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\\ ÍNDICE:\\
1. A Definição da Lógica
2. A Necessidade da Lógica
3. A Dificuldade da Lógica
4. As Partes da Lógica
5. Estrutura dos Atos do Intelecto
6. Estrutura dos Livros de Aristóteles
O QUE É A LÓGICA?
Etimologia grega: “logos” razão, racional. “Uma pessoa lógica” (razoa bem e rigoroso). “Um argumento
lógico” (argumento coerente). “Logico!” (obvio). “A Lógica” (aquela coisa que voce estuda que nos ajuda a pensar
bem)
1 - DEFINIÇÃO
[HIPER TÉCNICA] A Lógica é "a ciência instrumental especulativa e modalmente prática que tem como
objeto material as obras da razão, como objeto formal quod as relações da razão de segunda intenção, e como objeto
formal quo a luz dos primeiros princípios da razão.“
[NORMAL] A Lógica é a arte pela qual a razão dirige os seus próprios actos de modo a poder avançar com
facilidade, com ordem e sem erros, para a compreensão da verdade das coisas.
2 - A NECESSIDADE
O QUE A LÓGICA FAZ POR NÓS? COMO É QUE ELA NOS AJUDA?
1. Dá-nos a capacidade de pensarmos de uma forma ordenada. (leis da mente)
2. Dá-nos o poder da argumentação convincente.
3. Dá-nos a capacidade de escolher os instrumentos lógicos adequados.
4. Dá-nos a capacidade de identificar os instrumentos de raciocínio alheio.
5. Nos ajuda a detectar contradições e argumentos falsos.
6. Dá-nos a capacidade de distinguir os argumentos prováveis dos necessários.
3 - AS DIFICULDADES
1. Trata-se de coisas que não podemos sentir ou imaginar, como os universais.
2. Como a lógica consiste em três atos diferentes, e as ferramentas que aperfeiçoam esses atos são bastante
diferentes umas das outras, a lógica exige uma grande flexibilidade da mente.
3. Como a lógica tem a ver com palavras, coisas e pensamentos (três atos da mente), é fácil se perder em uma
discussão lógica e se perguntar de qual dos três estamos falando em uma determinada discussão.
4. A lógica informal é facilmente confundida com a lógica simbólica, que, no fundo, é algo totalmente
diferente. Há muitas semelhanças superficiais, e a questão da lógica simbólica é muito mais fácil de entender - é
menos filosófica e mais imaginável.
4 - AS PARTES DA LÓGICA
LÓGICA DO CONCEITO, ENUNCIAÇÃO E RACIOCÍNIO
A pergunta que fica é: o que a lógica estuda para atingir esse objetivo? A lógica estuda os três atos da razão
(CONCEPTUM, ENUNTIATIO ET RACIOCINATIO) que são apenas estes úteis ao filósofo que deseja entender a
verdade das coisas.
2. [ENUNTIATIO] Compreender o verdadeiro e o falso: Mas o ato de raciocinar pressupõe um ato ainda
mais fundamental da razão: compreender o verdadeiro e o falso. Se não entendermos a verdade de uma afirmação, não
poderemos raciocinar a partir dela para outras afirmações.
Lógica do Enunciação: A segunda parte da lógica é a lógica do segundo ato da razão, ou seja, compreender o
verdadeiro e o falso, ou julgar entre eles. A expressão mais elevada disso são os primeiros princípios auto evidentes.
Como esse ato da razão é aperfeiçoado principalmente pela formação de uma afirmação, a segunda parte da lógica
estuda principalmente as afirmações. E essa parte da lógica vem depois da parte sobre definição, uma vez que a
compreensão de uma afirmação verdadeira vem depois da compreensão das coisas sobre as quais a afirmação se
refere.
3. [RACIONATIO] Raciocinar: O ato mais óbvio da razão pelo qual chegamos a conhecer a verdade sobre as
coisas é o ato de raciocinar. Aperfeiçoada pela demonstração propter quid. Quando raciocinamos, reunimos
afirmações cuja verdade já conhecemos e, a partir delas, chegamos a uma nova afirmação cuja verdade não
conhecíamos antes.
Lógica do Raciocínio: A terceira parte da lógica é a lógica do terceiro ato da razão, ou seja, o raciocínio.
Como esse ato da razão é aperfeiçoado principalmente pela formação de um argumento, a terceira parte da lógica
estuda principalmente os argumentos. E essa parte da lógica vem por último, pois o raciocínio a partir de afirmações
pressupõe que tenhamos compreendido sua verdade.
RESUMO: Portanto, a lógica trata de todos os três: palavras, coisas e pensamentos. Mas ela trata de
qualquer um deles somente em sua conexão com os outros dois. Ela trata de palavras na medida em que elas
significam coisas por meio de nossos pensamentos.
DIVISÕES DA LÓGICA
Logica informal e logica formal / Lógica Maior e Lógica Menor / Logica utens e Logica docens / Lógica do
conceito, enunciação, e raciocínio / Logica formal e material.
Lógica informal: Centra-se no raciocínio quotidiano, na linguagem e na argumentação sem uma adesão estrita
a regras formais.
Lógica Formal: Preocupa-se com a representação abstrata e simbólica de argumentos utilizando notação
matemática.
Lógica Maior: Centra-se nos aspectos mais teóricos e fundamentais da lógica, lidando frequentemente com
princípios abstractos.
Lógica Menor: Lida com os aspectos práticos e aplicados da lógica, envolvendo as regras da argumentação
dialética e aplicação de princípios.
Logica Utens: Uso prático ou instrumental da lógica, enfatizando a sua aplicação no raciocínio quotidiano e na
tomada de decisões.
Logica Docens: Aspeto teórico ou didático da lógica, centrando-se no estudo sistemático, na análise e no
ensino dos princípios lógicos.
Lógica Formal: Preocupa-se com o estudo da forma e estrutura de argumentos válidos, recorrendo
frequentemente a notação simbólica.
Lógica Material: Conteúdo ou objeto dos argumentos, considerando a verdade ou falsidade das proposições.
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1.1 NOME
Primeiro, uma observação sobre a palavra "nome". A primeira coisa que vem à mente quando dizemos
"nome", em inglês, é algo como "Tom", "Fred" ou "Christine", ou seja, nomes próprios para pessoas, animais e
lugares. No entanto, se refletirmos um pouco, perceberemos que a palavra "nome" também tem um sentido mais
amplo em inglês: podemos nos perguntar "Qual é o nome daquele tipo de inseto mesmo? Ah, sim, eu me lembro - uma
cigarra". Agora podemos distinguir entre os nomes. Alguns nomes são ditos apenas para uma coisa. O seja, são nomes
particulares, singulares ou individuais. Outros nomes, por outro lado, são ditos de muitas coisas. O seja, são nomes
universais.
Universais: Nomes ditos de muitas coisas.
Particulares: Nomes ditos apenas para uma coisa.
1.2 DIZER DE
Em segundo lugar, uma observação sobre uma noção muito fundamental para a lógica: a noção de ser dito
sobre algo. Em qualquer declaração afirmativa que fazemos, dizemos algo sobre algo. Por exemplo, "Sócrates está
feliz". Nessa afirmação, "feliz" é dito sobre Sócrates, ou é dito de Sócrates. Sócrates é o sujeito da declaração, e
atribuímos "feliz" para ele. Algumas coisas no mundo, portanto, podem ser ditas de coisas, podem ser ditas de um
sujeito.
2. A ARTE DE NOMEAR
A primeira regra que a lógica nos ensina sobre nomear as coisas é a seguinte: nomeamos as coisas da maneira
que as entendemos. Nem sempre nomeamos as coisas como elas são. "Hidrogênio" vem das palavras gregas que
significam "gerar água". Portanto, "hidrogênio" é nomeado depois que "água". Isso ocorre porque a água é mais
familiar e mais sensível do que o hidrogênio. No entanto, o hidrogênio é anterior à água na realidade, pois a água é
composta de hidrogênio, e não vice-versa.
3. O TERMO
Termos nunca são verdadeiros ou falsos. Somente as proposições são verdadeiras ou falsas. “Maçã" não é
verdadeiro nem falso. A proposição "Maçãs são frutas" é verdadeira, e a proposição "Maçãs são vegetais" é falsa. Em
vez de serem verdadeiros ou falsos, os [TERMOS] são unívocos ou ambíguos, claros ou obscuros. As
[PROPOSIÇÕES] são ambíguas ou não ambíguas somente na medida em que seus termos são ambíguos ou não
ambíguos. Um termo é simplesmente qualquer palavra ou grupo de palavras que denota um objeto de pensamento. A
palavra portuguesa "termo" vem do latim "terminus", que significa "fim". Um termo é uma das duas "extremidades"
de uma proposição. Ex.: Assim como o primeiro e o último pontos em uma linha são as duas extremidades da linha.
Pois um termo é o sujeito (o início) ou o predicado (o fim) de uma proposição, quando está em uma proposição.
Independentemente de um termo estar ou não em uma proposição, um termo é tudo o que pode ser usado como sujeito
ou predicado de uma proposição.
3.1 SINAL
De acordo com a origem pode ser dividido em:
1. Sinal natural (Fumaça simboliza fogo)
2. Sinal artificial (placa de trânsito que simboliza "pare")
2. [ANALOGIA DE ATRIBUIÇÃO OU REF. EXTRÍNSECA] Às vezes, uma palavra tem muitos significados
porque os elementos da definição são ommitidos.
A analogia de atribuição, ocorre quando os diferentes significados de uma ideia são compartilhados por coisas
que se referem a uma coisa principal em comum. Se a referência ocorre apenas na predicação e não no ser, temos a
analogia de atribuição EXTRÍNSECA. Neste caso, o que é compartilhado entre os diferentes casos é a relação lógica,
não a participação ontológica.
3. [ANALOGIA DE ATRIBUIÇÃO OU REF. INTRÍNSECA] Às vezes, uma palavra tem muitos significados
devido à semelhança entre duas coisas.
Se a referência ocorre tanto na predicação quanto no ser, temos a analogia de atribuição INTRÍNSECA. Aqui,
os diferentes casos estão ligados não apenas porque a ideia pode ser atribuída a eles, mas também porque todos
participam hierarquicamente da forma presente de modo perfeito na coisa à qual se referem.
Finalizado: Quando chegarmos à parte da lógica chamada dialética, retornaremos a essa doutrina e
perguntaremos como decidir se uma palavra foi usada de forma equívoca ou unívoca e, se equivocada, se puramente
equivocada ou com uma ordem entre os significados e, se com uma ordem entre os significados, em qual das cinco
formas listadas acima.
\\3._Logica^J_Portugues^J_Conceito_ate_compreensao-extensao\\
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- 6. O QUE É UM CONCEITO?
Já vimos o que é um nome (termo). Vimos que ele pode ser particular, como Elton John, ou universal, como
árvore ou animal. Na introdução, vimos que os nomes se referem a conceitos e os conceitos a coisas, mas o que é
exatamente um conceito? O conceito é o que nos torna diferentes dos animais. É a nossa maneira de entender o que é
de comum de uma classe de coisas. A humanidade dos homens. Graças ao nosso intelecto (intus leggere), podemos ler
dentro das coisas e descobrir (abstrair) o que é comum. Antes de ir adiante é importante reconhecer que o que
conhecemos diretamente não são os nossos conceitos mas a coisas reais através dos nossos conceitos. Não são O QUE
conhecemos, mas são O PELO QUAL conhecemos. É por isso que vocês não tenham refletido muito ao respeito deles
até começar a estudar filosofia... Conceitos podem fazer algo que nenhuma coisa material pode fazer. Podem
transcender o espaço e o tempo. O conceito homem refere-se à o todos os homens de todos os tempos e lugares (até se
chegamos no Marte!) O conceito universo inclui todo o universo.
- 7. AS 5 CARACTERÍSTICAS DO CONCEITO
1. [Conceitos são imateriais/espirituais]
Comparação entre uma maçã física a o conceito de maçã: Uma maçã física possui atributos físicos como
tamanho, peso e cor, enquanto o conceito de uma maçã existe apenas na mente. O conceito não está localizado no
cérebro ou no corpo e não possui dimensões físicas como tamanho ou peso. Ao contrário de objetos físicos, pensar
sobre um conceito (um elefante) não afeta o peso ou tamanho físico da pessoa. Palavras (tanto escritas ou faladas), que
representam conceitos, são físicas. Conceitos (ideia de triangulo) são diferentes de imagens sensoriais (imagem de
triangulo). A nossa imagem de uma maçã ainda é concreta e sensível, enquanto o conceito de maça é universal e
inteligível. Compara os significados de “ver” (física, imaginativa e intelectual)
2. [Conceitos são abstratos]
A palavra portuguesa "abstrato" vem do latim abstraho, "extrair (traho) de (ab(s))." Nossa mente extrai, ou
separa, a forma/um aspecto de uma coisa. A forma substancial (gato), a sua quantidade (pequeno), um qualidade
(marrom), etc. (coisas que vamos ver com as categorias depois). Podemos pensar na cor preto sem pensar no gato
preto. Podemos abstrair o essencial do acidental. Intelecto vem de intus leggere.
2.1 (PROCESSO DE ABSTRAÇÃO)
1. Sensação externa (tacto, gosto, visto, olfato, ouvido)
2. Sensação interna (senso comum, imaginação, memoria, cogitativa/estimativa). Fruto: Species sensibilis
(fantasma), imagem sensível.
3. Abstração: o intelecto agente atualiza a sua potencialidade inteligível. Fruto: Species intelligibilis
4. Entendimento: o intelecto possível e atualizado com a species intelligibilis. Fruto: Species impressa (O
CONCEITO)
9. COMPREENSÃO E EXTENSÃO
1. A Compreensão (qualitativa): A "compreensão" de um termo significa o significado interno do termo.
(Homem: animal racional)
2. A Extensão (quantitativa): A extensão de um termo é simplesmente todas as coisas reais às quais o termo se
refere a - a "população" do termo, por assim dizer, no mundo. (Homem: 7.8 biliões)
A compreensão e a extensão estão em uma relação inversa. Tanto mais compreensão menos extensão. Tanto
mais extensão menos compreensão
\\ÍNDICE:\\
4. UMA PROPRIEDADE
Lembre-se de nossa distinção original entre os nomes universais ditos de algo: alguns dizem o que a coisa é,
outros não. Vamos fazer uma outra distinção entre os nomes que não expressam o que é uma coisa. Entre os nomes
ditos de uma coisa que não expressam o que a coisa é, alguns nomeiam coisas que decorrem do que ela é, e outros
não. Por exemplo: (a) Sócrates é capaz de rir. (b) Sócrates está em Itapecerica.
A afirmação (a) não diz o que Sócrates é. Diz algo verdadeiro sobre ele. Ela diz algo verdadeiro sobre ele, mas
"a capacidade de rir" não é o que Sócrates é. A afirmação (b) também não diz o que Sócrates é - estar em Itapecerica
não é o que Sócrates é, mesmo que seja verdade que ele está em Itapecerica. Mas há uma grande diferença entre a
afirmação (a) e a afirmação (b). Embora "capaz de rir" possa não dizer o que Sócrates é, ela nomeia algo que pertence
a ele por causa do que ele é. Ele é capaz de rir porque é um homem, que é o que ele é. “Em Itapecerica", por outro
lado, não apenas deixa de dizer o que Sócrates é, mas nem mesmo nomeia algo que decorre do que ele é. Ele não está
em Itapecerica porque é um homem - estar em Itapecerica não decorre do fato de ser um homem, mas de algum
movimento local ou de alguma outra coisa. "Capaz de rir" é um exemplo do tipo de nome universal chamado de
propriedade.
Há vários graus de rigor com os quais a palavra "propriedade" é usada: O sentido mais estrito de
"propriedade" é:
[1] O que pertence a apenas uma espécie, a todos os membros dessa espécie e sempre.
Por exemplo, ser "metade de 4" é uma propriedade de "2" nesse sentido, pois ser metade de 4 pertence
somente a 2, a cada 2 e sempre. Manera de lembrar: Quod omni : o próprio é predicado de todos os indivíduos de uma
espécie. Quod soli : o próprio é predicado só dos membros desta espécie. Quod semper : o próprio é predicado sempre
dos membros dessa espécie.
5. UM ACIDENTE.
ACIDENTE = um nome universal que diz o que algo tem por causa de algo diferente do que é. Ou: Acidente =
aquilo que pode ou não pertencer a uma mesma coisa, seja ela qual for. (predicável contingente ou não necessário).
Por exemplo, se dissermos que Sócrates é "li", ou "irritado", ou "queimado de sol", estamos nomeando coisas que
realmente pertencem a Sócrates e, no entanto, elas não pertencem a ele por causa do que ele é, mas por causa de algo
fora de sua natureza humana. Às vezes, um acidente pode ser separado de uma coisa, como quando dizemos que
Sócrates está sentado - se ele se levantar, ainda teremos Sócrates, mas ele não estará mais sentado. Outras vezes, um
acidente é inseparável de uma coisa, como quando dizemos que Sócrates está na galáxia da Via Láctea. Embora o fato
de estar nesse lugar definido não esteja ligado à natureza de Sócrates, ainda assim não podemos removê-lo dele.
Estas, então, são as 10 [CATEGORIAS] mais elevadas, os nomes elementares mais universais que podem ser
ditos das coisas de forma unívoca: (SUMMA GENERA)
(1) Substância
(2) Quantidade
(3) Qualidade
(4) Relação
(5) Hábito
(6) Quando
(7) Onde
(8) Posição
(9) Agir sobre (ação)
(10) Ser agido sobre. (paixão)
Confirmação por indução de que não há mais categorias além das dez mencionadas.Exemplos de coisas que
devem ser reduzidas a um dos gêneros mais elevados, pois não pertencem a nenhum gênero como uma espécie dele.
As quatro categorias mais importantes são substância, quantidade, qualidade e relação. É essencial compreender essas
quatro categorias de maneira distinta.
Não é possível, então, dar uma definição de diferenças de espécies de uma categoria, mas é possível:
(1) Dar uma "definição" em um sentido mais amplo e dar propriedades da categoria.
(2) Dividir a categoria em suas espécies imediatas e mais universais.
(3) Ver a ordem entre as próprias categorias. Isso é o que significa ter uma compreensão distinta das 10
categorias.
Substâncias são aquelas que subjazem ou sustentam os acidentes, não podendo ser separadas deles.
Enquanto os acidentes dependem das substâncias para existir, as substâncias existem independentemente.
Sócrates, por exemplo, é uma substância, pois não é uma característica de outra coisa mais fundamental, mas
sim a coisa fundamental.
(problema da definição de Espinosa de substancia)
4. RELAÇÃO
Descrição de Aristóteles: Diz-se que essas coisas são relativas (πρός τι) (ad aliquid) e que todo o seu ser
consiste no fato de serem dependentes de outras coisas, ou de se referirem de alguma outra forma a outra coisa: por
exemplo, o maior é aquele cujo ser consiste em ser dito de outra coisa, uma vez que é de algo que se diz maior; e o
duplo é aquele cujo ser consiste em ser dito de outra coisa, uma vez que é de algo que se diz o duplo; e assim por
diante, em todas as relações desse tipo.
- 12. OS PÓS-PREDICAMENTOS
1. [Opostos]: relativo, contrários, privação/possessão, afirmação/negação.
2. [O anterior e o posterior]: cronológico, noético, ontológico.
3. [O simultâneo]: tempo, natura, logica
4. [O movimento]: geração, corrupção, aumento, diminuição, alteração, movimento local.
5. [O ter (habitus)]: qualidade, categoria, outros sentidos.
- 13. OS TRANSCENDENTAIS
Características essenciais:
* CONVERSÃO --- conversio
* ADIÇÃO --- additio
* PROCESSÃO --- processio
- 14. DEFINIÇÕES
Ainda estamos na primeira parte da lógica, a parte que estuda o primeiro dos três atos da razão essenciais à
filosofia, a saber, o ato de compreender o que é uma coisa. Esse ato da razão é levado à perfeição na forma de uma
definição. Até agora, falamos apenas de nomes simples para as coisas - um nome expressa a compreensão da razão
sobre o que algo é, embora imperfeitamente e de uma só vez. Até agora, falamos sobre algumas das ferramentas
menos perfeitas para expressar ou significar o que é uma coisa, e examinamos algumas coisas pressupostas para a
compreensão da definição.
O filósofo arquetípico, Sócrates, geralmente passava mais da metade de cada um de seus diálogos definindo
termos. O livro mais famoso e influente de toda a história da filosofia, A República de Platão, passa a maior parte do
tempo definindo apenas um termo, "justiça". O Livro I da República é um excelente exercício de leitura para o
estudante de definições; ele consiste no fato de Sócrates avaliar três definições de justiça e considerá-las insuficientes.
[2] UMA DEFINIÇÃO DE UM NOME NÃO É O MESMO QUE UMA DEFINIÇÃO DE UMA COISA.
De imediato, devemos distinguir dois tipos de definições:
1. {DEFINIÇÃO NOMINAL} Um tipo de definição explica o que uma palavra significa, apontando a nós, por
meio do uso de palavras mais familiares (ou até mesmo apontando!), o que uma determinada palavra quer indicar. Se
alguém estiver aprendendo inglês e ouvir a palavra “brigadeiro", poderá perguntar ao senhor: "O que é um
brigadeiro?". Ele está procurando uma espécie de definição. O senhor pode responder “e a bolinha marrom que tem
nas festas no Brasil". Se ele estiver familiarizado com a essa bolinha, agora ele sabe que tipo de coisa a palavra
portuguesa “brigadeiro" é um nome. Você deu a ele uma {espécie de definição de um nome}. Mas se alguém estiver
comendo um brigadeiro e olhar para ela depois de dar uma mordida e se perguntar o que é, ele pode fazer a pergunta
"O que é um brigadeiro?". Ele está procurando um tipo diferente de definição. Ele já sabe como a palavra “brigadeiro"
é usada e que coisa nomeia - agora ele quer saber o que é essa coisa? Ele quer saber, por exemplo, quais são os
ingredientes e como ele é feito. (leite condensado, manteiga, e Nesquik)
\\5._Logica,_Portugues,_Definicoes_e_Divisoes\\
\\ÍNDICE:\\
14.2 [2] UMA DEFINIÇÃO DE UM NOME NÃO É O MESMO QUE UMA DEFINIÇÃO DE UMA COISA.
De imediato, devemos distinguir dois tipos de definições. Um tipo de definição explica o que uma palavra
significa, apontando a nós, por meio do uso de palavras mais familiares (ou até mesmo apontando!), o que uma
determinada palavra quer indicar. Se alguém estiver aprendendo inglês e ouvir a palavra “brigadeiro", poderá
perguntar ao senhor: "O que é um brigadeiro?". Ele está procurando uma espécie de definição. O senhor pode
responder “e a bolinha marrom que tem nas festas no Brasil". Se ele estiver familiarizado com a essa bolinha, agora
ele sabe que tipo de coisa a palavra portuguesa “brigadeiro" é um nome. Você deu a ele uma espécie de definição de
um nome. Mas se alguém estiver comendo um brigadeiro e olhar para ela depois de dar uma mordida e se perguntar o
que é, ele pode fazer a pergunta "O que é um brigadeiro?". Ele está procurando um tipo diferente de definição. Ele já
sabe como a palavra “brigadeiro" é usada e que coisa nomeia - agora ele quer saber o que é essa coisa? Ele quer saber,
por exemplo, quais são os ingredientes e como ele é feito. (leite condensado, manteiga, e Nesquik). A definição de
uma palavra é chamada de "definição nominal", Enquanto a definição de uma coisa é chamada de "definição real".
Que tipo de definição encontramos no dicionário? Considere a definição de "homem" que podemos encontrar no
dicionário. O dictionario define “homen" como "um ser humano..., uma pessoa". Isso está nos dizendo o que é um
homem, discernindo seus princípios essenciais e dizendo o que constitui um homem? De forma alguma. Está apenas
nos dando sinônimos para a palavra "homem". Uma definição nominal não pode ser mais do que um mero sinônimo
do nome que está sendo definido, desde que o sinônimo seja mais familiar do que o nome que está sendo definido. Por
exemplo, podemos definir "antropofagia" como "canibalismo." Mas não podemos definir "bravo" como “irado". Essa
é uma definição nominativa ruim, pois é uma tentativa de explicar uma palavra bastante comum e familiar por meio de
uma palavra rara e mais difícil. Isso é ao contrário. Devemos sempre conhecido algo novo por meio de coisas que são
ainda mais conhecidas e familiares.
14.7 [7] DEFINIÇÕES POR MEIO DE CAUSAS, DEFINIÇÕES POR MEIO DE EFEITOS.
Outra distinção importante entre as definições é que algumas definições dizem o que uma coisa é por meio de
suas causas, outras por meio de seus efeitos. Sempre que uma definição por meio da causa é possível, ela é melhor do
que uma definição por meio dos efeitos. A definição por meio da causa é semelhante a uma definição por meio de
gênero e diferenças, enquanto uma definição por meio de efeitos é como uma definição por meio de propriedades.
Uma propriedade parece ser especialmente algo que permanece dentro da coisa, enquanto um efeito parece ser apenas
algo que sai da coisa. Por exemplo, um triângulo tem a propriedade de ter seus ângulos somados em 180°; não
chamaríamos isso de "efeito" de um triângulo, pois é algo que permanece dentro dele. Por outro lado, mesmo os
efeitos que saem de algo podem ser chamados de "propriedades" desse algo ou podem ser a base para nomear uma
propriedade desse algo.
Por exemplo, se um ácido tiver um efeito corrosivo em um metal, diríamos que essa é uma "propriedade" do
ácido.
14.11 [11] UMA DEFINIÇÃO NÃO PRECISA NOS PERMITIR DIZER QUAIS COISAS SE
ENQUADRAM NELA.
O objetivo da definição é nos dar a conhecer, de forma distinta, algum tipo de natureza que pode ser
encontrada em muitas coisas o que pode ser encontrada em muitas coisas, e não nos dizer quais coisas em particular
participam dessa natureza. Definir "ser vivo" é desafiador devido a divergências sobre o que constitui um exemplo,
especialmente em casos como vírus. Diferenciar se algo é um círculo ou não é distinto de saber o que é um círculo. O
inverso também é verdadeiro. Às vezes, é fácil reconhecer algo como pertencente a uma categoria, mas difícil de
definir essa categoria. Por exemplo, a definição precisa de "rima" é complexa, pois "mesmo som" nem sempre implica
uma rima.
14.14 [14] A DEFINIÇÃO NÃO DEVE CONTER O TERMO DEFINIDO (SE NÃO SERIA CIRCULAR)
14.15. [15] A DEFINIÇÃO DEVE SER MAIS CLARA DO QUE O DEFINIDO.
14.17. [17] A DEFINIÇÃO NÃO DEVE SER NEGATIVA (A MENOS QUE A COISA SEJA UMA
NEGAÇÃO OU ALGO INEFÁVEL, COMO DEUS)
Se estou definindo escuridão como falta de luz, não devo definir falta de luz como escuridão.
- 15. DIVISÕES
A divisão é o ato de distinção. É um dos principais instrumentos de um bom filósofo e pensador. Se não
distinguirmos as coisas (no mundo) ou os pontos (em nosso pensamento, escrita ou fala), nós os confundimos; e se os
confundimos, estamos confundidos. Para ter uma ideia clara, a ideia também deve ser distinta. As mentes modernas
geralmente têm uma vaga aversão ideológica às distinções como "discriminatórias". Não conseguem distinguir três
tipos muito diferentes de distinções:
(1) distinções entre pensamentos. (sempre úteis)
(2) distinções justas e razoáveis entre coisas e pessoas, como a distinção entre remédios e venenos, ou entre
alunos aprovados e reprovados.
(3) distinções injustas e irracionais entre pessoas, "discriminação" no sentido ideológico
Divisão é uma forma de chegar a uma definição, dividindo o gênero em suas espécies adicionando diferenças
especificas. A divisão é útil em toda a filosofia, não apenas para definir coisas, mas também para raciocinar pelo
processo de eliminação e distinguir entre as coisas. Distinguir as coisas é extremamente importante na filosofia, pois
envolve notar as diferenças entre as coisas ou reconhecer que uma coisa não é outra.
PROPÓSITO DA DIVISÃO
A. Visualizar o todo de forma exaustiva, parte por parte.
B. Visualizar as partes entre si, distintamente, sem sobreposição.
C. Observar a ordem entre as partes, pois a distinção é necessária para perceber a ordem.
- Uso de opostos na divisão: Ao dividir um todo, usar opostos garante a exaustividade e a não sobreposição
das partes. Por exemplo, ao dividir animais em "Com penas" e "Sem penas", todos os animais são cobertos, garantindo
que cada um caia em uma categoria sem sobreposição.
- Dividindo em três: Às vezes, usamos mais de um par de opostos para dividir algo em mais de duas partes.
Por exemplo, ao dividir um livro em "início, meio e fim", estamos usando os opostos "antes" e "depois". Essa
abordagem resulta em três partes distintas que abrangem todas as possibilidades.
RESUMO DA DIVISÃO:
[DEFINIÇÃO] A definição de divisão: Dividir significa distinguir as partes de um todo.
[Regras de divisão]
1. A primeira regra da divisão: não deixe de fora nenhuma parte do objeto dividido. Toda divisão deve ser
exaustiva.
2. A segunda regra da divisão: não inclui nada que não seja parte do que está sendo dividido.
3. A terceira regra de divisão: não liste partes que tenham uma parte comum ou que se sobreponham, parte
comum ou que se sobrepõem.
4. A quarta regra de divisão: as divisões mais elementares de um todo devem ser feitas antes das divisões mais
específicas.
5. A quinta regra de divisão; a maioria das divisões elementares de inteiros é feita em duas ou três partes.
TIPOS DE DIVISÃO
1. Partes Integrantes: [As partes juntos formam o todo (integral), mas individualmente não são o todo.]
Por exemplo, um homem consiste em cabeça, pescoço, corpo, braços, pernas e pés, mas a cabeça não é o
homem. Nenhuma das partes e o homem mas juntos compõem o homem.
2.Partes Subjetivas: [Essa forma de divisão envolve separar o universal em suas partes subjetivas.]
O que é a divisão lógica do gênero unívoco em suas espécies. Por exemplo, o gênero unívoco <animal>
include <homem> e <animal irracional>. Ambos são animais
3. Partes Potenciais: [Essa forma de divisão envolve separar um todo potencial em suas partes potenciais.]
Isso implica explicitar as partes do todo, que participam de sua essência de alguma forma, mas não a possuem
completamente. Nesse caso, as partes potenciais estão relacionadas ao universal analógico, onde a predicação do todo
não é baseada em identidade absoluta, mas em uma hierarquia proporcional de anterioridade e posterioridade. Por
exemplo, ser o princípio da vida vegetativa é uma parte potencial da alma humana, explicando uma de suas funções,
mas não toda a sua essência. Assim, a parte potencial não recebe completamente a predicação do todo.
Grupos de falácias: *Considerar os resumos das falácias nos lides quando fazer os estudos pessoais. Terá exercíos
futuros.
1. Liguagem
1.1 Equivocação: Equivocação é a falácia material mais comum, ocorrendo quando o mesmo termo é usado em
sentidos diferentes durante um argumento.Na lógica, falácias ocorrem apenas em argumentos, enquanto na linguagem
comum "falácia" é frequentemente usada para qualquer erro.
Todos os termos, exceto números (exceto no caso de Deus...), podem ser usados de forma equivoca, mas nenhum
termo é equívoco em si mesmo; o equívoco ocorre quando um termo muda de significado no argumento (usado duas
vezes com significados diferentes). Para expor um equívoco, é necessário identificar a palavra ou frase que altera seu
significado e então mostrar os dois significados diferentes usando palavras ou frases diferentes. Fazer distinções não é
ficar preso às palavras, mas sim evitar essa armadilha e alcançar conceitos claros. Termos usados analogicamente,
metaforicamente ou vagamente não são necessariamente equivocados.
1.2 Anfibolia: A anfibolia é uma falácia linguística que ocorre quando a estrutura gramatical de uma frase (não só de
uma palavra como na equivocação) gera ambiguidade ou dupla interpretação devido à posição ou uso de certas
palavras ou expressões. Isso pode levar a mal-entendidos, pois a frase pode ser interpretada de maneiras diferentes,
dependendo da ênfase dada a certas palavras ou da ordem das palavras na frase. Um bom exemplo de anfibolia seria a
frase: "Eu vi o homem com o telescópio. "Neste caso, a ambiguidade surge devido à posição da palavra "com". Pode-
se interpretar que "com o telescópio" se refere ao homem, implicando que ele estava usando um telescópio, ou que se
refere à ação de ver, sugerindo que o observador estava usando um telescópio para ver o homem.
1.3 Enfâse ou acentuação:A falácia linguística do acento, também conhecida como falácia de acentuação, ocorre
quando o significado de uma palavra ou frase é alterado com base no destaque ou ênfase colocada em uma sílaba ou
palavra específica dentro dela. Isso pode levar a uma interpretação errada ou distorcida do significado pretendido, já
que a ênfase pode mudar o sentido da comunicação. Um bom exemplo de acentuação seria a frase: "Eu não vi ele
pegar o dinheiro” Se a ênfase for colocada na palavra "EU": pode-se entender que outra pessoa viu. Se a ênfase estiver
em "NÃO", pode-se entender que a pessoa não presenciou o ato de pegar o dinheiro. Se a ênfase for colocada na
palavra "VI", pode-se interpretar que o eu estava presente, mas não viu o ato acontecer. Pode ser que eu só o escutei o
ato. Se a ênfase estiver em "DINHEIRO", pode-se interpretar que a pessoa viu outra ação, mas não especificamente o
ato de pegar o dinheiro.
1.4 Inclinação ou linguage obliquoa: A falácia linguística de Inclinação o linguagem oblíqua, também conhecida como
falácia do “petitio principii", e quando a pessoa presume o que precisa ser provado, usando uma linguagem
"inclinada" que assume o valor ou desvalor na própria descrição do objeto, como “moderno" ou “progressivo",
“retrógado" ou "estagnada“. Isso cria um equívoco ou duplo sentido, pois descreve e avalia ao mesmo tempo,
classificando-se como uma falácia de equívoco. Um bom exemplo de linguagem oblíqua: Os jornais também têm
políticas linguísticas sobre questões polêmicas como o aborto: Um jornal rotulará os dois lados como "pró-escolha" e
"anti-escolha", Outro jornal rotulará os mesmos lados como "pró-aborto" e "anti-aborto", Um terceiro jornal os
rotulará como "pró-vida" e "anti-vida".
1.5 Slogans-palavras de ordem: Slogans são expressões que produzem reações automáticas de concordância ou
discordância sem consideração ou argumento racional. Não há falácia intrínseca em um slogan, mas sim em seu uso
como substituto de um argumento. Por exemplo, quando alguém diz "Sou a favor da vida" como justificativa para suas
crenças, sem fornecer um raciocínio substantivo. Da mesma forma, expressões como "Eu sou progressista" podem ser
usadas de forma semelhante, evocando uma resposta emocional em vez de um pensamento crítico baseado na razão.
1.6 Hipérbole: A falácia linguística do hipérbole ocorre quando se faz uso exagerado ou extremo da linguagem para
enfatizar um ponto, mas de forma que distorce a realidade ou excede os limites razoáveis. "Estou morrendo de fome!"
Isso pode levar a uma compreensão distorcida da situação ou a uma argumentação falaciosa baseada em exageros. Em
essência, o hyperbole é uma forma de exagero que pode ser usada de maneira enganosa para manipular ou influenciar
a percepção do ouvinte ou leitor.
1.7 Straw Man" (Homem de palha): A falácia do "homem de palha" consiste em refutar uma versão injustamente
fraca, estúpida ou ridícula da ideia de seu oponente (seja sua conclusão ou seu argumento) em vez da ideia mais
razoável que ele realmente defende. Uma das regras do debate medieval para bloquear argumentos "homem de palha":
era que você deve primeiro expor a ideia do seu oponente com suas próprias palavras de forma satisfatória para ele,
antes de refutá-la
2. Desvio de atenção
Desviar a atenção para outras coisas ao invés do argumeto em si ou da realidade. O próximo grupo de sete falácias são
falácias de distração ou desvio - maneiras de desviar a atenção do argumento, do ponto, da questão. Em vez de um
argumentum ad rem ("argumento ao ponto" ou "argumento dirigido à coisa real"), temos argumentum ad sete outras
coisas com nomes latinos: personalidade, autoridade, ameaça, pena, vergonha, popularidade ou ignorância. As falácias
de desvio desviam nossa atenção dos fatos, da realidade, para outra coisa. São táticas de diversão, como em uma
batalha.
2.1 Ad hominem: É um ataque pessoal. Formas: Envenenar o poço (desconfia a conbiabilidade) / Tu quoque (tu
também é mal) / Falácia genética (origem da pessoa - patologia). Apelo a autoridade. A mais comum dessas falácias de
desvio é o argumentum ad hominem (ou simplesmente "ad hominem"), que significa um "argumento dirigido à
pessoa" em vez de à questão. Em outras palavras, um ataque pessoal, atacando a pessoa em vez de atacar a questão.
Tem vários estilos: "Envenenar o poço" é o ataque direto à confiabilidade da pessoa que está fazendo uma declaração,
em vez de abordar a declaração. "Tu quoque" (literalmente, “você também") consiste em acusar seu crítico da mesma
coisa de que ele o acusa, em vez de se defender da crítica. A forma mais comum de ad hominem hoje em dia é a
"falácia genética", que consiste em "refutar" uma ideia mostrando alguma suspeita origem psicológica dela (patológica
o ignorância).
2.2 Ad vecundiam ou ad actoritatem: Apelo ilegítimo à autoridade. A falácia é o apelo ilegítimo à autoridade. O apelo
à autoridade não é, por si só, falacioso. Na verdade, a maior parte do que sabemos, aprendemos confiando nas
autoridades: primeiro em nossos pais, depois em nossos professores e livros didáticos. Ninguém pode aprender tudo
em primeira mão; a maior parte do que sabemos chega até nós de segunda mão, com muitos outros elos humanos na
cadeia. Como você pode questionar a eficácia deste método de ensino? Ele é recomendado por diversos especialistas
renomados da área, cujos estudos e pesquisas são amplamente reconhecidos pela comunidade acadêmica. "Neste
exemplo, a argumentação apela para a autoridade de diversos especialistas renomados sem fornecer evidências
específicas ou argumentos diretos sobre a eficácia do método de ensino. A referência à reputação dos especialistas
busca validar o método de ensino sem considerar outros aspectos relevantes que possam ser discutidos.
2.3 Ad baculum, apelação a força, medo ou ao desejo: Esse é o apelo à força ("baculum" significa "bastão"), ou seja,
ao medo (o medo da força) em vez da razão. "Antes de responder, lembre-se de quem paga seu salário. O "outro lado
da moeda", ou correlato, é o “apelo ao desejo.”
O pensamento de que "é verdade porque eu quero que seja verdade" talvez seja a falácia mais comum de todas.
2.4 Ad misericordiam: Usa de compaixão e misericórdia para validar um argumento. A falácia do "ad misericordiam"
ou "apelo à piedade" ocorre quando se tenta usar sentimentos de compaixão para validar um argumento, embora a
piedade não substitua a lógica. "Senhor policial. Eu não mereço uma multa por excesso de velocidade: meu cachorro
acabou de morrer, minha sogra se mudou e minha declaração de imposto de renda está sendo auditada!"
2.5 Ad ignominiam: Tentativa de influenciar ações ou crenças. O "apelo à vergonha" ocorre quando se tenta
influenciar crenças ou ações de alguém usando o medo de sentir vergonha como justificativa. Isso substitui a razão
pela emoção, o que é irracional. "O quê? Você vai ser padre? É porque quer que as pessoas contem piadas sobre
você?" Embora a vergonha em si não seja uma falácia, usar apenas a vergonha como base para decisões é uma falácia
lógica, pois desvia da verdade objetiva e depende da percepção subjetiva dos outros.
2.6 Ad populum: Apelo opinião da maioria. Chamada de "apelo à população" ou "apelo às massas”, essa falácia é
comum na era contemporânea, onde a necessidade de aceitação social é alta, levando as pessoas a acreditar ou agir de
acordo com o que é popular. "A pena capital não pode estar errada; 75% das pessoas a apoiam."
2.7 Ad ignorantiam: Argumentar que uma ideia é falsa por que nunca se ouviu falar sobre ela. O "apelo à ignorância"
consiste em argumentar que uma ideia deve ser verdadeira porque não sabemos se ela não é. É uma falácia porque a
ignorância nunca pode ser uma premissa ou razão. As premissas devem expressar conhecimento - afirmações. Nada se
segue logicamente do nada, ou seja, do não conhecimento. "Aristóteles? Nunca ouvi falar dele. Então ele não pode ser
importante."
3. Simplificação excessiva
3.1 Dicto simpliciter: Falar algo de forma muito simples. Aplicar um princípio geral a casos específicos. Da regra ao
caso. O "dicto simpliciter", que significa dizer algo de forma simples de mais, absoluta ou não qualificada; ou seja,
aplicar um princípio geral a um caso especial sem a qualificação necessária. Isso consiste em ignorar os fatos sobre o
caso especial que exigem que o princípio seja qualificado.
“O homem é um animal racional. Portanto, até mesmo um idiota pode ser aprovado em um curso de lógica.”
3.2 Caso especial: Contrário do anterior. Atribui ao geral o que provém de algo específico. Do caso a regra. Isso e o
contrário do dicto simpliciter. O "caso especial" argumenta que algo é verdadeiro em algum caso especial, portanto, é
verdadeiro simplesmente. "Há muitos idiotas que não conseguem passar em um curso de lógica. Portanto, o homem
não é racional."
3.3 Composição: Argumentar da parte para o todo. Da parte ao todo. Essa falácia consiste em argumentar da parte para
o todo, ignorando o fato de que o que é verdadeiro para a parte não é necessariamente verdadeiro para o todo. Isso
pode ser feito tanto com grupos quanto com coisas individuais. "Este membro da turma de lógica do professor é
inteligente. Portanto, essa deve ser uma turma inteligente" faz isso para um grupo. "Esse capítulo foi fascinante. O
livro inteiro deve ser fascinante também" faz isso para uma coisa.
3.4 Divisão: Inverso da composição. Pode ser feito com grupos e individuais. Do todo a parte. Isso é o inverso da
Composição; consiste em argumentar do todo para a parte, ignorando o fato de que o que é verdadeiro para o todo
nem sempre é verdadeiro para a parte. Isso também pode ser feito com coisas individuais: "Esse livro é fascinante,
portanto, cada capítulo deve ser" ou com grupos: "Essa classe é inteligente e ele é membro dela, portanto, deve ser
inteligente".
3.5 Falácia do preto e branco (semelhante ao primeiro): Não permite ver graduações entre os extremos. Extremista.
Isso é semelhante ao dicto simpliciter, mas a falácia aqui consiste em não permitir gradações ou meios entre os
extremos: o dicto simpliciter consiste em não permitir exceções a uma regra simples. Há negros e brancos, mas
também há cinzas. A falácia aqui consiste em argumentar que "não é este extremo, portanto deve ser o extremo
oposto". "Nenhum homem é perfeito, portanto todos os homens são maus."
3.6 Citação fora do contexto: Citações podem ser mal interpretadas se tiradas do contexto. Essa falácia ocorre quando
o contexto de uma citação é ignorado, seja na literatura ou na vida real. Citações podem ser mal interpretadas se não
considerarem o contexto, como quando frases são tiradas de citações sem aspas, dando a impressão de que o autor
apoia algo que não apoia. Milton escreveu. 'É melhor reinar no Inferno do que servir no Céu.* Portanto, ele deve ter
concordado com o Diabo…
3.7 Estereótipos: Generalizam sem considerar excessões. Do estereótipo ao indivíduo. Estereótipos generalizam sem
considerar exceções, ao contrário de arquétipos, que são padrões fundamentais. Estereótipos são fabricados
socialmente, enquanto arquétipos são parte do "inconsciente coletivo". Nem todas as generalizações são estereótipos;
é um erro rotular todas como tal. "O senhor é alto; deve jogar basquete".