos administrativos do Governador Provincial são
comunicados especificamente aos interessados e publicados
a) Decidir sobre a criação de unidades de prestação de em ordem de serviço ou outras práticas habituais, incluindo
serviços de saúde primários; as previstas nas Normas de Funcionamento dos Serviços da
b) Decidir sobre a criação de escolas primárias. Administração Pública.
4. O Governador Provincial pode delegar competências ARTIGO 23
nos administradores distritais, para tomar as decisões referidas (Composição do Governo Provincial)
nos números anteriores.
O Governo Provincial tem a seguinte composição:
5. O Governador Provincial é o órgão competente para
a) Governador Provincial;
autorizar a realização de qualquer despesa em relação aos
serviços desconcentrados no seu escalão territorial. b) Secretário Permanente Provincial;
6. O Governador Provincial pode delegar esta competência c) Directores Provinciais.
nos dirigentes da administração pública de escalão inferior. ARTIGO 2 4
SECÇÃO III
(Estrutura orgânica do Governo Provincial)
b) Zelar pelo cumprimento das leis, regulamentos e Compete ao Chefe do Posto Administrativo:
instruções superiormente emanadas; 1. No âmbito da gestão dos serviços públicos:
c) Emitir parecer sobre assuntos para decisão superior; a) Assegurar a aproximação efectiva dos serviços da
d) Elaborar relatórios de actividade no respectivo serviço; administração local do Estado às populações e
e) Distribuir tarefas pelos funcionários colocados na participação dos cidadãos na realização dos inte-
direcção e zelar pela disciplina e seu rendimento resses locais;
na prestação de serviços; b) Fazer regularmente visitas de trabalho às instituições
f ) Assinar o expediente do respectivo serviço; públicas e às localidades e outros aglomerados
populacionais;
g) Movimentar os funcionários dentro dos serviços;
c) Promover a abertura de furos e poços de água;
h) Dirigir os processos de elaboração, execução e con-
trolo dos planos e garantir a gestão racional dos d) Acompanhar e coordenar as actividades das organi-
recursos humanos, materiais e financeiros; zações sociais e económicas;
i) Praticar os actos administrativos que lhe competem e) Supervisar as actividades dos chefes de localidade;
nos termos da lei e os que lhe forem delegados f ) Comunicar ao Administrador Distrital, as ocorrências
pelo Administrador Distrital. anormais que surgirem na sua área de jurisdição;
2. Os directores de serviços distritais subordinam-se ao g) Fiscalizar o cumprimento das leis, regulamentos e
Administrador Distrital e observam a orientação técnica e demais decisões tomadas ao nível central, provin-
metodológica dos órgãos do aparelho de Estado de escalão cial e distrital e levantar os competentes autos de
superior que superintendem no respectivo sector, ramo ou transgressão, sendo caso disso, enviá-los ao Admi-
áreas de actividades. nistrador Distrital;
CAPÍTULO III
h) Supervisar o funcionamento dos órgãos locais do
Estado e doutras instituições do Estado no respec-
Posto Administrativo tivo Posto Administrativo.
ARTIGO 55 2. No âmbito da administração em geral:
(Órgão do Posto Administrativo) a) Proceder à contagem anual da população;
b) Promover a inventariação das áreas cultivadas;
O órgão do Posto Administrativo é o Chefe do Posto
Administrativo. c) Promover o registo das terras comunitárias;
d) Garantir o respeito pela legislação ambiental e pelo e) Promover as actividades económicas, sociais e cultu
respeito das zonas de protecção legalmente defi- rais no posto administrativo;
nidas, participar na formação e actividades dos f ) Assegurar o acompanhamento e controlo da execuçãi
agentes de fiscalização comunitários e colaborar das decisões do Chefe do Posto Administrativo;
com as associações de defesa do ambiente em g) Realizar o controlo da execução dos programas deter-
particular na elaboração de políticas e legislação minados por escalões superiores e cuja realizaçãc
relativa à gestão dos recursos nacionais e imple- compete ao Chefe do Posto Administrativo;
mentação do Plano Nacional de Gestão Ambiental;
h) Assistir o Chefe do Posto Administrativo na elabo-
e) Zelar pela manutenção da ordem e tranquilidade ração de relatórios de análise de actividades do
publicas no respectivo território;
Posto Administrativa;
f ) Assegurar a análise das reclamações e sugestões dos
cidadãos, dando soluções àquelas que são da sua riores do Estado;
competência e remetendo as que não o sejam j) Apoiar o Chefe do Posto Administrativo na promoção
para os níveis competentes, com conhecimento do
e organização da participação das comunidades
interessado;
locais e das reuniões públicas,
g) Prestar contas de execução das tarefas emanadas dos
órgãos de escalões superiores; 2. A Secretaria Administrativa é composta pelos repre-
sentantes dos sectores instalados no território do Posto
h) Proceder ao registo das comunidades locais para Administrativo.
efeitos da implementação das disposições legais
3. A Secretaria Administrativa é dirigida pelo Chefe do
que lhes atribuem um papel na representação e
Posto Administrativo.
defesa dos interesses locais.
3. No âmbito do desenvolvimento económico: ARTIGO 5 9
As relações entre os órgãos centrais e os órgãos locais do Para efeitos do presente Regulamento as unidades de
Estado desenvolvem-se com a observância dos princípios de prestação de serviços públicos são instituições criadas pelo
unidade, hierarquia e coordenação institucional. Estado com o objectivo de produção de bens ou serviços
para a satisfação das necessidades básicas das populações,
ARTIGO 81 nos escalões territoriais de província, distrito, posto admi-
(Relações entre directores provinciais, Ministros e outros nistrativo, localidade e povoação.
dirigentes do aparelho de Estado central) ARTIGO 83
ARTIGO 8 7
sob orientação dos respectivos dirigentes, no âmbito do
(Prestação de contas) acompanhamento e controlo da execução dos planos definidos
1. As unidades de prestação de serviços públicos prestam superiormente pelos respectivos sectores de actividade:
contas trimestralmente aos directores ou chefes de serviços a) Divulgar o plano às unidades económicas e sociais
provinciais e distritais sobre as suas actividades no fim de no prazo de um mês após a sua recepção, por
cada ano. meio de seminários ou reuniões em que participem
2. No fim de cada ano económico é realizado o balanço os responsáveis, acompanhados por técnicos das
de actividades das unidades de prestação de serviços públicos, respectivas áreas;
o qual deve dar entrada no Governo Provincial até 31 de b) Fiscalizar a execução dos planos de desenvolvimento
Janeiro do ano seguinte. sectoriais através de visitas de trabalho e solicitação
de relatórios trimestrais sobre o desempenho das
C A P I T U L O III unidades económicas e sociais.
Instrumentos de orientação TÍTULO VII
ARTIGO 8 8 Relacionamento dos órgãos locais do Estado
(Instrumentos) com as autarquias locais
Na orientação e apoio às unidades económicas, as direc- CAPITULO I
ções e serviços provinciais e distritais actuam com base nos
seguintes instrumentos de gestão administrativa: Articulação
a) Programa Quinquenal do Governo; ARTIGO 9 2
b) Planos sectoriais de desenvolvimento; (Princíplo)
c) Planos estratégicos provinciais; Na sua actuação, os órgãos locais do Estado respeitam a
d) Planos de desenvolvimento distritais; autonomia, as atribuições e competências das autarquias locais.
ARTIGO 93 ARTIGO 96
1. O regime de delimitação
1. Os e de coordenação das actuações
órgãos locais do Estado coo
programas, projectos e acções com os órgãos das autarquias do Estado e da administração autárquica, em matéria de
locais compreendidas no respectivo território, visando a rea- investimento público nas autarquias locais, compreende:
lização harmoniosa das suas atribuições e competências. a) A identificação dos investimentos públicos cuja exe-
cução cabe, em regime de exclusividade, às autar-
2. Com a finalidade de coordenar acções especificas e quias locais;
programas de dimensão territorial comum, poderão ser orga-
nizados encontros de coordenação entre o órgão executivo b) A articulação do exercício das competências, em maté-
autárquico e o órgão local do Estado que abrange as áreas ria de investimentos públicos, pelos diferentes níveis
de administração, quer sejam exercidas em regime
das autarquias locais compreendidas no respectivo território.
de exclusividade, quer em regime de colaboração.
3. Estes encontros têm carácter consultivo e em nenhum 2. A definição de áreas de investimento público, da respon-
caso poderão pôr em causa as competências dos respectivos sabilidade das autarquias locais não prejudica o carácter
órgãos, devendo produzir memorandos de entendimento apro- unitário da gestão de recursos pela Administração Pública,
vados por ambos. na prossecução dos fins comuns que lhes são impostos pela
ARTIGO 94 comunidade.
(Coordenação em matéria d e planeamento) 3. O regime de delimitação de competências que agora se
estabelece não afecta a actividade das entidades privadas e
1.
cooperativas que actuem em qualquer dos domínios neleOs planos, progra
Estado e das autarquias locais visam realizar os interesses indicados, nem a colaboração e o apoio que por parte das
específicos das populações e atender as necessidades dos entidades públicas lhes possam ou devam ser prestados.
respectivos territórios, sem prejuízo do desenvolvimento
ARTIGO 97
nacional.
(Competências próprias das autarquias locais)
2. As competências em matéria de desenvolvimento, que
por lei sejam atribuídas aos diversos níveis de administração
pública, são exercidas tendo em conta os objectivos e os timento público estão definidas no artigo 25 da Lei n.° 11/
programas de acção constantes dos planos de médio e longo /97, de 31 de Maio.
prazos nacionais e, ainda, nos termos de execução do plano 2. O investimento das autarquias locais nas áreas indicadas
económico e social a nível central, local e autárquico. nos termos do número anterior não impede iniciativas de
investimento nas mesmas áreas por parte dos órgãos locais
CAPÍTULO II do Estado, que devem ser desenvolvidas em coordenação
com a autarquia interessada numa base de acordo prévio.
Cooperação
ARTIGO 98
ARTIGO 95
(Atribuições comuns)
(Parcerias)
O exercício de competências em regime de colaboração
1. Os órgãos locais do Estado e as autarquias locais dos órgãos locais do Estado com os órgãos das autarquias
podem estabelecer entre si, sem prejuízo das suas compe- locais será feito nos termos de regulamento específico.
tências respectivas, formas de parceria para melhorar a pros-
CAPÍTULO III
secução do interesse público, nomeadamente no domínio da
programação e coordenação da implementação das políticas Apoio técnico
sectoriais nacionais e locais do desenvolvimento, assim como ARTIGO 99
para organizar a assistência técnica dos órgãos locais do
(Colaboração técnica com a s autarquias locais)
Estado às autarquias locais.
2. No caso de o objecto da parceria incluir acções que
possam beneficiar entidades privadas ou empresas ou institutos técnico aos projectos de desenvolvimento económico, social
e cultural das autarquias locais e das suas empresas públicas
públicos, podem estes ser admitidos como partes contratantes.
em resposta às solicitações das autarquias locais.
3. Os contratos relativos ao exercício de competências
2. O apoio técnico é estabelecido por um acordo celebrado
municipais ou dos órgãos locais em regime de parceria
entre o representante do Estado no respectivo escalão e o
deverão estabelecer obrigatoriamente o modo de participação órgão executivo singular da autarquia local ou sua empresa
das partes na elaboração dos programas e na gestão dos pública.
equipamentos ou dos serviços públicos correspondentes, bem
como os recursos financeiros disponíveis nos respectivos TÍTULO VIII
orçamentos, para o efeito.
Cidadania e participação
4. As parcerias podem ser estabelecidas nos domínios
técnico e financeiro entre autarquias locais e órgãos locais CAPÍTULO I
do Estado para a realização de empreendimentos de natureza Consulta aos cidadãos
sectorial do âmbito da competência de um órgão local do
Estado ou de uma autarquia local. ARTIGO 100
(Autoridades comunitárias)
1. As instalações dos órgãos locais do Estado podem ser
utilizadas para efeitos cívicos por associações e sindicatos. 1. As autoridades comunitárias são as pessoas que exercem
2. Os pedidos de utilização são feitos por requerimento uma certa forma de autoridade sobre determinada comu-
dirigido aos dirigentes do respectivo órgão local. nidade ou grupo social, tais como chefes tradicionais,
secretários de bairro ou aldeia e outros líderes legitimados
ARTIGO 102 como tais pelas respectivas comunidades ou grupo social.
(Princípio da colaboração dos órgãos locais do Estado com 2. O reconhecimento das autoridades comunitárias é feito
o s particulares e as comunidades) pelo competente representante do Estado.
1. Os órgãos locais do Estado devem actuar em estreita ARTIGO 106
ARTIGO 145
1. Os particulares têm o direito de solicitar a revogação
ou a modificação das decisões administrativas tomadas
(Competência regulamentar) pelos órgãos locais do Estado, nos termos regulados neste
Compete ao Governo Provincial a aprovação de normas diploma.
específicas e regulamentos gerais relativos à realização de 2. O direito reconhecido no número anterior pode ser
investimentos públicos e respectiva fiscalização, sem prejuízo exercido, mediante:
do exercício da competência regulamentar própria dos órgãos a) Reclamação para o autor do acto administrativo;
centrais e das autarquias locais. b) Recurso para o superior hierárquico do autor do acto
ARTIGO 146 ou para o delegante;
(Articulação com o sistema de planeamento) c) Recurso para o órgão que exerça poderes de
superintendência sobre o autor do acto.
1. As competências de investimento público que por lei
ARTIGO 150
sejam atribuídas aos diversos níveis de administração são
exercidas tendo em conta os objectivos e programas de (Fundamentos da impugnação)
acção constantes dos planos de médio e longos prazos e, Salvo disposição em contrário, as reclamações e os recursos
ainda, nos termos dos planos anuais reguladores da actividade podem ter por fundamento a ilegalidade ou a inconveniência
da administração local. da decisão administrativa impugnada.
ARTIGO 151 ARTIGO 153
(Legitimidade) (Recurso hierárquico)
1. Têm legitimidade para reclamar ou recorrer os titulares I. Podem ser objecto de recurso hierárquico todas as
de direitos subjectivos ou interesses legalmente protegidos decisões administrativas de carácter individual, geral ou
que se considerem lesados pela decisão administrativa. colectiva tomadas por órgãos da administração local do
2. Consideram-se dotados de legitimidade para a protecção Estado, sujeitos aos poderes hierárquicos de outros órgãos,
de interesses difusos, isto é de interesses juridicamente desde que a lei não exclua tal possibilidade.
reconhecidos a favor de uma pluralidade de pessoas: 2. O recurso hierárquico é necessário ou facultativo, con-
a) Os particulares ou comunidades a quem a actuação soante a decisão administrativa a impugnar seja ou não
administrativa provoque ou possa previsivelmente insusceptível de recurso contencioso.
provocar prejuízos relevantes em bens fundamen- 3. Ainda que a decisão administrativa de que se interpõe
tais como a saúde pública, a habitação, a educação, recurso hierárquico seja susceptível do recurso contencioso,
o património cultural, o ambiente, a qualidade de tanto a ilegalidade como a inconveniência da decisão tomada
vida, a laicidade, o uso e aproveitamento da terra podem ser apreciados naquele.
e a propriedade; 4. O prazo para a interposição do recurso hierárquico é
b) Os residentes na circunscrição em que se localize de trinta dias, sempre que a lei não estabeleça prazo diferente.
algum bem do domínio público do Estado. 5. O recurso hierárquico facultativo deve ser interposto
3. Para defender os interesses difusos de que sejam titulares dentro do prazo estabelecido para a interposição de recurso
os residentes em determinada circunscrição têm legitimidade contencioso da decisão administrativa em causa.
as associações dedicadas à defesa de tais interesses, as 6. O recurso hierárquico interpõe-se por meio de requeri-
comunidades e os órgãos autárquicos da respectiva área. mento no qual o recorrente deve expor todos os fundamentos
SECÇÃO II do recurso, podendo juntar os documentos que considere
convenientes.
Da reclamação e dos recursos administrativos
7. O recurso é dirigido ao superior hierárquico do autor
ARTIGO 152
da decisão administrativa, salvo se a competência para a
(Reclamação) decisão se encontrar delegada.
1. Pode reclamar-se de qualquer decisão administrativa 8. O requerimento de interposição do recurso pode ser
tomada por órgãos locais do Estado. apresentado ao autor da decisão administrativa ou à autori-
2. Não é possível reclamar da decisão administrativa que dade a quem seja dirigida.
decida a anterior reclamação ou recurso administrativo, salvo 9. O recurso hierárquico necessário suspende a eficácia da
com fundamento em omissão de pronúncia. decisão recorrida, salvo quando a lei disponha em contrário ou
3. A reclamação deve ser apresentada no prazo de vinte quando o autor da decisão considere que a sua não execução
dias a contar: imediata causa grave prejuízo ao interesse público.
a) Da publicação da decisão no Boletim da República 10. O órgão competente para apreciar o recurso pode
ou em qualquer outro periódico oficial, quando a revogar a decisão a que se refere o número anterior, ou
mesma seja obrigatória; tomá-la quando o autor da decisão o não tenha feito.
b) Da notificação do acto, quando esta se tenha efec- 11.
tuado, se a publicação não for obrigatória; eficácia da decisão recorrida.
c) Da data em que o interessado tiver conhecimento da 12. Interposto o recurso, o órgão competente para dele
decisão, nos restantes casos. conhecer deve notificar aqueles que possam ser prejudicados
4. A reclamação da decisão administrativa de que não pela sua procedência para alegarem, no prazo de quinze dias, o
caiba recurso contencioso tem efeito suspensivo, salvo nos que tiverem por conveniente sobre o pedido e seus fundamentos.
casos em que a lei disponha em contrário ou quando o autor 13. Após a notificação a que se refere o número anterior
da decisão considere que a sua não execução imediata causa ou, se a ela não houver lugar, logo que interposto o recurso,
grave prejuízo ao interesse público. começa a correr um prazo de quinze dias dentro do qual o
5. A reclamação da decisão de que caiba recurso conten- autor da decisão recorrida se deve pronunciar sobre o recurso
cioso não tem efeito suspensivo, salvo nos casos em que a e remetê-lo ao órgão competente para dele conhecer.
lei disponha em contrário ou quando o autor da decisão, 14. Quando os contra-interessados não hajam deduzido
oficiosamente ou a pedido dos interessados, considere que a oposição e os elementos constantes do procedimento demons-
execução imediata da decisão causa prejuízos irreparáveis ou trem suficientemente a procedência do recurso, pode o autor
de difícil reparação ao seu destinatário. da decisão recorrida revogar, modificar ou substituir a decisão
6. A suspensão da execução a pedido dos interessados recorrida de acordo com o pedido do recorrente.
deve ser requerida à entidade competente para decidir no 15. O recurso deve ser rejeitado quando:
prazo de cinco dias a contar da data em que o processo lhe a) A decisão administrativa impugnada não seja suscep-
for apresentado. tível de recurso;
7. Na apreciação do pedido verificar-se-á se as provas b) O recorrente careça de legitimidade;
revelam uma probabilidade séria de veracidade dos factos c) O recurso haja sido interposto fora do prazo;
alegados pelos interessados, devendo decretar-se, em caso d) Ocorra qualquer outra causa que obste ao conheci-
afirmativo, a suspensão da execução mento do recurso.
8 O disposto nos números anteriores não prejudica o 16. O órgão competente para conhecer do recurso pode.
pedido de suspensão de eficácia perante o Tribunal Admi- sem sujeição ao pedido do recorrente, salvas as excepções
nistrativo, nos termos da legislação aplicável. previstas na lei, confirmar ou revogar a decisão recorrida, se
9. O prazo para o órgão competente apreciar e decidir a a competência do autor da decisão administrativa não for
reclamação é de vinte dias. exclusiva, pode também modificá-la ou substituí-la.
17. O órgão competente para decidir o recurso pode, se TÍTULO XI
for caso disso, anular todo ou parte, o procedimento admi- Disposições finais e transitórias
nistrativo e determinar a realização de nova instrução ou de
diligências complementares. ARTIGO 157
18. Quando a lei não fixe prazo diferente, o recurso (Delegação de competências vigente no momento da entrada
hierárquico deve ser decidido no prazo de trinta dias contado em vigor do presente Regulamento)
a partir da remessa do procedimento ao órgão competente Salvo disposição legislativa em contrário, os poderes de
para dele conhecer. decisão exercidos à data da entrada em vigor do presente
19. O prazo referido no número anterior é elevado até ao Regulamento, pelos funcionários subordinados da adminis-
máximo de noventa dias quando haja lugar à realização de tração do Estado de qualquer nível ou escalão na província
nova instrução ou de diligências complementares. ou no distrito, quer por virtude de disposições regulamentares,
quer em resultado de delegações directas de competências
20. Decorridos os prazos referidos nos números 18 e 19 aos referidos funcionários, continuarão em vigor, desde que
do presente artigo, sem que haja sido tomada uma decisão, compatíveis com a nova orgânica aprovada e sem prejuízo
considera-se o recurso tacitamente indeferido. de poderem ser avocados pelo Governador Provincial e pelo
Administrador Distrital a todo o tempo mediante despacho.
CAPÍTULO III
ARTIGO 158
Sistemas de monitoria e melhoria
(Processo de transferência de competências)
de desempenho
ARTIGO 154 dos órgãos centrais do Estado para os órgãos locais do
(Dever de informação ao dirigente do órgão locai Estado deve operar-se de forma gradual, de modo a permitir
do Estado) a criação e consolidação dos necessários requisitos de capa-
citação técnica, humana e financeira dos órgãos locais do
1. O dirigente do órgão local do Estado deve ser infor- Estado.
mado pelos seus subordinados, pelos dirigentes dos institutos 2. O financiamento do processo de transferência de com-
públicos, empresas públicas e outras pessoas colectivas de petência a operar nos termos do número anterior é assegurado
direito público que exerçam a sua actividade no respectivo com a observância das seguintes regras:
território de qualquer ocorrência importante no respectivo
a) Sempre que tal se revele necessário, o Orçamento do
território. Estado deve prever a verba necessária para o
2. Os acordos celebrados pelos institutos públicos, empresas exercício das competências a transferir para os
públicas e outras pessoas colectivas de direito público com órgãos locais do Estado;
autarquias locais e ou empresas públicas autárquicas são b) A verba global assim considerada integra a dotação
comunicados ao Governador Provincial. do Orçamento do Estado prevista no n.° 1 do
ARTIGO 155
artigo 55 da Lei n.° 8/2003, de 19 de Maio.
(Relatórios de actividades)
1. O governo local apresenta ao nível superior hierárquico
um relatório mensal, trimestral, semestral e anual de actividade Decreto n.° 12/2005
no qual refere:
de 10 de Junho
A) O grau de execução do plano do Governo e outras
actividades realizadas; Havendo necessidade de garantir o financiamento de
projectos científicos e os projectos de inovação e desenvol-
b) Experiências positivas na solução dos problemas vimento tecnológico, ao abrigo do disposto na alínea f) do
locais contando com iniciativa e participação das n.° 1 do artigo 204 da Constituição da República, o Conselho
populações e da comunidade; de Ministros decreta:
c) Informação sobre as actividades próprias realizadas Artigo 1. É criado o Fundo Nacional de Investigação,
em cumprimento das tarefas nacionais. abreviadamente designado por FNI. e aprovado o seu Estatuto
2. O Ministro que superintendente na função pública e Orgânico, em anexo, que faz parte integrante do presente
na administração local do Estado, o Secretário Permanente Decreto.
Provincial e o Secretário Permanente Distrital analisam os Art. 2. O FNI é um organismo público dotado de perso-
relatórios que lhes são submetidos e elaboram uma síntese nalidade jurídica e autonomia administrativa.
para o Presidente da República e o Conselho de Ministros, Art. 3. São atribuições do FNI:
o Governo Provincial e o Governo Distrital, respectivamente, a) A promoção e fomento da investigação;
mencionando os assuntos que mereçam atenção ou decisão.
b) O financiamento a entidades públicas e outras voca-
ARTIGO 156 cionadas, ou com interesse no desenvolvimento
(Avaliação do desempenho) da investigação, ciência e inovação tecnológica.
Art. 4. O FNI está sob tutela do Ministro da Ciência e
O Governador Provincial manda missões às direcções Tecnologia.
provinciais para avaliar o seu desempenho, o seu modelo
organizacional, a adequação ou correspondência entre as Aprovado pelo Conselho de Ministros, aos 27 de Abril
capacidades existentes dos recursos humanos, materiais e de 2005.
financeiros e adopta as medidas que julgar pertinentes com Publique-se.
vista ao seu melhoramento. A Primeira-Ministra, Luisa Dias Diogo.
Estatuto Orgânico do Fundo Nacional ARTIGO 5
de Investigação (Tutela)
No exercício da tutela sobre o Fundo Nacional de Investi-
CAPITULO I gação, compete ao Ministro da Ciência e Tecnologia:
Natureza, sede, atribuições, objectivos a) Assegurar a legalidade e avaliar o impacto da actuação
e competências do FNI;
b) Definir as orientações estratégicas do FNI;
ARTIGO I
c) Definir os níveis e a qualidade dos programas e pro-
(Natureza, tutela e sede) jectos a financiar;
1. O Fundo Nacional de Investigação, a seguir também d) Definir as grandes orientações sociais, económicas
designado por FNI, é uma instituição pública de âmbito e financeiras do FNI, designadamente as remu-
nacional, dotada de personalidade jurídica e autonomia admi- nerações, os investimentos e as necessidades do
nistrativa. financiamento;
2. O FNI está sob tutela do Ministro da Ciência e Tec- e) Homologar o orçamento e o plano de actividades
nologia. anuais do FNI;
3. O FNI tem a sua sede em Maputo. f ) Aprovar o Regulamento Interno do FNI.
4. O FNI poderá abrir delegações ou outra forma de repre- C A P I T U L O II
sentação em qualquer local do território nacional.
Órgãos de gestão e seu funcionamento
ARTIGO 2
ARTIGO 6
(Atribuições)
(Órgãos)
O Fundo Nacional de Investigação tem como atribuições:
São órgãos do Fundo Nacional de Investigação:
a) Promover a pesquisa científica e inovação tecnológica,
assegurando o fomento e coordenação das inicia- a) O Conselho de Administração;
tivas e actividades que respeitem a ciência e b) A Direcção Executiva.
tecnologia; SECÇÃO I
b) Apoiar financeiramente entidades públicas ou privadas Conselho de Administração
vocacionadas, ou com interesse, no desenvolvimento
da investigação, ciência e inovação tecnológica. ARTIGO 7
ARTIGO 3 (Composição)
(Objectivos) 1. O FNI é administrado por um Conselho de Administração
nomeado pelo Ministro da Ciência e Tecnologia, ouvidos os
Na implementação da política de ciência e tecnologia, que
sectores interessados.
tem como objectivo geral desenvolver um sistema integrado
de produção e de gestão do conhecimento virado para as 2. O Conselho de Administração do FNI tem a seguinte
necessidades nacionais de forma a impulsionar o desenvolvi- composição:
mento sustentável do país, o Fundo Nacional de Investigação a) Um Presidente;
prossegue os seguintes objectivos: b) Um representante do Ministério de Planificação e
a) Orientar a investigação científica segundo as priori- Desenvolvimento;
dades estratégicas do Governo; c) Um representante do Ministério da Ciência e Tec-
b) Financiar e fomentar a execução de programas, pro- nologia;
jectos e acções no domínio da investigação cien- d) Um representante do Ministério das Finanças;
tífica e inovação tecnológica; e) Um representante a designar de entre os Institutos de
c) Criar formas de angariação de receitas próprias. Investigação;
f ) Um representante das Instituições de Ensino Superior;
ARTIGO 4
g) Dois representantes do sector produtivo;
(Competências) h) Dois membros honorários.
Compete ao Fundo Nacional de Investigação: 3. O Presidente do FNI é designado pelo Ministro da
a) Promover a investigação científica e a desenvolvi- Ciência e Tecnologia.
mento tecnológico nacional; 4. Os membros do Conselho de Administração são nomea-
dos por um mandato de três anos, renovável.
b) Avaliar projectos de investigação científica e desen-
volvimento tecnológico; ARTIGO 8
CAPÍTULO IV
Regulamento de Registo e Marcação
Disposições finais de Gado
ARTIGO 1 8
(Pessoal) CAPÍTULO I
O pessoal do FNI rege-se pelo Estatuto Geral dos Fun- Disposições gerais
cionários do Estado. ARTIGO I
ARTIGO 1 9 Objecto e âmbito de aplicação
(Regime d e funções)
O presente Regulamento estabelece as regras para o registo
1. O regime do exercício de funções dos membros do e marcação de gado, em todo o território nacional.
Conselho de Administração e do Director Executivo, nomea-
ARTIGO 2
damente em matéria de remuneração e regalias, será fixado
por despacho conjunto do Ministro da Ciência e Tecnologia Definições
e do Ministro das Finanças. Para efeitos do disposto no presente Regulamento, enten-
2. Poderão ser contratados peio FNI, em regime de pres- de-se por:
tação de serviço, individualidades de reconhecido mérito 1. Autoridade Veterinária - Ministério da Agricultura, atra-
cientifico e profissional, para a execução de estudos ou vés da Direcção Nacional de Pecuária.
trabalhos especializados. 2. Caderneta do Criador - documento comprovativo do
ARTIGO 2 0 registo de propriedade dos animais e das alterações dos
(Contratos-programa) efectivos por classes, no qual consta o número de registo do
criador, emitido e validado pela Autoridade Veterinária.
O Ministro da Ciência e Tecnologia, o Ministro das
3. Criador - qualquer pessoa singular ou colectiva que se
Finanças e o Presidente do Conselho da Administração do
dedique à criação de gado numa exploração pecuária.
FNI estabelecerão Contratos-Programa, com a duração de 3
anos, definindo as obrigações e direitos das partes na concre- 4. Exploração pecuária - actividade desenvolvida num esta-
tização dos objectivos do Fundo Nacional de Investigação. belecimento, construção ou, no caso de criação ao ar livre,
qualquer local onde o gado seja mantido, criado ou manipulado.
ARTIGO 2 1
5. Ferrete - instrumento de ferro que se crava no bovino,
(Regulamento) com símbolos de marcação aprovados.
No prazo de cento e oitenta dias após entrada em vigor 6. Ferro Nacional - marca de identificação para o gado, que
dos presentes Estatutos, o FNI elaborará e submeterá o identifica os animais como pertencendo a criadores registados
Regulamento Interno à aprovação do Ministro que superin- em Moçambique.
tende a área da Ciência e Tecnologia. 7. Ferro Próprio - marca de identificação própria dos pro-
prietários e criadores de gado.
8. Gado - animais domésticos das espécies bovina, bufalina,
arietina, caprina, suína, equina, asinina e seus híbridos.
Decreto n.° 13/2005 9. Gado em trânsito - todo o gado que se movimenta de um
local para outro, dentro do país, a pé, ou usando um meio de
de 10 de Junho transporte rodoviário, ferroviário e marítimo.
O registo e marcação de gado são instrumentos necessários 10. Identificação - conjunto de marcas autorizadas e regis-
para assegurar o controlo de doenças, evitar roubos e prevenir tadas pela Autoridade Veterinária, que permitem o reconhe-
conflitos entre os proprietários e criadores. cimento do gado.
Tornando-se necessário actualizar as normas sobre esta 11. Marca - representação gráfica de símbolos e/ou letras
matéria, e ao abrigo da competência atribuída pela alínea f ) que identificam o País, o criador ou o animal que é marcado.
do n.° 1 do artigo 204 da Constituição da República, o 12. Marcação - acto pelo qual o gado é identificado indi-
Conselho de Ministros decreta: vidualmente, através das formas de marcação previstas no
Artigo 1. É aprovado o Regulamento de Registo e Marcação presente Regulamento.
de Gado, em anexo ao presente Decreto e que dele faz parte 13. Órgãos locais do Estado - entidades definidas pela
integrante. Lei n.° 8/2003, de 19 de Maio.
Art. 2. Compete ao Ministro da Agricultura aprovar normas 14. Proprietário do gado - qualquer pessoa singular ou
complementares que se mostrem necessárias à implementação colectiva, pública ou privada devidamente registada, possui-
do presente Decreto. dora de gado e responsável pela sua exploração.
Art. 3. São revogados os regulamentos e normas anterior- 15. Registo do ferro - documento oficial descrevendo a
mente publicados sobre a matéria. marca que identifica determinado criador.
ARTIGO 3 c) As letras terão a dimensão de 6 cm x 3,5 cm e os sím-
Marca de identificação bolos de 90 cm2;
d) A combinação de letras e símbolos terá a dimensão
1. O gado abrangido pelo presente Regulamento deve
de 100 cm2;
ostentar marcas de identificação,
2. As marcas referidas no número anterior não podem ser e) Os bordos dos ferros devem ser planos, com aberturas
retiradas ou substituídas sem autorização da Autoridade nas letras e nos símbolos de desenho fechado, com
Veterinária. uma espessura máxima de 4 mm.
3. Sempre que uma marca se tenha tornado ilegível ou perdida, 3. Os Conselhos Municipais e outras entidades públicas
aplicar-se-á outra, nos termos do presente artigo. são obrigados a registar o seu ferro e a obter o ferrete para
marcação.
4. As marcas devem ser de um modelo aprovado pela Au-
toridade Veterinária, à prova de falsificação e legíveis durante 4. A Autoridade Veterinária é responsável pelo arquivo dos
toda a vida do animal, não podendo ser atribuídas a mais de um registos de ferretes e pela publicação no Boletim da República,
proprietário ou criador, e concebidas de modo a permanecerem durante o primeiro trimestre de cada ano, dos avisos com a
apostas no animal sem interferirem com o seu bem-estar. reprodução dos ferros registados no ano anterior.
ARTIGO 4
5. A aquisição ou compra de ferretes e a marcação do gado
com ferro próprio são da exclusiva responsabilidade dos pro-
Obrigatoriedade de identificação e registo do ferro
prietários ou criadores.
1. É obrigatória a marcação do gado existente no País com
ARTIGO 7
o ferro nacional e o ferro próprio.
2. O registo de ferro deve estar disponível na exploração Registo colectivo
pecuária e será colocado à disposição da Autoridade Veterinária
sempre que necessário, excepto se o gado estiver em trânsito e Os proprietários ou criadores que pertençam a uma comu-
for apresentada a respectiva licença, nidade local, associação ou cooperativa, podem requerer o registo
de um único ferrete em nome destas.
3. Sempre que se verifique a cessação da actividade da
exploração pecuária, o registo de ferro deverá ser mantido ARTIGO 8
durante o período de três anos após aquela ocorrência.
Processo de registo
ARTIGO 5
1. O registo do ferro faz-se mediante o preenchimento do
Competências da Autoridade Veterinária modelo Z/1, anexo ao presente Regulamento.
1. Para efeitos de aplicação do presente Regulamento, com- 2. O pedido de registo é apresentado aos órgãos locais do
pete à Autoridade Veterinária: Estado responsáveis pela execução do presente Regulamento
a) Instituir os modelos de registo de ferro e da caderneta na área onde o curral do requerente se encontra registado,
do criador; acompanhado do desenho, em tamanho real, do ferro que se
pretende registar.
b) Autorizar os pedidos de registo de ferro;
c) Manter os registos exigidos pelo presente Regulamento; 3. É obrigatória a renovação anual do, registo de ferro,
até ao fim do primeiro semestre de cada ano, o que será
d) Fixar os requisitos técnicos para o licenciamento do feito no acto da actualização da caderneta do criador.
fabrico e venda de ferretes;
e) Aprovar a atribuição, pelos proprietários ou criadores, 4. Os novos proprietários ou criadores devem requerer o
das marcas de identificação às diferentes explora- registo de ferro próprio no prazo de sessenta dias, contados
ções pecuárias; a partir da data de aquisição do gado.
f) Controlar e fiscalizar a aplicação do presente Regu- ARTIGO 9
lamento.
Certificado do registo
2. A Autoridade Veterinária poderá delegar nos órgãos
locais do Estado o exercício das competências fixadas no pre- A Autoridade Veterinária emite, por cada registo efec-
sente Regulamento, estabelecendo para o efeito as necessárias tuado, um certificado de registo, conforme o modelo Z/2
condições. anexo ao presente Regulamento, contra Q pagamento de
250 000,00MT a título de emolumentos.
C A P Í T U L O II
ARTIGO 10
Registo
Registo de transmissão de ferro
ARTIGO 6
M O D E L O Z/1
N°. do Arquivo
1. NOME
2. DOC. DE IDENTIFICAÇÃO_
3. NOME DA EXPLORAÇÃO
4. LOCALIZAÇÃO
5. PROVÍNCIA
6. CONTACTO TELEFONE/E-MAIL
7. COMPROVATIVO DO PAGAMENTO DA TAXA (Anexar)
8. A MARCA SERÁ USADA EM: (Indicar a espécie animal)
1. 2.
3. 4.
10. ASSINATURA
11: DATA / /
PARA USO D A A U T O R I D A D E V E T E R I N Á R I A O U Ó R G Ã O L O C A L D O E S T A D O
M O D E L O Z/2
CERTIFICADO DE REGISTO
Certifica-se que a marca de identificação com o padrão e combinação, como apresentado abaixo, fica
registada para uso em animais de grande porte, animais de pequeno porte e/ou suínos em nome de:
NOME__
(Pode usar qualquer uma das configurações acima citadas sem consultar a Autoridade Veterinária/Órgão
Local do Estado, desde que seja a mesma marca apresentada nas combinações acima).
Horizontal
M O D E L O Z/3
REGISTO DE TRANSMISSÃO
, de 200—
(assinatura)
de 200-—.
(assinatura)
-, aos de de 200—
REPÚBLICA DE M O Ç A M B I Q U E
M O D E L O Z/4
CERTIFICADO DE TRANSMISSÃO
Curral n°
de de 200
(NOME E TITULO)