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CRIMES MILITARES
SUMÁRIO
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS...............................................................................................................3
2. CRITÉRIOS DETERMINANTES PARA O CRIME MILITAR.....................................................................3
3. CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES MILITARES.........................................................................................4
3. DISPOSITIVOS PARA O CICLOS DE LEGISLAÇÃO...............................................................................7
4. BIBLIOGRAFIA UTILIZADA...............................................................................................................7
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ATUALIZADO EM 17/09/2018
CRIMES MILITARES
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS:
Numa abordagem inicial, pode-se dizer que o crime militar é aquela conduta que, direta ou
indiretamente, atenta contra os bens jurídicos e interesses jurídicos das Instituições Militares, qualquer
que seja o agente.
Entretanto, esse conceito incipiente pode levar à confusão entre o crime militar e a transgressão
disciplinar militar, já que ambos atentam, em alguma medida, contra as instituições militares. Faz-se
necessário, pois, estabelecer a distinção entre as duas figuras.
No aspecto material, o crime militar apresenta uma acentuada violação do dever militar e dos
valores das instituições militares se comparam com a transgressão militar, tanto que o processamento
das transgressões militares ocorre via administrativa.
No aspecto formal, diferentemente do sistema penal comum, o Direito Penal Militar não adota
o sistema bipartite, que classifica as infrações penais em crimes e contravenções penais.
Infrações disciplinares
Art. 19. Este Código não compreende as infrações dos regulamentos disciplinares.
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As FUCS são constantemente atualizadas e aperfeiçoadas pela nossa equipe. Por isso, mantemos um canal aberto de
diálogo (setordematerialciclos@gmail.com) com os alunos da #famíliaciclos, onde críticas, sugestões e equívocos,
porventura identificados no material, são muito bem-vindos. Obs1. Solicitamos que o e-mail enviado contenha o título do
material e o número da página para melhor identificação do assunto tratado. Obs2. O canal não se destina a tirar dúvidas
jurídicas acerca do conteúdo abordado nos materiais, mas tão somente para que o aluno reporte à equipe quaisquer dos
eventos anteriormente citados.
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#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: A condição de militar da ativa do agente não é suficiente, por si só, para
atrair a excepcional competência da Justiça Militar. (STF. 2ª Turma. HC 95471/MS, Rel. Min. Gilmar
Mendes, 15/05/2012).
No emblemático caso Castillo Peruzzi e outros vs. Peru, a CIDH afirmou claramente que a
jurisdição militar não seria a natural para ser aplicada a civis, uma vez que eles carecem de funções
militares, afetando em última análise o princípio do juiz natural, pois a justiça militar estaria assumindo a
competência de um assunto que se vê afetado à justiça comum.
A Corte IDH manteve seu entendimento em outras oportunidades, como no caso Palamara
Iribarne vs Chile, onde reafirmou que a jurisdição militar nos Estados democráticos, em tempo de paz,
deve ser mínima e se encontrar inspirada nos princípios e garantias que regem o Direito Penal moderno.
Por fim, em 2013 a Procuradoria-Geral da República ajuizou a ADPF 289, por meio da qual
sustentou que a submissão de civis à jurisdição militar, em tempo de paz, viola o estado democrático de
direito. Aguarda-se o julgamento da referida ação.
#DICADEPROVA: Em provas objetivas deve-se considerar o posicionamento atual dos Tribunais pátrios:
pela aplicabilidade da lei penal militar ao civil. Contudo, a tendência é de que, nos próximos anos, o civil
não seja mais julgado na Justiça Militar da União (lembrar que, na Justiça Militar dos Estados, não há
julgamento de civil). Isso vem sendo feito, lentamente, pelo STF, em razão de uma interpretação
restritiva dos dispositivos do CPM, o civil não está sujeito aos princípios da hierarquia e da disciplina.
De acordo com a doutrina, o Código Castrense não apresenta uma definição do crime militar,
apenas enumera alguns critérios para orientar o intérprete na sua identificação. Prevalece o critério
objetivo (Ratione Legis): é crime militar aquele elencado no Código Penal Militar.
Contudo, deve-se combinar o critério legal com alguma das hipóteses apontadas no artigo 9º
e 10º do CPM: Ratione personae, Ratione loci, Ratione materiae ou Ratione temporis.
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Esse é sem dúvida, um dos assuntos mais importantes do Direito Penal Militar. Atenção total
para as classificações. Vai cai na sua prova!
Esta primeira classificação (#SELIGA: a mais cobrada em provas) considera como crime
propriamente militar aquele que somente pode ser praticado por militar da ativa, e impropriamente
militar, aquele que pode ser praticado por militar da ativa e civil.
Marcelo Uzeda ainda afirma que o crime propriamente militar possui previsão somente no
Código Penal Militar, enquanto que o crime impropriamente militar é previsto tanto no CPM, quanto na
legislação comum.
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Certo!
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#VOCÊPRECISASABER #PEGADINHADEPROVA #VOCÊVAIACERTAR:
O autor de um crime propriamente militar pode ser preso mesmo sem flagrante delito. Art. 5º, LXI -
ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade
judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar,
definidos em lei.
#VALELEMBRAR: Por fim, os crimes militares próprios não são considerados para efeitos de
reincidência no Código Penal comum.
Para esta teoria, o crime militar próprio é aquele que apenas tem previsão no Código Penal
Militar, sem correspondente na legislação comum, em conformidade com o art. 9º, I do CPM. Já os
crimes militares impróprios são aqueles com correspondente na legislação penal comum (art. 9, II do
CPM).
*#NOVIDADELEGISLATIVA #AJUDAMARCINHO:
Vejamos o que mudou, mas, antes, é necessária uma revisão sobre o tema.
Assim, para verificar se o fato pode ser considerado crime militar, sendo, portanto, de
competência da Justiça Militar, é preciso que ele se amolde em uma das hipóteses previstas nos arts.
9º e 10 do CPM.
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Comentários retirados no site: http://www.dizerodireito.com.br/2017/10/comentarios-lei-134912017-competencia.html
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• Antes da Lei: para se enquadrar como crime militar com base no inciso II do art. 9º, a
conduta praticada pelo agente deveria ser obrigatoriamente prevista como crime no Código Penal
Militar.
• Agora: a conduta praticada pelo agente, para ser crime militar com base no inciso II do art.
9º, pode estar prevista no Código Penal Militar ou na legislação penal “comum”.
João, sargento do Exército, contratou, sem licitação, empresa ligada à sua mulher para prestar
manutenção na ambulância utilizada no Hospital militar.
Art. 89. Dispensar ou inexigir licitação fora das hipóteses previstas em lei, ou deixar de
observar as formalidades pertinentes à dispensa ou à inexigibilidade:
Pena - detenção, de 3 (três) a 5 (cinco) anos, e multa.
Por quê? João, militar da ativa, praticou uma conduta que não é prevista como crime no
Código Penal Militar. A conduta de dispensar ou inexigir licitação fora das hipóteses previstas em lei,
tipificada no art. 89 da Lei nº 8.666/93, não encontra figura correlata no Código Penal Militar. Assim,
antes da Lei nº 13.491/2017, apesar de o crime ter sido praticado por militar (sargento do Exército), o
caso não se enquadrava em nenhuma das hipóteses previstas no art. 9º do CPM. Isso porque o art. 9º,
II, exigia que o crime estivesse expressamente previsto no Código Penal Militar.
E agora? Atualmente, com a mudança da Lei nº 13.491/2017, a conduta de João passou a ser
crime militar e se enquadra no art. 9º, II, “e”, do CPM:
Art. 9º Consideram-se crimes militares, em tempo de paz:
II - os crimes previstos neste Código e os previstos na legislação penal, quando praticados:
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e) por militar em situação de atividade, ou assemelhado, contra o patrimônio sob a
administração militar, ou a ordem administrativa militar;
Obs.: a doutrina afirmava que o art. 9º, II, do CPM era um crime militar ratione legis (em razão da lei –
porque previsto no CPM) e ratione personae (em razão da pessoa – porque praticado por sujeito ativo
militar em atividade). Isso agora mudou. O crime militar do art. 9º, II, do CPM deixou de ser ratione
legis.
ALTERAÇÃO 2: CRIMES DOLOSOS CONTRA A VIDA PRATICADOS POR MILITARES CONTRA CIVIL
Se um militar, no exercício de sua função, pratica lesão corporal contra vítima civil, qual
será o juízo competente?
JUSTIÇA MILITAR, considerando que se trata de crime militar (art. 9º, II, “c”, do CPM):
Isso não sofreu nenhuma mudança. Já era assim antes da Lei nº 13.491/2017 e continuou da
mesma forma.
E no caso de crime doloso contra a vida? Se um militar, no exercício de sua função, pratica
tentativa de homicídio (ou qualquer outro crime doloso contra a vida) contra vítima civil, qual será o
juízo competente?
• EXCEÇÕES:
Os crimes dolosos contra a vida praticados por militar das Forças Armadascontra civil serão de
competência da Justiça Militar da União, se praticados no contexto:
I – do cumprimento de atribuições que lhes forem estabelecidas pelo Presidente da República
ou pelo Ministro de Estado da Defesa;
II – de ação que envolva a segurança de instituição militar ou de missão militar, mesmo que
não beligerante; ou
III – de atividade de natureza militar, de operação de paz, de garantia da lei e da ordem (GLO)
ou de atribuição subsidiária, realizadas em conformidade com o disposto no art. 142 da CF/88 e na
forma dos seguintes diplomas legais:
a) Código Brasileiro de Aeronáutica;
b) LC 97/99;
c) Código de Processo Penal Militar; e
d) Código Eleitoral.
Isso está previsto no novo § 2º do art. 9º do CPM.
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Obs: as exceções são tão grandes que, na prática, tirando os casos em que o militar não estava
no exercício de suas funções, quase todas as demais irão ser julgadas pela Justiça Militar por se
enquadrarem em alguma das exceções.
Antes de analisarmos cada um dos incisos, vamos entender um pouco melhor como funciona
o emprego das Forças Armadas segundo o ordenamento jurídico brasileiro (#OLHAOGANCHO).
Forças Armadas
A expressão "Forças Armadas" abrange a Marinha, o Exército e a Aeronáutica.
As três são classificadas como instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas
com base na hierarquia e na disciplina.
As Forças Armadas ficam sob a autoridade suprema do Presidente da República.
Qual é a função das Forças Armadas no Brasil? Segundo o art. 142 da CF/88, elas destinam-
se: 1) à defesa da Pátria 2) à garantia dos poderes constitucionais e 3) à garantia da lei e da ordem.
"Só subsidiária e eventualmente lhes incumbe a defesa da lei e da ordem, porque essa defesa
é de competência primária das forças de segurança pública, que compreendem a polícia federal e as
policias civis e militar dos Estados e do Distrito Federal. Sua interferência na defesa da lei e da ordem
depende, além do mais, de convocação dos legitimados representantes de qualquer dos poderes
federais: Presidente da Mesa do Congresso Nacional, Presidente da República ou Presidente do
Supremo Tribunal Federal." (SILVA, José Afonso. Curso de Direito Constitucional Positivo. 25ª ed., São
Paulo: Malheiros, 1992, p. 772).
Lei complementar
A Constituição estabelece que uma lei complementar deverá disciplinar as normas gerais
sobre como será o emprego das Forças Armadas (art. 142, § 1º). Esta lei já foi editada e se trata da Lei
Complementar 97/99.
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Garantia da lei e da ordem e atuação das Forças Armadas em atividades de segurança
pública
Como a Constituição Federal afirma que uma das finalidades das Forças Armadas é a garantia
da "lei e da ordem", entende-se que a Marinha, o Exército e a Aeronáutica podem atuar também,
excepcionalmente, na segurança pública interna do país.
Dessa forma, não é inconstitucional o emprego das Forças Armadas para atividades de defesa
interna, desde que isso seja feito de forma excepcional, temporária e justificada pela incapacidade dos
órgãos de segurança pública de garantirem a lei e a ordem.
§ 2º Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a vida e cometidos por
militares das Forças Armadas contra civil, serão da competência da Justiça Militar da União, se
praticados no contexto: I – do cumprimento de atribuições que lhes forem estabelecidas pelo
Presidente da República ou pelo Ministro de Estado da Defesa;
No Rio de Janeiro, o governo do Estado, há alguns anos, instituiu uma política pública
chamada de “pacificação das favelas”, por meio da qual os órgãos de segurança pública ocupam as
favelas, prendendo ou expulsando criminosos e estabelecendo um regime de presença ostensiva do
Poder Público nessas áreas.
Como o efetivo da Polícia Militar e da Polícia Civil é insuficiente para tais operações, a
Secretaria de Segurança do Rio tem se valido da colaboração da Polícia Federal e das Forças Armadas.
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Nesse contexto, se um militar do Exército, no exercício do policiamento nestas favelas, pratica
homicídio (consumado ou tentado) esta conduta será julgada pela Justiça Militar com fulcro neste
dispositivo.
Neste inciso I poderíamos também imaginar a atuação das Forças Armadas em atividades de
defesa civil e de construção civil. Explico.
As Forças Armadas têm sido constantemente utilizadas para atividades de defesa civil. É o
caso, por exemplo, de distribuição de alimentos e remédios em regiões que passaram por alguma
calamidade pública ou mesmo em situações de socorro e resgate de pessoas feridas.
O Decreto nº 895/93 prevê isso expressamente:
Art. 10. Aos órgãos setoriais, por intermédio de suas secretarias, entidades e órgãos
vinculados, e em articulação com o órgão central do Sindec, entre outras atividades, compete: (...) II -
ao Ministério da Marinha coordenar as ações de redução de danos relacionados com sinistros
marítimos e fluviais, e o salvamento de náufragos; apoiar as ações de defesa civil com pessoal, material
e meios de transporte; III - ao Ministério do Exército cooperar no planejamento de defesa civil e em
ações de busca e salvamento; participar de atividades de prevenção e de reconstrução; apoiar as ações
de defesa civil com pessoal, material e meios de transporte; (...) X - ao Ministério da Aeronáutica
coordenar ações de busca e salvamento, evacuação aeromédicas e missões de misericórdia; apoiar as
ações de defesa civil com pessoal, material e meios de transporte;
Outra utilização atípica, mas frequente, das Forças Armadas está relacionada com obras de
construção civil. O Exército possui um Departamento de Engenharia e Construção, que foi idealizado
originalmente para construir e reformar as instalações militares (quarteis etc.). No entanto, apesar
disso, devido aos bons trabalhos que realiza, este Departamento de Engenharia é constantemente
convocado para executar obras públicas. Foi o caso, por exemplo, da transposição do rio São Francisco
e da duplicação da BR-101.
Podemos, portanto, aventar que se um militar das Forças Armadas, no exercício de uma
dessas atribuições conferidas pelo Presidente da República (ou pelo Ministro da Defesa), comete crime
doloso contra a vida de um civil, ele terá praticado crime militar e será julgado pela Justiça Militar.
É o caso do soldado do Exército que está fazendo a guarda do quartel e atira contra um ladrão
que tentou invadir o imóvel. Mesmo que se alegue que houve animus necandi por parte do soldado,
esse julgamento será de competência da Justiça Militar.
Antes da alteração, o STJ possuía precedentes no sentido de que, havendo dúvida se o militar
agiu ou não com a intenção de matar, o processo deveria tramitar na Justiça Comum (e não na Justiça
Militar). Nesse sentido: STJ. 3ª Seção. CC 129.497/MG, Rel. Min. Ericson Maranho (Des. Conv. do
TJ/SP), julgado em 08/10/2014. Agora isso mudou!
Art. 303. A aeronave poderá ser detida por autoridades aeronáuticas, fazendárias ou da
Polícia Federal, nos seguintes casos:
I - se voar no espaço aéreo brasileiro com infração das convenções ou atos internacionais, ou
das autorizações para tal fim;
II - se, entrando no espaço aéreo brasileiro, desrespeitar a obrigatoriedade de pouso em
aeroporto internacional;
III - para exame dos certificados e outros documentos indispensáveis;
IV - para verificação de sua carga no caso de restrição legal (artigo 21) ou de porte proibido de
equipamento (parágrafo único do artigo 21);
V - para averiguação de ilícito.
§ 1º A autoridade aeronáutica poderá empregar os meios que julgar necessários para
compelir a aeronave a efetuar o pouso no aeródromo que lhe for indicado.
§ 2º Esgotados os meios coercitivos legalmente previstos, a aeronave será classificada como
hostil, ficando sujeita à medida de destruição, nos casos dos incisos do caput deste artigo e após
autorização do Presidente da República ou autoridade por ele delegada.
§ 3º A autoridade mencionada no § 1º responderá por seus atos quando agir com excesso de
poder ou com espírito emulatório.
Esses tiros podem acabar gerando a efetiva derrubada (abate) do avião e a morte dos seus
tripulantes. A apuração deste fato – se é caso de arquivamento ou de processo por crime doloso
contra a vida – compete ao Ministério Público Militar e à Justiça Militar, não sendo competência da
Justiça Comum.
Conforme já vimos acima, a LC 97/99 regulamenta o art. 142, § 1º, da CF/88 e estabelece
normas gerais para a organização, o preparo e o emprego das Forças Armadas.
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O art. 15, § 7º da Lei prevê diversas hipóteses de atuação das Forças Armadas em atribuições
subsidiárias que são também consideradas atividades militares:
Art. 15 (...) § 7º A atuação do militar nos casos previstos nos arts. 13, 14, 15, 16-A, nos incisos
IV e V do art. 17, no inciso III do art. 17-A, nos incisos VI e VII do art. 18, nas atividades de defesa civil a
que se refere o art. 16 desta Lei Complementar e no inciso XIV do art. 23 da Lei nº 4.737, de 15 de
julho de 1965 (Código Eleitoral), é considerada atividade militar para os fins do art. 124 da Constituição
Federal.
Art. 16-A. Cabe às Forças Armadas, além de outras ações pertinentes, também como
atribuições subsidiárias, preservadas as competências exclusivas das polícias judiciárias, atuar, por
meio de ações preventivas e repressivas, na faixa de fronteira terrestre, no mar e nas águas interiores,
independentemente da posse, da propriedade, da finalidade ou de qualquer gravame que sobre ela
recaia, contra delitos transfronteiriços e ambientais, isoladamente ou em coordenação com outros
órgãos do Poder Executivo, executando, dentre outras, as ações de: I - patrulhamento; II - revista de
pessoas, de veículos terrestres, de embarcações e de aeronaves; e III - prisões em flagrante delito.
O art. 8º do CPPM traz as atribuições da Polícia judiciária militar. Dentre elas, destaco:
a) apurar os crimes militares;
b) realizar diligência requisitadas pelos órgãos e juízes da Justiça Militar e pelos membros do
Ministério Público;
c) cumprir os mandados de prisão expedidos pela Justiça Militar.
O art. 7º traz o rol das autoridades militares que exercem a polícia judiciária militar.
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Imagine que, ao cumprir um mandado de prisão expedido pela Justiça Militar, o civil que iria
ser preso reage e os soldados acabam matando-o. O julgamento deste fato será de competência da
Justiça Militar, mesmo a vítima do suposto crime doloso contra a vida sendo um civil.
As Forças Armadas atuam apenas em alguns Municípios e locais de votação, mediante decisão
do Tribunal Superior Eleitoral, sendo isso previsto no art. 23, XIV, do Código Eleitoral:
Art. 23 - Compete, ainda, privativamente, ao Tribunal Superior: XIV - requisitar a força federal
necessária ao cumprimento da lei, de suas próprias decisões ou das decisões dos Tribunais Regionais
que o solicitarem, e para garantir a votação e a apuração;
Suponha que um soldado acabe ceifando a vida de um civil durante o exercício dessa função
de vigilância do local de votação. A competência para julgar este eventual crime doloso contra a vida é
da Justiça Militar.
O novo art. 9º, § 2º do CPM, fala em “militares das Forças Armadas”. E no caso de crimes
dolosos contra a vida praticados por militares estaduais (policiais militares e bombeiros militares)
em desfavor de civis, de quem será a competência?
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Da Justiça Comum (Tribunal do Júri), por força de expressa previsão constitucional:
Art. 125. (...)
§ 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos Estados, nos crimes
militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a
competência do júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda
do posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças.
Art. 2º Esta Lei terá vigência até o dia 31 de dezembro de 2016 e, ao final da vigência desta
Lei, retornará a ter eficácia a legislação anterior por ela modificada.
Essa previsão existia porque o projeto de lei foi pensado especialmente para a atuação das
Forças Armadas durante as Olimpíadas do Rio de Janeiro em 2016. Ocorre que a tramitação demorou
no Congresso Nacional e o projeto somente foi aprovado agora. Diante disso, o Presidente da
República vetou este art. 2º.
Portanto, muita atenção, pois tendo em vista essas duas principais classificações, deve-se
atentar-se a qual classificação o enunciado está cobrando.4
O crime próprio militar é espécie de crime propriamente militar, pois se encontra previsto na
legislação castrense e é cometido por militar, porém, além disso, exige que o agente se encontre em
particular posição jurídica, razão pela qual só podem ser cometidos por alguns militares em especial,
como o comandante, ou o subordinado. Vejamos alguns exemplos:
Dormir em serviço
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Contudo, não se preocupem, pois a maioria das questões podem ser resolvidas tranquilamente mesmo com a diferença
de classificações.
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Art. 203. Dormir o militar, quando em serviço, como oficial de quarto ou de ronda, ou em
situação equivalente, ou, não sendo oficial, em serviço de sentinela, vigia, plantão às máquinas, ao leme,
de ronda ou em qualquer serviço de natureza semelhante:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
Omissão de socorro
Art. 201. Deixar o comandante de socorrer, sem justa causa, navio de guerra ou mercante,
nacional ou estrangeiro, ou aeronave, em perigo, ou náufragos que hajam pedido socorro:
Pena - suspensão do exercício do pôsto, de um a três anos ou reforma.
4. JURISPRUDÊNCIA:
Ademais, a Súmula Vinculante 36 traz ainda hipótese que se trata de crime comum, afinal,
este não é sujeito ao julgamento pela justiça castrense, vejamos:
#SELIGANASÚMULA #VAICAIRNASUAPROVA:
Súmula Vinculante 36: Compete à Justiça Federal comum processar e julgar civil denunciado pelos
crimes de falsificação e de uso de documento falso quando se tratar de falsificação da Caderneta de
Inscrição e Registro (CIR) ou de Carteira de Habilitação de Amador (CHA), ainda que expedidas pela
Marinha do Brasil.
Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela continua a ser crime, conforme previsto
no art. 331 do Código Penal. STJ. 3ª Seção. HC 379.269-MS, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, Rel. para
acórdão Min. Antônio Saldanha Palheiro, julgado em 24/5/2017 (Info 607).
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*#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STF: Na configuração de crime militar observa-se a data do evento
delituoso, considerado neutro o fato de o autor estar licenciado. STF. Plenário. HC 132847/MS, Rel.
Min. Marco Aurélio, julgado em 26/6/2018 (Info 908). O fato de o paciente não mais integrar as fileiras
das Forças Armadas não tem qualquer relevância sobre o prosseguimento da ação penal pelo delito
tipicamente militar de abandono do posto, visto que ele, no tempo do crime, era militar da ativa. STF.
2ª Turma. HC 130793, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 02/08/2016.
*#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO #STJ: Nos casos em que não há nexo de causalidade entre a
moléstia sofrida e a prestação do serviço militar e o militar temporário não estável é considerado
incapaz somente para as atividades próprias do Exército, é cabível a desincorporação. O militar
temporário não estável, considerado incapaz apenas para o serviço militar, somente terá direito à
reforma ex officio se comprovar o nexo de causalidade entre a moléstia sofrida e a prestação das
atividades militares. STJ. Corte Especial. EREsp 1.123.371-RS, Rel. Min. Og Fernandes, Rel. Acd. Min.
Mauro Campbell Marques, julgado em 19/09/2018 (Info 643)
DIPLOMA DISPOSITIVO
Constituição Federal Artigo nº 142
Código Penal Militar Arts. 1º ao 8º
6. BIBLIOGRAFIA UTILIZADA