Você está na página 1de 3

UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS

ESCOLA DE GESTÃO E NEGÓCIOS


DISCIPLINA EVOLUÇÃO DAS IDÉIAS SOCIAIS
ATIVIDADE DE AVALIAÇÃO – GB – PROVA

Prezado aluno,

Com base nos textos estudados para o Grau B, responda as questões abaixo propostas. Busque responder
referenciando os autores e textos lidos, de maneira a expor as ideias e conceitos dos autores e apresentando
um posicionamento crítico sobre o tema.

1. Apresente e explique o conceito de “razão”, diferencie “razão objetiva” de razão “subjetiva” e discuta os
conceitos de idealismo e realismo. (tome como referência o texto Razão e Racionalidade-Marilena
Chaui);
Pascal em sua celebre frase “O coração tem razões que a razão desconhece”, expõe duas
dimensões do que poderia ser considerado razão, assim “razões” são os motivos do coração
relacionados aos sentimentos, já “razão” implica na ideia de consciência, o que expressa um
entendimento do ser humano dividido em dois, uma parte racional e consciente e outra sentimental e
desejante.
Outros referem-se à ciência como progresso da razão, ou mesmo como determinante da
clareza de um trabalho “Este artigo está claro, racional, já este outro está confuso irracional”.
Portanto a razão pode ser tanto intrínseca a um objeto como temporal, nós a vemos como condutora
de nossos atos, como atividade intelectual e como forma ordenada e com rigor.
Sendo assim, podemos entender a razão objetiva como objeto de conhecimento e a realidade
racional, enquanto a razão subjetiva como sendo o sujeito do conhecimento como racional.
A divergência entre idealismo e realismo se sustenta na que no primeiro item só existem
ideias e estas que influenciam o mundo, enquanto no realismo, a existência de um mundo real
independe da experiência e das ideias.

2. Apresente os “princípios da razão” (ou racionais) e discuta como os avanços do conhecimento científico
nas áreas da física, antropologia, psicologia, etc, problematizam a validade desses princípios. (tome como
referência o texto Razão e Racionalidade-Marilena Chaui);
Princípio da identidade: Afirma que “A é A”/”O que é, é”, pois é necessário que uma coisa seja
concebida sempre a partir de sua definição, por exemplo todo triângulo tem 3 lados, não pode ser um
triângulo se não ter três lados.
Princípio da não-contradição: Afirma que “A é A e é impossível que seja no mesmo tempo e na
mesma relação não A”, ou seja, uma ideia não pode contradizer a si mesma, um triângulo não pode ter e
não ter 3 lados ao mesmo tempo.
Princípio do terceiro excluído: Afirma que “Ou A é X ou é Y e não a terceira possibilidade”, logo
podemos dizer que aquele ser é ou não é um urso, não existe uma terceira opção para essa ocasião.
Princípio da razão suficiente: Afirma que tudo tem uma causa para existir, assim se A causa B então
tendo B sabemos que necessariamente ocorreu A, também chamamos de princípio de causalidade.
Contudo as outras áreas da ciência acabaram “atrapalhando” esses princípios, como por exemplo a
física quântica que descobriu um comportamento peculiar da luz, que ora se comporta como onda e ora
como partícula, acabando por desbancar o princípio do terceiro excluído, que diria “ou a luz e partícula,
ou ela não é”. Por conseguinte, foi criado o princípio da indeterminação, que é válido apenas para razões
macroscópicas.
Outros problemas foram expostos nos demais princípios, o que faz com que gradualmente sofram
alterações, além de que a partir da ideia de ideologia expressa por Marx, passamos a tomar cuidado com a
força da terminologia razão, que pode ser usada para fins maléficos.
O trabalho da filosofia contemporânea para alguns passou a ser a definição de uma ideia de razão
alargada, que contenha o princípio de todas as culturas sem tomar partido e exprimir preconceitos.

3. Explique o que são “processos de massa” e como essa ideia (conceito) pode ser aplicada aos fenômenos
sócio-econômicos como a economia. (tome como referência o texto Regularidades Estatísticas);

Os processos de massa são fenômenos que quando considerados como um todo apresentam certa
regularidade, assim essa implicação de causalidade pode ser dividida em duas: 1. Causas Principais que
afetam todos os casos; 2.Causas Acidentais que ocorrem em casos particulares.
Tomando a mortalidade como exemplo, podemos identificar no ser humano conceitos validos para
todos, o fato de nascermos mais frágeis e nos fortalecermos no decorrer da vida até o momento em que
ficamos velhos e voltamos a nos fragilizar é comum a nossa espécie, assim pode ser tido este fato como
uma causa geral; porém a forma como cada um vive em ambientes suscetíveis ou não a doenças ou a
violência acaba por alterar o andamento da vida, logo variando de caso a caso podemos nomear essas
peculiaridades de causas acidentais. Deste modo chamaríamos de regularidade estatística um bom
casamento entre causas principais e causas acidentais.
O papel da estatística é encontrar padrões na regularidade de massas, já que se fosse possível fazer
previsões a partir apenas de causas gerais, conseguiríamos anteceder o tempo de vida de todos os
indivíduos, como isso não é possível deve-se tomar o máximo de casos possíveis para identificar qual
suas causas principais e acidentais.
Contudo isso não impede que algumas ciências produzam conceitos gerais a partir de casos
particulares, como para a química em que toda gota de água é necessariamente igual, ou mesmo na
anatomia que após o estudo do corpo de uma determinada espécie atribuímos essas características a todos
os outros corpos que agora passam a também ser conhecidos.

4. O que é o conceito de “tipo ideal” apresentado por Max Weber? Como pode ser utilizado para a análise
da realidade social? Explique. (tome como referência o texto sobre Max Weber);

Sérgio Buarque de Holanda – “O brasileiro é cordial.”


É com essa frase do sociólogo brasileiro que podemos introduzir o conceito de Tipo Ideal. Nesta
frase, temos um objeto (o brasileiro) e um adjetivo que o categoriza, ou um conceito que me vem a
cabeça, produz um estereótipo do objeto. A frase não tenta passar a ideia de que foram analisados todos
os brasileiros para que enfim se chegasse a essa conclusão. Tampouco podemos dela deduzir que não há
brasileiro que não seja cordial. Na realidade, a frase tem o intuito de criar um padrão médio de
características pontuais presentes no cidadão canarinho. Chegando em Weber, autor desse conceito que
categoriza o objeto de pesquisa, seu intuito foi fazer com que esse método fosse usado como uma
ferramenta de pesquisa. Dois pontos precisam ser esclarecidos: 1) tipo ideal não é uma hipótese de onde
você parte para uma teoria, e 2) não é um dever ser, ou seja, não é para ser uma norma. O objeto que a
ferramenta analisa na verdade passar a ser bem longínquo do que podemos encontrar de fato. O método
consiste ainda em selecionar características que darão corpo e inteligibilidade ao fenômeno estudado de
acordo com os seus interesses de estudo. De maneira prática, foi usada pelo Weber quando ele cria um
tipo ideal de protestantismo. A partir desse quadro poderia então medir ou comparar com a realizada
efetiva, controlando a aproximação ou o distanciamento em relação ao modelo.

5. Explique o conceito moderno de dialética e discuta como Karl Marx o aplica na análise da realidade
econômica. (tome como referência o texto Conhecimento e Dialética);

“Os homens fazem sua própria história, mas não a fazem como querem; não a fazem sob circunstâncias de
sua escolha, e sim sob aquelas com que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado”

Essa frase de Marx escrita no livro 18 de brumário carrega consigo parte da ideia de materialismo dialético,
visto que imputa a ideia de que apesar dos homens poderem construir o mundo e mudar a realidade, tudo
que fazem tem influência direta da realidade pré-existente aos seus atos. Desse contexto é que conseguimos
aplicar o conceito na realidade econômica, pois de nada adianta você ter uma nação com uma cultura
comunista enquanto a realidade das trocas entre as camadas da sociedade perpetua uma relação capitalista. A
lógica é que os fatos sociais da realidade influenciam os ideais da sociedade e não o contrário. Essa
concepção funcionou como método para Marx avaliar a realidade econômica e chegar em uma de usas
principais contribuições que é a da contradição.

“As revoluções são a locomotiva da história” – Marx.

A organização das sociedades no tempo é moldada pela luta de classes, seja na época feudal ou na era
capitalista que a procede. A partir da ideia de que a realidade (aqui pode se entender como a organização de
trocas da sociedade e como funciona o controle dos meios de produção) molda como a sociedade se
comporta, quando nos deparamos com uma minoria que detém os meios de produção, concebemos a ideia de
que uma minoria tem o controle da sociedade via uma hegemonia e então nos deparamos com a tal da
contradição. Essa contradição não se sustenta sem o auxílio do Estado por meio da coerção.

Enviar as questões respondidas, por email, até 26/06/2020, impreterivelmente

Você também pode gostar