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LEGISLAÇÃO APLICADA À PMERJ I

Sumário
Introdução .................................................................................Erro! Indicador não definido.
Aula 1 – Introdução ao Estatuto da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro- O Servidor
Policial Militar; Bases Constitucionais, Da Hierarquia e Da Disciplina. ....................................3
1. Considerações Iniciais Sobre o Servidor Público Policial Militar. ....................................... 3
2. Da Hierarquia e Disciplina ................................................................................................... 6
Aula 2 – Estatuto PMERJ - do Valor, da Ética, dos Deveres do Policial Militar, Direitos e
Prerrogativas. ......................................................................................................................9
1. Do Valor Policial Militar. ..................................................................................................... 9
2. Da Ética Policial Militar. .................................................................................................... 10
3. Dos Deveres Policiais Militares. ........................................................................................ 11
4. Dos Direitos e das Prerrogativas dos Policiais Militares. .................................................. 12
Aula 3 – Regulamento de Continências, Honras, Sinais de Respeito e Cerimonial Militar das
Forças Armadas (RCont). .................................................................................................... 19
1. Introdução......................................................................................................................... 19
2. Da Finalidade: ................................................................................................................... 20
3. Dos Sinais de Respeito e da Continência .......................................................................... 21
Aula 4 – RCONT: da Continência e da Apresentação. ........................................................... 26
1. Da Continência .................................................................................................................. 26
2. Da Apresentação ............................................................................................................... 31
Aula 5 – RCONT: da Continência da Tropa e das Honras Militares. ....................................... 35
1. Da Continência da Tropa:.................................................................................................. 35
2. Das Honras Militares ......................................................................................................... 38
3. Da Bandeira Nacional ........................................................................................................ 39
Aula 6 – Regulamento Disciplinar da Policia Militar (RDPM) - Introdução e Bases Legais Para
Seu Emprego. .................................................................................................................... 41
1. Constituição Federal ......................................................................................................... 42
2. Constituição do Estado do Rio De Janeiro ........................................................................ 43
3. Estatuto da PMERJ ............................................................................................................ 43
4. Generalidades ................................................................................................................... 43
5. Princípios Gerais da Hierarquia e da Disciplina ................................................................ 45
6. Esfera de Ação do Regulamento Disciplinar e Competência para sua Aplicação ............. 45

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Aula 7 – Transgressões Disciplinares Análise e Modalidades; DRD; Comportamento Policial


Militar. .............................................................................................................................. 50
1. Das Transgressões ............................................................................................................. 50
2. Documento de Razões de Defesa- DRD ............................................................................ 51
3. Julgamento das Transgressões ......................................................................................... 51
4. Modalidades de Punições ................................................................................................. 52
5. Licenciamento e Exclusão a bem da Disciplina ................................................................. 54
6. Comportamento Policial Militar ....................................................................................... 54
Aula 8 – Apresentação de Recursos, Recompensas, Preceitos Administrativos. ................... 55
1. Da Apresentação de Recursos .......................................................................................... 56
2. Das Recompensas ............................................................................................................. 58
3. Preceitos Administrativos ................................................................................................. 59
Aula 9 – Procedimentos Administrativos Disciplinares. ....................................................... 61
1. Procedimentos Administrativos Disciplinares - PAD ........................................................ 61
Aula 10 – RDPM: Procedimentos Administrativos Disciplinares: Rol das Transgressões
Disciplinares . .................................................................................................................... 69
1. Anexo “I” do RDPM- Rol de condutas consideradas Transgressão Disciplinar. ................ 69
Aula 11 – Regulamento de Uniformes da PMERJ- RUPMERJ ................................................ 71
1. Bases Estatutárias Referentes aos Uniformes na PMERJ: ................................................ 71
2. O RUPMERJ ....................................................................................................................... 72
3. Dos Distintivos .................................................................................................................. 76
4. Das Condecorações ........................................................................................................... 80
Anexos .............................................................................................................................. 83
Bibliografia ........................................................................................................................ 91

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Aula 1 – Introdução ao Estatuto da Polícia Militar do Estado do Rio


de Janeiro- O Servidor Policial Militar; Bases Constitucionais, Da
Hierarquia e Da Disciplina.

1. Considerações Iniciais Sobre o Servidor O Servidor Público


Público Policial Militar. Policial Militar

A PMERJ tem suas


Inicialmente, com o objetivo de esclarecer a
atribuições de polícia
você, Aluno do Curso de Formação de Soldados da
preventiva, inseridas na
Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro - AL
Constituição Federal.
CFSD/ PMERJ, quanto a sua nova atividade
Devido às peculiaridades
profissional de Agente Público executor de uma das
dessa complexa missão, as
obrigações mais importantes, afetas ao Estado
relações da Instituição com
brasileiro – a manutenção da ordem pública, a
seus Policiais Militares
incolumidade das pessoas e em decorrência, prover a
possuem condições
segurança pública, conforme o que diz o Art. 144,
especialíssimas, sendo
caput, da Constituição da República Federativa do
reguladas por um Estatuto,
Brasil- CRFB/88.
onde são apresentados os
O referido artigo, também discrimina as
direitos, prerrogativas e
atribuições constitucionais de todas as Instituições
garantias afetas a estes,
que atuam nessa área, dentre elas: as Polícias
como também, os deveres e
Militares dos Estados, Territórios e do Distrito
obrigações que devem ser
Federal, cuja missão é especificada no § 5º do citado
obedecidos e
artigo.
conscientizados pelos
Nessa abordagem, mostra-se indispensável que,
citados Servidores
apresentemos essas breves considerações, a respeito
Militares Estaduais.

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do Agente Público - Policial Militar, que no seu dia a dia, desempenha a missão maior
da Instituição PM - Preservação da Ordem Pública e Execução do Policiamento
Ostensivo, além de ser força Reserva e Auxiliar do Exército brasileiro.
Desta forma, Doutrinadores do Direito Administrativo, caracterizam o Policial
Militar como Servidor Público, integrante da Administração Direta, desempenhando
função típica de Estado e em razão de sua atividade, possuindo relações especialíssimas
com a sua Instituição, que são reguladas por um Estatuto.
No esteio do Art. 42 da CFFB/88, o Policial Militar é denominado como Servidor
Militar Estadual.
Sendo relevante ressaltar que a única via de acesso para esta atividade pública,
ocorre mediante a aprovação em Concurso Público, conforme o especificado no Art.
37, II da CRFB/88 e em idêntica previsão, no âmbito da Constituição do Estado do Rio
de Janeiro, em seu Art. 77, “II”.

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ACONTECEU...

“Quem quer ser Funcionário Público?”

Mais da metade dos cariocas já fez concurso público pelo menos uma vez, diz
pesquisa.

Pesquisa encomendada pelo caderno Boa Chance do O Globo à Unicarioca,


cujo objetivo, foi o de entender a percepção dos cariocas em relação ao
funcionalismo público, revelou os seguintes resultados dos candidatos a um
emprego público:

1) 64% são do sexo masculino;


2) 74 % com nível médio de ensino;
3) Os interessados passam na média, a partir da terceira tentativa de concurso;
4) Buscam como atrativos: em primeiro lugar a estabilidade, seguidos da
remuneração e da carga horária reduzida.

Fonte: Jornal O Globo.

http://oglobo.globo.com/economia/emprego/quem-quer-ser-um-funcionario-
publico-14205272

Observe que: Em análise, podemos observar que o estudo não abrangeu o real
conhecimento dos candidatos quanto às peculiaridades da vida funcional do
"emprego" pretendido, suas futuras responsabilidades funcionais e até mesmo a
adaptação dos candidatos às novas rotinas e atribuições. Notadamente, numa
atividade como a desenvolvida pela PMERJ, onde os óbices enfrentados não se
resumem apenas àqueles de ordem burocrática, mas voltados às ações de forte
exposição ao público, com alto risco de vida, submetidos às condições extremas,
ligadas à função de servidor policial, com dedicação integral ao serviço, regime
extenuante de trabalho, com folgas que muitas das vezes, podem ser reduzidas.

Na sequência, em razão da necessidade de conhecermos detalhadamente as bases


constitucionais e institucionais que respaldam a existência das Polícias Militares nos
moldes atuais e dos dispositivos constantes do Estatuto que devem ser obedecidos pelos
Policiais Militares é que passaremos a estudar tais dispositivos.

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2. Da Hierarquia e Disciplina

Após as considerações técnicas sobre o servidor Policial Militar, chegamos ao


necessário estudo das bases institucionais da Polícia Militar; a Hierarquia e a Disciplina,
presentes no Estatuto PMERJ e nos fundamentos constitucionais dos Art. 42 e 144,
ambos da CF, já mencionados anteriormente e cujo teor apresentamos abaixo:

Art.42 - Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros


Militares, instituições organizadas com base na hierarquia e
disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal e dos
Territórios.
§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos
Territórios, além do que vier a serem fixadas em lei, as disposições do
Art. 14, § 8º, do art. 40, § 9 º e do Art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei
estadual específica dispor sobre as matérias do Art. 142, § 3º, inciso
X, sendo as patentes dos oficiais conferidas pelos respectivos
governadores.
Art. 144 § 6° – As polícias militares e corpos de bombeiro militares,
forças auxiliares e reserva do Exército, subordinam-se, juntamente
com as polícias civis, aos Governadores dos Estados, do Distrito
federal e dos Territórios.
O Art. 91 da Constituição do Estado do Rio de Janeiro
denomina os Policiais Militares e Bombeiros Militares como
sendo "servidores militares estaduais".

Acrescenta ainda o dito artigo:

§ 5º- Ao servidor militar são proibidas a sindicalização e a greve.

Os recortes constitucionais que acabamos de mencionar fundamentam os Art. 1º e


2º do Estatuto da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro - Lei nº 443 de 01 de julho
de 1981 - que passamos a comentar:

Art. 1º - O presente Estatuto regula a situação, obrigações, deveres,


direitos e prerrogativas dos Policiais Militares do Estado do Rio de
Janeiro.

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Art. 2º - A Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, subordinada


ao Secretário de Estado de Segurança Pública, é uma Instituição
permanente, organizada com base na hierarquia e disciplina,
destinada à manutenção da ordem pública no Estado do Rio de
Janeiro, sendo considerada Força Auxiliar, Reserva do Exército.

O Estatuto PMERJ retrata em seu Art. 12 a Hierarquia e a Disciplina como sendo


as bases institucionais da Polícia Militar.
Acrescentam ainda que a autoridade e a responsabilidade crescem com o grau
hierárquico.
Em seu § 1º, define a hierarquia policial militar, como sendo: a ordenação da autoridade
em níveis diferentes, dentro da estrutura da Polícia Militar. A ordenação se faz por postos ou
graduações; dentro de um mesmo posto ou de uma mesma graduação se faz pela
antiguidade no posto ou na graduação.
O presente parágrafo enfatiza ainda, que o respeito à hierarquia é consubstanciado
no espírito de acatamento à sequência da autoridade.
No § 2º apresenta a disciplina policial militar, da seguinte forma:

É a rigorosa observância e o acatamento integral das leis,


regulamento, normas e disposições que fundamentam o organismo
policial militar e coordenam seu funcionamento regular e harmônico,
traduzindo-se pelo perfeito cumprimento do dever por parte de todos
e de cada um dos componentes desse organismo.

A disciplina e o respeito à hierarquia devem ser mantidos em todas as


circunstâncias da vida, entre policiais militares da ativa, da reserva remunerada e
reformados.
Desta maneira, concluímos que o nosso Estatuto PMERJ preconiza as bases da
Instituição que são a HIERARQUIA e a DISCIPLINA, com respaldo na Constituição
Federal e na do Estado do Rio de Janeiro.

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SAIBA MAIS...

Em face da abordagem do presente estudo, oportuno se faz citarmos o texto


extraído do livro “Direito Administrativo da Ordem Pública”, coordenado por José
Cretella Júnior e escrito por um seleto grupo de doutrinadores, dentre eles: Álvaro
Lazzarini, Caio Tácito, Hely Lopes Meirelles e outros, ao abordarem na citada obra,
o assunto sobre a “Polícia de Manutenção da Ordem Pública e a Justiça”, em sua p.
39, com muita propriedade, definem o Policial Militar, da forma seguinte:

“O policial militar é a própria força pública, ou melhor, integra a própria


força pública do Estado, onde está investido legalmente. Não é nenhum
encarregado ou empregado particular. Os seus direitos e deveres, as suas
prerrogativas decorrem da sua própria e específica situação estatutária, que o
vincula à Administração Pública, do qual é servidor público. Não é um simples
colaborador de um serviço público de polícia. É, isto sim, quem o exerce, na forma
da lei.
Não se confunde com vigilantes e guardas particulares, com detetives
particulares, guardas bancários, guardas metroviários e outros que tais que, para
as suas atividades, podem depender de prévia licença da autoridade policial
competente, estes sim agentes da autoridade policial, pois, com ela colaboram no
serviço público referente à atividade policial, isto é, são colaboradores da força
pública do Estado e, como tais, podem e devem ser considerados como agentes da
autoridade policial”. (LAZZARINI, 2003).
Nessa correlação, podemos verificar que a função da PM é típica de Estado,
por mandamento Constitucional e em razão disso, não pode ser delegada,
substituída ou exercida por outro Órgão Público. Em decorrência, o papel do
Servidor Policial Militar, assume grande relevância, na medida em que este é o
executor da missão preponderante da Instituição a que pertence, com várias
peculiaridades, acrescentando o caráter estatutário que regula suas relações
profissionais, inseridas aí, as suas garantias deveres e obrigações, tudo isso, em prol
de possibilitar que essa importante atividade, possa ser executada, com isenção e
tendo como único objetivo, servir e proteger a coletividade, onde atua.

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Aula 2 – Estatuto PMERJ - do Valor, da Ética, dos Deveres do


Policial Militar, Direitos e Prerrogativas.

Vejamos a seguir, os Artigos do Estatuto que tratam do valor, da ética, dos


direitos, deveres policiais militares:
O Estatuto da PMERJ
1. Do Valor Policial Militar. O Estatuto em questão
De acordo com o Art. 26 do Estatuto da regula os direitos, deveres,
PMERJ, são manifestações essenciais do valor obrigações e prerrogativas
Policial Militar: dos Policiais Militares.
Realça em seu conteúdo
I- O patriotismo, traduzido pela vontade
as bases institucionais da
inabalável de cumprir o dever policial militar
Corporação (hierarquia e
e pelo solene juramento de fidelidade à
disciplina), além de
Pátria e integral devotamento à manutenção
da ordem pública, até com o sacrifício da enfatizar dispositivos que

própria vida; tratam da ética, dos valores


II- O civismo e o culto das tradições e deveres a que seus
históricas; integrantes devem aceitar,
III- A fé na elevada missão da Polícia; defender e praticar, sob pena
IV- O espírito de corpo, orgulho do policial de tornarem-se moralmente
militar pela organização onde serve; incompatíveis para
V- O amor à profissão policial militar e o
permanecerem nessa
entusiasmo com que é exercida;
Instituição.
VI- O aprimoramento técnico profissional.

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2. Da Ética Policial Militar.

O Estatuto da PMERJ estabelece em seu Art. 27 que:

O sentimento do dever, o pundonor policial militar e o decoro da classe, impõe a cada um dos
integrantes da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, conduta moral e profissional
irrepreensíveis, com observância dos seguintes preceitos da ética policial militar:
I- Amar a verdade e a responsabilidade como fundamento de dignidade pessoal;
II- Exercer com autoridade, eficiência e probidade as funções que lhe couberem, em decorrência
do cargo;
III- Respeitar a dignidade da pessoa humana;
IV- Cumprir e fazer cumprir as leis, os regulamentos, as instruções e as ordens das autoridades
competentes;
V- Ser justo e imparcial no julgamento dos atos e na apreciação dos méritos dos subordinados;
VI- Zelar pelo preparo próprio, moral, intelectual, físico e, também, pelo dos subordinados,
tendo em vista o cumprimento da missão comum;
VII- Empregar todas as suas energias em benefício do serviço;
VIII- Praticar a camaradagem e desenvolver permanentemente o espírito de cooperação;
IX- Ser discreto em suas atitudes, maneiras e em sua linguagem escrita e falada;
X- abster-se de tratar, fora do âmbito apropriado, de matéria sigilosa de qualquer natureza;
XI- Acatar as autoridades civis;
XII- Cumprir seus deveres de cidadão;
XIII- Proceder de maneira ilibada na vida pública e particular;
XIV- Observar as normas da boa educação;
XV- Garantir assistência moral e material ao seu lar e conduzir-se como chefe de família
modelar;
XVI- Conduzir-se, mesmo fora do serviço ou quando já na inatividade, de modo que não sejam
prejudicados os princípios da disciplina, do respeito e do decoro policial militar;
XVII- Abster-se de fazer uso do posto ou da graduação para obter facilidades pessoais de
qualquer natureza ou para encaminhar negócios particulares ou de terceiros;
XVIII- Abster-se, na inatividade, do uso das designações hierárquicas:
1. Em atividades político partidárias;
2. Em atividades comerciais;
3. Em atividades industriais;
4. Para discutir ou provocar discussões pela imprensa, a respeito de assuntos políticos ou
policiais militares, excetuando-se os de natureza exclusivamente técnica, devidamente
autorizado; e

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5. No exercício de cargo ou função de natureza não policial militar, mesmo que seja da
Administração Pública;
XIX- Zelar pelo nome da Polícia Militar e de cada um de seus integrantes, obedecendo e
fazendo obedecer aos preceitos da ética policial militar.

3. Dos Deveres Policiais Militares.

O Art. 30 do Estatuto que ora estudamos, apresenta os deveres policiais militares


que emanam de um conjunto de vínculos racionais bem como morais, que ligam o
Policial Militar à Pátria, à comunidade estadual e à sua segurança e compreendem,
essencialmente:

I- a dedicação integral ao serviço policial militar, salvo as exceções


previstas em lei, e a fidelidade à Pátria e às Instituições a que
pertence, mesmo com o sacrifício da própria vida;

Nova redação dada pela Lei 2216/94:

II- O culto aos símbolos nacionais; III- A probidade e a lealdade em


todas as circunstâncias; IV- A disciplina e o respeito à hierarquia; V-
O rigoroso cumprimento das obrigações e ordens; e VI- A obrigação
de tratar o subordinado dignamente e com urbanidade.

Além deste, outros artigos dizem respeito aos deveres policiais militares. São eles:

Art. 37 - Os Cabos e Soldados são, essencialmente, os elementos de


execução.
Art. 39 - Cabe ao Policial Militar a responsabilidade integral pelas
decisões que tomar, pelas ordens que emitir e pelos atos que praticar.
Art. 40 - A violação das obrigações ou dos deveres policiais militares
constituirá crime, contravenção ou transgressão disciplinar, conforme
dispuserem a legislação específica ou peculiar.
Art. 45- O Regulamento Disciplinar da Polícia Militar especificará e
classificará as transgressões disciplinares e estabelecerá as normas
relativas à amplitude e aplicação das penas disciplinares, à
classificação do comportamento policial militar e à interposição de
recursos contra as penas disciplinares.

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4. Dos Direitos e das Prerrogativas dos Policiais Militares.

Dentre os direitos e prerrogativas presentes no Art. 48 do Estatuto dos Policiais


Militares do Estado do Rio de Janeiro, destacamos como os principais:
A garantia da patente, em toda a sua plenitude, com as vantagens, prerrogativas
e deveres a ela inerentes, quando oficial, nos termos da legislação específica (inciso I);
A percepção de remuneração correspondente ao grau hierárquico superior ou
melhoria da mesma quando, ao ser transferido para a inatividade, contar mais de 30
(trinta) anos de serviço ou nos casos previstos no inciso II e III, do art. 96, (inciso II);
A assistência médico hospitalar para si e seus dependentes, assim entendida,
como o conjunto de atividades relacionadas à prevenção, conservação ou recuperação
da saúde, abrangendo serviço profissional médicos, farmacêuticos e odontológicos, bem
como o fornecimento, a aplicação de meios e os cuidados e demais atos médicos e
paramédicos necessários (Inciso IV);
As férias, os afastamentos temporários dos serviços e as licenças; (Inciso IV);
Além destes, outros artigos dizem respeito dos direitos e prerrogativas policiais
militares. São eles:

Art. 62 - Os Policiais Militares têm direito, ainda, aos seguintes


períodos de afastamento total do serviço, obedecidas as disposições
legais e regulamentares, por motivo de:
I- Núpcias: 08 (oito) dias;
II- Luto: 08 (oito) dias;
III- Instalação: 10 (dez) dias;
IV- Trânsito: até 15 (quinze) dias.
Art. 64 - Licença é a autorização para o afastamento total do serviço,
em caráter temporário, concedida ao Policial Militar, obedecidas as
disposições legais e regulamentares.
§ 1º- A licença pode ser:
1. Especial;
2. Para tratar de interesse particular;
3. Para tratamento de saúde de pessoa da família;
4. Para tratamento de saúde própria.

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Agora que você conheceu os fundamentos administrativos de sua profissão, como


também os fundamentos constitucionais presentes no Estatuto dos Policiais Militares,
passaremos ao estudo do Regulamento de Continências, Honras, Sinais de Respeito e
Cerimonial Militar das Forças Armadas.

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ACONTECEU...

Comandante do 37º BPM palestra sobre direcionamento estratégico

Visando destacar as novas diretrizes determinadas pelo Comando-Geral, o


comandante do 37º Batalhão de Polícia Militar (BPM), tenente-coronel Wagner
Cristiano Moretzsohn, ministrando palestras sobre direcionamento estratégico para
Oficiais e Praças da unidade e convidados. As reuniões acontecem no Ciep
Professora Ivany de Oliveira Chaves, no bairro Campo da Aviação, até hoje –
totalizando três dias de instrução. Os assuntos abordados são pertinente às novas
determinações do Comandante-Geral da PM, coronel Alberto Pinheiro Neto,
publicado no Boletim da Corporação.
O Tenente-Coronel Moretzsohn frisou sobre as marcas de qualidade da nova
gestão com o lema “Não mentir, não matar e não roubar!”. Dentre os temas
levantados durante o encontro, estão: autoridade, hierarquia e disciplina; valores
institucionais – virtudes morais e éticas; melhorias do clima institucional e da
qualidade de vida do Policial Militar; legalidade e direitos humanos; integração
sistêmica com as instituições; inteligência policial; estratégica diferenciada de
prevenção de delito; prevenção proativa do policial; e repressão qualificada do
crime (uso legítimo e comedido da força).
De acordo com o comandante do 37º BPM, a nova visão é a implantação da
polícia de proximidade em todo o Estado do Rio de Janeiro, sendo referência no
Brasil em planejamento e gestão desta atividade até 2018. “A Instituição já é
referência no País em função do sistema de metas e das Unidades de Polícia
Pacificadoras (UPP’s). Para dar continuidade ao processo de renovação, os
valores morais e éticos devem ser fontes de respeito e credibilidade. O
comportamento do policial militar e o bom relacionamento entre os colegas de
farda refletem nas abordagens de rua preparadas. Por isso, também precisamos
saber quais são as necessidades dentro dos alojamentos para que possamos buscar
melhorias nas instalações. O bem estar do agente é primordial para um bom
convívio nas comunidades. As questões sobre mudanças nas escalas e salariais são
reivindicadas por toda a classe. No entanto, estamos empenhados para começar
atendendo as necessidades básicas para um ambiente de trabalho digno.”

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ACONTECEU...

[...] “A restauração das dependências internas e a motivação policial através do


cumprimento de metas com premiações são pontapés iniciais. O policial militar
fardado na rua é o primeiro defensor da cidadania e, por isso, deve estar
preparado para abordagens com educação, respeito e cautela. Os agentes também
possuem famílias e amigos e devem pensar que todos fazem parte da sociedade, que
deseja a sensação de segurança”, enfatizou.
Ele também salientou que o profissional de segurança precisa estar atento à
nova consciência disseminada pelas evoluções social e tecnológica. “Hoje, as ruas
estão repletas de câmeras de monitoramento que flagram as ações dos criminosos,
bem como a conduta dos PMs. As pessoas ainda carregam celulares que filmam os
passos da polícia, que podem ser considerados heroicos ou truculentos. Em frações
de segundo, o agente pode passar de herói a vilão. Quem não acompanhar a
mudança sobre o conceito de policiamento, deve temer críticas, punições e até
expulsão da Corporação. A profissão requer também que as decisões extremas
(exemplo: atirar contra um alvo que causa risco à sociedade) sejam feitas com
precisão e prudência. Antes, o foco policial era a repressão e, nos dias atuais, é a
prevenção. Os serviços de inteligência são fundamentais para a análise da mancha
criminal. As operações são deflagradas a partir de levantamentos sobre os
principais locais de crimes e as características e a forma de agir dos marginais. A
repressão qualificada funciona com o emprego dos dados de inteligência, estudos
logísticos e das equipes táticas”, recomendou.
Moretzsohn encerrou a palestra lembrando que a integração entre as forças
policiais é essencial para o combate à criminalidade. “O sistema integrado é a soma
de informações e esforços realizados entre a PM, a Polícia Civil, o Poder
Judiciário, o Ministério Público e a sociedade. Todos podem colaborar para a
manutenção da segurança pública através de denúncias e ações de cidadania”,
finalizou.

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ACONTECEU...

Observe que: A ação de Comando da Unidade noticiada foi objeto de destaque no


periódico local, haja vista a relevância do fato, pois essa proximidade do
comandante com a sua Tropa é bastante salutar, na medida em que o profissional de
segurança pública recebe diretamente de seu Chefe, sem qualquer distorção, as
orientações do Comando da Corporação, tendo possibilidade de buscar
esclarecimentos sobre eventuais dúvidas, suas dificuldades, anseios, como também,
fica ciente dos objetivos a serem alcançados pela Instituição. No caso presente,
observamos que, além das orientações operacionais, o efetivo do 37º, sediado em
Resende - RJ, foi orientado das novas ações que o Comandante Geral espera de seus
Policiais Militares, como também, foram relembrados velhos conceitos que
continuam em vigor na PMERJ e que inclusive, abordamos nessa aula. Dessa forma,
constatamos ante a repercussão positiva da notícia veiculada, a importância de
constantemente reavivarmos os conceitos inseridos nas bases institucionais da
PMERJ e nos princípios Morais e Éticos em vigor na Corporação.

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SAIBA MAIS...

Na presente Unidade, abordamos os artigos do Estatuto PM, que versam sobre


as Normas de Comportamento Ético, que devem ser obedecidas pelos Policiais
Militares e nesse conteúdo, tomamos conhecimento de expressões, que até então
desconhecíamos, tais como: Honra pessoal, Sentimento do Dever, Pundonor Policial
Militar e Decoro da Classe e assim, com o fim de enriquecer nosso estudo, vamos à
definição dessas expressões?
Com respaldo na Portaria PMERJ, nº 407, de 10 de Fev. 2010, que
regulamenta a instauração e o funcionamento dos Conselhos de Revisão Disciplinar
na PMERJ e dá outras providências, em seu art. 4º, parágrafo único, vemos
contempladas essas definições; a saber:
a. Honra Pessoal: “qualidade íntima do militar estadual que se conduz com
integridade, honestidade, honradez e justiça, observando com rigor os deveres
morais que tem consigo e com seus semelhantes”;
b. Sentimento do Dever: “consiste no envolvimento a uma tomada de consciência
perante o caso concreto, ou seja, realidade, implicando no reconhecimento da
obrigatoriedade de um comportamento militar coerente, justo e equânime”;
c. Pundonor Policial Militar: “é o sentimento de dignidade própria, procurando o
militar estadual ilustrar e dignificar a Corporação, através da beleza e retidão
moral que se conduz, resultando honestidade e decência” e
d. Decoro da Classe: “é a qualidade do militar estadual baseada no respeito
próprio, dos companheiros e da comunidade para qual serve, visando o melhor e
mais digno desempenho da profissão militar”.
Numa rápida análise, concluímos que a obediência a esses preceitos, tem por
objetivo manter um ambiente institucional sadio, onde o profissional de polícia
militar possa ser prestigiado e acreditado, não só no âmbito interno da Corporação,
como também, perante a comunidade a que serve, trazendo assim dividendos
positivos para si e para a PMERJ.

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LEGISLAÇÃO APLICADA À PMERJ I

SAIBA MAIS...

Em decorrência é indispensável que o Policial Militar acredite, defenda,


pratique ou corrija sua conduta dentro dessas ideias; até mesmo, pelo fato de não
enquadrar-se na essência de tais princípios, pode acarretar a sua submissão a
Procedimento Administrativo Disciplinar, conforme previsão do Art. 4º, item “I”,
letra “C” da Portaria em questão, cujo objetivo é avaliar se o militar estadual em
julgamento possui condições morais para permanecer na Instituição.

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LEGISLAÇÃO APLICADA À PMERJ I

Aula 3 – Regulamento de Continências, Honras, Sinais de Respeito


e Cerimonial Militar das Forças Armadas (RCont).

1. Introdução.
O Regulamento de Continências, Honras, Sinais RCont.
de Respeito e Cerimonial Militar das Forças
O RCont. regula as
Armadas- RCont está previsto Decreto Federal, nº
situações diárias da vida
6.806 de 25 de março de 2009.
castrense, estando o militar
Embora não seja esta uma legislação oriunda da
de serviço ou não, em área
Polícia Militar, o seu emprego regulando o
militar ou em sociedade.
formalismo entre os Policiais Militares e Militares das
Tendo como base a
demais Corporações Federais e Estaduais constitui-se
Hierarquia e a Disciplina,
na espinha dorsal para cultivarmos os preceitos
bases de toda Instituição
básicos de nossa Instituição.
Militar, procura desenvolver
Mas como uma Legislação de âmbito federal,
na tropa (abrangendo
pode ser adotada por uma Corporação policial militar,
Superiores e Subordinados)
com atuação restrita e subordinada a um Estado da
a adequação e o respeito a
Federação?
esses princípios, por
Bem, para melhor esclarecer, cabe inicialmente,
intermédio da prática diária
recorremos ao Estatuto da PMERJ, com enfoque no
dos dispositivos nele
Art.154, que retrata o seguinte:
elencados.
Art. 154- São adotados na
Polícia Militar, em matéria não regulada na Legislação Estadual, as
leis e regulamentos em vigor no Exército Brasileiro, no que lhe for
pertinente.
Continuando, chegamos à Constituição Federal e Estadual, onde na previsão do
Art. 42 (Constituição Federal) e Art. 91 (Constituição Estadual), ambos já discutidos na

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LEGISLAÇÃO APLICADA À PMERJ I

Unidade “I” desta matéria, vemos que os Policiais Militares têm caracterizados a sua
condição de militares estaduais, com semelhantes prerrogativas, deveres e direitos da
profissão inerente aos militares das Forças Armadas.
E assim, calcados na previsão estatutária do Art. 154 e em Norma Constitucional,
Federal e do Estado do Rio de Janeiro, ora relatadas, podemos chegar à conclusão de
que a citada legislação federal oriunda do Exército Brasileiro pode ser recepcionada
pela PMERJ, sem qualquer incompatibilidade, até mesmo porque, a Corporação possui
o seu ambiente militar, como as demais Forças Militares em atividade no país.
Acrescentando ainda, outra norma constitucional, também já comentada, esta do art.
144, § 5º, onde estipula, como missão subsidiária das Polícias Militares, a sua condição
de Força Reserva e Auxiliar do Exército Brasileiro.
Antes de comentarmos sobre os artigos do RCont, mostra-se relevante, esclarecer
o seguinte:
O não cumprimento dos dispositivos inseridos neste Regulamento acarreta ao
profissional de polícia militar responsabilidades administrativas e penais.
No entanto, esse servidor militar deve ter o entendimento de que a obediência ao
RCont não deve ocorrer por simples temor a uma eventual sanção, mas sim pela sua
conscientização de que o Regulamento está intimamente ligado ao respeito às bases
institucionais que tradicionalmente sustentam essa bicentenária Corporação.
Assim, sua vida profissional, deverá ser pautada em obediência aos procedimentos
nele elencados, a exemplo dos demais militares, integrantes de outras Forças Federias
ou Estaduais, independente do posto, graduação e instituição a que pertençam.
Vejamos alguns artigos do RCont, com comentários e destaques importantes:

2. Da Finalidade:

Art. 1º Este regulamento tem por finalidade:


I - estabelecer as honras, as continências e os sinais de respeito, que
os militares prestam a determinados símbolos nacionais e às
autoridades civis e militares;
II - regular as normas de apresentação e de procedimento dos
militares, bem como as formas de tratamento e precedência.

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3. Dos Sinais de Respeito e da Continência

Podemos verificar no RCONT que o respeito e o fiel cumprimento da Disciplina


Militar, não acarretam ao profissional humilhação. Pelo contrário, revela sua adequação
ao trabalho e o compromisso com as tradições militares.

3.1 Generalidades

O parágrafo 3º do art. 3º preconiza que os sinais de respeito devem ocorrer, tanto


no âmbito militar, como no âmbito civil.
Veja nos artigos abaixo encontrados no Título II, do citado Regulamento:
Art. 2º - Todo militar, em decorrência de sua condição, obrigações,
deveres, direitos e prerrogativas, estabelecidos em toda a legislação
militar, deve tratar sempre:
I - Com respeito e consideração os seus superiores hierárquicos,
como tributo à autoridade de que se acham investidos por lei;
II - com afeição e camaradagem os seus pares;
III - com bondade, dignidade e urbanidade os seus subordinados.
§ 2º As demonstrações de respeito, cordialidade e consideração,
devidas entre os membros das Forças Armadas, também o são aos
integrantes das Polícias Militares, dos Corpos de Bombeiros
Militares e aos Militares das Nações Estrangeiras.
Art. 3º O militar manifesta respeito e apreço aos seus superiores,
pares e subordinados:
I - pela continência;
II - dirigindo-se a eles ou atendendo-os, de modo disciplinado;
III - observando a precedência hierárquica;
IV - por outras demonstrações de deferência
§ 1º Os sinais regulamentares de respeito e de apreço entre os
militares constituem reflexos adquiridos mediante cuidadosa
instrução e continuada exigência.
§ 2º A espontaneidade e a correção dos sinais de respeito são índices
seguros do grau de disciplina das corporações militares e da
educação moral e profissional dos seus componentes.

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LEGISLAÇÃO APLICADA À PMERJ I

3.2 Dos Sinais de Respeito

Leia os artigos presentes no Título II do RCONT, que dizem respeito aos Sinais
de respeito para que você saiba quando e como utilizá-los:

Art. 4º Quando dois militares se deslocam juntos, o de menor


antiguidade dá a direita ao superior.
Parágrafo único. Se o deslocamento se fizer em via que tenha lado
interno e externo, o de menor antiguidade dá o lado interno ao
superior.
Art. 5º Quando os militares se deslocam em grupo, o mais antigo fica
no centro, distribuindo-se os demais, segundo suas precedências,
alternadamente à direita e à esquerda do mais antigo.
§ 3º- Os sinais de respeito e apreço são obrigatórios em todas as
situações, inclusive nos exercícios no terreno e em campanha.
Art. 6º Quando encontrar um superior num local de circulação, o
militar saúda-o e cede-lhe o melhor lugar.
§ 1º Se o local de circulação for estreito e o militar for praça,
franqueia a passagem ao superior, faz alto e permanece de frente
para ele.
§ 2º Na entrada de uma porta, o militar franqueia-a ao superior; se
estiver fechada, abre-a, dando passagem ao superior e torna a fechá-
la depois.
Art. 7º Em local público onde não estiver sendo realizada solenidade
cívico-militar, bem como em reuniões sociais, o militar cumprimenta,
tão logo lhe seja possível, seus superiores hierárquicos.
Parágrafo único. Havendo dificuldade para aproximar-se dos
superiores hierárquicos, o cumprimento deve ser feito mediante um
movimento de cabeça.
Art. 8º - Para falar a um superior, o militar emprega sempre o
tratamento “Senhor ou Senhora”.
§1º Para falar formalmente ao Ministro de Estado da Defesa, o
tratamento é “Vossa Excelência” ou “Senhor Ministro”; nas relações
correntes de serviço, no entanto, é admitido o tratamento de
“Ministro ou Senhor”.
§2º Para falar formalmente, a um oficial general, o tratamento é
“Vossa Excelência”, “Senhor Almirante”, “Senhor General ou

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Senhor Brigadeiro”, conforme o caso; nas relações correntes de


serviço, é admitido o tratamento de “Almirante”, “General” ou
“Brigadeiro”, conforme o caso, ou ainda, de “Senhor”.
§3º- Para falar formalmente, ao Comandante, Diretor ou Chefe de
Organização Militar, o tratamento é “Senhor Comandante”, “Senhor
Diretor”, “Senhor Chefe”, conforme o caso; nas relações correntes
de serviço, é admitido o tratamento “Comandante”, “Diretor” ou
“Chefe”.
§4º- No mesmo posto ou graduação, poderá ser empregado o
tratamento “você”, respeitadas as tradições e peculiaridades de cada
Força Armada.
Art. 9º- Para falar a um mais moderno, o superior emprega o
tratamento “Você”.
Art. 10 - Todo militar, quando for chamado por um superior, deve
atendê-lo o mais rápido possível, apressando o passo quando em
deslocamento.
Art. 12. Nos ranchos de praças, ao neles entrar o Comandante,
Diretor ou Chefe de Organização Militar ou outra autoridade
superior, a praça de serviço, o militar mais antigo presente ou o que
primeiro avistar aquela autoridade comanda: "Rancho Atenção!" e
anuncia a função de quem chega; as praças, sem se levantarem e sem
interromperem a refeição, suspendem toda a conversação, até que
seja dado o comando de "À vontade".
Art. 13- Sempre que um militar precisar sentar-se ao lado de um
superior, deve solicitar-lhe a permissão.

Para que você compreenda melhor, treine os procedimentos acima com o seu
professor!

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LEGISLAÇÃO APLICADA À PMERJ I

ACONTECEU...

Polícia Militar assume escolas estaduais em Goiás

Numa região marcada pela violência, duas escolas da rede estadual de Goiás,
nos arredores de Brasília, municípios de Valparaíso e Novo Gama, começaram o
ano letivo sob o comando da Polícia Militar. A mudança provocou uma reviravolta
na rotina de 2,4 mil alunos estudantes.
Desde janeiro, eles estão submetidos a um código disciplinar que proíbe falar
gírias, mascar chicletes, etc. Como acontecem em escolas militares, aprendem a
marchar e prestam continência, além de ficarem de pé, sempre que um professor
entra em sala de aula e a cada semana, um aluno assume a função de chefe de turma,
cabendo a ele apresentar a turma, informando as ausências.
Os professores continuam os mesmos, ficando a parte pedagógica, a cargo da
Secretaria de Educação, mas o diretor de cada escola é um Oficial da PM.
Relatam alunos e professores de ambas os estabelecimentos de ensino que
antes da PM o cenário era outro, com problemas com o tráfico de drogas, cenas de
violência, inclusive com o homicídio de um ex-aluno, ocorrido no interior de uma
das escolas.
Fonte : http://oglobo.globo.com/blogs/educacao/posts/2014/04/16/policia-militar-
assume-escolas-estaduais-em-goias-531353.asp

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LEGISLAÇÃO APLICADA À PMERJ I

ACONTECEU...

Observe que: A PMGO, a fim de restabelecer a ordem nas citadas escolas, não
adotou qualquer aparato policial, mas procedimentos da caserna, que enfatizam a
hierarquia e a disciplina, transformando o dia a dia das duas escolas que, outrora se
mostrava inseguro, para os professores e alunos, num ambiente sadio, propiciando
uma melhoria no meio de convivência nos citados espaços público, além de
aumentar a qualidade do ensino ministrado.
É certo que os policiais militares, por dever de ofício, desenvolvem todo esse
formalismo, em obediência aos preceitos basilares da PMERJ, amparados pelo
RCONT e pelo Regulamento Disciplinar, cumprindo assim uma tradição típica das
Instituições Militares.
É de se admirar, que aqueles jovens alunos, sob a aquiescência de seus pais,
submeteram-se, informalmente, a esse regime de ordem, em busca de um ambiente
sadio, ordeiro e seguro influenciando na melhoria da qualidade do ensino, objetivo
de todos na busca de uma vida melhor.

VAMOS REFLETIR!

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LEGISLAÇÃO APLICADA À PMERJ I

Aula 4 – RCONT: da Continência e da Apresentação.

1. Da Continência
Os artigos abaixo são apresentados no Título Da Continência
II do RCONT e dizem respeito à Continência, A continência militar
quem tem Direito a esse cumprimento militar e de constitui-se em forma de
que forma deve ser prestada: cumprimento utilizado pelos
Art. 14 - A continência é a militares, conforme previsão do
saudação prestada pelo RCONT.
militar e pode ser individual O gesto de “prestar”
ou da tropa. continência envolve Superiores,
§ 1º A continência é
Pares, Subordinados a quem
impessoal; visa a autoridade
cabe reconhecer e adotar a ação
e não a pessoa.
adequada, à luz do citado
§ 2º A continência, parte
Regulamento, perante outros
sempre do militar de menor
militares, Símbolos Nacionais e
precedência hierárquica; em
igualdade de posto e autoridades civis devidamente
graduação, quando ocorrer constituídas.
dúvida sobre qual seja o de menor precedência, deve ser executada
simultaneamente.
§ 3º Todo militar deve, obrigatoriamente, retribuir a continência que
lhe é prestada; se uniformizado, presta a continência individual; se
em trajes civis, responde-a com um movimento de cabeça, com um
cumprimento verbal ou descobrindo-se, caso esteja de chapéu.
Art. 15 - Tem direito à continência:
I - A Bandeira Nacional;

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LEGISLAÇÃO APLICADA À PMERJ I

II - O Hino Nacional, quando executado em solenidade militar ou


cívica;
III - O Presidente da República;
VIII - Os Governadores de Estado, de Territórios Federais e do
Distrito Federal, nos respectivos territórios, ou, quando reconhecidos
ou identificados, em qualquer parte do País, em visita de caráter
oficial;
X - Os militares da ativa das Forças Armadas, mesmo em traje civil;
neste último caso, quando for obrigatório o seu reconhecimento, em
função do cargo que exerce ou, para os demais militares, quando
reconhecidos ou identificados;
Art. 16 – O aperto de mão é uma forma de cumprimento que o
superior pode conceder ao mais moderno.
Parágrafo único. O militar não deve tomar a iniciativa de estender a
mão para cumprimentar o superior, mas se este o fizer, não pode se
recusar ao cumprimento.
Art. 17- O militar deve responder com saudação análoga quando, ao
cumprimentar o superior, este, além de retribuir a continência, fizer
uma saudação verbal.
Art. 18 § 2º- A continência individual é devida a qualquer hora do dia
ou da noite, só podendo ser dispensada nas situações especiais,
conforme regulamento de cada Força Armada.
Art. 19- A atitude, o gesto e a duração, são elementos essenciais da
continência individual, variáveis conforme a situação dos
executantes.

1.1 Do Procedimento Normal

Abaixo, apresentamos os Art. 20 a 29, que indicam como você deve proceder,
para prestar sua continência em situações ali especificadas:

Art. 20. O militar, desarmado, ou armado de revólver ou pistola, de


sabre-baioneta ou espada embainhada, faz a continência individual
de acordo com as seguintes regras:
I - mais moderno parado e superior deslocando-se:
a) posição de sentido, frente voltada para a direção perpendicular à
do deslocamento do superior;

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LEGISLAÇÃO APLICADA À PMERJ I

b) com cobertura: em movimento enérgico, leva a mão direita ao lado


da cobertura, tocando com a falangeta do indicador a borda da pala,
um pouco adiante do botão da jugular, ou lugar correspondente, se a
cobertura não tiver pala ou jugular; a mão no prolongamento do
antebraço, com a palma voltada para o rosto e com os dedos unidos e
distendidos; o braço sensivelmente horizontal, formando um ângulo
de 45º com a linha dos ombros; olhar franco e naturalmente voltado
para o superior. Para desfazer a continência, baixa a mão em
movimento enérgico, voltando à posição de sentido;
c) sem cobertura: em movimento enérgico, leva a mão direita ao lado
direito da fronte, procedendo similarmente ao descrito na alínea "b",
no que couber;
d) a continência é feita quando o superior atinge a distância de três
passos do mais moderno e desfeita quando o superior ultrapassa o
mais moderno de um passo;
Il - mais moderno deslocando-se e superior parado, ou deslocando-se
em sentido contrário:
- se está se deslocando em passo normal, o mais moderno mantém o
passo e a direção do deslocamento; se em acelerado ou correndo,
toma o passo normal, não cessa o movimento normal do braço
esquerdo; a continência é feita a três passos do superior, como
prescrito no inciso I, alíneas "b" e "c", encarando-o com movimento
vivo de cabeça; ao passar por este, o mais moderno volta a olhar em
frente e desfaz a continência;
III - mais moderno e superior deslocando-se em direções
convergentes:
- o mais moderno dá precedência de passagem ao superior e faz a
continência como prescreve o inciso I, alíneas "b" e "c", sem tomar a
posição de sentido;
IV - mais moderno, deslocando-se, alcança e ultrapassa o superior
que se desloca no mesmo sentido:
- o mais moderno, ao chegar ao lado do superior, faz-lhe a
continência como prescrito no inciso I, alíneas "b" e "c", e o encara
com vivo movimento de cabeça; após três passos, volta a olhar em
frente e desfaz a continência;

28 | P á g i n a
LEGISLAÇÃO APLICADA À PMERJ I

V - mais moderno deslocando-se, é alcançado e ultrapassado por


superior que se desloca no mesmo sentido:
- o mais moderno, ao ser alcançado pelo superior, faz-lhe a
continência, como prescrito no inciso I, alíneas "b" e "c", desfazendo-
a depois que o superior tiver se afastado um passo;
Art. 22. O militar, quando tiver as duas mãos ocupadas, faz a
continência individual tomando a posição de sentido, frente voltada
para a direção perpendicular à do deslocamento do superior.
§ 1º Quando apenas uma das mãos estiver ocupada, a mão direita
deve estar livre para executar a continência.
§ 2º O militar em deslocamento, quando não puder corresponder à
continência por estar com as mãos ocupadas, faz vivo movimento de
cabeça.
Art. 23 O militar, isolado, armado de metralhadora de mão, fuzil ou
arma semelhante faz continência da seguinte forma:
I - quando estiver se deslocando:
a) leva a arma à posição de "Ombro Arma", à passagem do superior;
b) à passagem de tropa formada, faz alto, volta-se para a tropa e leva
a arma à posição de "Ombro Arma";
c) com a arma a tiracolo ou em bandoleira, toma a posição de
sentido, com sua frente voltada para a direção perpendicular à do
deslocamento do superior.
II - quando estiver parado:
a) na continência aos símbolos e autoridades mencionadas nos
incisos I a VIII do Art. 15 e a oficiais-generais, faz "Apresentar
Arma";
b) para os demais militares, faz "Ombro Arma";
c) à passagem da tropa formada, leva a arma à posição de "Ombro
Arma";
d) com a arma a tiracolo ou em bandoleira, toma apenas a posição de
sentido.
Art. 24 - Todo militar, faz auto para a continência à Bandeira
Nacional, ao Hino Nacional e ao Presidente da República.
§ 1º- Quando o Hino nacional for tocado em cerimônia religiosa o
militar participante da cerimônia não faz a continência individual,
permanecendo em atitude de respeito.

29 | P á g i n a
LEGISLAÇÃO APLICADA À PMERJ I

§ 2º- Quando o Hino Nacional for cantado a tropa ou militar presente


não faz a continência, nem durante a sua introdução, permanecendo
na posição de “Sentido”, até o final de sua execução.
Art. 25. Ao fazer a continência ao Hino Nacional, o militar volta-se
para a direção de onde vem a música, conservando-se nessa atitude
enquanto durar sua execução.
Art. 28. O Comandante, Chefe ou Diretor de Organização Militar
tem, diariamente, direito à continência prevista no artigo anterior, na
primeira vez que for encontrado pelas suas praças subordinadas, no
interior de sua organização.
Art. 29. Os militares em serviço policial ou de segurança poderão ser
dispensados de procedimentos sobre continência individual
constantes desse regulamento.

1.2 Do procedimento em Outras Situações

Existem também procedimentos que devem atender às situações diferenciadas.


Na íntegra do RCONT, esta seção é composta pelos Art. 30 a 40, porém, destacaremos
apenas os mais importantes.

Art. 30. O militar em um veículo, exceto bicicleta, motocicleta


procede da seguinte forma:
I - Com o veículo parado, tanto o condutor como os passageiros
fazem a continência individual sem se levantarem, e;
II - Com o veículo em movimento, somente o passageiro faz a
continência individual.
§ 1º Por ocasião da cerimônia da Bandeira ou da execução do Hino
Nacional, se no interior de uma Organização Militar, tanto o
condutor como o passageiro saltam do veículo e fazem a continência
individual; se em via pública, procedem do mesmo modo, sempre que
viável.
§ 2º Nos deslocamentos de elementos transportados por viaturas, só o
Comandante e o Chefe de cada viatura fazem a continência
individual. Os militares transportados tomam postura correta e
imóvel enquanto durar a continência do Chefe da viatura.
Art. 33. Procedimento do militar em outras situações.

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LEGISLAÇÃO APLICADA À PMERJ I

VI - Quando um militar entra em um recinto público, percorre com o


olhar o local para verificar se há algum superior presente; se houver
o militar faz-lhe a continência, do lugar em que est;
VII - Quando um militar entra em um recinto público, os militares
mais modernos que ai estão levantam-se ao avistá-lo e fazem-lhe a
continência;
VIII - Quando militares se encontram em reuniões sociais, festas
militares, competições desportivas ou em viagens, devem apresentar-
se mutuamente, declinando posto e nome, partindo essa apresentação
daquele de menor hierarquia;
IX - Seja qual for o caráter - oficial ou particular – da solenidade ou
reunião, deve o militar, obrigatoriamente, apresentar-se ao superior
de maior hierarquia presente, e ao de maior posto entre os oficiais
presentes de sua organização Militar; e,
X - Quando dois ou mais militares, em grupo, encontram-se com
outros militares, todos fazem a continência individual como se
estivessem isolados.

2. Da Apresentação

A apresentação pessoal é utilizada constantemente na vida profissional do policial


militar e por isso você deve treinar sempre.
Seguem abaixo, os artigos do RCONT que, abordam a Apresentação do Militar:

Art. 41 - O militar para se apresentar a um superior, aproxima-se


deste até a distância do aperto de mão; toma a posição de “sentido”,
faz a continência individual, como a descrita nesse Regulamento e diz,
em voz claramente audível, seu grau hierárquico, nome de guerra e
Organização Militar a que pertence, ou função que exerce, se estiver.
No interior de sua Organização Militar, desfaz a continência e diz o
motivo da apresentação, permanecendo na posição de “sentido” até
que lhe seja autorizado tomar a posição de “descansar” ou de “à
vontade”.
Art. 42. Para se retirar da presença de um superior, o militar faz-lhe
a continência individual, idêntica à da apresentação, e pede
permissão para se retirar; concedida a permissão, o oficial retira-se

31 | P á g i n a
LEGISLAÇÃO APLICADA À PMERJ I

normalmente, e a praça, depois de fazer "Meia Volta", rompe a


marcha com o pé esquerdo.

SAIBA MAIS...

Com o fim de ilustrar o assunto pertinente sobre a continência militar,


buscamos a interessante pesquisa realizada pelo Historiador, Rainer Sousa, que
apresenta a origem e a evolução da continência militar, ao longo dos tempos,
disponível no site: www.vidacaserna.blogsport.com/...08/o-significado.da.
O militarismo tem algumas peculiaridades e sem dúvidas, além do fascínio
pelas armas e fardas, uma das coisas que mais chama a atenção é a maneira que os
militares se cumprimentam. A famosa continência militar. Mas afinal, qual é a
origem da continência militar?
Tudo começou na Idade Média quando os cavaleiros, antes de participarem
de duelos ou irem para os confrontos trajando suas robustas armaduras,
cumprimentavam o rei. Como eles utilizavam o Elmo, uma espécie de capacete
medieval, precisavam levantar a viseira para que a majestade olhasse seus rostos.
Um sinal de respeito ao soberano. Além disso, esse movimento precisava ser feito
com a mão direita, já que era a mão que impunha a espada. De certa maneira, um
gesto simbólico de paz, uma vez que a mão desarmada dificilmente seria utilizada
para uma ação hostil. Frutos de uma sociedade isolada e tementes às terríveis
invasões bárbaras, os cavaleiros eram um dos mais notórios integrantes do mundo
feudal. Dedicado ao uso das armas e à proteção de propriedades, o cavaleiro
deveria honrar pela sua posição mostrando pronta disposição para participar de
uma luta ou defender as terras de seu senhor. Mais do que a bravura e o poder
bélico, esse intrigante personagem medieval também se distinguia por uma série de
rituais que reafirmavam sua condição.

32 | P á g i n a
LEGISLAÇÃO APLICADA À PMERJ I

SAIBA MAIS...

Segundo alguns historiadores, para assinalar suas origens, os cavaleiros se


singularizavam através de símbolos, acessórios e gestos. É nesse momento que
podemos sugerir uma resposta sobre a gênese das saudações militares. Na Idade
Média, quando passava por membro de mesma condição, o cavaleiro costumava
levantar o visor de seu elmo em sinal de respeito e amizade. Ao olhar diretamente
para seu próximo, buscava reafirmar a partilha de habilidades e valores com o
outro cavaleiro. Ao longo da formação das monarquias nacionais, entre os fins da
Idade Média e o início da Idade Moderna, essas saudações foram mantidas como
meio de indicar a subordinação à hierarquia militar organizada no interior dos
exércitos. Nas fileiras do Exército Britânico, por voltas do século XIX, o soldado
poderia executar a continência tocando seu chapéu com a ponta dos dedos ou
retirando o mesmo da cabeça. Na década de 1890, em plenas minúcias da Era
Vitoriana, o governo da Inglaterra decretou que a continência fosse realizada
quando um subordinado estivesse portando algum tipo de boné ou chapéu.
Com o tempo esse ato foi se tornando cada vez mais comum e não apenas
utilizada diante dos reis, mas também entre os demais integrantes do exército: a
mão levada à testa era o início de um aceno amigável; servia também como uma
espécie de senha, pois tinha muitas variações para confundir os inimigos.
Apesar dessa reverência ser comum entre as organizações militares de todo o
mundo, algumas forças tem ou tiveram maneiras particulares de realizar a
continência. A Alemanha nazista, por exemplo, era famosa pelo vibrante “Heil,
Hitler”, proferido enquanto o braço direito era estendido para o alto. Na Polícia
Militar – ao contrário do que muita gente imagina – prestamos (nunca “batemos”)
continência erguendo a mão direita até a altura da têmpora e não à frente da testa.
Aficionado pelo esplendor militar do antigo Império Romano, Adolf Hitler
resolveu trocar a continência clássica pelo “Ave, César” dirigido ao imperador
Júlio César. Nessa continência, o subordinado deveria erguer o braço direito em
uma inclinação de quarenta e cinco graus. No caso, a saudação sonora foi
devidamente substituída pelo “Heil, Hitler”, que também era ruidosamente
reproduzida por vários cidadãos alemães durante os comícios do Fuhrer.

33 | P á g i n a
LEGISLAÇÃO APLICADA À PMERJ I

SAIBA MAIS...

Os militares franceses, por exemplo, até hoje se cumprimentam com a palma


da mão voltada para frente; já os brasileiros batem continência à prussiana, com a
palma da mão para baixo. Atualmente, a reverência militar deve ser feita em pé com
a movimentação da mão direita até a cabeça. Rompendo as fronteiras da esfera
militar, a continência hoje é também utilizada por facções terroristas e grupos
paramilitares, como as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).
Contudo, podemos ainda falar sobre alguns casos em que se tentou desviar dessa
célebre tradição.
Após conhecermos a história da continência, com facilidade, chegamos à
ilação de que, a continência, representa, mais do que um mero gesto de
cumprimento, uma obrigatoriedade; mas sim, efetivamente, traduz-se em um
compromisso, uma demonstração de fidelidade e respeito, a exemplo do gesto que
os cavaleiros medievais, adotavam perante seus soberanos.

34 | P á g i n a
LEGISLAÇÃO APLICADA À PMERJ I

Aula 5 – RCONT: da Continência da Tropa e das Honras Militares.

Na aula anterior, nos reportamos à


continência do militar isolado, isto é: quando Da Continência da Tropa
ele, individualmente, adota os procedimentos
A Tropa, de acordo com o
que discorremos nessa unidade; e agora, quando
RCONT, adota procedimentos
você, na mesma condição de militar, encontra-
peculiares em relação ao seu
se, sob comando, integrando o efetivo de uma
deslocamento, apresentação,
tropa.
continência e quando atua como
Na previsão do Regulamento de
Guarda de Honra.
Continências, a Tropa deve adotar as mesmas
O militar integrante do efetivo
rotinas, perante a Bandeira Nacional, o Hino
de uma tropa, age sempre,
Nacional, Bandeiras e Hinos de Nações
mediante comando do
Estrangeiras, às autoridades civis e militares,
comandante desta, diferentemente
conforme o Art. 15 do RCONT, como também,
do militar isolado, que por sua
à outra tropa.
iniciativa, adota o movimento
Nesse contexto, passamos a comentar os
militar, correspondente à situação
artigos mais relevantes sobre o assunto:
em que se depara, sendo que em
1. Da Continência da Tropa: ambos os casos a persistência nos
exercícios e o constante
Art. 44- Para efeito de
treinamento, propicia
continência, considera-se
tropa a reunião de dois ou conhecimento e agilidade na ação

mais militares a ser adotada.


devidamente comandados.
Art. 51- No período compreendido entre o arriar da Bandeira e o
toque de alvorada no dia seguinte, a tropa presta continência à

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LEGISLAÇÃO APLICADA À PMERJ I

Bandeira Nacional, ao Hino Nacional, ao Presidente da República, às


bandeiras e hinos de outras nações e a outra tropa.
Art. 52- A tropa em forma e parada, à passagem de outra tropa,
volta-se para ela e toma a posição de sentido.
Parágrafo único. Se a tropa que passa conduz Bandeira, ou se seu
Comandante for de posto superior ao do Comandante da tropa em
forma e parada, esta lhe presta a continência indicada no Art. 53;
quando, do mesmo posto e a tropa que passa não conduz Bandeira,
apenas os Comandantes fazem a continência.
Art. 53- Uma tropa a pé firme presta continência aos símbolos, às
autoridades e a outra tropa formada, nas condições mencionadas no
Art. 15, executando os seguintes comandos:
I - na continência a oficial subalterno e Intermediário:
- “Sentido!”
II - na continência a oficial-superior:
- "Sentido! Ombro Arma!”.
III - na continência aos símbolos e autoridades mencionadas nos
incisos I a VIII do Art. 15, a Oficiais-Generais ou autoridades
equivalentes: "Sentido! Ombro Arma! Apresentar Arma! Olhar a
Direita (Esquerda)!".
§ 2º No caso de tropa desarmada, ao comando de "Apresentar Arma!"
todos os seus integrantes fazem continência individual e a desfazem
ao Comando de "Descansar Arma!".

1.1 Da Continência da Tropa em Deslocamento

Art. 56- A tropa em deslocamento faz continência aos símbolos, às


autoridades e a outra tropa formada, relacionados nos incisos I, III a
IX e XI a XV do Art. 15;
Art. 57- Na continência a outra tropa, procede-se da seguinte forma:
I - se as duas tropas não conduzem a Bandeira Nacional, a
continência é iniciada pela tropa cujo Comandante for de menor
hierarquia; caso sejam de igual hierarquia, a continência deverá ser
feita por ambas as tropas;
II - se apenas uma tropa conduz a Bandeira Nacional, a continência é
prestada à Bandeira, independente da hierarquia dos Comandantes
das tropas;

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LEGISLAÇÃO APLICADA À PMERJ I

III - se as duas tropas conduzem a Bandeira Nacional, a continência é


prestada por ambas, independente da hierarquia de seus
comandantes.
Art. 58- A tropa em deslocamento faz alto para a continência ao Hino
Nacional e aos Hinos das Nações Estrangeiras, quando executados
em solenidade militar ou cívica.
Art. 59- A tropa em deslocamento no passo acelerado ou sem
cadência faz continência às autoridades e a outra tropa formada,
relacionadas nos incisos III a IX, XI e XIII a XV do Art. 15, ao
comando de "Batalhão (Companhia, Pelotão, Seção) Atenção!", dado
pelos respectivos comandantes.
Parágrafo único. Para a continência à Bandeira Nacional e às
Bandeiras das Nações Estrangeiras, a tropa em deslocamento no
passo acelerado ou sem cadência retoma o passo ordinário e procede
como descrito no Art. 56 Parágrafo único. Para a continência à
Bandeira Nacional e às Bandeiras das Nações Estrangeiras, a tropa
em deslocamento no passo acelerado ou sem cadência retoma o passo
ordinário e procede como descrito no Art. 56.

1.2 Da Continência da Guarda

Art. 70 - A guarda formada presta continência:


I - Aos símbolos, às autoridades e à outra tropa formada, referidos
nos incisos I à X, XII e XIII do art. 15 deste regulamento;
IV - Aos Oficiais Generais, /Oficiais Superiores e ao Comandante,
Chefe ou Diretor, qualquer que seja o seu posto, nas Organizações
Militares;
VI - À guarda que venha rendê-la.
§ 1º- As normas para prestar continência, pela guarda formada, a
oficiais de qualquer posto serão reguladas pelo cerimonial de cada
força.
§ 2º- A continência é prestada por ocasião da entrada e saída da
Autoridade.
Em relação ao parágrafo 2º, é necessário um breve comentário. O costume na
Corporação, em virtude da previsão do RCONT anterior é o seguinte: estando presente

37 | P á g i n a
LEGISLAÇÃO APLICADA À PMERJ I

ao quartel ou estabelecimento militar, seu Comandante, Chefe ou Diretor, a guarda não


forma para continências a Oficiais de posto igual ou inferior ao mesmo.

Art. 72 - A guarda forma para prestar continência à tropa de efetivo


igual ou superior à subunidade, sem bandeira que saia ou regresse ao
quartel.
Art. 75 - Uma vez presente em uma organização militar, autoridade
cuja insígnia esteja hasteada no mastro principal, apenas o
Comandante, Diretor ou Chefe da organização e os que forem
hierarquicamente superiores à referida autoridade, tem direito à
continência da guarda formada.
Art. 76 - A sentinela de posto fixo, armada, presta continência:
I - Apresentando arma, aos símbolos e autoridades referidos no Art.
15 deste Regulamento;
§ 1º- O militar que recebe uma continência de uma sentinela faz a
continência individual para respondê-la.
Art. 77- Os marinheiros e soldados, quando passarem por uma
sentinela, fazem a continência individual, à qual a sentinela responde,
tomando a posição de ”sentido”.
Art. 78- No período compreendido entre o arriar da Bandeira
Nacional e o toque de alvorada, do dia seguinte, a sentinela só
apresenta armas à bandeira nacional, ao Hino Nacional, ao
Presidente da República, às bandeiras e hinos de outras nações e à
tropa formada, quando comandada por Oficial.
Parágrafo único. No mesmo período, a sentinela toma a posição de
“sentido”, à passagem de um superior pelo seu posto ou para
corresponder à saudação militar de marinheiros e soldados.

2. Das Honras Militares

Finalizando esta unidade, trataremos agora sobre Honras militares, destacando os


aspectos mais importantes:

Art. 99 - Honras Militares são homenagens coletivas que se tributam


aos militares das Forças Armadas, de acordo com sua hierarquia e às
altas autoridades civis, segundo o estabelecido neste Regulamento e
traduzido por meio de:

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LEGISLAÇÃO APLICADA À PMERJ I

I - Honras de Recepção e Despedida;


II - Comissão de Cumprimentos e de Pêsames, e;
III - Preito da Tropa.
Art. 100- Tem direito a Honras Militares:
I - O Presidente da República;
II - O Vice Presidente da República;
III - O Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal, quando
incorporados;
IV - Os Ministros de Estado e os Comandantes da marinha, do
Exército e da Aeronáutica;
V - O Superior Tribunal Militar, quando incorporado;
VI - Os Militares das Forças Armadas;
VII - Os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e;
VIII - Os chefes de Missão Diplomática.
Art. 112 Parágrafo único. A Guarda de Honra pode formar a
qualquer hora do dia ou da noite.

3. Da Bandeira Nacional
Abaixo, apresentamos alguns artigos que dizem respeito a procedimentos afetos à
Bandeira Nacional:
Art. 150- A Bandeira Nacional pode ser hasteada e arriada a
qualquer hora do dia ou da noite.
§ 1º Normalmente, em Organização Militar, faz-se o hasteamento no
mastro principal às 08:00 e a arriação às 18:00 ou ao pôr-do-sol.
§ 2º No dia 19 de novembro, como parte dos eventos comemorativos
do Dia da Bandeira, a Bandeira Nacional será hasteada em ato
solene às 12:00, de acordo com os cerimoniais específicos de cada
Força Armada.
§ 3º Nas Organizações Militares que não mantenham serviço
ininterrupto, a Bandeira Nacional será arriada conforme o
estabelecido no parágrafo 1º ou ao se encerrar o expediente, o que
primeiro ocorrer.
§ 4º Quando permanecer hasteada durante a noite, a Bandeira
Nacional deve ser iluminada.

39 | P á g i n a
LEGISLAÇÃO APLICADA À PMERJ I

Art . 151- Nos dias de Luto Nacional e no dia de Finados, a Bandeira


é mantida a meio mastro.
§ 1º Por ocasião do hasteamento, a Bandeira vai até o topo do
mastro, descendo em seguida até a posição a meio mastro; por
ocasião da arriação, a Bandeira sobe ao topo do mastro, sendo em
seguida arriada.
§ 2º Nesses dias, os símbolos e insígnias de Comando permanecem
também a meio mastro, de acordo com o cerimonial específico de
cada Força Armada.
Art. 152- Nos dias citados no Art. 151, as Bandas de Música
permanecem em silêncio.

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LEGISLAÇÃO APLICADA À PMERJ I

Aula 6 – Regulamento Disciplinar da Policia Militar (RDPM) -


Introdução e Bases Legais Para Seu Emprego.

O Regulamento Disciplinar da Polícia


Militar do Estado do Rio de Janeiro - RDPM é O RDPM
Norma fundamentada em nosso Estatuto, como O Regulamento Disciplinar da
também, em dispositivos da Constituição PM constitui-se em uma
Federal e Estadual, em vigor. importante ferramenta para a
Embora, seja um Decreto Estadual, datado preservação da Hierarquia e da
do ano de 1983, ao longo dos anos, sofreu Disciplina.
imperiosas mudanças, com o fim de ser Sua utilização na Corporação
enquadrado ao atual Ordenamento tem amparo em preceitos
Constitucional, notadamente, aquelas previstas Constitucionais e trazem em seu
no Título “II” da CFRFB/88, que falam “Dos conteúdo, dispositivos que
Direitos e Garantias Fundamentais”, em preveem sanções disciplinares
especial os constantes do Art. 5°, LIV e LV que àqueles servidores militares que
preconizam o necessário respeito aos Princípios adotarem comportamento
do Devido Processo Legal, Ampla Defesa e do contrário às citadas bases
Contraditório, indispensáveis em todo Processo Institucionais, como também, aos
Administrativo Disciplinar. demais dispositivos que buscam
Dessa forma, as Normas Disciplinares, preservar direitos e valorizar tais
enumerados no RDPM, além de cumprirem seu servidores, sendo imprescindível
papel de preservação da Hierarquia e da que estes entendam da
Disciplina na PMERJ, atuam como um necessidade de terem uma conduta
moderador de condutas dos Policiais Militares, ilibada e enquadrada nos rígidos
padrões exigidos pela PMERJ.
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LEGISLAÇÃO APLICADA À PMERJ I

sendo que, tanto essas Normas quanto as presentes nos Procedimentos Administrativos
Disciplinares existentes no âmbito da Corporação, devem ser aplicados, respeitando-se
os aludidos Princípios Constitucionais, enfatizando assim as necessárias garantias ao
cidadão Policial Militar.
Preliminarmente, para o estudo do Regulamento Disciplinar, vejamos os
fundamentos sobre o tema.

1. Constituição Federal

Art. 5º
LIV- Ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido
processo legal;
LV- Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos
acusados em geral são assegurados o contraditório e a ampla defesa,
com os meios e recursos a ela inerentes;
LXI - Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem
escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, salvo
nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar,
definidos em lei.
Art. 42 – Os membros das polícias militares e corpos de bombeiros
militares, instituições organizadas com bases na hierarquia e
disciplina, são militares dos estados, do Distrito Federal e dos
territórios.
§ 1º- Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos
Territórios, além do que vier a ser fixado em lei, as disposições do
art. 14, § 8º, do art. 40, §9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo à lei
estadual específica dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º, inciso
x, sendo as patentes dos oficiais conferidas pelos respectivos
governadores.
Art. 142, parágrafo 2º- “não caberá habeas corpus em relação a
punições disciplinares”.
Art. 144, § 6º- as polícias militares e corpos de bombeiros militares,
forças auxiliares e reserva do exército, subordinam-se, juntamente
com as polícias civis, aos governadores dos Estados, do Distrito
Federal e dos Territórios.

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LEGISLAÇÃO APLICADA À PMERJ I

2. Constituição do Estado do Rio De Janeiro

Art. 25- aos litigantes e aos acusados em processo administrativo ou


judicial, o poder público garantirá o contraditório e a ampla defesa,
com os meios e recursos inerentes.
Art. 29- ninguém será preso, senão em flagrante delito ou por ordem
escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, salvo
nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar,
definidos em lei.
Art. 90 - O Estado do Rio de Janeiro garantirá, através de lei e dos
demais atos de seus órgãos e agentes a imediata e plena efetividade
dos direitos e garantias individuais, mencionados na Constituição da
República.

3. Estatuto da PMERJ

Art. 45- O regulamento disciplinar da polícia militar especificará e


classificará as transgressões disciplinares e estabelecerá as normas
relativas à amplitude e aplicação das penas disciplinares, à
classificação do comportamento policial militar e a interposição de
recursos contra as penas disciplinares.
§ 2º- As penas disciplinares de detenção ou prisão não podem
ultrapassar a trinta dias.

Após elencarmos as bases de sustentação para o emprego do Regulamento


Disciplinar, iniciaremos o seu estudo. Conforme relatamos acima, o Regulamento
Disciplinar da PMERJ tem origem no Decreto nº 6.579, datado de 05 de março de
1983.

4. Generalidades

Na linha de seu Art. 1º, o Regulamento Disciplinar da Polícia Militar do Estado


do Rio de Janeiro - RDPM traz em seu bojo as seguintes finalidades:

 Especificar e classificar as transgressões disciplinares;


 Estabelecer normas relativas à amplitude e à aplicação das punições disciplinares;
 A classificação do Comportamento Policial Militar das Praças;

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LEGISLAÇÃO APLICADA À PMERJ I

 Interposição de recursos contra a aplicação das punições.

O parágrafo único do aludido artigo diz que este regulamento trata, em parte, das
recompensas especificadas no Estatuto da PMERJ.
E assim, enfatizamos que os dispositivos do Regulamento citado, não se limitam
apenas àqueles que tratam das sanções disciplinares, mas também, outros que buscam
garantir a plena defesa do Policial Militar, alterar o seu comportamento militar, além
das recompensas que o servidor pode fazer jus, por bons serviços prestados.
Seguimos apresentando os demais artigos, com alguns comentários:

Art. 2º - A camaradagem torna-se indispensável à formação e ao


convívio da Família Policial Militar, cumprindo existir as melhores
relações sociais entre os Policiais Militares.
Parágrafo Único - Incumbe aos superiores incentivar e manter a
harmonia e a amizade entre seus subordinados.
Art. 3º - A civilidade é parte da Educação Policial Militar e, como tal,
de interesse vital para a disciplina consciente. Importa ao superior
tratar os subordinados, em geral, os recrutas, em particular, com
urbanidade e justiça, interessando-se pelos respectivos problemas.
Em contrapartida, o subordinado é obrigado a todas as provas de
respeito e deferência para com seus superiores, em conformidade com
os Regulamentos Policiais Militares.
Parágrafo Único - As demonstrações de camaradagem, cortesia e
consideração, obrigatórias entre os Policiais Militares, devem ser
dispensadas reciprocamente aos militares de outras corporações.
Art. 4º - Para efeito deste regulamento, todas as atuais Organizações
Policiais Militares, previstas na Lei de Organização da Polícia
Militar, bem como as que foram criadas posteriormente, serão
denominadas OPM.
Parágrafo Único - Para efeito deste regulamento, os Comandantes,
Diretores e Chefes de OPM e o Ajudante-Geral serão considerados
genericamente como Comandante.

O parágrafo único do Art. 3º preconiza que as honras, continências e respeitos


militares, devem ser estendidos a todas as corporações Policiais Militares e corpos de

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LEGISLAÇÃO APLICADA À PMERJ I

Bombeiros Militares, de todos os Estados brasileiros, bem como a todas as Forças


Militares Federais.
Lembre-se do RCONT!
A seguir, veremos que o RDPM é competente para apreciar a conduta disciplinar
dos Policiais Militares da ativa, dos afastados por licença e dos inativos.

5. Princípios Gerais da Hierarquia e da Disciplina

Art. 5º - A Hierarquia Policial Militar é a ordenação da autoridade,


em níveis diferentes, por postos e graduações.
Parágrafo Único - A ordenação dos postos e graduações na Polícia
Militar se faz conforme preceitua o Estatuto dos Policiais Militares.
Art. 6º - A Disciplina Policial Militar é a rigorosa observância e o
acatamento integral das leis, regulamentos, normas e disposições,
traduzindo-se pelo perfeito cumprimento do dever por parte de todos
e de cada um dos componentes do Organismo Policial Militar.
§2º - A disciplina e o respeito à hierarquia devem ser mantidos
permanentemente pelos Policiais Militares na ativa e na inatividade.
Art. 7º - As ordens devem ser prontamente obedecidas.
§1º - Cabe ao Policial Militar a inteira responsabilidade pelas ordens
que emitir e pelas consequências que dela advierem.
§2º - Cabe ao subordinado, ao receber ordem, solicitar os
esclarecimentos necessários ao seu total entendimento.
§3º - Quando a ordem importar em responsabilidade criminal para o
executante, poderá o mesmo solicitar sua confirmação por escrito,
cumprindo à autoridade que a emitiu atender à solicitação
§4º - Cabe ao executante, que exorbitar no cumprimento da ordem
recebida, a responsabilidade pelos excessos e abusos que cometer.

6. Esfera de Ação do Regulamento Disciplinar e Competência para sua


Aplicação
Art. 8º - Estão sujeitos a este regulamento os Policiais Militares na
ativa e os na inatividade.

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LEGISLAÇÃO APLICADA À PMERJ I

Parágrafo Único - Os alunos dos Órgãos de Formação de Policiais


Militares também estão sujeitos aos regulamentos, normas e
prescrições dos Estabelecimentos em que estejam matriculados.
Art. 9º - As disposições deste Regulamento se aplicam também aos
Policiais Militares na inatividade, quando, ainda que em meio civil,
se conduzam de modo a prejudicar os princípios da Hierarquia, da
Disciplina, do respeito e do Decoro Policial Militar, incluídas as
manifestações por intermédio da imprensa.
Art. 10 - A competência para aplicar as prescrições contidas neste
Regulamento é conferida ao cargo e não ao grau hierárquico, sendo
competentes para aplicá-las:
I - O Governador do Estado, a todos os integrantes da Polícia
Militar;
II - O Comandante-Geral, aos que estiverem sob seu comando;
III - O Chefe do Estado Maior, o Comandante do Policiamento da
Capital, o Comandante do Policiamento do Interior, os Comandantes
de Área e os Diretores dos Órgãos de Direção, aos que servirem sob
suas ordens e em OPM subordinadas.

7. Obrigação de Participar Fato Contrário à Disciplina


Art. 11 - Todo Policial Militar que tiver conhecimento de fato
contrário à disciplina, deverá participar ao seu Chefe Imediato, por
escrito ou verbalmente. Neste último caso, deve confirmar a
participação, por escrito, no prazo máximo de 48 horas:
§1º - A parte de que trata este artigo deve ser clara, concisa e precisa,
conter os dados capazes de identificar as pessoas e coisas envolvidas,
o local a data e hora da ocorrência e caracterizar as circunstâncias
do fato, sem tecer, comentários ou opiniões pessoais.
§2º - Quando, para a preservação da disciplina e do decoro da
Corporação, a ocorrência exigir uma pronta intervenção do Policial
Militar de maior antiguidade que presenciar ou tiver conhecimento do
fato, mesmo sem que possua ascendência funcional sobre o
transgressor, deverá tomar imediatas e enérgicas providências,
podendo, se for o caso, prendê-lo em nome da autoridade competente,
à qual, pelo meio mais rápido, dará ciência da ocorrência e das
providências em seu nome tomadas.

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LEGISLAÇÃO APLICADA À PMERJ I

§3º - Nos casos de participação de ocorrência com Policial Militar de


OPM diversa daquela a que pertence o signatário da parte, será este
direta ou indiretamente notificado da solução dada, no prazo máximo
de 6 (seis) dias úteis. Expirando este prazo, deve o signatário da
parte, comunicar a citada ocorrência à autoridade que estiver
subordinado.
§4º - A autoridade a quem a parte disciplinar é dirigida deve dar
solução no prazo máximo de quatro dias úteis, podendo, se
necessário, ouvir as pessoas envolvidas, obedecidas as demais
prescrições regulamentares. Na impossibilidade de solucioná-la nesse
prazo, o motivo deverá ser publicado em boletim e, desse modo, o
prazo poderá ser prorrogado por até 20 (vinte) dias.

Como podemos observar, o Art. 11 e parágrafos, constituem-se em uma


necessária e importante ferramenta que auxilia a Corporação a adotar medidas imediatas
ante eventuais ações irregulares de seus integrantes, que com suas condutas venham a
ferir as bases institucionais e a imagem da Instituição.
Por outro lado, as medidas saneadoras ali elencadas buscam também o
engajamento de todos os policiais militares que ao presenciarem alguma irregularidade,
no âmbito de seu dever de Ofício, comuniquem aos seus superiores através de parte o
fato presenciado, para as imediatas providências, com vistas a uma pronta resposta da
Corporação.
Esses procedimentos saneadores, podem inclusive chegar ao extremo da adoção
da medida cautelar, constante no § 2º, que prevê a prisão administrativa do Policial
Militar infrator à disposição de seu Comandante, sem a devida nota de culpa; ação esta
que pode ser praticada por outro Policial Militar, de maior antiguidade, mesmo que este
não possua a ascendência funcional sobre o infrator.
Cabe ainda a observação de que, a parte mencionada, dando conta da
irregularidade presenciada, deve retratar apenas o fato, sem aduzir quaisquer outros
comentários ou opiniões pessoais.

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LEGISLAÇÃO APLICADA À PMERJ I

SAIBA MAIS...

A Constituição cidadã de 1988, implementou uma série de dispositivos


voltados aos direitos e garantias fundamentais do cidadão.
Inseridos no capítulo “I”, do título “II” que diz dos direitos e deveres
individuais e coletivos, tem seu vigor, estampado no Art. 5º, que enuncia a
igualdade de todos perante a lei, sem qualquer distinção, como também, garantindo
a brasileiros e estrangeiros aqui residentes o direito à vida, liberdade, igualdade,
segurança e propriedade.
Traz ainda em seus incisos, inúmeros preceitos que devem ser observados em
prol do cidadão, além de princípios preservadores de direitos e garantias, dentre eles
os citados nos nº “LIV e LV, que falam respectivamente do devido Processo Legal e
da Ampla Defesa e do Contraditório, que são pertinentes em qualquer Processo
Administrativo Disciplinar, sob pena de nulidade”.
Ante a relevância do tema, em correlação com o estudo desta unidade, nada
mais oportuno do que apresentarmos a definição dos princípios constitucionais ora
elencados, onde seguindo as lições de Rafael Carvalho Rezende Oliveira, em seu
livro: Curso de Direito Administrativo (pág. 323) nos retrata o seguinte:
Esses princípios regem os Processos Administrativos;
O Devido Processo Legal, consagrado no Art. 5º, LIV/ CRFB, possui dois
sentidos:
a. Sentido procedimental: a Administração deve respeitar os procedimentos e as
formalidades previstas em lei, e;
b. Sentido substantivo: a atuação administrativa deve ser pautada pela
razoabilidade, sem excessos.
Princípio do Contraditório, previsto no art. 5º, LV/ CFRB, garante o direito de
as partes serem ouvidas e informadas sobre os fatos, argumentos e documentos
relacionados ao processo administrativo, bem como impõe o dever de motivação
das decisões administrativas.

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LEGISLAÇÃO APLICADA À PMERJ I
SAIBA MAIS...

Princípio da Ampla Defesa garantia consagrada no Art. 5º, LV/CRFB,


consagra o direito de a parte rebater acusações ou interpretações com a finalidade de
evitar ou minorar sanções, bem como preservar direitos e interesses. Em regra, a
ampla defesa deve ser oportunizada antes da formulação da decisão administrativa,
salvo situações excepcionais urgentes nas quais a defesa pode ser postergada para
momento posterior (sic).”

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LEGISLAÇÃO APLICADA À PMERJ I

Aula 7 – Transgressões Disciplinares Análise e Modalidades; DRD;


Comportamento Policial Militar.

1. Das Transgressões

Art. 14 - São transgressões disciplinares:


I - Todas as ações ou omissões contrárias à
Documento de Razões de Defesa

Disciplina Policial Militar, especificadas no (DRD)


Anexo I do presente Regulamento; O DRD é o documento oficial
II - Todas as ações, omissões ou atos, não da PMERJ, a que o Policial
especificados na relação de transgressões do Militar faz uso para se defender da
Anexo citado, que afetem a honra pessoal, o imputação de ter cometido uma
Pundonor Policial Militar, o decoro da classe
infração disciplinar. A sua
ou o sentimento do dever e outras prescrições
utilização respalda Princípios
contidas no Estatuto dos Policiais Militares,
Constitucionais que devem ser
leis e regulamentos, bem como os praticados
garantidos ao acusado.
contra regras e ordens de serviço
Interessando-se por conhecer o
estabelecidas por autoridades competentes.
processo de julgamento das
O “Anexo l”, ora mencionado, está transgressões disciplinares, as
relacionado ao RDPM e diz respeito ao rol de modalidades de transgressões
condutas consideradas com Transgressão existentes e a importância da
Disciplinar que, quando praticadas pelos classificação do seu
Policiais Militares, podem ensejar a aplicação comportamento militar, este
de uma punição, caso não seja vislumbrado servidor militar terá a consciência
qualquer justificação. da importância em manter um
padrão de conduta esperado pela
Corporação.

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LEGISLAÇÃO APLICADA À PMERJ I

2. Documento de Razões de Defesa- DRD

Por força do Preceito Constitucional do Art. 5º, da CFRFB/88, o Comando Geral


da Corporação editou no Bol PM, nº 156 de 24/08/2005, fl. 62, as Instruções
Complementares ao Regulamento Disciplinar da Polícia Militar, que foram acrescidas
posteriormente com as orientações sobre a tramitação do DRD, estas públicas no Bol.
PM nº 131 de 15/08/2008.
Nessas Instruções, há a determinação de que nenhuma punição disciplinar será
aplicada, sem que sejam oportunizados os Princípios da Ampla Defesa e do
Contraditório Constitucionais ao Policial Militar.
Já na segunda publicação, considera o citado Documento de Defesa como um
instrumento a que o Policial Militar, ativo ou inativo, tem acesso para se defender de
uma transgressão disciplinar a ele imputado, podendo requerer a produção de qualquer
prova.
Acrescenta ainda que após solução de qualquer Averiguação, Sindicância ou
Inquérito Policial Militar, apontando o autor do fato, este receba um Documento de
Razões de Defesa- DRD, para que diante das acusações nela gravadas, possa apresentar
suas razões de defesa.
Da mesma maneira, em se tratando de Policial Militar arrolado em fato em que
este seja observado e caracterizado, em tese, como transgressão disciplinar, determina,
também, a emissão do DRD ao PM acusado, sendo que, em ambos os casos, o
documento em questão deverá ser devolvido, devidamente preenchido com suas razões
de defesa, no prazo de 05 (cinco) dias úteis , a contar da data em que o referido, lhe foi
entregue, devendo tal ato ocorrer pessoalmente e contra recibo.

3. Julgamento das Transgressões

Na esfera do Art. 16, no julgamento das transgressões disciplinares, podem ser


levantadas causas que as justifiquem ou circunstâncias que as atenuem e/ou as agravem.

Art. 17 - São causas de justificação:


I - Ter sido cometida a transgressão na prática de ação meritória, no
interesse do serviço ou da ordem pública;
II - Ter sido cometida a transgressão em legitima defesa, própria ou
de outrem;

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LEGISLAÇÃO APLICADA À PMERJ I

III - Ter sido cometida a transgressão em obediência a ordem


superior;
IV - Ter sido cometida a transgressão pelo uso imperativo de meios
violentos a fim de compelir o subordinado a cumprir rigorosamente o
seu dever, no caso de perigo, necessidade urgente, calamidade
pública, manutenção da ordem e/ou da disciplina;
V - Ter havido motivo de força maior, plenamente comprovado e
justificado;
VI - Nos casos de ignorância, plenamente comprovada, desde que não
atente contra os sentimentos normais de patriotismo, humanidade e
probidade.
Art. 18 - São circunstâncias atenuantes:
I - O bom comportamento;
II - A relevância de serviços prestados;
III - Ter sido cometida a transgressão para evitar mal maior;
IV - Ter sido cometida a transgressão em defesa própria, de seus
direitos ou de outrem, desde que não constitua causa de justificação;
V - Falta de prática no serviço.
Art. 19 - São circunstâncias agravantes:
I - O mau comportamento;
II - A prática simultânea ou conexão de duas ou mais transgressões;
III - Reincidência da transgressão, mesmo punida verbalmente;
IV - Conluio entre duas ou mais pessoas;
V - A prática da transgressão durante a execução do serviço;
VI - O cometimento da falta em presença de subordinados;
VII - Haver abusado o transgressor de sua autoridade hierárquica;
VIII - A prática da transgressão com premeditação;
IX - A prática da transgressão em presença da tropa;
X - A prática da transgressão em presença de público.

4. Modalidades de Punições

Com base no Art. 23, o RDPM, apresenta a previsão das seguintes modalidades de
punições disciplinares a que os integrantes da PMERJ, estão passíveis de serem
penalizados:

52 | P á g i n a
LEGISLAÇÃO APLICADA À PMERJ I

I. Advertência;
II. Repreensão;
III. Detenção;
IV. Prisão;
V. Licenciamento e exclusão a bem da disciplina.

O Parágrafo Único, do referido artigo, seguindo o que diz o Estatuto PMERJ,


menciona que as punições cerceadoras de liberdade - prisão e detenção- não podem
ultrapassar de trinta dias.

Art. 24 - Advertência - é a forma mais branda de punir. Consiste em


uma admoestação feita verbalmente ao transgressor, podendo ser em
caráter reservado ou ostensivo.
§1º - Quando feita ostensivamente, a advertência, poderá sê-la na
presença de superior, no círculo de seus pares ou na presença de toda
ou parte da OPM.
§2º - A advertência por ser verbal, não constará das alterações do
punido, devendo, entretanto, ser registrada em sua ficha disciplinar.
Art. 25 - Repreensão - é a punição que, publicada em boletim, não
priva o punido da liberdade.

Em relação à Punição de advertência, a Publicação constante do Boletim da PM,


nº 141 de 10 de agosto de 2010, divulgou determinação do Comando Geral, em que
doravante, ao ser aplicada, ensejará sua publicação em Boletim Disciplinar Reservado-
BDR, para fins de eventual recurso do Policial Militar punido, diferentemente do que
ocorria até então, conforme o que prescreve o § 2º do art. 24 do RDPM.
Abordando agora as punições cerceadoras de liberdade, temos:

Art. 26 - Detenção - consiste no cerceamento da liberdade do punido,


o qual deve permanecer no local que lhe for determinado,
normalmente o quartel, sem ficar, no entanto, confinado.
§1º - O detido comparece a todos os atos de instrução e serviços.
§2º - Em casos especiais, a critério da autoridade que aplicou a
punição, o Oficial ou o Aspirante-a-Oficial pode ficar detido em sua
residência.

53 | P á g i n a
LEGISLAÇÃO APLICADA À PMERJ I

Art. 27 - Prisão - consiste no confinamento do punido em local


próprio ou designado para tal.
§1º - Os Policiais Militares de diferentes círculos de Oficiais e Praças
estabelecidos no Estatuto dos Policiais Militares não poderão ficar
presos no mesmo compartimento.

5. Licenciamento e Exclusão a bem da Disciplina

O Licenciamento e Exclusão a Bem da Disciplina, conforme base do Art. 31 -


consiste no afastamento, “ex-officio”, do Policial Militar das fileiras da Corporação,
conforme prescrito no Estatuto dos Policiais Militares.
A avaliação de tal afastamento deve ser feito através de Procedimento
Administrativo Disciplinar - PAD, sobre o qual abordaremos no decorrer desta unidade.
Seguindo nosso estudo sobre o RDPM, mencionaremos agora os Art. 51 a 53, que
se reportam à classificação do Comportamento Policial Militar:

6. Comportamento Policial Militar

Art. 51 §2º - Ao ser incluída na Policia Militar, a Praça será


classificada no comportamento “BOM.”
Art. 52 - O comportamento Policial Militar das Praças deve ser
classificado em:
I - Excepcional - quando no período de 8 (oito) anos de serviço
efetivo não tenha sofrido qualquer punição disciplinar;
II - Ótimo - quando no período de 4 (quatro) anos de efetivo serviço
tenha sido punida com até uma detenção;
III - Bom - quando no período de 2 (dois) anos de efetivo serviço,
tenha sido punida com até duas prisões;
IV - Insuficiente - quando no período de 1 (um) ano de efetivo serviço,
tenha sido punida com até duas prisões;
V - Mau - quando no período de 1 (um) ano de efetivo serviço, tenha
sido punida com mais de duas prisões.
Art. 53 - A reclassificação do comportamento das Praças com
punição de mais de 20 dias, agravada para prisão em separado, é
feita automaticamente para o comportamento “MAU”, qualquer que
seja seu comportamento anterior.

54 | P á g i n a
LEGISLAÇÃO APLICADA À PMERJ I

Aula 8 – Apresentação de Recursos, Recompensas, Preceitos


Administrativos.

Dentro da obediência aos Preceitos


Constitucionais vigentes, a aplicação da
Dos Direitos e Recompensas previstos
punição disciplinar pode sofrer alteração no RDPM
em seu resultado através da previsão de
A possibilidade de recorrer de um ato
Recursos disponibilizados em nosso
administrativo, decorrente de uma
Regulamento Disciplinar e a que o
decisão imposta por autoridade
Policial Militar punido pode lançar mão,
competente, constitui-se em direito que
tendo em decorrência a possibilidade de
no esteio de nossa Lei Maior, deve ser
alterar, manter ou até mesmo extinguir a
oportunizada ao PM.
punição aplicada, conforme decisão da
Nesse objetivo, o RDPM prevê
autoridade competente, após esta
recursos em que a decisão dessa
apreciar as razões apresentadas em grau
autoridade possa ser alterada. Se o
de Recurso.
direito do PM deve ser preservado, a sua
Nessa linha, vamos ao exame dos
valorização como servidor, também.
Artigos 56 a 64 do RDPM que expõe
Assim o RDPM prevê Recompensas
sobre os Direitos e Recompensas.
funcionais por bons serviços prestados,
constituindo-se em política salutar. O
alerta do Comando da PMERJ, quanto ao
envolvimento do efetivo em
determinados ilícitos, mostra-se de
grande importância, cabendo assim ao
PM, sensibilizar-se e atentar quanto ao
conhecimento de tais dispositivos.

55 | P á g i n a
LEGISLAÇÃO APLICADA À PMERJ I

1. Da Apresentação de Recursos

Art. 56 - Interpor recursos disciplinares é o direito concedido ao


Policial Militar que se julgue, ou julgue subordinado seu,
prejudicado, ofendido ou injustiçado por superior hierárquico, na
esfera disciplinar.
Parágrafo Único - São recursos disciplinares:
1) a reconsideração de ato;
2) a queixa;
3) a representação.

1.1 Reconsideração de Ato

Art. 57 - Reconsideração de ato - é o recurso interposto mediante


requerimento, por meio do qual o Policial Militar, que se julgue, ou
julgue subordinado seu, prejudicado, ofendido ou injustiçado, solicita
à autoridade que praticou o ato, que reexamine sua decisão e
reconsidere seu ato.
§1º - O pedido de reconsideração de ato deve ser encaminhado
através da autoridade a quem o requerente estiver diretamente
subordinado
§2º - O pedido de reconsideração de ato deve ser apresentado no
prazo máximo de 2 dias úteis, a contar da data em que o Policial
Militar tomar oficialmente conhecimento dos fatos que o motivarem.
§3º - A autoridade a quem é dirigido o pedido de reconsideração de
ato, deve dar despacho ao mesmo no prazo máximo de 4 (quatro) dias
úteis.

1.2 Queixa
Art. 58 Queixa - é o recurso disciplinar, normalmente redigido sob
forma de oficio ou parte, interposto pelo Policial Militar que se julgue
injustiçado, dirigido diretamente ao superior imediato da autoridade
contra quem é apresentada a queixa.
§1º - A apresentação da queixa só é cabível após o pedido de
reconsideração de ato ter sido solucionado e publicado em Boletim da
OPM onde serve o queixoso.

56 | P á g i n a
LEGISLAÇÃO APLICADA À PMERJ I

§2º - A apresentação da queixa deve ser feita num prazo de 5(cinco)


dias úteis, a contar da publicação em Boletim da solução de que trata
o parágrafo anterior.
§3º - O queixoso deve comunicar, por escrito, à autoridade de quem
vai se queixar, o objeto do recurso disciplinar que irá apresentar.
§4º - O queixoso deve ser afastado da subordinação direta da
autoridade contra quem formulou o recurso, até que seja julgado.
Deve, no entanto, permanecer na localidade onde se situa à OPM em
que serve, salvo no caso de existência de fatos que contraindiquem
essa permanência.

1.3 Representação

Art. 59 - Representação- é o recurso disciplinar, normalmente


redigido sob forma de oficio ou parte, interposto por autoridade, que
julgue subordinado seu estar sendo vitima de injustiça ou prejudicado
em seus direitos, por ato de autoridade superior.
Parágrafo Único - A apresentação desse recurso disciplinar deve
seguir os mesmos procedimentos prescritos no Art. 58 e seus
parágrafos, deste Regulamento.
Art. 60 - A apresentação de recurso disciplinar mencionado no
Parágrafo Único do Art. 56 deste regulamento deve ser feita
individualmente; tratar de caso específico; cingir-se aos fatos que
motivaram; fundamentar-se em novos argumentos, provas ou
documentos comprobatórios e elucidativos e não apresentar
comentários.
§1º - O prazo para a apresentação de recurso disciplinar, pelo
Policial Militar que se encontre cumprindo punição disciplinar,
executando serviço ou ordem que motive a apresentação do mesmo,
começa a ser contado logo que cessem as situações referidas.
§2º - O recurso disciplinar que contrarie o prescrito neste capítulo
será considerado prejudicado pela autoridade a quem foi destinado,
cabendo a esta, mandar arquiva-lo e publicar sua decisão em
Boletim, fundamentalmente.
§3º - A tramitação de recurso deve ter tratamento de urgência em
todos os escalões.

57 | P á g i n a
LEGISLAÇÃO APLICADA À PMERJ I

1.4 Cancelamento de Punições

Art. 61 - Cancelamento de punições é o direito concedido ao Policial


Militar de ter cancelada a averbação de punições e outras notas a
elas relacionadas, em suas alterações.
Art. 62 - O cancelamento da punição é conferido ao Policial Militar
que o requerer dentro das seguintes condições;
I - não ser a transgressão, objeto da punição, atentatória ao
sentimento de dever, à honra, ao Pundonor Policial Militar ou ao
decoro da classe;
II - ter bons serviços prestados, comprovados pela análise de suas
alterações;
III - ter conceito favorável do seu Comandante;
IV - haver completado, sem qualquer punição:
a) 9 (nove) anos de efetivos serviços, quando a punição a cancelar for
de prisão;
b) 5 (cinco) anos de efetivos serviços, quando a punição a cancelar
for detenção ou repreensão.
Art. 63 - A entrada de requerimento para cancelamento de punição ,
bem como a solução dada ao mesmo, devem constar em Boletim.
Parágrafo único - A solução do requerimento de cancelamento de
punição é da competência do Comandante-Geral, exceto quando a
punição houver sido aplicada pelo Governador do Estado, quando
caberá a esta autoridade a solução.
Art. 64 - O Comandante-Geral pode cancelar uma ou todas as
punições de Policial Militar que comprovadamente tenha prestado
relevantes serviços, independentemente das condições enunciadas no
Art. 62 do presente regulamento e do requerimento do interessado.

2. Das Recompensas
Art. 66 - Recompensas constituem reconhecimentos dos bons serviços
prestados por Policiais Militares.
Art. 67 - Além de outras em Leis e Regulamentos Especiais, são
recompensas Policiais Militares:
I - o elogio;
II - as dispensas do serviço;

58 | P á g i n a
LEGISLAÇÃO APLICADA À PMERJ I

III - a dispensa da revista do recolher e do pernoite, nos centros de


formação, para alunos de cursos de formação.

2.1 Disposições Finais

Art. 73 - Os julgamentos a que forem submetidos os Policiais


Militares, perante Conselho de Justificação ou Conselho de
Disciplina, serão conduzidos segundo normas próprias ao
funcionamento dos referidos conselhos.
Parágrafo Único - As causas determinantes que levam o Policial
Militar a ser submetido a um desses Conselhos, ex-officio ou a pedido
e as condições para a sua instauração, funcionamento e providências
decorrentes, estão estabelecidas na legislação que dispõe sobre os
citados Conselhos.
Art. 74 - O Comandante-Geral baixará instruções complementares
necessárias à interpretação, orientação e aplicação deste
Regulamento.

3. Preceitos Administrativos:

Alguns Preceitos Administrativos são determinados pelo Comandante Geral,


através de publicações no Boletim da Polícia Militar - Bol PM.
É importante que estejamos sempre atentos a essas publicações:

“O Comandante Geral através das publicações constantes dos BOL


PM, abaixo especificados, determina ser considerada Transgressão
Disciplinar GRAVE, importando inclusive, em restrição à
possibilidade de acautelamento da pistola, calibre 40, pertencente à
Corporação.
Os Policiais Militares que cometerem as transgressões abaixo
tratadas serão submetidos a Processo Administrativo Disciplinar,
pois:
I- Tais desvios de conduta ferem, frontalmente, o pundonor e a ética
policial militar;
II- Essas ações delituosas, quando praticadas por Policiais Militares,
contrariam Normas e Regulamentos da Corporação, trazendo sérios

59 | P á g i n a
LEGISLAÇÃO APLICADA À PMERJ I

transtornos e causando reflexos extremamente negativos à imagem


institucional.”

O Comandante Geral preceitua que a simples constatação do envolvimento de


integrantes da Corporação, em quaisquer das circunstâncias relacionadas aos fatos
abaixo mencionados, será considerada Transgressão da Disciplina de Natureza
Grave, independente da responsabilidade criminal.

1. Tortura: Bol PM nº 050 de 18/03/2005;


2. Grupo de Extermínio: Bol PM, nº 049 de 17/03/2005, fl. 23 e 106;
3. Entorpecentes, posse e tráfico: Bol PM nº 047 de 15/03/2005, fl. 03;
4. Porte de Arma de Fogo, Não Regulamentar: Bol PM nº 045 de 11/03/2005;
5. Rede de Prostituição: Bol PM nº 044 de 10/03/2005, fl. 18;
6. Transporte Alternativo de Passageiros: Bol PM nº 043 de 09/03/2005, fl.21;
7. Escala de Serviço, Movimentação Interna, Férias; Licença Especial, Tramitação
de Requerimentos e Outros Documentos, Mediante Vantagem Financeira ou
Equivalente: Bol PM, nº 041 de 07/03/2005, fl. 35;
8. Extorsão, Concussão, Corrupção: Bol PM, nº 040 de 04/03/2005, fl.45;
9. Jogos de Azar – Máquina Eletrônica Programada - “Caça Níquel”: Bol PM, nº
039 de 03/03/2005.

60 | P á g i n a
LEGISLAÇÃO APLICADA À PMERJ I

Aula 9 – Procedimentos Administrativos Disciplinares.

1. Procedimentos Administrativos
Procedimentos Administrativos
Disciplinares - PAD Disciplinares
Seguindo nosso estudo, falaremos sobre
Cabe ao Policial Militar,
os Processos Administrativos Disciplinares-
condicionar sua conduta dentro
PAD em vigor na Instituição:
das bases institucionais e preceitos
São quatro os PAD existentes na PMERJ:
éticos e morais que vigoram na
1. Conselho Escolar de Disciplinar - CED: Instituição.
julga os Alunos PM, dos cursos de formação; A infringência a esses
2. Comissão de Revisão Disciplinar - CRD: institutos, além da prática de atos
julga as Praças PM, sem estabilidade que coloquem em descrédito a
assegurada; corporação, pode ensejar a que o
3. Conselho de Disciplina - CD: julga as militar infrator seja submetido a
Praças Especiais e Praças PM, com estabilidade um colegiado que vai analisar se
assegurada; este possui condições morais para
4. Conselho de Justificação - CJ: julga os permanecer na Instituição.
Oficiais PM, em todos os postos. Realça-se desta forma a
As modalidades de processos acima importância do PM em enquadrar-
elencados trazem como objetivo maior, julgar se aos rígidos padrões exigidos
as condutas dos Policiais Militares, com vistas pela PMERJ.
a saber se estas são incompatíveis com as
normas e preceitos que devem ser obedecidos e respeitados na Corporação e em
decorrência verificar se o servidor policial militar avaliado possui ou não condições de
permanecer na Instituição, além de oportunizar sua respectiva defesa.

61 | P á g i n a
LEGISLAÇÃO APLICADA À PMERJ I

E falando em defesa, não devemos nos esquecer que, ao Policial Militar julgado,
devem ser disponibilizados os Preceitos Constitucionais do Art. 5º, LV CF e do Art. 90,
caput da Constituição de nosso Estado e já mencionados nesta unidade, cuja a não
obediência pode acarretar na arguição de nulidade do procedimento a que foi submetido
o militar estadual em referência.
Seguimos com os comentários pertinentes aos colegiados em discussão:

1.1 Conselho Escolar de Disciplina- CED: Portaria 205, de 09/02/2001, Bol PM nº


035, de 19/02/2001.

Art.1º- O Conselho Escolar de Disciplinar (CED) tem por finalidade


estabelecer procedimentos para julgar a incapacidade do Aluno
Policial Militar em permanecer na atividade escolar, criando-lhe ao
mesmo tempo, condições para se defender.
Art.2º- O CED tem como objetivo julgar:
I) Procedimentos incorretos do aluno PM, no âmbito do Órgão de
Apoio de Ensino;
II) Prática de atos que afetam a honra pessoal, o pundonor Policial
Militar ou o decoro da classe;
III) Conduta ou transgressão disciplinar incompatível com a carreira
Policial Militar ou com o prosseguimento do curso ou estágio, de
acordo com o previsto no Regimento do Órgão de Apoio de Ensino
(OAE);
IV) Ingressar no Mau Comportamento.
Art.16- Recebidos os Autos do Processo do CED, o Comandante
Geral, dentro de 30 (trinta) dias, aceitando ou não seu julgamento,
determina:
I) O arquivamento do Processo, se não julgar o Aluno PM culpado ou
incapaz de continuar frequentando o curso para o qual foi
matriculado;
II) A aplicação da punição disciplinar se considerar transgressão
disciplinar, a razão pela qual o Aluno PM foi julgado culpado;
III) O desligamento, se o Aluno PM for julgado culpado e incapaz de
continuar frequentando o curso para o qual está matriculado, se a
conduta do acusado incidiu em quaisquer dos incisos do artigo 2º.

62 | P á g i n a
LEGISLAÇÃO APLICADA À PMERJ I

Os RICFAP E RPCEE, abaixo, também instruem os CED:

 Regimento Interno do Centro de Formação de Praças da Polícia Militar do Estado do


Rio de Janeiro- RICFAP; Portaria PMERJ, nº 169, de 10/04/1995.
 Regulamento de Preceitos Comuns aos Estabelecimentos de Ensino da Corporação
RPCEE/ PMERJ, Decreto Estadual nº 20530.

Dos deveres dos alunos:

Os comportamentos abaixo enumerados devem ser respeitados e cumpridos por


todos os Alunos PM:

Art.93- Estão previstos no Art. 30 do RPCEE e são os seguintes:


I) Assistir integralmente a todas as atividades escolares previstas
para seu Curso ou Estágio;
II) Dedicar-se a seu próprio aperfeiçoamento intelectual, físico, moral
e técnico;
III) Cumprir os dispositivos regulamentares e as determinações
superiores;
IV) Contribuir para o prestígio do CFAP;
V) Conduzir-se com probidade em todas as verificações e trabalhos
escolares
VI) Empenhar-se em práticas sadias de higiene individual e coletiva;
VII) Cooperar para conservação do material do CFAP.
A não observância de qualquer desses itens poderá acarretar ao
Aluno PM que sua conduta sofra uma avaliação pela Comissão de
Avaliação Disciplinar com a consequente submissão a CED.

Segundo o Regulamento de Preceitos e Condutas dos Estabelecimentos de Ensino


da Corporação- RPCEE, Decreto nº 20530, fl. 11, os Alunos PM poderão ser desligados
do curso por diversos motivos.

Art. 14- Será desligado o aluno que:


I - Concluir o curso ou estágio sem aproveitamento;
II - For reprovado em curso ou estágio;
III - Ingressar no Mau Comportamento;

63 | P á g i n a
LEGISLAÇÃO APLICADA À PMERJ I

IV- Incidir em quaisquer condições de incapacidade física para o


serviço ou para o prosseguimento de curso ou estágio, conforme o
caso devidamente comprovado em inspeção de saúde;
V - Não puder concluir o curso ou estágio no prazo máximo fixado
pelo regimento do OAE;
V I - Falecer;
VII - Tiver deferido pelo Comandante Geral requerimento de
desligamento de curso ou estágio;
VIII - Tiver deferido pelo Comandante Geral requerimento de
trancamento de matrícula;
IX - Ultrapassar, por faltas, o limite de pontos perdidos estabelecido
no regimento do OAE e;
X - Revelar conduta ou cometer transgressão disciplinar incompatível
com a carreira policial militar ou com prosseguimento do curso ou
estágio.

“Vale lembrar que, será desligado o Aluno PM, matriculado em curso, por força
de liminar judicial e a mesma perder sua eficácia, por decisão do Tribunal pertinente”
(Bol PM nº 076, de 23/11/2004).

1.2 Comissão de Revisão Disciplinar: Portaria PMERJ 407, de 10 de fevereiro de


2012, Bol PM, nº 028 de 09 / 02/2012.

Art. 1º - A COMISSÃO DE REVISÃO DISCIPLINAR (CRD) destina-


se a julgar a capacidade das Praças da Polícia Militar do Estado do
Rio de Janeiro, sem estabilidade assegurada, em permanecerem nas
fileiras da Corporação, o que se fará através de Processo Disciplinar
que propicie condições para se defenderem.
Art. 2º,§1º- Se no mesmo fato imputado estiver envolvidos Policiais
Militares estáveis e sem estabilidade assegurada, caberá aos
Comandantes, Chefes e Diretores de OPM a indicação ao
Comandante Geral para que aqueles respondam a Conselho de
Disciplina.
Art. 4º- Será submetido à Comissão de Revisão Disciplinar, “ex-
ofício”, a Praça referida no Art. 1º, desta portaria, que com sua
conduta irregular venha a incidir nos seguintes casos:

64 | P á g i n a
LEGISLAÇÃO APLICADA À PMERJ I

I - Acusado oficialmente ou por qualquer meio lícito de comunicação


social de ter:
Procedido incorretamente no desempenho do cargo;
Tido conduta irregular; ou
Praticado ato que afete a honra pessoal, o sentimento do dever, o
pundonor policial militar e o decoro da classe.
II - Ter sido afastado do cargo, na forma do Art. 42, do Estatuto dos
Policiais Militares, por se tornar incompatível com o mesmo ou
demonstrar incapacidade ou ineficiência para o exercício da função
policial militar.
III - Ter sido condenado por crime doloso, qualquer que seja a pena,
ou por crime culposo, a pena superior a 02 (dois) anos, tão logo
transite em julgado a sentença;
IV- Ingressar pela segunda vez no comportamento “mau”; e,
V – Ingressando no comportamento “mau” pela primeira vez, venha a
ser punido com pena de prisão, desde que classificada como grave.
Art. 5º- O policial militar submetido à CRD, que receberá a
denominação de Revisionado, será afastado do exercício da atividade
fim e terá sua cédula de identidade funcional recolhida e seu porte de
arma particular revogado, restrição esta que deverá constar na
cédula de identidade provisória que lhe será emitida.
Art. 13 - Recebidos os autos do CRD, o Comandante Geral, aceitando
ou não o seu julgamento e neste último caso, motivando sua decisão,
determinará:
I- O arquivamento do Processo, se não julga o Revisionado culpado,
por ter sido inocentado ou reconhecido em seu favor qualquer causa
de justificação ou que exclua a antijuridicidade do fato imputado;
II - A aplicação da pena disciplinar, se não considera suscetível de
licenciamento “ex ofício” a razão pela qual o Revisionado foi julgado
culpado, levando em consideração os seus antecedentes funcionais e
penais, submetendo-o, incontinente, à reciclagem profissional;
III - A remessa do Processo à Auditoria de Justiça Militar do Estado
do Rio de Janeiro, com fulcro no Art., “28”, letra “c”, do CPPM,
também se considera crime militar a razão pela qual o Revisionado
foi considerado culpado e não há nenhuma outra diligência a ser feita
para a consumação do delito, mas, neste caso, desde que o fato

65 | P á g i n a
LEGISLAÇÃO APLICADA À PMERJ I

imputado no libelo ainda não se encontre sendo apreciado naquela


instância penal; ou,
IV - O licenciamento a bem da disciplina, se o Revisionado foi
julgado incapaz de permanecer na ativa.

Acrescentamos ainda que na Portaria PMERJ em questão, a instauração do CRD


pode ocorrer por determinação do Comandante Geral da Corporação ou dos
Comandantes, Chefes e Diretores de OPM (Art. 2º, I e II), sendo a Comissão julgadora,
composta por 03 (três) Oficiais PM, devendo seu presidente, ser no mínimo, Oficial
Intermediário (Art. 2º, § 2º), sendo ainda estipulado que o prazo para a conclusão dos
trabalhos é de 15 (quinze) dias, prorrogável por mais 05 (cinco) dias (Art. 10).

1.3 Conselho de Disciplina - CD: Decreto nº 2155 de 13 de outubro de 1978.


Art.1º- O Conselho de Disciplina é destinado a julgar da
incapacidade do Aspirante a Oficial PM ou BM e das demais Praças
PM ou BM do Estado do Rio de Janeiro com estabilidade assegurada,
para permanecerem na Ativa, criando–lhes condições para se
defenderem.
Parágrafo único- O Conselho de Disciplina pode também ser
aplicado do Aspirante ao Oficial da Polícia Militar e do Corpo de
Bombeiros Militares do Estado do Rio de Janeiro, reformados ou na
reserva remunerada, presumivelmente incapazes de permanecer na
situação de atividade em que se encontram.
Art.2º- É submetida a Conselho de Disciplina, “ex offício”, a Praça
PM ou BM referida no Art. 1º e seu parágrafo único:
I - acusada oficialmente ou por qualquer meio lícito de comunicação
de ter:
a- Procedido incorretamente no desempenho do cargo;
b- Tido conduta irregular;
c- Praticado ato que afete a honra pessoal, o pundonor Policial
Militar ou de Bombeiro Militar, ou o decoro da classe;
II - Afastada do cargo na forma do Estatuto dos Policiais Militares ou
dos Bombeiros Militares, por se tornar incompatível com o mesmo ou
demonstrar incapacidade no exercício de funções Policiais militares
ou de Bombeiros Militares a eles inerentes, salvo se o afastamento é
decorrente de fatos que motivem sua submissão a processo.

66 | P á g i n a
LEGISLAÇÃO APLICADA À PMERJ I

III - Condenada por crime de natureza dolosa, não prevista, na


legislação especial concernente à Segurança Nacional, em tribunal
civil ou militar, à pena restritiva de liberdade individual, até dois
anos, tão logo transite em julgado a sentença.

Por força do Decreto nº 41.139, de 23 de janeiro de 2008, alterou o Art. 4º,


atribuindo ao Corregedor, da Corregedoria Geral Unificada das Polícias Civil, Militar e
Corpo de Bombeiros- CGU, competência para que no âmbito daquele órgão disciplinar,
determinasse também a nomeação de Conselho de Disciplina, na mesma forma dos
Comandantes Gerais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar.

Art.13- Recebidos os autos do Processo do Conselho Disciplinar, a


autoridade nomeante, dentro do prazo de 05 (cinco) dias, aceitando
ou não seu julgamento e neste último caso, justificando os motivos de
seu despacho, determina:
I- O arquivamento do Processo, se não julga a Praça PM ou BM,
culpada ou incapaz de permanecer na ativa ou na inatividade;
II- A aplicação da pena disciplinar, se considera transgressão
disciplinar a razão pela qual a Praça PM ou BM, foi julgada
culpada;
III- Revogada por força do Decreto nº 42898/11;
IV- A reforma ou exclusão a bem da disciplina, se considera que:
A razão pela qual a Praça PM ou BM foi julgada culpada está
prevista nos incisos I e II do art.2º;
Se pelo crime cometido, previsto no inciso III do Art. 2º, a Praça PM
ou BM, foi julgada incapaz de permanecer na ativa ou na inatividade.

No Art. 9º, vislumbramos a garantia do Princípio da Ampla Defesa ao acusado,


como também é estipulado prazo para a confecção do CD, cujo prazo é de 15 (quinze)
dias, conforme previsão do Art. 11.
Outro assunto relevante para nosso estudo é a abordagem sobre a súmula 673, do
Supremo Tribunal Federal- STF, que dirimiu a dúvida em razão do conflito existente,
decorrente do texto incerto no Art. 125, § 4º da CRFB/88, que trata da competência do
Comandante Geral da Polícia Militar para desligar, licenciar ou excluir a Praça,

67 | P á g i n a
LEGISLAÇÃO APLICADA À PMERJ I

deixando clara tal decisão, que aquela autoridade é competente para praticar atos dessa
natureza, fato que é omisso na citada norma constitucional, como vemos abaixo:

Art. 125- os Estados organizarão sua Justiça, observados os


princípios estabelecidos nesta Constituição.
§4º- Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os
Policiais Militares e Bombeiros Militares nos crimes militares
definidos em lei, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a
perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças.

A Súmula em evidência possui o seguinte teor:

O Art. 125, § 4ºda Constituição, não impede a perda da graduação de militar


mediante procedimento administrativo.
Em face de tal enunciado, o comandante geral é autoridade competente para
decidir sobre o licenciamento ou exclusão das praças.

1.4 Conselho de Justificação - CJ: Lei nº 427, de 10 de junho de 1981.


Art. 1º- O conselho de Justificação é destinado a julgar, através do
processo especial, da incapacidade do Oficial da Polícia Militar e do
Corpo de Bombeiros, para permanecer na ativa, criando-lhe, ao
mesmo tempo, condições para se justificar.

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LEGISLAÇÃO APLICADA À PMERJ I

Aula 10 – RDPM: Procedimentos Administrativos Disciplinares:


Rol das Transgressões Disciplinares 1.

1. Anexo “I” do RDPM- Rol de condutas


Rol das Transgressões
consideradas Transgressão Disciplinar.
Disciplinares
1.1 Exibição de documentário.
No RDPM, foram elencadas
Essa aula exibirá o documentário “Os 100 várias condutas que em razão de
anos da Revolta da Chibata2”. sua tipicidade com o ambiente
Esse episódio que se transformou em PM, caracterizam-se como
evento histórico, ocorreu na primeira década do Transgressões Disciplinares.
século passado, no dia 22 de novembro de 1910, Na prática dessas ações,
tendo eclodido quando marujos da Marinha de relacionadas no anexo “I”, o
Guerra do Brasil, a bordo do Encouraçado Minas servidor militar estadual, pode
Gerais se rebelaram, ante o excesso na aplicação ser penalizado com uma sansão
da punição disciplinar a um marujo, por estar de disciplinar, aplicada pelo seu
posse, no interior do navio, de bebida alcoólica e Comandante no limite de sua
ainda, ter agredido seu delator. competência administrativa e
Em decorrência, foi o marujo infrator, exercendo o seu poder/dever de
punido com 250 chibatadas, ocorrendo aí o agir, cabendo ao Policial Militar
levante da tripulação, que abrangeu mais três ficar atento e vigilante quanto
aos atos que praticar.
1
Presentes no anexo I do RDPM
2
Produzido pela Globo News e apresentado pelo repórter Sidney Rezende. Disponível em:
https://youtu.be/TIfa4iEXSTO.

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LEGISLAÇÃO APLICADA À PMERJ I

navios daquela Corporação, todos fundeados na Baia de Guanabara, sendo o líder da


revolta, o marinheiro João Candido que em face dessa liderança passou a ser conhecido
como “Almirante Negro”.
As sanções disciplinares, à época, previam: castigos físicos, redução de salários,
chegando ao extremo de preverem também, enforcamento. Assim, a supressão dessas
formas de castigo, foi a motivação anunciada para aquela revolta, que perdurou por seis
dias, encerrada com a rendição dos revoltosos.
Observe que: a crueldade dos castigos era plenamente aceitável nas convenções
sociais daquele período, onde o ambiente militar era extremamente rígido, inclusive
com os militares, vendo seus direitos constantemente vilipendiados. Num contraponto
com os dias atuais, em que, em face de convivermos na plenitude de um Estado
Democrático de Direito o respeito e a dignidade da pessoa humana adquire grande
importância, sendo inclusive respaldada em dispositivos constitucionais, como também,
em obediência às Leis. Para adequar-se ao atual contexto, as normas disciplinares das
forças militares sofreram diversas adaptações.

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LEGISLAÇÃO APLICADA À PMERJ I

Aula 11 – Regulamento de Uniformes da PMERJ- RUPMERJ

O RUPMERJ é de grande importância na


missão precípua de nossa PMERJ. O Uniforme na PMERJ

Temos que a execução do Policiamento


Ostensivo Fardado constitui-se na essência das O uso do uniforme na PMERJ

Polícias Militares e para tal, torna-se está diretamente ligado ao caráter

fundamental a perfeita padronização e preventivo de sua missão

apresentação do Policial Militar bem constitucional.

uniformizado, o que traz reflexos bastante Assim, o Policial Militar, deve

positivos em sua pronta identificação por parte desenvolver o necessário cuidado

dos cidadãos, no relacionamento junto às e zelo para com seu fardamento,

comunidades servidas, na forma de bem na medida em que ao

representar a Instituição PM, constituindo-se desempenhar suas funções,

assim em um facilitador na “Prevenção do constitui-se na presença viva do

Delito”. Estado nas ruas, transmitindo a

Nessa linha, temos que o referido devida sensação de segurança à

Regulamento, Decreto nº 8898, de 01 de abril de população e tendo a consciência

1986, prescreve e regula a confecção, posse e de que o uso de seu uniforme

uso dos Uniformes dos Policiais Militares. decorre de uma prerrogativa,


inerente às atribuições que
1. Bases Estatutárias Referentes aos exerce.
Uniformes na PMERJ:

Vários dispositivos estatutários, incertos no Estatuto da PMERJ, abordam os


direitos, prerrogativas, limitações e responsabilidades do Policial Militar, quanto ao uso
dos uniformes privativos da Corporação, e que passamos a mencionar:

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LEGISLAÇÃO APLICADA À PMERJ I

O Art. 48, em seu nº 8, retrata que o fardamento é um direito do Policial Militar,


devendo seu fornecimento, ser gratuito, para àqueles que integrando o serviço ativo da
Corporação, possuam graduação inferior ao de 3º SGT PM.
Já o Art. 71, em seu parágrafo único, considera ser uma prerrogativa do Policial
Militar, o uso de títulos, uniformes, distintivos, insígnias e emblemas, que
correspondam ao seu posto, graduação, quadro e cargo.
O Art. 74, expressa que os uniformes, seus distintivos, insígnias e emblemas, são
privativos dos Policiais Militares.
Em seu parágrafo único, considera como crime, previsto na legislação específica,
o desrespeito aos uniformes, distintivos, insígnias e emblemas, bem como o uso por
quem a eles não tiver direito.
No Art. 75, estabelece regulamentação própria para o uso de uniformes,
distintivos, insígnias e emblemas, estando nesse Art., a base para o nosso RUPMERJ.
Em seu § 1º, são relacionados os casos em que o Policial Militar é proibido de
comparecer, envergando o uniforme PM, sendo citados como tal: a participação em
reuniões, propaganda ou qualquer manifestação política; na inatividade, no estrangeiro,
quando em atividades não relacionadas à missão, salvo quando autorizado.
No caput do Art.76 vemos expressa a direta correspondência entre as obrigações
do Policial Militar e o uniforme que use e os distintivos e insígnias que ostente.
Finalizando, o Art. 77, veda a qualquer elemento ou organização civil, de usar
uniformes, distintivos, insígnias ou emblemas que possam ser confundidos com os
adotados pela PMERJ.

2. O RUPMERJ
Art. 1º- O presente Regulamento tem por objetivo prescrever os uniformes da Polícia
Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ) e regular sua confecção, posse e uso.
Art. 2º- O uso correto dos uniformes é fator primordial na boa apresentação individual e
coletiva do pessoal da PMERJ, contribuindo para o fortalecimento da disciplina e o bom
conceito da instituição na opinião pública.
Art. 3º- Constitui obrigação do Policial Militar zelar por seus uniformes e pela correta
apresentação em público de seus subordinados, bem como de inferiores hierárquicos,
em geral.

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LEGISLAÇÃO APLICADA À PMERJ I

Art. 4º - Cabe ao Comandante geral baixar atos complementares a este Regulamento,


relativamente ao uso de uniformes especiais e para pessoal civil da corporação.
Art. 5º - Os uniformes previstos neste regulamento são de uso privativo da PMERJ,
sendo vedadas a estabelecimentos de ensino, corporações, empresas, pessoas e ou
organizações de qualquer natureza o uso de uniformes que possam ser confundidas com
estes.
Art. 6º - Competem aos Comandantes, Diretores e Chefes de Organizações Policiais
Militares fiscalizarem em suas áreas de atuação, o rigoroso cumprimento do que
determina este regulamento.
Art. 7º - Não é permitido alterar as características dos uniformes, nem lhes sobrepor
peças, distintivos ou insígnias de qualquer natureza, não previsto neste Regulamento ou
em ato do Comandante Geral.
Art. 8º - É vedado ao Policial Militar, no exterior, ouso de peças ou uniformes de
Forças Armadas ou Polícias Militares estrangeiras.
Art. 9º - O Policial Militar no exterior, quando o indicarem as condições particulares de
sua área de operação, poderá utilizar peças de uniformes não previstas neste
Regulamento, mediante autorização expressa do Comandante Geral.
Art. 10 - Os Policiais Militares que comparecerem fardados a solenidades Militares, ou
atos sociais, deve fazê-lo em um mesmo uniforme.
Parágrafo único - Cabe ao Comandante Geral, ou ao Policial Militar mais graduado da
área onde se realiza o evento, a designação do uniforme para estes fins, em
correspondência , quando for o caso, com os trajes previstos para os civis.
Art. 11 - Para os fins deste regulamento, estendem- se aos Aspirantes a Oficial PM as
prescrições referentes aos Oficiais PM.
Art. 12 - Os uniformes previstos no capítulo II deste Regulamento são de posse
obrigatória pelos Policiais Militares da ativa, ressalvadas as exceções expressamente
consignadas e os destinos a serviços e atividades específicas.
Parágrafo único - Os uniformes dos Alunos Oficiais, Cabos e Soldados PM são
fornecidos pela PMERJ, segundo instruções baixadas pelo comandante geral.
Art. 14 - Os casos omissos serão solucionados pelo Comandante Geral.
Como vimos nos artigos acima, vários dos dispositivos citados, reproduzem
fielmente o previsto em nosso Estatuto PM.

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LEGISLAÇÃO APLICADA À PMERJ I

2.1 Dos Uniformes:

O Art. 15 do RUPMERJ especifica a classificação, composição e uso dos


uniformes, sendo relevante, citarmos apenas os seguintes:

 3º uniforme: com coturno preto e boina azul marinho é utilizado, atualmente no


policiamento empregado em UPP;
 5º uniforme, usado na instrução, na Guarda do Quartel e no Patrulhamento Tático
Motorizado;
 Quando em deslocamento em motocicleta particular, deverá o Policial Militar estar
usando capacete branco, vendido regularmente no comércio;
 As Praças quando escaladas no serviço de faxina, usarão o uniforme de educação
física.

a. Descrição das peças:

No Art. 16, são indicadas as peças de uniforme, às quais, relacionaremos as


principais:

I. Avental branco;
II. Barretina preta;
III. Boina azul marinho;
IV. Boné;
V. Botas;
VI. Botões;
VII. Calça;
VIII. Coturno;
IX. Equipamentos.

Os equipamentos possuem acessórios próprios, adequados à atividade a que se


destinam, mas poderão ser usados acessórios não previstos, desde que necessários,
obedecendo aos modelos militares existentes ou futuros, na mesma cor do equipamento.
O equipamento normal, para uso cotidiano, compreende:

1 - Branco: cinto, porta-revólver, porta-munição, porta-talonário, porta-algema;


2 - Preto: cinto, porta-revólver, porta-munição, porta-algema, porta-bastão (para Cabo e
Soldado) e guia para revolver;
3 - Preto de Lona: cinto, porta-revólver, porta-bastão (cabo e soldado) ou porta faca e
guia para revólver.
Face às peculiaridades da atividade desenvolvida, o equipamento poderá ser
simplificado, de couro ou sintético (lona) com o uso apenas dos acessórios

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LEGISLAÇÃO APLICADA À PMERJ I

indispensáveis, quando prevista a exceção no presente regulamento. O porta faca é


acessório privativo para o Policial Militar de unidade de operação especiais.

ACONTECEU...

“Policia do Rio terá Robocops”

A PM do Rio de Janeiro vai estar preparada para os protestos previstos


durante a Copa do Mundo, em junho, o novo uniforme de combate é resistente a
pedras, rojões e perfurações. Todo o aparato pesa 10 kg. A armadura é feita de
material plástico resistente e é equipado com capacete, colete para o tronco e
caneleiras. Cerca de 200 agentes do Batalhão de Polícia de Grandes Eventos usarão
o novo equipamento.
Fonte: http://noticias.r7.com/rio-de-janeiro/policia-do-rio-tera-robocops-contra-
manifestacoes-28022014

Observe que: Para você que está tomando conhecimento do RUPMERJ, temos que:
- Trata-se de Um Equipamento de Proteção Individual- EPI, para ser usado em
manifestações e não de um uniforme, conforme o enunciado nesta notícia.
- Para ter seu uso liberado, por parte dos PPMM do referido BPM, esse material de
proteção, carece apenas de ato do Comando da Corporação, autorizando sua
utilização, mesmo que não conste da previsão do RUPMERJ.

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LEGISLAÇÃO APLICADA À PMERJ I

2.2 Das Peças Complementares:


Art. 17 - As peças complementares são acessórios do uniforme,
usadas de acordo com o adiante prescrito:
III – Apito
1) De Socorro;
2) De Trânsito.
V - Capa De Chuva;
VII - Colete Refletivo.

De material impermeável e refletivo, nas cores coral e branco, com listras de dez a
quinze centímetros, e cinco centímetros de largura, respectivamente; todo debruado em
tecido, na cor azul-francês, com um centímetro de largura; composto de peça única,
aberta na frente, cobrindo costas e frente; bainha na parte superior do cós da calça;
aberta dos lados, sem mangas e gola; laterais ligadas por duas tiras elásticas, na cor
preta; fechado por fecho magnético ou de pressão.

3. Dos Distintivos

Art. 18 - A especificação e uso dos distintivos obedecem às seguintes


prescrições:

I - Distintivo Básico:
1) Tamanho Grande
2) Em Tamanho Pequeno
II - Distintivos de Coberturas
III - Distintivos de Cursos
3) Superior de Polícia
4) Aperfeiçoamento de Oficiais
5) Formação de Oficiais
6) Habilitação de Oficiais Auxiliares
7) Aperfeiçoamento de Sargentos
8)Outros Cursos e Estágios de Especialização
Outros distintivos de cursos e de estágios de especialização realizados nas Forças
Armadas Nacionais ou outras Corporações Militares, bem como os que vierem a ser
feitos por Oficiais, Aluno-Oficial e Praça em competente órgão de ensino da PMERJ,
poderão ser usados, observada a legislação vigente. Tais distintivos, quando inseridos

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LEGISLAÇÃO APLICADA À PMERJ I

no uniforme do Oficial, Aluno-Oficial, Subtenente e Sargento, serão colocados a cinco


milímetros acima da portinhola do bolso superior direito, ou lugar correspondente, nos
uniformes previstos nas alíneas anteriores será mantida distância de cerca de um
centímetro entre os distintivos, ao ser utilizado mais de um. Cabos e Soldados usarão
acima do bolso esquerdo.

§ 3º- Ao todo, não será permitido o uso de mais de 3 (três) distintivos


de cursos, no peito. Os distintivos de curso de Comandos e Operações
Especiais serão usados junto à costura do ombro direito, na manga
das túnicas, jaquetas e camisas.

3.1 Descrição dos Distintivos

Art. 19- O distintivo básico é constituído por duas pistolas cruzadas,


com as seguintes especificações;
I - Em Tamanho Grande
- Dourado; as duas pistolas com três e meio centímetro cada, a da
direita sobre a da esquerda; coronhas distanciadas de três e meio
centímetros na base.
II - Em Tamanho Pequeno
- Dourada para Oficial e Aluno-Oficial e prateado para Praça, as
duas pistolas com dois centímetros de comprimento cada, a da direita
sobre a da esquerda; coronhas distanciadas de dois centímetros, na
base.

3.2 Das Insígnias

Art. 23 - Os postos e as graduações são identificados de acordo com a seguinte


discriminação:

I. Oficiais:
a. Oficiais Superiores:

1) Coronel PM

- Três insígnias compostas;

2) Tenente-Coronel PM

- Duas insígnias compostas e uma simples;


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LEGISLAÇÃO APLICADA À PMERJ I

3) Major PM

- Uma insígnia composta e duas simples.

b. Oficiais Intermediários e Subalternos:


3) Capitão PM
- Três insígnias simples;
4) Primeiro Tenente PM
- Duas insígnias simples;
5) Segundo Tenente PM
- Uma insígnia simples;

II - Praças Especiais:

1) Aspirante a Oficial PM:

- Uma insígnia base.

2) Aluno-Oficial PM:

- Um gládio, encimado por duas pistolas cruzadas e uma estrela cinzelada, em três
combinações diferentes de cores.

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LEGISLAÇÃO APLICADA À PMERJ I

III - Praças:
a. Graduados
1) Subtenente PM:
- Um triângulo equilátero varado;
2) Primeiro-Sargento PM:
- Cinco divisas dispostas em dois conjuntos, um com três e outro com duas divisas;
3) Segundo-Sargento PM:
- Quatro divisas dispostas em dois conjuntos, um com três e outro com uma divisa;
4) Terceiro-Sargento PM:
- Três divisas;
5) Cabo PM:
- Duas divisas;
6) Soldado PM
- Uma divisa.

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LEGISLAÇÃO APLICADA À PMERJ I

4. Das Condecorações

Art. 29 - As condecorações são usadas, obrigatoriamente, nas


paradas e desfiles externos, nas recepções e cerimônias em que assim
for determinado ou quando o uniforme prescrito para o ato ou
solenidade fixar expressamente tal exigência.

4.1 Uniforme de Uso Exclusivo da PM Feminina:

Art. 37 - Os uniformes femininos da PMERJ são de uso exclusivo de


suas componentes e seu uso, posse e confecção são prescritas neste
regulamento, seguindo o previsto na Norma Geral deste regulamento,
quando não descritos nesse capítulo.

4.2 Aspectos Disciplinares e de Controle Ligados ao Uso do Uniforme na


PMERJ

Em nosso Regulamento Disciplinar, constam dispositivos ligados ao mau uso dos


uniformes em nossa Corporação, dentre eles, citamos as seguintes transgressões,
constantes do anexo “l” do dito Regulamento:

Nº Comparecer o PM à solenidade, festividade, reunião com uniforme diferente do


24 determinado;

Nº Apresentar-se o PM: desuniformizado, mal uniformizado, com uniforme


64 alterado;

Nº Usar medalha/insígnia não regulamentar ou uso indevido de distintivo /


65 condecoração;

Nº Andar o PM, a pé ou em coletivo, com uniforme inadequado;


66

Nº Usar traje civil, quando isso contrariar ordem de autoridade competente.


67

A Lei Federal nº 12.664, de 05/06/2012, dispõe sobre o credenciamento de


estabelecimentos que comercializem uniformes, distintivos e insígnias utilizadas pelas
Forças Armadas e órgãos de segurança pública, estaduais e municipais.

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LEGISLAÇÃO APLICADA À PMERJ I

A Lei Estadual nº 5558, de 09/10/2009, fala do cadastramento na SESEG das


pessoas jurídicas que distribuem e comercializam peças de uniforme, distintivos e
insígnias usadas pelos órgãos de segurança pública.

81 | P á g i n a
LEGISLAÇÃO APLICADA À PMERJ I

SAIBA MAIS...

O uso indevido do uniforme do Policial Militar pode acarretar, não só uma


punição administrativa, como abordamos anteriormente, como também, configurar
o cometimento de crime (conforme previsão do estatuto PM, Art. 74 parágrafo
único).
Se o agente que praticou tal ação delitiva, tratar-se de militar estadual ou
federal, sua conduta, poderá ser tipificada no Art. 171 do Código Penal Militar
(Decreto-Lei, nº1001, de 21 out 1969) –“usar o militar ou assemelhado,
indevidamente, uniforme, distintivo ou insígnia de posto ou graduação superior”;
pena de detenção de 06 (seis) meses a 01 ( um) ano, se o fato não constitui crime
mais grave.
Agora, se o militar usou indevidamente, uniforme, distintivo, insígnia militar
a que não tenha direito, conforme o Art. 172 do mesmo diploma legal poderá ser
apenado, com uma pena de detenção de até 06 (seis) meses, cabendo esclarecer que
no enquadramento do Policial Militar e do Bombeiro Militar, o julgamento ocorrerá
no âmbito da Justiça Militar estadual.

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LEGISLAÇÃO APLICADA À PMERJ I

Anexos

ANEXO I

AO REGULAMENTO DISCIPLINAR DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO


DO RIO DE JANEIRO

I – Introdução

As transgressões disciplinares, a que se refere o inciso I do Art. 14º do RPDM,


são neste Anexo enumeradas e especificadas.
A numeração deve servir de referência para o enquadramento e publicação em
Boletim Interno, da punição ou da justificação da transgressão.
As transgressões de número 121 a 125 referem-se especificamente aos Policiais
Militares Femininos.
No caso das transgressões a que se refere o inciso II do Art. 14º do RDPM,
quando do enquadramento e publicação, deve ser feita, tanto quanto possível, alusão aos
artigos, parágrafos, letras e números das leis, regulamentos, normas ou ordens que
foram contrariadas ou contra as quais tenha havido omissão.
A classificação da transgressão (leve, média ou grave) é de competência de quem
a julga, levando em consideração o que estabelecem os Capítulos II e III do Título II
deste regulamento.
II - Relação de transgressões

1- Faltar à verdade;
2- Utilizar-se do anonimato;
3- Concorrer para a discórdia ou desarmonia e/ou cultivar inimizade entre camaradas;
4- Frequentar ou fazer parte de sindicatos ou associações profissionais com caráter de
sindicatos ou similares;
5- Deixar de punir transgressor da disciplina;
6- Não levar faltas ou irregularidades que presenciar, ou que tiver ciência e não lhe
couber reprimir, ao conhecimento de autoridade competente, no mais curto prazo;
7- Deixar de cumprir ou fazer cumprir normas regulamentares na esfera de suas
atribuições;

83 | P á g i n a
LEGISLAÇÃO APLICADA À PMERJ I

8- Deixar de comunicar a tempo, ao superior imediato, ocorrência no âmbito de suas


atribuições, quando se julgar suspeito ou impedido de providenciar a respeito;
9- Deixar de comunicar ao superior imediato ou, na ausência deste, a qualquer
autoridade superior, toda informação que tiver sobre iminente perturbação da ordem
pública ou grave alteração de serviço, logo que disto tenha conhecimento;
10- Deixar de informar processo que lhe for encaminhado, exceto em caso de suspeição
ou impedimento, ou absoluta falta de elementos, hipótese em que estas circunstâncias
serão fundamentadas;
11- Deixar de encaminhar à autoridade competente, na linha de subordinação e no mais
curto prazo, recursos ou documento que receber, desde que elaborado de acordo com os
preceitos regulamentares, se não estiver na sua alçada dar solução;
12- Retardar ou prejudicar medidas ou ações de ordem judicial ou policial de que esteja
investido ou que deva promover;
13- Apresentar parte ou recurso sem seguir as normas e preceitos regulamentares, ou em
termos desrespeitosos, ou com argumentos falsos ou de má fé, ou mesmo sem justa
causa ou razão;
14- Dificultar ao subordinado a apresentação de recursos;
15- Deixar de comunicar ao superior a execução de ordem recebida tão logo seja
possível;
16- Retardar a execução de qualquer ordem;
17- Aconselhar ou concorrer para não ser cumprida qualquer ordem de autoridade
competente, ou para retardar a sua execução;
18- Não cumprir ordem recebida;
19- Simular doença para esquivar-se ao cumprimento de qualquer dever Policial Militar;
20- Trabalhar mal, intencionalmente ou por falta de atenção, em qualquer serviço ou
instrução;
21- Deixar de participar a tempo, à autoridade imediatamente superior, impossibilidade
de comparecer à OPM, ou a qualquer ato de serviço;
22- Faltar ou chegar atrasado a qualquer ato de serviço em que deva tomar parte ou
assistir;
23- Permutar serviço sem permissão de autoridade competente;
24- Comparecer o Policial Militar a qualquer solenidade, festividade ou reunião social,
com uniforme diferente do marcado;

84 | P á g i n a
LEGISLAÇÃO APLICADA À PMERJ I

25- Abandonar serviço para o qual tenha sido designado;


26- Afastar-se de qualquer lugar em que deva estar por força de disposição legal ou de
ordem;
27- Deixar de se apresentar, nos prazos regulamentares, à OPM para que tenha sido
transferido ou classificado e às autoridades competentes, nos casos de comissão ou de
serviço extraordinário, para os quais tenha sido designado;
28- Não se apresentar ao fim de qualquer afastamento de serviço ou, ainda, logo que
souber que o mesmo foi interrompido;
29- Representar à OPM e mesmo à Corporação, em qualquer ato, sem estar
devidamente autorizado;
30- Tomar compromisso pela OPM que comanda ou que serve sem estar autorizado;
31- Contrair dívidas ou compromisso superior as suas possibilidades, comprometendo o
bom nome da classe;
32- Esquivar-se a satisfazer compromissos de ordem moral ou pecuniária que houver
assumido;
33- Não atender a observação de autoridade competente para satisfazer débito já
reclamado;
34- Realizar ou propor transações pecuniárias, envolvendo superior, igual ou
subordinado. Não são consideradas transações pecuniárias os empréstimos em dinheiro
sem auferir lucro;
35- Fazer, diretamente ou por intermédio de outrem, transação pecuniária envolvendo
assunto de serviço, bens da Administração Pública ou material proibido, quando isso
não configurar crime;
36- Não atender a obrigação de dar assistência a sua família ou dependente legalmente
constituído;
37- Deixar de providenciar a tempo, na esfera de suas atribuições, por negligência ou
incúria, medidas contra qualquer irregularidade de que venha a tomar conhecimento;
38- Recorrer ao judiciário sem antes esgotar todos os recursos administrativos;
39- Retirar ou tentar retirar de qualquer lugar sob Jurisdição Policial Militar, material,
viatura ou animal, ou mesmo deles servir-se, sem ordem do responsável ou proprietário;
40- Não zelar devidamente, danificar ou extraviar, por negligência ou desobediência à
regra ou norma de serviço, material da Fazenda Nacional, Estadual ou Municipal, que
esteja ou não sob sua responsabilidade direta;

85 | P á g i n a
LEGISLAÇÃO APLICADA À PMERJ I

41- Ter pouco cuidado com o asseio próprio ou coletivo, em qualquer circunstância;
42- Portar-se sem compostura em lugar público;
43- Frequentar lugares incompatíveis com seu nível social, e o decoro da classe;
44- Permanecer a Praça em dependência da OPM, desde que seja estranho ao serviço,
sem consentimento ou ordem de autoridade competente;
45- Portar a Praça arma regulamentar sem estar de serviço ou sem ordem para tal;
46- Portar a Praça arma não regulamentada sem permissão por escrito da autoridade
competente;
47- Disparar arma por imprudência ou negligência;
48- Içar ou arriar Bandeira ou Insígnia, sem ordem para tal;
49- Dar toques ou fazer sinais, sem ordem para tal;
50- Conversar ou fazer ruído em ocasião, lugares ou horas impróprias;
51- Espalhar boatos ou notícias tendenciosas;
52- Provocar ou fazer-se, voluntariamente, causa ou origem de alarme injustificável;
53- Usar violência desnecessária no ato de efetuar prisão;
54- Maltratar preso sob sua guarda;
55- Deixar alguém conversar ou entender-se com preso incomunicável, sem autorização
da autoridade competente;
56- Conversar com sentinela ou preso incomunicável;
57- Deixar que presos conservem em seu poder instrumentos ou objetos não permitidos;
58- Conversar, sentar-se ou fumar a sentinela ou plantão-da-hora ou, ainda, consentir na
formação ou permanência de grupo ou de pessoa junta a seu posto de serviço;
59- Fumar em lugar ou ocasiões onde isso seja vedado, ou quando se dirigir a superior;
60- Tomar parte em jogos proibidos ou jogar a dinheiro os permitidos, em área Policial
Militar ou sob Jurisdição Policial Militar;
61- Tomar parte, em área Policial Militar ou sob jurisdição Policial Militar, em
discussão a respeito de política ou religião, ou mesmo provocá-la;
62- Manifestar-se publicamente a respeito de assuntos políticos ou tomar parte, fardado,
em manifestações de mesma natureza;
63- Deixar o superior de determinar a saída imediata, de solenidade Policial Militar ou
civil, de subordinado que a ela compareça de uniforme diferente do marcado;
64- Apresentar-se desuniformizado, mal uniformizado ou com uniforme alterado;

86 | P á g i n a
LEGISLAÇÃO APLICADA À PMERJ I

65- Sobrepor ao uniforme insígnia ou medalha não regulamentar, bem como,


indevidamente, distintivo ou condecoração;
66- Andar o Policial Militar a pé ou em coletivos públicos com o uniforme inadequado,
contrariando o RDPM ou normas a respeito;
67- Usar traje civil o cabo ou Soldado, quando isso contrariar ordem de autoridade
competente;
68- Ser indiscreto em relação a assunto de caráter oficial cuja divulgação possa ser
prejudicial à disciplina ou a boa ordem do serviço;
69- Dar conhecimento de fatos, documentos ou assuntos Policiais Militares a quem
deles não deva ter conhecimento e não tenha atribuições para neles intervir;
70- Publicar ou contribuir para que sejam publicados fatos, documentos ou assuntos
Policiais Militares que possam concorrer para desprestígio da Corporação ou firam a
disciplina ou a segurança;
71- Entrar ou sair de qualquer OPM o Cabo ou Soldado, com objetos ou embrulhos,
sem autorização do Comandante da Guarda ou autorização similar;
72- Deixar o Oficial ou Aspirante-a-Oficial, ao entrar em OPM onde não sirva de dar
ciência de sua presença ao Oficial-de-Dia e, em seguida, de procurar o Comandante ou
o mais graduado dos Oficiais presentes, para cumprimentá-lo;
73- Deixar subtenente, Sargento, Cabo ou Soldado, ao entrar em OPM onde não sirva,
de apresentar-se ao Oficial-de-dia ou seu substituto legal;
74- Deixar o Comandante da Guarda ou agente de segurança correspondente de cumprir
as prescrições regulamentares com respeito à entrada ou permanência na OPM de civis
e militares ou Policiais Militares estranhos à mesma;
75- Penetrar o Policial Militar, sem permissão ou ordem, em aposentos destinados a
superior ou onde esse se ache, bem como em qualquer lugar onde a entrada lhe seja
vedada;
76- Penetrar ou tentar penetrar o Policial Militar em alojamento de outra subunidade,
depois da revista do recolher, salvo os que, pelas suas funções, sejam a isto obrigado;
77- Entrar ou sair de OPM com força armada, sem prévio conhecimento competente;
78- Abrir ou tentar abrir qualquer dependência da OPM fora das horas de expediente,
desde que não seja o respectivo Chefe ou sem sua ordem escrita com a expressão ou
declaração de motivo, salvo situações de emergência;

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79- Desrespeitar regras de trânsito, medidas gerais de ordem policial, judicial ou


administrativa;
80- Deixar de portar o Policial Militar o seu documento de identidade, estando ou não
fardado, ou de exibi-lo quando solicitado;
81- Maltratar ou não ter devido cuidado no trato com animais;
82- Desrespeitar em público às convenções sociais;
83- Desconsiderar ou desrespeitar a autoridade civil;
84- Desrespeitar Corporação Judiciária, ou qualquer de seus membros, bem como
criticar, em público ou pela imprensa, seus atos ou decisões;
85- Não se apresentar a superior hierárquico ou de sua presença retirar-se, sem
obediência às normas regulamentares;
86- Deixar, quando estiver sentado, de oferecer seu lugar a superior, ressalvadas as
exceções prescritas no Regulamento de Continências, Honras e Sinais de Respeito das
Forças Armadas;
87- Sentar-se a Praça, em público, à mesa em que tiver Oficial ou vice-versa, salvo em
solenidade, festividades, ou reuniões sociais;
88- Deixar deliberadamente de corresponder a cumprimento de subordinado;
89- Deixar o subordinado quer uniformizado, quer em traje civil, de cumprimentar
superior, uniformizado ou não, neste caso desde que o conheça, ou de prestar-lhe as
homenagens e sinais regulamentares de consideração e respeito;
90- Deixar ou negar-se a receber vencimentos, alimentação, fardamento, equipamento
ou matéria que lhe seja destinado ou deva ficar em seu poder ou em sua
responsabilidade;
91- Deixar o Oficial ou Aspirante-a-Oficial, tão logo seus afazeres o permitam, de se
apresentar ao seu Oficial de maior posto e ao substituto legal e imediato, da OPM onde
serve, para cumprimentá-los, salvo ordem ou instrução a respeito;
92- Deixar o Policial Militar, presente a solenidades internas ou externas onde se
encontrarem superiores hierárquicos, de saudá-los de acordo com as normas
regulamentares; quando a solenidade for externa, porém, em recinto fechado, os Oficiais
se apresentarão individualmente, à maior autoridade presente; quando a maior
autoridade presente for superior ao Comando-Geral, também este será cumprimentado
individualmente;

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93- Deixar o Subtenente ou Sargento, tão logo os seus afazeres o permitam, de se


apresentar a seu Comandante ou Chefe Imediato;
94- Dirigir-se, referir-se ou responder de maneira desatenciosa a superior;
95- Censurar ato de superior ou procurar desconsiderá-lo;
96- Procurar desacreditar seu igual ou subordinado;
97- Ofender, provocar ou desafiar seu superior;
98- Ofender, provocar ou desafiar seu igual ou subordinado;
99- Ofender a moral, por atos, gestos e/ou palavras;
100- Travar discussões, rixa ou luta corporal, com seu igual ou subordinado;
101- Discutir, ou provocar discussões, por qualquer veiculo de comunicação, sobre
assuntos políticos, militares ou Policiais Militares, excetuando-se os de natureza
exclusivamente técnica, quando devidamente autorizados;
102- Autorizar, promover ou tomar parte em qualquer manifestação coletiva, seja de
caráter reivindicatório, seja de critica ou de apoio a ato de superior, com exceção das
demonstrações íntimas de boa e sã camaradagem e com conhecimento do
homenageado;
103- Aceitar, o Policial Militar qualquer manifestação coletiva de seus subordinados,
salvo a exceção do número anterior;
104- Autorizar, promover ou assinar petições coletivas dirigidas a quaisquer
autoridades;
105- Dirigir memoriais ou petições a qualquer autoridade, sobre assuntos de alçada do
Comando Geral da Polícia Militar, salvo em grau de recursos e na forma prevista neste
regulamento;
106- Ter em seu poder, introduzir ou distribuir, em área Policial Militar ou sob
jurisdição Policial Militar, publicações, estampas ou jornais que atentem contra a
disciplina, a segurança ou a moral;
107- Ter em seu poder ou introduzir, em área Policial Militar inflamável ou explosivo,
sem permissão da autoridade competente;
108- Ter em seu poder, introduzir ou distribuir, em área Policial Militar, tóxicos ou
entorpecentes, a não ser mediante prescrição de autoridade competente;
109- Ter em seu poder ou introduzir, em área Policial Militar ou sob Jurisdição Policial
Militar, bebidas alcoólicas, salvo quando devidamente autorizado;

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110- Fazer uso, estar sob ação ou induzir outrem ao uso de tóxicos, entorpecentes ou
produtos alucinógenos, salvo o caso de prescrições médicas;
111- Embriagar-se ou induzir outrem à embriaguez, embora, tal estado não tenha sido
constatado por médico;
112- Usar o uniforme, quando de folga, se isso contrariar ordem de autoridade
competente;
113- Usar, quando uniformizado, barba, cabelos, bigode ou costeletas excessivamente
compridos ou exagerados, contrariando disposições a respeito;
114- Utilizar ou autorizar a utilização de subordinados para serviços não previstos em
regulamento;
115- Dar, por escrito ou verbalmente, ordem ilegal ou claramente inexequível, que
possa acarretar ao subordinado responsabilidade, ainda que não chegue a ser cumprida;
116- Prestar informações a superior, induzindo-o ao erro, deliberada ou
intencionalmente;
117- Omitir, em nota de ocorrência, relatório ou qualquer documento, dados
indispensáveis ao esclarecimento dos fatos;
118- Violar ou deixar de preservar o local de crime ou contravenção;
119- Soltar preso ou detido ou dispensar parte de ocorrência, sem ordem de autoridade
competente;
120- Participar o Policial Militar da ativa de firma comercial, de emprego industrial de
qualquer natureza, ou nelas exercer função ou emprego remunerado;
121- Usar, quando uniformizada, cabelos excessivamente compridos, penteados
exagerados, maquilagem excessiva, unhas excessivamente longas e/ou esmalte
extravagante;
122- Usar, quando uniformizada, cabelos de cor diferente do natural ou peruca, sem
permissão da autoridade competente;
123- Andar descoberta, exceto nos postos de serviços, entendidos esses como salas
designadas para o trabalho dos policiais;
124- Frequentar, uniformizada, cafés, bares ou similares;
125- Receber visitas nos postos de serviço, ou distrair-se, com assuntos estranhos ao
serviço.

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Referências Bibliográficas:

BRASIL, Constituição (1988). Constituição Federativa do Brasil. Brasília: Senado


Federal, 1998.

BRASIL, Constituição Estado Rio de Janeiro. Constituição, 1989.

Exército Brasileiro. Regulamento de Continências, Honras, Sinais de Respeito e


Cerimonial Militar.

PMERJ. Regulamento Disciplinar, 1983.

PMERJ. Regulamento de Uniformes, 1986.

Estado do Rio de Janeiro. Lei nº443, 01 / jul/ 1981.

Estado do Rio de Janeiro. Lei nº 5558, 09/out/2009.

Brasil. Lei, nº 12.664, 05/jun/2012.

Estado do Rio de Janeiro. Lei nº 427 de 10/jun/1981.

Estado do Rio de Janeiro. Decreto nº 2155, de 13/out/1978.

Estado do Rio de Janeiro. Decreto nº 41.139, de 23/jan/2008.

PMERJ, Instruções Complementares ao RDPM (Bol PM nº 156, 24/ago/2005).

PMERJ, Instruções Complementares ao RDPM (Bol PM, nº 131,15/ago/08).

LAZZARINE, Alvaro. Temas de Direito Administrativo- SP, Ed Revista dos


Tribunais, 2003.

OLIVEIRA, Rafael de Carvalho Rezende. Curso de Direito Administrativo- SP,


editora Método, 2014.

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