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Manual de Situações de Emergência


e Primeiros Socorros
Formação e Prevenção Rodoviária, Lda.
Manual de Situações de Emergencia e Primeiros Socorros 3

Índice
1. OS ACIDENTES RODOVIÁRIOS 4
2. PROCEDIMENTOS EM CASO DE ACIDENTE 4
2.1. Na cena do acidente 4
2.2. Informação a prestar 5
2.3. Como agir face à emergência em caso de acidente 5
2.4 Prevenção do Agravamento de um Acidente Rodoviário 5

3. PRIMEIROS SOCORROS 6
3.1 Sistema Integrado de Emergência Médica 6

4. EXAME DA VÍTIMA 7
4.1 Exame Primário 7
4.2 Caracterização de sinais vitais 8
4.3 Observação sistematizada 8

5. OBSTRUÇÃO DE VIA AÉREA 9


5.1 Técnica de desobstrução de via aérea vítima consciente 9
5.2 Técnica de desobstrução de via aérea vítima inconsciente 9
5.3 Posição Lateral de Segurança 9

6. SUPORTE BÁSICO DE VIDA 9


6.1 A Cadeia de sobrevivência 10

7. HEMORRAGIAS 12
7.1 Classificação das hemorragias quanto á origem 12
7.2 Classificação das hemorragias quanto á localização 12
7.3 Métodos de controlo de hemorragias 12

8. FENOMENOLOGIA DA COMBUSTÃO 12
8.1 Fontes de origem de energia de activação 13
8.2 Métodos de extinção 13
8.3 Classes de fogo 13
8.4 Agentes Extintores 13

9. Extintores 14
9.1 Actuação com extintores 14
1. OS ACIDENTES RODOVIÁRIOS Quer se trate de interacções homem-máquina
(operações sobre o veículo e respectivos
Um acidente é definido como um acontec- elementos técnicos), quer de interacções com
imento súbito e inesperado do qual resul- os restantes utilizadores da via (condutores
tam consequências indesejáveis. Este aconte- ou peões), as decisões tomadas são determi-
cimento resulta directa ou indirectamente da nadas pelas condições internas do indivíduo
actividade humana, não sendo, portanto, um (estado funcional), pela natureza da tarefa
acontecimento natural, como por exemplo, um (nível de complexidade) e pelas condições exis-
sismo. Também é claro que um acidente é mais tentes para a sua realização, ou seja, a qual-
do que apenas um acontecimento inesper- idade e o estado dos elementos técnicos, o
ado; ele vem acompanhado de perdas, muitas envolvimento (ambiente rodoviário) e o tempo
vezes irreparáveis. No entanto, sabe-se que os útil para a tomada de decisão e para a acção
momentos em que tudo corre bem são em correspondente.
maior número do que aquelas em que várias
circunstâncias se conjugam para que um acto
inseguro dê origem a um acidente.
2. PROCEDIMENTOS EM
Com o objectivo de constituir a base de conhe-
cimento necessária ao desenvolvimento de CASO DE ACIDENTE
tecnologias que evitem acidentes, Tijerina,
1996 identificou um conjunto de factores
contributivos, tendo proposto uma taxono- 2.1. Na cena do acidente
mia que comporta as seguintes categorias de Qualquer condutor que assista a um acidente
factores: no qual existam pessoas feridas ou haja um
•Incapacidade do condutor, resultante de dívida veículo danificado, mesmo que o acidente
de sono, ingestão de medicamentos, abuso do tenha sido causado por outros, tem o dever de
álcool ou drogas, mal-estar súbito; parar e prestar auxílio. Acima de tudo, o condu-
tor deve evitar o pânico e ser o mais objectivo
•Falha na percepção de um risco
possível, recomendando-se as seguintes regras
•Não perceber adequadamente as característi- gerais:
cas de uma situação de tráfego e a informação
•Antes de sair do veículo para prestar auxílio,
disponível;
deve assegurar-se de que o próprio, os seus
•Não perceber a informação porque não era passageiros e o seu veículo estão em segurança.
esperada ou não estava disponível;
•Chamar imediatamente as autoridades e uma
•Inatenção ou distracção do condutor (não ambulância quando for necessário ou repartir
prestar atenção a aspectos críticos da situação estas duas tarefas com outra pessoa de modo a
de condução); reduzir o tempo de espera.
•Intrusão súbita de um veículo que entra em Na cena do acidente deverá:
rota de colisão com outro veículo cujo condu-
•Colocar sinalização adequada e proteger-se de
tor não se apercebe;
modo a evitar outros acidentes;
•Falha técnica do veículo (cessa de funcionar
•Procurar pessoas que tenham visto a ocorrên-
normalmente).
cia e que possam prestar o seu testemunho às
O comportamento e o desempenho humanos autoridades;
são, efectivamente, referidos como factores
•Desligar a ignição dos veículos acidentados de
causais da maioria dos acidentes. No entanto,
forma a evitar incêndios;
o elemento humano é apenas o último elo na
cadeia das interacções que se estabelecem na •Evitar acções, por parte de pessoas que este-
condução de veículos, tomando decisões e jam a observar a ocorrência, que possam causar
agindo de acordo com as mesmas. mais ferimentos ou danos, como por exemplo,
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fumar no local ou remover pessoas feridas ou •Condições climatéricas e visibilidade;


veículos danificados. •Estado do piso e eventuais obstruções;
•Verificar quem está ferido para ver se pode •Sinais de trânsito e referências espaciais rele-
ajudar a pessoa a sentir-se mais confortável até vantes para a localização do acidente ou que
chegar a assistência médica e identificar quem possam estar na sua origem;
precisa mais urgentemente de cuidados médi-
cos; nunca oferecer comida ou mesmo água ou •Quaisquer indicadores que tenha percebido
qualquer medicamento a pessoas feridas. previamente ao acidente.
•Possuindo conhecimentos e experiência •Além destes dados, devem ser recolhidos os
prática de primeiros socorros, deverá infor- detalhes seguintes:
mar os feridos dessa sua competência e prestar •Os dados dos outros condutores (nomes,
a ajuda que puder aos feridos; no entanto, as endereços e números de telefone):
pessoas feridas não devem ser movidas, pois
•Os dados relativos a seguros;
isso pode agravar a sua lesão.
•Matrículas, marcas, modelos e números de
•Evitar que pessoas com alguns ferimentos ou
registo dos outros veículos;
mesmo aparentemente ilesas abandonem o
local do acidente e pedir a quem testemun- •Descrição dos danos dos veículos;
hou o acidente que se mantenha no local até à •Os dados relativos a testemunhas (nomes,
chegada das autoridades. endereços, telefones), assim como os dados
•Evitar que outros veículos, mesmo que dos respectivos veículos.
apenas estejam marginalmente envolvidos A elaboração de um esquema da cena de
no acidente, não desapareçam da cena do acidente ou até fotografias, incluindo todos os
acidente; convém não esquecer que, por vezes, dados recolhidos, podem ser muito úteis.
as pessoas não querem estar envolvidas em
processos ou não querem que se saiba que
estavam naquele lugar àquela hora. 2.3. Como agir face à emergência
em caso de acidente
2.2. Informação a prestar Em qualquer situação de emergência, a priori-
dade imediata é telefonar para os serviços
O condutor de um veículo envolvido num
que estão preparados para dar a resposta
acidente deve fornecer às autoridades a sua
adequada (polícia, ambulância ou bombeiros,
identificação, assim como os dados relativos ao
em função da situação), utilizando de preferên-
veículo que conduz. Há, no entanto, coisas que
cia o número nacional de socorro (112) já que
não devem ser ditas numa cena de acidente,
os números de telefone dos bombeiros variam
como por exemplo, expressar alguma opinião
em função da região.
sobre culpa ou responsabilidade relativamente
ao acidente. Seguidamente, deve-se assegurar que o inci-
dente ou acidente não seja gerador de outros
As autoridades farão todas as perguntas que
e, finalmente, quando necessário e possível,
considerarem relevantes e o condutor impli-
prestar primeiros socorros aos que deles
cado, assim como as testemunhas, respond-
necessitam.
erão em conformidade.
No sector profissional, o motorista envolvido
directamente num acidente tem que reportar a 2.4 Prevenção do Agravamento
ocorrência à entidade patronal, devendo, para de um Acidente Rodoviário
o efeito referir os seguintes dados:
Ver o estado do automóvel de modo que não
•Data, hora e localização exacta do acidente; ocorra outro acidente:
•Volume a velocidade do tráfego; •Desligar a ignição;
•Desligar a bateria; chamada de socorro, bem como do envio de
•Puxar o travão de mão; um médico ao local da ocorrência.

•Colocar calços nas rodas para que não haja Pode concluir-se que «Sistema Integrado de
deslocamento do veículo. Emergência Médica» (SIEM) é um conjunto de
meios e acções pré-hospitalares e intra-hos-
Não mexer no carro nem nas vítimas. pitalares, com a intervenção activa dos vários
Caso não consigamos afastar o perigo da componentes de uma comunidade, portanto
vítima, devemos afastar a vítima do perigo (só pluridisciplinar, programados de modo a possi-
em último recurso em que a vítima corra risco bilitar uma acção rápida, eficaz, com econo-
de vida) por arrastamento. mia de meios, em situações de doença súbita,
acidentes, catástrofes, nas quais a demora de
medidas adequadas de socorro pode acarretar
graves riscos para a vida dos doentes.
3. PRIMEIROS SOCORROS

3.1 Sistema Integrado de Emergência Médica 3.1.1 Fases do SIEM


O sistema, como já referido, é um conjunto de
Cabe ao Instituto Nacional de Emergência
meios e acções que visa uma resposta atem-
Médica (INEM) o papel de organismo regulador
pada a qualquer ocorrência em que exista risco
das actividades de emergência médica.
de vida.
Os sistemas de emergência médica salvam
Trata-se de um sistema composto por uma
milhões de vidas em todo o mundo. Os
sequência de procedimentos que permitem
avanços da medicina durante os últimos 50
que os meios de socorro sejam activados, mas
anos criaram novas técnicas e permitiram a
também que estes sejam os mais adequados à
existência de novos equipamentos e de novos
ocorrência em causa, permitindo assim o poste-
medicamentos.
rior encaminhamento do doente à unidade de
Tudo isto conduziu ao treino de equipas que saúde mais adequada.
aplicam os novos conhecimentos no terreno,
ou seja, no local da ocorrência, facto que ante-
riormente não era possível. Assim o SIEM é composto pelas seguintes fases:
Em Portugal, o sistema (de emergência médica) •Detecção – Corresponde ao momento em que
foi criado em 1965 com a implementação em alguém se apercebe da existência de uma situ-
Lisboa do primeiro número único de socorro, o ação em que é necessário socorro, desenvol-
denominado 115, que funcionava com elemen- vendo acções que têm como objectivo evitar o
tos da Polícia de Segurança Pública, que activa- agravamento da situação;
vam ambulâncias tripuladas por elementos •Alerta – É a fase em que se contactam os meios
desta força policial. O único objectivo era o de de socorro;
proceder ao transporte de sinistrados resul-
tantes de situações ocorridas na via pública. •Pré-socorro – É um conjunto de gestos simples
que podem ser concretizados até à chegada do
Nos anos seguintes este sistema estendeu-se socorro;
às cidades de Porto, Coimbra, Aveiro, Setúbal e
Faro. •Socorro no local do acidente – Corresponde ao
início do tratamento efectuado às vítimas, com
O Instituto Nacional de Emergência Médica o objectivo de melhorar o seu estado ou evitar
(INEM), criado na década de 80, substituiu o que este se agrave;
Serviço Nacional de Ambulâncias, com a função
de apoiar e coordenar as actividades na área da •Cuidados durante o transporte – Consiste no
emergência médica, dando origem à medical- transporte do doente desde o local da ocorrên-
ização do sistema através do atendimento da cia até à unidade de saúde adequada, garan-
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tindo à vítima a continuação dos cuidados de tir a segurança do socorrista, dos populares e
emergência necessários; do (s) doente (s).
•Transferência e tratamento definitivo – Corre- Quando se chega ao local de uma ocorrência
sponde à entrega do doente na unidade de deve proceder-se da seguinte forma:
saúde adequada e à continuação do trata- Observar:
mento iniciado no local de ocorrência.
– Perigos para os socorristas e para a (s) vítima
(s);
3.1.2 Intervenientes no SIEM – Localização dos doentes e sua posição;
Um sistema de emergência médica depende – Estado do (s) doente (s): se estão conscientes,
de tudo e de todos, não podendo afirmar-se se existem hemorragias ou outro tipo de lesões
que existe uma única entidade ou profissional graves;
com responsabilidades exclusivas na prestação
do socorro. – No caso de um acidente, em que estado estão
o (s) veículos(s), qual o grau de destruição e
Existe sim um conjunto de intervenientes posição;
que vai desde o público em geral, aquele que
detecta a situação, até aos elementos que – Se foi uma queda, de que altura ocorreu;
permitem que a assistência de urgência seja – Etc.
possível. Ou seja, entre outros, os intervenien-
tes no sistema são:
• Público em geral;
4.1 Exame Primário
O objectivo deste exame é detectar a existên-
• Operadores das centrais de emergência;
cia de situações que possam pôr em perigo
• Agentes da autoridade; imediato a vida do doente, ou seja, situações
• Bombeiros; de compromisso das funções vitais.
• Socorristas de ambulância; Aquando da abordagem inicial de um doente,
importa ter a certeza que se cumprira todos os
• Médicos; itens da lista a seguir indicada:
• Enfermeiros; • Sinalização do local (fig. 7) e garantia de
• Pessoal técnico dos hospitais; que não existe perigo para o doente e para
• Etc.. socorrista;
• Os acessos ao doente: se existem, se são
seguros;
4. EXAME DA VÍTIMA • Se o doente se encontra ou não consciente;
Antes de se iniciar qualquer tipo de procedi- • Se a via aérea se encontra livre e permeável;
mento terá de se examinar o doente, porque • Se o doente respira ou tem dificuldade em
só desta forma podem identificar-se as lesões e respirar;
definir-se a prioridade no seu tratamento.
• Caso existam hemorragias, proceder ao seu
Em termos práticos, há que identificar em controlo;
primeiro lugar as lesões que põem em perigo
imediato a vida do doente e aquelas que não • Se existem sinais de pré-aviso de choque, tais
carecem de tratamento imediato e que podem como: pele pálida, respiração rápida e pulso
aguardar. rápido;

O local de uma ocorrência normalmente é • Em caso de acidente ou de situação descon-


muito confuso, podendo inclusivamente existir hecida, actuar como se existisse lesão
alguns riscos. Por este motivo, é preciso garan- vertebro-medular.
4.2 Caracterização de sinais vitais
4.1.1 Técnicas de execução do exame primário Ventilação
Avaliar se o doente se encontra consciente • Frequência (número por minuto)
(estimulá-lo chamando por ele e tocando-lhe • Amplitude (Superficial / Normal / Profunda)
suavemente nos ombros). Um doente incon-
sciente corre perigo de vida pois pode facil- • Ritmo (Regular / Irregular)
mente ficar com a via aérea obstruída, devido Consideram-se valores normais 12 - 20 ciclos/
à queda da própria língua ou pelo acumular de minuto
secreções, vómito, sangue ou mesmo por exist-
irem corpos estranhos.
Pulso
Se o doente estiver inconsciente, deve proced-
er-se à abertura da via aérea, utilizando a • Frequência (número por minuto)
técnica correcta em relação ao tipo de acontec- • Amplitude (Cheio / Fino)
imento (se é de trauma ou de doença).
• Ritmo (Regular / Irregular)
De seguida há que verificar a boca e procurar
objectos estranhos ou secreções. Se existirem Consideram-se valores normais 60 90
devem ser removidos, mas somente se esti- pulsações/minuto
verem visíveis.
Após ter sido efectuada a abertura e permea- Pressão arterial
bilização da via aérea, aproximar a face da face
Pressão Sistólica - É o valor mais elevado e
do doente e observar o tórax deste. Verificar se
corresponde à pressão que o sangue exerce
ventila durante 10 segundos:
de encontro às paredes das artérias quando o
Ver – se existe movimentos torácicos ou outros coração se contrai (SÍSTOLE). É o primeiro som
movimentos naturais; audível.
Ouvir – o ar a passar na via aérea do doente; Pressão Diastólica - É o valor mais baixo e
Sentir – o ar que sai do doente a bater na face corresponde à pressão que o sangue exerce
e, se possível, se existe ou não pulso carotídeo de encontro às paredes das artérias quando o
(somente para os técnicos de saúde ou de coração relaxa (DIÁSTOLE).
emergência). Temperatura
Depois de o socorrista ter a certeza que o • Febre (> 37.5º)
doente respira, deve observá-lo como um todo
• Apirético ou Sem Febre (35.5º a 37.5º)
e procurar:
• Hipotermia (temperatura abaixo do normal
• Hemorragias graves – proceder ao seu controlo
- <35º)
se existirem;
• Sinais precoces de choque – aplicar os cuida-
dos de emergência indicados. 4.3 Observação sistematizada
Qualquer situação detectada tem de ser obrig- 1º CABEÇA E FACE
atoriamente de imediato corrigida.
2º PESCOÇO
Deve-se sempre ter presente a seguinte
3º OMBRO E CLAVÍCULA
sequência de Avaliação:
4º TÓRAX E ABDÓMEN
• A – Via aérea
5º COLUNA DORSO/LOMBAR
• B- Ventilação
6º PÉLVIS
• C - Circulação
7º MEMBROS INFERIORES
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8º MEMBROS SUPERIORES 5.2 Técnica de desobstrução de via


aérea vítima inconsciente
No caso do doente de obstrução da via aérea
5. OBSTRUÇÃO DE VIA AÉREA se encontrar inconsciente devem ser inicia-
A obstrução da via aérea ocorre na maioria das das de imediato as manobras de reanimação
situações em que o doente se encontra incon- cardio-respiratória, tendo em atenção a vigilân-
sciente, em resultado do relaxamento da língua cia da via aérea.
ou da ocorrência de um vómito. No entanto,
pode também surgir em vítimas conscientes,
resultado do alojar de um corpo estranho na via 5.3 Posição Lateral de Segurança
aérea, sendo frequente em crianças e idosos. A posição lateral de segurança, também desig-
nada por posição de recuperação, é a posição
indicada para as vítimas inconscientes ou pros-
5.1 Técnica de desobstrução de via tradas em que exista ventilação espontânea.
aérea vítima consciente No entanto, é necessário recordar que esta
A obstrução da via aérea mais frequente é a que posição somente se aplica em vítimas em que
ocorre por corpo estranho, em que, no caso não exista suspeita de traumatismo verte-
do doente se encontrar consciente, este vai bro-medular e em que não existam outros
adoptar um comportamento que pode ir desde cuidados prioritários a aplicar.
o tossir vigorosamente, quando a obstrução é
Após colocar o doente em PLS deve manter-se
parcial, até ao levantar-se subitamente agar-
a vigilância da via aérea, uma vez que poderá
rado ao pescoço sem emitir qualquer som, indi-
existir o perigo de ocorrer um vómito e conse-
cador de que a obstrução é total.
quente aspiração deste para os pulmões.
Caso a obstrução seja parcial, ou seja, o doente
tosse, chora e fala, o socorrista não deve inter-
ferir e deve encorajar o doente a tossir. 5.3.1 Técnica de execução da PLS
Caso o doente não chore, não fale, nem emita 1. Posicionar o membro superior do lado em
qualquer som, o socorrista deve aplicar os que o socorrista se encontra na posição de
seguintes procedimentos: flexão alinhado com a cabeça do doente;
• De imediato efectuar cinco pancadas com a 2. Colocar a outra mão na região do joelho,
base da mão entre as omoplatas do doente. flectindo o membro inferior do lado oposto à
• Caso não resulte, efectuar cinco compressões posição do socorrista;
abdominais entre a extremidade do esterno e o 3. Mantendo o dorso da mão do doente encost-
umbigo. Estas compressões devem ser vigoro- ada à face e segurando o membro inferior, efec-
sas e para que a extremidade inferior de esterno tuar a rotação do doente;
não seja comprimida. Executam-se colocando 4. Após ter rodado o doente, posicionar a cabeça
uma mão fechada em punho na linha média do para que a via aérea fique livre de obstrução;
abdómen, um pouco acima da cicatriz umbili-
cal, e a outra mão a cobrir a primeira, exercendo 5. Após ter corrigido a via aérea, posicionar a
então pressão (com força suficiente), dirigida perna pela qual se rodou o doente de forma
de baixo para cima e da frente para trás. a fazer «alavanca», garantindo que o doente
fique laterizado;
• Nos doentes conscientes, esta manobra é
executada com o doente de pé, ficando o
socorrista que a executa por trás. Nas grávi-
das, obesos e crianças com idade inferior a um 6. SUPORTE BÁSICO DE VIDA
ano substituir as compressões abdominais por Atendendo ao elevado número de mortes
compressões torácicas. ocorridas torna-se fundamental o treino de
leigos em Suporte Básico de Vida (SBV) e Desfi- • Suporte Avançado de Vida.
brilhação Automática Externa (DAE), manobras Cada elemento desta cadeia de sobrevivência,
fundamentais para que se possa socorrer uma quando unido, forma uma corrente que permite
situação de paragem cardio-respiratória. que a abordagem da paragem cardio-respi-
A execução das manobras de Suporte Básico ratória tenha sucesso. No entanto, a resistência
de Vida tem uma taxa de sucesso de 49% na desta corrente será aquela que se encontra na
paragem cardio-respiratória presenciada, o resistência de cada elo, ou seja, o resultado final
que contribui de uma forma significativa para a está dependente da eficácia de cada um deles.
redução do número de óbitos.
No entanto, o sucesso da execução das mano-
bras de Suporte Básico de Vida está condi-
6.1.1 Alerta
cionado pelo factor tempo, ou seja, quanto O alerta é efectuado pela primeira pessoa que
mais precocemente se iniciar a reanimação identifica uma situação de emergência e, em
cardio-respiratória maior a probabilidade de Portugal, este deve ser feito através do Número
sucesso. Europeu de Socorro 112.
Numa situação de paragem cardio-respiratória No entanto, o pedido de socorro deve obede-
cada minuto perdido corresponde, em média, cer a algumas regras para que o socorro seja
à perda de entre 7% a 10% da probabilidade o mais eficaz possível. Assim sendo, o contac-
de sobrevivência. Ou seja, em média, ao fim de tante deve proceder da seguinte forma:
12 minutos a taxa de sobrevivência é de aprox- • Manter a calma;
imadamente 2,5%. Por este motivo, a identifi-
cação da paragem cardio-respiratória e o início • Informar:
dos procedimentos de emergência adequados – Número de telefone de onde está a ligar
para a situação tornam-se fundamentais para
– O fornecimento deste número serve para
minimizar a perda de vidas humanas. Assim,
facilitar o contacto pela central de emergência
é necessário que qualquer cidadão tenha a
caso a chamada se desligue ou sejam posterior-
capacidade de:
mente necessárias mais informações;
• Activar os meios de socorro;
– Local da ocorrência – Fornecer o local exacto
• Iniciar manobras de Suporte Básico de Vida; da ocorrência é fundamental. Se necessário
• Utilizar o Desfibrilhador Automático Externo; indicar pontos de referência como restaurantes,
estação dos correio, etc.;
– Situação
6.1 A Cadeia de sobrevivência
– Descrever o que viu e o que se está a passar.
A forma mais eficaz de se obter sucesso numa Responder com calma às perguntas que o oper-
situação de paragem cardio-respiratória é a ador da central de emergência faz.
aplicação do conceito de «cadeia de sobre-
A informação obtida neste ponto é que vai
vivência», relembrando que, como qualquer
definir o tipo de socorro que vai ser disponibi-
corrente, a sua resistência é a do elo mais fraco.
lizado, ou seja, pode ser desde o envio de uma
Por este motivo, todos os elos que a constituem ambulância para um simples transporte até ao
têm uma importância crucial no salvamento de envio de meios médicos.
vidas.
vt– Actuação – Descrever o que foi feito ou
A «cadeia de sobrevivência» é formada por está a ser feito. Obedecer às indicações que são
quatro elos fundamentais: dadas pelo operador da central de emergência.
• Alerta;
• Suporte Básico de Vida;
• Desfibrilhação Automática Externa;
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6.1.2 Suporte básico de vida responder nem reagir a estímulos, pedir ajuda
(gritar), sem o abandonar. Este pedido de ajuda
O Suporte Básico de Vida é a execução de um
vai permitir alertar que algo de anormal se
conjunto de manobras que visam a manutenção
passa e somente depois de ser efectuado deve
da vida sem recurso a equipamento específ-
passar-se à fase seguinte;
ico, manobras essas que terão maior eficácia
quanto mais precocemente forem iniciadas. d) Verificar a cavidade oral (procurar: dentes
partidos, prótese dentárias, etc.) e efectuar de
seguida a extensão da cabeça. Se for uma situ-
6.1.2 Desfibrilhação automática externa ação de trauma a manobra será substituída
pela elevação do maxilar inferior;
Apesar de todos os elos serem fundamentais,
a desfibrilhação precoce torna-se no elo mais e) Avaliar a ventilação – ver, ouvir e sentir
eficaz na reanimação do doente adulto já que a durante 10 segundos
causa mais frequente de paragem cardio-respi- Se não ventila:
ratória é um ritmo cardíaco caótico denomi-
nado por fibrilhação ventricular. • Sozinho – Abandonar o doente e ligar 112;
• Acompanhado – Mandar ligar 112.
Caso seja uma situação de trauma, intoxicação,
6.1.3 Suporte Avançado de Vida
afogamento ou em crianças com idade inferior
Estas manobras visam a reanimação do doente a 8 anos, o pedido de ajuda deve ser efectuado
e são compostas por um conjunto de actos sem abandonar o doente, ou seja, semelhante
que são da competência de um médico. Hoje é ao que se fez no início do algoritmo. Nestes
possível levar estas manobras junto do doente casos efectuar, manobras de reanimação
devido à existência de viaturas médicas que cardio-respiratória durante um minuto e entre-
permitem a deslocação de equipamento e tanto, se não se obteve ajuda, abandonar o
pessoal treinado. doente e efectuar o pedido.
f ) Após ter garantido o pedido de ajuda, efec-
6.2 Algoritmo de Suporte básico de vida tuar de imediato 30 compressões ao ritmo de
100ct/min
Compreende-se como paragem cardio-respi-
ratória a ausência de respiração espontânea e a g) Após ter efectuado 30 compressões, efec-
ausência de sinais de circulação. Assim, na abor- tuar 2 insuflações, cada uma com a duração de
dagem de um doente aparentemente inconsci- 1 segundo e com 2 segundos de intervalo para
ente, cumprir os seguintes passos: a expiração passiva;

a) Verificar se existem condições de segurança: h) Repetir a sequência 30 compressões para


duas insuflações;
• Observar o local;
Para efectuar as manobras de compressão torá-
• Ter em atenção a ruídos que indiquem perigo; cica, respeitar as seguintes indicações:
• Se o local não for seguro ou não existirem • Colocar uma mão sobre o centro do tórax do
condições para a realização das manobras, doente (de forma a não comprimir a extremi-
remover o doente para um local seguro. dade inferior do esterno);
b) Colocar o doente em decúbito dorsal, sobre • De seguida, colocar a base da outra mão sobre
uma superfície plana e dura, de preferência no a mão que se encontra posicionada sobre o
chão; esterno e entrelaçar os dedos;
c) Colocar um dos joelhos ao nível da zona do • Comprimir o esterno para que este baixe entre
tórax e o outro joelho ao nível da cabeça do 4 a 5cm a um ritmo de 100ct/min;
doente. Chamar pelo doente. Tocar no doente.
Se este responder, continuar a avaliação, se
necessário colocar em PLS. Se o doente não
• Durante o período de compressão, apenas 7.2 Classificação das hemorragias
a base de uma mão fica em contacto com a quanto á localização
metade inferior do esterno;
As hemorragias, à semelhança da classificação
• Mantendo os braços esticados e sem flec- da origem, vão também ser classificadas em
tir os cotovelos, o socorrista inclina-se sobre o relação à sua localização, podendo ser:
doente de modo a que os seus ombros fiquem
perpendiculares ao esterno do doente. • Hemorragias externas;

i) Manter as manobras de SBV até: • Hemorragias internas.

• Ser substituído por alguém que saiba executar


as manobras; 7.3 Métodos de controlo de hemorragias
• Um médico mandar suspender as manobras; As hemorragias externas são de fácil local-
• O doente recuperar; ização, estão relacionadas com feridas e podem
ser de origem arterial, venosa ou capilar, depen-
• Ser necessário deslocar o doente (a inter-
dendo do(s) vaso(s) atingido(s).
rupção não deve ser superior a 30 segundos);
O controlo das hemorragias pode ser obtido
• Antes de entrar em exaustão
através da aplicação das seguintes técnicas:
• Compressão manual directa;
7. HEMORRAGIAS • Compressão manual indirecta ou à distância;
• Garrote.

7.1 Classificação das hemorragias quanto á origem O resultado destas técnicas pode ser
melhorado, associando às mesmas os seguintes
As hemorragias classificam-se em relação ao procedimentos:
vaso atingido. Deste modo, existem:
• Aplicação de frio;
• Hemorragias arteriais;
• Elevação do membro.
• Hemorragias venosas;
• Hemorragias capilares.
8. FENOMENOLOGIA DA COMBUSTÃO
7.1.1. Hemorragias arteriais Para controlar o fogo e evitar que se torne
num incêndio e necessário conhecer alguns
Quando o vaso que sangra é uma artéria. Carac- princípios do fenómeno da combustão.
teriza-se pela saída de sangue vermelho vivo e
às «golfadas», ou seja, num jacto descontínuo, Combustão e uma reacção de oxidação entre
correspondente à contracção do coração. um agente combustível e um comburente,
provocada por uma energia de activação. Essa
reacção è exotérmica ou seja com libertação de
7.1.2. Hemorragias venosas calor.

Quando o vaso que sangra é uma veia. Carac- Qualquer substancia na forma gasosa, líquida
teriza-se por uma saída de sangue vermelho ou sólida, que seja capaz de arder quando
escuro em jacto contínuo. submetida a aquecimento é um combustível.
O comburente e uma atmosfera ou corpo
gasoso em cuja presença o combustível
7.1.3. Hemorragias capilares pode arder. O melhor exemplo de combu-
Quando são atingidos os vasos capilares. Carac- rente, responsável pela grande maioria das
teriza-se por uma saída de sangue em toalha. combustões, é o oxigénio. Outro gás, no seio
Normalmente não oferecem perigo.
Manual de Situações de Emergencia e Primeiros Socorros 13

do qual certos combustíveis poderão também 8.2 Métodos de extinção


arder, e, por exemplo, o cloro.
Para que um fogo se inicie e necessário que o
combustível e o comburente se encontrem em 8.2.1 Arrefecimento
determinadas condições favoráveis, de modo a Consiste essencialmente em retirar a energia
que a reacção se produza. de activação ao triângulo do fogo através do
Entre outras condições, é necessária a existên- arrefecimento da mesma.
cia de uma energia para o inicio da combustão,
a que se designa por energia de activação e se
manifesta sob a forma de calor. 8.2.2 Abafamento ou asfixia
Iniciada a combustão desenvolvem-se radicais Consiste na retirada do comburente do triân-
livres que levam ao aparecimento da reacção gulo do fogo retirando o oxigénio e actuando
em cadeia (auto-sustentação da combustão). este por carência.

8.1 Fontes de origem de energia de activação 8.2.3 Limitação de combustível


Como o próprio nome indica este método
consiste em retirar o combustível ainda não
8.1.1 Origem Térmica ardido e limitando assim a progressão do fogo
• Mechas, fósforos, isqueiros e pontas de cigarro. por falta de combustível.
• Instalações geradoras de calor (fornos,
caldeiras). 8.3 Classes de fogo
• Radiação solar Atendendo ao comportamento dos diver-
• Superfícies quentes (placa de fogão eléctrico) sos materiais convencionou-se classificar em
quatro categorias as diferentes classes de fogos.
Classe A - Fogos que resultam da combustão
8.1.2 Origem eléctrica de materiais sólidos, geralmente de natureza
• Resistência (aquecedor eléctrico) orgânica, em que a combustão se faz normal-
• Arco voltaico (cabo de alta tensão em contacto mente com formação de brasa.
com o solo) Classe B - Fogos que resultam da combustão de
• Electricidade estática líquidos ou sólidos liquidificáveis.

• Descargas eléctricas na atmosfera Classe C - Fogos que resultam da combustão de


gases.
8.1.3 Origem mecânica Classe D - Fogos que resultam da combustão e
• Chispas provocadas por ferramentas metais
• Atrito (contacto não lubrificado entre duas
peças metálicas em movimento)
8.4 Agentes Extintores
Tendo em conta as diferentes classes de fogo,
8.1.4 Origem Química existem de igual forma diversos agentes extin-
• Reacção química (limalha de ferro+óleo) tores dos quais destacamos:
• Água
• Espuma
• Pó químico
• CO2
• Gases Inertes

9. Extintores
A protecção dos riscos de ocupação deverá
ser efectuada por extintores homologados
para o combate a fogos das classes A,B,C ou D,
de acordo com o maior risco que a ocupação
apresente.
Os extintores têm de estar colocados perma-
nentemente nos locais designados e em
condições de operacionalidade.
A colocação dos extintores deve ser feita em
suportes de parede ou instalados em pequenos
receptáculos (caixas), de modo a que o topo do
extintor não fique a uma altura superior a 1,20
M Acima do solo.

9.1 Actuação com extintores


1. Combater o fogo o mais rapidamente possível
2. Utilizar o extintor adequado
3. Retirar a cavilha
4. Testar o extintor
5. Efectuar uma aproximação progressiva,
apontando o jacto á base das chamas
6. Efectuar a extinção executando movimentos
de varrimento.
7. Efectuar a aproximação com o vento pelas
costas
8. Nunca virar as costas ao incêndio sob pena
de ser envolto pelo mesmo
Manual de Normas Legais de Circulação
O Motorista

2
Índice
1. Requisito para Obtenção dos Títulos de Condução 17
2. Documentos que devem acompanhar o motorista 17
3 . Sinalização 18
Marcas rodoviárias 18

4. Transporte de pessoas 18
5. Regras de Trânsito e Manobras dos Condutores 18
5.1 Início e Retoma de marcha 18
5.2 - Posição a ocupar na via 19
5.3 Mudança de via de trânsito 19
5.4 Distância de segurança 19

6. Prioridade de Passagem 19
7. Velocidade 20
Limites de velocidade em alguns países da U.E 20
Limites Mínimos de velocidade 20

8. Cruzamento de veículos 21
Veículos de grandes dimensões 21

9. Ultrapassagem 21
Realização da manobra 21

10. Posicionamento na faixa de rodagem para efectuar mudança de direcção. 21


11. Inversão do sentido de marcha 22
12. Marcha atrás 22
13. Paragem e estacionamento 22
14. Condições de utilização das luzes 22
Avaria nas luzes 22
Sinalização de perigo 23

15. O Condutor e o veículo 23


O triângulo de pré-sinalização de perigo e colete. 23
Os Pneus do Veículo 23

16. Comportamento em caso de avaria ou acidente 24


manual de normas legais de circulação 17

1. Requisito para Obtenção 2. Documentos que devem


dos Títulos de Condução acompanhar o motorista
O motorista é o protagonista do sistema de Sempre que um veículo a motor transite na
circulação rodoviária e como tal, é do seu via publica o motorista deve ser portador dos
comportamento que depende, em grande seguintes documentos:
medida, a segurança rodoviária. - Documento legal de identificação pessoal
Assim, só pode conduzir um veículo a motor na (bilhete de identidade ou passaporte); Docu-
via pública quem estiver legalmente habilitado mento de identificação fiscal.
para o efeito. - Título de condução (carta ou licença de
Os documentos que titulam a habilitação para condução)
conduzir automóveis, ligeiros ou de passage- Sempre que mudarem de domicílio, os motor-
iros, designam-se cartas de condução. istas devem comunica-lo, no prazo de 60 dias,
Para a condução de automóveis ligeiros de ao IMT.
passageiros (categoria B), a idade mínima está O motorista a quem tenha sido averbado no
fixada nos 18 anos, mas só passados dois anos é seu título de condução o uso de lentes, próteses
que estes motoristas se podem habilitar a esta ou outros aparelhos, deve utilizá-los durante a
formação. condução.
O titular de carta de condução válida para - Certificado de seguro.
veículos da categoria B, sem o averbamento da
menção «Grupo 2», obtida antes de 20 de Julho O certificado de seguro de responsabilidade
de 1998, que exerça a condução de ambulân- civil inclui uma vinheta que deve ser destacada
cias, veículos de bombeiros, de transporte de pelo picotado e aplicada no canto inferior
doentes e escolar, e de automóveis ligeiros de direito do pára-brisas.
passageiros de aluguer, tem que possuir o aver- - Título do registo de propriedade do veículo
bamento da menção, a partir de 25 de Janeiro ou documento equivalente
de 2012.
Sempre que mudarem de domicílio, os propri-
- Não ser titular de carta de condução de igual etários de automóveis devem comunica-lo, no
categoria emitida por outro Estado membro da prazo de 60 dias, à Conservatória do Registo de
União Europeia ou do espaço económico euro- Propriedade Automóvel.
peu, salvo se entregar aquele título para troca
- Documento de identificação do veículo.
por título nacional.
Em caso de alteração do nome ou de desig-
- Ter decorrido o prazo legalmente estabele-
nação social, mudança de residência ou sede,
cido após cassação da carta de que foi titular
o titular do documento de identificação do
para obtenção de novo título.
veículo deve comunicar essa alteração, no
- Não ser titular de carta de condução que se prazo de 30 dias, ao IMT requerendo o respec-
encontre apreendida, suspensa ou anulada por tivo averbamento.
outro Estado membro da União Europeia ou do
-Ficha de Inspecção periódica do veiculo,
espaço económico europeu.
quando obrigatória nos termos legais.
- Saiba ler e escrever.
A ficha de inspecção apresente, no canto infe-
- Tenha residência habitual ou condição de rior esquerdo a correspondente vinheta que
estudante em território nacional há, pelo deve ser destacada pelo picotado e aplicada no
menos 185 dias. canto inferior direito do pára-brisas, de modo a
que fique visível do exterior do veículo.
Em caso de perda ou destruição involuntária da
ficha de inspecção, o responsável pela apresen-
tação do veículo à inspecção pode solicitar a - Sempre de modo a não causar embaraço ou
emissão de segunda via da referida ficha. perigo para os outros utentes
- Imposto único de circulação. - Pelo lado direito ou esquerdo do veículo,
Neste módulo é ministrado uma revisão consoante este esteja parado ou estacionado à
ao código da estrada pois com o passar do direita ou à esquerda da faixa de rodagem.
tempo os motoristas tendem a esquecê-lo, No que toca ao transporte de passageiros,
ficando com uma ideia muito própria das em viatura ligeira ou pesada, é obrigatória a
situações, o que não é nada bom para quem utilização de sistema de retenção devidamente
transporta pessoas. Até porque o motorista homologado, quando transportem crianças
está a ser observado pelo público em todos com menos de 12 anos de idade e menos de
os seus tipos de comportamento. 135 cm de altura.
Vamos pois falar de alguns pontos mais impor- Em termos de lotação, um lugar uma criança.
tantes de acordo com a legislação em vigor. Nunca pode ser excedida a lotação.
De seguida vamos ter em atenção alguns
cuidados a ter pelos motoristas durante a
3 . Sinalização sua circulação em desempenho de funções.
Para regular o trânsito de veículos de transporte
colectivo de passageiros podem ser utilizados
sinais constituídos por luzes brancas, com as 5. Regras de Trânsito e
formas e significados seguintes:
Manobras dos Condutores
- Barra horizontal sobre fundo circular negro:
passagem proibida. Manobra é todo o comportamento do motor-
ista que altere o estado ou posição do veículo,
- Barra vertical sobre fundo circular negro: originando, para este, uma situação diferente
passagem autorizada. da anterior.
O sistema principal de luzes pode ser comple- Seja qual for a manobra que pretende executar
tado por um sinal constituído pela inscrição o motorista deve:
”Bus” a verde sobre fundo circular negro.
- Certificar-se que pode efectuá-la com
segurança.
Marcas rodoviárias - Assinalar com a devida antecedência a sua
As marcas rodoviárias destinam-se a regular a intenção.
circulação e a advertir e orientar os motoristas, - Efectuar a manobra com segurança e sem
podendo ser completadas com outros meios hesitações.
de sinalização.
A materialização das marcas rodoviárias pode
ser feita com recurso a pinturas, lancis, fiadas 5.1 Início e Retoma de marcha
de calçada, elementos metálicos ou de outro Os motoristas não podem iniciar ou retomar
material, fixados no pavimento. a marcha sem assinalarem com a necessária
antecedência a sua intenção e sem adoptarem
as precauções necessárias para evitar qualquer
4. Transporte de pessoas acidente.

A entrada e saída de pessoas deve fazer-se Os motoristas de veículos de transporte colec-


tivo de passageiros não podem retomar a
- O mais rapidamente possível, salvo se o marcha sem assinalarem a sua intenção imedi-
veículo estiver devidamente estacionado e as atamente antes de a retomarem e sem adopta-
pessoas não ocuparem a faixa de rodagem.
manual de normas legais de circulação 19

rem as precauções necessárias para evitar Para regular a ordem de passagem dos veícu-
qualquer acidente. los, nesses locais podem existir sinais lumino-
Nas localidades, os motoristas devem abrandar sos ou gentes policiais mas, quando isso não
a sua marcha e, se necessário, parar, sempre que é possível, são os próprios condutores que
os veículos de transporte colectivo de passage- terão que resolver o problema, obedecendo
iros retomem a marcha à saída dos locais de aos sinais gráficos que eventualmente exis-
paragem. tam nesses locais, ou respeitando as regras da
prioridade.
Nos cruzamentos e entroncamentos o condu-
5.2 - Posição a ocupar na via tor deve ceder a passagem aos veículos que se
O trânsito de veículo deve fazer-se pelo lado lhe apresentem pela direita.
direito da faixa de rodagem, excepto quando O condutor sobre o qual recai o dever de
pretenda ultrapassar ou mudar de direcção, e o ceder passagem, deve abrandar a marcha, e se
mais próximo possível das bermas ou passeios, necessário para, para permitir a passagem ao
conservando destes uma distância que permita outro condutor, sem que esse tenha de alterar
evitar acidentes. a sua velocidade ou direcção.
A cedência de passagem não impõe uma para-
gem obrigatória mas, em muitos casos a para-
5.3 Mudança de via de trânsito gem é mesmo necessária.
Os motoristas só podem efectuar esta mano-
No entanto, o facto de ter prioridade de
bra em local e para que da sua realização não
passagem, não dispensa nenhum motorista de
resulte perigo ou embaraço para o trânsito,
tomar as precauções necessárias à segurança
quem pretenda mudar de via de trânsito deve
do trânsito.
assinalar, com a necessária antecedência, a sua
intenção aos demais utentes da via, através da Deve sempre ceder a passagem o condutor:
luz de mudança de direcção. — Os condutores devem ceder passagem
aos velocípedes que atravessem as faixas de
rodagem nas passagens assinaladas.
5.4 Distância de segurança
— Os condutores de velocípedes não podem
Considera-se distância de segurança o espaço atravessar a faixa de rodagem sem previa-
mínimo que o condutor de um veiculo em mente se certificarem que, tendo em conta
marcha deve manter entre o seu veiculo e o que a distância que os separa dos veículos que
segue à sua frente, por forma a evitar acidentes nela transitam e a respectiva velocidade, o
em caso de súbita paragem ou diminuição da podem fazer sem perigo de acidente.
velocidade deste.
— O condutor de um veículo de tração
A distância de segurança depende, entre outros animal ou de animais deve ceder a passagem
factores, da velocidade. Quanto mais elevada aos veículos a motor, salvo nos casos de
for a velocidade, maior terá que ser a distância saída de parques de estacionamento, camin-
de segurança. hos particulares etc. e rotundas. (Desapare-
cem os velocípedes).
Portanto agora os motoristas têm que ceder
6. Prioridade de Passagem prioridade aos velocípedes quando estes se
Em determinados locais, nomeadamente nas apresentem pela direita.
intersecções de vias, os veículos cruzam-se Quem sai de uma passagem de nível tem
entre si dando origem ao que se chama pontos sempre prioridade.
de conflito.
Na Alemanha, os condutores de veículos
de transporte de passageiros gozam ou de
transporte escolar gozam de prioridade ao -À aproximação de passagens assinaladas na
retomarem a circulação à saída dos locais faixa de rodagem para a travessia de peões e ou
de paragem, tanto dentro como fora das velocípedes, nas localidades ou vias margina-
localidades. das por edificações, nas zonas de coexistência
Muito importante esta parte da matéria, daí ser à aproximação de utilizadores vulneráveis, e
mais pormenorizada. na aproximação de aglomerações de pessoas
ou animais.
Salvo em caso de perigo eminente, o motor-
7. Velocidade ista não deve diminuir subitamente a velocid-
ade do veículo, sem previamente se certificar
Velocidade é o espaço ou distância percorrido de que daí, não resulta perigo para os outros
em certa unidade de tempo. utentes da via, nomeadamente para os condu-
A velocidade instantânea é aquela a que o tores que sigam à sua retaguarda.
condutor se desloca num dado momento. Quando tenham que reduzir subitamente a
O excesso de velocidade, mesmo quando ocorre velocidade, por motivo de obstáculo impre-
em condições que, à partida são as melhores visto ou condições meteorológicas especiais,
para o exercício da condução, é perigoso e os condutores devem fazer uso dos indica-
pode conduzir a consequências mortais. dores de mudança de direcção (pisca-pisca) em
simultâneo.
Não esquecer que é a principal causa da
sinistralidade. Limites Máximos de velocidade: Portugal e
EU
Assim, o condutor deve regular a velocidade
de modo a que possa, em condições de segu- - Em Portugal
rança, executar as manobras cuja necessidade Todos os veículos automóveis estão sujeitos a
seja de prever e, especialmente, fazer parar o limites máximos de velocidade
veículo no espaço livre e visível à sua frente.
No que toca a automóveis pesados de passage-
Para o efeito, o condutor deve regular a veloci- iros, o respectivo limite não pode exceder as
dade tendo em atenção, os seguintes factores: seguintes velocidades: Zonas de coexistência
às características e estado da via; às característi- 20 Km/h-Todos os veículos.
cas e estado do veículo; à carga transportada;

Limites de velocidade em alguns países da U.E

Limites Mínimos de velocidade


às condições meteorológicas e ambientais; á
intensidade do trânsito; à sua experiência como É proibido circular a uma velocidade tão lenta
condutor e Idade. que cause embaraços injustificados aos demais
utentes da via pública. Isto sem prejuízo dos
O trânsito de veículos nas vias públicas, deve limites máximos legalmente fixados.
fazer-se com velocidade adequadamente
moderada nos seguintes locais:
manual de normas legais de circulação 21

Nas auto-estradas, a velocidade mínima autor- - Veículo cujo condutor assinale devidamente a
izada é de 50 km/h, salvo em situações excep- sua intenção de parar ou estacionar à esquerda
cionais, se existir sinalização em contrário. numa via de sentido único e deixe livre a parte
mais à direita da faixa de rodagem.
A ultrapassagem pode fazer-se pela direita
8. Cruzamento de veículos quando de pretenda ultrapassar:
Dá-se o cruzamento de veículos quando dois - Veículos que transitem sobre carris, desde que
veículos que transitem na mesma faixa de estes não utilizem aquele lado da faixa de roda-
rodagem e em sentidos opostos passem um gem e, não estejam parados para a entrada ou
pelo outro. saída de passageiros ou, estando parados para
tal, exista placa de refúgio para peões.
No cruzamento de veículos, os condutores
devem tomar as precauções indispensáveis
para que o mesmo se faça em condições
Realização da manobra
normais de segurança.
Motoristas de transporte colectivo de crianças
agora ao realizar a manobra de ultrapassagem
Veículos de grandes dimensões têm que redobrar o cuidado, pois quando ultra-
passarem um ciclista, atenção á distância de
Sempre que a largura livre da faixa de rodagem,
1,5m, até porque pode haver uma linha longi-
o perfil transversal ou o estado de conservação
tudinal contínua a dividir a faixa de rodagem e
da via não permitam que o cruzamento se faça
assim sendo, também não a podem pisar.
com a necessária segurança, os condutores de
veículos ou de conjuntos de veículos de largura
superior a 2 m ou cujo comprimento, incluindo
a carga, exceda 8 m devem diminuir a veloci- 10. Posicionamento na faixa
dade e parar, se necessário, a fim de o facilitar.
de rodagem para efectuar
mudança de direcção.
9. Ultrapassagem O condutor que pretenda mudar de direcção
A ultrapassagem é a manobra que permite ao para a direita deve aproximar-se, com a
condutor passar para a frente de outro veículo necessária antecedência e quanto possível, do
que circule no mesmo sentido. limite direito da faixa de rodagem e efectuar a
manobra no trajecto mais curto.
O condutor só pode efectuar esta manobra em
local e para que da sua realização não resulte O condutor que pretenda mudar de direcção
perigo ou embaraço para o trânsito. para a esquerda deve aproximar-se, com a
necessária antecedência e o mais possível do
Como regra, a ultrapassagem deve fazer-se
limite esquerdo da faixa de rodagem ou do
pela esquerda.
eixo desta, consoante a via esteja afecta a um
No entanto, à regra geral são consentidas três ou a ambos os sentidos de trânsito, e efectuar a
importantes excepções, ou seja, casos em que manobra de modo a entrar na via que pretende
é permitido ultrapassar pela direita. tomar pelo lado destinado ao seu sentido de
A ultrapassagem deve fazer-se pela direita circulação.
quando se pretenda ultrapassar: Se tanto na via que vai abandonar como
- Veículo cujo condutor assinale devidamente naquela em que vai entrar o trânsito se processa
a sua intenção de mudar de direcção para a nos dois sentidos, o condutor deve efectuar a
esquerda e deixe livre a parte mais à direita da manobra de modo a dar a esquerda ao centro
faixa de rodagem de intersecção das duas vias.
11. Inversão do sentido de marcha cialmente destinados a esse efeito e pela forma
indicada ou na faixa de rodagem, o mais próx-
A inversão do sentido da marcha é a manobra imo possível do respectivo limite direito, para-
que permite ao condutor colocar o veículo em lelamente a este e no sentido da marcha.
sentido oposto àquele em que segue.
- Ao estacionar o veículo, o condutor deve
O condutor só pode efectuar a manobra de deixar os intervalos indispensáveis à saída de
inversão do sentido da marcha em local para outros veículos, à ocupação dos espaços vagos
que da sua realização não resulte perigo ou e ao fácil acesso aos prédios, bem como tomar
embaraço para o trânsito. as precauções indispensáveis para evitar que
aquele se ponha em movimento.
Paragem de veículos de transporte colectivo:
12. Marcha atrás Nas faixas de rodagem, o condutor de veículo
A marcha atrás é a manobra que permite ao utilizado no transporte colectivo de passage-
condutor circular com o veículo em sentido iros só pode parar para a entrada e saída de
contrário à sua marcha normal. passageiros nos locais especialmente destina-
O condutor só pode efectuar esta manobra em dos a esse fim.
local para que da sua realização não resulte Os motoristas de transporte de crianças nunca
perigo ou embaraço para o trânsito. se podem esquecer de ligar as luzes de perigo,
A marcha atrás só é permitida como manobra quando imobilizem o veículo para entrar e
auxiliar ou de recurso e deve efectuar-se lenta- saírem crianças.
mente e no menor trajecto possível.

14. Condições de
13. Paragem e estacionamento utilização das luzes
Considera-se paragem a imobilização de um
É obrigatório, durante o dia, o uso de luzes de
veículo pelo tempo estritamente necessário
cruzamento nos túneis sinalizados como tal e
para a entrada ou saída de passageiros ou
nas vias de sentido reversível.
para breves operações de carga ou descarga,
desde que o condutor esteja pronto a retomar Os automóveis utilizados no transporte de
a marcha e o faça sempre que estiver a impedir crianças devem transitar com as luzes de cruza-
ou a dificultar a passagem de outros veículos. mento acesas e quando os veículos estiverem
parados para tomada e largada de crianças,
Considera-se estacionamento a imobilização
devem estar accionadas as luzes de perigo.
de um veículo que não constitua paragem
e que não seja motivada por circunstâncias Na Finlândia, Noruega, Dinamarca e Suécia,
próprias da circulação. é obrigatório circular com as luzes de cruza-
mento (médios) acesas, durante o dia.
Na Áustria, é obrigatória a circulação com essas
Como devem efectuar-se a paragem e o
luzes, dentro das localidades.
estacionamento:
Na Alemanha é proibida a utilização dos máxi-
- Fora das localidades, a paragem e o esta-
mos nas auto-estradas.
cionamento devem fazer-se fora das faixas de
rodagem ou, sendo isso impossível e apenas no
caso de paragem, o mais próximo possível do
respectivo limite direito, paralelamente a este e
Avaria nas luzes
no sentido da marcha. Sempre que seja obrigatória a utilização de
dispositivos de iluminação e de sinalização
- Dentro das localidades, a paragem e o esta-
cionamento devem fazer-se nos locais espe-
manual de normas legais de circulação 23

luminosa, é proibido o trânsito de veículos com Espanha, é mesmo obrigatório ter dois deles, na
avaria nas luzes França, somente os veículos pesados têm essa
No entanto, o trânsito de veículos com avaria obrigação, desde a generalização das luzes de
nas luzes é permitido quando os mesmos advertência de perigo em todos os veículos.
disponham de, pelo menos: No entanto, está provado que o triângulo é
a) Dois médios ou o médio do lado esquerdo, muito mais eficaz do que os “4 piscas”, na tarefa
neste caso conjuntamente com dois míni- de sinalizar um veículo imobilizado, com o fim
mos, e ainda à retaguarda o indicador de de evitar outro acidente.
presença do lado esquerdo e uma das luzes O sinal deve ser colocado perpendicularmente
de travagem, quando obrigatória; ou em relação ao pavimento e ao eixo da faixa de
b) Luzes avisadoras de perigo, caso em que rodagem, a uma distância nunca inferior a 30
apenas podem transitar pelo tempo estrita- metros da retaguarda do veiculo e por forma
mente necessário até um local de paragem ou a ficar bem visível a uma distancia de, pelo,
estacionamento. menos, 100 metros.
Quem proceda à colocação deste sinal, bem
como à reparação do veículo ou remoção de
Sinalização de perigo carga deve utilizar colete retro-reflector.
Quando o veículo represente um perigo espe- O colete Retro-reflector é considerado um equi-
cial para os outros utentes da via devem ser pamento de protecção individual, devendo
utilizadas as luzes avisadoras de perigo. satisfazer os requisitos estabelecidos numa das
Os condutores devem também utilizar estas seguintes normas.
luzes em caso de súbita redução da velocid- • NP EN 471 – Vestuário de sinalização de
ade provocada por obstáculo imprevisto ou grande visibilidade.
por condições meteorológicas ou ambientais
especiais.
Ou:
Os condutores devem ainda utilizar as luzes
referidas no ponto anterior, desde que estas se
encontrem em condições de funcionamento. • NP EN 1150 – Vestuário de protecção/
- Em caso de imobilização forçada do veículo vestuário de visibilidade.
por acidente ou avaria, sempre que o mesmo
represente um perigo para os demais utentes
da via; Os Pneus do Veículo
- Quando o veículo esteja a ser rebocado. Os pneus são os elementos que fazem a ligação
entre o automóvel e a estrada. Devem pois
Nestas situações, se não for possível a utilização estar num estado perfeito para cumprir as suas
das luzes avisadoras de perigo, devem ser duas funções principais: uma boa aderência e
utilizadas as luzes de presença, se estas se uma boa travagem.
encontrarem em condições de funcionamento.
Os pneus devem estar em condições correctas,
isto é, devem apresentar-se os rastos no relevo
em toda sua superfície.
15. O Condutor e o veículo
Nenhum deles deve apresentar, uma medida
de profundidade dos sulcos principais mais
O triângulo de pré-sinalização de perigo e colete. baixa do que 1,6 milímetros nos automóveis
ligeiros e 1milimetro nos automóveis pesados.
Em Portugal, Alemanha, Reino Unido, Suíça,
Itália e em Espanha o triângulo de advertên-
cia é obrigatório em todos os veículos. Em
O condutor deve verificar regularmente a - Para evitar o risco de incêndio não deve fumar
pressão dos pneus, devendo faze-lo com estes nem deixar que alguém fume ou atire pontas
frios, ou seja, antes de iniciar uma viagem. de cigarro para o chão.
As pressões erradas podem provocar riscos - No caso de haver combustível ou óleo derra-
graves, sendo de referir que: a pressão a menos mado no pavimento, cobri-los com terra ou
pode originar o sobreaquecimento e rebentam- areia.
ento do pneu; a pressão a mais além de provo- - Em caso de incêndio, utilizar um extintor ou,
car desgaste mais acentuado na zona central na falta deste, terra, areia ou peças de roupa
de rolagem, diminui significativamente a sua não inflamáveis. Nunca utilizar agua.
aderência, podendo originar uma derrapagem.
Deve também solicitar ajuda o mais rapida-
A circulação de veículos que não correspon- mente possível, quer recorrendo aos postos
dam a estas características constitui contra-or- SOS, quer ligando para o numero nacional de
denação punível com coima e apreensão dos emergência (112), ou pedindo a outros condu-
documentos do veículo, sendo passada guia de tores que passem no local para o fazer.
substituição do documento de identificação do
veículo, válida para o percurso necessário para Aqui ficaram exemplos de matérias abor-
efectuar a reparação e apresentar o veículo a dadas, embora o código da estrada na sua
inspecção. plenitude esteja sempre presente ou não
fosse essa a legislação rodoviária em vigor
e que serve de suporte a este manual, para
ministração do referido módulo. Qualquer
16. Comportamento em caso assunto que precise ser esclarecido, consul-
de avaria ou acidente ta-se a Lei 72/2013 e demais legislação em
vigor. (Lei 116/2015- Carta por pontos).
O condutor, em caso de imobilização forçada
do veículo em consequência de avaria ou Sinalização em geral. (Dec/Reg. 22A/98), e
acidente, deve proceder imediatamente ao atualização de sinalização nova.
seu regular estacionamento ou, não sendo isso
possível, retirar o veículo da faixa de rodagem
ou aproxima-lo o mais possível do limite direito
desta e promover a sua rápida remoção da via
pública.
É proibida a reparação de veículos na via
pública, salvo se for indispensável à respectiva
remoção ou, tratando-se de avaria de fácil repa-
ração, ao prosseguimento da marcha.
Enquanto o veículo não for devidamente esta-
cionado ou removido, o condutor deve adoptar
as medidas necessárias para que os outros se
apercebem da sua presença, tomando, para o
efeito, as seguintes medidas:
- Colocar o sinal (triangulo) de pré-sinalização
de perigo e vestir o colete.
- Ligar as luzes avisadoras de perigo (não sendo
possível a utilização destas luzes, deve utilizar
as luzes de presença, caso estas se encontrem
em condições de funcionamento).
- Desligar o motor e travar o veículo.
Comunicação e Relação Interpessoais
Formação e Prevenção Rodoviária, Lda.

3
Índice
1. Objetivo Geral do Módulo: 27
2. Serviço ao Cliente 27
Identificação das necessidades dos Clientes 27
Ferramentas para melhor identificar as necessidades dos clientes: 28

3. Comunicação 28
A Comunicação Verbal e Comunicação Não-Verbal 28
A Forma da Comunicação 28
As atitudes na Comunicação 29
Comunicação e relações interpessoais 27

1. Objetivo Geral do Módulo: Começamos por apresentar


definição de comportamento:
a seguinte

Pretende -se que o formando seja capaz de


Comportamento é a forma como eu mostro
identificar e adotar atitudes e comportamentos
ou expresso aos outros o que penso, o que
que reflitam minimamente valores de cooper-
sinto e aquilo em que acredito.
ação, respeito, tolerância e urbanidade, numa
ótica de desenvolvimento pessoal, relacional e
social, potenciando, desta forma, a existência
de clima favorável na relação com os passage-
iros e com os demais utilizadores da via

2. Serviço ao Cliente
Duas componentes essenciais constituem o
serviço ao cliente: a componente processual
e a componente pessoal.
Ambas são fundamentais para a Qualidade do
serviço.
O aspeto processual do serviço consiste nos
sistemas e métodos implementados para Identificação das necessidades dos Clientes
fornecer produtos e/ou serviços. Os seus anseios; as suas necessidades; as suas
O aspeto pessoal do serviço é a forma de opiniões; os seus sentimentos…se os clientes
atendimento dos clientes (atitudes, comporta- estão satisfeitos; se as suas expectativas foram
mento e comunicação). atingidas.
Qualquer função pode ser analisada à luz da No fundo, todos eles partilham de uma série de
seguinte imagem: necessidades humanas comuns que qualquer
Atendedor deve ter em mente e compreender:
Necessidade de conforto: os clientes precisam
de conforto físico, conforto psicológico, isto é, a
garantia de que serão bem tratados e a confi-
ança de que satisfarão as suas necessidades.
Necessidade de ser compreendido: Quem
escolhe um serviço tem a necessidade sentir
que está a comunicar bem. Isto é, as mensagens
que transmite deverão ser corretamente inter-
pretadas. Emoção ou barreiras linguísticas são
ultrapassadas pelo bom entendimento.
No âmbito deste módulo serão abordadas as
Necessidade de ser bem recebido: As pessoas
competências relacionais exigidas no exer-
têm necessidade de sentir que tem prazer em
cício da função de Motorista.
vê-las e que os negócios que consigo fazem
O instrumento de trabalho das competên- têm importância para si.
cias relacionais é o comportamento. Assim
Necessidade de se sentir importante: todos
sendo, é necessário refletir sobre as diferentes
gostamos de nos sentir importantes. Tudo o
dimensões humanas e como as mesmas se
que possa fazer para que um cliente sinta que é
expressam no seio do universo das relações
especial é meio caminho andado.
interpessoais.
É essa a proposta de trabalho para este módulo.
Ferramentas para melhor identificar Estes dois níveis de comunicação encon-
as necessidades dos clientes: tram-se interligados sempre que dois ou mais
indivíduos comunicam entre si
A comunicação não-verbal tem como função
Estar atento principal e mais importante o estabelecimento,
Estar atento é a capacidade de perceber aquilo a manutenção e a regulação da comunicação
que os clientes querem ou do quem podem interpessoal.
necessitar. Isso requer que esteja sintonizado
com as necessidades humanas de cada um dos
seus clientes e os ser sensível aos indicadores A Forma da Comunicação
verbais e não-verbais, transmitidos por ele.

Assertividade
Saber ouvir bem – Escuta ativa Asserção
- Não falar Afirmação
- Evitar distrações Afirmação Pessoal
- Concentração naquilo que a pessoa diz Aquilo que penso... aquilo que
- Tentar antever o significado oculto, “o segundo sinto... aquilo em que acredito.
sentido” das palavras do interlocutor. Tendo atenção na forma como
o faço (comunicação)

3. Comunicação
O comportamento Passivo comunica uma
O ato de comunicar pode ser definido como mensagem de inferioridade. Ao sermos
a troca ou partilha de ideias, sentimentos ou passivos permitimos que os desejos, necessi-
experiências, de um individuo para outro, tendo dades e direitos dos outros sejam mais impor-
em vista um determinado comportamento. tantes que os nossos.
Comunicar excede o mero ato de informar, uma O comportamento Agressivo é mais complexo.
vez que envolve resposta ou ações à mensagem Pode ser ativo ou passivo. A agressão pode ser
que foi enviada. direta ou indireta, honesta ou desonesta mas
comunica sempre uma impressão de superiori-
dade ou de falta de respeito. Ao sermos agres-
A Comunicação Verbal e Comunicação Não-Verbal sivos colocamos os nossos desejos, necessi-
Verbal: Fala e Escrita dades e direitos acima dos outros.
Não-verbal: Olhar, Ritmo e tom de voz, O comportamento Assertivo é ativo, direto e
Expressões faciais, Gestos, Distância Interpes- honesto. Comunica uma impressão de respeito
soal, Silêncios, Vestir/adornos, etc. próprio e respeito pelos outros. Ao sermos
Comunicação e relações interpessoais 29

assertivos encaramos os nossos desejos, neces- Ao contrário das atitudes desnivelantes,


sidades e direitos como iguais aos dos outros. estas atitudes, sobretudo as de exploração e
compreensão, não demonstram intenção de
um interlocutor se colocar numa posição de
As atitudes na Comunicação superioridade em relação ao outro. Com estas
Num sistema de comunicação, além dos conteú- atitudes o outro é tratado como ”adulto”, como
dos das mensagens, tem ainda importância a “igual” e consegue-se que a comunicação
forma, ou seja, a atitude comunicacional que funcione de uma forma mais correta porque se
vai condicionar a comunicação, provocando procura a clarificação.
comportamentos induzidos no recetor, isto é ,
além do quem dizemos a forma como dizemos
conduzem a determinadas reações ou compor- Os 5 Pilares do Relacionamento Interpessoais:
tamentos por parte do recetor. A atitude comu- - Autoconhecimento;
nicacional tem um peso bastante significa- - Empatia;
tivo na eficácia da comunicação, modelando o
conteúdo da mensagem. - Assertividade;
As atitudes de comunicações dizem respeitam - Cordialidade;
a um conjunto de palavras ou atos que reve- - Ética.
lam, direta ou indiretamente, a nossa intenção
para com a pessoa a quem nos dirigimos.

Atitudes Comunicacionais
- Avaliação
- Orientação (decisão/conselho)
- Apoio
- Interpretação
- Exploração (investigação)
- Compreenão empática (reformulação)

Podem ser agrupadas em dos grandes grupos:


Atitudes Desnivelantes: Avaliação; Interpre-
tação; Orientação
Atitudes Nivelantes: Apoio; Compreensão
Empática; Exploração.
As atitudes são nivelantes ou desnivelantes,
conforme elas criem, ou não, a ideia de que
uma pessoa se está a colocar numa posição
superior em relação à outra.
Desta forma, as atitudes consideradas nivelan-
tes, tornam-se dinamizadoras de uma comu-
nicação efetiva e motivadora. Tendem a criar
um bom clima inter-relacional ao transmitirem
uma intenção cooperativa.
4 manual de Técnicas de Condução
Formação e Prevenção Rodoviária, Lda.
Manual de Técnicas de condução 31

Índice
CONDUÇÃO DEFENSIVA 32
SISTEMAS AUXILIARES DE TRAVAGEM 33
PROCEDIMENTOS A ADOPTAR EM CASOS DE EMERGÊNCIA: 35
Falha de travões 35
Rebentamento de um pneu 35
Acelerador preso 35
Quebra de pára-brisas 36
Paragem de emergência 36
Saída do veículo em casos fortuitos e de força maior 36
Derrapagens 36
CONDUÇÃO DEFENSIVA determinado comportamento e consiga pô-lo
em prática.
A condução defensiva consiste em conduzir
O condutor tem de ter a certeza que é ele a
de modo a prevenir acidentes, evitando cada
dominar o veículo e não o veículo a dominá-lo
um de cometer erros e a tendo em conta os
a si. Por outras palavras, é o condutor a conduzir
erros dos outros e as condições de condução
o veículo e nunca o contrário. Além de se sentir
desfavoráveis.
á vontade, o condutor deve transmitir aos seus
A condução defensiva é, assim, uma atitude do passageiros uma atmosfera de conforto e uma
condutor, que lhe permite prever o compor- sensação de calma e confiança.
tamento dos outros condutores e reagir em
A condução atenta e segura, além de contribuir
conformidade com cada situação. A segu-
para a redução do índice de sinistralidade,
rança nas vias públicas depende do comporta-
minimiza os desgastes mecânicos. É impor-
mento dos utentes. Simplesmente nem sempre
tante que o condutor observe correctamente
as mesmas são cumpridas, e os acidentes não
a estrada em que desloca. Não basta observar
ocorrem só com aqueles que não cumprem.
os outros. Para que possa conduzir bem e com
Qualquer um pode, sem nada ter contribuído prazer, o condutor tem de se sentir confortável
para tal, ver-se envolvido num acidente. Não o ao volante e desta posição ter um perfeito
provocou, mas também não o evitou. Há situ- domínio de todos os mecânicos.
ações em que se torna praticamente impossível
Numa boa posição de condução, os braços
evitar um acidente.
estão flectidos, as pernas ligeiramente abertas,
Mas se o condutor jogar na antecipação os joelhos flectidos, os pés afastados estando
tentando prever o comportamento dos outros, um deles á frente do outro. A perna esquerda
certamente conseguirá evitar muitos acidentes. deve ser utilizada como ponto de apoio. Para
A condução requer habilidade e inteligência, estar numa boa posição de condução, encon-
tornando-se, por isso, numa tarefa que permite trando-se comodamente instalado, o condutor
por em jogo a compreensão e a solidariedade deve conseguir segurar, com força, a parte de
que temos para com os nossos semelhantes. cima do volante, mantendo os braços flectidos,
Muitos acidentes que ocorrem nas estradas sem ter que deslocar os ombros do encosto.
são motivados por determinados condutores A melhor maneira de segurar o volante numa
surpreenderem, nas suas manobras, outros posição muito próxima “ dos 13 minutos para
utentes, impedindo estes de poderem reagir os 3” nos ponteiros do relógio, segurando o
antecipadamente. volante só com dedos, sem o agarrar com muita
Esta antecipação passa por percebermos a força. Ao aproximar-se de uma curva e para
intenção dos outros, mesmo sem falar com minimizar as perturbações do carro, o condu-
eles. O condutor defensivo coloca a si mesmo tor deve escolher a trajectória ideal e colocar
todas as questões relativas ao comportamento o carro na posição correcta, ao mesmo tempo
dos outros e procura resposta para todas as que alivia a aceleração suavemente.
situações. Á medida que o carro desacelera, deve o
A importância da adaptação da condução às condutor tentar ver o máximo possível da
características do veículo ás condições exter- curva, mantendo sempre uma velocidade que
nas e ao comportamento dos outros utentes. lhe permita evitar, sem problemas, qualquer
obstáculo que surja repentinamente. Ao sair
Para conduzir bem e conseguir prever o da curva deve acelerar suavemente. Só proce-
comportamento dos outros, é fundamental que dendo desta forma se passa numa curva como
o condutor conheça perfeitamente o Código da se não existisse. Nada de guinadas repentinas.
Estrada. Para se antecipar e evitar situações de
perigo, é fundamental que o condutor domine Se for necessário reduzir, primeiro trava-se e
perfeitamente o veículo que conduz, de forma depois reduz-se, nunca o contrário. As desacel-
em que situações extremas decida adoptar um erações bruscas fazem baixar a frente do
Manual de Técnicas de condução 33

carro, descompensando-o, enquanto as acel- que por sua vez depende da posição do pedal
erações bruscas igualmente descompensam, de travão, que ao ser accionado retira resistên-
por provocarem um levantamento da frente e cia ao circuito permitindo na situação de pedal
a consequente redução na aderência. a fundo o máximo de afluxo de corrente, inten-
sidade, aos solenóides.
Um outro tipo de travão eléctrico é utilizado
SISTEMAS AUXILIARES DE TRAVAGEM no veio de transmissão e que possui a seguinte
constituição:
Tal como o próprio nome indica, os sistemas
auxiliares de travagem não têm como prin- – Corpo fixo de bobine
cipal objectivo imobilizar o veículo. Apenas – Jogo de turbinas
se pretende a redução de velocidade sem
desgaste do sistema principal. – Caixa de comandos

As viaturas pesadas, estão normalmente equi- O corpo de bobines é fixo ao chassis de viatura.
padas com sistemas auxiliares de travagem, No veio de transmissão, são fixados os pratos
dos quais salientamos: da turbina que rodam solidários com o veio
de transmissão. Estes pratos funcionam como
- O motor. armaduras móveis das bobines existentes no
- Travão de escape. corpo fixo.
- Travão eléctrico. Quando o condutor pretende reduzir a veloci-
dade, ao accionar o pedal de travão comunica
O motor do veículo pode ser considerado como
um sinal eléctrico para a caixa de comando,
auxiliar de travagem, uma vez que a engrena-
accionando relés que fornecem corrente as
gem de mudanças de força permite restringir a
bobines.
velocidade.
A fim de não se notarem travagens bruscas, a
O travão de escape, também conhecido como
caixa de comando normalmente possui três
travão de montanha, consiste na existência
relés que em função da posição do pedal de
de uma borboleta instalada junto ao colector
travão vão sendo accionadas em cadeia.
de escape e que é comandada pelo pedal do
travão. Quando a corrente eléctrica chega as bobines
gera um campo magnético, que origina um
Na posição de destravado a borboleta encon-
binário contrário ao comunicado as turbinas,
tra-se paralela ao eixo longitudinal do colector
pelo que o veio de transmissão tende a diminuir
de escape, sendo na situação de pedal accio-
o número de rotações, e consequentemente a
nado perpendicular ao referido eixo, impedido
reduzir a velocidade.
a livre saída dos gases de escape.
De salientar que neste tipo de travão não existe
Simultaneamente dá-se o corte do forneci-
desgaste de material, uma vez que não existe
mento de combustível aos injectores, pelo
contacto entre as peças.
que o efeito conjunto, corte de combustível
obstrução de saída dos gases vai contribuir A prisão, que se verifica no veio de transmissão,
para uma redução do regime do motor. como vimos é provocada pela reacção da força
magnética exercida pelas correntes parasitas
No caso dos travões eléctricos, a travagem das
(correntes de Foucault) geradas pela rotação
rodas é conseguida pela acção da corrente
das turbinas no seio do campo magnético das
eléctrica que activa solenóides montados
bobines.
nos pratos das maxilas, criando-se um campo
magnético que provoca a rotação da chave de Dado que a geração destas correntes provo-
travão, que possuindo um excêntrico provoca a cam uma forte dissipação de calor as turbinas
abertura das maxilas. possuem alhetas que ao rodarem funcionam
como uma bomba centrífuga, provocando
A intensidade do campo magnético é função
do valor da corrente que chega ao solenóide
forte corrente de ar através das bobines o que - O coeficiente de atrito diminui consider-
garante o seu arrefecimento. avelmente quando as maxilas estão molha-
De referir que estes sistemas de travagem das e, nestas condições, o veículo não trava o
são auxiliares de travagem, mas a sua função suficiente.
primordial visa a economia de calços por um - Sempre que se note a necessidade de uma
lado e por outro, a suavização da travagem, reparação ou a substituição de qualquer órgão
pelo que regra geral se encontram bastante gasto, partido ou fendido, tal como a substitu-
difundidas nas viaturas pesadas de transporte ição do “ferodo” das maxilas, devemos fazê-lo
de passageiros. quanto antes.
Os travões e os seus órgãos componentes, são - Evitar, no acto da condução, o uso excessivo
os que requerem maiores cuidados, dada a sua dos travões, principalmente com o veículo
importância na segurança. desengatado.
A avaria dos travões, quando o veículo em - Evitar travagens bruscas quando
movimento, pode ocasionar um acidente grave desnecessárias.
dado que, duma forma geral, só se dá pela - Quando numa descida com inclinação acen-
avaria quando se necessita travar e depois de tuada, devemos transitar com o veículo
termos notado esta falta, na maior parte das engrenado numa velocidade que seria a
vezes, já é muito tarde para evitar o acidente. necessária para subir a mesma rampa, por
Nunca um condutor deve circular com um forma que se faça a travagem do veículo com
veículo que tenha os travões avariados ou o auxilio da compressão do motor evitando,
até mesmo desafinados, visto que a todo o assim, o desgaste dos travões.
momento aparecem imprevistos que obrigam - Quando se efectuar uma travagem, indo o
a travagens bruscas e que, na desobediência veículo com velocidade, nunca o devemos
dos mesmos, levam a graves consequências. fazer desembraiando ao mesmo tempo que, se
Por respeito à segurança pública e para nossa pisa o travão, o que provoca o desequilibro do
própria defesa, torna-se portanto necessário veículo, podendo dar ocasião a derrapagem
verificar periodicamente o estado de conser- - Se os travões são hidráulicos, deve manter-se
vação dos travões e de todos os órgãos que os o depósito do óleo sempre a nível.
constituem, procedendo a sua afinação e repa-
ração sempre que tal seja exigido. - Se os travões são de ar comprimido, nunca
devemos pôr o veículo em movimento sem
Os cuidados que devemos ter com os travões primeiro termos verificado, pelo manómetro,
para o seu regular funcionamento são: a pressão de ar no interior dos depósitos de ar
- Mantê-los sempre devidamente afinados, isto comprimido.
é, a travar com eficácia e por igual em todas as - Se a pressão é inferior a necessária para uma
rodas. boa travagem, devemos manter o motor acel-
- Evitar que o óleo ou valvulina do diferencial erado durante o tempo suficiente para elevar a
vá para as maxilas e entre em contacto como pressão do ar até, ao limite de travagem, pelo
revestimento de ferodo diminuindo consider- que só depois se põe o veículo em movimento.
avelmente o seu coeficiente de atrito e portanto - Com um veículo que possua travões de ar
o efeito de travagem. comprimido, seja qual for o motivo, nunca
- Quando as maxilas estão molhadas, o que devemos circular com o motor parado.
acontece quando o veículo é lavado nas - Se os travões são de servofreio de vácuo, nunca
estações de serviço ou quando as rodas entram devemos circular com o veículo tendo o motor
em poças de água, teremos que ter muito parado, visto que é a depressão do motor a
cuidado na condução do veículo por forma a fonte de energia que faz funcionar o dispositivo
evitar travagens bruscas. de servofreio. Com o motor parado, o condutor
necessita de fazer muito mais força para travar
Manual de Técnicas de condução 35

e não consegue fazer uma travagem com eficá- trada com muito tráfego, uma vez recuperado
cia. Nestas condições, os travões ficam duros e o domínio do automóvel, o mais importante
a travar mal. é afastar-se o mais rapidamente possível do
caminho dos outros veículos.
Se rebentar um pneu traseiro a parte traseira
PROCEDIMENTOS A ADOPTAR do veículo vai rabear e oscilar, mas se se manti-
ver o volante firme, não se chegará a perder o
EM CASOS DE EMERGÊNCIA: domínio do veículo. Accionando-se intermi-
tentemente os travões consegue-se a redis-
tribuição do peso, deslocando-o, tanto quanto
Falha de travões possível, para o eixo dianteiro, aliviando-se o
A falha total no sistema de travagem é um eixo danificado.
fenómeno raro, mas quando acontece é repen- Não travar com mais força do que a necessária.
tino, sem que os travões tenham apresentado
previamente sintomas alarmantes. O rebentamento de um pneu dianteiro é mais
perigoso, uma vez que é nele que actua a
O resultado final dependerá, entre outros, direcção. Se for possível, deve travar-se suave-
do espaço disponível à frente do condutor, mente para evitar sobrecargas na parte dian-
da inclinação da via e da calma e perícia do teira, uma vez que o pneu rebentado rodará de
condutor. forma irregular e poderá danificar-se. Deve-se
Uma vez que o travão de estacionamento manter o volante firmemente seguro.
utiliza, normalmente, um sistema separado Se se perder uma roda (geralmente devido ao
do travão de serviço, podemos contar com ele desaperto das porcas de fixação), o automóvel
para redução de velocidade. No entanto, a sua desnivelar-se-á por completo e tenderá a rodar
utilização apesar de firme não poderá ser tão sobre o tambor do travão em contacto com a
forte que provoque a derrapagem das rodas. estrada. Nesta circunstância trave-se e volte-se
Em situações de perigo iminente, deve-se usar bruscamente o volante no sentido contrário ao
o travão de estacionamento reduzindo-se para que o automóvel tende a seguir.
mudanças de força, para se reduzir a velocid-
ade. A dupla embraiagem ajudará a engre-
nar mudanças mais baixas se a velocidade for Acelerador preso
elevada. Tentar conduzir o veículo para uma O acelerador preso pode conduzir a situações
zona mais segura. Se necessário pode-se diri- perigosas. Se prender com o motor muito acel-
gir o veículo contra uma sebe, arbustos ou erado o veículo continua a andar depressa, se
qualquer obstáculo menos duro, por forma a prender com pouca aceleração não consegui-
imobilizar o veículo com menos impacto. mos aumentar a velocidade.
Havendo espaço basta desacelerar para Se a borboleta do acelerador prender, ao circu-
perder velocidade, ir engrenando progres- lar numa via sem trânsito, deve-se desem-
sivamente mudanças mais baixas e por fim braiar, retirar o automóvel da faixa de rodagem
imobilizar o veículo com auxílio do travão de e pará-lo, travando normalmente. Contudo, se
estacionamento. isto acontecer numa via com muito trânsito,
deverá controlar-se o automóvel, até chegar a
lugar seguro. Para travar-se-á e jogar-se-á com
Rebentamento de um pneu a embraiagem, proporcionando unicamente à
Um rebentamento não significa necessari- transmissão a força necessária.
amente a perda do domínio do automóvel, Se o automóvel não vai muito acelerado no
desde que se mantenham as mãos no volante e momento da prisão, é conveniente mudar para
o condutor não se deixe dominar pelo pânico. uma velocidade de maior força, com o fim de
Se o rebentamento ocorre numa auto-es-
reduzir o andamento sem ter de recorrer aos Ainda que o choque seja inevitável, deve-se
travões. travar procurando manter o limite da aderên-
Quando houver condições de segurança cia, isto é, doseando o esforço sobre o pedal.
pode-se tentar levantar o acelerador, metendo Assim, quando as rodas começam a bloquear
a ponta do pé por baixo do pedal. deve-se aliviar ligeiramente a pressão sobre o
pedal.
Se a colisão for inevitável, volte-se o carro
Quebra de pára-brisas na direcção que possa fazer diminuir mais o
A causa mais frequente de quebra do pára-bri- choque. Uma colisão lateral é menos violenta
sas é o embate de uma pedra lançada pelas que uma colisão frontal.
rodas posteriores do carro que circula à frente
ou caída de um camião carregado de cascalho.
Quando as estradas acabam de ser repara- Saída do veículo em casos
das, podem ter indicações que advirtam deste fortuitos e de força maior
perigo. Em tais condições, deve reduzir-se a Em caso de acidente ou avaria procurar sair
velocidade e aumentar o espaço em relação ao para o lado que oferecer melhores condições
veículo precedente. de segurança. Não esquecer que pode haver
Quando o vidro do pára-brisas se parte, veículos a transitar na via.
torna-se opaco e impede a visibilidade. Se um automóvel cai à água, pode flutuar
Neste caso haverá que diminuir a velocidade durante alguns minutos. Esta será a melhor
do automóvel e retirá-lo da estrada o mais ocasião para sair dele. A parte do motor, por ser
depressa possível. Devem conservar-se a calma a mais pesada, afundar-se-á primeiro.
e o domínio do volante, evitando as travagens
No entanto, existem muitas entradas por onde a
bruscas. Estando-se suficientemente atento ao
água pode infiltrar-se. Se o automóvel submer-
trânsito no momento em que o vidro se quebra,
gir rapidamente, será impossível abrir as portas
a direcção e os travões podem ser accionados
até que a pressão da água exterior e da interior
correctamente.
estejam quase igualadas. É fundamental evitar
Após a quebra, em caso de emergência, frag- o pânico. Fechar as janelas rapidamente para
mente-se com um soco a zona correspon- evitar que entre água. Desapertar os cintos de
dente ao campo visual do condutor. É pouco segurança. Manter a cabeça das crianças ou
provável que se produzam ferimentos, uma vez passageiros lesionados acima do nível da água.
que este é feito para se estilhaçar em pequenos Acender todas as luzes para ajudar a localizar o
fragmentos. automóvel. Quando a água chegar ao queixo,
Saia-se da estrada tão rapidamente quanto procurar abrir a porta.
possível. Mesmo depois de retirar o resto dos
estilhaços, não se deverá prosseguir viagem
uma vez que a próxima pedra que saltar das Derrapagens
rodas do carro da frente pode acertar nos
Principais causas e correcções
ocupantes.
Ao entrar numa curva, o condutor deve elimi-
nar, ou pelo menos minimizar, qualquer pertur-
Paragem de emergência bação no carro. Conforme o carro desacelera,
deve-se tentar ver o máximo possível da curva,
O maior inimigo do condutor, ao efectuar uma
mantendo sempre uma velocidade que permita
paragem de emergência, é o medo que o levará
evitar, sem problemas, qualquer obstáculo
a carregar no pedal de travão a fundo, podendo
repentino. Ao sair da curva deve-se desacel-
fazer derrapar o automóvel, aumentando a
erar suavemente, para que todo o processo de
distância de travagem e potencializando a
contorno seja feito com fluidez absoluta.
perda do domínio da direcção.
Manual de Técnicas de condução 37

Qualquer uma destas acções deve ser Nestas circunstâncias o que se deve fazer é redu-
executada num movimento claro e coeso. Nada zir o ângulo de viragem. Por isso, lembre-se: ao
de balanços para a frente e para trás, nada de virar o volante em excesso estará a aumentar a
guinadas repentinas e desagradáveis. tendência de subviragem. Alivie o volante e a
Um dos segredos para conseguir tirar o melhor subviragem será menor.
partido de qualquer carro é compreender e Em resumo, se fizer uma curva de forma
antever as suas características de estabilidade correcta, a direcção estará leve, pois o carro
em diferentes condições. Para estabelecer tomou a superfície da estrada pelo ângulo
alguns pontos básicos sobre este assunto, certo, e encontrará o seu caminho, através da
vale a pena lembrar que os bons pilotos de curva, da forma correcta.
competição automóvel demonstram estilos de Se, contrariamente, começar uma curva de
condução suaves, hábeis e nada exibicionistas. forma incorrecta, ou na linha errada, a direcção
Eles são as pessoas em que menos se repara fica pesada. Isso significa que está a provocar
no circuito, por o seu estilo ser tão discreto. No o “escorregamento” dos pneus, a maltratar a
entanto é frequente serem mais rápidos e mais suspensão e a fazer com que todo o carro “se
eficazes, pois não permitem que os seus carros queixe”. Esta é a forma que o carro tem de lhe
desperdicem energia, escorregando e derra- “falar”, e lhe dizer “estou pesado, está a proceder
pando. Concentrando-se em seguir uma linha mal”, numa palavra, que estamos a conduzir de
clara através de uma curva, aplicam todos os forma errada. O “chiar dos pneus” quer dizer
seus esforços para completar um circuito com a exactamente o mesmo.
menor “fricção” possível, reduzindo aquilo que
se designa por “perdas por atrito”. Não há, por Em condições extremas, os carros com tracção
isso qualquer vantagem em efectuar derrapa- atrás tendem a fugir de traseira. A suspensão
gens nas curvas. No entanto, quando menos se traseira não está “em apoio”, o que significa que
espera o veículo poderá entrar em derrapagem. não está a fazer pressão sobre os pneus e, por
essa razão, a retaguarda do veículo tende a fugir.
Se, numa travagem verdadeiramente enérgica, A esta característica dá-se o nome de sobrevira-
atingir qualquer saliência acentuada na super- gem. A forma de fazer com que o carro volte a
fície da estrada, poderá encontrar-se numa situ- estabilizar é utilizar a contra brecagem, ou seja,
ação em que não sobrará qualquer movimento conduzir o carro na direcção em que a parte
da suspensão para se poder ajustar. Neste caso traseira do carro está a ir. No caso de se tratar
o carro começará a trepidar por cima das saliên- de um veículo com tracção à frente, pode-se
cias. Se o condutor estiver, ao mesmo tempo ajudar com o acelerador quando as rodas dian-
a tentar curvar, o carro tende a fugir à frente, teiras estão a girar correctamente, opondo-se
em vez de se manter na direcção pretendida. ao giro do carro sobre o seu próprio eixo.
Isto introduz um fenómeno chamado subvira-
gem. A maior parte das pessoas tenta corrigir a
trajectória virando mais o volante aos primeiros
sinais de “subviragem”, mas esta é, de todo, a
forma
errada de agir. A única coisa que daqui resulta
é o agravamento do problema, pois os pneus
nunca foram desenhados para atacar a superfí-
cie da estrada num ângulo tão extremo. Foram
desenhados para se agarrarem pelo “piso” e
não pelas “paredes laterais”. O que acontece
nesta situação é que os pneus estão a ser força-
dos cada vez mais contra a sua trajectória ideal.
Dessa maneira aumentam a subviragem, em
vez de a reduzir.
5 Regulamento da Atividade
Lei 45 - 2018 / Portaria 293 - 2018
Regulamento da atividade 39

Índice
ADMINISTRAÇÃO INTERNA, PLANEAMENTO E DAS INFRAESTRUTURAS, AMBIENTE E MAR 42
Instituto da Mobilidade e dos Transportes, I. P. 42

Lei 45-2018 UBER 42


ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA 42
Lei n.o 45/2018 de 10 de agosto 42

CAPÍTULO I 42
Artigo 1º 42

CAPÍTULO II 43
SECÇÃO I 43
Disposições gerais 43
Artigo 2º 43
Artigo 3º 43
Artigo 4º 44
SECÇÃO II 44
Exercício da atividade 44
Artigo 5º 44
Artigo 6º 44
Artigo 7º 45
Artigo 8º 45
Artigo 9º 45
Artigo 10º 45
Artigo 11º 46
Artigo 12º 47
Artigo 13º 47
Artigo 14º 47
Artigo 15º 48

CAPÍTULO III 48
Artigo 16º 48
Artigo 17º 49
Artigo 18º 50
Artigo 19º 50
Artigo 20º 51

CAPÍTULO IV 51
Artigo 21º 51
Artigo 22º 51
CAPÍTULO V 51
Artigo 23º 51
Artigo 24º 52
Artigo 25º 52
Artigo 26º 53
Artigo 27º 53
Artigo 28º 53

CAPÍTULO VI 53
Artigo 29º 53
Artigo 30º 53

CAPÍTULO VII 54
Artigo 31º 54
Artigo 32º 54
Artigo 33º 54

Portaria 293-2018 Regulamento da UBER 55


AMBIENTE E DA TRANSIÇÃO ENERGÉTICA 55
Portaria n.o 293/2018 de 31 de outubro 55

CAPÍTULO I 55
Artigo 1º 55

CAPÍTULO II 55
Artigo 2º 55
Artigo 3º 56
Artigo 4º 57
Artigo 5º 57
Artigo 6º 57

CAPÍTULO III 57
Artigo 7º 57

CAPÍTULO IV 58
Artigo 9º 58
Artigo 10º 58
Artigo 11º 58

CAPÍTULO V 59
Artigo 12º 59
Artigo 13º 59
ANEXO I 59
Módulo 1 — Comunicação e relações interpessoais (10 horas) 59
Módulo 2 — Normas legais de condução (10 horas) 59
Módulo 3 — Técnicas de condução (10 horas) 59
Módulo 4 — Regulamentação da atividade (6 horas) 59
Módulo 5 — Situações de emergência e primeiros socorros (8 horas) 59
Regulamento da atividade 41

Módulo 6 — Condução individual de veículos (6 horas) 59


ANEXO II 60
ANEXO III 60
ADMINISTRAÇÃO INTERNA, Lei 45-2018 UBER
PLANEAMENTO E DAS ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA
INFRAESTRUTURAS, AMBIENTE E MAR Lei n.o 45/2018 de 10 de agosto
Instituto da Mobilidade e dos Transportes, I. P.
Regime jurídico da atividade de transporte
individual e remunerado de passageiros em
Deliberação n.o 1204/2018
veículos descaracterizados a partir de plata-
Considerando que a Lei n.o 45/2018, de 10 de forma eletrónica
agosto, aprovou o re- gime jurídico de acesso
A Assembleia da República decreta, nos termos
e exercício da atividade de transporte individ-
da alínea c) do artigo 161.o da Constituição, o
ual e remunerado de passageiros em veícu-
seguinte:
los descaracterizados a partir de plataforma
eletrónica (TVDE);
Considerando que nos termos da alínea d) do
n.o 2 do artigo 10.o da refe- rida lei, os motor- CAPÍTULO I
istas de TVDE devem ser titulares de certificado Disposição inicial
de moto- rista emitido pelo Instituto da Mobili-
dade e dos Transportes, I. P. (IMT, I. P.), segundo
Artigo 1º
modelo aprovado por deliberação do respetivo Objeto e âmbito
conselho diretivo;
O Conselho Diretivo do IMT, I. P., delibera:
1 — A presente lei estabelece o regime jurídico
1 — O certificado de motorista de transporte da ativi- dade de transporte individual e remu-
em veículo descaracte- rizado (CMTVDE), com nerado de passageiros em veículos descarac-
o formato 85,60 mm × 53,98 mm, em suporte terizados a partir de plataforma ele- trónica,
PVC, possui o logotipo do IMT, I. P., o escudo doravante designado transporte em veículo
da República Portuguesa, o nome, fotografia e desca- racterizado a partir de plataforma
assinatura do motorista, o número do respetivo eletrónica (TVDE).
certificado e a validade do mesmo.
2 — A presente lei estabelece ainda o regime
2 — O modelo do certificado de motorista jurídico das plataformas eletrónicas que orga-
TVDE consta do anexo I à presente deliberação. nizam e disponibili- zam aos interessados a
31 de agosto de 2018. — O Conselho Diretivo: modalidade de transporte referida no número
Eduardo Elísio Silva Peralta Feio, presidente — anterior.
Luís Miguel Pereira Pimenta, vogal. 3 — A presente lei não se aplica a plataformas
eletróni- cas que sejam somente agregado-
ras de serviços e que não definam os termos e
condições de um modelo de negócio próprio.
4 — São também excluídas do âmbito de
aplicação da presente lei as atividades de
partilha de veículos sem fim lucrativo (carpool-
ing) e o aluguer de veículo sem condutor de
curta duração com características de partilha
(carsharing), organizadas ou não mediante
plataformas eletrónicas.
Regulamento da atividade 43

CAPÍTULO II 3 — Quando, por motivo de indisponibilidade


das pla- taformas eletrónicas, não for possível o
Serviço de transporte cumprimento do disposto no n.o 1, o pedido de
SECÇÃO I licenciamento em causa pode ser efetuado por
qualquer outro meio previsto na lei, nomeada-
Disposições gerais mente através de formulário eletrónico disponi-
bilizado no sítio na Internet do IMT, I. P.
4 — Para efeitos do pedido de licencia-
Artigo 2º mento referido no n.o 1, devem ser transmiti-
Acesso à atividade dos pelo interessado os seguintes elementos
instrutórios:
1 — A atividade de operador de TVDE é exercida
em território português pelas pessoas coletivas a) Denominação social;
que efetuem transporte individual remuner- b) Número de identificação fiscal;
ado de passageiros, nos ter- mos e condições
c) Sede;
previstos na presente lei.
d) Designação ou marcas adotadas para
2 — A prestação do serviço de TVDE é permit-
operação;
ida nos termos constantes da presente lei.
e) Endereço eletrónico;
3 — A prestação de um serviço de TVDE inicia-se
com a aceitação, por um motorista ao serviço f ) Titulares dos órgãos de administração,
de um operador, de um pedido de transporte direção ou
entre dois pontos submetido por um ou mais gerência e respetivos certificados de registo
utilizadores numa plataforma eletrónica e criminal;
termina com o abandono pelo utilizador desse
veículo, depois de realizado o transporte para g) Pacto social; e
o destino selecionado, ou por qualquer outra h) Inscrições em registos públicos e respetivos
causa que implique a cessação de fruição do números
veículo pelo utilizador.
de registo.
5 — Os interessados são dispensados da apre-
Artigo 3º sentação dos elementos instrutórios previstos
no número anterior, quando estes estejam em
Licenciamento posse de qualquer autoridade administrativa
1 — O início da atividade de operador de pública nacional, devendo para o efeito dar o
TVDE está sujeito a licenciamento do Insti- seu consentimento para que o IMT, I. P., proceda
tuto da Mobilidade e dos Transportes, I. P., à respetiva obtenção, nos termos da alínea d)
(IMT, I. P.), a requerer por via eletrónica medi- do artigo 5.o do Decreto-Lei n.o 92/2010, de 26
ante o preenchimento de formulário normal- de julho, e do artigo 28.o-A do Decreto-Lei n.o
izado e disponibilizado através do Balcão do 135/99, de 22 de abril, alterado e repu- blicado
Empreendedor, a que se refere o artigo 6.o do pelo Decreto-Lei n.o 73/2014, de 13 de maio.
Decreto-Lei n.o 92/2010, de 26 de julho, proce- 6 — Quando façam uso da faculdade prevista
dendo aquela entidade, no prazo de 30 dias no número anterior, os interessados indicam os
úteis, à análise do pedido e à respetiva decisão, dados necessários para a obtenção dos elemen-
considerando-se este tacitamente deferido se tos instrutórios em questão.
no prazo previsto não for proferida decisão.
7 — Decorrido o prazo previsto no n.o 1 sem
2 — Constitui causa de indeferimento o não que o pedido seja indeferido, essa informação
preenchi- mento de algum dos requisitos legal- é disponibilizada no Balcão do Empreendedor.
mente exigidos para o seu exercício.
8 — A licença é emitida por um prazo não
superior a dez anos, podendo ser renovada por
períodos suplementares de cinco anos, desde SECÇÃO II
que se mantenham os requisitos de acesso à
atividade. Exercício da atividade

Artigo 4º Artigo 5º
Idoneidade do operador de transporte Subscrição prévia
em veículo descaracterizado a partir 1 — O serviço de TVDE só pode ser contratado
de plataforma eletrónica pelo utilizador mediante subscrição e reserva
prévias efetuadas através de plataforma
1 — A idoneidade do operador de transporte eletrónica.
em veículo descaracterizado a partir de plata-
forma eletrónica é aferida relativamente aos 2 — Os contratos de adesão celebrados por
titulares dos órgãos de administração, direção via da pla- taforma eletrónica com os utiliza-
ou gerência, designadamente através da dores observam a legisla- ção sobre cláusulas
consulta do certificado de registo criminal. contratuais gerais e demais legislação aplicável
em matéria de proteção dos consumidores.
2 — São consideradas idóneas as pessoas rela-
tivamente às quais não se verifique qualquer 3 — Os veículos afetos ao serviço de TVDE não
dos seguintes factos: podem recolher passageiros na via pública,
mediante solicitação no local (hailing), nem
a) Proibição legal para o exercício do comércio; em praças dedicadas ao serviço de táxi ou para
b) Condenação, com trânsito em julgado, por outros veículos, cujo regime legal permita a
infrações de natureza criminal às normas rela- permanência nessas praças.
tivas ao regime das prestações de natureza
retributiva, ou às condições de higiene e segu-
rança no trabalho, à proteção do ambiente e à Artigo 6º
responsabilidade profissional;
Passageiros com mobilidade reduzida
c) Inibição do exercício do comércio por ter sido
decla- rada a falência ou insolvência, enquanto 1 — A plataforma eletrónica fornece obrigator-
não for levantada a inibição ou a reabilitação iamente aos utilizadores, efetivos e potenciais,
do falido. a possibilidade de estes solicitarem um veículo
capaz de transportar passa- geiros com mobi-
3 — A condenação pela prática de um dos lidade reduzida, bem como os seus meios de
crimes previs- tos na alínea b) do número ante- locomoção.
rior não afeta a idoneidade de todos aque-
les que tenham sido reabilitados, nos termos 2 — O tempo de espera para aceder a um
do disposto nos artigos 11.o e 12.o da Lei n.o veículo capaz de transportar aqueles meios de
37/2015, de 5 de maio, nem impede o IMT, I. locomoção tem que ser inferior a 15 minutos.
P., de considerar, funda- mentadamente, que 3 — Em situações excecionais e justificáveis
estão reunidas as condições de idonei- dade, pela pla- taforma eletrónica o tempo de espera
tendo em conta, nomeadamente, o tempo pode ser superior, nunca excedendo os 30
decorrido desde a prática dos factos. minutos.
4 — Para efeitos do presente artigo, o operador 4 — A forma de cálculo do preço para este
de TVDE deve enviar anualmente ao IMT, I. P., o serviço é exatamente igual à do serviço sem
certificado de registo criminal dos titulares dos solicitação de acesso a mobilidade reduzida.
respetivos órgãos de administração, direção 5 — É obrigatório o transporte de cães guia de
ou gerência, ou autorizar à sua obtenção, nos passa- geiros invisuais e de cadeiras de rodas
termos dos n.os 4 e 5 do artigo 3.o ou outros meios de marcha de pessoas com
Regulamento da atividade 45

mobilidade reduzida, bem como de carrinhos e Artigo 9º


acessórios para o transporte de crianças.
Cumprimento dos requisitos de exercício
6 — Não estando a plataforma eletrónica em
condições de garantir a imediata prestação 1 — O operador de TVDE está obrigado a asse-
desse serviço, deve infor- mar automatica- gurar o pleno e permanente cumprimento dos
mente o utilizador de outros prestadores de requisitos de exercício da atividade previstos na
serviço com essa capacidade que estejam presente lei, incluindo os respeitantes a veícu-
disponíveis. los e motoristas afetos à prestação de serviços
de TVDE, sob pena de o IMT, I. P., poder deter-
minar, nos termos gerais, as medidas adequa-
Artigo 7º das à defesa da legalidade, designadamente, a
suspensão, limitação ou cessação da atividade
Não discriminação em caso de incum- primento.
Os utilizadores, efetivos e potenciais, têm igual- 2 — O operador de TVDE observa todas as
dade de acesso aos serviços de TVDE, não vincula- ções legais e regulamentares rele-
podendo os mesmos ser recusados pelo presta- vantes para o exercício da sua atividade, inclu-
dor em razão, nomeadamente, de ascendência, indo as decorrentes da legislação laboral, de
idade, sexo, orientação sexual, estado civil, situ- segurança e saúde no trabalho e de segurança
ação familiar, situação económica, origem ou social.
condição social, deficiência, doença crónica,
3 — São obrigatoriamente comunicadas à
nacionalidade, origem étnica ou raça, território
Autoridade da Mobilidade e dos Transportes
de origem, língua, religião, con- vicções políti-
(AMT) as operações de concentração de oper-
cas ou ideológicas e filiação sindical.
adores de TVDE, como tal previstas na Lei n.o
19/2012, de 8 de maio.
Artigo 8º
Recusa de serviço Artigo 10º
1 — Só podem ser recusados os serviços de Atividade de motorista de transporte
TVDE que: em veículo descaracterizado a partir
a) Impliquem a circulação em vias manifes- de plataforma eletrónica
tamente in- transitáveis pelo difícil acesso ou
1 — Apenas podem conduzir veículos de TVDE
em locais que ofereçam notório perigo para a
os motoristas inscritos junto de plataforma
segurança do veículo, dos passageiros ou do
eletrónica.
motorista;
2 — O motorista de TVDE, que presta serviço ao
b) Sejam solicitados por pessoas com compor-
ope- rador de TVDE, deve preencher, cumulati-
tamento suspeito de perigosidade;
vamente, os seguintes requisitos:
c) Sejam solicitados de forma incompatível com
a) Ser titular de carta de condução há mais de
o pre- visto na presente lei.
três anos para a categoria B com averbamento
2 — O transporte de bagagens só pode ser no grupo 2;
recusado nos casos em que as suas característi-
b) Deter certificado de curso de formação
cas prejudiquem a conservação do veículo.
rodoviária para motoristas, nos termos dos
3 — Não pode ser recusado o transporte de números seguintes;
animais de companhia, desde que devida-
c) Ser considerado idóneo, nos termos do artigo
mente acompanhados e acondicionados, salvo
se- guinte;
motivo atendível, designadamente a perigosi-
dade, o estado de saúde ou de higiene. d) Ser titular de certificado de motorista de
TVDE, emitido pelo IMT, I. P. segundo modelo
aprovado por de- liberação do respetivo 9 — Os motoristas afetos à prestação do serviço
conselho diretivo, demonstrado o preenchi- de TVDE devem, no exercício da respetiva ativ-
mento dos requisitos mencionados nas alíneas idade, fazer- -se acompanhar do certificado de
an- teriores que, atribui ao interessado um motorista de TVDE, da guia referida no número
número único de registo de motorista de TVDE, anterior, ou do certificado de motorista de táxi.
com o qual é identificado em todas as platafor- 10 — Ao vínculo jurídico estabelecido entre
mas eletrónicas; o opera- dor de TVDE e o motorista afeto à
e) Dispor de um contrato escrito que titule a atividade, titulado por contrato escrito assi-
relação entre as partes. nado pelas partes, e independente- mente da
3 — O curso de formação a que se refere a alínea denominação que as partes tenham adotado
b) do número anterior, válido pelo período de no contrato, é aplicável o disposto no artigo
cinco anos, deve ter uma carga horária a definir 12.o do Código do Trabalho.
por portaria do membro do Governo compe- 11 — Para os efeitos do disposto no número
tente, e integrar especificamente módulos anterior, aplicando-se o artigo 12.o do Código
relativos a comunicação e relações interpes- do Trabalho, considera- -se que os equipamen-
soais, normas legais de condução, técnicas de tos e instrumentos de trabalho são todos os
condução, regulamen- tação da atividade, situ- que sejam pertencentes ao beneficiário ou por
ações de emergência e primeiros socorros. ele explorados por aluguer ou qualquer outra
4 — O certificado referido na alínea b) do n.o 2 modalidade de locação.
é emitido por escola de condução ou entidade 12 — Sem prejuízo da aplicação da demais
formadora legalmente habilitada, e depende legislação vigente, ao motorista vinculado
da frequência efetiva pelo formando da carga por contrato de trabalho é aplicável o regime
horária mínima referida no número anterior. de organização do tempo de trabalho das
5 — O certificado de motorista de TVDE é pessoas que exercem atividades móveis de
válido pelo período de cinco anos, renovável transporte rodoviário previsto no Decreto-Lei
por iguais períodos, con- tados da data da sua n.o 237/2007, de 19 de junho, e ao motorista
emissão pelo IMT, I. P., dependendo a renovação independente, o regime de or- ganização do
do preenchimento cumulativo, pelo motorista tempo de trabalho previsto no Decreto-Lei n.o
requerente, dos requisitos de idoneidade e da 117/2012, de 5 de junho.
frequência de curso de atualização com carga
horária de 8 horas, versando as matérias referi-
das no n.o 3.
Artigo 11º
6 — O IMT, I. P. deve proceder à apreensão do Idoneidade do motorista
certifi- cado de motorista de TVDE sempre que 1 — Sem prejuízo do disposto no número
comprovadamente se verifique a falta superve- seguinte, são causas de falta de idoneidade
niente de um dos requisitos mencionados nas para o exercício da atividade de motorista de
alíneas a) a c) do n.o 2. TVDE quaisquer condenações por decisão tran-
7 — O requisito previsto na alínea b) do n.o 2 sitada em julgado pela prática de crimes:
é dis- pensado a quem seja titular de certifi- a) Que atentem contra a vida, integridade física
cado de motorista de táxi, emitido e válido nos ou li- berdade pessoal;
termos da Lei n.o 6/2013, de 22 de janeiro.
b) Que atentem contra a liberdade e a autode-
8 — O certificado previsto na alínea d) do n.o 2 terminação sexual;
pode ser substituído por guia emitida pelo IMT,
c) De condução perigosa de veículo rodoviário
I. P., a qual faz prova de entrega de um pedido
e de condução de veículo em estado de embria-
de certificado, sendo a mesma válida pelo
guez ou sob influência de estupefacientes ou
período nela indicado.
substâncias psicotrópicas;
Regulamento da atividade 47

d) Cometidos no exercício da atividade de 7 — Os veículos circulam sem qualquer sinal


motorista. exterior indicativo do tipo de serviço que
2 — A condenação pela prática de um dos prestam, com exceção de um dístico, visível
crimes pre- vistos no número anterior não afeta do exterior e amovível, em termos a definir por
a idoneidade de todos aqueles que tenham deliberação do conselho diretivo do IMT, I. P.
sido reabilitados, nos termos do dis- posto nos 8 — É proibida a colocação ou exibição de
artigos 11.o e 12.o da Lei n.o 37/2015, de 5 de publicidade no interior ou exterior do veículo
maio, nem impede o IMT, I. P., de considerar, que efetue TVDE.
fundamen- tadamente, que estão reunidas 9 — Os veículos que efetuem TVDE não têm
as condições de idoneidade, tendo em conta, acesso às faixas de rodagem e às vias de trân-
nomeadamente, o tempo decorrido desde a sito, devidamente sina- lizadas, reservadas ao
prática dos factos. transporte público de passageiros, nos termos
dos artigos 76.o e 77.o do Código da Estrada,
aprovado pelo Decreto-Lei n.o 114/94, de 3 de
Artigo 12º maio.
Veículos
1 — Apenas podem ser utilizados veículos
Artigo 13º
inscritos pelos operadores TVDE junto de plata-
forma eletrónica, a qual deve atestar o cumpri- Duração da atividade
mento dos requisitos legais e regulamentares 1 — Os motoristas de TVDE não podem operar
aplicáveis aos veículos. veículos de TVDE por mais de dez horas dentro
2 — O operador de plataforma eletrónica não de um período de 24 horas, independente-
pode ser proprietário de veículos de TVDE, nem mente do número de plataformas nas quais o
financiar ou ser parte interessada em negócio motorista de TVDE preste serviços, sem pre-
relativo à aquisição, alu- guer, leasing ou outra juízo da aplicação das normas imperativas,
forma de utilização de veículos de TVDE. nomeadamente do Código do Trabalho, se
3 — Para a atividade de TVDE só podem ser estabelecerem período inferior.
utilizados veículos automóveis ligeiros de 2 — Os operadores de plataformas eletrónicas
passageiros de matrícula nacional, com lotação devem implementar mecanismos que garan-
não superior a nove lugares, in- cluindo o do tam o cumprimento dos limites referido no
motorista. número anterior.
4 — Os veículos devem possuir idade infe- 3 — As plataformas eletrónicas devem conser-
rior a sete anos a contar da data da primeira var du- rante dois anos os registos de atividade
matrícula. dos operadores TVDE, motoristas e veículos, de
5 — Os veículos devem ser apresentados à acordo com o seu número único de registo de
inspeção técnica periódica um ano após a motorista de TVDE.
data da primeira matrícula e, em seguida,
anualmente.
Artigo 14º
6 — Sem prejuízo dos demais seguros exigidos
por lei, os veículos que efetuem TVDE devem Controlo e limitação da atividade
possuir seguro de responsabilidade civil e 1 — O operador da plataforma eletrónica está
acidentes pessoais, que inclua os passageiros obrigado a assegurar o pleno e permanente
transportados e respetivos prejuízos, em valor cumprimentos dos re- quisitos de exercício da
não inferior ao mínimo legalmente exigido atividade previstos na presente lei, incluindo os
para a atividade de transporte de aluguer em respeitantes a veículos e operadores de serviço
veículos automóveis ligeiros de passageiros. de TVDE.
2 — O operador da plataforma eletrónica que compõem a fórmula de cálculo do preço a
deve bloquear o acesso aos serviços presta- cobrar pelo operador do serviço.
dos pela mesma por parte dos operadores de 5 — Os prestadores de serviço podem aplicar
TVDE, motoristas ou veículos que incum- pram uma tarifa dinâmica, a qual não pode ser supe-
qualquer dos requisitos referidos na presente rior ao valor decorrente da aplicação de um
lei, sempre que disso tenha ou devesse ter fator de majoração de 100 % ao va- lor médio
conhecimento. do preço cobrado pelos serviços prestados nas
3 — O acesso a plataforma eletrónica de 72 horas imediatamente anteriores por esse
motoristas de TVDE que não cumpram os operador.
requisitos referidos no número anterior ou que 6 — A plataforma eletrónica deve também
tenham deixado de reunir os mesmos após o disponibili- zar para qualquer itinerário, em
acesso à atividade é da responsabilidade do alternativa, uma proposta de preço fixo pré-de-
respetivo ope- rador, sem prejuízo dos pode- terminado, que, em caso de aceitação pelo
res cometidos ao IMT, I. P., e demais entidades utilizador, corresponde ao preço a cobrar no
fiscalizadoras. final do serviço independentemente da distân-
cia percorrida ou do tempo despendido.
Artigo 15º 7 — O pagamento do serviço é processado e
registado através da plataforma eletrónica,
Preço e pagamento do serviço só sendo permitido o pagamento através de
1 — A prestação do serviço de TVDE pode ser meios eletrónicos.
remu- nerada pela aplicação de uma ou mais 8 — Num prazo razoável após a conclusão da
tarifas à distância percorrida e ou ao tempo prestação do serviço, a plataforma eletrónica
despendido no transporte, ou pela apli- envia ao utilizador uma fatura eletrónica, indi-
cação de um preço fixo determinado antes da cando entre outros:
contratação do serviço.
a) O código único de referência da viagem;
2 — Os valores das tarifas são fixados livremente
entre as partes, sem prejuízo do disposto nos b) A origem e o destino do percurso;
números seguintes, devendo os preços finais c) O tempo e a distância total do percurso;
cobrir todos os custos associados ao serviço,
d) Valor total do preço a pagar, com discrimi-
em harmonia com as melhores práticas do
nação do
sector dos transportes.
IVA à taxa legal aplicável e de outros impostos
3 — O operador da plataforma eletrónica pode
ou taxas; e) Demonstração do cálculo do preço,
cobrar uma taxa de intermediação, a qual não
com base nos elementos e fator de ponderação
pode ser superior a 25 % do valor da viagem
que compõem a respetiva fórmula de cálculo,
calculada nos termos dos nú- meros anteriores.
incluindo a taxa de intermediação
4 — A plataforma eletrónica deve disponibi-
cobrada pelo operador de plataforma
lizar ao uti- lizador de um modo claro, perce-
eletrónica.
tível e objetivo, antes do início de cada viagem
e durante a mesma:
a) A fórmula de cálculo do preço, indicando
nomeada- mente de forma discriminada o
CAPÍTULO III
preço total, a taxa de inter- mediação apli- Plataformas eletrónicas
cada e as tarifas aplicáveis, nomeadamente por
Artigo 16º
distância, tempo e fator de tarifa dinâmica;
b) Uma estimativa do preço da viagem a realizar, Noção
calcu- lada com base nos elementos forneci- Para efeitos da presente lei consideram-se
dos pelo utilizador e fatores de ponderação plataformas eletrónicas as infraestruturas
Regulamento da atividade 49

eletrónicas da titularidade ou sob exploração gerência e respetivos certificados de registo


de pessoas coletivas que prestam, segundo um criminal;
modelo de negócio próprio, o serviço de inter- g) Pacto social;
media- ção entre utilizadores e operadores de
TVDE aderentes à plataforma, na sequência h) Inscrições em registos públicos e respetivos
efetuada pelo utilizador por meio de aplicação números
informática dedicada. de registo.
5 — Além dos elementos referidos no número
anterior, o operador que explore plataformas
Artigo 17º eletrónicas e que não tenha sede em Portugal
Acesso à atividade deve comunicar ao IMT, I. P., um representante
em território nacional identificado através
1 — O início da atividade de operador de plata-
da apresentação dos elementos referidos no
formas eletrónicas está sujeito a licenciamento
número an- terior.
do IMT, I. P., a requerer por via eletrónica medi-
ante o preenchimento de formulário normal- 6 — Os interessados são dispensados da apre-
izado e disponibilizado através do Balcão do sentação dos elementos instrutórios previs-
Empreendedor, a que se refere o artigo 6.o do tos no n.o 4, quando estes estejam em posse
Decreto-Lei n.o 92/2010, de 26 de julho, proce- de qualquer autoridade administrativa pública
dendo aquela entidade, no prazo de 30 dias nacional, devendo para o efeito dar o seu
úteis, à análise do pedido e à respetiva decisão, consen- timento para que o IMT, I. P. proceda
considerando-se este tacitamente deferido se à respetiva obten- ção, nos termos da alínea d)
no prazo previsto não for proferida decisão. do artigo 5.o do Decreto-Lei n.o 92/2010, de 26
de julho, e do artigo 28.o-A do Decreto- -Lei n.o
2 — Constitui causa de indeferimento o não
135/99, de 22 de abril, alterado e republicado
preenchi- mento de algum dos requisitos legal-
pelo Decreto-Lei n.o 73/2014, de 13 de maio.
mente exigidos para o seu exercício.
7 — Quando façam uso da faculdade prevista
3 — Quando, por motivo de indisponibilidade
no número anterior, os interessados indicam os
das pla- taformas eletrónicas, não for possível
dados necessários para a obtenção dos elemen-
o cumprimento do disposto no número ante-
tos instrutórios em questão.
rior, o pedido de licenciamento em causa pode
ser efetuado por qualquer outro meio previsto 8 — As informações referidas nos n.os 4 e
na lei, nomeadamente através de formulário 5 devem estar disponíveis na plataforma
eletrónico disponibilizado no sítio na Internet eletrónica para consulta por qualquer interes-
do IMT, I. P. sado, com exceção da indicação dos titulares
dos órgãos de administração, direção ou gerên-
4 — Para efeitos do licenciamento referido no
cia e do pacto social.
n.o 1, devem ser transmitidos pelo interessado
os seguintes ele- mentos instrutórios: 9 — O IMT, I. P., mantém no seu sítio da Internet
a lista e contactos dos operadores habilitados
a) Denominação social;
a exercer a ativi- dade de operador de platafor-
b) Número de identificação fiscal; mas eletrónicas nos termos do presente artigo,
c) Sede; e, relativamente a cada um deles, os elementos
constantes das alíneas a) a d) do n.o 4.
d) Designação ou marcas adotadas para
operação; 10 — O operador de plataformas eletrónicas
está obri- gado a assegurar o pleno e perma-
e) Endereço eletrónico; nente cumprimento dos requisitos de exercício
f ) Titulares dos órgãos de administração, da atividade previstos na presente lei, inclu-
direção ou indo os respeitantes aos termos de prestação
de serviços de TVDE e ao cumprimento das
normas e decisões nacionais, sob pena de o IMT,
I. P., poder determinar as me- didas adequa- de registo criminal dos titulares dos respetivos
das à defesa da legalidade, designadamente, a órgãos de administração, direção ou gerência,
suspensão, limitação ou cessação da atividade ou autorizar à sua obtenção, nos termos dos
em caso de incumprimento. n.os 6 e 7 do artigo anterior.
11 — O operador de plataformas eletrónicas
observa todas as vinculações legais e regulam-
entares relevantes para o exercício da sua ativ- Artigo 19º
idade, incluindo as decorrentes da legislação Serviços disponibilizados pelas
laboral, de segurança e saúde no trabalho e de
plataformas eletrónicas
segurança social.
1 — Sem prejuízo das demais obrigações
constantes da presente lei, as plataformas
Artigo 18º eletrónicas disponibilizam obrigatoriamente
em relação a cada serviço, antes do início de
Idoneidade do operador de plataformas eletrónicas cada viagem e durante a mesma:
1 — A idoneidade do operador de platafor- a) De forma clara, suficiente e transparente, a
mas eletróni- cas é aferida relativamente aos informa- ção relativa aos termos e condições de
seus titulares dos órgãos de administração, acesso ao mercado por elas organizado e aos
direção ou gerência, designadamente atra- vés serviços disponibilizados;
da consulta do certificado de registo criminal
quando se trate de pessoa coletiva. b) O preço da viagem, os elementos que
compõem a fórmula de cálculo e respetivo
2 — São consideradas idóneas as pessoas rela- fator de ponderação, nos termos do artigo 15.o;
tivamente às quais não se verifique qualquer
dos seguintes factos: c) A utilização de mapas digitais para acompan-
hamento em tempo real do trajeto do veículo;
a) Proibição legal para o exercício do comércio;
d) Mecanismos transparentes, credíveis e
b) Condenação, com trânsito em julgado, por fiáveis de avaliação da qualidade do serviço
infrações de natureza criminal às normas rela- pelo utilizador, nomea- damente por botão
tivas ao regime das prestações de natureza eletrónico de avaliação relativo a cada oper-
retributiva, ou às condições de higiene e segu- ação, bem como o botão eletrónico para apre-
rança no trabalho, à proteção do ambiente e à sentação de queixas a que se refere o número
responsabilidade profissional; seguinte;
c) Inibição do exercício do comércio por ter sido e) Identificação do motorista, incluindo o seu
decla- rada a falência ou insolvência, enquanto número único de registo de motorista de TVDE
não for levantada a inibição ou a reabilitação e fotografia;
do falido.
f ) Uma fotografia do veículo de TVDE que o
3 — A condenação pela prática de um dos motorista está autorizado a utilizar, bem como
crimes previs- tos na alínea b) do número ante- a respetiva matrícula, a sua marca e modelo, o
rior não afeta a idoneidade de todos aque- número de lugares e o ano de fabrico;
les que tenham sido reabilitados, nos ter- mos
do disposto nos artigos 11.o e 12.o da Lei n.o g) Os termos da emissão de fatura eletrónica,
37/2015, de 5 de maio, nem impede o IMT, I. P., nos termos do artigo 15.o
de considerar, de forma justificada, que estão 2 — Para efeitos de reclamação do serviço
reunidas as condições de idoneidade, tendo pelos utili- zadores, ou do exercício de poderes
em conta, nomeadamente, o tempo de- corrido de fiscalização pelas entidades competentes,
desde a prática dos factos. as plataformas devem disponibi- lizar:
4 — Para efeitos do disposto no presente artigo, a) Um botão eletrónico para a apresentação
o ope- rador de plataformas eletrónicas deve de queixas, de forma visível e facilmente
enviar anualmente ao IMT, I. P., o certificado acessível na página princi- pal da plataforma,
Regulamento da atividade 51

que redirecione o utilizador para um Livro de 3 — O sistema informático deve registar os


Reclamações Eletrónico, igualmente disponível tempos de trabalho do motorista, e o cumpri-
na plataforma; e mento dos limites de tempo de condução e
b) Informações sobre resolução alternativa de repouso.
litígios, nos termos da Lei n.o 144/2015, de 8 de
setembro.
3 — Após a receção de uma queixa ou CAPÍTULO IV
reclamação, o operador da plataforma deve Resolução de litígios
realizar as diligências neces- sárias a apurar e,
quando necessário, corrigir o motivo que lhes Artigo 21º
deu origem, devendo manter um registo das Foro competente
mesmas e de todo o procedimento, por um
1 — Aos serviços prestados pelo operador de
período não inferior a dois anos a contar da
TVDE e operador de plataformas eletrónicas em
data da queixa ou reclamação.
território nacional é aplicável a legislação portu-
4 — A operação de plataformas eletrónicas guesa, nomeadamente em matéria de proteção
observa a legislação nacional e europeia rela- do consumidor, sem prejuízo das disposições
tiva à recolha e pro- teção de dados pessoais comunitárias aplicáveis, independentemente
e demais informação sensível a que tenham da sede do operador da plataforma.
acesso no âmbito da respetiva atividade,
2 — Os tribunais portugueses são compe-
nomeadamente a informação sobre o histórico
tentes para conhecer qualquer litígio emer-
dos per- cursos realizados.
gente entre um consumidor e um operador de
5 — É proibida a criação e a utilização de TVDE ou operador de plataformas ele- trónicas,
mecanismos de avaliação de utilizadores por ou ambos em litisconsórcio ou coligação.
parte dos motoristas de TVDE ou dos opera-
dores de plataformas eletrónicas.
Artigo 22º
Artigo 20º Meios extrajudiciais de resolução de litígios
1 — Os litígios de consumo no âmbito dos
Deveres gerais dos operadores de
serviços previstos na presente lei podem ser
plataformas eletrónicas resolvidos através de meios extrajudiciais de
resolução de litígios, nos termos gerais previs-
1 — O operador de plataforma eletrónica tos na Lei n.o 144/2015, de 8 de setembro.
é solidaria- mente responsável perante os 2 — Quando as partes, em caso de litígios de
utilizadores pelo pontual cumprimento das consumo emergentes da prestação dos serviços
obrigações resultantes do contrato. previstos no presente regime, optem por recor-
2 — A verificação e certificação dos siste- rer a mecanismos de resolução extrajudicial
mas tecnoló- gicos de suporte à operação do de conflitos suspende-se no seu decurso o
serviço de TVDE, quanto ao cumprimento prazo para a propositura da ação judicial ou da
da legislação nacional e europeia relativa à injunção.
recolha e proteção de dados pessoais e demais
informa- ção sensível a que tenham acesso no
âmbito da respetiva atividade, nomeadamente CAPÍTULO V
a informação sobre o histórico dos percursos
Supervisão, fiscalização e regime sancionatório
realizados, é realizada mediante auditoria sob
supervisão da Comissão Nacional de Proteção Artigo 23º
de Dados.
Supervisão
1 — A atividade dos operadores de plataformas b) O incumprimento da proibição de receção e
eletró- nicas, dos operadores TVDE, bem como de soli- citação de serviços constante do n.o 3
dos veículos e motoristas de TVDE, é objeto de do artigo 5.o;
supervisão e regulação pelas entidades compe- c) A violação das regras constantes dos artigos
tentes, designadamente pela AMT e pelo IMT, I. 6.o e 7.o;
P., no âmbito das respetivas atribuições.
d) A recusa de serviços fora dos casos a que se
2 — Para os efeitos previstos no número ante- refere o artigo 8.o;
rior, a AMT e o IMT, I. P., podem solicitar aos
operadores de plataformas eletrónicas, aos e) A condução de veículos de TVDE por motoris-
operadores TVDE, bem como aos motoristas tas não inscritos junto de plataforma eletrónica,
de TVDE, todas as informações que se afigurem nos termos do artigo 10.o;
necessárias, nomeadamente as que resultem f ) Exercício da atividade de motorista de TVDE
do exercício da atividade. com inobservância do disposto no n.o 1 do
artigo 10.o;

Artigo 24º g) A intermediação de serviços de TVDE em


inobser- vância do n.o 2 do artigo 10.o;
Entidades fiscalizadoras h) A utilização de veículos para TVDE não inscri-
A fiscalização do cumprimento das disposições tos junto de plataforma eletrónica, nos termos
da pre- sente lei compete às seguintes enti- do artigo 12.o; i) A inobservância pelo operador
dades, no quadro das suas competências: de plataforma eletró-
a) IMT, I. P.; nica da proibição constante do n.o 2 do artigo
b) AMT; 12.o;

c) Autoridade para as Condições do Trabalho; j) A utilização de veículos com inobservância


d) Instituto da Segurança Social, I. P.; do dis-

e) Guarda Nacional Republicana; posto nos n.os 3, 4, 5, 6, 7 e 8 do artigo 12.o;

f ) Polícia de Segurança Pública; k) A violação dos limites de duração de ativi-


dade cons-
g) Autoridade Tributária;
tantes dos n.os 1 e 2 do artigo 13.o;
h) Comissão Nacional de Proteção de Dados.
l) A intermediação de serviços de TVDE em
violação
Artigo 25º do n.o 1 do artigo 13.o;
Regime sancionatório m) A inobservância do dever de manter regis-
tos, nos
1 — As infrações às disposições da presente
lei cons- tituem contraordenações, sendo-lhes termos do n.o 3 do artigo 13.o;
aplicáveis, em tudo quanto nela não se encon- n) A inobservância do dever de bloqueio, nos
tra especialmente regulado, o regime geral das termos
contraordenações.
do n.o 2 do artigo 14.o;
2 — São sancionadas com coima de € 2000 a
€ 4500, no caso de pessoas singulares, ou de € o) A cobrança de preços pela prestação do
5000 a € 15 000, no caso de pessoas coletivas, serviço de
as seguintes infrações, praticadas com dolo ou TVDE com inobservância do disposto nos n.os
negligência: 2, 3, 5, 6 e 7 do artigo 15.o;
a) A prestação de serviços de TVDE fora de p) O incumprimento da obrigação da disponibi-
plataforma eletrónica; lização de preços, nos termos do n.o 4 do artigo
15.o;
Regulamento da atividade 53

q) O incumprimento do dever de emissão de a) 60 % para o Estado;


fatura, nos termos do disposto no n.o 8 do b) 20 % para o IMT, I. P., constituindo receita
artigo 15.o; própria; c) 20 % para a entidade fiscalizadora.
r) A disponibilização de serviços pelas platafor-
mas eletrónicas em inobservância do disposto
nos n.os 1 e 2 do artigo 19.o;
CAPÍTULO VI
s) A não realização das diligências previstas no
Taxas e contribuição
n.o 3 do artigo 19.o;
t) A não manutenção de registos nos termos do Artigo 29º
n.o 3 do artigo 19.o; Taxas
u) A inobservância da proibição constante do As taxas devidas pelos procedimentos admin-
n.o 5 do artigo 19.o; istrativos previstos na presente lei são fixadas
v) A prestação de informações falsas no âmbito pelas entidades com- petentes, relativamente
dos deveres de informação previstos no artigo aos serviços por si prestados, de acordo com os
30.o; princípios gerais para a fixação de taxas.
w) O não pagamento das contribuições no
prazo esta- belecido no n.o 3 do artigo 30.o; Artigo 30º
x) O não envio da informação prevista nos n.os
4 e 5 do artigo 30.o
Contribuição de regulação e supervisão
1 — Os operadores de plataforma eletrónica
estão obrigados ao pagamento de uma
Artigo 26º contribuição, que visa compensar os custos
administrativos de regulação e acom- panha-
Sanções acessórias mento das respetivas atividades e estimular
Pela prática das contraordenações previstas no o cumpri- mento dos objetivos nacionais em
artigo anterior pode ser aplicada, em função da matéria de mobilidade urbana.
gravidade do ilícito praticado e nos termos do 2 — O valor da contribuição prevista no número
regime geral das contraor- denações, a sanção anterior corresponde a uma percentagem,
acessória de interdição do exercício da ativi- entre o mínimo de 0,1 % e o máximo de 2 %, dos
dade pelo período máximo de dois anos. valores da taxa de intermediação cobrada pelo
operador de plataforma eletrónica em todas as
suas operações, nos termos do n.o 3 do artigo
Artigo 27º 15.o, fi- xada por portaria dos membros do
Processamento das contraordenações Governo responsáveis pelas áreas das finanças
e dos transportes urbanos, tendo em consid-
1 — O processamento das contraordenações
eração os objetivos previstos igualmente no
previs- tas na presente lei compete ao IMT, I. P.,
número anterior.
que organiza o registo das infrações cometidas
nos termos da legislação em vigor. 3 — O apuramento da contribuição a pagar por
cada operador de plataforma eletrónica é feito
2 — A aplicação das coimas é da competência
mensalmente, por autoliquidação, tem como
do con- selho diretivo do IMT, I. P.
base as taxas de interme- diação cobradas em
cada um dos serviços prestados no mês ante-
rior, e é paga até ao último dia do mês seguinte
Artigo 28º
a que respeita.
Produto das coimas 4 — Sem prejuízo do disposto no número
O produto das coimas reverte em: anterior, fi- cam os operadores de plataforma
eletrónica obrigados a enviar mensalmente
à AMT, até ao fim do mês seguinte a que relatório final fun- damentado, o qual deve
reporta, informação relativa à atividade real- apresentar as recomendações e propostas de
izada, nomeadamente o número de viagens, ajustamento das regras legais e regulamen-
o valor faturado individualmente e a respetiva tares em vigor, sempre que tal se afigure
taxa de intermediação efe- tivamente cobrada, necessário para a melhoria do regime avaliado.
de acordo com modelo de formulário a apro- 3 — O relatório final a elaborar pelo IMT, I. P.,
var pelo conselho diretivo da AMT e disponível deve ser submetido a parecer por parte da AMT,
para consulta no sítio na Internet da AMT. constituindo este parte integrante daquele
5 — A informação a prestar pelos operadores relatório.
de pla- taforma eletrónica deve ter suporte nas
faturas emitidas, podendo a AMT solicitar o
acesso ou envio de compro- vativos, bem como Artigo 32º
realizar as auditorias que entender necessárias.
Regime transitório
6 — O disposto nos números anteriores não
1 — Os operadores de plataformas eletrónicas,
prejudica a faculdade da AMT proceder à
e os ope- radores de TVDE e respetivos motor-
correção da autoliquidação, nos termos gerais.
istas, devem, respeti- vamente, nos prazos
7 — A cobrança coerciva das dívidas proveni- máximos de 60 e 120 dias contados da data de
entes da falta de pagamento das contribuições entrada em vigor da presente lei, conformar
faz-se através do processo de execução fiscal, a sua atividade de acordo com a mesma, sem
constituindo título executivo a certidão prejuízo da possibilidade prevista no n.o 3.
passada pela AMT.
2 — O conselho diretivo do IMT, I. P., deve apro-
8 — Os montantes cobrados constituem receita var o modelo de certificado previsto na alínea
a afetar na seguinte proporção: d) do n.o 2 do artigo 10.o no prazo de 30 dias a
a) 40 %, ao Fundo para o Serviço Público de contar da publicação da presente lei.
Transpor- tes, criado pelo artigo 12.o do Regime 3 — Mediante decisão devidamente funda-
Jurídico do Serviço Público de Transporte de mentada na qual se reconheça a ocorrência de
Passageiros, aprovado pela Lei n.o 52/2015, de factos justificativos, de- signadamente atrasos
9 de junho; na implementação dos instrumentos técnicos
b) 30 %, à AMT; necessários à plena aplicação da presente lei, o
conselho diretivo do IMT, I. P., pode prorrogar
c) 30 %, ao IMT, I. P. qualquer dos prazos referidos no n.o 1, por um
período adicional de até 180 dias.

CAPÍTULO VII
Artigo 33º
Disposições finais e transitórias
Entrada em vigor
Artigo 31º
A presente lei entra em vigor no primeiro dia
Avaliação do regime do terceiro mês seguinte ao da sua publicação.
1 — A implementação dos serviços regulados Aprovada em 12 de julho de 2018.
na pre- sente lei, no território nacional, é objeto
de avaliação pelo IMT, I. P., decorridos três anos O Presidente da Assembleia da República,
sobre a respetiva entrada em vigor, em articu- Eduardo Ferro Rodrigues.
lação com a AMT, com as restantes entidades Promulgada em 31 de julho de 2018.
competentes e associações empresariais e de
Publique-se.
cidadãos relevantes.
O Presidente da República, MARCELO REBELO
2 — Para efeitos do disposto no número ante-
DE SOUSA.
rior, com- pete ao IMT, I. P., a elaboração de um
Regulamento da atividade 55

Referendada em 2 de agosto de 2018. Ao abrigo do disposto no n.o 3 do artigo 10.o


Pelo Primeiro-Ministro, Augusto Ernesto Santos da Lei n.o 45/2018, 10 de agosto, manda o
Silva, Ministro dos Negócios Estrangeiros. Governo, pelo Secre- tário de Estado Adjunto e
da Mobilidade, o seguinte:
111560752

CAPÍTULO I
Portaria 293-2018 Disposição inicial
Regulamento da UBER Artigo 1º
AMBIENTE E DA TRANSIÇÃO Objeto
ENERGÉTICA 1 — A presente portaria estabelece os requis-
itos e pro- cedimentos dos cursos de formação
rodoviária destina- dos à emissão e renovação
Portaria n.o 293/2018 de 31 de outubro do certificado de motorista de transporte indi-
vidual e remunerado de passageiros em veícu-
A Lei n.o 45/2018, de 10 de agosto, que apro- los descaracterizados a partir de plataforma
vou o re- gime jurídico de acesso e exercício da eletrónica (CMTVDE), as condições de orga-
atividade de trans- porte individual e remuner- nização e comunicação prévia dos cursos de
ado de passageiros em veículos descaracteri- formação, bem como, os requisitos exigidos às
zados a partir de plataforma eletrónica, remete entidades que pretendam ministrar os referi-
para portaria a definição da carga horária do dos cursos de formação rodoviária.
curso de for- mação rodoviária para motoristas
a que alude a alínea b) do n.o 2 do artigo 10.o 2 — A presente portaria estabelece, ainda, as
da supracitada lei. medidas administrativas aplicáveis às enti-
dades que ministram cur- sos de formação para
Torna-se, assim, necessário regulamentar as motoristas e candidatos a motorista de trans-
matérias respeitantes aos cursos de formação porte individual e remunerado de passageiros
rodoviária para obten- ção e renovação do em veículos descaracterizados a partir de plata-
certificado de motorista de transporte individ- forma eletrónica (TVDE), em caso violação dos
ual e remunerado de passageiros em veícu- deveres a que se encontram vinculadas, bem
los des- caracterizados a partir de plataforma como pelo incumprimento da ministração dos
eletrónica, os requi- sitos específicos das enti- cursos de acordo com os conteúdos e organi-
dades formadoras autorizadas a ministrar os zação estabelecidos.
cursos de formação rodoviária e a organização
dos referidos cursos, e bem ainda, o estabelec-
imento das medidas administrativas sancio-
natórias aplicáveis em caso de incumprimento CAPÍTULO II
do estabelecido na presente portaria. Cursos de formação
Foram ouvidas a Associação Nacional de Artigo 2º
Parceiros das Plataformas Alternativas de Trans-
porte (ANPPAT), Associação Portuguesa de Disposições gerais
Escolas de Condução (APEC), Associação Nacio- 1 — Os cursos de formação rodoviária para
nal dos Industriais do Ensino de Condução emissão ou renovação de CMTVDE, a que se
Automóvel (ANIECA) e a Associação dos Indus- refere o n.o 3 do artigo 10.o da Lei n.o 45/2018,
triais do Ensino de Condução Automóvel de de 10 de agosto, devem ser ministrados com
Portugal (ANORECA). recurso a métodos e técnicas que garan- tam
Assim: a qualidade da formação, e integram especifi-
camente módulos relativos a comunicação
e relações interpesso- ais, normas legais de 7 — A entidade formadora deve elaborar
condução, técnicas de condução, regulamenta- manual de apoio para todos os módulos de
ção da atividade e situações de emergência e formação, o qual deve ser disponibilizado aos
primeiros socorros. formandos.
2 — Os cursos de formação rodoviária devem 8 — Cada curso de formação tem o limite de
dispor de um coordenador pedagógico frequência de 30 formandos.
possuidor de certificado de aptidão profissional 9 — A entidade formadora deve assegurar o
de formador ou de certificado de competências controlo de presenças dos formandos durante
pedagógicas de formador, ao qual compete, a ministração do curso de formação, registá-las
em especial: em documento próprio, que deve ser arquiv-
a) Efetuar o acompanhamento pedagógico de ado no dossier técnico pedagógico.
cada curso de formação, o que inclui a aval- 10 — Os formadores devem possuir competên-
iação do desempenho dos formadores; cias que o Instituto da Mobilidade e dos Trans-
b) Assegurar a articulação com os formadores portes, I. P. (IMT, I. P.), considere adequadas às
e outros agentes envolvidos no processo matérias que ministram e ser pos- suidores
formativo; do certificado de aptidão pedagógica ou de
c) Subscrever os certificados de formação referi- certi- ficado de competências pedagógicas de
dos na alínea b) do n.o 2 do artigo 10.o da Lei formador.
n.o 45/2018, de 10 de agosto.
3 — O coordenador pedagógico referido no Artigo 3º
número anterior não pode acumular o cargo
com a função de for- mador no mesmo curso. Curso de formação inicial para obtenção de CMTVDE
4 — Durante a ministração dos cursos de 1 — O curso de formação inicial para obtenção
formação deve estar disponível na sala de CMTVDE tem a duração mínima de 50 horas,
de formação dossier técnico pedagógico, e comporta uma componente teórica e uma
contendo a seguinte informação: componente prática.
a) Identificação do tipo de curso, cronograma, 2 — O conteúdo do curso de formação inicial
incluindo a identificação dos módulos a minis- deve abran- ger obrigatoriamente os módu-
trar e respetivas cargas horárias; los 1 a 6 do anexo I à pre- sente portaria, que
dela faz parte integrante, e proporcionar aos
b) Identificação da entidade formadora, do formandos a aquisição das competências ali
coordenador pedagógico e dos formadores, referidas.
com indicação das matérias que ministram no
curso; 3 — O curso de formação inicial pode ser minis-
trado em regime presencial ou com recurso a
c) Indicação do local da formação e descrição formação à distância, sendo que a formação
dos re- cursos pedagógicos disponíveis; à distância não pode exceder 50 % da carga
d) Identificação dos formandos, contendo o horária prevista para a duração total do curso.
nome com- pleto, número de identificação civil 4 — A componente prática do curso de
e fiscal. formação inicial, com recurso a veículos, é
5 — O dossier técnico pedagógico deve estar ministrada por formadores habi- litados há,
disponível para consulta durante todo o curso pelo menos, cinco anos com carta de condução
de formação no local onde é ministrado. da categoria B.
6 — A entidade formadora deve conservar o 5 — Os formandos devem frequentar, no
dossier técnico pedagógico pelo período de 5 mínimo, 80 % da carga horária de cada módulo
anos após a con- clusão do curso. de formação inicial, sob pena de não emissão do
certificado de conclusão do curso de formação.
Regulamento da atividade 57

6 — Sem prejuízo da frequência efetiva da Artigo 6º


formação inicial, as entidades formadoras
devem garantir a existência de uma avaliação Comunicação prévia das ações de formação
final e um nível mínimo de aprovação. As entidades formadoras devem enviar ao
IMT, I. P., com a antecedência mínima de 3 dias
úteis, relativamente ao início de cada ação de
Artigo 4º formação, uma comunicação com a identifi-
cação da ação de formação, o cronograma, o
Curso de formação contínua para
horário e o local de realização.
renovação de CMTVDE
1 — O curso de formação contínua para
renovação do CMTVDE tem a duração de 8
horas e visa a atualização dos conhecimentos CAPÍTULO III
fundamentais para a função de moto- rista de
Entidades formadoras
TVDE.
2 — O conteúdo do curso de formação contínua, Artigo 7º
a dis- tribuição pelos módulos específicos 1 a Reconhecimento de entidades formadoras
5 e as respetivas cargas horárias constam do
anexo II à presente portaria, que dela faz parte Encontram-se legalmente habilitadas para
integrante. ministrar os cursos de formação rodoviária para
candidatos e motoristas de TVDE as seguintes
3 — A formação contínua pode ser ministrada entidades:
com re- curso a ferramentas de ensino à distân-
cia, não podendo exceder 50 % da carga horária a) Entidade Exploradora de Escola de Condução,
prevista para a duração total do curso. licen- ciada ao abrigo da Lei n.o 14/2014, de 18
de março;
4 — A aprovação no curso de formação
contínua de- pende da frequência de 100 % da b) Entidade formadora licenciada ao abrigo do
respetiva carga horária. Decreto- -Lei n.o 126/2009, de 27 de maio, e
Portaria n.o 1200/2009, de 8 de outubro;
c) Entidade formadora reconhecida ao abrigo
Artigo 5º da Portaria n.o 1017/2009, de 9 de setembro;

Formação à distância d) Entidade formadora certificada ao abrigo da


Lei n.o 6/2013, de 22 de janeiro, e Portaria n.o
A entidade formadora que adote formação à 251-A/2015, de 18 de agosto.
distância deve:
Artigo 8.o
a) Disponibilizar o acesso diferenciado à plata-
forma para cada formando, no início da ação de Entidades formadoras provenientes de outros
formação; Estados-Membros

b) Assegurar que as questões e dúvidas colo- 1 — As entidades formadoras legalmente esta-


cadas pelos formandos na plataforma sejam beleci- das, noutro Estado-Membro da União
respondidas pelo forma- dor do módulo respe- Europeia ou do Espaço Económico Europeu,
tivo, no prazo máximo de dois dias úteis; para o exercício da atividade de formação
equivalente à regulamentada pela presente
c) Promover a avaliação formativa em cada portaria, podem ministrar, em território nacio-
módulo. nal, de forma ocasional e esporádica, ações de
formação a candidatos e motoristas de TVDE,
desde que observem o disposto na Lei n.o
45/2018, de 10 de agosto, na presente portaria
e demais legislação em vigor.
2 — As entidades formadoras referidas no
número an- terior devem comunicar previa-
mente a sua intenção ao IMT, I. P., através do
Artigo 10º
balcão único eletrónico dos servi- ços ou da Sanções administrativas
plataforma eletrónica do Instituto, juntando a
1 — O incumprimento do disposto na presente
seguinte documentação:
portaria determina a aplicação, pelo conselho
a) Comprovativo de que é entidade forma- diretivo do IMT, I. P., às entidades formado-
dora noutro Estado-Membro da União Euro- ras certificadas, de alguma ou algu- mas das
peia ou do Espaço Econó- mico Europeu certifi- seguintes sanções administrativas:
cada para ministrar formação a que se refere a
a) Advertência escrita, pelo incumprimento do
presente portaria;
estabe- lecido nos n.os 4, 5, 6, 7, 8 e 9 do artigo
b) Declaração de que dispõe de uma estru- 2.o e no artigo 5.o, todos da presente portaria;
tura de gestão eficaz que garanta a qual-
b) Não reconhecimento da validade da ação
idade da formação, de acordo com os
de forma- ção e/ou do certificado do curso de
requisitos necessários para o efeito, nomea-
formação rodoviária, pelo incumprimento do
damente, através do exercício de funções a
estabelecido nos n.os 1, 2, 3 e 10 do artigo 2.o,
tempo completo de um coordenador técnico
n.os 1 a 4 do artigo 3.o, n.os 1 a 3 do artigo 4.o e
pedagógico com habilitação de nível superior,
n.o 2 do artigo 8.o, todos da presente portaria;
vínculo contratual, formação ou experiência
pro- fissional adequadas e de equipa formativa c) Suspensão do exercício da atividade de
equilibrada; formação para obtenção ou renovação do
CMTVDE, pelo período máximo de um ano,
c) Declaração de que dispõe de competências
pelo incumprimento do estabelecido nos n.os
técnicas e operacionais, assim como de aptidão
5 e 6 do artigo 3.o e n.o 4 do artigo 4.o
para organizar os cursos adequados à atividade
de formação; 2 — A acumulação de duas das sanções admin-
istrativas previstas nas alíneas a) e b) do n.o 1
d) Declaração de que dispõe de, pelo menos,
tem como consequên- cia a aplicação da sanção
um cen- tro de formação que satisfaça os requi-
administrativa de suspensão do exercício da
sitos exigidos para os centros de formação
atividade de formação, para obtenção ou reno-
das entidades mencionadas no artigo 7.o da
vação do CMTVDE, pelo período máximo de
presente portaria, identificando a respetiva
um ano.
localização.
3 — As sanções administrativas aplicadas são
publici- tadas no sítio da Internet do IMT, I. P.

CAPÍTULO IV
Fiscalização, regime sancionatório e taxas
Artigo 11º

Artigo 9º Taxas
1 — A taxa cobrada pelos atos relativos à certifi-
Fiscalização cação de candidatos e motoristas de TVDE é a
1 — A fiscalização do cumprimento do disposto constante do anexo III à presente portaria.
na presente portaria compete ao IMT, I. P. 2 — O produto das taxas cobradas, nos termos
2 — Os trabalhadores do IMT, I. P., com do nú- mero anterior, constitui receita do IMT,
competência na área da fiscalização e, no exer- I. P.
cício de funções, desde que devidamente
credenciados, têm livre acesso aos lo- cais desti-
nados ao exercício da atividade de formação
das entidades formadoras.
Regulamento da atividade 59

CAPÍTULO V
Disposições finais Módulo 2 — Normas legais de condução (10 horas)
Artigo 12º Objetivo: O formando deve ser capaz de
conduzir com segurança um veículo ligeiro de
Cooperação administrativa passageiros, com respeito pelos sinais e regras
Para efeitos da aplicação da presente portaria, de trânsito, adotando técnicas de con- dução
as autori- dades competentes participam na adequadas, de forma a aperfeiçoar a opera-
cooperação administra- tiva, no âmbito dos cionali- zação dos conhecimentos de que é
procedimentos relativos a profissionais e enti- detentor.
dades provenientes de outros Estados-Mem-
bros, nos termos do disposto no n.o 2 do artigo
51.o da Lei n.o 9/2009, de 4 de março, e no Módulo 3 — Técnicas de condução (10 horas)
capítulo VI do Decreto-Lei n.o 92/2010, de 2 de Objetivo: Pretende-se que o formando seja
julho, nomeadamente através do sistema de capaz de fazer uma gestão racional do veículo,
Infor- mação do Mercado Interno. em termos de con- sumo de energia, efeitos
poluentes e aspetos relativos à segurança, prat-
icando uma condução alicerçada no con- ceito
Artigo 13º de condução defensiva.
Entrada em vigor
A presente portaria entra em vigor no dia 1 de Módulo 4 — Regulamentação da atividade (6 horas)
novembro de 2018.
Objetivo: O formando deve ser capaz de
O Secretário de Estado Adjunto e da Mobili- conhecer os seus direitos e deveres decorrentes
dade, José Fernando Gomes Mendes, em 25 de da legislação aplicável ao acesso e exercício da
outubro de 2018. profissão de motorista de TVDE, e bem assim os
aspetos mais relevantes da atividade de opera-
dor de TVDE.
ANEXO I
(a que se refere o n.o 2 do artigo 3.o)
Módulo 5 — Situações de emergência
Curso de formação inicial para obtenção de CMTVDE e primeiros socorros (8 horas)
O curso inicial de formação rodoviária para Objetivo: O formando deve ser capaz de recon-
obtenção de CMTVDE com a duração de 50 hecer situações de emergência, aplicar proced-
horas, integra os módulos e objetivos seguintes: imentos e adotar providências adequadas.

Módulo 1 — Comunicação e relações Módulo 6 — Condução individual


interpessoais (10 horas) de veículos (6 horas)
Objetivo: Pretende-se que o formando seja Objetivo: Pretende-se o aperfeiçoamento
capaz de identificar e adotar atitudes e compor- da condução do formando baseado nas
tamentos que reflitam minimamente valores competências adquiridas du- rante o curso,
de cooperação, respeito, tolerância e urbani- nomeadamente através da ministração dos
dade, numa ótica de desenvolvimento pessoal, módulos 2 e 3.
relacional e social, potenciando, desta forma, a
existência de clima favorável na relação com os A formação prática pode ser ministrada, em
passageiros e com os demais utilizadores da via parte, com o recurso à utilização de simuladores
pública. de última geração, não podendo exceder 50 %
da carga horária prevista para este módulo.
ANEXO II
(a que se refere o n.o 2 do artigo 4.o)
Curso de formação contínua para
renovação de CMTVDE
O curso de formação contínua com a duração
de 8 horas tem como objetivo a atualização dos
conhecimentos fundamentais para a profis-
são de motorista de TVDE, relativamente aos
seguintes módulos:
Módulo 1 — Comunicação e relações interpes-
soais (2 horas);
Módulo 2 — Normas legais de condução (1h,30
minutos); Módulo 3 — Técnicas de condução
(1h,30 minutos); Módulo 4 — Regulamentação
da atividade (1h,30 mi-
nutos);
Módulo 5 — Situações de emergência e
primeiros
socorros (1h,30 minutos).

ANEXO III
(a que se refere o n.o 1 do artigo 11.o)
Tabela de taxas
1 — Emissão, renovação ou substituição de
CMTVDE: € 30,00.
111772998

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