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Acionamento de Recursos em

Casos de Ocorrências
Ferroviárias

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APRESENTAÇÃO

Caro Aluno Do Curso Técnico Ferroviário, Você esta Recebendo Treinamento sobre
Acionamento de Recursos em casos de Ocorrências Ferroviárias,

SUMÁRIO
INTRODUÇÃO

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CAPÍTULO I
REGULAMENTO PARA ATENDIMENTO ÀS OCORRÊNCIAS
FERROVIÁRIAS (RAOF)
Fluxo de atendimento
Classificação das ocorrências ferroviárias
Plano de Atendimento à Emergência (PAE)

CAPÍTULO I
RESPONSABILIDADES
Chefe de trem
Operador de trem
CCO/CCE/CCM
Dono da ocorrência
Diretor
Analistas
Gerentes
Coordenadores
Supervisores
Engenheiros
Técnico de meio ambiente
Médico do trabalho
Recursos humanos
Outras áreas

CAPÍTULO III
REGRAS GERAIS

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Disposições iniciais
Do pessoal
Da segurança operacional

CAPÍTULO IV
PRINCIPAIS RISCOS NO ATENDIMENTO ÀS OCORRÊNCIAS
FERROVIÁRIAS
Execução de procedimentos
Tipos de ocorrências

CAPÍTULO V
GESTÃO DE OCORRÊNCIAS FERROVIÁRIAS (GOFER)
Navegabilidade

REFERÊNCIAS

GLOSSÁRIO

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INTRODUÇÃO

Caro Aluno, o objetivo do conteúdo desse material é possibilitar o


entendimento sobre as ocorrências ferroviárias, em primeiro lugar você verá os
procedimentos adotados referente a acidentes ferroviários, em seguida você
entenderá as responsabilidades de cada trabalhador em suas respectivas atividades
na ferrovia, descobrirá que a prevenção é a melhor forma de evitar acidentes, e por
fim conhecerá a forma de armazenamentos dos egistros de acidente.
.

5
REGULAMENTO PARA ATENDIMENTO ÁS OCORRENCIAS
FERROVIÁRIAS (RAOF)

O RAOF existe para regulamentar a comunicação, o acionamento e o atendimento às


ocorrências ferroviárias.

Neste capítulo, você estudará como deve ser feito o fluxo de atendimento e a
classificação das ocorrências ferroviárias, além de conhecer também o Plano de
Atendimento à Emergência (PAE).

FLUXO DE ATENDIMENTO

Funcionamento

Todas as ocorrências ferroviárias devem ser comunicadas imediatamente ao Centro


de Controle Operacional (CCO) ou informadas pelo observador via rádio, satélite ou
pelo telefone de emergência disponível 24 horas.

Assim que receber a mensagem, o CCO entrará em contato com o Centro de Controle
de Emergência (CCE) e com o Centro de Controle de Manutenção (CCM), que
realizarão o acionamento, deslocando os responsáveis para o local da ocorrência.

Enquanto as equipes estiverem se deslocando, o coordenador local executará os


primeiros atendimentos, sempre orientado pelo CCE/CCM e pelo dono da ocorrência
(funcionário responsável por todas as ações no atendimento à ocorrência)

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CLASSIFICAÇÃO DAS OCORRENCIAS FERROVIÁRIAS
Classe A
Esse tipo de ocorrência atinge a valoração na matriz de acionamento igual ou
superior a 36 pontos.
São ocorrências com vítima(s) fatal(ais) e/ou em estado grave, envolvendo veículo
ferroviário ou tombamento do trem de passageiros.
ORDEM DE ACIONAMENTO
1 – Atendimento médico.
2 – Gerente de meio ambiente.
3 – Coordenador do trem de passageiros.
4 – Gerente de segurança do trabalho.
5 – Gerente de segurança empresarial.
6 – Gerente de operações/regional.
7 – Engenharia/prevenção de risco. Nota: O coordenador do trem de

8 – Relações com comunidades internacionais. passageiros será acionado somente


em caso de ocorrências com o
9 – Gerente de comunicação.
envolvimento direto do trem de
10 – Diretor(es).
passageiros.
11 – Corpo de bombeiros
12 - Defesa civil.
13 – Concessões e arrendamentos.
14 - Gerente de recursos humanos.
15 – Gerente do CCO.
16 - Gerente de serviços compartilhados.
17 - Gerente de suprimentos.
18 - Gerente de mecânica (SOS).
19 - Gerente de via permanente.
20 – Superior de operações ferroviárias.
21 – Coordenador da CPIA.
22 – Gerente da área jurídica.

Classe B

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Esse tipo de ocorrência atinge a valoração de 26 a 35 pontos na matriz de
acionamento. Os acidentes que fazem parte desse grupo são:
- tombamentos com mais de cinco vagões e/ou locomotiva(s);
- descarrilamento do trem de passageiros;
- vazamento de produtos ou de cargas perigosas;
- contaminação do meio ambiente;
- incêndio ou explosão.
ORDEM DE ACIONAMENTO
1 – Atendimento médico.
2 – Gerente de meio ambiente.
3 – Coordenador do trem de passageiros.

4 – Gerente de operações/regional.
5 – Engenharia/prevenção de risco.
6 – Corpo de bombeiros.
7 – Defesa civil.
8 – Analista de segurança empresarial.
9 – Supervisor de mecânica (SOS).
10 – Analista de comunicação.
11 – Relações com comunidades institucionais.
12 – Supervisor de via permanente.
13 – Supervisor de operações ferroviárias.
14 – Engenheiro de segurança do trabalho.
15 – Concessões e arrendamentos.
16 – Supervisor de eletroeletrônica.
17 – Gerente do CCO.
18 – Gerente de serviços compartilhados.
19 – Analista de suprimentos.
20 – Gerente de área jurídica.
21 – Coordenador da CPIA.
22- Atendimento ao cliente – carga geral.

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A área de meio ambiente deverá ser acionada nessa categoria somente quando
houver envolvimento de produtos perigosos ou quando for solicitada pelo dono da
ocorrência.

Já o coordenador do trem de passageiros será acionado somente no caso de


ocorrências com o envolvimento direto do trem de passageiros.

Atenção: Para as ocorrências A e B, a área de concessões e arrendamentos deve ser


acionada obedecendo ao tempo máximo de uma hora para que não ocorram
implicações com os órgãos fiscalizadores.

Nota: Caso seja classificado pela matriz de acionamento uma situação crítica na
categoria A e B, deverá ser montado o Comitê de Situação Crítica de Campo,
conforme determina a Diretriz Básica de Risco (PGS 0002 CORIG).

Classe C

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Esse tipo de ocorrência atinge a valoração de 16 a 25 pontos na matriz de
acionamento. Os acidentes que fazem parte desse grupo são:

- descarrilamento de mais de cinco vagões e/ou locomotivas sem vazamentos ou


envolvimento de produtos ou de cargas perigosas;
- tombamento de até cinco vagões sem vazamentos ou sem envolvimento de
produtos ou de cargas perigosas.

ORDEM DE ACIONAMENTO
1 – Supervisor de mecânica (SOS).

2 – Supervisor de via permanente.

3 – Supervisor de operações ferroviárias.

4 – Analista de segurança empresarial.

5 – Gerente regional/gerente de operações.

6 – Supervisor de eletroeletrônica.

7 – Engenheiro de segurança do trabalho.

8 – Concessões e arrendamentos.

9 – Serviços compartilhados.

Observação: A área de eletroeletrônica será acionada somente no caso de


ocorrência em trecho sinalizado ou quando for convocada pelo dono da ocorrência.

Classe D

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Esse tipo de ocorrência atinge a valoração de quatro a 16 pontos na matriz de
acionamento. Fazem parte dessa categoria:

 abalroamento e atropelamento de pessoas;


 invasão da faixa de domínio;
 perturbação do tráfego.

ORDEM DE ACIONAMENTO
1 – Analista de segurança empresarial.
2 – Supervisor de operações ferroviárias.
3 – Concessões e arrendamentos.
4 – Analista de relações com comunidades institucionais.
5 – Analista de comunicação.
6 – Supervisor de mecânica.

7 – Supervisor de via permanente.

O analista de relações com comunidades institucionais e o analista de comunicação


serão acionados somente em caso de atropelamento e abalroamento com
envolvimento de terceiros.

ATENÇÃO: Para as categorias C e D, a área de arrendamentos será acionada


conforme critérios descritos no PRO 0003 GAGFA (Comunicação de Ocorrências
Graves à ANTT).

Classe E

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As ocorrências classificadas nessa categoria são as que atingem a menor valoração
na matriz de acionamento, de zero a quatro pontos.

Incidentes e quase acidentes

Para irregularidades, anormalidades e quase acidentes que não requerem operações


de atendimento, os investigadores serão comunicados. Contudo, para as ocorrências
que demandem por operações de atendimento, somente a área responsável será
acionada.

Nesse caso, a área responsável é a dona da ocorrência, podendo solicitar ao


CCE/CCM o acionamento de outras áreas ou de recursos que sejam necessários.

Descarrilamento de até cinco vagões ou descarrilamento de uma locomotiva (sem


vazamento ou envolvimento de produtos ou cargas perigosas)

ORDEM DE ACIONAMENTO
1 – Supervisor de mecânica (SOS).
2 – Supervisor de operações.
3 – Analista de segurança empresarial.
4 – Supervisor de eletroeletrônica.

Nota: é preciso saber que, para situações específicas ou de emergências,


deverá ser acionado o Plano de Atendimento à Emergência (PAE) de cada
ferrovia.

PLANO DE ATENDIMENTO À EMERGÊNCIA (PAE)

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O principal objetivo do PAE é orientar, disciplinar e determinar os procedimentos que
devem ser adotados durante a ocorrência de situações de emergência ao longo da
ferrovia (linha tronco, ramais e pátios), assim como nas instalações fixas, que
tenham potencial para causar repercussões internas e externas às instalações e às
operações ferroviárias.

O PAE define as atribuições e as responsabilidades dos envolvidos, de forma a propiciar as


condições necessárias para o pronto atendimento às emergências, por meio de:

- ações rápidas e seguras;


- medidas integradas e coordenadas;
- minimização de danos às pessoas, ao patrimônio e ao meio ambiente.

Agora que você compreende a importância do RAOF, do PAE e já sabe a classificação


de cada tipo de ocorrência, assim como a ordem de acionamento de cada equipe
responsável, você estudará as responsabilidades e atribuições de cada profissional. É
disso que trata o próximo capítulo!

RESPONSABILIDADES

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Neste capítulo, você conhecerá as responsabilidades de cada funcionário em caso de
acidentes ferroviários. Dessa forma, compreenderá como os representantes e os
responsáveis pela ocorrência devem providenciar os recursos necessários para essa
situação.

CHEFE DE TREM

- Informa ao maquinista e ao coordenador do trem toda e qualquer situação


emergencial a bordo do veículo e solicita a comunicação imediata ao CCO;

- Avalia o cenário externo (descarrilamento, tombamento, vítimas, vazamentos,


incêndio ou risco de explosão, presença de curiosos, rios e lagos próximos ao local
do acidente);

- Desativa as fontes de energia de todos os carros envolvidos ou próximos ao


acidente;

- Verifica a possibilidade de liberar o trem com vagões e passageiros que não


estiverem envolvidos na ocorrência;

- Delega funções e procedimentos a serem tomados pela equipe de bordo;

- Realiza a triagem no trem (quantidade de passageiros envolvidos no acidente,


separando-os por gravidade);

- Retira do trem os passageiros conscientes que não estejam machucados ou que


se encontrem levemente feridos;

- Efetua o atendimento dos passageiros gravemente feridos.

OPERADOR DE TREM

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- Comunica imediatamente a ocorrência ao CCO/CCE/CCM;

- Oferece atendimento à(s) vítima(s) quando necessário;

- Providencia recursos de contenção em caso de vazamentos;

- Não deve fornecer qualquer informação, quaisquer fotos ou filmagens sobre a


empresa para o público externo sem autorização da área de comunicação;

- Não deve explicar o motivo da ocorrência ou querer achar o culpado junto às


pessoas externas à ferrovia;

- Registra e encaminha qualquer manifestação ou solicitação do público externo


para o dono da ocorrência ou coordenador de campo;

- Não concede entrevistas em nome da empresa, mas deve anotar o nome do


jornalista e do veículo que o abordou, repassando as informações para o dono da
ocorrência;

- Deve ter, sob sua responsabilidade, um rádio de comunicação portátil em


perfeitas condições operacionais.

- Verifica as condições dos vagões e das locomotivas, bem como da via


permanente, repassando as informações coletadas ao CCO/CCM/CCE.

ATENÇÃO: Em caso de abalroamento e/ou atropelamento, o operador de trem


somente poderá movimentar a composição ferroviária após a autorização do órgão
de segurança pública ou em caso de emergência.

Nota: o profissional deve ter, sob sua responsabilidade, um rádio de comunicação


portátil em perfeitas condições operacionais.

CCO/CCE/CCM

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Ao ser informado sobre uma ocorrência ferroviária, o operador do CCO deve
comunicá-la imediatamente ao CCE/CCM para, em seguida, reportar a informação ao
gerente do CCO.

O CCE/CCM irá analisar a natureza da ocorrência, conforme as definições e os


conceitos estipulados no Manual de Treinamento em Investigação de Acidentes
Ferroviários (MT – 0801 – GEOPT) e preencher a matriz de acionamentos.

Após identificar e classificar a ocorrência, o CCE/CCM realizará os acionamentos


internos e externos, conforme a ordem de prioridade estudada no capítulo anterior.

Nota: Cabe ao CCE/CCM ser objetivo ao comunicar a ocorrência para que a equipe
de emergência desenvolva as ações imediatas.

Obs: Quando solicitado pelo dono da ocorrência, o CCE/CCM deve informar ao


plantonista de suprimentos/financeiro as demandas de compras e contratações
necessárias. Em caso de vítimas, o CCE/CCM deve priorizar o atendimento médico.

O operador do CCE/CCM deve possuir as seguintes informações:

- data, hora e local da ocorrência;

- classificação da ocorrência com descrição do cenário (matriz de acionamentos);

- nome e telefone dos responsáveis por cada área, com seus respectivos trechos
de atendimento;

- telefone do corpo de bombeiros, defesa civil, órgãos ambientais, socorro médico


e socorro ferroviário.

Após reportar todas as informações aos responsáveis e realizar os acionamentos


necessários, o CCO/CCE deve registrar as informações iniciais e complementares no
Sistema de Gestão de Ocorrência Ferroviária (GOFER).

DONO DA OCORRÊNCIA

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- Coordena todas as atividades necessárias para atingir o controle da situação de
emergência, permitindo a atuação integrada e organizada de diferentes equipes;

- Preenche a matriz de relevância conforme as Diretrizes Básicas de Prevenção de


Risco (PGS 002 – CORIG) e, se for o caso, aciona o comitê de situações críticas;

- Solicita ao CCE/CCM todos os recursos que sejam necessários para a


regularização da ocorrência, como materiais e equipamentos;

- Mantém o diretor e o CCE informados sobre o atendimento à ocorrência;

- Atende às demandas de órgãos públicos;

- Providência água, alimentação e banheiros químicos;

- Avalia a possibilidade de execução de outros serviços em função das grandes


paralisações, como troca de pontes e remodelações;

- Providencia a remoção de vítimas, solicitando o acionamento de ambulâncias


e/ou qualquer outro veículo que possibilite a remoção do acidentado com
segurança;

- Informa à imprensa sobre os fatos relacionados à emergência com o suporte da


gerência de comunicação;

- Solicita à gestão econômica a abertura do centro de custo especial para o débito


das despesas no atendimento;

- Passa a coordenação da emergência para a defesa civil e/ou para o corpo de


bombeiros, ficando responsável pelas atividades específicas da ferrovia, de forma
a orientar as ações operacionais;

- Solicita o boletim meteorológico para o local da ocorrência;

- Comunica às pessoas presentes e ao CCE sobre o término da emergência;

- Solicita a Comissão Permanente de Investigação de Acidente e acompanha a


avaliação das causas da ocorrência, devendo ser indicadas medidas preventivas e
corretivas;

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- Informa ao CCO as condições necessárias para liberação da circulação
ferroviária.

DIRETOR

- Designa o Comitê de Situações Críticas quando necessário (PGS 002 CORIG);

- Integra o Comitê de Situações Críticas Departamental;

- Mantém o diretor executivo e as outras áreas da empresa informadas sobre a


ocorrência e as ações de resposta;

- Aciona os recursos externos para o atendimento à emergência.

ANALISTA

Analista de segurança empresarial

- Executa o isolamento da área;

- Controla o acesso das pessoas envolvidas no acidente, conforme determinação -


o dono da ocorrência;

- Mantém a integridade física dos empregados e da carga;

- Providencia a segurança do local da ocorrência e dos vagões acidentados;

- Registra o local com fotos;

- Encaminha as vítimas ao hospital;

- Solicita auxílio técnico de outras áreas;

- Monitora as comunidades vizinhas durante o atendimento e informa ao dono da


ocorrência sobre qualquer anormalidade;

- Aciona recursos externos, como o Instituto de Criminalística (perícia técnica),


Instituto Médico Legal (IML) e a delegacia de polícia local;

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- Aciona a Polícia Militar quando necessário;

- Verifica a existência de rios, lagos, córregos e esgotos, isolando a área e a


população presente, em ocorrências com vazamento de carga ou combustível da
locomotiva;

- Elabora um relatório no final de cada ocorrência e envia para o gerente


competente anexá-lo ao GOFER.

Observação: Havendo indícios de vandalismo ou de sabotagem na ferrovia, o


analista de segurança empresarial deve captar testemunhas e atuar junto aos
investigadores da ocorrência. Ao longo desse trabalho, mantém contato direto com a
área jurídica da empresa.

Em caso de acidentes com vítima(s) fatal(is), o analista e/ou técnico


de segurança empresarial deve investigar a vida pregressa da vítima
nas 48 horas anteriores à fatalidade, analisando se a mesma
apresentará:

- vício em bebidas ou drogas;

- doença mental;

- deficiência física;

- intenções de suicídio.

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Analista de comunicação

- Comunica a ocorrência à gerência de comunicação após ser informado pelo


CCE/CCM ou pelo dono da ocorrência;

- Apura todas as informações sobre o ocorrido, alinhando dados com a gerência


de concessões e arrendamentos, compartilhando-as com o assessor de imprensa
e com a comunicação interna do corredor;

- Analisa em qual categoria se enquadra o acidente e quais são os riscos para a


imagem empresarial;

- Valida o planejamento de ação com o gerente de comunicação;

- Orienta o dono da ocorrência, bem como os porta-vozes e os gestores, sobre os


procedimentos de comunicação com o público interessado;

- Divulga o posicionamento da empresa em relação à ocorrência para o público


interno e para a comunidade;

- Acompanha entrevistas, reportando-as à assessoria de imprensa;

- Prepara os planejamentos e as ações de comunicação.

Analista de relações com comunidades

Caso não seja necessária a presença do analista de RC (Relações com Comunidades)


no local da ocorrência, o mesmo deve manter-se informado pelo CCE/CCM ou pelo
dono da ocorrência sobre as informações repassadas à comunidade e ao Poder
Público local.

Conforme a repercussão da ocorrência na localidade, o analista de RC deve apoiar o


dono da ocorrência nas definições dos problemas, registrando ações de
aprendizagem para as novas ocorrências.

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Estando no local da ocorrência, o analista deve:

- manter o coordenador de RC e a assessoria de imprensa da sede bem


informados e constantemente atualizados sobre o impacto da ocorrência na
comunidade, bem como a sua repercussão;

- manter a comunidade e os órgãos públicos informados sobre o andamento das


operações, bem como a liberação da via, evitando a disseminação de boatos. Esse
discurso deve ser alinhado junto ao dono da ocorrência;

- analisar e autorizar a presença de representantes da comunidade que queiram ir


ao local da ocorrência;

- colaborar, quando necessário, com a segurança empresarial, mediando conflitos


e manifestações por parte da comunidade local;

- fazer um relatório diário dos atendimentos à comunidade para o registro da


gerência.

GERENTES

Gerente da área de operações/regional

- Libera a circulação ferroviária, com base no trabalho da área de via permanente,


mecânica e de operações.

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Gerente de meio ambiente

- Solicita ao CCE o acionamento dos órgãos ambientais, conforme procedimento e


formulários específicos, acompanhando-os em todas as operações;

- Aciona as bases de emergência e/ou o analista/técnico de meio ambiente e


solicita o seu deslocamento até o local do acidente;

- Aciona a empresa especializada em emergências com produtos perigosos, bem


como os coordenadores de brigadas;

- Define, junto aos coordenadores da brigada e da empresa especializada, as


ações emergenciais apropriadas à gravidade do acidente;

- Realiza reuniões com líderes comunitários e com órgãos competentes, em


conjunto com a comunicação empresarial;

- Emite um relatório sobre o acidente com o apoio da empresa especializada e dos


coordenadores de brigadas. Esse relatório contém todas as informações
relevantes ao atendimento, bem como as possíveis ações preventivas e
corretivas.

Gerente de comunicação

- Define o fluxo de informação que será divulgado para o público interno e


externo;

- Convoca, quando necessário, a presença do analista de comunicação no local


do acidente;

- Indica quem será o representante da comunicação que participará do Comitê


de Gerenciamento de Crise;

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Existem ainda as atribuições desenvolvidas pela equipe de assessoria
de imprensa, que fica responsável por:

- monitorar as informações referentes à ocorrência, sempre concentrando a


apuração no dono do acidente;

- produzir um parecer referente ao posicionamento da empresa sobre a


ocorrência, aprovando-o previamente com as instâncias responsáveis, de forma a
definir a estratégia de divulgação;

- atender os veículos de comunicação, autorizando e preparando os porta-vozes


para as entrevistas;

- monitorar a mídia com a finalidade de captar as repercussões da ocorrência,


mantendo a gerência de comunicação atualizada;

- realizar uma avaliação final sobre o ocorrido, apontando ações de


aprendizagem, de forma a propiciar uma atuação melhor em novas ocorrências;

- preparar um relatório para o arquivo.

Gerente de mecânica/manutenção e da via permanente

- Disponibiliza os recursos humanos;

- Garante que todos os materiais e os equipamentos solicitados cheguem ao local


da ocorrência;

- Coordena o trabalho da mecânica;

- Coordena o trabalho da via permanente

- Informa ao dono da ocorrência o prazo para a retirada do material rodante


acidentado.

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COORDENADORES

Coordenador local

- Coordena todas as atividades e atribuições do dono da ocorrência até que o


mesmo se apresente no local do acidente;

- Mantém contato permanente com o dono do acidente e com os integrantes das


equipes de emergência, permitindo a operacionalização de medidas de controle e
de apoio à ocorrência.

Coordenador de relações com comunidades/institucionais

- Comunica o ocorrido à gerência de RC e ao analista de RC da região, após ser


informado sobre o acidente pelo CCE/CCM.

Nota: Quando a ocorrência atingir repercussão nacional, conforme PGS 002 CORIG,
um representante da gerência de relações comunitárias integrará o Comitê de Gestão
de Situações Críticas, caso contrário, deve-se analisar essa necessidade.

Coordenador do comitê de situações críticas

- Exerce a função de coordenador do comitê nas atividades operacionais de


campo, realizando a mediação entre o Comitê de Campo e os demais comitês
corporativos, assim como entre a empresa e os atores externos;

- Mantém um canal de comunicação permanente com os responsáveis pelo


atendimento e pelo plano de contingência de cada área, centralizando todas as
informações relacionadas à ocorrência;

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- Reporta a evolução do caso à secretaria geral da presidência e/ou às diretorias
da empresa;

- Define a estratégia de atuação e de comunicação em relação à ocorrência;

- Acompanha e prevê as possíveis reações de cada público;

- Define um responsável para atender os meios de comunicação;

- Monitora os noticiários impresso e eletrônico;

- Comunica a previsão de normalização dos negócios afetados;

- Elabora comunicados para o público interessado no início da ocorrência, durante


e após a normalização da situação crítica (comunidade, empregados, autoridades,
clientes, acionistas, familiares, órgãos públicos);

- Realiza uma análise após a situação crítica.

Coordenador do trem de passageiros

- Orienta e coordena as ações e as equipes de emergência;

- Mantém a comunicação com o CCE, definindo as necessidades de apoio externo


e- interno;

- Propõe medidas preventivas e corretivas ao atendimento;

- Define um substituto para atuar em sua ausência;

- Compartilha as informações relativas ao acidente com o gerente geral e o diretor


da unidade;

- Não fornece qualquer informação sobre a empresa para o público externo sem
autorização da assessoria de imprensa;

- Orienta e auxilia o coordenador de campo na ocorrência;

- Requisita ao CCE/CCM a contratação de equipamentos especiais, assim como


solicita recursos externos.

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Coordenador (CPIA)

O coordenador da Comissão Permanente de Investigação de Acidentes (CPIA)


garante o processo de investigação no local do acidente junto ao trabalho de
atendimento às ocorrências, objetivando a eficácia na identificação de causas e a
liberação do trecho.

Nota: Os procedimentos referentes à investigação de causa das ocorrências


ferroviárias devem seguir os critérios estabelecidos no MT 0801 GEOPT. É de
responsabilidade da CPIA definir os membros que integrarão a comissão de
investigação, conforme a classe das ocorrências.

supervisores

Supervisor de operação

- Planeja junto ao Centro de Escala o fornecimento ou a troca de equipagens para


atender à ocorrência;

- Executa a investigação da ocorrência, conforme o Manual de Treinamento 0801


GEOPT;

- Solicita ao CCE o envio de locomotivas, caso haja requerimento por parte do


dono da ocorrência;

- Orienta a formação do trem de socorro em caso de descarrilamento ou de


tombamento de locomotivas, de vagões, vazamento, incêndio ou explosão;

- Comunica a ocorrência ao gerente de operações ou a quem julgar necessário.

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Supervisor da manutenção mecânica

- Aciona a equipe necessária para o atendimento após ser informado pelo


CCE/CCM sobre a ocorrência ferroviária;

- Controla a utilização dos equipamentos e das ferramentas, assim como


providencia a retirada do material rodante acidentado da via;

- Define e informa o modo de atendimento ao plantonista ou ao supervisor da


oficina mais próxima do local da ocorrência;

- Solicita ao supervisor de operação o envio de locomotivas quando for


necessário;

- Verifica e providencia a iluminação para o local da ocorrência;

- Comunica a ocorrência ao gerente da área de manutenção.

Supervisor da via permanente

- Coordena ou delega ao técnico responsável a utilização e o manuseio dos


equipamentos e das ferramentas;

- Coordena ou delega ao técnico responsável os serviços de reparação da via;

- Apóia a equipe mecânica na retirada do material rodante da via sob a


coordenação do supervisor de mecânica e informa ao dono da ocorrência o prazo
para liberação da via;

- Disponibiliza os recursos humanos e os de via permanente;

- Garante que todos os materiais e os equipamentos solicitados da via


permanente cheguem ao local da ocorrência;

27
- Coordena ou delega ao técnico responsável a coleta de dados para o
preenchimento do checklist de investigação de ocorrências da via permanente;

- Providencia a sinalização gráfica auxiliar em caso de ocorrência em linha dupla


ou em pátios, garantindo a integridade dos atendedores;

- Informa todas as operações e os acionamentos ao CCE;

- Nomeia um representante e informa ao CCE o novo contato, caso esteja


impossibilitado de se deslocar para o local da ocorrência.

Nota: O supervisor da via permanente está sempre atualizado sobre o estado dos
acessos rodoviários, bem como sobre a conservação da via.

ENGENHEIROS

Engenheiro de prevenção de risco

- Estabelece, em nível estratégico, as diretrizes para o gerenciamento e a


execução das ações, incluindo as ações preparatórias das diversas áreas de
atendimento;

- Assume, por determinação da diretoria, o posto de dono da ocorrência,


acionando e coordenando o comitê de situações críticas de campo.

Engenheiro de segurança do trabalho

- Comunica a ocorrência, quando necessário, ao médico do trabalho;

- Avalia, com o dono da ocorrência, a necessidade de providenciar mais


recursos para o local da ocorrência;

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- Garante que todos os envolvidos no atendimento à ocorrência estejam
utilizando os equipamentos de proteção individual (EPI) indicados, de acordo
com o risco e a exposição das tarefas;

- Estabelece uma rota de fuga para os empregados em caso de sinistro no


atendimento, dando conhecimento a todos sobre a rota estabelecida;

- Presta auxílio no preenchimento das Análises Preliminares de Tarefas (APTs).

Nota: Em ocorrências com vítimas, exceto abalroamentos e atropelamentos, o


engenheiro de segurança deve acionar o atendimento de emergência, providenciando
o deslocamento da vítima para o hospital mais próximo.

Obs: Em caso de vítimas graves ou fatais, o médico ou o enfermeiro do trabalho que


deverão ser acionados.

TÉCNICO DE MEIO AMBIENTE

- Avalia as áreas afetadas pela ocorrência, levando em conta o impacto sobre os


diferentes meios: físicos, bióticos e antrópicos;

- Mantém o gerente de meio ambiente informado sobre a ocorrência;

- Acompanha as ações de atendimento à emergência, visando minimizar os


impactos ambientais;

- Coordena e acompanha a implementação de medidas para a recuperação das


áreas afetadas;

- Orienta e acompanha a destinação dos resíduos gerados durante a emergência;

- Emite um relatório final do acidente com a supervisão do gerente de meio


ambiente, contendo as informações relevantes ao atendimento e identificando
possíveis ações preventivas e corretivas.

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MÉDICO DO TRABALHO

- Aciona o atendimento de emergência;

- Providencia o deslocamento da vítima para o hospital mais próximo (SUS ou


outro hospital credenciado pelo plano de saúde corporativo);

- Auxilia, quando necessário, os procedimentos para liberação do corpo;

- Aciona o contato com a família do acidentado em ocorrências com vítima fatal.

RECURSOS HUMANOS

- Providencia informações (dados pessoais e funcionais) relacionadas ao(s)


empregado(s) da CVRD/FCA envolvido(s) na ocorrência;

- Providencia, encaminha e acompanha os processos de seguro de vida, de acordo


com o perfil de sinistralidade;

- Providencia os documentos e/ou informações trabalhistas, de forma a atender às


solicitações de órgãos internos e externos, conforme determinação do dono da
ocorrência.

OUTRAS ÁREAS

Eletroeletrônica

- Garante os materiais, os equipamentos e os instrumentos necessários ao


atendimento da ocorrência;

- Coordena ou delega ao técnico responsável a utilização dos equipamentos e das


ferramentas;

- Coordena ou delega ao técnico responsável os serviços de iluminação no local da


ocorrência;

30
- Analisa a localização de máquinas perto da rede de alimentação elétrica e
efetua, quando necessário, o corte de alimentação e o isolamento da área de
trabalho;

- Coordena a coleta de dados para o preenchimento do checklist de investigação


da ocorrência eletroeletrônica;

- Informa ao dono da ocorrência o prazo para o isolamento e o restabelecimento


da área;

- Orienta as equipes de mecânica e da via permanente, a fim de preservar os


equipamentos de sinalização e de telecomunicações de campo (cabos de controle,
cabos de comunicação, máquinas de chave, componentes de hot box/hot wheel,
cabo óptico, antenas VHF/UHF etc.);

- Providencia os recursos necessários para o restabelecimento da


sinalização/comunicação, respeitando padrões de qualidade e segurança.

Área de concessões e arrendamentos

Ao ser acionado pelo CCE/CCM, o responsável pela área de concessões e


arrendamentos da logística (GACFA) deverá analisar, em até uma hora após a
ocorrência, se ela se enquadra dentro da classificação como uma ocorrência grave.

Em caso afirmativo, a GACFA deverá comunicar o ocorrido à Agência Nacional de


Transportes Terrestres (ANTT), dentro do prazo estabelecido no PRO.

Nota: Tal classificação está prevista na resolução 1431 da ANTT.

31
Área de suprimentos

Após ser informado pelo CCE/CCM sobre a necessidade de compras de material e de


serviços, o gerente de suprimentos da localidade designará um analista para
acompanhar, distribuir e garantir que todas as contratações ocorram no menor
tempo possível.

Obs: Para que não ocorra nenhum problema, cabe ao dono da ocorrência designar
um responsável pela emissão das requisições, de forma a orientar a área de
suprimentos com todas as informações necessárias.

Por essa razão, o analista de suprimentos deve elaborar uma planilha de


acompanhamento e de controle das contratações, contendo as seguintes
informações:

- objeto;

- fornecedor;

- valor total;

- prazo de vigência.

Em seguida, o analista de suprimentos deve encaminhar a planilha ao dono da


ocorrência e à área de gestão econômica.

32
Área de serviços compartilhados

Após ser informado pelo CCE/CCM ou pelo dono da ocorrência sobre a necessidade
de contratação de serviços e/ou aluguel de equipamentos, o analista de serviços
deve acionar os responsáveis de sua área, bem como os responsáveis pela área do
trecho da ocorrência.

Para firmar contrato com fornecedores próximos ao local da ocorrência, basta apenas
que a área de serviços compartilhados emita uma ordem de serviço.

Quando não houver contrato firmado com nenhum fornecedor, a área de suprimentos
irá negociar os mesmos conforme a demanda, prestando todas as informações
necessárias à área de gestão econômica.

Por fim, a área de gestão econômica e/ou o dono da ocorrência enviará um relatório
final para a gerência de operações/regional e o diretor.

Serviço de atendimento ao cliente (SAC)

- Identifica os dados relativos à ocorrência (data/hora, trem, local, produto,


cliente, vagões envolvidos e natureza do acidente);

- Verifica se existe vazamento em caso de produtos perigosos;

- Identifica os clientes envolvidos, verificando quais as pessoas que deverão ser


avisadas.

33
Nas ocorrências ferroviárias com impactos na circulação, o SAC entra
em comunicação com o gerente do atendimento, os coordenadores do
atendimento e os gerentes de conta para:

- definir junto ao gerente de atendimento o tipo de comunicação (formal ou


informal);

- fazer o primeiro contato com o(s) cliente(s) via telefone;

- efetuar o registro no Programa de Atendimento ao Cliente (PAC);

- efetuar o registro no PAC da manifestação receptiva e direcionar para a área


resolvedora (AR) COM – Seguros e Indenizações FCA, ou, COM – Seguros e
Indenizações;

- acompanhar a solução da manifestação receptiva;

- monitorar junto ao CCE/CCM a previsão de liberação do trecho;

- manter os clientes informados sobre a evolução dos trabalhos de socorro;

- definir prioridades de circulação para as cargas em situações críticas, junto ao


PPC.

Área jurídica

- Coordena o conjunto de medidas a serem tomadas junto aos órgãos judiciais;

- Atua como canal de comunicação junto ao Ministério Público e ao Poder Judiciário,


em conjunto com a área de segurança patrimonial;

- Assessora os representantes da empresa nos inquéritos e nos processos judiciais


e/ou administrativos instalados por conta da ocorrência com danos ambientais.

34
Área de informática

- Identifica as necessidades de recursos de informática (impressoras, micros e


redes locais);

- Providencia a instalação e garante o seu perfeito funcionamento;

- Recolhe os recursos após serem liberados pelo dono da ocorrência.

REGRAS GERAIS

São regras, normas e procedimentos específicos determinados pela Vale, a fim de


garantir a segurança de todos os envolvidos no atendimento às ocorrências
ferroviárias.

Por essa razão, neste capítulo, você conhecerá algumas disposições relativas a essas
regras, entre elas questões de pessoal e de segurança operacional.

DISPOSIÇÕES INICIAIS

Todas e quaisquer áreas acionadas pelo dono da ocorrência deverão atender às


solicitações de imediato, mesmo que não estejam descritas neste estudo.

O profissional acionado deve, em todos os tipos de atendimento às ocorrências,


concentrar todas as informações em uma fonte única (dono da ocorrência) para
evitar informações incompletas e/ou distorcidas.

É de responsabilidade do dono da ocorrência definir todas as operações de


atendimento, bem como a ordem de atuação das áreas, não sendo permitido a
nenhuma área o descumprimento da orientação do dono da ocorrência.

Obs: Para todas as ocorrências na categoria A, o atendimento deve ser imediato,


porém, para as ocorrências na categoria B, fica a critério do dono da ocorrência
definir a prioridade do atendimento, respeitando as regulamentações dos órgãos
fiscalizadores.

35
Uma ocorrência será considerada encerrada quando a via de circulação estiver
liberada, com ou sem restrição, desde que não ofereça nenhum risco às operações.

Os resíduos deixados por uma ocorrência na via ficam sob a responsabilidade dos
gerentes de operações, gerentes regionais e gerentes de manutenção, que deverão
estipular a programação da sua retirada, sendo estabelecido o prazo máximo de 120
dias.

A gerência responsável pela ocorrência deverá envolver as demais áreas, a fim de


possibilitar o devido cumprimento dentro desse prazo.

Nota: Cada área define o seu esquema de acionamento interno, plantão noturno,
feriado e finais de semana. Por isso, cada departamento deve se organizar, a fim de
poder se deslocar para o local da ocorrência em no máximo uma hora, após serem
acionados pelo CCE/CCM.

Identificação dos atendimentos

Com a finalidade de otimizar a gestão de atendimento às ocorrências ferroviárias, a


Vale organizou por cores as diferentes áreas de atuação da empresa, facilitando a
identificação de cada profissional responsável pelo atendimento ferroviário.

- Mecânica: tarja marrom no capacete;

- Via permanente: tarja laranja no capacete;

- Operações:tarja amarela no capacete;

- Segurança empresarial: tarja cinza no capacete;

- Brigadas: tarja vermelha no capacete;

- Meio ambiente: tarja verde no capacete.

Nota: O dono da ocorrência será sempre identificado por um colete refletivo,


padronizado pela diretoria.

36
DO PESSOAL

Todo trabalho deve ser realizado com segurança. Sendo assim, nenhum
acontecimento emergencial poderá ser invocado para justificar o não cumprimento
dos procedimentos de segurança do trabalho.

Todos os profissionais presentes na área da ocorrência devem avaliar e analisar os


perigos do local, bem como das áreas ao redor do acidente.

Nota: Caberá ao dono da ocorrência propiciar aos empregados e aos profissionais


terceirizados a prática desses meios e a devida utilização dos recursos.

Ainda assim, será assegurado a qualquer empregado o direito de questionar a


realização de tarefas em que as medidas de segurança não estejam sendo
satisfatórias. Nessa situação, cabe ao funcionário recorrer diretamente ao seu
supervisor.

Obs: Todos os empregados devem conhecer o telefone de emergência (CCE/CCM)


de sua unidade. O uso indevido do mesmo será passível de aplicação de medida
disciplinar.

DA SEGURANÇA NACIONAL

É obrigatório o uso dos equipamentos de proteção individual (EPIs). A falta de


atenção em relação ao cumprimento dessa norma será considerada uma falta grave e
sem atenuantes.

Ao observar qualquer anormalidade ou falta de equipamento, o empregado deve


solicitar imediatamente a recomposição do mesmo com o seu superior.

Todo operador, ao assumir o trem, deve observar com atenção, antes de iniciar a
viagem, as fichas de emergência dos produtos que estarão sendo transportados, bem
como a bolsa de ferramentas completa com os recursos dentro do prazo de validade.

37
PRINCIPAIS RISCOS NO ATENDIMENTO ÀS OCORRÊNCIAS
FERROVIÁRIAS

Neste capítulo, você conhecerá os riscos que podem ocorrer durante a execução dos
procedimentos ferroviários, bem como alguns tipos de ocorrências na via.

EXECUÇÃO DE PROCEDIMENTOS

Descarregar dormente no local a ser substituído

Dentre os principais riscos para a realização dessa tarefa, deve-se atentar


para:

- aprisionamentos de mãos e de dedos;

- esforço excessivo;

- desmoronamentos que possam ocorrer nas descargas;

- proibição no transporte dos empregados sobre as plataformas e sobre os


vagões, exceto durante o processo de descarga.

Levantar grade

Antes de iniciar o trabalho, o profissional deve verificar as condições do equipamento


e conversar com os ajudantes, a fim de explicar como serão as atividades,
certificando-se do entendimento e cumprimento das ordens.

Os ajudantes devem executar o calçamento dos dormentes somente com a


permissão do operador, evitando a utilização do equipamento para fazer
deslocamentos. Deve-se ter cuidado com a postura ao preencher os espaços vazios
caso a tarefa seja prolongada.

38
Soldagem

Mantenha-se sempre afastado do raio da projeção da marreta utilizada pelo outro


empregado e atente para a posição ergonômica correta.

Nos serviços de montagem e desmontagem de juntas, há riscos de:

- aprisionamento de membros;

- projeção de partículas;

- esforço excessivo;

- quedas.

Rebarbar solda

Há riscos de queimaduras no momento da colocação e da retirada do maçarico.

Havendo a necessidade de utilização da marreta e da corta quente, os profissionais


devem estar afastados do raio de projeção da ferramenta, devido à possibilidade de
projeção de partículas que possam sair no impacto do corte.

39
Esmerilhar solda

Para usar as máquinas esmerilhadoras elétricas, é necessário que o trabalhador


conheça a rotação máxima do esmeril, utilizando a devida voltagem, que vai de 110
V a 220 V.

É proibido realizar a troca do esmeril ou consertar qualquer parte do equipamento


sem desligar a eletricidade da ferramenta.

Vale ressaltar que os principais riscos na utilização da máquina esmerilhadeira estão


relacionados à projeção de partículas incandescentes oriundas do esmeril.

Por esse motivo, cometer erros no manuseio do equipamento pode expor o


profissional ao risco de queimaduras. Portanto, o uso dos EPIs é a principal forma de
prevenção.

OBS: Recomenda-se que o profissional faça intervalos para descanso ou para


substituição do operador caso o tempo de esmerilhamento ultrapasse 20 minutos,
conforme o tempo de execução dessa tarefa, a postura incorreta do empregado pode
trazer problemas ergonômicos (dores lombares).

Colocar fixações e fazer socaria

Ao realizar a aplicação de grampos, pregos e/ou retensores, os empregados devem


manter-se afastados do raio de projeção da marreta utilizada por outro empregado,
bem como interromper a sua atividade caso seja constatada a presença de outro
empregado próximo ao raio de sua ferramenta.

Ao executar o aperto de tirefonds, o profissional deve verificar se a chave está em


boas condições e não fazer esforço excessivo.

40
Nos serviços relativos à retirada das cunhas ou dos cavaletes e à colocação
das placas de apoio, podem ocorrem:

- risco de aprisionamento dos membros;

- projeção de partículas;

- esforço excessivo e quedas.

Corte de aço utilizando maçarico ou policorte

Ao executar a tarefa de cortes utilizando o maçarico, o profissional deve estar atento


para que os trilhos não estejam com tensões devido ao cenário do acidente
(empenados, vagões forçando os trilhos e flambagem de grade), acarretando um
chicoteamento, o que poderá resultar em acidentes pessoais.

Nas peças do material rodante, o empregado deve verificar, no momento do


corte, a existência de:

- tensões que possam agravar o atendimento;

- utilização do maçarico ou de equipamentos abrasivos;

- vagões que contenham produtos inflamáveis;

41
Operar guindastes com motor a diesel

Antes de iniciar as atividades, devem ser inspecionados os cabos de aço das


máquinas, bem como os acessórios de içamento de descarga, verificando o perfeito
nivelamento da máquina nos níveis existentes na cabine.

A carga não pode ser arrastada para fora do raio de operação da máquina, assim
como não deve ultrapassar os limites indicados no diagrama de capacidade do
guindaste.

Sempre que for necessário pegar o cabo de alimentação energizado, o profissional


deve usar as luvas para alta tensão.

Subir lança/torre de guindastes

O operador do guindaste deve desligar a alimentação do cabo elétrico do moitão


antes de conectar ou desconectar o plug. Durante o levantamento da torre, a barra
de compressão tem que ser abaixada em intervalos de tempo para que não ocorra
sobrecarga no guincho auxiliar.

Nota: Nas operações com equipamentos especiais, tais como guindastes


ferroviários/rodoviários, o local deverá ser isolado, permanecendo somente as
pessoas envolvidas na operação.

42
Transferir líqüidos pelo domo em vagão tanque acidentado

Nesse tipo de operação, deve-se atentar para:

- manobrar no pátio;

- evitar a produção de faíscas, utilizando ferramentas antifaiscantes;

- observar solado de calçado, evitando a presença de pregos e de pedregulhos;

- monitorar a mediação de concentração de gases durante a execução da tarefa.

Abastecer carro gerador no trem de socorro

O trem de socorro não deve ser movimentado durante essa operação. Deve-se evitar
a presença de pregos e de pedregulhos, bem como manter os extintores de incêndios
a postos.

Deslocar cargas com tração de locomotivas, tratores e outros

O cabo de aço utilizado para ligar o veículo trator ao objeto tracionado deve ser
inspecionado antes de sua utilização. Ele não pode conter defeitos ou marcas que o
comprometam.

Além disso, toda área entre o veículo trator e o objeto tracionado deve ser isolada. O
operador do veículo de tração deve sempre sinalizar aos demais quando for começar
a puxar o objeto, preferencialmente com um sinal sonoro (buzina).

Obs: Esse sinal deve ser combinado com todas as pessoas presentes antes de o
trabalho ser iniciado.

43
Locomover-se ao longo do trecho com material rodante acidentado

Caso haja barrancos ou cortes, haverá sempre o risco de pequenos deslizes de terra.
Por isso, a locomoção deve ser cuidadosa, obervando a presença de bueiros e de
buracos.

O profissional deve ter a consciência de nunca transportar qualquer tipo de carga que
o impeça de visualizar o chão. Deve ser observado também a presença de barras de
detectores de descarrilamento na linha para que não haja o risco de tropeços ou de
topadas.

Passar entre dois veículos acidentados

Sempre que houver a necessidade de passar entre dois veículos acidentados, o


profissional deve observar as extremidades dos veículos, pois haverá riscos de cortes
e de arranhões devido às pontas metálicas expostas.

Caso haja pessoas trabalhando e movimentando esses veículos, elas devem ser
avisadas de que haverá alguém cruzando a via para que paralisem a movimentação
do veículo durante o seu cruzamento.

Locomover-se à noite próximo ao local da ocorrência

44
Deve ser utilizada sempre uma lanterna caso o local não esteja devidamente
iluminado.

Quando algum veículo ferroviário estiver se aproximando, é importante apontar a


lanterna em direção ao carro algumas vezes, de forma a demonstrar a presença de
sujeitos na via.

Cuidados com o uso de ferramentas de impacto

Antes de operar ou de utilizar qualquer ferramenta de impacto, o profissional


responsável deve fazer uma inspeção no equipamento, assim como certificar-se de
que não há nenhum empregado na faixa de risco da ferramenta.

O local da ocorrência deve ser isolado em operações com equipamentos especiais,


permanecendo somente as pessoas envolvidas na operação.

Uso do guindaste no local da ocorrência

Antes de sua utilização, o guindaste deve ser minuciosamente inspecionado, bem


como seus materiais de composição:

- cabos;

- cintas;

- ganchos.

Para se precaver do risco de quedas de objetos, é interessante manter uma margem


de segurança em relação às pessoas em volta do guindaste e obter uma boa
visibilidade ao longo do trabalho.

Passar entre vagões acidentados com vazamento

45
Deve-se procurar uma rota alternativa de transposição dos vagões e ter uma boa
visibilidade do cenário a ser ultrapassado. É necessário ter atenção com destroços
pontiagudos, cabos de aço e áreas que possam estar escorregadias.

Sempre que houver a necessidade de passar por entre os vagões tanques


acidentados, deve ser observada a distância mínima de isolamento (30 m), a não ser
que o profissional esteja utilizando a vestimenta de proteção adequada.

Não toque nem caminhe sobre o produto derramado. Só pare o vazamento, se essa
ação puder ser feita sem risco. Quando possível, evite a entrada do produto em rede
de esgotos ou em áreas confinadas.

Nota: Os líquidos inflamáveis, quando em contato com o solo, causam sérios danos
à flora, à fauna e aos recursos hídricos.

TIPOS DE OCORRÊNCIAS

46
Ocorrência com vagões carregados

Com parafina e naftalênicos

Esse composto pode explodir quando aquecido, pois os vapores formam misturas
explosivas com o ar. Há também o risco de explosão em ambientes fechados, abertos
ou em bueiros.

A inalação ou o contato com esse material pode irritar ou provocar queimaduras na


pele e nos olhos. A proximidade com o fogo pode produzir gases irritantes, corrosivos
ou tóxicos.

Já os vapores, podem causar tonturas e asfixias. Também podem ser


venenosos quando absorvidos pela pele. Por isso, utilize os EPIs adequados:

- botas de borracha;

- roupas;

- luvas de PVC;

- máscaras de respiração autônoma.

Utilize a neblina de água para baixar o vapor. Em caso de incêndio, apague o


fogo utilizando:

- o pó químico seco;

- a espuma de álcool;

- o CO2;

- a água em spray.

E lembre-se: sempre utilize um respirador autônomo.

Com ácido tereftálico

47
Esse ácido possui um grande potencial para combustão ou para explosão quando em
concentrações elevadas de pó, principalmente na presença de eletricidade estática e
carga de alta voltagem.

Nota:A queima incompleta desse composto pode produzir monóxido de carbono,


CO2 e outras substâncias prejudiciais.

Em caso de vazamentos, é necessário eliminar todas as fontes de fogo, calor ou


faísca, evitando a ventilação forçada para que não se formem nuvens de pó. Em
caso de incêndio, utilize a água pulverizada ou a espuma para extinção de fogo.

Com sulfato de amônia/sulfato de sódio

Esses produtos não são inflamáveis, mas podem causar irritação na pele, nos olhos e
no sistema respiratório. Assim como todas as outras substâncias, são perigosos
quando ingeridos.

Com uréia

O produto não é inflamável, mas, em caso de incêndio, ocorre a liberação de gases


tóxicos. Nesse caso, recomenda-se eliminar qualquer fonte de ignição até que a área
esteja completamente isenta do risco de incêndio ou de explosão.

Ocorrência com envolvimento de amônia ONU – 1005

48
Esse tipo de substância pode ser fatal quando inalada. Evite o contato desse
componente com os líqüidos e os vapores e confine qualquer produto que tenha
vazado.

Caso ocorra um vazamento, isole a área em um raio mínimo de 100 metros em todas
as direções. O uso da neblina baixa é uma boa solução para baixar o vapor.

É importante ressaltar que não se deve jogar água diretamente no ponto de


vazamento. Além disso, utilize pó químico, CO 2 ou jato de água sem incidência
direta.

Em operações que envolvam alta concentração desse composto, vista a roupa de


encapsulamento de neoprene ou borracha butílica e a máscara de respiração
autônoma.

Em caso de baixas concentrações, substitua a vestimenta por uma máscara facial


panorama com filtro para amônia.

Ocorrência com envolvimento de álcool N – Butílico – ONU –


1120/Diesel ONU – 1202

Evite o contato dessa substância com produtos líqüidos. Esse composto é altamente
inflamável com calor, fagulhas ou chamas.

Em caso de ocorrências, desligue as fontes de ignição, mantendo as pessoas


afastadas do local, e acione a equipe de emergência.

49
A área deve ser isolada em um raio mínimo de 300 metros em todas as direções.
Nessa situação, permaneça afastado das áreas baixas, tendo o vento pelas costas.
Use a neblina de água para baixar o vapor.

Nota: O uso de jato de água pode ser ineficaz no combate ao fogo. Portanto, utilize o
pó químico seco, o CO2, o jato de água sem incidência direta ou a espuma resistente
ao álcool.

Caso alguém ouça o dispositivo de segurança/alívio ou ocorra uma descoloração do


tanque devido ao fogo, retire-se imediatamente do local.

Para uso devido do EPI, utilize luvas, botas e roupas de polietileno clorado, borracha
nitrílica ou natutal, neopreme ou poliuretano, bem como a máscara facial panorama
com filtro contra vapores orgânicos.

Ocorrência com envolvimento de xileno ONU – 1307

Evite o contato dessa substância com o líqüido e o vapor. Caso ocorra algum
acidente, mantenha as pessoas afastadas e acione a equipe de emergência. Confine
o produto vazado e isole a área.

Em caso de incêndio, apague o fogo com o pó químico ou com o esguicho em forma


de neblina e mantenha-se sempre longe dos vagões envoltos por chamas.

Ocorrência com envolvimento de gasolina automotiva ONU –


1203/álcool isobutílico ONU – 1212

50
O produto é altamente inflamável com calor, fagulhas ou chamas. Em caso de
ocorrências, desligue as fontes de ignição e mantenha as pessoas afastadas.

Em seguida, confine o composto vazado, use a neblina de água para abaixar o vapor
e acione a equipe de emergência. Isole a área em um raio mínimo de 300 metros em
todas as direções e permaneça afastado das áreas baixas.

Assim como as demais substâncias, esse produto possui um ponto de


ignição muito baixo. Para combatê-lo, utilize:

- pó químico seco;

- CO2;

- jato de água, sem incidência direta;

- espuma normal.

Nota: Retire-se imediatamente do local caso ouça o ruído do dispositivo de


segurança/alívio ou ocorra uma descoloração do tanque devido ao fogo.

O material derramado deve ser absorvido com areia e terra seca ou com outro
material não combustível.

Para uso devido do EPI, utilize luvas, botas e roupas de polietileno clorado, neoprene,
poliuretano, viton ou PVC e máscara facial panorama com filtro contra vapores
orgânicos.

Ocorrência com envolvimento de enxofre ONU – 1350

51
Deve-se evitar o contato desse composto com o líqüido e o sólido. Mantenha as
pessoas afastadas e acione a equipe de emergência.

Em caso de acidentes, confine o produto vazado e isole a área no sentido do vento a


uma distância mínima de 100 metros. A substância pode provocar queimaduras na
pele e nos olhos.

Em caso de derramamentos, molhe o produto com água e confine-o sem comprimi-


lo. Já em caso de contato com a substância, lave imediatamente a pele ou os olhos
em água corrente por, pelo menos, 20 minutos.

Para utilização devida do EPI, use luvas, botas, roupas de proteção térmica e
máscara facial panorama com filtro contra gases ácidos.

Ocorrência com envolvimento de cianeto de sódio ONU – 1689

Quando em contato com a água ou com a umidade do ar, esse composto libera gases
tóxicos, corrosivos ou inflamáveis. Evite colocar esse tipo de produto com o sólido, o
pó ou a solução.

Em caso de ocorrências, mantenha as pessoas afastadas e isole imediatamente a


área com um raio de 50 metros em todas as direções. Permaneça afastado das áreas
baixas, tendo o vento pelas costas.

No caso de pequenos incêndios, utilize o CO 2, a areia seca ou a espuma resistente ao


álcool. Mantenha-se sempre longe dos vagões envoltos em chamas. Não fume e não
toque em recipientes danificados ou em material derramado.

52
Para pequeno vazamento, cubra-o com terra e areia seca ou outro material não
combustível e tape-o com plástico para minimizar a dispersão ou o contato com a
chuva.

Para utilização devida do EPI, use a roupa de encapsulamento de borracha butílica ou


natural, PVC ou neoprene e a máscara de respiração autônoma.

Ocorrência com envolvimento de soda cáustica ONU – 1824

Evite o contato desse componente com o líqüido. A inalação, a ingestão ou o contato


com a pele pode causar lesões graves ou levá-lo à morte.

Em caso de acidentes, mantenha as pessoas afastadas e confine todo o produto


vazado. Isole a área de derramamento ou vazamento em um raio de, no mínimo, 50
metros em todas as direções.

Esse produto não queima; porém, pode decompor quando estiver aquecido, liberando
gases corrosivos ou tóxicos. Elimine todas as fontes de ignição e impeça a produção
de fagulhas ou de chamas.

Em caso de incêndios, utilize o pó químico, o CO2 ou o jato de água. Caso ouça o


ruído do dispositivo de segurança/alívio ou perceba uma descoloração do tanque
devido ao fogo, retire-se imediatamente do local. Mantenha-se sempre longe dos
vagões envoltos em chamas.

Para uso correto do EPI, utilize luvas, botas e roupas de borracha butílica, neoprene
ou PVC e máscara facial panorama com filtro combinado contra gases ácidos e
aerodispersóides.

Ocorrência com envolvimento de óleo combustível ONU - 1993

53
Evite o contato dessa substância com o líqüido. Em caso de ocorrências, confine o
produto vazado e isole a área, considerando a evacuação no sentido do vento em um
raio de 300 metros.

Pode ser altamente inflamável, por isso, preste atenção para não expor esse
componente ao calor e onde haja a produção de fagulhas ou chamas. Em incêndios,
utilize:

- pó químico seco;

- CO2;

- jato de água, sem incidência direta;

- espuma normal.

Retire-se imediatamente do local caso ouça o ruído do dispositivo de segurança/alívio


ou em caso de descoloração do tanque devido ao fogo. Mantenha-se sempre longe
dos vagões envoltos em chamas.

Para uso correto do EPI, utilize luvas, botas e roupas de polietileno clorado,
neoprene, nitrílica ou viton e máscara facial panorama com filtro contra vapores
orgânicos.

Nota: Utilize, nesse caso, ferramentas que não provoquem faíscas próximas ao
produto vazado.

Ocorrência com envolvimento de peróxido de hidrogênio ONU - 2015

54
Evite contato com o líqüido e o vapor. Em caso de ocorrências, confine o produto
vazado, isolando a área em um raio mínimo de 50 metros em todas as direções.

Há risco de explosão por meio do atrito, do calor ou da contaminação. A substância é


tóxica, por isso, a inalação, a ingestão ou o contato da substância ou dos vapores
com a pele e com os olhos pode causar queimaduras graves ou levá-lo à morte.

Obs: O produto não é inflamável, mas, como é um oxidante poderoso, existe o


perigo de decomposição quando exposto ao calor ou em contato com substâncias
incompatíveis, como álcalis, agentes redutores e metais iônicos, esse componente
provoca explosão quando em contato com solventes orgânicos, combustíveis e em
espaços confinados (porões, bueiros e vagões). Combata o fogo, nesse caso,
utilizando somente água.

Em caso de vazamento, utilize sempre os EPIs específicos, a saber:

- roupa de encapsulamento de neoprene ou viton;

- máscara de respiração autônoma;

- luva e bota de borracha;

- macacão de PVC ou tyvek com capuz;

- goggles;

- protetor facial.

Nota: Em caso de incêndio, utilize a proteção completa contra o fogo e a máscara


autônoma.

Ocorrência com envolvimento de LAS ONU - 2586

55
Esse é um produto tóxico, portanto, evite o contato com o líqüido e o vapor. Em caso
de ocorrências, isole imediatamente a área em um raio de 50 metros em todas as
direções.

O material pode queimar por ser combustível, mas não inflama de imediato. Pode
liberar gás hidrogênio inflamável quando em contato com outros metais.

Em caso de incêndios, utilize o pó químico, o CO2 ou a neblina de água. Confine as


águas residuais e evite que o material se espalhe. Em caso de vazamentos ou
derramamentos, absorva ou cubra o composto com terra ou areia seca.

Nota: Utilize uma roupa protetora impermeável e resistente aos ácidos, bem como
uma máscara de respiração para os casos de emergência e para atuação em
ambientes fechados.

Ocorrência com envolvimento de LAB ONU – 2585


Esse produto é tóxico, portanto, evite colocá-lo em contato com o líqüido e o vapor.
Caso aconteça algum acidente, mantenha as pessoas afastadas e confine o produto
vazado.

Isole imediatamente a área em um raio de 50 metros em todas as direções e acione


a equipe de emergência, evitando a contaminação das águas superficiais e
subterrâneas, assim como a contaminação do solo e da vegetação.

Em caso de incêndios, utilize o pó químico, o CO2 ou a neblina de água. Caso haja


vazamentos e/ou derramamentos, absorva ou cubra a substância com terra ou areia
seca ou outro material não combustível.

Para uso devido do EPI, utilize botas e roupas de borracha butílica ou PVC e a
máscara facial panorama com filtro combinado contra vapores orgânicos e
aerodispersóides.

GESTÃO DE OCORRÊNCIAS FERROVIÁRIAS (GOFER)

56
Neste capítulo, você conhecerá um pouco mais a respeito da navegabilidade do
GOFER, sistema que registra e acessa informações e dados de uma determinada
ocorrência.

NEGABILIDADE

Além de registrar e acessar informações e dados de uma determinada ocorrência, o


GOFER também verifica procedimentos, conseqüências e qualquer outro registro
relativo a incidentes ferroviários.

Sua navegabilidade é simples, e o seu acesso é realizado por meio do preenchimento


do login e da senha pelo usuário e profissional da ferrovia cadastrado no sistema.

REFERENCIAS

57
REG – 0001 – GEOPT – Regulamento de Operações Ferroviárias.

REG – 0001 – DECG – Sistema de Gestão de Segurança e Saúde Ocupacional.

INS – 0016 – DECG – Instrução para o Processo de Aquisição.

PRO – 0004 – CORIG – Comunicação de Ocorrências Ferroviárias.

PRO – 0805 – GEOPT – Diretrizes de prevenção e tratamento de acidentes


ferroviários.

PRO – 0010 – GACCG – Concessão da Licença.

MT – 0801 – GEOPT – Manual de treinamento em investigação de acidentes


ferroviários.

PRO – 0003 – GACFA – Comunicação de Ocorrências Graves à ANTT.

PGS – 0002- CORIG – Diretriz Básica de Risco.

REG – 0001 – GAMAG – Programa de Gerenciamento de Risco da DILN – PGR.

PGS – 0001 – GASUG – Plano de atendimento a emergências no transporte de


passageiros.

PRO – 0019 – GASTG – Procedimento de emergência da composição do trem de


passageiros da EFVM.

PRO – 0017 GEIFG – Atendimento a passageiros – múltiplas vitimas OP-MA.

PRO – 0018 GEIFG – Atendimento a passageiros – múltiplas vitimas SJDR-TI.

DDE – 0371/2007 – Norma de Aquisição.

GLOSSÁRIO

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Acionado – Empregados/atendedores das ocorrências que receberão o contato
direto (telefone ou rádio) a qualquer hora e dia, devendo se deslocar para o local da
ocorrência.

Áreas de apoio – Todas as áreas provedoras de recursos ou de orientações. Não


atendem às ocorrências fisicamente e não necessariamente estão na cena da
ocorrência, a não ser que solicitadas pelo dono da ocorrência.

Carga perigosa – Ato ou efeito de carregar; carregação, carregamento que


apresente perigo; risco. Ex: Bobinas, produtos siderúrgicos e etc.

CCO – Centro de Controle Operacional.

CCE – Centro de Controle de Emergência.

CCM – Centro de Controle de Manutenção.

Coordenador de campo/local – Empregado responsável por coordenar as ações


em campo até a chegada do dono da ocorrência e, posteriormente, auxiliá-lo.

Comunicado - Contato por telefone ou rádio recebido no horário comercial. Nos


demais horários, será comunicado via GOFER. Para ambos os casos, não deve se
deslocar para o local da ocorrência, a não ser que seja convocado pelo dono da
ocorrência.

CPIA – Comissão Permanente de Investigação de Acidentes.

Classificação das ocorrências – Classe das ocorrências resultante da matriz de


acionamentos que irá determinar o acionamento e o atendimento às ocorrências.

Dono da ocorrência – Empregado responsável por todas as ações no atendimento à


ocorrência, determinando a gravidade da ocorrência por meio da matriz de
relevância.

Emergência – Combinação de fatos decorrente de defeitos em equipamentos, falhas


no controle do processo, fenômenos naturais (tempestades, enchentes, raios) ou

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falhas humanas que podem resultar em incêndio, explosão, derramamento ou
vazamento de produtos químicos, emissão atmosférica acidental, descarga acidental
na água e no solo ou qualquer acidente com lesão, dano à propriedade, ao meio
ambiente e até mesmo à comunidade.

Equipe de Atendimento – Participantes do atendimento à ocorrência.

Matriz de relevância – Utilizada para determinar a categoria da situação crítica.

Matriz de acionamento – Ferramenta utilizada pelo CCE/CCM para determinar a


classe de atendimento das ocorrências.

Município crítico – Município integrante das áreas operacionais da empresa,


destacado pelas áreas de comunicação e/ou relações com comunidades devido ao
seu elevado potencial de crise.

Observador – Pessoa responsável pela percepção da ocorrência e pela comunicação


ao CCO/CCE/CCM, podendo ser o maquinista, outro empregado da empresa ou
terceiros.

Operador do CCO – Empregado encarregado da geração e da liberação de rotas


para os trens, emitindo ordens sobre circulação em território controlado pelo CCO.

Operador do CCE/CCM – Empregado responsável pela coordenação operacional das


ocorrências, como os acionamentos, pelo auxílio ao dono da ocorrência na priorização
dos recursos e pela interface com todas as áreas envolvidas no atendimento à
ocorrência.

Operador de trem – Empregado autorizado a operar qualquer veículo autopropulsor


sobre a via.

Produto perigoso – É todo aquele que, em uma ou mais formas, pode acarretar
danos às pessoas, ao meio ambiente ou à comunidade, quer em um acidente
envolvendo perda de controle ou em atividades habitualmente controladas
(armazenagem, manuseio, produção, transporte, reciclagem e disposição).

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Relatório de atendimento – Relatório utilizado pelo CCE/CCM, em que são
descritos todos os acionamentos e a comunicação com os atendedores, bem como a
chegada de recursos para o atendimento.

Respondedores – Empregados ou contratados que trabalham nos atendimentos às


ocorrências, sempre orientados pelos atendedores.

Sinistro – Todo e qualquer evento perceptível no local da emergência que possa


colocar em risco a integridade física dos atendedores.

Situação crítica - Ocorrência que foge do controle ou extrapola os limites da


companhia e envolve prejuízos financeiros, podendo causar danos ao meio ambiente,
à sociedade, aos empregados, aos clientes, aos acionistas, ao mercado e,
conseqüentemente, ao negócio da Vale. Além disso, caracteriza-se por atrair a
atenção da mídia, de políticos, das autoridades governamentais e de ONGs, além de
ganhar visibilidade local, regional, nacional e/ou internacional, dependendo de sua
abrangência. Quando ocorre, é a imagem da empresa perante a opinião pública que
está em jogo.

Trecho A – Considerado para todos os trechos de via de circulação ou pátios com


significativa movimentação de manobra, sendo ambos de relevância estratégica para
empresa.

Trecho B – Considerado para todos os trechos de pátios sem significativa


movimentação de manobra e sem relevância estratégia para empresa.

Trem – Uma ou várias locomotivas acopladas, com ou sem vagões e/ou carros de
passageiros, auto de linha com ou sem reboque, equipamento mecanizado de via
permanente e qualquer veículo autopropulsor.

VP (Via Permanente) – Conjunto de instalações e de equipamentos que compõem


a infra-estrutura e a superestrutura da ferrovia, conhecida também como via férrea.

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