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Universidade Catolica de Moçambique

Instituto de Educação a Distância

Género e sua relação com HIV


Influência na prevalência/incidência do HIV

Nome: Manuel Mário Patreque João

Codigo: 708216927

Curso: Licenciatura em Gestão Ambiental

Cadeira: Habilidade de Vida, Saúde Sexual e Reprodutiva,


Género e HIV-SIDA, 2º Ano
Turma: E

Nampula, Outubro de 2022


Índice
Introdução ................................................................................................................................... 1

Conceito de género ..................................................................................................................... 2

Conceito de sexo......................................................................................................................... 2

Diferença entre género e sexo .................................................................................................... 3

Papel do género na sociedade ..................................................................................................... 3

Conceito de HIV ......................................................................................................................... 4

Dados epidemologicos ................................................................................................................ 4

Factores de risco do HIV ............................................................................................................ 5

Medidas de mitigação desde conflitos ........................................................................................ 7

Metodologia ................................................................................................................................ 7

Conclusões .................................................................................................................................. 7

Referências Bibliográfias ........................................................................................................... 9


Introdução

O presente trabalho tem como objectivo abordar sobre o género e sua relação com HIV, e
neste, pretende-se saber como o género pode influenciar na prevalência/incidência do HIV.
Portanto, pretendemos também falar do género, do sexo, da diferença entre o género e o sexo,
caracterizar o papel do género na sociedade moçambicana, falar do HIV, trazer uma abordagem
sobre os dados epidemiológicos actualizados sobre HIV em Moçambique, falar dos factores de
risco do HIV, e por fim explicar como o género pode influenciar na prevalência/incidência do
HIV em Moçambique. A epidemia do HIV é um dos maiores desafios existentes como luta pela
sobrevivência alguma vez lançado ao desenvolvimento e progresso sociais do mundo
(Nhabinde, 2013), é também considerada uma das doenças mais destructivas que a humanidade
alguma vez enfrentou, Segundo o Governo de Moçambique, o HIV/SIDA constitui, na
actualidade, um dos grandes problemas de desenvolvimento e uma séria ameaça aos progressos
e ganhos em várias esferas de actividade económica, social e política, exigindo um tratamento
e atenção em todos os sectores e, consequentemente, tem um impacto negativo no crescimento
económico de um país.

No decorrer deste trabalho, o ponto focal é debruçar sobre a influência do género na


prevalência /insidência do HIV em Moçambique. O trabalho em questão apresenta a seguinte
estrutura: Introdução, desenvolvimento, Metodologia usada e por fim uma breve Conclusão
em relação ao assunto.

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Conceito de género

Género é uma fusão de características pertencentes e diferenciadas entre a masculinidade e a


femenilidade. em consideração, esses tipos de caracteristicas podem incluir o sexo biologico,
como a separação entre o sexo masculino e femenino, ou uma variação intersexo que pode
complicar a atribuição do sexo. Também poderá incluir as opressões sociais baseadas no sexo,
incluindo papéis sexuais e outros papéis sociais e a identidade de género. Algumas culturas têm
papéis de género específicos que podem ser considerados distintos da categoria entre homens e
mulheres, com isto, a identidade de género é o senso interno e pessoal de ser um homem ou
uma mulher ou um menino ou uma menina.

Conceito de sexo
Sexo é a classificação de pessoas como homem ou mulher no nascimento, com base em
características corporais, como cromossomos, hormônios, órgãos reprodutivos internos e
genitália. Alguns filósofos feministas afirmam que o género é totalmente indeterminado pelo
sexo. Assim sendo, sexo é o conjunto de características estruturais e funcionais segundo os
quais um ser vivo é classificado como macho ou femea, com alguns indivíduos sendo
classificados como intersexo. A reprodução sexual envolve a combinação e a mistura de
características genéticas: células especializadas conhecidas como gametas se combinam para
formar descendentes que herdam traços de cada pai. Os gâmetas podem ser idênticos em forma
e função conhecido como isogamia, mas em muitos casos, uma assimetria evoluiu de tal modo
que dois tipos específicos de sexo de gametas (heterogametas) passaram a existir (conhecido
como anisogamia.

Entre os seres humanos e outros mamiferos, os machos normalmente carregam cromossomos


XY, enquanto que as fêmeas normalmente carregam cromossomos XX, o que são parte
do sistema XY da determinaçao do sexo. Outros animais têm um sistema de determinação do
sexo também, tal como o sistema de determinação do sexo ZW em aves e o sistema de
determinação do sexo X0 em insectos.

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Diferença entre género e sexo
Desta forma diferencia-se o sexo e o género. O sexo inclui tudo que é biologicamente definido
ao ser humano desde o nascimento como o pénis, a vagina, os testículos, o útero entre outros.
ao passo que género podemos entender como conjunto de características determinadas pela
sociedade. Essas características determinam os papéis e o comportamento que diferenciam o
homem da mulher e como estes se relacionam entre eles. Em suma, enquanto sexo é uma
categoria biológica, género é uma distinção sociológica.

Papel do género na sociedade


Toda sociedade é marcada por diferenças de género, havendo, ainda, grande variação dos
papeis associados em função da cultura e do tempo em que se vive. Ressalte-se, contudo, que a
determinação social de género pode ser alterada por uma ação consciente tomada, inclusive por
meio de políticas públicas.
Sexo é, em regra algo fixo, já o papel de gênero muda no espaço e no tempo principalmente
com a tomada de consciência de distinções que são construídas socialmente, e que podem e
devem ser em inúmeros casos desconstruídas, para que haja igualdade do ponto de vista social.
Aprendemos por exemplo na nossa sociedade que as mulheres ficam em casa, preparam as
refeições e cuidam dos filhos. Os homens gerem dinheiro e tomam decisões. Quando essas
regras aprendidas se generalizam e são atribuídas a um grupo inteiro, fala-se de estereótipos
(preconceitos). As relações de poder, concentrados no homem, operam em muitas dimensões
da vida, afectando o modo como mulheres e homens vivem, trabalham e se relacionam uns com
os outros e discriminando as mulheres em muitos aspectos da vida social, económica e política
e na sexualidade.

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Conceito de HIV
HIV ou VIH é o Vírus da Imunodeficiência Humana, um vírus cuja a caracteristica principal é
afectar e enfraquecer o sistema que defende o organismo das infeções e das doenças (sistema
imunitário), abrindo assim o espaço para o aparecimento de doenças oportunistas.

Dados epidemologicos
Os números aqui a serem apresentados sao dados registrados no ano de 2019 a 2020 foram pelo
Ministro da Saúde, Armindo Tiago.
Segundo ministro Tiago, no mesmo periodo foram registadas, igualmente, 38.000 mortes e
94.000 mulheres grávidas testaram positivo para o HIV. "A taxa de transmissão vertical do HIV
da mãe para o seu filho foi de 13%. Ainda segundo as estimativas, cerca de 2.1 milhões da
população moçambicana vive actualmente com o HIV.

O risco de infecção pelo HIV, alertou o Ministro da Saúde, é alto entre as populações chave,
mulheres e raparigas adolescentes e mulheres jovens, sendo que em 2020 os adolescentes e
jovens foram responsáveis por 40% das novas infeções por HIV.

E nisto, em 2019, a região da África Subsaariana, com apenas 12% da população mundial,
concentrava cerca de 68% das pessoas de todas as idades vivendo com o HIV no mundo, e
Moçambique, pelas estatísticas, o segundo país na região que mais contribui em novas infecções
por HIV. E foi com o objectivo de alterar este quadro, que arrancou na capital moçambicana, a
VIII Reunião Nacional do Programa Nacional de Controlo às ITS HIV/SIDA, cuja abertura foi
presidida pelo Ministro da Saúde.

Para aquele tempo, a boa nova é que não obstante a pandemia da COVID-19, o HIV e SIDA
não foi relegado para um plano secundário. A resposta enérgica ao HIV e SIDA continua a ser
uma emergência nacional e um desafio importante de saúde, desenvolvimento, direitos
humanos, segurança e social, assegurou Armindo Tiago, realçando ainda que a implementação
das intervenções pelas diferentes áreas multidisciplinares e multissectoriais continua a ser
prioridade do Governo de Moçambique e as mesmas não devem ser desaceleradas, sendo que
sua monitoria e avaliação são um imperativo. Inserido na região Austral de África, a mais
fortemente afectada pela epidemia do HIV, Moçambique continua a ser desafiado no controlo
do HIV.

Actualmente, 74% das Pessoas Vivendo com HIV em Moçambique estão a receber
gratuitamente o Tratamento Antirretroviral (TARV) e 94% da rede sanitária pública oferece

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Serviços TARV, sendo que nos últimos anos, o país tem observado uma tendência de redução
de novas infecções e de mortalidade por HIV.

Em Moçambique, as prioridades para o controlo do HIV, passam pela prevenção, o


aconselhamento e testagem, a ligação dos elegíveis aos Serviços TARV, a retenção e adesão ao
tratamento e o apoio psicossocial.

Factores de risco do HIV


As mulheres em geral, e as africanas em particular, sentem o peso da dependência econômica,
sociocultural, e às vezes política, no seu processo de luta pela sobrevivência. Percebendo tal
vulnerabilidade do gênero feminino, Fonseca (2005) e Zimba e Castiano (2005) admitem que,
na pós-modernidade, têm sido detectados vários processos destrutivos da vida das mulheres.
Um deles se refere ao aumento na proporção de pessoas do sexo feminino chefes de agregado
familiar sem capacidade econômica para sustentar os seus dependentes. Para tentar superar essa
condição, elas recorrem, muitas vezes, a práticas de risco na atuação como profissional de sexo
ou comerciante ambulante informal nas grandes avenidas de Maputo.
Bastos (2000), Marques, Silva, Gutierrez e Lacerda (2006) e Patrão (2009) destacam como
ponto central da questão da feminização da epidemia de HIV/aids, em diferentes contextos, a
questão de gênero. O tratamento desigual dado aos gêneros, em termos políticos, culturais e
socioeconômicos, tem uma dimensão macro e microssocial, compreendendo a não observância
dos direitos fundamentais, relações desiguais de poder e acesso diferenciado a bens materiais.
Frequentemente essas desigualdades se superpõem, gerando efeitos sinérgicos, que multiplicam
os riscos a que estão submetidas as mulheres em geral, e com maior agravo para as africanas,
por excelência subestimadas pela historiografia do continente.

Influência do género na prevalência/incidência do HIV em Moçambique


A complexidade do conceito de género fez emergir a necessidade de contextualizar aspectos da
realidade de países mais pobres e endêmicos quanto à aids, nos quais se inclui Moçambique.
Especificamente no norte do país, as mulheres são submetidas a rituais socioculturais após a
menarca, onde são instruídas à submissão total ao parceiro masculino, à obediência e
cumprimento das vontades sexuais do homem. Outra situação de natureza sociocultural também
acontece no centro e sul do país, onde a viúva deve aceitar fazer sexo sem proteção com um
cunhado para sua purificação, prática denominada pitakufa/kudjinga. Trata-se de prática
tradicional moçambicana: quando o marido morre, a viúva deve fazer sexo não protegido com
o cunhado para purificá-la. Se o acto for recusado pela viúva, ela pode perder os bens da família,

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retirados pelos familiares do falecido. Esse fenômeno social reveste-se de muitos riscos em
contextos de disseminação de HIV/aids e das infecções de transmissão sexual. A vida de
homens e mulheres é permeada de imensos tabus que colocam a vida de ambos em risco, e em
particular a mulher" (Ministério da Saúde da República de Moçambique - MISAU, 2008, p.
17).
facto das mulheres normalmente inicialmente a vida sexualmente activa mais cedo e, com
parceiros mais velhos. A situação se inverte nos restantes grupos de idade onde a distribuição
é maior para os homens. Os indivíduos com idades entre os 31-40 anos apresentam maior
frequência para ambos sexos. O grupo com maior diferença é referente aos indivíduos maiores
de 40 anos, sendo maior para os homens (diferença de 7,9%).

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Medidas de mitigação desde conflitos

 Mobilização e consiencialização a respeito dos direitos humanos;


 Estabelecer leis contra estigmas;

Metodologia

Para analisar os determinantes do HIV em Moçambique, foi feito inicialmente um estudo


bibliográfico aprofundado sobre o tema em questão com o intuito de verificar qual o parecer
que alguns autores tinham sobre gênero, conhecimentos que possuíam sobre sexualidade e quais
eram as dificuldades enfrentadas na questão se género. Para isto foi realizado um estudo
bibliográfico, leitura de artigos e manuais de ensino..

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Conclusões
Ao longo do trabalho, observou-se que os factores de risco de prevalência do HIV em
Moçambique, deve-se a inumeras causas, portanto, dentro dessas causas encontramos muitos
detalhes que oprimem a mulher. As leis que forma estabelecidas em detrimento as mulheres em
relação ao seu papel social faz hoje delas vítmas e consequentemente maiores factores
contribuentes na prevalência do HIV no pais. A análise mostrou que a prevalência de HIV entre
os moçambicanos é dependente da idade, indivíduos que já foram casados (separados, viúvos
e/ou divorciados). As mulheres se mostram mais vulneráveis comparativamente aos homens,
sendo que as mesmas devem receber um pouco mais de atenção. Adicionalmente, o estudo
sugere que a religião, educação (para os homens) e a riqueza são factores que não têm um papel
significativo na prevalência do HIV em Moçambique. Estes resultados são importantes para a
condução de políticas nacionais para a luta contra o HIV/SIDA, que se mostrou ter aumentado
segundo os dados epidemológicos de 2011 para 2015. Com base nos mesmos, podem ser
desenhadas estratégias/programas com alvos específicos (sem deixar de lado os restantes
grupos) que visem a massificação de campanhas de prevenção e tratamento do HIV.

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Referências Bibliográfias
Bastos (2000), Marques, Silva, Gutierrez e Lacerda (2006) e Patrão (2009).

Fonseca (2005) e Zimba e Castiano. Factores de risco do HIV.

Ministério da Saúde da República de Moçambique - MISAU, 2008, p. 17

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