I2 As Escolas Hermenéulricas e os Métodos de lnterpretagfio da Lei
A aplicagao, apesar de parecer um momento posterior e alheio £1 com-
preensao, guarda com esta Lima relaqao dialética desde 0 inicio. Assim, evidenciam-se as peculiaridades existentes entre interpretar, expli- car, compreender e aplicar, demonstrando que ha um fio condutor que as une no singular movimento interpretativo que 0 sujeito faz com 0 texto na busca pelo entender.
3. Légica, retérica e hermenéutica
Na medida em que tomamos contato com uma ideia, um texto ou mesmo um objeto material, estamos a percebé-lo e compreendé-lo por meio de jui- zos mentais que nos condurzem ii expressao (Cl21I‘ifiC2l<;:§O) daquilo que estamos captando. Nesse sentido pouco rigoroso de nosso “entendeir as coisas", as ciéncias lo- gica, retorica e hermenéutica se entrelaqam e coabitam muitas vezes 0 mesmo espaqo, ainda que cada uma possua seu objeto de estudo especifico. Esses ramos do conhecimento se inserem dentiro do conceito amplo de filosofia que é género dc todas as espécies em questéio. Vale dizer, sob o manto da busca do conhecimento inao se pode isolar uma ciiéncia da outra, mas ape- nas indicar quais pontos as tornam distintas, de modo que as mesmas nao se excluam, mas se complementem. Em relaqao a lc'1»gica,to|nnada aqui, inicialmente, em seu sentido U'2]lCllClOI1Hl de estudo dos modos como se realizam os juizos de pensamento e suas cone- xoes, as distingoes poderiam ser observadas dc forma clara, principalmente em raziio da optical nitidamente formalista e instrumental que lhe conferiu Aristoteles. Para 0 mestre estagirilta, a légica se constitui em um método que leva 51 pureza do pensar e ié certeza da retidao do raciocinio alcangaclo. Tal método se traduz no silogismo. O moclelo da premissa maior, premissa menor e conclu- sao conduz a uma certeza que permite ao homem p€ll'lS3I' melhor.” A compreensao, estudada pela logica clzissica, esta relacionada a um modo ideal de raciocinio, 0 qua] aponta 0 caminho (método) que 0 pensamento deve realizar para tornar--se valido. Nota-se, aqui, que o escopo da logica silogistica é a validade do pensaimento e niio a verdade daquilo que se infere.
'5 Exemplo: prcmissa maior: as zirvorcs tém folhas; premissa nicuor: 0 cucalipto é uma zirvorc; conclusao: o eucalipto tcrm follias.