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Curso de Formação de

Instrutores de
Trânsito

Instrutor
Eduardo Dias
NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS,
RESPEITO AO MEIO AMBIENTE E CONVÍVIO
SOCIAL

PRIMEIROS SOCORROS
CONCEITO
Chama-se Primeiros Socorros aquele atendimento
imediato e temporário (provisório) prestado a vítima de
acidentes ou mal súbito, enquanto se aguarda o
atendimento especializado (médico). As situações de
emergência surgem na vida das pessoas com certa
frequência e exigem resposta imediata, no entanto,
quando elas surgem, as reações se diferenciam muito,
mas tanto as atitudes corajosas quanto as atitudes de
medo e tensão, constituem reações humanas naturais
e compreensíveis.
ASPECTOS LEGAIS NA PRESTAÇÃO DE
SOCORRO: Omissão de socorro (artigo 135
do Código Penal):

Todo cidadão é obrigado a prestar auxílio a quem


esteja necessitando, tendo três formas para fazê-lo
atender, auxiliar quem esteja atendendo ou solicitar
auxílio. Exceções da lei (em relação a atender e/ou
auxiliar): menores de 16 anos, maiores de 65,
gestantes a partir do terceiro mês, deficientes visuais,
mentais e físicos (incapacitados).
Art. 135 Deixar de prestar assistência, quando
possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança
abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida
ou ferida, ao desamparo ou em grave e
iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o
socorro da autoridade pública: Pena - detenção,
de um a seis meses, ou multa.
“A principal causa-morte pré-
hospitalar é a falta de
atendimento”.
“A segunda é o socorro
inadequado”.
INFRAÇÕES DE TRÂNSITO:

Art. 176 Deixar o condutor envolvido em acidente com


vítima:
I- de prestar ou providenciar socorro à vítima, podendo
fazê-lo;
II- de adotar providências, podendo fazê-lo, no sentido
de evitar perigo para o trânsito no local;
III- de preservar o local, de forma a facilitar os
trabalhos da polícia e da perícia.
IV- de adotar providências para remover o
veículo do local, quando determinadas por
policial ou agente da autoridade de trânsito;
V- de identificar-se ao policial e de lhe prestar
informações necessárias à confecção do
boletim de ocorrência.
Infração: Gravíssima
Penalidade: Multa x5 e suspensão do direito de
dirigir
Medida Adm.: Recolhimento do doc. de
habilitação
Art. 177 Deixar o condutor de prestar socorro à
vítima de acidente de trânsito quando solicitado
pela autoridade e seus agentes.
Infração: Grave
Penalidade: Multa
CRIMES DE TRÂNSITO

Art. 304 Deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente,


de prestar imediato socorro à vítma, ou, não podendo fazê-lo
diretamente, por justa causa, deixar de solicitar auxílio da
autoridade pública: Penas - detenção, de seis meses a um
ano, ou multa, se o fato não consttuir elemento de crime
mais grave.
Parágrafo único. Incide nas penas previstas neste artgo o
condutor do veículo, ainda que a sua omissão seja suprida por
terceiros ou que se trate de vítma com morte instantânea ou
com ferimentos leves.
Art. 305 Afastar-se o condutor do veículo do
local do acidente, para fugir à responsabilidade
penal ou civil que lhe possa ser atribuída:
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou
multa.
URGÊNCIA X EMERGÊNCIA:

EMERGÊNCIA: Situação da vítima cujos


agravos à saúde exigem cuidados imediatos por
apresentar risco a sua vida;

URGÊNCIA: Situação da vítima cujos agravos à


saúde exigem cuidados imediatos podendo, no
entanto, não apresentar riscos a sua vida.
PRIMEIRAS PROVIDÊNCIAS QUANTO A
ACIDENTE DE TRÂNSITO
Ao prestar os primeiros socorros devemos:
- Manter a calma;
- Avaliar a situação como um todo, no local do
acidente, garantindo a segurança para todos;
- Chamar a ajuda de socorro especializado (SAMU,
Corpo de Bombeiros e/ou unidade de resgate);
- Sinalizar o local do acidente, para evitar que outros
ocorram;
- Dar o primeiro atendimento as vítimas, realizando
alguns procedimentos básicos.
ACIONAMENTO DE RECURSOS:
BOMBEIROS, POLÍCIA, AMBULÂNCIA,
CONCESSIONÁRIA DA VIA E OUTROS
SERVIÇO SERVIÇOS
TELEFONE NOTA 1: Ao acionarmos o socorro
devemos passar informações
POLÍCIA MILITAR 190 claras e objetvas, orientando
sobre pontos de referencia,
PRF 191 número de vítmas e veículos
envolvidos.
PRE (CRBM) 198 NOTA 2: Em um acidente de
trânsito o serviço mais indicado é
SAMU 192 o SAMU, no entanto, se existrem
vítmas presas as ferragens o
CORPO DE BOMBEIROS 193 corpo de bombeiros também
deve ser acionado.
DEFESA CIVIL 199

CENTRO DE INFORMAÇÕES TOXICOLÓGICAS - CIT 08007213000


SINALIZAÇÃO DO LOCAL DE ACIDENTE

Início da sinalização:
A sinalização deve ser visível pelos motoristas de
outros veículos antes que eles vejam o acidente. Não
adianta falar em metros, é melhor falar em passos,
que podem ser medidos em qualquer situação. Os
passos devem ser longos (ou largos) de um adulto e
corresponderem a aproximadamente um metro. As
distâncias para o início da sinalização são calculadas
com base no tempo de reação do motorista e no
espaço necessário para o veículo parar após iniciar a
frenagem. Assim, quanto maior a velocidade, maior
deverá ser a distância para iniciar a sinalização.
Na prática, a recomendação é seguir a tabela
abaixo, onde o número de passos longos
corresponde à velocidade máxima permitida no
local.
VELOCIDADE DISTÂNCIA:
TIPO DA VIA: DISTÂNCIA:
MÁXIMA PERMITIDA: NOITE OU CHUVA

Rodovias: 100 km/h 100 passos 200 passos

Trânsito Rápido: 80 km/h 80 passos 160 passos

Arteriais: 60 km/h 60 passos 120 passos

Coletoras: 40 km/h 40 passos 80 passos


Não se esqueça de que os passos devem ser
longos e dados por um adulto. Se não puder,
peça a outra pessoa para medir a distância.
Como se vê na tabela, existe casos onde as
distâncias deverão ser dobradas, como à noite,
com chuva, neblina, fumaça. À noite, além de
aumentar a distância, a sinalização deverá ser
feita com materiais luminosos.
COMO SINALIZAR?
- Sinalize o local do acidente acionando os alertas dos veículos
acidentados e daqueles próximos ao local do acidente,
principalmente à noite, e coloque o triângulo na posição de
maior visibilidade.
- Levante a tampa (capuz) do motor e porta malas dos veículos
próximos ao local do acidente.
- Espalhe folhas e/ou galhos de árvores no leito da via e depois,
retire-os para não causar novo acidente.
- Coloque pessoas sinalizando apenas na lateral da pista de
frente para o fluxo de veículos e nunca depois de curvas.
- Demarque todo o desvio do tráfego até o acidente.
- Mantenha o tráfego fluindo para facilitar a chegada de socorro.
O isolamento da área tem o objetivo de delimitar
o espaço de ação dos socorristas, impedindo a
interferência de curiosos. Pode ser feito com
cordas ou uma barreira humana, utilizando os
próprios transeuntes (curiosos).
Esta barreira deve estar sempre voltada para a
via e de costas para o acidente. A proteção
individual e coletiva começa na sinalização e no
isolamento da área.
Avaliação da cena do acidente

É chamada de avaliação da cena ou avaliação


preliminar, a visualização global do ambiente do
acidente. Os obstáculos a serem superados, os meios
e os recursos disponíveis, as formas alternativas de
abordagem e escape, etc.
Devemos também analisar o próprio estado físico e
psicológico do socorrista. Para isso, aconselhável
realizar uma avaliação pessoal, respondendo as
seguintes perguntas:
Sou capaz de atender a essa emergência?
Como farei isso?
O ambiente de um acidente de trânsito é
sempre muito estressante. O pânico pode gerar
situações de extremo descontrole.

Exemplo: Linchamento do condutor, tentativa


de retirada de vítimas das ferragens, transporte
inadequado dos feridos, etc.
Para que isso não aconteça, é preciso definir o
que são Primeiros Socorros e quais são as
ações principais do Socorrista.
Atenção na observação do local do acidente!

Nem sempre as lesões externas são as únicas,


ou as vítimas que você visualiza inicialmente
são as únicas. Faça uma busca procurando
pistas:

Ex.: Vítimas projetadas do veículo, crianças


sobre o veículo, vítimas presas nos bancos
traseiros.
QUAIS OS RISCOS MAIS COMUNS E QUAIS OS
CUIDADOS INICIAIS?

É só acontecer um acidente que podem ocorrer várias


situações de risco.
As principais são:
- Novas colisões;
- Atropelamentos;
- Incêndios;
- Explosão;
- Cabos de eletricidade;
- Óleo e obstáculos na pista;
- Vazamento de produtos perigosos;
- Doenças infectocontagiosas.
ASPECTOS ÉTICOS NA PRESTAÇÃO DE
PRIMEIROS SOCORROS
O Socorrista deve:
Respeitar a vítima;
Evitar expor a vítima de maneira desnecessária
(partes íntimas, quando expostas em
decorrência do acidente, o socorrista deve,
sempre que possível, cobrir as mesmas com
uma roupa, por exemplo);
Evitar comentários sobre suas condições;
Aceitar suas limitações.
SOCORRO ÀS VÍTIMAS

Seja solidário no contato com a vítima, informando-a que a


está ajudando.
Se a vítima estiver com dificuldade para respirar, soltar o
cinto de segurança sem movê-la.
Impedir o movimento da cabeça, segurando e
pressionando junto às orelhas.
Avaliar o nível de consciência.
Controlar hemorragias.
Proteger a vítima do frio, sol ou chuva.
Manter as vítimas em local seguro, sem riscos para
agravamento das lesões.
VERIFICAÇÃO DAS CONDIÇÕES GERAIS DA
VÍTIMA DE ACIDENTE DE TRÂNSITO

Ao avaliar uma vítma, que pode estar consciente ou inconsciente, é preciso


fazer a verifcação dos sinais vitais: a respiração, a pulsação e a
temperatura.
AVALIAÇÃO PRIMARIA OU INICIAL:

É um processo ordenado para identificar e corrigir de


imediato, problemas que ameacem a vida da vítima em
curto prazo. As funções vitais devem ser avaliadas de
forma rápida e eficiente. Durante a avaliação o
socorrista não deve estar preocupado em identificar as
causas e tratamentos específicos das doenças ou dos
traumas, mas sim, em prestar atenção nos indicativos
ou manifestações do acidentado.
DEVEMOS CONSIDERAR OS PRINCIPAIS
RISCOS AO ACIDENTADO:
SANGRAMENTOS - Há hemorragias? Perdeu
muito sangue? Apresenta sinais de estado de
choque?
OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS - Elas estão
livres e limpas?
RESPIRAÇÃO - Incapacidade de manter uma
respiração adequada, a respiração está normal?
Está respirando?
CIRCULAÇÃO - Há sinais de circulação? O pulso
está presente, indicando que o coração consegue
bombear o sangue?
SEQUÊNCIA DA AVALIAÇÃO PRIMÁRIA OU
INICIAL em vítimas de traumas:

X – Exsanguinação (Hemorragias Graves)


A - Vias aéreas e proteção da coluna vertebral;
B - Boa Ventilação e Respiração;
C - Circulação com Controle de Hemorragias;
D - Disfunção Neurológica;
E - Exposição Total do Paciente.
AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA
Somente após completar todos os passos da
avaliação primária é que se parte para a secundária,
onde se deve fazer a inspeção da cabeça aos pés,
de forma a observar a presença de alterações:
- Estado de Choque;
- Traumatismos (TCE e outros);
- Fraturas;
- Objetos encravados, penetrantes e transfixantes;
- Deslocamento de articulações / luxações;
- Queimaduras.
ENCAMINHAMENTO DA VÍTIMA

Deverá ser decidido e efetuado pela instituição


que atendeu a vítima.
CONTROLE CERVICAL E
VERIFICAÇÃO DAS VIAS AÉREAS:
Ao abordar uma vítima imobilize a coluna
cervical manualmente, segurando a cabeça
com as duas mãos na região das orelhas;
Com uma mão na testa, firme a cabeça e
eleve e puxe o queixo da vítima para baixo
para verificar se existem corpos estranhos na
boca obstruindo a passagem do ar e, se
positivo, retire qualquer objeto da boca ou da
garganta dela.
FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA:
É preciso prestar atenção na respiração da
vítima para identificar uma parada
cardiorrespiratória ou outro problema. Confira
os movimentos elevatórios do peito e do
abdômen, verifique se a respiração é regular,
profunda ou curta. Respiração ruidosa significa
obstrução das vias aéreas. A respiração curta e
acelerada pode indicar a proximidade de uma
convulsão, de um desmaio ou ser um sinal de
que a vítima esteja entrando em estado de
choque.
UTILIZE O V.O.S.:
VER - Se existem os movimentos
respiratórios no tórax;
OUVIR - Colocar o ouvido perto da boca
da vítima e ver se existem sons
respiratórios; roncos, gorgolejos e estridor
podem ser sintomas de obstrução parcial
da faringe ou laringe.
SENTIR - Com a face, se há sopro de ar
vindo da vítima. Dessa forma podemos
concluir se a respiração é normal, anormal
ou ausente.
NOTA: Essa técnica deverá ser aplicada com
utilização de equipamentos de proteção, pois
necessita que o socorrista se aproxime da
vítima, sendo que esta poderá espirrar, vomitar
ou tossir, projetando fluídos contra o rosto do
socorrista, portanto o uso de óculos e máscara
ou protetor facial são de uso obrigatório.
FREQUÊNCIA CARDÍACA
Há duas maneiras de se verificar a
pulsação:
No braço:
Estenda o braço e a mão da vítima,
coloque dois dedos (indicador e médio)
sobre a Artéria Radial que fica na parte
interna do pulso da vítima (dois
centímetros abaixo da base do polegar).
Ao sentir a Artéria pulsar, conte durante
um minuto e observe de está dentro da
normalidade.
No pescoço: Apoie os dedos indicador e
médio sobre a Artéria carótida, localizada
ao lado da traqueia (no pescoço). Ao
sentir a artéria pulsar, conte os
batimentos cardíacos durante um minuto,
verificando se estão normais.
Observação: Se a vítima estiver
inconsciente, é normal que a pulsação
diminua um pouco. A variação de
batimentos cardíacos, conforme as faixas
etárias:
Recém-nascidos: De 130 a 160 batimentos por
minuto;
Bebês maiores: De 115 a 130 batimentos por
minuto;
Crianças: De 100 a 115 batimentos por minuto;
Adultos: De 70 a 80 batimentos por minuto;
Idoso: De 60 a 70 batimentos por minuto.
NOTA: Se a pressão sanguínea
da vítima estiver muito baixa, fica
difícil sentir a pulsação radial,
assim como a carotídea. Nesse
caso se faz necessário buscar a
pulsação na artéria femoral,
localizada na virilha da vítima.
Funções do coração: É responsável pelo
bombeamento do sangue que é feito por
movimentos de contração (Sístole), e o
relaxamento (Diástole).
Os movimentos cardíacos:
Sístole e Diástole: A contração ventricular é
conhecida como sístole e nela ocorre o
esvaziamento dos ventrículos. O relaxamento
ventricular é conhecido como diástole e é nessa
fase que os ventrículos recebem sangue dos
átrios.
FUNÇÕES DO SISTEMA CARDIOVASCULAR
Pelo sangue, são transportados:
- Gases;
- Resíduos metabólicos;
- Nutrientes;
- Hormônios;
- Calor;
- Anticorpos.
NÍVEL DE CONSCIÊNCIA:
Para que possamos identificar o que aconteceu ou
mesmo para adotar alguma providência, é importante
determinar o nível de consciência da vítima, a
movimentação ocular e a resposta da pupila, a função
motora e a sensibilidade. Esses dados são úteis, mas
não são obrigatórios para os socorristas que não
fazem parte de um sistema médico de resgate. O
nível de consciência é avaliado através da
responsividade, por meio da resposta de abertura dos
olhos, das respostas verbais e motoras e ao comando
ou estímulo doloroso. Devemos aplicar o exame
A.V.D.I.:
A - ALERTA – Verifique a movimentação ocular e
resposta da pupila;
V - VERBAL – Faça perguntas simples, claras e
objetivas, como o nome, a idade, onde mora, dia da
semana;
D - DOR – Toque ou belisque a parte interna do braço
ou da perna da vítima buscando reações a dor;
I - INCONSCIÊNCIA - Se não obtivermos resposta nos
exames anteriores é indicativo de que a vítima está
inconsciente.

NOTA: Se a vítima estiver inconsciente e não respirar


deve-se iniciar imediatamente a reanimação
cardiopulmonar (RCP).
TEMPERATURA: Se houver um termômetro no local,
coloque-o na axila da vítima e aguarde cerca de dois
minutos. Se estiver marcando em torno de 36 graus, a
temperatura está normal. Porém, se não houver
termômetro, coloque a mão no pescoço ou na testa da
vítima para verificar a temperatura. Se estiver muito
quente, coloque compressas úmidas e frias na testa,
nas axilas e no pescoço dela. Este procedimento pode
evitar convulsões, principalmente em crianças. Se a
vítima estiver com a pele fria, aqueça-a com
cobertores, casacos ou mesmo jornais.
É importante tomar cuidado com a hipotermia (baixa
temperatura) que pode levar a piora do estado geral
da vítima. Quando necessário devemos retirar as
roupas molhadas, ou sujas de sangue, de fezes, de
urina ou secreções em geral para evitar a hipotermia.
Porém, não se esqueça de que em climas frios, a
exposição ambiental da vítima poderá levá-la à
hipotermia, o que trará danos e dificuldades de
recuperação.
Observe também:
- Se existem hemorragias;
- A capacidade de movimentação;
- A sensibilidade corporal.
Esses dois últimos procedimentos são os que
podem indicar uma possível lesão na coluna
vertebral.
Faça a verificação da seguinte maneira:
- Toque ou belisque partes do corpo da vítima,
enquanto pergunta se ela sente onde está
sendo tocada;
- Peça para a vítima mexer devagar os dedos
das mãos e dos pés, em seguida, os braços e
pernas.
PROVIMENTOS BÁSICOS:
HEMORRAGIA:
É a perda de sangue por meio de ferimentos internos
e externos, e através de cavidades naturais como o
nariz, a boca, fraturas, etc. É provocada pelo
rompimento de vasos sanguíneos (veias ou artérias).
Toda hemorragia deve ser controlada imediatamente
ou o mais rápido possível. As hemorragias
abundantes que não forem controladas podem causar
a morte no prazo de três a cinco minutos.
Há dois tipos de hemorragias:

EXTERNAS: É traduzida pelo rompimento dos


vasos sanguíneos e pelo rompimento da pele,
sendo o sangue visível saindo pelo ferimento.
INTERNA: Nesse caso, o sangramento não é visível
saindo do corpo, pois advém da parte interna do
corpo da vítima, normalmente dos órgãos internos.
Na maioria das vezes são causados por acidentes
graves ou pancadas violentas, e, geralmente, os
órgãos mais atingidos são o fígado e o baço. A
hemorragia interna também pode ser resultante de
uma úlcera, ou de um traumatismo com objetos
pesados, como um projétil de arma de fogo ou
esmagamentos.
Devemos sempre estar atentos às hemorragias
internas, pois as mesmas não são visíveis. É
uma condição grave e necessita de auxílio
médico imediato. Os sinais mais evidentes são:
pele fria, úmida e pegajosa, palidez, pulso fraco,
lábios azulados e tremores. Não dê água nem
alimentos e nem aqueça demais a vítima. Peça
auxílio médico imediatamente.
Para estancar uma hemorragia externa, use um
CURATIVO (qualquer material usado para cobrir
uma ferida, que ajudará a controlar o sangramento e
prevenir a contaminação) e uma BANDAGEM
(qualquer material usado para fixar o curativo no
lugar). Com as mãos, pano limpo, gaze, compressa
limpa e seca ou qualquer outro material; devemos
executar a pressão direta sobre a área lesada;
manter o local pressionado por pelo menos 20
minutos.
Utilize uma bandagem para fazer pressão. Se for
uma fratura aberta, não pressione. Uma vez feito o
curativo a pressão é mantida. Se o sangramento
atravessar o curativo outro deverá ser feito sobre o
primeiro, sem removê-lo. Esta técnica é chamada
de Compressão ou Pressão Direta.
ELEVAÇÃO DO MEMBRO:
Podemos ainda, elevar o membro
acima do nível do coração. Esse
procedimento é muito eficaz quando
associado à compressão direta. Em
ferimentos com suspeita de lesões
ósseas ou articulares, não devemos
movimentar o membro.
COMPRESSÕES NOS PONTOS
ARTERIAIS: Compressões em
pontos arteriais podem ajudar no
estancamento de uma
hemorragia externa. Devemos
usar a pressão direta sobre a
artéria braquial situada no braço
próximo da axila ou na femoral
que fica na virilha. Este método
deve ser utilizado quando a
compressão direta e a elevação
do membro não puderem ser
IMOBILIZAÇÃO COM TALAS: A imobilização dos
membros com o uso de talas reduz os riscos de novas
lesões ou sequelas, o chamado segundo trauma, além
de ajudar a reduzir a circulação do sangue no local,
diminuindo a dor e proporcionando maior conforto para
a vítima.

CURATIVO EM CAPACETE: No caso de amputações


devemos enrolar um pano no ferimento e fazer um
curativo oclusivo, ou seja, em forma de capacete,
fixando-o com algum material adequado, como tiras de
pano, cintos, esparadrapos, bandagem, etc.; o curativo
deve ficar bem firme.
RESFRIAMENTO: O resfriamento do local
também pode ajudar no controle de uma
hemorragia, pois provoca uma vasoconstrição
(diminuição do calibre do vaso) podemos fazer
uma trouxa de pano com gelo dentro e colocar
sobre o local.

IMPORTANTE: O gelo não deve ser aplicado


diretamente na pele, pois pode causar lesões.
SANGRAMENTOS NASAIS - O QUE
FAZER?
Incline a cabeça da pessoa para frente,
sentada, evitando que o sangue vá
para a garganta e seja engolido,
provocando náuseas ou vômito.
Aplique compressas frias no local e
comprima firmemente. Depois de
alguns minutos, afrouxe a pressão
vagarosamente. Não assuar o nariz. Se
a hemorragia persistir, volte a
comprimir a narina e procure socorro
ESTADO DE CHOQUE:
O estado de choque ocorre pela falta ou insuficiência de
oxigênio nas células, causada pela deficiência ou
diminuição brusca de circulação do sangue. Ocorre um
colapso no sistema circulatório. Dentre as causas do
estado de choque estão hemorragias intensas, lesões
graves, intoxicações, envenenamentos, choques elétricos,
queimaduras graves, traumatismos no tórax e no
abdômen, dores agudas, infecções e outras situações
graves. A vítima apresenta pele fria e úmida, suor na testa
e na palma das mãos, palidez, frio e tremores, náuseas e
vômitos, respiração rápida e irregular, visão nublada, pulso
fraco e rápido, queda de pressão arterial e pode perder
total ou parcialmente a consciência.
COMO PROCEDER EM CASOS DE
DESMAIOS E ESTADO DE CHOQUE:
Enquanto aguarda socorro médico, adote as
seguintes medidas:
- Verifique se a vítima respira e faça uma avaliação
das vias aéreas, retire quaisquer objetos ou restos
de comida da boca da vítima, para facilitar a
respiração;
- Verifique se há suspeita de fraturas,
principalmente na coluna;
- Afrouxe a roupa em volta do pescoço, no peito e
na cintura;
- Caso não haja fraturas, conserve a vítima
deitada e levante suas pernas cerca de 30
centímetros. Dessa maneira o cérebro irá
receber maior quantidade de sangue e oxigênio.

NOTA: Durante o estado de choque a


respiração fica acelerada.
- Se a vítima vomitar, lateralize em bloco e
coloque-a em posição lateral de segurança.
DESMAIOS (SÍNCOPE):
O desmaio é uma forma leve de estado de choque
que resulta na perda temporária da consciência por
falta de oxigenação no cérebro, em função de uma
diminuição temporária do fluxo sanguíneo. É um
sintoma de aporte inadequado de oxigênio e outros
nutrientes ao cérebro. Antes de desmaiar, a vítima
pode apresentar sensação de perda de consciência,
diminuição da visão, fraqueza suor, palidez, etc.
(Pré-sincope).
Esses sintomas ocorrem após o indivíduo se
sentar ou levantar de forma rápida. Nesses
casos devemos sentar a vítima em uma cadeira
ou no chão e aproximar o tórax aos joelhos,
inclinando a cabeça para baixo, mantendo essa
posição. Dessa forma aumentamos o fluxo
sanguíneo no cérebro fazendo com que a vítima
melhore sua condição.
Alguns fatores provocam o
desmaio:
- Queda ou elevação brusca da
pressão arterial;
- Pancadas violentas;
- Excesso de sol;
- Intoxicações causadas por
remédios, álcool ou drogas;
- Forte emoção e cansaço excessivo,
dentre outras.
CONVULSÃO:
A convulsão é um distúrbio que ocorre no
cérebro provocando contrações
involuntárias da musculatura,
movimentos desordenados e, em geral, a
inconsciência. Manifesta-se quando,
durante um breve período de tempo o
cérebro deixa de funcionar normalmente
e envia estímulos desordenados ao resto
do corpo. A causa mais comum é a
epilepsia, mas pode ser causada por
infecções no sistema nervoso central,
como a meningite e a toxoplasmose, por
exemplo.
Pode ainda ser ocasionada, por acidentes
(traumatismo craniano) e doenças como o sarampo,
varicela e caxumba, quando manifestadas em
crianças, cujas complicações podem causar crises
epiléticas. Em adultos, as causas mais frequentes
são: traumas cranioencefálico, más-formações,
tumores cerebrais, infecções, parasitoses, abuso de
álcool e drogas.
SINTOMAS:

- Agitação e espasmos musculares;


- Salivação intensa e perda de sentidos;
- Inconsciência;
- Relaxamento dos esfíncteres podendo urinar e
evacuar durante a convulsão;
- Respiração ruidosa.
O QUE FAZER:
- Proteger a vítima, principalmente a cabeça, evitando que
bata no chão, utilize roupas ou outra coisa qualquer;
- Afastar objetos que possam causar lesões;
- Afrouxar as roupas da vítima;
- Lateralizar a vítima; se houver suspeita de lesão na
coluna, lateralizar em bloco com controle cervical manual,
para que a saliva escorra e a língua não obstrua a
passagem do ar, evitando a asfixia;
- Não tentar segurar os braços e pernas das vítimas;
- Observar se a respiração está adequada assim que
passar as contrações.
PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA:
É a paralisação de uma função vital do organismo, que
neutraliza a oxigenação e a circulação do sangue,
podendo provocar a morte no tempo de três a cinco
minutos. Podem ocorrer nos casos de acidentes graves,
intoxicação por gases, choques elétricos fortes, ingestão
de veneno, afogamento, etc. São abordadas em conjunto,
pois apesar dos procedimentos para reanimação serem
diferenciados, geralmente as causas são comuns para as
duas situações. Além disso, a paralisação de uma das
funções fatalmente provoca a segunda situação, se a
reanimação não for feita imediatamente.
Identificação dos sinais
vitais: Sintomas
apresentados em casos de
paradas cardiorrespiratórias:
- Inconsciência;
- Lábios, língua e unhas
azulados;
- Ausência de movimentos no
peito;
- Palidez excessiva;
- Ausência de pulsação;
(batimentos do coração).
VENTILAÇÃO DE RESGATE:
Em caso de parada
cardiorrespiratória, uma das
técnicas que poderá ser utilizada é
a respiração boca a boca. Porém,
na utilização dessa técnica existe o
risco de contaminação do socorrista
por doenças infectocontagiosas,
como a Hepatite, quando há contato
com sangue ou fluídos na boca da
vítima. O ideal será o socorrista
utilizar equipamentos adequados
como máscaras de respiração
artificial, por exemplo.
Siga os procedimentos:
Ao abordar uma vítima imobilize a coluna cervical
manualmente, segurando a cabeça com as duas
mãos na região das orelhas. Deite a vítima de
costas e afrouxe suas roupas, principalmente em
volta do pescoço, no peito e na cintura. Se a vítima
estiver consciente, identifique-se, explique o que
está fazendo, pergunte o nome dela e o que
aconteceu. Uma vítima consciente em condições
de verbalização indica que as vias aéreas estão
permeáveis, ou seja, limpas, sem obstrução.
No caso de vítima inconsciente, se houver
suspeita de trauma, verifique se existem corpos
estranhos na boca obstruindo a passagem do ar
e, se positivo, retire qualquer objeto da boca ou
da garganta dela. Isto é prioridade. Eleve o
queixo, provocando a hiperextensão do
pescoço para facilitar a passagem do ar ou
utilize o método de elevação da mandíbula,
empurrando a mandíbula para cima a fim de
melhorar a passagem do ar para os pulmões.
Caso o socorrista seja treinado e tenha certeza
de que não há nenhuma possibilidade de
trauma na coluna da vítima, pode-se usar o
método de inclinação da cabeça para trás,
porém, se essa técnica for utilizada de maneira
incorreta, poderá causar problemas graves ao
acidentado. Se a língua estiver retraída,
obstruindo a passagem do ar, puxe-a utilizando
um palito, gaze ou pano limpo, se esses
materiais não estiverem disponíveis, utilize os
dedos.
Se a vítima estiver sangrando pela boca ou
vomitando, deverá ser lateralizada em bloco,
com a coluna imobilizada, principalmente a
coluna cervical (a lateralização é prioridade
máxima em caso de vômito). Feche as narinas
da vítima com os dedos e inspire naturalmente.
NOTA: Existem vários dispositivos que podem ser
utilizados com o objetivo de auxiliar a ventilação,
como a do tipo Pocket mask, ou máscara de
respiração boca máscara. É importante utilizar
equipamentos que tenham válvula de única direção
com antirrefluxo. Esses equipamentos devem ser
utilizados sempre que estiverem disponíveis.
Utilizar a boca para ventilação não é mais
recomendada (apesar de eficiente), pelo risco de
contaminação, porém fazer a ventilação sem
equipamento é uma decisão particular.
Coloque sua boca sobre a máscara
ou boca da vítima, não deixando
qualquer passagem de ar, e depois
sopre de forma suave e progressiva
durante um segundo (cada ventilação
deve durar um segundo), observando
se o tórax da vítima está se
expandindo. Devem-se utilizar
máscaras de respiração artificial.
Tenha cuidado para evitar
contaminação e ventilação excessiva.
Se não ocorrer movimentação no
tórax dela, pode existir alguma
Nesse caso, é preciso fazer a desobstrução para
continuar a aplicação da técnica de respiração
artificial. Se o ferido estiver de bruços e houver
suspeita de fraturas, mova-o, em bloco, colocando-
o de costas no chão. Faça isso com a ajuda de
mais duas ou três pessoas, para não virar ou
dobrar as costas ou pescoço, evitando assim
lesionar a medula quando houver vértebras
quebradas ou deslocadas. Verifique então se há
alguma coisa no interior da boca que impeça a
respiração. Se positivo, retire-a.
COMPRESSÃO TORÁCICA:
Nesta técnica, o coração deve ser comprimido
entre o osso esterno e a coluna vertebral.
Proceda da seguinte forma:
- Deite a vítima de costas sobre uma superfície
firme e plana e ajoelhe-se ao seu lado;
- Apoie uma das mãos sobre o ponto exato de
compressão, dois dedos acima da extremidade
inferior do osso esterno.
- Coloque uma mão sobre a outra entrelaçando
os dedos para dar mais firmeza e faça forte
pressão, utilizando o peso do seu corpo para
que o coração seja comprimido contra os ossos
da coluna vertebral (compressão).
CUIDADO PARA NÃO CAUSAR FRATURAS
NAS COSTELAS DA VÍTIMA!
- Retre a pressão para que o tórax
volte à condição normal
(descompressão).
- Nunca treine compressão torácica
em uma pessoa com batmentos
normais.
ATENÇÃO: Verifque se os
batmentos estão restabelecidos a
cada minuto. Se possível, faça a
ventlação de resgate e as
compressões cardíacas até que
chegue socorro especializado.
Atenção:
Para adolescentes, utilize uma força menor. Já para
crianças, faça a massagem com apenas uma mão. E
em caso de vítima bebê, utilize dois dedos. O ponto
de compressão é o mesmo: dois dedos acima da
extremidade inferior do Osso Esterno
IMPORTANTE:
Novas diretrizes para procedimentos em caso de
parada cardiorrespiratória!
Alterações:
A American Heart Association (Associação Americana
do Coração), fonte de referência para assuntos
relacionados a Suporte Básico Vida e Primeiros
Socorros, tanto para Leigos quanto para profissionais,
publica periodicamente novas diretrizes que devem ser
seguidas por aqueles que prestarão os primeiros
socorros. As últimas alterações foram realizadas em
2020 e são as seguintes:
2020 (Atualizado): Recomendamos que leigos iniciem a RCP para
uma suposta PCR, pois o risco de dano ao paciente é baixo se o
paciente não estiver em PCR.
2010 (Antigo): Os socorristas leigos não devem verificar o pulso e
devem presumir a ocorrência de uma PCR se um adulto desmaiar de
repente ou uma vítima que não responde não estiver respirando
normalmente. O profissional da saúde não deve levar mais de 10
segundos para verificar o pulso e, se o socorrista não sentir, com
certeza, um pulso nesse período, o socorrista deverá iniciar as
compressões torácicas.
Por quê: Novas evidências mostram que o risco de danos à vítima
que recebe as compressões torácicas quando não está em PCR é
baixo. Os socorristas leigos não conseguem determinar com precisão
se uma vítima tem um pulso e o risco de esperar para realizar a RCP
em uma vítima sem pulso é maior que o dano por compressões
torácicas desnecessárias.
Socorristas leigos sem treinamento devem fornecer
RCP (Reanimação Cardiopulmonar) somente com
as mãos, com ou sem orientação de um atendente,
para adultos vítimas de PCR. O socorrista deve
continuar a RCP somente com compressão até a
chegada de um DEA (Desfibrilador Externo
Automático) ou de socorristas com treinamento
adicional. Todos os socorristas leigos devem, no
mínimo, aplicar compressões torácicas em vítimas
de PCR.
Além disso, se o socorrista leigo treinado puder
realizar ventilações de resgate, as compressões
e ventilações devem ser aplicadas na proporção
de 30 compressões para cada 2 ventilações. O
socorrista deve continuar a RCP até a chegada
e a preparação de um DEA para uso, ou até que
os profissionais do SME (Serviço médico de
emergência) assumam o cuidado da vítima ou
que a vítima comece a se mover.
A sequência recomendada para um socorrista deve
iniciar pelas compressões torácicas antes de aplicar as
ventilações de resgate (C-A-B em vez de A-B-C), (A -
abrir vias aéreas; B - promover uma boa respiração,
realizar ventilação por pressão; C - circulação:
compressões torácicas); para reduzir o tempo até a
primeira compressão. O único socorrista deve iniciar a
RCP com 30 compressões torácicas seguidas por duas
respirações.
FREQUÊNCIA DAS COMPRESSÕES TORÁCICAS:
Em vítimas adultas de PCR, o correto é que os
socorristas apliquem compressões torácicas a uma
frequência de 100 a 120/min.
PROFUNDIDADE DAS COMPRESSÕES TORÁCICAS:
Durante a RCP manual, os socorristas devem aplicar
compressões torácicas até uma profundidade de, pelo
menos, 2 polegadas (5 cm) para um adulto médio, evitando
o excesso na profundidade das compressões torácicas
(superiores a 2,4 polegadas (6 cm)).
Durante uma RCP, os socorristas precisam aplicar
compressões eficazes a uma frequência (100 a 120/
minuto) e profundidade apropriadas, minimizando o número
e a duração das interrupções nas compressões torácicas.
Outros componentes de uma RCP de alta qualidade
compreendem obter o retorno total do tórax após cada
compressão e evitar ventilação excessiva.
Alterne os responsáveis pelas compressões a cada 2
minutos ou antes, se houver cansaço.
Sem via aérea avançada, relação compressão-ventilação
de 30:2.
EM CRIANÇAS:
É aconselhável que os socorristas forneçam compressões
torácicas que comprimam 1/3 (um terço) do diâmetro
anteroposterior do tórax de pacientes pediátricos (Bebês
com menos de 1 ano e crianças até o início da
puberdade). Isso equivale a cerca de 1,5 polegadas (4
cm) em bebês e até 2 polegadas (5 cm) em crianças.
Uma vez que as crianças tenham atingido a puberdade
(isto é, adolescentes), utiliza-se a profundidade
recomendada para compressões em adultos de, pelo
menos, 2 polegadas (5 cm), mas não superior a 2,4
polegadas (6 cm).
IMPORTANTE: Minimize as interrupções nas
compressões.
Alterne os responsáveis pelas compressões a
cada 2 minutos ou antes, em caso de cansaço
Para crianças a RCP deve ser feita com
massagem cardíaca e ventilações,
diferentemente nos adultos, onde não há essa
ênfase. A proporção é de 15:2
(Compressão:ventilação), se estiver SEM via
aérea avançada.
Com base em dados recentemente disponíveis
de ressuscitações pediátricas, a taxa de
ventilação assistida recomendada tem sido
aumentada para uma ventilação a cada 2 a 3
segundos (20 a 30 ventilações por minuto) para
todos os casos de ressuscitação pediátrica.
FRATURAS:
É a quebra (ou ruptura) total ou parcial de
um osso e/ou cartilagem. Existem dois tipos
de fraturas:
Interna (ou Fechada) – ocorre quando não
há o rompimento da pele.
Exposta (ou Aberta) – ocorre quando há o
rompimento da pele. Deve-se desconfiar de
fratura sempre que a parte suspeita não
possuir aparência ou função normal, ou
quando houver muita dor no local atingido
ou incapacidade de movimentação,
hematomas, posição anormal ou, ainda,
sensação de formigamento.
Em caso de fraturas nos membros, os primeiros
socorros consistem apenas em impedir o
deslocamento das partes quebradas, evitando
maiores danos.
A Importância da coluna
vertebral:
A nossa coluna é formada por
vértebras ligadas por
articulações semimóveis ou
anfiartroses, separadas por
discos de cartilagem que
desempenham o papel de
amortecedores quando
andamos, corremos ou
saltamos. A coluna vertebral
serve de apoio para as outras
partes do esqueleto.
Além disso, as vértebras têm um canal por
onde passa a medula nervosa ou medula
espinhal, que fica, assim, muito bem
protegida. Como a coluna é feita de vértebras
que se articulam, nós podemos realizar
movimentos para frente, para trás, para os
lados e até de rotação.
Lesão medular:
Ocorre quando a medula é afetada,
impedindo a passagem dos impulsos
nervosos e ocasionando a paralisia total ou
parcial dos movimentos, a partir do ponto
afetado, podendo causar:
Tetraplegia ou quadriplegia - Lesão na coluna cervical
(pescoço)
Paraplegia - Lesão na coluna torácica Lesão na coluna
lombar

NOTA: O prestador de primeiros socorros que suspeitar


de lesão na coluna deve fazer com que a pessoa ferida
permaneça o mais imóvel possível, até a chegada de
socorro especializado.
QUEIMADURAS:
Consiste em toda e qualquer lesão decorrente da ação de
alguma fonte de calor ou de frio, de produtos químicos, de
corrente elétrica, radiação, ou mesmo de alguns animais ou
vegetais (larvas, água-viva, urtiga) sobre o organismo. Em
função da dificuldade de se identificar a gravidade, que
pode ser classificada pela profundidade e também pela
extensão, toda vítima de queimadura deve ser
encaminhada para atendimento médico, com exceção dos
casos onde pequena área da pele aparece apenas
avermelhada. As queimaduras podem ser classificadas em
primeiro, segundo ou terceiro graus, de acordo com sua
profundidade na pele.
DESCRIÇÃO E SINTOMAS APRESENTADOS:
Queimadura de 1º grau - lesão superficial da pele,
provoca vermelhidão, sem formação de bolhas,
atingem a epiderme (1ª camada) e são dolorosas.
Queimadura de 2º grau (Moderada) - são divididas
em dois tipos: superficiais e profundas. Todas as
lesões 2º grau provocam danos à derme (2ª
camada), a divisão é baseada na profundidade da
lesão; provoca a formação de bolhas, inchaço, e
apresenta restos de pele queimada soltos,
provocando muita dor, vermelhidão e aparência
manchada na pele.
Queimadura de 3º grau -
(Profunda) além da formação de
bolhas, atinge os músculos e a
camada interna do corpo,
apresentam-se secas,
esbranquiçadas e de aspecto
carbonizado; geralmente não
são muito dolorosas, pois houve
a destruição dos nervos que
transmitem a sensação de dor. A
dor, geralmente é provocada
pelas queimaduras de primeiro e
segundo graus associadas.
O mais importante a se verificar é a área do
corpo afetada, pois quanto maior for a extensão
da queimadura, maior será o risco. Uma
queimadura de primeiro grau que afete uma
grande área do corpo deverá ser considerada
de muita gravidade.
QUEIMADURAS MODERADAS:

1º GRAU - De 50 a 75% da superfície corporal;


2º GRAU - De 15 a 25% da superfície corporal;
3º GRAU - De 2 a 10% da superfície corporal;

NOTA: Queimaduras maiores de 40% da área


corporal resultam em grandes distúrbios na
função cardiovascular.
Procedimentos:
- Resfrie a área queimada imediatamente;
- Se a pele estiver íntegra, molhe a área queimada
com água fria e corrente e mantenha um pano úmido
sobre a lesão;
- A parte afetada poderá ser mergulhada em água para
evitar danos adicionais, exceto se o atendimento for
realizado em ambiente frio, ou se queimadura tiver
sido provocada por produtos químicos que reagem
violentamente com a água.
- Ao tratar uma queimadura se possível, lave bem as
mãos para diminuir os riscos de infecção ou use luvas;
- Nunca tente descolar tecidos que ficam grudados na
queimadura, se necessário, com uma tesoura corte a roupa
próximo à região queimada;
- Não aplique nenhuma substância (creme dental, pó de café,
clara de ovo, vinagre, manteiga, etc.) ou remédio sobre a
queimadura;
- Nunca perfure as bolhas ou toque na área queimada;
- Proteja a região afetada com gaze esterilizada ou pano limpo
e úmido enrolando a área com ataduras ou filme plástico
transparente utilizado para embalar alimentos;
- Não tente retirar corpos estranhos do local queimado;
- Encaminhe a vítima para o atendimento médico o mais rápido
possível.
IMPORTANTE:
Em queimaduras de pequena extensão, podem ser utilizados
curativos úmidos, frios ou com soro fisiológico, a fim de aliviar
a dor. O uso de soro fisiológico é recomendado para evitar a
contaminação da ferida; na sua ausência, devemos usar água
limpa. Nas queimaduras extensas, o uso de curativos úmidos
e frios, principalmente em regiões frias, pode levar à
hipotermia, pois a pele perde a capacidade de auxiliar na
regulação da temperatura corporal. Quando usados não
devem cobrir mais do que 10% da superfície corporal. Sendo
a lesão de uma extensão muito grande, é melhor envolver ou
cobrir a vítima com lençóis limpos e secos, ao invés de aplicar
grandes curativos úmidos e frios, pois a vítima ficará
suscetível à perda de calor.
OBJETOS ENCRAVADOS:
Ao perceber que vítima possui objetos encravados nos
olhos ou em outra parte do corpo devemos proteger a
área atingida com gaze ou pano limpo evitando
movimentar o objeto.

NOTA: Nunca se deve retirar o objeto encravado, pois


existe o risco de agravar a lesão ou as condições de
saúde da vítima provocando uma hemorragia, por
exemplo. Devemos encaminhar a vítima ao hospital o
mais rapidamente possível
CUIDADOS COM A VÍTIMA DE ACIDENTE (O QUE NÃO
FAZER) EM CONFORMIDADE COM A PERICULOSIDADE DA
CARGA E/OU PRODUTO TRANSPORTADO
Um acidente com vítimas envolvendo veículos que transportam
cargas indivisíveis ou produtos perigosos é uma situação
extremamente perigosa principalmente quando existe o
vazamento do produto ou o risco de a carga cair ou tombar.
Portanto, evite se aproximar, porém, se isto for necessário,
tenha atenção redobrada com relação às fontes de ignição, os
gases que possam se desprender do produto ou fontes de
contaminação, e também ao deslocamento da carga. E lembre-
se que a segurança de quem socorre está sempre em primeiro
lugar.
SE O LOCAL ESTIVER SEGURO, O ACESSO A(S)
VÍTIMA(S) FOR FÁCIL E O CONDUTOR PUDER AGIR COM
SEGURANÇA:

NÃO MOVIMENTAR A VÍTIMA - pois a movimentação de


forma inadequada pode agravar as lesões já existentes ou
piorar as condições de saúde da vítima. A movimentação só
deve ser realizada se o socorro não puder chegar ao local ou
se houver perigo iminente, como: riscos de outros acidentes,
desabamentos, alagamentos, incêndio, perigo de o veículo
cair, etc.
NÃO DAR NADA PARA A VÍTIMA INGERIR - não
devemos oferecer nada para a vítima ingerir, mesmo
que isso nos seja solicitado. Nem mesmo água.
Aguarde a chegada do socorro especializado para que
os profissionais possam decidir se podem ou não
oferecer algo de acordo com as condições da vítima. A
exceção são vítimas com problemas cardíacos e que
necessitem de medicamentos em situações de
emergência. Nesses casos, não devemos impedir que
a vítima faça uso de medicamentos, se isso for rotina
pra ela.
NÃO RETIRAR CAPACETES DE
MOTOCICLISTAS ACIDENTADOS - a
retirada do capacete de um motociclista
vítima de acidentes é uma manobra
extremamente técnica e arriscada, devendo
ser realizada por profissionais com
treinamento específico. A movimentação da
cabeça ou pescoço pode agravar as lesões
que podem existir no local e piorar a condição
de saúde da vítima, inclusive com a perda de
movimentos. O leigo só deve adotar o
procedimento de retirada do capacete se a
vítima não estiver respirando, e mesmo
assim, com o máximo de cuidado.
TRANSPORTE DE VÍTIMAS:
Devemos evitar transportar a vítima ou mesmo movimentá-
la sem necessidade. A movimentação e o transporte de uma
vítima podem ser realizados somente quando as condições
da vítima estiverem se agravando rapidamente e o socorro
não puder chegar ao local, desde que as providências com
relação à segurança e imobilização adequadas tenham sido
tomadas.
A remoção e movimentação de um acidentado devem ser feitas
com o máximo de cuidado, para não agravar as lesões
existentes. Antes de mover uma vítima devem ser tomadas as
seguintes providências: é preciso verificar o estado geral da
vítima, observando a respiração e a pulsação, o estado de
consciência, a capacidade de movimentação e a sensibilidade
corporal.
Somente remova uma vítima do local do acidente se for
absolutamente necessário. Caso contrário, aguarde o
atendimento especializado. Em caso de acidentes
devemos sempre suspeitar de lesão na coluna. Nesse
caso, a remoção da vítima exige extremo cuidado e
utilização de técnicas corretas. A remoção de vítima com
suspeita de fratura ou lesão na coluna só deve ser feita se
a vida dela estiver sob a iminência de um perigo maior,
como um incêndio ou desabamento, por exemplo.

IMPORTANTE: Quando for constatada uma vítima fatal


num acidente de trânsito, não se deve mexer na posição
do corpo, para que a perícia possa avaliar o ocorrido.
CONCLUSÃO

Os primeiros socorros não são importantes apenas nos


acidentes de trânsito, pois outros tipos de acidentes
ocorrem em qualquer lugar, inclusive dentro de nossas
casas ou empresa. É importante que saibamos quais
medidas devemos adotar, pois em muitos casos,
procedimentos simples podem salvar ou melhorar a
qualidade de vida da vítima após um acidente.
Precisamos ter muita calma e sempre agir da mesma
forma que gostaríamos que agissem conosco.

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