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Índice
1. OS ACIDENTES RODOVIÁRIOS 4
2. PROCEDIMENTOS EM CASO DE ACIDENTE 4
2.1. Na cena do acidente 4
2.2. Informação a prestar 5
2.3. Como agir face à emergência em caso de acidente 5
2.4 Prevenção do Agravamento de um Acidente Rodoviário 5
3. PRIMEIROS SOCORROS 6
3.1 Sistema Integrado de Emergência Médica 6
4. EXAME DA VÍTIMA 7
4.1 Exame Primário 7
4.2 Caracterização de sinais vitais 8
4.3 Observação sistematizada 8
7. HEMORRAGIAS 12
7.1 Classificação das hemorragias quanto á origem 12
7.2 Classificação das hemorragias quanto á localização 12
7.3 Métodos de controlo de hemorragias 12
8. FENOMENOLOGIA DA COMBUSTÃO 12
8.1 Fontes de origem de energia de activação 13
8.2 Métodos de extinção 13
8.3 Classes de fogo 13
8.4 Agentes Extintores 13
9. Extintores 14
9.1 Actuação com extintores 14
1. OS ACIDENTES RODOVIÁRIOS Quer se trate de interacções homem-máquina
(operações sobre o veículo e respectivos
Um acidente é definido como um acontec- elementos técnicos), quer de interacções com
imento súbito e inesperado do qual resul- os restantes utilizadores da via (condutores
tam consequências indesejáveis. Este aconte- ou peões), as decisões tomadas são determi-
cimento resulta directa ou indirectamente da nadas pelas condições internas do indivíduo
actividade humana, não sendo, portanto, um (estado funcional), pela natureza da tarefa
acontecimento natural, como por exemplo, um (nível de complexidade) e pelas condições exis-
sismo. Também é claro que um acidente é mais tentes para a sua realização, ou seja, a qual-
do que apenas um acontecimento inesper- idade e o estado dos elementos técnicos, o
ado; ele vem acompanhado de perdas, muitas envolvimento (ambiente rodoviário) e o tempo
vezes irreparáveis. No entanto, sabe-se que os útil para a tomada de decisão e para a acção
momentos em que tudo corre bem são em correspondente.
maior número do que aquelas em que várias
circunstâncias se conjugam para que um acto
inseguro dê origem a um acidente.
2. PROCEDIMENTOS EM
Com o objectivo de constituir a base de conhe-
cimento necessária ao desenvolvimento de CASO DE ACIDENTE
tecnologias que evitem acidentes, Tijerina,
1996 identificou um conjunto de factores
contributivos, tendo proposto uma taxono- 2.1. Na cena do acidente
mia que comporta as seguintes categorias de Qualquer condutor que assista a um acidente
factores: no qual existam pessoas feridas ou haja um
•Incapacidade do condutor, resultante de dívida veículo danificado, mesmo que o acidente
de sono, ingestão de medicamentos, abuso do tenha sido causado por outros, tem o dever de
álcool ou drogas, mal-estar súbito; parar e prestar auxílio. Acima de tudo, o condu-
tor deve evitar o pânico e ser o mais objectivo
•Falha na percepção de um risco
possível, recomendando-se as seguintes regras
•Não perceber adequadamente as característi- gerais:
cas de uma situação de tráfego e a informação
•Antes de sair do veículo para prestar auxílio,
disponível;
deve assegurar-se de que o próprio, os seus
•Não perceber a informação porque não era passageiros e o seu veículo estão em segurança.
esperada ou não estava disponível;
•Chamar imediatamente as autoridades e uma
•Inatenção ou distracção do condutor (não ambulância quando for necessário ou repartir
prestar atenção a aspectos críticos da situação estas duas tarefas com outra pessoa de modo a
de condução); reduzir o tempo de espera.
•Intrusão súbita de um veículo que entra em Na cena do acidente deverá:
rota de colisão com outro veículo cujo condu-
•Colocar sinalização adequada e proteger-se de
tor não se apercebe;
modo a evitar outros acidentes;
•Falha técnica do veículo (cessa de funcionar
•Procurar pessoas que tenham visto a ocorrên-
normalmente).
cia e que possam prestar o seu testemunho às
O comportamento e o desempenho humanos autoridades;
são, efectivamente, referidos como factores
•Desligar a ignição dos veículos acidentados de
causais da maioria dos acidentes. No entanto,
forma a evitar incêndios;
o elemento humano é apenas o último elo na
cadeia das interacções que se estabelecem na •Evitar acções, por parte de pessoas que este-
condução de veículos, tomando decisões e jam a observar a ocorrência, que possam causar
agindo de acordo com as mesmas. mais ferimentos ou danos, como por exemplo,
Manual de Situações de Emergencia e Primeiros Socorros 5
•Colocar calços nas rodas para que não haja Pode concluir-se que «Sistema Integrado de
deslocamento do veículo. Emergência Médica» (SIEM) é um conjunto de
meios e acções pré-hospitalares e intra-hos-
Não mexer no carro nem nas vítimas. pitalares, com a intervenção activa dos vários
Caso não consigamos afastar o perigo da componentes de uma comunidade, portanto
vítima, devemos afastar a vítima do perigo (só pluridisciplinar, programados de modo a possi-
em último recurso em que a vítima corra risco bilitar uma acção rápida, eficaz, com econo-
de vida) por arrastamento. mia de meios, em situações de doença súbita,
acidentes, catástrofes, nas quais a demora de
medidas adequadas de socorro pode acarretar
graves riscos para a vida dos doentes.
3. PRIMEIROS SOCORROS
tindo à vítima a continuação dos cuidados de tir a segurança do socorrista, dos populares e
emergência necessários; do (s) doente (s).
•Transferência e tratamento definitivo – Corre- Quando se chega ao local de uma ocorrência
sponde à entrega do doente na unidade de deve proceder-se da seguinte forma:
saúde adequada e à continuação do trata- Observar:
mento iniciado no local de ocorrência.
– Perigos para os socorristas e para a (s) vítima
(s);
3.1.2 Intervenientes no SIEM – Localização dos doentes e sua posição;
Um sistema de emergência médica depende – Estado do (s) doente (s): se estão conscientes,
de tudo e de todos, não podendo afirmar-se se existem hemorragias ou outro tipo de lesões
que existe uma única entidade ou profissional graves;
com responsabilidades exclusivas na prestação
do socorro. – No caso de um acidente, em que estado estão
o (s) veículos(s), qual o grau de destruição e
Existe sim um conjunto de intervenientes posição;
que vai desde o público em geral, aquele que
detecta a situação, até aos elementos que – Se foi uma queda, de que altura ocorreu;
permitem que a assistência de urgência seja – Etc.
possível. Ou seja, entre outros, os intervenien-
tes no sistema são:
• Público em geral;
4.1 Exame Primário
O objectivo deste exame é detectar a existên-
• Operadores das centrais de emergência;
cia de situações que possam pôr em perigo
• Agentes da autoridade; imediato a vida do doente, ou seja, situações
• Bombeiros; de compromisso das funções vitais.
• Socorristas de ambulância; Aquando da abordagem inicial de um doente,
importa ter a certeza que se cumprira todos os
• Médicos; itens da lista a seguir indicada:
• Enfermeiros; • Sinalização do local (fig. 7) e garantia de
• Pessoal técnico dos hospitais; que não existe perigo para o doente e para
• Etc.. socorrista;
• Os acessos ao doente: se existem, se são
seguros;
4. EXAME DA VÍTIMA • Se o doente se encontra ou não consciente;
Antes de se iniciar qualquer tipo de procedi- • Se a via aérea se encontra livre e permeável;
mento terá de se examinar o doente, porque • Se o doente respira ou tem dificuldade em
só desta forma podem identificar-se as lesões e respirar;
definir-se a prioridade no seu tratamento.
• Caso existam hemorragias, proceder ao seu
Em termos práticos, há que identificar em controlo;
primeiro lugar as lesões que põem em perigo
imediato a vida do doente e aquelas que não • Se existem sinais de pré-aviso de choque, tais
carecem de tratamento imediato e que podem como: pele pálida, respiração rápida e pulso
aguardar. rápido;
6.1.2 Suporte básico de vida responder nem reagir a estímulos, pedir ajuda
(gritar), sem o abandonar. Este pedido de ajuda
O Suporte Básico de Vida é a execução de um
vai permitir alertar que algo de anormal se
conjunto de manobras que visam a manutenção
passa e somente depois de ser efectuado deve
da vida sem recurso a equipamento específ-
passar-se à fase seguinte;
ico, manobras essas que terão maior eficácia
quanto mais precocemente forem iniciadas. d) Verificar a cavidade oral (procurar: dentes
partidos, prótese dentárias, etc.) e efectuar de
seguida a extensão da cabeça. Se for uma situ-
6.1.2 Desfibrilhação automática externa ação de trauma a manobra será substituída
pela elevação do maxilar inferior;
Apesar de todos os elos serem fundamentais,
a desfibrilhação precoce torna-se no elo mais e) Avaliar a ventilação – ver, ouvir e sentir
eficaz na reanimação do doente adulto já que a durante 10 segundos
causa mais frequente de paragem cardio-respi- Se não ventila:
ratória é um ritmo cardíaco caótico denomi-
nado por fibrilhação ventricular. • Sozinho – Abandonar o doente e ligar 112;
• Acompanhado – Mandar ligar 112.
Caso seja uma situação de trauma, intoxicação,
6.1.3 Suporte Avançado de Vida
afogamento ou em crianças com idade inferior
Estas manobras visam a reanimação do doente a 8 anos, o pedido de ajuda deve ser efectuado
e são compostas por um conjunto de actos sem abandonar o doente, ou seja, semelhante
que são da competência de um médico. Hoje é ao que se fez no início do algoritmo. Nestes
possível levar estas manobras junto do doente casos efectuar, manobras de reanimação
devido à existência de viaturas médicas que cardio-respiratória durante um minuto e entre-
permitem a deslocação de equipamento e tanto, se não se obteve ajuda, abandonar o
pessoal treinado. doente e efectuar o pedido.
f ) Após ter garantido o pedido de ajuda, efec-
6.2 Algoritmo de Suporte básico de vida tuar de imediato 30 compressões ao ritmo de
100ct/min
Compreende-se como paragem cardio-respi-
ratória a ausência de respiração espontânea e a g) Após ter efectuado 30 compressões, efec-
ausência de sinais de circulação. Assim, na abor- tuar 2 insuflações, cada uma com a duração de
dagem de um doente aparentemente inconsci- 1 segundo e com 2 segundos de intervalo para
ente, cumprir os seguintes passos: a expiração passiva;
7.1 Classificação das hemorragias quanto á origem O resultado destas técnicas pode ser
melhorado, associando às mesmas os seguintes
As hemorragias classificam-se em relação ao procedimentos:
vaso atingido. Deste modo, existem:
• Aplicação de frio;
• Hemorragias arteriais;
• Elevação do membro.
• Hemorragias venosas;
• Hemorragias capilares.
8. FENOMENOLOGIA DA COMBUSTÃO
7.1.1. Hemorragias arteriais Para controlar o fogo e evitar que se torne
num incêndio e necessário conhecer alguns
Quando o vaso que sangra é uma artéria. Carac- princípios do fenómeno da combustão.
teriza-se pela saída de sangue vermelho vivo e
às «golfadas», ou seja, num jacto descontínuo, Combustão e uma reacção de oxidação entre
correspondente à contracção do coração. um agente combustível e um comburente,
provocada por uma energia de activação. Essa
reacção è exotérmica ou seja com libertação de
7.1.2. Hemorragias venosas calor.
Quando o vaso que sangra é uma veia. Carac- Qualquer substancia na forma gasosa, líquida
teriza-se por uma saída de sangue vermelho ou sólida, que seja capaz de arder quando
escuro em jacto contínuo. submetida a aquecimento é um combustível.
O comburente e uma atmosfera ou corpo
gasoso em cuja presença o combustível
7.1.3. Hemorragias capilares pode arder. O melhor exemplo de combu-
Quando são atingidos os vasos capilares. Carac- rente, responsável pela grande maioria das
teriza-se por uma saída de sangue em toalha. combustões, é o oxigénio. Outro gás, no seio
Normalmente não oferecem perigo.
Manual de Situações de Emergencia e Primeiros Socorros 13
9. Extintores
A protecção dos riscos de ocupação deverá
ser efectuada por extintores homologados
para o combate a fogos das classes A,B,C ou D,
de acordo com o maior risco que a ocupação
apresente.
Os extintores têm de estar colocados perma-
nentemente nos locais designados e em
condições de operacionalidade.
A colocação dos extintores deve ser feita em
suportes de parede ou instalados em pequenos
receptáculos (caixas), de modo a que o topo do
extintor não fique a uma altura superior a 1,20
M Acima do solo.
2
Índice
1. Requisito para Obtenção dos Títulos de Condução 17
2. Documentos que devem acompanhar o motorista 17
3 . Sinalização 18
Marcas rodoviárias 18
4. Transporte de pessoas 18
5. Regras de Trânsito e Manobras dos Condutores 18
5.1 Início e Retoma de marcha 18
5.2 - Posição a ocupar na via 19
5.3 Mudança de via de trânsito 19
5.4 Distância de segurança 19
6. Prioridade de Passagem 19
7. Velocidade 20
Limites de velocidade em alguns países da U.E 20
Limites Mínimos de velocidade 20
8. Cruzamento de veículos 21
Veículos de grandes dimensões 21
9. Ultrapassagem 21
Realização da manobra 21
rem as precauções necessárias para evitar Para regular a ordem de passagem dos veícu-
qualquer acidente. los, nesses locais podem existir sinais lumino-
Nas localidades, os motoristas devem abrandar sos ou gentes policiais mas, quando isso não
a sua marcha e, se necessário, parar, sempre que é possível, são os próprios condutores que
os veículos de transporte colectivo de passage- terão que resolver o problema, obedecendo
iros retomem a marcha à saída dos locais de aos sinais gráficos que eventualmente exis-
paragem. tam nesses locais, ou respeitando as regras da
prioridade.
Nos cruzamentos e entroncamentos o condu-
5.2 - Posição a ocupar na via tor deve ceder a passagem aos veículos que se
O trânsito de veículo deve fazer-se pelo lado lhe apresentem pela direita.
direito da faixa de rodagem, excepto quando O condutor sobre o qual recai o dever de
pretenda ultrapassar ou mudar de direcção, e o ceder passagem, deve abrandar a marcha, e se
mais próximo possível das bermas ou passeios, necessário para, para permitir a passagem ao
conservando destes uma distância que permita outro condutor, sem que esse tenha de alterar
evitar acidentes. a sua velocidade ou direcção.
A cedência de passagem não impõe uma para-
gem obrigatória mas, em muitos casos a para-
5.3 Mudança de via de trânsito gem é mesmo necessária.
Os motoristas só podem efectuar esta mano-
No entanto, o facto de ter prioridade de
bra em local e para que da sua realização não
passagem, não dispensa nenhum motorista de
resulte perigo ou embaraço para o trânsito,
tomar as precauções necessárias à segurança
quem pretenda mudar de via de trânsito deve
do trânsito.
assinalar, com a necessária antecedência, a sua
intenção aos demais utentes da via, através da Deve sempre ceder a passagem o condutor:
luz de mudança de direcção. — Os condutores devem ceder passagem
aos velocípedes que atravessem as faixas de
rodagem nas passagens assinaladas.
5.4 Distância de segurança
— Os condutores de velocípedes não podem
Considera-se distância de segurança o espaço atravessar a faixa de rodagem sem previa-
mínimo que o condutor de um veiculo em mente se certificarem que, tendo em conta
marcha deve manter entre o seu veiculo e o que a distância que os separa dos veículos que
segue à sua frente, por forma a evitar acidentes nela transitam e a respectiva velocidade, o
em caso de súbita paragem ou diminuição da podem fazer sem perigo de acidente.
velocidade deste.
— O condutor de um veículo de tração
A distância de segurança depende, entre outros animal ou de animais deve ceder a passagem
factores, da velocidade. Quanto mais elevada aos veículos a motor, salvo nos casos de
for a velocidade, maior terá que ser a distância saída de parques de estacionamento, camin-
de segurança. hos particulares etc. e rotundas. (Desapare-
cem os velocípedes).
Portanto agora os motoristas têm que ceder
6. Prioridade de Passagem prioridade aos velocípedes quando estes se
Em determinados locais, nomeadamente nas apresentem pela direita.
intersecções de vias, os veículos cruzam-se Quem sai de uma passagem de nível tem
entre si dando origem ao que se chama pontos sempre prioridade.
de conflito.
Na Alemanha, os condutores de veículos
de transporte de passageiros gozam ou de
transporte escolar gozam de prioridade ao -À aproximação de passagens assinaladas na
retomarem a circulação à saída dos locais faixa de rodagem para a travessia de peões e ou
de paragem, tanto dentro como fora das velocípedes, nas localidades ou vias margina-
localidades. das por edificações, nas zonas de coexistência
Muito importante esta parte da matéria, daí ser à aproximação de utilizadores vulneráveis, e
mais pormenorizada. na aproximação de aglomerações de pessoas
ou animais.
Salvo em caso de perigo eminente, o motor-
7. Velocidade ista não deve diminuir subitamente a velocid-
ade do veículo, sem previamente se certificar
Velocidade é o espaço ou distância percorrido de que daí, não resulta perigo para os outros
em certa unidade de tempo. utentes da via, nomeadamente para os condu-
A velocidade instantânea é aquela a que o tores que sigam à sua retaguarda.
condutor se desloca num dado momento. Quando tenham que reduzir subitamente a
O excesso de velocidade, mesmo quando ocorre velocidade, por motivo de obstáculo impre-
em condições que, à partida são as melhores visto ou condições meteorológicas especiais,
para o exercício da condução, é perigoso e os condutores devem fazer uso dos indica-
pode conduzir a consequências mortais. dores de mudança de direcção (pisca-pisca) em
simultâneo.
Não esquecer que é a principal causa da
sinistralidade. Limites Máximos de velocidade: Portugal e
EU
Assim, o condutor deve regular a velocidade
de modo a que possa, em condições de segu- - Em Portugal
rança, executar as manobras cuja necessidade Todos os veículos automóveis estão sujeitos a
seja de prever e, especialmente, fazer parar o limites máximos de velocidade
veículo no espaço livre e visível à sua frente.
No que toca a automóveis pesados de passage-
Para o efeito, o condutor deve regular a veloci- iros, o respectivo limite não pode exceder as
dade tendo em atenção, os seguintes factores: seguintes velocidades: Zonas de coexistência
às características e estado da via; às característi- 20 Km/h-Todos os veículos.
cas e estado do veículo; à carga transportada;
Nas auto-estradas, a velocidade mínima autor- - Veículo cujo condutor assinale devidamente a
izada é de 50 km/h, salvo em situações excep- sua intenção de parar ou estacionar à esquerda
cionais, se existir sinalização em contrário. numa via de sentido único e deixe livre a parte
mais à direita da faixa de rodagem.
A ultrapassagem pode fazer-se pela direita
8. Cruzamento de veículos quando de pretenda ultrapassar:
Dá-se o cruzamento de veículos quando dois - Veículos que transitem sobre carris, desde que
veículos que transitem na mesma faixa de estes não utilizem aquele lado da faixa de roda-
rodagem e em sentidos opostos passem um gem e, não estejam parados para a entrada ou
pelo outro. saída de passageiros ou, estando parados para
tal, exista placa de refúgio para peões.
No cruzamento de veículos, os condutores
devem tomar as precauções indispensáveis
para que o mesmo se faça em condições
Realização da manobra
normais de segurança.
Motoristas de transporte colectivo de crianças
agora ao realizar a manobra de ultrapassagem
Veículos de grandes dimensões têm que redobrar o cuidado, pois quando ultra-
passarem um ciclista, atenção á distância de
Sempre que a largura livre da faixa de rodagem,
1,5m, até porque pode haver uma linha longi-
o perfil transversal ou o estado de conservação
tudinal contínua a dividir a faixa de rodagem e
da via não permitam que o cruzamento se faça
assim sendo, também não a podem pisar.
com a necessária segurança, os condutores de
veículos ou de conjuntos de veículos de largura
superior a 2 m ou cujo comprimento, incluindo
a carga, exceda 8 m devem diminuir a veloci- 10. Posicionamento na faixa
dade e parar, se necessário, a fim de o facilitar.
de rodagem para efectuar
mudança de direcção.
9. Ultrapassagem O condutor que pretenda mudar de direcção
A ultrapassagem é a manobra que permite ao para a direita deve aproximar-se, com a
condutor passar para a frente de outro veículo necessária antecedência e quanto possível, do
que circule no mesmo sentido. limite direito da faixa de rodagem e efectuar a
manobra no trajecto mais curto.
O condutor só pode efectuar esta manobra em
local e para que da sua realização não resulte O condutor que pretenda mudar de direcção
perigo ou embaraço para o trânsito. para a esquerda deve aproximar-se, com a
necessária antecedência e o mais possível do
Como regra, a ultrapassagem deve fazer-se
limite esquerdo da faixa de rodagem ou do
pela esquerda.
eixo desta, consoante a via esteja afecta a um
No entanto, à regra geral são consentidas três ou a ambos os sentidos de trânsito, e efectuar a
importantes excepções, ou seja, casos em que manobra de modo a entrar na via que pretende
é permitido ultrapassar pela direita. tomar pelo lado destinado ao seu sentido de
A ultrapassagem deve fazer-se pela direita circulação.
quando se pretenda ultrapassar: Se tanto na via que vai abandonar como
- Veículo cujo condutor assinale devidamente naquela em que vai entrar o trânsito se processa
a sua intenção de mudar de direcção para a nos dois sentidos, o condutor deve efectuar a
esquerda e deixe livre a parte mais à direita da manobra de modo a dar a esquerda ao centro
faixa de rodagem de intersecção das duas vias.
11. Inversão do sentido de marcha cialmente destinados a esse efeito e pela forma
indicada ou na faixa de rodagem, o mais próx-
A inversão do sentido da marcha é a manobra imo possível do respectivo limite direito, para-
que permite ao condutor colocar o veículo em lelamente a este e no sentido da marcha.
sentido oposto àquele em que segue.
- Ao estacionar o veículo, o condutor deve
O condutor só pode efectuar a manobra de deixar os intervalos indispensáveis à saída de
inversão do sentido da marcha em local para outros veículos, à ocupação dos espaços vagos
que da sua realização não resulte perigo ou e ao fácil acesso aos prédios, bem como tomar
embaraço para o trânsito. as precauções indispensáveis para evitar que
aquele se ponha em movimento.
Paragem de veículos de transporte colectivo:
12. Marcha atrás Nas faixas de rodagem, o condutor de veículo
A marcha atrás é a manobra que permite ao utilizado no transporte colectivo de passage-
condutor circular com o veículo em sentido iros só pode parar para a entrada e saída de
contrário à sua marcha normal. passageiros nos locais especialmente destina-
O condutor só pode efectuar esta manobra em dos a esse fim.
local para que da sua realização não resulte Os motoristas de transporte de crianças nunca
perigo ou embaraço para o trânsito. se podem esquecer de ligar as luzes de perigo,
A marcha atrás só é permitida como manobra quando imobilizem o veículo para entrar e
auxiliar ou de recurso e deve efectuar-se lenta- saírem crianças.
mente e no menor trajecto possível.
14. Condições de
13. Paragem e estacionamento utilização das luzes
Considera-se paragem a imobilização de um
É obrigatório, durante o dia, o uso de luzes de
veículo pelo tempo estritamente necessário
cruzamento nos túneis sinalizados como tal e
para a entrada ou saída de passageiros ou
nas vias de sentido reversível.
para breves operações de carga ou descarga,
desde que o condutor esteja pronto a retomar Os automóveis utilizados no transporte de
a marcha e o faça sempre que estiver a impedir crianças devem transitar com as luzes de cruza-
ou a dificultar a passagem de outros veículos. mento acesas e quando os veículos estiverem
parados para tomada e largada de crianças,
Considera-se estacionamento a imobilização
devem estar accionadas as luzes de perigo.
de um veículo que não constitua paragem
e que não seja motivada por circunstâncias Na Finlândia, Noruega, Dinamarca e Suécia,
próprias da circulação. é obrigatório circular com as luzes de cruza-
mento (médios) acesas, durante o dia.
Na Áustria, é obrigatória a circulação com essas
Como devem efectuar-se a paragem e o
luzes, dentro das localidades.
estacionamento:
Na Alemanha é proibida a utilização dos máxi-
- Fora das localidades, a paragem e o esta-
mos nas auto-estradas.
cionamento devem fazer-se fora das faixas de
rodagem ou, sendo isso impossível e apenas no
caso de paragem, o mais próximo possível do
respectivo limite direito, paralelamente a este e
Avaria nas luzes
no sentido da marcha. Sempre que seja obrigatória a utilização de
dispositivos de iluminação e de sinalização
- Dentro das localidades, a paragem e o esta-
cionamento devem fazer-se nos locais espe-
manual de normas legais de circulação 23
luminosa, é proibido o trânsito de veículos com Espanha, é mesmo obrigatório ter dois deles, na
avaria nas luzes França, somente os veículos pesados têm essa
No entanto, o trânsito de veículos com avaria obrigação, desde a generalização das luzes de
nas luzes é permitido quando os mesmos advertência de perigo em todos os veículos.
disponham de, pelo menos: No entanto, está provado que o triângulo é
a) Dois médios ou o médio do lado esquerdo, muito mais eficaz do que os “4 piscas”, na tarefa
neste caso conjuntamente com dois míni- de sinalizar um veículo imobilizado, com o fim
mos, e ainda à retaguarda o indicador de de evitar outro acidente.
presença do lado esquerdo e uma das luzes O sinal deve ser colocado perpendicularmente
de travagem, quando obrigatória; ou em relação ao pavimento e ao eixo da faixa de
b) Luzes avisadoras de perigo, caso em que rodagem, a uma distância nunca inferior a 30
apenas podem transitar pelo tempo estrita- metros da retaguarda do veiculo e por forma
mente necessário até um local de paragem ou a ficar bem visível a uma distancia de, pelo,
estacionamento. menos, 100 metros.
Quem proceda à colocação deste sinal, bem
como à reparação do veículo ou remoção de
Sinalização de perigo carga deve utilizar colete retro-reflector.
Quando o veículo represente um perigo espe- O colete Retro-reflector é considerado um equi-
cial para os outros utentes da via devem ser pamento de protecção individual, devendo
utilizadas as luzes avisadoras de perigo. satisfazer os requisitos estabelecidos numa das
Os condutores devem também utilizar estas seguintes normas.
luzes em caso de súbita redução da velocid- • NP EN 471 – Vestuário de sinalização de
ade provocada por obstáculo imprevisto ou grande visibilidade.
por condições meteorológicas ou ambientais
especiais.
Ou:
Os condutores devem ainda utilizar as luzes
referidas no ponto anterior, desde que estas se
encontrem em condições de funcionamento. • NP EN 1150 – Vestuário de protecção/
- Em caso de imobilização forçada do veículo vestuário de visibilidade.
por acidente ou avaria, sempre que o mesmo
represente um perigo para os demais utentes
da via; Os Pneus do Veículo
- Quando o veículo esteja a ser rebocado. Os pneus são os elementos que fazem a ligação
entre o automóvel e a estrada. Devem pois
Nestas situações, se não for possível a utilização estar num estado perfeito para cumprir as suas
das luzes avisadoras de perigo, devem ser duas funções principais: uma boa aderência e
utilizadas as luzes de presença, se estas se uma boa travagem.
encontrarem em condições de funcionamento.
Os pneus devem estar em condições correctas,
isto é, devem apresentar-se os rastos no relevo
em toda sua superfície.
15. O Condutor e o veículo
Nenhum deles deve apresentar, uma medida
de profundidade dos sulcos principais mais
O triângulo de pré-sinalização de perigo e colete. baixa do que 1,6 milímetros nos automóveis
ligeiros e 1milimetro nos automóveis pesados.
Em Portugal, Alemanha, Reino Unido, Suíça,
Itália e em Espanha o triângulo de advertên-
cia é obrigatório em todos os veículos. Em
O condutor deve verificar regularmente a - Para evitar o risco de incêndio não deve fumar
pressão dos pneus, devendo faze-lo com estes nem deixar que alguém fume ou atire pontas
frios, ou seja, antes de iniciar uma viagem. de cigarro para o chão.
As pressões erradas podem provocar riscos - No caso de haver combustível ou óleo derra-
graves, sendo de referir que: a pressão a menos mado no pavimento, cobri-los com terra ou
pode originar o sobreaquecimento e rebentam- areia.
ento do pneu; a pressão a mais além de provo- - Em caso de incêndio, utilizar um extintor ou,
car desgaste mais acentuado na zona central na falta deste, terra, areia ou peças de roupa
de rolagem, diminui significativamente a sua não inflamáveis. Nunca utilizar agua.
aderência, podendo originar uma derrapagem.
Deve também solicitar ajuda o mais rapida-
A circulação de veículos que não correspon- mente possível, quer recorrendo aos postos
dam a estas características constitui contra-or- SOS, quer ligando para o numero nacional de
denação punível com coima e apreensão dos emergência (112), ou pedindo a outros condu-
documentos do veículo, sendo passada guia de tores que passem no local para o fazer.
substituição do documento de identificação do
veículo, válida para o percurso necessário para Aqui ficaram exemplos de matérias abor-
efectuar a reparação e apresentar o veículo a dadas, embora o código da estrada na sua
inspecção. plenitude esteja sempre presente ou não
fosse essa a legislação rodoviária em vigor
e que serve de suporte a este manual, para
ministração do referido módulo. Qualquer
16. Comportamento em caso assunto que precise ser esclarecido, consul-
de avaria ou acidente ta-se a Lei 72/2013 e demais legislação em
vigor. (Lei 116/2015- Carta por pontos).
O condutor, em caso de imobilização forçada
do veículo em consequência de avaria ou Sinalização em geral. (Dec/Reg. 22A/98), e
acidente, deve proceder imediatamente ao atualização de sinalização nova.
seu regular estacionamento ou, não sendo isso
possível, retirar o veículo da faixa de rodagem
ou aproxima-lo o mais possível do limite direito
desta e promover a sua rápida remoção da via
pública.
É proibida a reparação de veículos na via
pública, salvo se for indispensável à respectiva
remoção ou, tratando-se de avaria de fácil repa-
ração, ao prosseguimento da marcha.
Enquanto o veículo não for devidamente esta-
cionado ou removido, o condutor deve adoptar
as medidas necessárias para que os outros se
apercebem da sua presença, tomando, para o
efeito, as seguintes medidas:
- Colocar o sinal (triangulo) de pré-sinalização
de perigo e vestir o colete.
- Ligar as luzes avisadoras de perigo (não sendo
possível a utilização destas luzes, deve utilizar
as luzes de presença, caso estas se encontrem
em condições de funcionamento).
- Desligar o motor e travar o veículo.
Comunicação e Relação Interpessoais
Formação e Prevenção Rodoviária, Lda.
3
Índice
1. Objetivo Geral do Módulo: 27
2. Serviço ao Cliente 27
Identificação das necessidades dos Clientes 27
Ferramentas para melhor identificar as necessidades dos clientes: 28
3. Comunicação 28
A Comunicação Verbal e Comunicação Não-Verbal 28
A Forma da Comunicação 28
As atitudes na Comunicação 29
Comunicação e relações interpessoais 27
2. Serviço ao Cliente
Duas componentes essenciais constituem o
serviço ao cliente: a componente processual
e a componente pessoal.
Ambas são fundamentais para a Qualidade do
serviço.
O aspeto processual do serviço consiste nos
sistemas e métodos implementados para Identificação das necessidades dos Clientes
fornecer produtos e/ou serviços. Os seus anseios; as suas necessidades; as suas
O aspeto pessoal do serviço é a forma de opiniões; os seus sentimentos…se os clientes
atendimento dos clientes (atitudes, comporta- estão satisfeitos; se as suas expectativas foram
mento e comunicação). atingidas.
Qualquer função pode ser analisada à luz da No fundo, todos eles partilham de uma série de
seguinte imagem: necessidades humanas comuns que qualquer
Atendedor deve ter em mente e compreender:
Necessidade de conforto: os clientes precisam
de conforto físico, conforto psicológico, isto é, a
garantia de que serão bem tratados e a confi-
ança de que satisfarão as suas necessidades.
Necessidade de ser compreendido: Quem
escolhe um serviço tem a necessidade sentir
que está a comunicar bem. Isto é, as mensagens
que transmite deverão ser corretamente inter-
pretadas. Emoção ou barreiras linguísticas são
ultrapassadas pelo bom entendimento.
No âmbito deste módulo serão abordadas as
Necessidade de ser bem recebido: As pessoas
competências relacionais exigidas no exer-
têm necessidade de sentir que tem prazer em
cício da função de Motorista.
vê-las e que os negócios que consigo fazem
O instrumento de trabalho das competên- têm importância para si.
cias relacionais é o comportamento. Assim
Necessidade de se sentir importante: todos
sendo, é necessário refletir sobre as diferentes
gostamos de nos sentir importantes. Tudo o
dimensões humanas e como as mesmas se
que possa fazer para que um cliente sinta que é
expressam no seio do universo das relações
especial é meio caminho andado.
interpessoais.
É essa a proposta de trabalho para este módulo.
Ferramentas para melhor identificar Estes dois níveis de comunicação encon-
as necessidades dos clientes: tram-se interligados sempre que dois ou mais
indivíduos comunicam entre si
A comunicação não-verbal tem como função
Estar atento principal e mais importante o estabelecimento,
Estar atento é a capacidade de perceber aquilo a manutenção e a regulação da comunicação
que os clientes querem ou do quem podem interpessoal.
necessitar. Isso requer que esteja sintonizado
com as necessidades humanas de cada um dos
seus clientes e os ser sensível aos indicadores A Forma da Comunicação
verbais e não-verbais, transmitidos por ele.
Assertividade
Saber ouvir bem – Escuta ativa Asserção
- Não falar Afirmação
- Evitar distrações Afirmação Pessoal
- Concentração naquilo que a pessoa diz Aquilo que penso... aquilo que
- Tentar antever o significado oculto, “o segundo sinto... aquilo em que acredito.
sentido” das palavras do interlocutor. Tendo atenção na forma como
o faço (comunicação)
3. Comunicação
O comportamento Passivo comunica uma
O ato de comunicar pode ser definido como mensagem de inferioridade. Ao sermos
a troca ou partilha de ideias, sentimentos ou passivos permitimos que os desejos, necessi-
experiências, de um individuo para outro, tendo dades e direitos dos outros sejam mais impor-
em vista um determinado comportamento. tantes que os nossos.
Comunicar excede o mero ato de informar, uma O comportamento Agressivo é mais complexo.
vez que envolve resposta ou ações à mensagem Pode ser ativo ou passivo. A agressão pode ser
que foi enviada. direta ou indireta, honesta ou desonesta mas
comunica sempre uma impressão de superiori-
dade ou de falta de respeito. Ao sermos agres-
A Comunicação Verbal e Comunicação Não-Verbal sivos colocamos os nossos desejos, necessi-
Verbal: Fala e Escrita dades e direitos acima dos outros.
Não-verbal: Olhar, Ritmo e tom de voz, O comportamento Assertivo é ativo, direto e
Expressões faciais, Gestos, Distância Interpes- honesto. Comunica uma impressão de respeito
soal, Silêncios, Vestir/adornos, etc. próprio e respeito pelos outros. Ao sermos
Comunicação e relações interpessoais 29
Atitudes Comunicacionais
- Avaliação
- Orientação (decisão/conselho)
- Apoio
- Interpretação
- Exploração (investigação)
- Compreenão empática (reformulação)
Índice
CONDUÇÃO DEFENSIVA 32
SISTEMAS AUXILIARES DE TRAVAGEM 33
PROCEDIMENTOS A ADOPTAR EM CASOS DE EMERGÊNCIA: 35
Falha de travões 35
Rebentamento de um pneu 35
Acelerador preso 35
Quebra de pára-brisas 36
Paragem de emergência 36
Saída do veículo em casos fortuitos e de força maior 36
Derrapagens 36
CONDUÇÃO DEFENSIVA determinado comportamento e consiga pô-lo
em prática.
A condução defensiva consiste em conduzir
O condutor tem de ter a certeza que é ele a
de modo a prevenir acidentes, evitando cada
dominar o veículo e não o veículo a dominá-lo
um de cometer erros e a tendo em conta os
a si. Por outras palavras, é o condutor a conduzir
erros dos outros e as condições de condução
o veículo e nunca o contrário. Além de se sentir
desfavoráveis.
á vontade, o condutor deve transmitir aos seus
A condução defensiva é, assim, uma atitude do passageiros uma atmosfera de conforto e uma
condutor, que lhe permite prever o compor- sensação de calma e confiança.
tamento dos outros condutores e reagir em
A condução atenta e segura, além de contribuir
conformidade com cada situação. A segu-
para a redução do índice de sinistralidade,
rança nas vias públicas depende do comporta-
minimiza os desgastes mecânicos. É impor-
mento dos utentes. Simplesmente nem sempre
tante que o condutor observe correctamente
as mesmas são cumpridas, e os acidentes não
a estrada em que desloca. Não basta observar
ocorrem só com aqueles que não cumprem.
os outros. Para que possa conduzir bem e com
Qualquer um pode, sem nada ter contribuído prazer, o condutor tem de se sentir confortável
para tal, ver-se envolvido num acidente. Não o ao volante e desta posição ter um perfeito
provocou, mas também não o evitou. Há situ- domínio de todos os mecânicos.
ações em que se torna praticamente impossível
Numa boa posição de condução, os braços
evitar um acidente.
estão flectidos, as pernas ligeiramente abertas,
Mas se o condutor jogar na antecipação os joelhos flectidos, os pés afastados estando
tentando prever o comportamento dos outros, um deles á frente do outro. A perna esquerda
certamente conseguirá evitar muitos acidentes. deve ser utilizada como ponto de apoio. Para
A condução requer habilidade e inteligência, estar numa boa posição de condução, encon-
tornando-se, por isso, numa tarefa que permite trando-se comodamente instalado, o condutor
por em jogo a compreensão e a solidariedade deve conseguir segurar, com força, a parte de
que temos para com os nossos semelhantes. cima do volante, mantendo os braços flectidos,
Muitos acidentes que ocorrem nas estradas sem ter que deslocar os ombros do encosto.
são motivados por determinados condutores A melhor maneira de segurar o volante numa
surpreenderem, nas suas manobras, outros posição muito próxima “ dos 13 minutos para
utentes, impedindo estes de poderem reagir os 3” nos ponteiros do relógio, segurando o
antecipadamente. volante só com dedos, sem o agarrar com muita
Esta antecipação passa por percebermos a força. Ao aproximar-se de uma curva e para
intenção dos outros, mesmo sem falar com minimizar as perturbações do carro, o condu-
eles. O condutor defensivo coloca a si mesmo tor deve escolher a trajectória ideal e colocar
todas as questões relativas ao comportamento o carro na posição correcta, ao mesmo tempo
dos outros e procura resposta para todas as que alivia a aceleração suavemente.
situações. Á medida que o carro desacelera, deve o
A importância da adaptação da condução às condutor tentar ver o máximo possível da
características do veículo ás condições exter- curva, mantendo sempre uma velocidade que
nas e ao comportamento dos outros utentes. lhe permita evitar, sem problemas, qualquer
obstáculo que surja repentinamente. Ao sair
Para conduzir bem e conseguir prever o da curva deve acelerar suavemente. Só proce-
comportamento dos outros, é fundamental que dendo desta forma se passa numa curva como
o condutor conheça perfeitamente o Código da se não existisse. Nada de guinadas repentinas.
Estrada. Para se antecipar e evitar situações de
perigo, é fundamental que o condutor domine Se for necessário reduzir, primeiro trava-se e
perfeitamente o veículo que conduz, de forma depois reduz-se, nunca o contrário. As desacel-
em que situações extremas decida adoptar um erações bruscas fazem baixar a frente do
Manual de Técnicas de condução 33
carro, descompensando-o, enquanto as acel- que por sua vez depende da posição do pedal
erações bruscas igualmente descompensam, de travão, que ao ser accionado retira resistên-
por provocarem um levantamento da frente e cia ao circuito permitindo na situação de pedal
a consequente redução na aderência. a fundo o máximo de afluxo de corrente, inten-
sidade, aos solenóides.
Um outro tipo de travão eléctrico é utilizado
SISTEMAS AUXILIARES DE TRAVAGEM no veio de transmissão e que possui a seguinte
constituição:
Tal como o próprio nome indica, os sistemas
auxiliares de travagem não têm como prin- – Corpo fixo de bobine
cipal objectivo imobilizar o veículo. Apenas – Jogo de turbinas
se pretende a redução de velocidade sem
desgaste do sistema principal. – Caixa de comandos
As viaturas pesadas, estão normalmente equi- O corpo de bobines é fixo ao chassis de viatura.
padas com sistemas auxiliares de travagem, No veio de transmissão, são fixados os pratos
dos quais salientamos: da turbina que rodam solidários com o veio
de transmissão. Estes pratos funcionam como
- O motor. armaduras móveis das bobines existentes no
- Travão de escape. corpo fixo.
- Travão eléctrico. Quando o condutor pretende reduzir a veloci-
dade, ao accionar o pedal de travão comunica
O motor do veículo pode ser considerado como
um sinal eléctrico para a caixa de comando,
auxiliar de travagem, uma vez que a engrena-
accionando relés que fornecem corrente as
gem de mudanças de força permite restringir a
bobines.
velocidade.
A fim de não se notarem travagens bruscas, a
O travão de escape, também conhecido como
caixa de comando normalmente possui três
travão de montanha, consiste na existência
relés que em função da posição do pedal de
de uma borboleta instalada junto ao colector
travão vão sendo accionadas em cadeia.
de escape e que é comandada pelo pedal do
travão. Quando a corrente eléctrica chega as bobines
gera um campo magnético, que origina um
Na posição de destravado a borboleta encon-
binário contrário ao comunicado as turbinas,
tra-se paralela ao eixo longitudinal do colector
pelo que o veio de transmissão tende a diminuir
de escape, sendo na situação de pedal accio-
o número de rotações, e consequentemente a
nado perpendicular ao referido eixo, impedido
reduzir a velocidade.
a livre saída dos gases de escape.
De salientar que neste tipo de travão não existe
Simultaneamente dá-se o corte do forneci-
desgaste de material, uma vez que não existe
mento de combustível aos injectores, pelo
contacto entre as peças.
que o efeito conjunto, corte de combustível
obstrução de saída dos gases vai contribuir A prisão, que se verifica no veio de transmissão,
para uma redução do regime do motor. como vimos é provocada pela reacção da força
magnética exercida pelas correntes parasitas
No caso dos travões eléctricos, a travagem das
(correntes de Foucault) geradas pela rotação
rodas é conseguida pela acção da corrente
das turbinas no seio do campo magnético das
eléctrica que activa solenóides montados
bobines.
nos pratos das maxilas, criando-se um campo
magnético que provoca a rotação da chave de Dado que a geração destas correntes provo-
travão, que possuindo um excêntrico provoca a cam uma forte dissipação de calor as turbinas
abertura das maxilas. possuem alhetas que ao rodarem funcionam
como uma bomba centrífuga, provocando
A intensidade do campo magnético é função
do valor da corrente que chega ao solenóide
forte corrente de ar através das bobines o que - O coeficiente de atrito diminui consider-
garante o seu arrefecimento. avelmente quando as maxilas estão molha-
De referir que estes sistemas de travagem das e, nestas condições, o veículo não trava o
são auxiliares de travagem, mas a sua função suficiente.
primordial visa a economia de calços por um - Sempre que se note a necessidade de uma
lado e por outro, a suavização da travagem, reparação ou a substituição de qualquer órgão
pelo que regra geral se encontram bastante gasto, partido ou fendido, tal como a substitu-
difundidas nas viaturas pesadas de transporte ição do “ferodo” das maxilas, devemos fazê-lo
de passageiros. quanto antes.
Os travões e os seus órgãos componentes, são - Evitar, no acto da condução, o uso excessivo
os que requerem maiores cuidados, dada a sua dos travões, principalmente com o veículo
importância na segurança. desengatado.
A avaria dos travões, quando o veículo em - Evitar travagens bruscas quando
movimento, pode ocasionar um acidente grave desnecessárias.
dado que, duma forma geral, só se dá pela - Quando numa descida com inclinação acen-
avaria quando se necessita travar e depois de tuada, devemos transitar com o veículo
termos notado esta falta, na maior parte das engrenado numa velocidade que seria a
vezes, já é muito tarde para evitar o acidente. necessária para subir a mesma rampa, por
Nunca um condutor deve circular com um forma que se faça a travagem do veículo com
veículo que tenha os travões avariados ou o auxilio da compressão do motor evitando,
até mesmo desafinados, visto que a todo o assim, o desgaste dos travões.
momento aparecem imprevistos que obrigam - Quando se efectuar uma travagem, indo o
a travagens bruscas e que, na desobediência veículo com velocidade, nunca o devemos
dos mesmos, levam a graves consequências. fazer desembraiando ao mesmo tempo que, se
Por respeito à segurança pública e para nossa pisa o travão, o que provoca o desequilibro do
própria defesa, torna-se portanto necessário veículo, podendo dar ocasião a derrapagem
verificar periodicamente o estado de conser- - Se os travões são hidráulicos, deve manter-se
vação dos travões e de todos os órgãos que os o depósito do óleo sempre a nível.
constituem, procedendo a sua afinação e repa-
ração sempre que tal seja exigido. - Se os travões são de ar comprimido, nunca
devemos pôr o veículo em movimento sem
Os cuidados que devemos ter com os travões primeiro termos verificado, pelo manómetro,
para o seu regular funcionamento são: a pressão de ar no interior dos depósitos de ar
- Mantê-los sempre devidamente afinados, isto comprimido.
é, a travar com eficácia e por igual em todas as - Se a pressão é inferior a necessária para uma
rodas. boa travagem, devemos manter o motor acel-
- Evitar que o óleo ou valvulina do diferencial erado durante o tempo suficiente para elevar a
vá para as maxilas e entre em contacto como pressão do ar até, ao limite de travagem, pelo
revestimento de ferodo diminuindo consider- que só depois se põe o veículo em movimento.
avelmente o seu coeficiente de atrito e portanto - Com um veículo que possua travões de ar
o efeito de travagem. comprimido, seja qual for o motivo, nunca
- Quando as maxilas estão molhadas, o que devemos circular com o motor parado.
acontece quando o veículo é lavado nas - Se os travões são de servofreio de vácuo, nunca
estações de serviço ou quando as rodas entram devemos circular com o veículo tendo o motor
em poças de água, teremos que ter muito parado, visto que é a depressão do motor a
cuidado na condução do veículo por forma a fonte de energia que faz funcionar o dispositivo
evitar travagens bruscas. de servofreio. Com o motor parado, o condutor
necessita de fazer muito mais força para travar
Manual de Técnicas de condução 35
e não consegue fazer uma travagem com eficá- trada com muito tráfego, uma vez recuperado
cia. Nestas condições, os travões ficam duros e o domínio do automóvel, o mais importante
a travar mal. é afastar-se o mais rapidamente possível do
caminho dos outros veículos.
Se rebentar um pneu traseiro a parte traseira
PROCEDIMENTOS A ADOPTAR do veículo vai rabear e oscilar, mas se se manti-
ver o volante firme, não se chegará a perder o
EM CASOS DE EMERGÊNCIA: domínio do veículo. Accionando-se intermi-
tentemente os travões consegue-se a redis-
tribuição do peso, deslocando-o, tanto quanto
Falha de travões possível, para o eixo dianteiro, aliviando-se o
A falha total no sistema de travagem é um eixo danificado.
fenómeno raro, mas quando acontece é repen- Não travar com mais força do que a necessária.
tino, sem que os travões tenham apresentado
previamente sintomas alarmantes. O rebentamento de um pneu dianteiro é mais
perigoso, uma vez que é nele que actua a
O resultado final dependerá, entre outros, direcção. Se for possível, deve travar-se suave-
do espaço disponível à frente do condutor, mente para evitar sobrecargas na parte dian-
da inclinação da via e da calma e perícia do teira, uma vez que o pneu rebentado rodará de
condutor. forma irregular e poderá danificar-se. Deve-se
Uma vez que o travão de estacionamento manter o volante firmemente seguro.
utiliza, normalmente, um sistema separado Se se perder uma roda (geralmente devido ao
do travão de serviço, podemos contar com ele desaperto das porcas de fixação), o automóvel
para redução de velocidade. No entanto, a sua desnivelar-se-á por completo e tenderá a rodar
utilização apesar de firme não poderá ser tão sobre o tambor do travão em contacto com a
forte que provoque a derrapagem das rodas. estrada. Nesta circunstância trave-se e volte-se
Em situações de perigo iminente, deve-se usar bruscamente o volante no sentido contrário ao
o travão de estacionamento reduzindo-se para que o automóvel tende a seguir.
mudanças de força, para se reduzir a velocid-
ade. A dupla embraiagem ajudará a engre-
nar mudanças mais baixas se a velocidade for Acelerador preso
elevada. Tentar conduzir o veículo para uma O acelerador preso pode conduzir a situações
zona mais segura. Se necessário pode-se diri- perigosas. Se prender com o motor muito acel-
gir o veículo contra uma sebe, arbustos ou erado o veículo continua a andar depressa, se
qualquer obstáculo menos duro, por forma a prender com pouca aceleração não consegui-
imobilizar o veículo com menos impacto. mos aumentar a velocidade.
Havendo espaço basta desacelerar para Se a borboleta do acelerador prender, ao circu-
perder velocidade, ir engrenando progres- lar numa via sem trânsito, deve-se desem-
sivamente mudanças mais baixas e por fim braiar, retirar o automóvel da faixa de rodagem
imobilizar o veículo com auxílio do travão de e pará-lo, travando normalmente. Contudo, se
estacionamento. isto acontecer numa via com muito trânsito,
deverá controlar-se o automóvel, até chegar a
lugar seguro. Para travar-se-á e jogar-se-á com
Rebentamento de um pneu a embraiagem, proporcionando unicamente à
Um rebentamento não significa necessari- transmissão a força necessária.
amente a perda do domínio do automóvel, Se o automóvel não vai muito acelerado no
desde que se mantenham as mãos no volante e momento da prisão, é conveniente mudar para
o condutor não se deixe dominar pelo pânico. uma velocidade de maior força, com o fim de
Se o rebentamento ocorre numa auto-es-
reduzir o andamento sem ter de recorrer aos Ainda que o choque seja inevitável, deve-se
travões. travar procurando manter o limite da aderên-
Quando houver condições de segurança cia, isto é, doseando o esforço sobre o pedal.
pode-se tentar levantar o acelerador, metendo Assim, quando as rodas começam a bloquear
a ponta do pé por baixo do pedal. deve-se aliviar ligeiramente a pressão sobre o
pedal.
Se a colisão for inevitável, volte-se o carro
Quebra de pára-brisas na direcção que possa fazer diminuir mais o
A causa mais frequente de quebra do pára-bri- choque. Uma colisão lateral é menos violenta
sas é o embate de uma pedra lançada pelas que uma colisão frontal.
rodas posteriores do carro que circula à frente
ou caída de um camião carregado de cascalho.
Quando as estradas acabam de ser repara- Saída do veículo em casos
das, podem ter indicações que advirtam deste fortuitos e de força maior
perigo. Em tais condições, deve reduzir-se a Em caso de acidente ou avaria procurar sair
velocidade e aumentar o espaço em relação ao para o lado que oferecer melhores condições
veículo precedente. de segurança. Não esquecer que pode haver
Quando o vidro do pára-brisas se parte, veículos a transitar na via.
torna-se opaco e impede a visibilidade. Se um automóvel cai à água, pode flutuar
Neste caso haverá que diminuir a velocidade durante alguns minutos. Esta será a melhor
do automóvel e retirá-lo da estrada o mais ocasião para sair dele. A parte do motor, por ser
depressa possível. Devem conservar-se a calma a mais pesada, afundar-se-á primeiro.
e o domínio do volante, evitando as travagens
No entanto, existem muitas entradas por onde a
bruscas. Estando-se suficientemente atento ao
água pode infiltrar-se. Se o automóvel submer-
trânsito no momento em que o vidro se quebra,
gir rapidamente, será impossível abrir as portas
a direcção e os travões podem ser accionados
até que a pressão da água exterior e da interior
correctamente.
estejam quase igualadas. É fundamental evitar
Após a quebra, em caso de emergência, frag- o pânico. Fechar as janelas rapidamente para
mente-se com um soco a zona correspon- evitar que entre água. Desapertar os cintos de
dente ao campo visual do condutor. É pouco segurança. Manter a cabeça das crianças ou
provável que se produzam ferimentos, uma vez passageiros lesionados acima do nível da água.
que este é feito para se estilhaçar em pequenos Acender todas as luzes para ajudar a localizar o
fragmentos. automóvel. Quando a água chegar ao queixo,
Saia-se da estrada tão rapidamente quanto procurar abrir a porta.
possível. Mesmo depois de retirar o resto dos
estilhaços, não se deverá prosseguir viagem
uma vez que a próxima pedra que saltar das Derrapagens
rodas do carro da frente pode acertar nos
Principais causas e correcções
ocupantes.
Ao entrar numa curva, o condutor deve elimi-
nar, ou pelo menos minimizar, qualquer pertur-
Paragem de emergência bação no carro. Conforme o carro desacelera,
deve-se tentar ver o máximo possível da curva,
O maior inimigo do condutor, ao efectuar uma
mantendo sempre uma velocidade que permita
paragem de emergência, é o medo que o levará
evitar, sem problemas, qualquer obstáculo
a carregar no pedal de travão a fundo, podendo
repentino. Ao sair da curva deve-se desacel-
fazer derrapar o automóvel, aumentando a
erar suavemente, para que todo o processo de
distância de travagem e potencializando a
contorno seja feito com fluidez absoluta.
perda do domínio da direcção.
Manual de Técnicas de condução 37
Qualquer uma destas acções deve ser Nestas circunstâncias o que se deve fazer é redu-
executada num movimento claro e coeso. Nada zir o ângulo de viragem. Por isso, lembre-se: ao
de balanços para a frente e para trás, nada de virar o volante em excesso estará a aumentar a
guinadas repentinas e desagradáveis. tendência de subviragem. Alivie o volante e a
Um dos segredos para conseguir tirar o melhor subviragem será menor.
partido de qualquer carro é compreender e Em resumo, se fizer uma curva de forma
antever as suas características de estabilidade correcta, a direcção estará leve, pois o carro
em diferentes condições. Para estabelecer tomou a superfície da estrada pelo ângulo
alguns pontos básicos sobre este assunto, certo, e encontrará o seu caminho, através da
vale a pena lembrar que os bons pilotos de curva, da forma correcta.
competição automóvel demonstram estilos de Se, contrariamente, começar uma curva de
condução suaves, hábeis e nada exibicionistas. forma incorrecta, ou na linha errada, a direcção
Eles são as pessoas em que menos se repara fica pesada. Isso significa que está a provocar
no circuito, por o seu estilo ser tão discreto. No o “escorregamento” dos pneus, a maltratar a
entanto é frequente serem mais rápidos e mais suspensão e a fazer com que todo o carro “se
eficazes, pois não permitem que os seus carros queixe”. Esta é a forma que o carro tem de lhe
desperdicem energia, escorregando e derra- “falar”, e lhe dizer “estou pesado, está a proceder
pando. Concentrando-se em seguir uma linha mal”, numa palavra, que estamos a conduzir de
clara através de uma curva, aplicam todos os forma errada. O “chiar dos pneus” quer dizer
seus esforços para completar um circuito com a exactamente o mesmo.
menor “fricção” possível, reduzindo aquilo que
se designa por “perdas por atrito”. Não há, por Em condições extremas, os carros com tracção
isso qualquer vantagem em efectuar derrapa- atrás tendem a fugir de traseira. A suspensão
gens nas curvas. No entanto, quando menos se traseira não está “em apoio”, o que significa que
espera o veículo poderá entrar em derrapagem. não está a fazer pressão sobre os pneus e, por
essa razão, a retaguarda do veículo tende a fugir.
Se, numa travagem verdadeiramente enérgica, A esta característica dá-se o nome de sobrevira-
atingir qualquer saliência acentuada na super- gem. A forma de fazer com que o carro volte a
fície da estrada, poderá encontrar-se numa situ- estabilizar é utilizar a contra brecagem, ou seja,
ação em que não sobrará qualquer movimento conduzir o carro na direcção em que a parte
da suspensão para se poder ajustar. Neste caso traseira do carro está a ir. No caso de se tratar
o carro começará a trepidar por cima das saliên- de um veículo com tracção à frente, pode-se
cias. Se o condutor estiver, ao mesmo tempo ajudar com o acelerador quando as rodas dian-
a tentar curvar, o carro tende a fugir à frente, teiras estão a girar correctamente, opondo-se
em vez de se manter na direcção pretendida. ao giro do carro sobre o seu próprio eixo.
Isto introduz um fenómeno chamado subvira-
gem. A maior parte das pessoas tenta corrigir a
trajectória virando mais o volante aos primeiros
sinais de “subviragem”, mas esta é, de todo, a
forma
errada de agir. A única coisa que daqui resulta
é o agravamento do problema, pois os pneus
nunca foram desenhados para atacar a superfí-
cie da estrada num ângulo tão extremo. Foram
desenhados para se agarrarem pelo “piso” e
não pelas “paredes laterais”. O que acontece
nesta situação é que os pneus estão a ser força-
dos cada vez mais contra a sua trajectória ideal.
Dessa maneira aumentam a subviragem, em
vez de a reduzir.
5 Regulamento da Atividade
Lei 45 - 2018 / Portaria 293 - 2018
Regulamento da atividade 39
Índice
ADMINISTRAÇÃO INTERNA, PLANEAMENTO E DAS INFRAESTRUTURAS, AMBIENTE E MAR 42
Instituto da Mobilidade e dos Transportes, I. P. 42
CAPÍTULO I 42
Artigo 1º 42
CAPÍTULO II 43
SECÇÃO I 43
Disposições gerais 43
Artigo 2º 43
Artigo 3º 43
Artigo 4º 44
SECÇÃO II 44
Exercício da atividade 44
Artigo 5º 44
Artigo 6º 44
Artigo 7º 45
Artigo 8º 45
Artigo 9º 45
Artigo 10º 45
Artigo 11º 46
Artigo 12º 47
Artigo 13º 47
Artigo 14º 47
Artigo 15º 48
CAPÍTULO III 48
Artigo 16º 48
Artigo 17º 49
Artigo 18º 50
Artigo 19º 50
Artigo 20º 51
CAPÍTULO IV 51
Artigo 21º 51
Artigo 22º 51
CAPÍTULO V 51
Artigo 23º 51
Artigo 24º 52
Artigo 25º 52
Artigo 26º 53
Artigo 27º 53
Artigo 28º 53
CAPÍTULO VI 53
Artigo 29º 53
Artigo 30º 53
CAPÍTULO VII 54
Artigo 31º 54
Artigo 32º 54
Artigo 33º 54
CAPÍTULO I 55
Artigo 1º 55
CAPÍTULO II 55
Artigo 2º 55
Artigo 3º 56
Artigo 4º 57
Artigo 5º 57
Artigo 6º 57
CAPÍTULO III 57
Artigo 7º 57
CAPÍTULO IV 58
Artigo 9º 58
Artigo 10º 58
Artigo 11º 58
CAPÍTULO V 59
Artigo 12º 59
Artigo 13º 59
ANEXO I 59
Módulo 1 — Comunicação e relações interpessoais (10 horas) 59
Módulo 2 — Normas legais de condução (10 horas) 59
Módulo 3 — Técnicas de condução (10 horas) 59
Módulo 4 — Regulamentação da atividade (6 horas) 59
Módulo 5 — Situações de emergência e primeiros socorros (8 horas) 59
Regulamento da atividade 41
Artigo 4º Artigo 5º
Idoneidade do operador de transporte Subscrição prévia
em veículo descaracterizado a partir 1 — O serviço de TVDE só pode ser contratado
de plataforma eletrónica pelo utilizador mediante subscrição e reserva
prévias efetuadas através de plataforma
1 — A idoneidade do operador de transporte eletrónica.
em veículo descaracterizado a partir de plata-
forma eletrónica é aferida relativamente aos 2 — Os contratos de adesão celebrados por
titulares dos órgãos de administração, direção via da pla- taforma eletrónica com os utiliza-
ou gerência, designadamente através da dores observam a legisla- ção sobre cláusulas
consulta do certificado de registo criminal. contratuais gerais e demais legislação aplicável
em matéria de proteção dos consumidores.
2 — São consideradas idóneas as pessoas rela-
tivamente às quais não se verifique qualquer 3 — Os veículos afetos ao serviço de TVDE não
dos seguintes factos: podem recolher passageiros na via pública,
mediante solicitação no local (hailing), nem
a) Proibição legal para o exercício do comércio; em praças dedicadas ao serviço de táxi ou para
b) Condenação, com trânsito em julgado, por outros veículos, cujo regime legal permita a
infrações de natureza criminal às normas rela- permanência nessas praças.
tivas ao regime das prestações de natureza
retributiva, ou às condições de higiene e segu-
rança no trabalho, à proteção do ambiente e à Artigo 6º
responsabilidade profissional;
Passageiros com mobilidade reduzida
c) Inibição do exercício do comércio por ter sido
decla- rada a falência ou insolvência, enquanto 1 — A plataforma eletrónica fornece obrigator-
não for levantada a inibição ou a reabilitação iamente aos utilizadores, efetivos e potenciais,
do falido. a possibilidade de estes solicitarem um veículo
capaz de transportar passa- geiros com mobi-
3 — A condenação pela prática de um dos lidade reduzida, bem como os seus meios de
crimes previs- tos na alínea b) do número ante- locomoção.
rior não afeta a idoneidade de todos aque-
les que tenham sido reabilitados, nos termos 2 — O tempo de espera para aceder a um
do disposto nos artigos 11.o e 12.o da Lei n.o veículo capaz de transportar aqueles meios de
37/2015, de 5 de maio, nem impede o IMT, I. locomoção tem que ser inferior a 15 minutos.
P., de considerar, funda- mentadamente, que 3 — Em situações excecionais e justificáveis
estão reunidas as condições de idonei- dade, pela pla- taforma eletrónica o tempo de espera
tendo em conta, nomeadamente, o tempo pode ser superior, nunca excedendo os 30
decorrido desde a prática dos factos. minutos.
4 — Para efeitos do presente artigo, o operador 4 — A forma de cálculo do preço para este
de TVDE deve enviar anualmente ao IMT, I. P., o serviço é exatamente igual à do serviço sem
certificado de registo criminal dos titulares dos solicitação de acesso a mobilidade reduzida.
respetivos órgãos de administração, direção 5 — É obrigatório o transporte de cães guia de
ou gerência, ou autorizar à sua obtenção, nos passa- geiros invisuais e de cadeiras de rodas
termos dos n.os 4 e 5 do artigo 3.o ou outros meios de marcha de pessoas com
Regulamento da atividade 45
CAPÍTULO VII
Artigo 33º
Disposições finais e transitórias
Entrada em vigor
Artigo 31º
A presente lei entra em vigor no primeiro dia
Avaliação do regime do terceiro mês seguinte ao da sua publicação.
1 — A implementação dos serviços regulados Aprovada em 12 de julho de 2018.
na pre- sente lei, no território nacional, é objeto
de avaliação pelo IMT, I. P., decorridos três anos O Presidente da Assembleia da República,
sobre a respetiva entrada em vigor, em articu- Eduardo Ferro Rodrigues.
lação com a AMT, com as restantes entidades Promulgada em 31 de julho de 2018.
competentes e associações empresariais e de
Publique-se.
cidadãos relevantes.
O Presidente da República, MARCELO REBELO
2 — Para efeitos do disposto no número ante-
DE SOUSA.
rior, com- pete ao IMT, I. P., a elaboração de um
Regulamento da atividade 55
CAPÍTULO I
Portaria 293-2018 Disposição inicial
Regulamento da UBER Artigo 1º
AMBIENTE E DA TRANSIÇÃO Objeto
ENERGÉTICA 1 — A presente portaria estabelece os requis-
itos e pro- cedimentos dos cursos de formação
rodoviária destina- dos à emissão e renovação
Portaria n.o 293/2018 de 31 de outubro do certificado de motorista de transporte indi-
vidual e remunerado de passageiros em veícu-
A Lei n.o 45/2018, de 10 de agosto, que apro- los descaracterizados a partir de plataforma
vou o re- gime jurídico de acesso e exercício da eletrónica (CMTVDE), as condições de orga-
atividade de trans- porte individual e remuner- nização e comunicação prévia dos cursos de
ado de passageiros em veículos descaracteri- formação, bem como, os requisitos exigidos às
zados a partir de plataforma eletrónica, remete entidades que pretendam ministrar os referi-
para portaria a definição da carga horária do dos cursos de formação rodoviária.
curso de for- mação rodoviária para motoristas
a que alude a alínea b) do n.o 2 do artigo 10.o 2 — A presente portaria estabelece, ainda, as
da supracitada lei. medidas administrativas aplicáveis às enti-
dades que ministram cur- sos de formação para
Torna-se, assim, necessário regulamentar as motoristas e candidatos a motorista de trans-
matérias respeitantes aos cursos de formação porte individual e remunerado de passageiros
rodoviária para obten- ção e renovação do em veículos descaracterizados a partir de plata-
certificado de motorista de transporte individ- forma eletrónica (TVDE), em caso violação dos
ual e remunerado de passageiros em veícu- deveres a que se encontram vinculadas, bem
los des- caracterizados a partir de plataforma como pelo incumprimento da ministração dos
eletrónica, os requi- sitos específicos das enti- cursos de acordo com os conteúdos e organi-
dades formadoras autorizadas a ministrar os zação estabelecidos.
cursos de formação rodoviária e a organização
dos referidos cursos, e bem ainda, o estabelec-
imento das medidas administrativas sancio-
natórias aplicáveis em caso de incumprimento CAPÍTULO II
do estabelecido na presente portaria. Cursos de formação
Foram ouvidas a Associação Nacional de Artigo 2º
Parceiros das Plataformas Alternativas de Trans-
porte (ANPPAT), Associação Portuguesa de Disposições gerais
Escolas de Condução (APEC), Associação Nacio- 1 — Os cursos de formação rodoviária para
nal dos Industriais do Ensino de Condução emissão ou renovação de CMTVDE, a que se
Automóvel (ANIECA) e a Associação dos Indus- refere o n.o 3 do artigo 10.o da Lei n.o 45/2018,
triais do Ensino de Condução Automóvel de de 10 de agosto, devem ser ministrados com
Portugal (ANORECA). recurso a métodos e técnicas que garan- tam
Assim: a qualidade da formação, e integram especifi-
camente módulos relativos a comunicação
e relações interpesso- ais, normas legais de 7 — A entidade formadora deve elaborar
condução, técnicas de condução, regulamenta- manual de apoio para todos os módulos de
ção da atividade e situações de emergência e formação, o qual deve ser disponibilizado aos
primeiros socorros. formandos.
2 — Os cursos de formação rodoviária devem 8 — Cada curso de formação tem o limite de
dispor de um coordenador pedagógico frequência de 30 formandos.
possuidor de certificado de aptidão profissional 9 — A entidade formadora deve assegurar o
de formador ou de certificado de competências controlo de presenças dos formandos durante
pedagógicas de formador, ao qual compete, a ministração do curso de formação, registá-las
em especial: em documento próprio, que deve ser arquiv-
a) Efetuar o acompanhamento pedagógico de ado no dossier técnico pedagógico.
cada curso de formação, o que inclui a aval- 10 — Os formadores devem possuir competên-
iação do desempenho dos formadores; cias que o Instituto da Mobilidade e dos Trans-
b) Assegurar a articulação com os formadores portes, I. P. (IMT, I. P.), considere adequadas às
e outros agentes envolvidos no processo matérias que ministram e ser pos- suidores
formativo; do certificado de aptidão pedagógica ou de
c) Subscrever os certificados de formação referi- certi- ficado de competências pedagógicas de
dos na alínea b) do n.o 2 do artigo 10.o da Lei formador.
n.o 45/2018, de 10 de agosto.
3 — O coordenador pedagógico referido no Artigo 3º
número anterior não pode acumular o cargo
com a função de for- mador no mesmo curso. Curso de formação inicial para obtenção de CMTVDE
4 — Durante a ministração dos cursos de 1 — O curso de formação inicial para obtenção
formação deve estar disponível na sala de CMTVDE tem a duração mínima de 50 horas,
de formação dossier técnico pedagógico, e comporta uma componente teórica e uma
contendo a seguinte informação: componente prática.
a) Identificação do tipo de curso, cronograma, 2 — O conteúdo do curso de formação inicial
incluindo a identificação dos módulos a minis- deve abran- ger obrigatoriamente os módu-
trar e respetivas cargas horárias; los 1 a 6 do anexo I à pre- sente portaria, que
dela faz parte integrante, e proporcionar aos
b) Identificação da entidade formadora, do formandos a aquisição das competências ali
coordenador pedagógico e dos formadores, referidas.
com indicação das matérias que ministram no
curso; 3 — O curso de formação inicial pode ser minis-
trado em regime presencial ou com recurso a
c) Indicação do local da formação e descrição formação à distância, sendo que a formação
dos re- cursos pedagógicos disponíveis; à distância não pode exceder 50 % da carga
d) Identificação dos formandos, contendo o horária prevista para a duração total do curso.
nome com- pleto, número de identificação civil 4 — A componente prática do curso de
e fiscal. formação inicial, com recurso a veículos, é
5 — O dossier técnico pedagógico deve estar ministrada por formadores habi- litados há,
disponível para consulta durante todo o curso pelo menos, cinco anos com carta de condução
de formação no local onde é ministrado. da categoria B.
6 — A entidade formadora deve conservar o 5 — Os formandos devem frequentar, no
dossier técnico pedagógico pelo período de 5 mínimo, 80 % da carga horária de cada módulo
anos após a con- clusão do curso. de formação inicial, sob pena de não emissão do
certificado de conclusão do curso de formação.
Regulamento da atividade 57
CAPÍTULO IV
Fiscalização, regime sancionatório e taxas
Artigo 11º
Artigo 9º Taxas
1 — A taxa cobrada pelos atos relativos à certifi-
Fiscalização cação de candidatos e motoristas de TVDE é a
1 — A fiscalização do cumprimento do disposto constante do anexo III à presente portaria.
na presente portaria compete ao IMT, I. P. 2 — O produto das taxas cobradas, nos termos
2 — Os trabalhadores do IMT, I. P., com do nú- mero anterior, constitui receita do IMT,
competência na área da fiscalização e, no exer- I. P.
cício de funções, desde que devidamente
credenciados, têm livre acesso aos lo- cais desti-
nados ao exercício da atividade de formação
das entidades formadoras.
Regulamento da atividade 59
CAPÍTULO V
Disposições finais Módulo 2 — Normas legais de condução (10 horas)
Artigo 12º Objetivo: O formando deve ser capaz de
conduzir com segurança um veículo ligeiro de
Cooperação administrativa passageiros, com respeito pelos sinais e regras
Para efeitos da aplicação da presente portaria, de trânsito, adotando técnicas de con- dução
as autori- dades competentes participam na adequadas, de forma a aperfeiçoar a opera-
cooperação administra- tiva, no âmbito dos cionali- zação dos conhecimentos de que é
procedimentos relativos a profissionais e enti- detentor.
dades provenientes de outros Estados-Mem-
bros, nos termos do disposto no n.o 2 do artigo
51.o da Lei n.o 9/2009, de 4 de março, e no Módulo 3 — Técnicas de condução (10 horas)
capítulo VI do Decreto-Lei n.o 92/2010, de 2 de Objetivo: Pretende-se que o formando seja
julho, nomeadamente através do sistema de capaz de fazer uma gestão racional do veículo,
Infor- mação do Mercado Interno. em termos de con- sumo de energia, efeitos
poluentes e aspetos relativos à segurança, prat-
icando uma condução alicerçada no con- ceito
Artigo 13º de condução defensiva.
Entrada em vigor
A presente portaria entra em vigor no dia 1 de Módulo 4 — Regulamentação da atividade (6 horas)
novembro de 2018.
Objetivo: O formando deve ser capaz de
O Secretário de Estado Adjunto e da Mobili- conhecer os seus direitos e deveres decorrentes
dade, José Fernando Gomes Mendes, em 25 de da legislação aplicável ao acesso e exercício da
outubro de 2018. profissão de motorista de TVDE, e bem assim os
aspetos mais relevantes da atividade de opera-
dor de TVDE.
ANEXO I
(a que se refere o n.o 2 do artigo 3.o)
Módulo 5 — Situações de emergência
Curso de formação inicial para obtenção de CMTVDE e primeiros socorros (8 horas)
O curso inicial de formação rodoviária para Objetivo: O formando deve ser capaz de recon-
obtenção de CMTVDE com a duração de 50 hecer situações de emergência, aplicar proced-
horas, integra os módulos e objetivos seguintes: imentos e adotar providências adequadas.
ANEXO III
(a que se refere o n.o 1 do artigo 11.o)
Tabela de taxas
1 — Emissão, renovação ou substituição de
CMTVDE: € 30,00.
111772998