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\\1.

_Logica, Portugues, Intro\\

\\ ÍNDICE:\\
1. A Definição da Lógica
2. A Necessidade da Lógica
3. A Dificuldade da Lógica
4. As Partes da Lógica
5. Estrutura dos Atos do Intelecto
6. Estrutura dos Livros de Aristóteles

O QUE É A LÓGICA?
Etimologia grega: “logos” razão, racional. “Uma pessoa lógica” (razoa bem e rigoroso). “Um argumento
lógico” (argumento coerente). “Logico!” (obvio). “A Lógica” (aquela coisa que voce estuda que nos ajuda a pensar
bem)

1 - DEFINIÇÃO
[HIPER TÉCNICA] A Lógica é "a ciência instrumental especulativa e modalmente prática que tem como
objeto material as obras da razão, como objeto formal quod as relações da razão de segunda intenção, e como objeto
formal quo a luz dos primeiros princípios da razão.“
[NORMAL] A Lógica é a arte pela qual a razão dirige os seus próprios actos de modo a poder avançar com
facilidade, com ordem e sem erros, para a compreensão da verdade das coisas.

2 - A NECESSIDADE
O QUE A LÓGICA FAZ POR NÓS? COMO É QUE ELA NOS AJUDA?
1. Dá-nos a capacidade de pensarmos de uma forma ordenada. (leis da mente)
2. Dá-nos o poder da argumentação convincente.
3. Dá-nos a capacidade de escolher os instrumentos lógicos adequados.
4. Dá-nos a capacidade de identificar os instrumentos de raciocínio alheio.
5. Nos ajuda a detectar contradições e argumentos falsos.
6. Dá-nos a capacidade de distinguir os argumentos prováveis dos necessários.

AS RAZÕES BÁSICAS PARA APRENDERMOS


1. Para aprendermos filosofia, antes precisamos saber as regras de lógica para conhecer e elaborar argumentos
já que a filosofia é adquirida por meio de argumentos.
2. A maneira correta de raciocinar é para a sabedoria o que a estrada certa é para um destino. Se o senhor não
souber o caminho a seguir, não poderá chegar ao seu destino. Portanto, é necessário aprender lógica antes de começar
a filosofar.
3. Há assuntos em que a razão, em sua condição natural, é suficiente por si só. Mas, na maioria dos assuntos
de filosofia, é impossível entendê-los bem, ou seja, com facilidade, na ordem correta e sem erros, a menos que sejas
treinado em lógica primeiro.

QUATRO MOTIVOS PARA A USARMOS


1. Identificar e classificar os bons e os maus argumentos.
2. Aprender a confiar nos argumentos necessários e desconfiar dos argumentos prováveis.
2.1 Saber distinguir quais argumentos dão a razão ou causa de ser das coisas dos que apenas evidenciam a
existência das coisas.
3. Saber o instrumento lógico utilizado do que vemos, ouvimos e lemos.
4. Saber usar as ferramentas da filosofia através da lógica: Definições; afirmações; argumentos etc.

3 - AS DIFICULDADES
1. Trata-se de coisas que não podemos sentir ou imaginar, como os universais.
2. Como a lógica consiste em três atos diferentes, e as ferramentas que aperfeiçoam esses atos são bastante
diferentes umas das outras, a lógica exige uma grande flexibilidade da mente.
3. Como a lógica tem a ver com palavras, coisas e pensamentos (três atos da mente), é fácil se perder em uma
discussão lógica e se perguntar de qual dos três estamos falando em uma determinada discussão.
4. A lógica informal é facilmente confundida com a lógica simbólica, que, no fundo, é algo totalmente
diferente. Há muitas semelhanças superficiais, e a questão da lógica simbólica é muito mais fácil de entender - é
menos filosófica e mais imaginável.

DESCRIÇÃO DE SANTO TOMÁS


= Ars quaedam necessaria est, quae sit directiva ipsius actus rationis, per quam scilicet homo in ipso actu
rationis ordinate, faciliter et sine errore procedat. Et haec ars est Logica, idest rationalis scientia.
= Há necessidade de uma arte que direcione o mesmo ato racional, por meio da qual, se preferir, o homem
proceda de forma ordenada, mais fácil e sem erros no mesmo ato racional. E essa arte é chamada de "lógica", ou seja,
a ciência racional. (Expositio libri Posteriorum, n. 1-2)

O QUE É UMA ARTE?


“Nihil enim aliud ars esse videtur, quam certa ordinatio rationis quomodo per determinata media ad debitum
finem actus humani perveniant.” (Analitica Posteriora, prooemium)
“Pois nada mais parece ser arte do que uma ordenação definida da razão sobre como, através de determinados
meios, as ações humanas podem atingir o seu fim adequado.” Recta ratio factibilium. (Metafisica, Lb 1, lc. 1)

4 - AS PARTES DA LÓGICA
LÓGICA DO CONCEITO, ENUNCIAÇÃO E RACIOCÍNIO
A pergunta que fica é: o que a lógica estuda para atingir esse objetivo? A lógica estuda os três atos da razão
(CONCEPTUM, ENUNTIATIO ET RACIOCINATIO) que são apenas estes úteis ao filósofo que deseja entender a
verdade das coisas.

5 - ESTRUTURA DOS ATOS DO INTELECTO


1. [CONCEPTUM] Compreender o que é uma coisa: O ato de compreender a verdade de uma afirmação
pressupõe o ato mais fundamental da razão: compreender o que é uma coisa. Toda afirmação diz ou nega algo sobre
alguma coisa - se não entendermos o que são essas coisas sobre as quais a afirmação se refere, então não poderemos
entender sua verdade e tampouco poderemos raciocinar a partir dela para outras afirmações.
Lógica do Conceito: A primeira parte da lógica é a lógica do primeiro ato da razão, ou seja, a compreensão do
que é uma coisa. Como esse ato da razão é aperfeiçoado principalmente pela formação de uma definição, a primeira
parte da lógica estuda principalmente as definições.

2. [ENUNTIATIO] Compreender o verdadeiro e o falso: Mas o ato de raciocinar pressupõe um ato ainda
mais fundamental da razão: compreender o verdadeiro e o falso. Se não entendermos a verdade de uma afirmação, não
poderemos raciocinar a partir dela para outras afirmações.
Lógica do Enunciação: A segunda parte da lógica é a lógica do segundo ato da razão, ou seja, compreender o
verdadeiro e o falso, ou julgar entre eles. A expressão mais elevada disso são os primeiros princípios auto evidentes.
Como esse ato da razão é aperfeiçoado principalmente pela formação de uma afirmação, a segunda parte da lógica
estuda principalmente as afirmações. E essa parte da lógica vem depois da parte sobre definição, uma vez que a
compreensão de uma afirmação verdadeira vem depois da compreensão das coisas sobre as quais a afirmação se
refere.

3. [RACIONATIO] Raciocinar: O ato mais óbvio da razão pelo qual chegamos a conhecer a verdade sobre as
coisas é o ato de raciocinar. Aperfeiçoada pela demonstração propter quid. Quando raciocinamos, reunimos
afirmações cuja verdade já conhecemos e, a partir delas, chegamos a uma nova afirmação cuja verdade não
conhecíamos antes.
Lógica do Raciocínio: A terceira parte da lógica é a lógica do terceiro ato da razão, ou seja, o raciocínio.
Como esse ato da razão é aperfeiçoado principalmente pela formação de um argumento, a terceira parte da lógica
estuda principalmente os argumentos. E essa parte da lógica vem por último, pois o raciocínio a partir de afirmações
pressupõe que tenhamos compreendido sua verdade.

RESUMO: Portanto, a lógica trata de todos os três: palavras, coisas e pensamentos. Mas ela trata de
qualquer um deles somente em sua conexão com os outros dois. Ela trata de palavras na medida em que elas
significam coisas por meio de nossos pensamentos.

DIVISÕES DA LÓGICA
Logica informal e logica formal / Lógica Maior e Lógica Menor / Logica utens e Logica docens / Lógica do
conceito, enunciação, e raciocínio / Logica formal e material.

Lógica informal: Centra-se no raciocínio quotidiano, na linguagem e na argumentação sem uma adesão estrita
a regras formais.
Lógica Formal: Preocupa-se com a representação abstrata e simbólica de argumentos utilizando notação
matemática.

Lógica Maior: Centra-se nos aspectos mais teóricos e fundamentais da lógica, lidando frequentemente com
princípios abstractos.
Lógica Menor: Lida com os aspectos práticos e aplicados da lógica, envolvendo as regras da argumentação
dialética e aplicação de princípios.

Logica Utens: Uso prático ou instrumental da lógica, enfatizando a sua aplicação no raciocínio quotidiano e na
tomada de decisões.
Logica Docens: Aspeto teórico ou didático da lógica, centrando-se no estudo sistemático, na análise e no
ensino dos princípios lógicos.

Lógica Formal: Preocupa-se com o estudo da forma e estrutura de argumentos válidos, recorrendo
frequentemente a notação simbólica.
Lógica Material: Conteúdo ou objeto dos argumentos, considerando a verdade ou falsidade das proposições.

6 - ESTRUTURA DOS LIVROS DE ARISTÓTELES


1. PRIMEIRO ato do intelecto: "Categorias": Conceitos
2. SEGUNDO ato do intelecto: "Sobre a interpretação": Proposições
3. TERCEIRO ato da mente: "Raciocínio": Argumentos
1. Com Certeza:
3.1. Formal: "Analíticos Anteriores": Silogismos (regras)
3.2. Material: "Analíticos Posteriores": Demonstração (scientia)
2. Provável:
3.1.1. Opinião: "Tópicos": Argumentos dialéticos
3.1.2. Suspeição: "Retórica": Argumentos retóricos
3.1.3. "Poética": por meio de exemplos possíveis e impactantes
3.1.4. "História": por meio de exemplos históricos
3. "Sobre as refutações sofísticas": Argumentos falsos

\\2._A. Lógica do conceito\\

\\ÍNDICE:\\

Atual 1. O que é um Nome?


Atual 2. A Arte de Nomear
Atual 3. O Termo
Atual 4. Tipos de Termos
Atual 5. O que são os Nomes Unívocos, Equívocos, e Analógicos?
6. O que é um Conceito?
7. Caraterísticas de Conceitos
8. O Problema dos Universais (avançado)
9. Compreensão e Extensão
10. Os 5 Predicáveis e a Árvore de Porfírio
11. As 10 Categorias
12. Os Pós-Predicamentos
13. Os Transcendentais
14. Definições
15. Divisões Falácias Materiais
1. O QUE É UM NOME? A PRIMEIRA COISA A ENTENDER: O QUE É UM UNIVERSAL?
Embora tenhamos pensamentos universais, como eles são intangíveis para nós, é melhor olhar primeiro para
os nomes ou palavras universais que significam esses pensamentos, a fim de descobrir o que é universalidade.

1.1 NOME
Primeiro, uma observação sobre a palavra "nome". A primeira coisa que vem à mente quando dizemos
"nome", em inglês, é algo como "Tom", "Fred" ou "Christine", ou seja, nomes próprios para pessoas, animais e
lugares. No entanto, se refletirmos um pouco, perceberemos que a palavra "nome" também tem um sentido mais
amplo em inglês: podemos nos perguntar "Qual é o nome daquele tipo de inseto mesmo? Ah, sim, eu me lembro - uma
cigarra". Agora podemos distinguir entre os nomes. Alguns nomes são ditos apenas para uma coisa. O seja, são nomes
particulares, singulares ou individuais. Outros nomes, por outro lado, são ditos de muitas coisas. O seja, são nomes
universais.
Universais: Nomes ditos de muitas coisas.
Particulares: Nomes ditos apenas para uma coisa.

1.2 DIZER DE
Em segundo lugar, uma observação sobre uma noção muito fundamental para a lógica: a noção de ser dito
sobre algo. Em qualquer declaração afirmativa que fazemos, dizemos algo sobre algo. Por exemplo, "Sócrates está
feliz". Nessa afirmação, "feliz" é dito sobre Sócrates, ou é dito de Sócrates. Sócrates é o sujeito da declaração, e
atribuímos "feliz" para ele. Algumas coisas no mundo, portanto, podem ser ditas de coisas, podem ser ditas de um
sujeito.

1.3 NOME UNIVERSAL


Agora podemos distinguir entre os nomes. Alguns nomes são ditos apenas para uma coisa. Por exemplo, "Max
Augros" é um nome que é dito apenas de meu filho e de mais ninguém - pelo menos, se alguém no mundo tiver esse
mesmo nome, não há nenhum pensamento comum em mente quando o dizemos de meu filho e do outro homem. Os
dois simplesmente têm o mesmo nome. Outros nomes, por outro lado, são ditos de muitas coisas. Por exemplo,
"homem", "águia", "árvore", "triângulo". Cada um desses nomes é dito de muitas coisas, cada um é um nome comum,
um nome universal. E se eu matasse todos os homens do mundo, exceto eu mesmo? Será que "homem" se tornaria
então um nome pessoal, um nome próprio só para mim? Ou se eu matasse todas as águias do mundo, exceto uma?
Será que "águia" se tornaria seu nome próprio? Não. Ainda haveria uma diferença entre esses nomes e os nomes
próprios de indivíduos, porque esses nomes ainda poderiam ser ditos de muitas coisas. Para deixar isso claro,
considere a afirmação "Sócrates é um homem". Se "homem" significasse "o conjunto de todos os homens", então essa
afirmação seria falsa, pois Sócrates não é o conjunto de todos os homens. Considerar "homem" como uma classe
significa pensar em todos os homens individuais como um grupo enorme. Considerar "homem" como um universal
significa pensar no que é comum a todos esses homens individuais.
Considere o nome universal "triângulo", que pode ser dito de cada triângulo individual e de cada espécie de
triângulo. O senhor consegue imaginar o que quer dizer com a palavra "triângulo" na medida em que ela pode ser dita
de todos os triângulos possíveis? Se puder, diga-me, então, que forma tem a sua imagem de "triângulo em geral"? Ele
é equilátero? É isósceles? É escaleno? Se for qualquer uma dessas formas, então ela não poderia se aplicar aos outros
tipos de triângulo. Uma "classe" significa muitas coisas às quais há algo comum; Um "universal" significa uma coisa
que é comum a muitas coisas.

2. A ARTE DE NOMEAR
A primeira regra que a lógica nos ensina sobre nomear as coisas é a seguinte: nomeamos as coisas da maneira
que as entendemos. Nem sempre nomeamos as coisas como elas são. "Hidrogênio" vem das palavras gregas que
significam "gerar água". Portanto, "hidrogênio" é nomeado depois que "água". Isso ocorre porque a água é mais
familiar e mais sensível do que o hidrogênio. No entanto, o hidrogênio é anterior à água na realidade, pois a água é
composta de hidrogênio, e não vice-versa.

2.1 CONSELHOS PRÁTICOS PARA A ESCOLHA DE NOMES


1. Escolher a palavra mais concreta e sensata.
2. A mais próxima da língua materna e menos estrangeira.
3. A mais comum por oposição a uma palavra raramente utilizada ou por oposição a um uso de uma palavra
arcaica.
Se nosso objetivo é parecer culto e impressionar os outros, então devemos aprender a usar as palavras de
origem grega o máximo possível. Se nossa meta é sermos claros e nos fazermos entender, então devemos evitá-las o
máximo possível. Às vezes, é claro, não será possível evitar as palavras de origem grega, pois não há outras palavras
disponíveis.

2.2 POR QUE É QUE AS PESSOAS USAM DE JARGÃO TÉCNICO EM FILOSOFIA?


1. É mais fácil esconder a ignorância ou evitar ser refutado se o que se diz não é claro ou é vago.
2. O uso de uma linguagem rebuscada pode fazer com que até um ignorante pareça inteligente.
3. Os filósofos têm inveja dos cientistas, que tiveram sucessos e que gozam da admiração do mundo.
Consequentemente, os filósofos tentam imitar o vocabulário jargão e hiper técnico dos cientistas.
4. Esqueceram como falar como pessoas normais

3. O TERMO
Termos nunca são verdadeiros ou falsos. Somente as proposições são verdadeiras ou falsas. “Maçã" não é
verdadeiro nem falso. A proposição "Maçãs são frutas" é verdadeira, e a proposição "Maçãs são vegetais" é falsa. Em
vez de serem verdadeiros ou falsos, os [TERMOS] são unívocos ou ambíguos, claros ou obscuros. As
[PROPOSIÇÕES] são ambíguas ou não ambíguas somente na medida em que seus termos são ambíguos ou não
ambíguos. Um termo é simplesmente qualquer palavra ou grupo de palavras que denota um objeto de pensamento. A
palavra portuguesa "termo" vem do latim "terminus", que significa "fim". Um termo é uma das duas "extremidades"
de uma proposição. Ex.: Assim como o primeiro e o último pontos em uma linha são as duas extremidades da linha.
Pois um termo é o sujeito (o início) ou o predicado (o fim) de uma proposição, quando está em uma proposição.
Independentemente de um termo estar ou não em uma proposição, um termo é tudo o que pode ser usado como sujeito
ou predicado de uma proposição.

3.1 SINAL
De acordo com a origem pode ser dividido em:
1. Sinal natural (Fumaça simboliza fogo)
2. Sinal artificial (placa de trânsito que simboliza "pare")

4. TIPOS DE TERMOS (CATEGÓRICOS)


1. Categórico ou Sincategorematico
2. Unívoco ou Ambíguo
3. Claro ou Não-claro
4. Exato ou Vago
5. Literal ou Metafórico
6. Positivo ou Negativo
7. Simples ou Complexo
8. Universal, Particular ou Singular
9. Coletivo ou Divisivo
10. Concreto ou Abstrato
11. Absoluto ou Relativo
12. Unívoco, Analógico ou Equívoco

4.1 CATEGÓRICO OU SINCATEGOREMATICO


Em um sentido estrito, termos sincategoremáticos não são considerados termos de forma alguma, mas apenas
palavras. No entanto, termos sincategoremáticos têm significados definidos em relação a outras palavras. Por
exemplo, "o" só faz sentido em conjunto com outra palavra, como "o maçã". "Maçã" pode se manter por si só como
um termo, mas "o" não pode.

4.2 UNÍVOCO OU AMBÍGUO


Ambíguo" significa "ter mais de um significado". Estritamente falando, nenhum termo é ambíguo até ser
usado de forma ambígua. Se um termo é usado de forma ambígua, somos enganados; não sabemos sobre o que
estamos falando. A maioria das ambiguidades está oculta e não percebemos que estamos usando termos de forma
ambígua, a menos que estejamos tentando deliberadamente enganar ou fazer um jogo de palavras. Definir um termo é
a maneira de curar a ambiguidade.
4.3 CLARO OU NÃO-CLARO
Clareza não é exatamente o mesmo que não-ambiguidade. Um termo claro é como a luz que se torna evidente
na mente. Não-ambiguidade significa não haver confusão entre dois significados. Para ser ambíguo ou não-ambíguo,
um termo deve primeiro ser claro. Ex. O termo "quasar" é claro para aqueles que conhecem a astronomia moderna,
mas não para aqueles que não a conhecem. A clareza de um termo depende da compreensão da mente que o utiliza.

4.4 VAGO OU EXATOS


Termos vagos não são necessariamente ambíguos ou não-claros. "Alto" é um termo vago. "1,80 m de altura" é
um termo exato, mas "alto" não é ambíguo nem não-claro. Não há necessariamente algo errado com um termo vago.
Muitas vezes, precisamos de termos vagos em vez de termos exatos; eles são muito úteis. Proposições são ou
verdadeiras ou falsas, e argumentos são ou válidos ou inválidos; não há terceira possibilidade, nem ambiguidade ou
escala deslizante entre verdadeiro e falso, ou entre válido e inválido. No entanto, muitas vezes não podemos ter
certeza se uma determinada proposição é verdadeira ou falsa; e essa dimensão (ou seja, probabilidade) às vezes pode
ser "difusa“ (fuzzy). Em estatísticas, até a inexatidão pode ser exata, como em uma "margem de erro de 5%".

4.5 LITERAL OU METAFÓRICO


Uma metáfora é uma figura de linguagem que descreve um assunto afirmando que ele é, em algum ponto de
comparação, o mesmo que outro objeto não relacionado. É uma forma de entender uma coisa em termos de outra,
sugerindo uma semelhança ou analogia entre as duas. Quando chamo meu cachorro de "afetuoso", estou usando uma
analogia; pois o cachorro demonstra alguns, mas não todos, os sinais do tipo de amor humano que chamamos de
"afeto", e pensamos que o cachorro sente algumas, mas não todas, as mesmas emoções que sentimos quando somos
afetuosos com outros seres humanos. Mas mesmo que eu esteja usando o termo "afetuoso" analogicamente em vez de
univocamente, estou usando-o literalmente, não metaforicamente. Mas quando Jesus chama o astuto Rei Herodes de
"raposa" ou São Pedro de "rocha" ou Deus de "bom pastor", ele está usando metáforas. A palavra "bom" em "bom
pastor" não é metafórica, mas analógica. Mas a palavra "pastor" é metafórica, pois Deus não é literalmente um homem
com ovelhas. Uma metáfora é literalmente falsa; uma analogia não o é.

4.6 POSITIVOS OU NEGATIVOS


Geralmente é fácil distinguir entre um termo positivo e um termo negativo simplesmente procurando uma
sílaba negativa no início, como “in-" ou "non-" ou “sem-". Mas nem sempre é assim. Alguns termos que começam
com essas sílabas não são negativos, como "sempre" ou "interferência". Alguns termos têm um significado
essencialmente negativo sem uma sílaba negativa, como "ausência" ou "cegueira" ou "maldade". Algumas palavras
são tanto positivas quanto negativas ao mesmo tempo, como "inconveniência", que significa uma (negativa) ausência
de conveniência, mas também uma (positiva) presença de problemas.

4.7 SIMPLES OU COMPLEXOS.


Um termo simples refere-se a um único objeto de pensamento, como "maçã". Um termo complexo refere-se a
dois ou mais objetos de pensamento que podem estar juntos ou separados, como "maçã verde". Mesmo que um termo
seja longo e complexo, contanto que não forme uma frase completa, ainda é apenas um termo. Por exemplo, a frase
complexa "Tudo na pia da cozinha, exceto a própria pia, incluindo todo o lixo do jantar de bife para quatro pessoas de
ontem à noite e todos os talheres sujos" continua sendo apenas um termo complexo. Como termo, toda a frase
complexa pode ser o sujeito de uma proposição com um predicado, como "pode ser jogado fora".

4.8 UNIVERSAIS, PARTICULARES OU SINGULARES


Um termo universal se refere a todos os membros de uma classe, como "todos os homens são mortais". Um
termo particular se refere a alguns membros de uma classe, como "alguns homens são cegos". Um termo singular se
refere a apenas um membro, como "Sócrates está morto". Existem outras palavras além de "todos" que indicam que o
sujeito de uma proposição e universal, como "cada", "cada um", "nenhum", "nunca", "sempre". Outras palavras além
de "alguns" indicam que é particular, como "poucos", "nem todos", "às vezes", "ocasionalmente", "raramente". Na
linguagem comum, muitas vezes damos a entender se estamos usando um termo universal ou particular. Se não há
palavras como "todos" ou "alguns" antes do sujeito de uma proposição, uma boa regra é interpretá-lo como universal
se o predicado pertence à essência ou natureza do sujeito, e como particular se não. O homem é um animal racional
(universal) O homem é um sem vergonha (particular)

4.9 COLETIVO OU DISTRIBUIDO


Ao usar um termo coletivamente, se refere ao grupo como um todo. Ao usar um termo de forma distribuída, se
refere a cada membro individual do grupo. A pergunta que você precisa fazer e “estou me referindo ao grupo como um
todo ou a seus membros individuais?” Um termo coletivo se refere a um grupo de indivíduos como um único grupo.
“O exército é grande”. Isso só refere ao exercito como um todo não aos soldados individuais. Poderiam existir
soldados pequenos. A determinação se um termo é coletivo ou divisivo depende do uso na frase. Por exemplo,
"biblioteca" é usada coletivamente em "Esta biblioteca é composta por dez mil livros". Mas de forma distribuída em
"Esta cidade tem três bibliotecas". "Turma" é usada coletivamente em "Esta turma é a mais inteligente que já ensinei",
significo o grupo em geral não cada um em particular. Enquanto "homens" é usada de forma distribuída em "todos os
homens são mortais". Cada um em particular é mortal.

4.10 CONCRETO OU ABSTRATOS


O termo "concreto" não se refere necessariamente a algo tangível ou visível. O termo "abstrato" não se refere
necessariamente a algo intangível ou invisível. Termos que descrevem objetos físicos podem ser concretos ou
abstratos: "vermelho" e "duro" são concretos, enquanto "vermelhidão" e "dureza" são abstratos. Termos que
descrevem conceitos não físicos também podem ser concretos ou abstratos: "igual" e "espírito" são concretos,
enquanto "igualdade" e "espiritualidade" são abstratos. Um termo abstrato expressa um ato mental de "abstração",
onde uma qualidade é removida de um objeto real e considerada isoladamente. Transformar um adjetivo em um
substantivo ou adicionar o sufixo "idade" a um adjetivo torna-o abstrato. Por exemplo, "quente" se torna "quentura" e
"seco" se torna "secura".

4.11 ABSOLUTOS OU RELATIVOS


Os absolutos são independentes de conexão ou relação com outra coisa. Os relativos dependem de relação ou
referência a outra coisa. Termos como "pai", "maior", "rei", "pastor" e "vencedor" são relativos. Termos como
"homem", "mortal", "bola", "triângulo" e "grama" são absolutos.

4.12 UNÍVOCOS, EQUÍVOCOS E ANALÓGICOS?


Já vimos que as vezes tem muitos nomes para a mesma coisa. Agora veremos a situação oposta: às vezes
temos um nome para muitas coisas. Há duas maneiras de isso acontecer: equivocadamente e univocamente.
4.12.1 Um nome (equivoco) é dito equivocadamente de duas coisas quando é dito de cada uma delas com um
significado diferente em mente. Por exemplo, um banco: Pode significar um banco sobre o qual podemos sentar
quando estamos num parco, ou pode significar um banco onde podemos depositar e guardar dinheiro.
4.12.2 Um nome (unívoco) é dito univocamente de duas coisas quando é dito de cada uma delas com o mesmo
significado em mente. Podemos usar a palavra banco duas vezes com o mesmo significado: O banco da direita e de
color azul mais o banco da esquerda e de color vermelho.
- Uma palavra não pode ser usada de forma unívoca ou equivocada até que tenha sido usada pelo menos duas
vezes. Se eu disser "Sócrates é um homem", usei a palavra "homem" de forma unívoca ou equivocada? Você ainda não
pode dizer. Todos os nomes podem ser usados univocamente? Todos os nomes universais podem ser usados
univocamente, ou seja, podem ser ditos sobre muitas coisas com o mesmo pensamento em mente. Todos os nomes
podem ser usados de forma equívoca? Não há nada que nos impede de pegar o nome de qualquer coisa e usá-lo com
um significado totalmente novo, sem relação com o primeiro. O fato é que a maioria das palavras, pelo menos a
maioria das palavras comuns, tem muitos significados e, portanto, pode ser usada de forma equívoca, ou seja, com
diferentes significados em mente. Então quando dizemos que uma palavra é equivoca pode significar que essa palavra
é usada de maneiras diferentes muitas vezes no falar corrente.

\\ CONTEÚDO DO LIVRO (DR. AGROUS) \\


1. EQUÍVOCO (com ordem e sem ordem) E UNÍVOCO
Um nome [EQUÍVOCO] é dito equivocadamente de duas coisas quando é dito de cada uma delas com um
significado diferente em mente. Um nome [UNÍVOCO] é dito univocamente de duas coisas quando é dito de cada
uma delas com o mesmo significado em mente.

2. EQUÍVOCO SEM ORDEM [PURAMENTE EQUIVOCADA] E EQUÍVOCO COM ORDEM [OU


ANALÓGICA)
Quando um nome é usado de forma equivocada, sem nenhuma ordem entre seus significados, ele é usado de
{forma puramente equivocada}, ou {equivocada sem ordem}.
3. Quando uma palavra é usada de forma equivocada com uma ordem natural entre seus significados, então
ela é usada de {forma equivocada com ordem OU ANALOGICAMENTE}. Sempre que temos esse tipo de equívoco,
há sempre um primeiro significado da palavra, não apenas aquele que é historicamente o primeiro, mas aquele que é
naturalmente o primeiro. Explicação: É extremamente importante observar bem esse fato na lógica, pois {quase todas
as palavras usadas na filosofia têm muitos significados com uma ordem entre eles.} Isso não é apenas uma
peculiaridade da filosofia. É um fato da linguagem humana. Como nós, seres humanos, passamos a entender uma
coisa por meio de outra e depois de outra, tendemos a nomear uma coisa por meio de outra e depois de outra.
Nomeamos uma coisa depois de outra para refletir a ordem em que passamos a entender as coisas.

\\ CONTEÚDO DO LIVRO (DR. AGROUS) \\


OS 5 TIPOS DE NOME ANALÓGICOS [ou equívocos COM ORDEM]
1. [ANALOGIA DE DESIGUALDADE] Às vezes, uma palavra tem muitos significados porque uma coisa
mantém o nome comum.
É uma analogia em sentido amplo (até o conceito de analogia e analógico...) e se refere a um conceito unívoco
mas que é compartilhada de forma diferente por diferentes coisas. Isso acontece quando um conceito é entendido de
forma única, mas varia em intensidade conforme é aplicada a diferentes situações. Por exemplo: "diferentes
intensidades de branco." Mas não diferentes tons de branco, já que isso implica outros cores e já não seria o mesmo
“branco”.

2. [ANALOGIA DE ATRIBUIÇÃO OU REF. EXTRÍNSECA] Às vezes, uma palavra tem muitos significados
porque os elementos da definição são ommitidos.
A analogia de atribuição, ocorre quando os diferentes significados de uma ideia são compartilhados por coisas
que se referem a uma coisa principal em comum. Se a referência ocorre apenas na predicação e não no ser, temos a
analogia de atribuição EXTRÍNSECA. Neste caso, o que é compartilhado entre os diferentes casos é a relação lógica,
não a participação ontológica.

3. [ANALOGIA DE ATRIBUIÇÃO OU REF. INTRÍNSECA] Às vezes, uma palavra tem muitos significados
devido à semelhança entre duas coisas.
Se a referência ocorre tanto na predicação quanto no ser, temos a analogia de atribuição INTRÍNSECA. Aqui,
os diferentes casos estão ligados não apenas porque a ideia pode ser atribuída a eles, mas também porque todos
participam hierarquicamente da forma presente de modo perfeito na coisa à qual se referem.

4. [ANALOGIA DE PROPORCIONALIDADE PRÓPRIA] Às vezes, uma palavra tem muitos significados


devido às relações entre as coisas das quais são ditas.
A analogia de proporcionalidade ocorre quando os diferentes significados de uma ideia são proporções
relacionadas por semelhança, não por identidade. Se uma coisa está para outra como outra está para uma quarta coisa,
então podemos dizer que há uma analogia de proporção entre elas.
Se uma palavra é aplicada de maneira correta a todas as situações relacionadas, é chamada de analogia de
proporcionalidade própria.

5. [ANALOGIA DE PROPORCIONALIDADE IMPRÓPRIA OU METAFÓRICA] As vezes, uma palavra


tem muitos significados porque as palavras em sua definição têm muitos significados.
Se uma palavra é usada de forma (literalmente) correta em uma situação e de forma (literalmente) incorreta
em outras, é chamada de analogia de proporcionalidade imprópria ou metafórica.

Finalizado: Quando chegarmos à parte da lógica chamada dialética, retornaremos a essa doutrina e
perguntaremos como decidir se uma palavra foi usada de forma equívoca ou unívoca e, se equivocada, se puramente
equivocada ou com uma ordem entre os significados e, se com uma ordem entre os significados, em qual das cinco
formas listadas acima.

UM EXEMPLO IMPORTANTE: 4 SIGNIFICADOS DA PALAVRA "Antes"


1. O primeiro sentido de “antes" é antes em TEMPO:"X (Sócrates) veio antes de Y (Platão), quem veio antes
de Z (Aristóteles)".
2. O segundo sentido de “antes" é antes no SER: X (Deus) pode ser sem Y (você), mas Y (você) não pode ser
sem X (Deus).
3. O terceiro sentido de "antes" é antes em nosso CONHECIMENTO: X (animal) pode ser entendido sem
entender Y (homem), mas Y (homem) não pode ser entendido sem ter entendido X (animal).
4. O quarto sentido de "antes" é antes em EXCELÊNCIA ou DIGNIDADE: “Z (Aristóteles), Y (Platão), e
depois X (Sócrates)”

\\3._Logica^J_Portugues^J_Conceito_ate_compreensao-extensao\\

\\ÍNDICE:\\

Visto 1. O que é um Nome?


Visto 2. A Arte de Nomear
Visto 3. O Termo
Visto 4. Tipos de Termos
Visto 5. O que são os Nomes Unívocos, Equívocos, e Analógicos?
Atual 6. O que é um Conceito?
Atual 7. Caraterísticas de Conceitos
Atual 8. O Problema dos Universais (avançado)
Atual 9. Compreensão e Extensão
10. Os 5 Predicáveis e a Árvore de Porfírio
11. As 10 Categorias
12. Os Pós-Predicamentos
13. Os Transcendentais
14. Definições
15. Divisões Falácias Materiais

- 6. O QUE É UM CONCEITO?
Já vimos o que é um nome (termo). Vimos que ele pode ser particular, como Elton John, ou universal, como
árvore ou animal. Na introdução, vimos que os nomes se referem a conceitos e os conceitos a coisas, mas o que é
exatamente um conceito? O conceito é o que nos torna diferentes dos animais. É a nossa maneira de entender o que é
de comum de uma classe de coisas. A humanidade dos homens. Graças ao nosso intelecto (intus leggere), podemos ler
dentro das coisas e descobrir (abstrair) o que é comum. Antes de ir adiante é importante reconhecer que o que
conhecemos diretamente não são os nossos conceitos mas a coisas reais através dos nossos conceitos. Não são O QUE
conhecemos, mas são O PELO QUAL conhecemos. É por isso que vocês não tenham refletido muito ao respeito deles
até começar a estudar filosofia... Conceitos podem fazer algo que nenhuma coisa material pode fazer. Podem
transcender o espaço e o tempo. O conceito homem refere-se à o todos os homens de todos os tempos e lugares (até se
chegamos no Marte!) O conceito universo inclui todo o universo.

QUATRO SINÔNIMOS PARA CONCEITO


1. Intentio: o conceito como fruto da "tensão" do intelecto em relação à realidade.
2. Verbum mentis: o conceito como uma "palavra interna" do intelecto.
3. Ratio (λόγoς): o objeto do conceito como uma noção inteligível (especialmente quando foi explicitado).
4. Species expressa: o conceito como a expressão ideal da qualidade (ou seja, como o última etapa da
abstração).

- 7. AS 5 CARACTERÍSTICAS DO CONCEITO
1. [Conceitos são imateriais/espirituais]
Comparação entre uma maçã física a o conceito de maçã: Uma maçã física possui atributos físicos como
tamanho, peso e cor, enquanto o conceito de uma maçã existe apenas na mente. O conceito não está localizado no
cérebro ou no corpo e não possui dimensões físicas como tamanho ou peso. Ao contrário de objetos físicos, pensar
sobre um conceito (um elefante) não afeta o peso ou tamanho físico da pessoa. Palavras (tanto escritas ou faladas), que
representam conceitos, são físicas. Conceitos (ideia de triangulo) são diferentes de imagens sensoriais (imagem de
triangulo). A nossa imagem de uma maçã ainda é concreta e sensível, enquanto o conceito de maça é universal e
inteligível. Compara os significados de “ver” (física, imaginativa e intelectual)
2. [Conceitos são abstratos]
A palavra portuguesa "abstrato" vem do latim abstraho, "extrair (traho) de (ab(s))." Nossa mente extrai, ou
separa, a forma/um aspecto de uma coisa. A forma substancial (gato), a sua quantidade (pequeno), um qualidade
(marrom), etc. (coisas que vamos ver com as categorias depois). Podemos pensar na cor preto sem pensar no gato
preto. Podemos abstrair o essencial do acidental. Intelecto vem de intus leggere.
2.1 (PROCESSO DE ABSTRAÇÃO)
1. Sensação externa (tacto, gosto, visto, olfato, ouvido)
2. Sensação interna (senso comum, imaginação, memoria, cogitativa/estimativa). Fruto: Species sensibilis
(fantasma), imagem sensível.
3. Abstração: o intelecto agente atualiza a sua potencialidade inteligível. Fruto: Species intelligibilis
4. Entendimento: o intelecto possível e atualizado com a species intelligibilis. Fruto: Species impressa (O
CONCEITO)

2.2 [As 18 Faculdades do Homem]


- Nível Vegetativa:
1. Nutrição
2. Crescimento
3. Reprodução
- Nível Sensitiva:
- Sensação Externa:
1. Tacto
2. Gosto
3. Visto
4. Olfato
5. Ouvido
- Sensação Interna:
1. Sentido Comum
2. Imaginação
3. Memoria
4. Cogitativa/Estimativa
- Apetites sensitivos:
1. Concupiscível
2. Irascível
3. Locomoção (locomoção faz parte do níver de apetites sensitivos?)
- Nível Intelectual:
1. Intelecto Agente
2. Intelecto Possível
3. Vontade

3. [Conceitos são universais]


O significado literal de "universal" é "um com relação a muitos" (unum versus alia). Isso significa que um
conceito, embora permaneça uno - uma essência, um significado - é, no entanto, verdadeiro em relação a muitas
coisas, predicável (dizível) em relação a muitas coisas, aplicável a muitas coisas. O conceito significa algo comum a
muitas coisas diferentes. Exemplo: Este carvalho e aquele carvalho são diferentes em tamanho, e carvalhos e bordos
são diferentes no formato das folhas e no sabor da seiva, mas todos são árvores. Todos compartilham a mesma
essência comum, ou natureza essencial. A maioria dos conceitos é apenas relativamente universal, não absolutamente
universal, como "tudo", "algo" ou "ser". Exemplo: "árvore" é um conceito universal porque é um conceito não apenas
daquela árvore em seu quintal, mas de todas as árvores. Não é na percepção sensorial que vemos o universal.
Percebemos apenas homens e mulheres individuais, que são altos ou baixos, velhos ou jovens, mas o "ser humano"
não é nem homem nem mulher, nem alto nem baixo, nem velho nem jovem. Ele não "parece" de forma alguma; ele
"significa".

4. [As relações entre conceitos podem ser necessárias]


Todo triângulo tem necessariamente três lados. Um triângulo precisa ter três lados; isso é ditado por sua
essência, que é apreendida no conceito. Assim, podemos ter certeza das relações entre os conceitos, assim como não
podemos ter certeza das coisas materiais. Podemos ter certeza de que um triângulo terá 180 graus em seus três
ângulos.

5. [Conceitos são imutáveis]


Dois mais dois nunca pode ser diferente de quatro. O conceito "azul " nunca pode se tornar não-azul, mas o
céu azul pode se tornar não-azul.
A natureza de uma coisa, que é conhecida por um conceito, é imutável; mas as coisas, que são conhecidas pela
experiência sensorial, mudam. Os seres humanos mudam; a natureza humana essencial não muda.

8. O PROBLEMA DOS UNIVERSAIS


O "problema dos universais" na filosofia questiona a que se referem os termos universais, especialmente os
abstratos como "beleza" ou "humanidade". Platão propôs a existência de "Formas" ou "Ideias", que são verdades
objetivas existentes fora das mentes, separadas de coisas individuais concretas. O "problema dos universais" na
filosofia questiona a que se referem os termos universais? Especialmente os abstratos como "beleza" ou
"humanidade". O que há na realidade a que os termos universais se referem? Onde e quando encontramos a beleza ou
a humanidade, diferentemente desta coisa bela ou daquele ser humano? Os termos expressam conceitos, e os conceitos
são universais que se referem às essências ou naturezas das coisas. Essas essências são universais, como os conceitos
que temos delas?
- {A teoria do Realismo Extremo} de Platão afirma que os universais são tão reais quanto as coisas
individuais, sendo atemporais e imutáveis.
- {O Nominalismo} (Ockham), oposto ao Realismo Extremo, sugere que os universais são apenas nomes que
usamos por conveniência e que todos os indivíduos, possivelmente semelhantes, são no fundo únicos.
- {O Realismo Moderado} de Aristóteles sugere que as essências são objetivamente reais, mas não são coisas
reais em si; elas existem em coisas materiais individuais no mundo, mas como conceitos universais em nossas mentes
por meio da abstração.
Esse debate filosófico tem consequências práticas, influenciando as perspectivas sobre a importância dos
indivíduos, o papel dos sentidos e a natureza da própria realidade.

9. COMPREENSÃO E EXTENSÃO
1. A Compreensão (qualitativa): A "compreensão" de um termo significa o significado interno do termo.
(Homem: animal racional)
2. A Extensão (quantitativa): A extensão de um termo é simplesmente todas as coisas reais às quais o termo se
refere a - a "população" do termo, por assim dizer, no mundo. (Homem: 7.8 biliões)

A compreensão e a extensão estão em uma relação inversa. Tanto mais compreensão menos extensão. Tanto
mais extensão menos compreensão

\\4. Logica, Portugues, Conceito Predicaveis ate Trascendendais\\

\\ÍNDICE:\\

Visto 1. O que é um Nome?


Visto 2. A Arte de Nomear
Visto 3. O Termo
Visto 4. Tipos de Termos
Visto 5. O que são os Nomes Unívocos, Equívocos, e Analógicos?
Visto 6. O que é um Conceito?
Visto 7. Caraterísticas de Conceitos
Visto 8. O Problema dos Universais (avançado)
Visto 9. Compreensão e Extensão
Atual 10. Os 5 Predicáveis e a Árvore de Porfírio
Atual 11. As 10 Categorias
Atual 12. Os Pós-Predicamentos
Atual 13. Os Transcendentais
14. Definições
15. Divisões Falácias Materiais

-10. OS 5 PREDICÁVEIS A E ÁRVORE DE PORFÍRIO


O universal unívoco é um conceito predicável da mesma forma que todos os seus inferiores. Todo nome
universal unívocos que encontramos é:

1. UM GÊNERO e 2. UMA ESPÉCIE


Alguns universais responder à pergunta “o que é?” [sua essência] No entanto outros respondem ao pergunta
“como é?” [fora da sua essência]. Por exemplo: O triângulo é branco. "Branco" é dito sobre o triângulo, mas não diz o
que ele é - apenas diz algo verdadeiro sobre ele. Por outro lado, "O triângulo é uma figura" não apenas diz algo
verdadeiro sobre ele, mas também nos diz o que ele é. Entre os nomes de uma coisa que dizem o que ela é, alguns são
mais universais do que outros. Por exemplo: para Sócrates, os nomes "homem", "animal", "ser vivo", todos dizem o
que ele é, mas cada um é mais universal do que o anterior. Para o um carro, os nomes "Altima", "Nissan", "sedã de 4
portas", "automóvel", "artefato", todos dizem o que ele é, mas cada um é mais universal do que o anterior. Sempre que
isso acontece, o nome mais universal é chamado de gênero em relação ao nome menos universal, e o nome menos
universal é chamado de espécie em relação ao nome mais universal. Por exemplo, "homem" é uma espécie de
"animal", e "animal" é o gênero de "homem". "Figura" é o gênero de "círculo", e "círculo" é uma espécie de "figura".
Quanto às palavras "gênero" e "espécie", você pode ver uma conexão entre elas e as palavras "geral" e "específico“:
Um gênero é um nome mais geral para o que uma coisa é.
Uma espécie é um nome mais específico para o que ela é. Agora surge uma pergunta: o mesmo nome, tomado
no mesmo sentido, pode ser um gênero e uma espécie ao mesmo tempo? Claro que sim! O nome "animal" é um
gênero de homem, gato, cachorro, zebra. Mas também é uma espécie de "ser vivo". Essa consideração leva a outra
pergunta: um nome pode ser apenas uma espécie, sem nunca ser um gênero? Isso é o mesmo que perguntar se existem
espécies tão específicas que não podem existir espécies mais específicas baixo elas, mas apenas coisas individuais.
Obviamente, isso é possível. Por exemplo, "quadrado" é um nome assim - é uma espécie de quadrilátero, mas não é
um gênero de nada, pois não há espécies diferentes de "quadrado". Existem apenas quadrados individuais diferentes.
Essa espécie é chamada de "espécie mais baixa“ (infima species), que não tem espécies abaixo de si, mas apenas
gêneros acima dela. Também podemos fazer a pergunta oposta: um nome pode ser apenas um gênero, sem nunca ser
uma espécie? Isso é como perguntar se um homem pode ser apenas pai, sem ser filho de qualquer outro homem (como
Adão). Vamos ver que tem dez desses tipos de gêneros (as 10 categorias!)
- Resumo:
GÊNERO = um nome que diz o que algo é de forma mais universal do que outro nome que diz o que é.
ESPÉCIE = um nome que diz o que algo é de forma menos universal do que outro nome que diz o que é.
- O gênero e a espécie são coisas correlativas, como pai e filho. Para maior clareza, então, podemos redefini-
los em relação um ao outro da seguinte forma:
GÊNERO = um nome universal para coisas que diferem em espécie, expressando o que elas são (essência).
ESPÉCIE = um nome universal para coisas diferentes dentro de um gênero, que expressa o que elas são
(essência).

3. UMA DIFERENÇA ESPECÍFICA


O que divide um gênero em suas espécies? Todas as espécies de animais têm algo em comum - são todos
animais. Elas compartilham um gênero comum.
Então, o que as transforma em espécies diferentes? Deve haver algumas diferenças entre elas que são
responsáveis por isso. Mas não é qualquer diferença que serve. EX.: Há diferenças entre os círculos, por exemplo, já
que eles podem ter tamanhos ou cores diferentes, apesar disso, todos continuam sendo círculos, e não há tipos
diferentes de círculos, equanto círculos. Uma diferença que divide um gênero em espécies diferentes pode ser
chamada de diferença criadora de espécies ou diferença especifica. Uma DIFERENÇA ESPECIFICA = um nome
universal dado às coisas que diferem em espécie, expressando como elas são o que são. Ou, alternativamente,
podemos defini-la como o que divide um gênero em suas espécies

4. UMA PROPRIEDADE
Lembre-se de nossa distinção original entre os nomes universais ditos de algo: alguns dizem o que a coisa é,
outros não. Vamos fazer uma outra distinção entre os nomes que não expressam o que é uma coisa. Entre os nomes
ditos de uma coisa que não expressam o que a coisa é, alguns nomeiam coisas que decorrem do que ela é, e outros
não. Por exemplo: (a) Sócrates é capaz de rir. (b) Sócrates está em Itapecerica.
A afirmação (a) não diz o que Sócrates é. Diz algo verdadeiro sobre ele. Ela diz algo verdadeiro sobre ele, mas
"a capacidade de rir" não é o que Sócrates é. A afirmação (b) também não diz o que Sócrates é - estar em Itapecerica
não é o que Sócrates é, mesmo que seja verdade que ele está em Itapecerica. Mas há uma grande diferença entre a
afirmação (a) e a afirmação (b). Embora "capaz de rir" possa não dizer o que Sócrates é, ela nomeia algo que pertence
a ele por causa do que ele é. Ele é capaz de rir porque é um homem, que é o que ele é. “Em Itapecerica", por outro
lado, não apenas deixa de dizer o que Sócrates é, mas nem mesmo nomeia algo que decorre do que ele é. Ele não está
em Itapecerica porque é um homem - estar em Itapecerica não decorre do fato de ser um homem, mas de algum
movimento local ou de alguma outra coisa. "Capaz de rir" é um exemplo do tipo de nome universal chamado de
propriedade.

Há vários graus de rigor com os quais a palavra "propriedade" é usada: O sentido mais estrito de
"propriedade" é:
[1] O que pertence a apenas uma espécie, a todos os membros dessa espécie e sempre.
Por exemplo, ser "metade de 4" é uma propriedade de "2" nesse sentido, pois ser metade de 4 pertence
somente a 2, a cada 2 e sempre. Manera de lembrar: Quod omni : o próprio é predicado de todos os indivíduos de uma
espécie. Quod soli : o próprio é predicado só dos membros desta espécie. Quod semper : o próprio é predicado sempre
dos membros dessa espécie.

Um sentido mais amplo de "propriedade" é:


[2] O que pertence a apenas uma espécie, a todos os membros dessa espécie, mas nem sempre.
Por exemplo, "perde a capacidade de entender na velhice" é uma propriedade do "homem" nesse sentido, já
que somente o homem pode perder a capacidade de entender, e isso eventualmente acontece com todo homem que se
torna velho o suficiente, mas não pertence a ele durante toda a vida.

Outro sentido livre de "propriedade" é


[3] O que pertence a apenas uma espécie, mas não a todos os membros, e nem sempre.
Por exemplo, "aprende geometria" é uma propriedade do "homem" nesse sentido, uma vez que isso só pode
ser dito do homem e, no entanto, não pode ser dito de todos os homens, nem pode ser dito de qualquer homem sempre
durante toda a sua vida.

O sentido mais livre de "propriedade" é:


[4] O que pertence a cada membro de uma espécie e sempre, mas não apenas a essa espécie.
Por exemplo, "menos de 10" é uma propriedade de "2" nesse sentido, já que isso pertence a cada 2 sempre,
mas não apenas a 2.

5. UM ACIDENTE.
ACIDENTE = um nome universal que diz o que algo tem por causa de algo diferente do que é. Ou: Acidente =
aquilo que pode ou não pertencer a uma mesma coisa, seja ela qual for. (predicável contingente ou não necessário).
Por exemplo, se dissermos que Sócrates é "li", ou "irritado", ou "queimado de sol", estamos nomeando coisas que
realmente pertencem a Sócrates e, no entanto, elas não pertencem a ele por causa do que ele é, mas por causa de algo
fora de sua natureza humana. Às vezes, um acidente pode ser separado de uma coisa, como quando dizemos que
Sócrates está sentado - se ele se levantar, ainda teremos Sócrates, mas ele não estará mais sentado. Outras vezes, um
acidente é inseparável de uma coisa, como quando dizemos que Sócrates está na galáxia da Via Láctea. Embora o fato
de estar nesse lugar definido não esteja ligado à natureza de Sócrates, ainda assim não podemos removê-lo dele.
Estas, então, são as 10 [CATEGORIAS] mais elevadas, os nomes elementares mais universais que podem ser
ditos das coisas de forma unívoca: (SUMMA GENERA)

(1) Substância
(2) Quantidade
(3) Qualidade
(4) Relação
(5) Hábito
(6) Quando
(7) Onde
(8) Posição
(9) Agir sobre (ação)
(10) Ser agido sobre. (paixão)

Confirmação por indução de que não há mais categorias além das dez mencionadas.Exemplos de coisas que
devem ser reduzidas a um dos gêneros mais elevados, pois não pertencem a nenhum gênero como uma espécie dele.
As quatro categorias mais importantes são substância, quantidade, qualidade e relação. É essencial compreender essas
quatro categorias de maneira distinta.

Não é possível, então, dar uma definição de diferenças de espécies de uma categoria, mas é possível:
(1) Dar uma "definição" em um sentido mais amplo e dar propriedades da categoria.
(2) Dividir a categoria em suas espécies imediatas e mais universais.
(3) Ver a ordem entre as próprias categorias. Isso é o que significa ter uma compreensão distinta das 10
categorias.

11. AS CATEGORIAS: divisões principais (avançado, verificar tabela)


[1] Substância 1. O que o sujeito (subsistente) ou o que o sujeito não é formalmente mas acontece com ele na
forma de um acidente:
2. Intrínseco
2.1. Absoluto
[2] Quantidade 2.1.1. Consecutivo à matéria
[3] Qualidade 2.1.2. Consecutivo à forma
[4] Relação 2.2. Relativo
3. Extrínseco
3.1. Totalmente extrínseco
[8] Habito 3.1.1. Não medindo
3.1.2. Medindo
[5] Tempo 3.1.2.1. De acordo com o tempo
3.1.2.2. De acordo com o espaço
[6] Lugar 3.1.2.2.1. Só externo
[7] Posição 3.1.2.2.2. Externo e interno
3.2 Não totalmente extrínseco porque parcialmente intrínseco
[9] Ação 3.2.1. De acordo com o princípio
[10] Paixão 3.2.2. De acordo com o termo

AS QUATRO CATEGORIAS MAIS IMPORTANTES


** 1. SUBSTÂNCIA
A substância é aquilo que existe por si só (tem o ser em si não em outro), sem depender de outra coisa. (Quase
definição)
Substâncias são coisas reais no mundo que não são modificações ou características de outras coisas.
Os acidentes são características ou modificações das substâncias. Eles não tem o ser em si mais na substancia.

Substâncias são aquelas que subjazem ou sustentam os acidentes, não podendo ser separadas deles.
Enquanto os acidentes dependem das substâncias para existir, as substâncias existem independentemente.
Sócrates, por exemplo, é uma substância, pois não é uma característica de outra coisa mais fundamental, mas
sim a coisa fundamental.
(problema da definição de Espinosa de substancia)

1.2 Substância: características metafísicas


L'esse in se et non in alia (subsistere)
«tem o ser em si não em outro»
Ser o sujeito de acidentes (substare).

1.3 Quatro propriedades da categoria de substância.


1. SEM SUBSTÂNCIA, NÃO HAVERIA NADA MAIS.
Pois as substâncias são as coisas mais fundamentais.
2. UMA SUBSTÂNCIA NÃO TEM UM CONTRÁRIO A SI MESMA.
Qual seria o contrário de "zebra"? Não há nenhum.
3. AS SUBSTÂNCIAS NÃO ADMITEM VARIAÇÃO DE GRAU.
Não há graus de substância. Nenhum gato ou zebra é mais gato ou zebra do que outro. Você é o não é uma
determinada substancia. Expressões como "duas vezes mais homem" são figurativas e referem-se a qualidades
(coragem), não a substâncias. A coragem, mencionada como exemplo, é uma qualidade, não uma substância.
4. AS SUBSTÂNCIAS PODEM TER CONTRÁRIOS EM SI MESMAS POR MEIO DE UMA MUDANÇA
QUE OCORRE EM SEU INTERIOR.
Substâncias não são intrinsecamente contrárias a nada. No entanto, podem possuir qualidades contrárias, como
quente e frio, saudável e doente. A transição entre essas qualidades opostas ocorre dentro da própria substância.
Exemplo: Quando alguém cai da escada, não são suas características físicas que caem, mas a própria pessoa.

** 2. QUANTIDADE [DISCRETA] e [CONTÍNUA]


A quantidade é a próxima categoria mais próxima da substância. Alguns filósofos, como Descartes,
confundiram quantidade com substancia, pensando que sua extensão tridimensional era sua substância corporal. No
entanto, a quantidade também reside em uma matéria mais fundamental. A quantidade sempre denota divisibilidade
em partes materiais, portanto, espacialmente colocáveis. As duas espécies de quantidade são DISCRETA e
CONTÍNUA.
1. Discreta: suas partes não compartilham um limite comum e não é divisível infinitamente. Números: 1, 2,
3...
2. Contínua: suas partes se unem em um limite comum e é divisível infinitamente (potencialmente).
Extensões: líneas, figuras, corpos

2.1 TRÊS PROPRIEDADES DE QUANTIDADE


[1] A QUANTIDADE NÃO TEM CONTRÁRIOS.
Essa é uma propriedade que a quantidade tem em comum com a substância. O que é contrário a "3 pés de
comprimento"? O que é contrário a "5 dias"? O que é contrário a "o número 12"? Embora hoje em dia alguém possa
mencionar "12 negativo", isso não é estritamente correto, pois envolve uma combinação de quantidade e outra coisa,
como direção. Portanto, entre as quantidades em si, não há uma que seja diretamente contrária a outra.

2] A QUANTIDADE NÃO ADMITE GRAUS.


Novamente, a quantidade tem algo em comum com a substância. Obviamente, nada é mais "três pés de altura"
do que qualquer outra coisa, e nada é mais "cinco" do que qualquer outra coisa. Cinco maçãs são tão cinco quanto
cinco homens.

[3] A QUANTIDADE É CHAMADA DE IGUAL E DESIGUAL.


As coisas são chamadas de "iguais" e "desiguais" em razão da quantidade. Os números são iguais ou
desiguais, as linhas são iguais ou desiguais, os tempos são iguais ou desiguais.

** 3. QUALIDADE [E SUAS 4 ESPÉCIES]


“qualidade é aquilo em virtude da qual se diz que é tal.” (Descrição de Aristóteles) “Essa "talidade" que
constitui a qualidade depende, ao contrário da quantidade, da forma substancial. Dessa forma, podemos definir a
qualidade como uma determinação acidental intrínseca da substância na dependência de sua forma substancial.”
(Contat)

3.1 4 ESPÉCIES DE QUALIDADE


1. HÁBITO ou DISPOSIÇÃO: por exemplo, um homem é "corajoso" ou "educado", "doente" ou "irritado".
Mas o habito difere da disposição por ser algo mais estável e mais durável.
2. POTÊNCIA ou IMPOTÊNCIA NATURAL: (aqui está o 18) por exemplo, um homem é "um corredor
rápido" ou "um bom boxeador", ou o metal é "macio" ou "maleável".
3. QUALIDADE SENSÍVEL: por exemplo, o maçã é "verde" ou "doce", ou a torta é "quente" ou o ruído é
"barulhento".
4. FORMA e FIGURA: por exemplo, os objetos na sala são "redondos" ou "quadrados" ou "pontudos" ou
"retos" ou "curvos".
3.2 Para a compreensão de muitos textos medievais e da Segunda Escolástica, apresentamos a tradução latina
dessa divisão de qualidade:
1. Prima species --- habitus et dispositio
2. Secunda species --- potentia et impotentia
3. Tertia species --- passio et passibilis qualitas
4. Quarta species --- forma et figura

3.3 Fundação das 4 espécies


S. Tomás tenta fazer isso distinguindo quatro possíveis fundamentos para a qualidade:
1. A natureza da própria substância qualificada 1. habitus et dispositio --- ordenados à natura rei
2. A ação 2. potentia et impotentia --- ordenada à ação
3. A paixão que são consecutivas à matéria ou à forma 3. passio et passibilis qualitas --- ordenadas a paixão
4. A quantidade 4. forma et figura --- na dependência da quantidade

3.4 QUATRO QUALIDADES DA CATEGORIA "QUALIDADE"


1. A QUALIDADE PODE TER UM CONTRÁRIO.
Por exemplo, virtude e vício são qualidades e são contrárias uma à outra. Da mesma forma, preto e branco.
2. SE UM DE DOIS CONTRÁRIOS É UMA QUALIDADE, O OUTRO TAMBÉM O É.
Por exemplo, se a condição de conhecimento é uma qualidade na mente de um homem, também o é a
condição de estar em erro.
3. A QUALIDADE PODE ADMITIR VARIAÇÕES DE GRAU.
Por exemplo, algo pode ser mais ou menos branco do que outra coisa. Mas nem sempre é assim com todas as
qualidades, por exemplo, nada é mais ou menos triangular do que outra coisa. Na verdade, ou é um triângulo ou não é.
4. AS COISAS SÃO CHAMADAS DE "SEMELHANTES" E "DIFERENTES" EM RAZÃO DE SUAS
QUALIDADES.
Por exemplo, diz-se que dois homens são similares porque têm caráter moral semelhante ou porque as
qualidades sensíveis de suas vozes ou rostos são semelhantes. Não se diz que os homens são similares apenas porque
têm a mesma altura.

4. RELAÇÃO
Descrição de Aristóteles: Diz-se que essas coisas são relativas (πρός τι) (ad aliquid) e que todo o seu ser
consiste no fato de serem dependentes de outras coisas, ou de se referirem de alguma outra forma a outra coisa: por
exemplo, o maior é aquele cujo ser consiste em ser dito de outra coisa, uma vez que é de algo que se diz maior; e o
duplo é aquele cujo ser consiste em ser dito de outra coisa, uma vez que é de algo que se diz o duplo; e assim por
diante, em todas as relações desse tipo.

4.1 QUATRO QUALIDADE EM RELAÇÃO


4.1.1 ALGUMAS RELAÇÕES POSSUEM CONTRÁRIOS, ENQUANTO OUTRAS NÃO.
Exemplo de relações com contrários: conhecimento e igualdade.
Exemplo de relações sem contrários: ser o dobro de algo.

4.1.2 ALGUMAS RELAÇÕES ADMITEM GRAUS, ENQUANTO OUTRAS NÃO.


Exemplo de relação com graus: semelhança.

4.1.3 TODO RELACIONAMENTO TEM UM CORRELATO RECÍPROCO.


Exemplo: pai e filho, mestre e escravo.

4.1.4 A MAIORIA DOS RELACIONAMENTOS É SIMULTÂNEA, SEM UM SENDO ANTERIOR AO


OUTRO.
Exemplo: pai e filho, mestre e escravo.
Algumas exceções aparentes ocorrem, como no caso do conhecimento e do cognoscível.
Exemplo de relação sem graus: ser o dobro de algo.

AS CATEGORIAS OU PREDICAMENTOS (Distinguir dos 5 predicáveis): O TERMO


Aristóteles as chama de τὰ σχήματα τῆς κατηγορίας (as figuras de atribuição). Em latim, ela é traduzida como
praedicamentum, porque tem a ver com a maneira de predicar sobre o ser. "Categoria" e " predicamento" são
sinônimos. Os termos nos 10 predicamentos e nos 5 predicáveis consideram-se de forma diferente

- 12. OS PÓS-PREDICAMENTOS
1. [Opostos]: relativo, contrários, privação/possessão, afirmação/negação.
2. [O anterior e o posterior]: cronológico, noético, ontológico.
3. [O simultâneo]: tempo, natura, logica
4. [O movimento]: geração, corrupção, aumento, diminuição, alteração, movimento local.
5. [O ter (habitus)]: qualidade, categoria, outros sentidos.

- 13. OS TRANSCENDENTAIS
Características essenciais:
* CONVERSÃO --- conversio
* ADIÇÃO --- additio
* PROCESSÃO --- processio

13.1 AS RATIONES DOS TRANSCENDENTAIS


- Res: Ser determinado (Isto é, na medida em que o ser é sempre "esta coisa", ou seja, um indivíduo concreto.)
- Unum: A falta de divisão (indivisão)
- Aliquid: Ser dividido dos outros
- Bonum: Palatabilidade
- Verum: Inteligibilidade

O ESCLARECIMENTO do Universal, a definição e a divisão:


- De acordo com os predicados, um universal pode ser explicado em duas direções opostas, que não devem ser
confundidas.
- De uma forma, pode-se resolver um conceito nos conceitos superiores que incluem sua compreensão,
enunciando seu gênero supremo e as diferenças que lhe são adicionadas até chegar à noção em questão: essa análise
corresponde à DEFINIÇÃO.
- De outra forma, pode-se acrescentar a um conceito o que lhe falta para chegar aos conceitos inferiores por
meio da adição das diferenças opostas que estão incluídas no gênero em questão: a esse procedimento sintético
corresponde a DIVISÃO, que esclarece a extensão de um conceito.

- 14. DEFINIÇÕES
Ainda estamos na primeira parte da lógica, a parte que estuda o primeiro dos três atos da razão essenciais à
filosofia, a saber, o ato de compreender o que é uma coisa. Esse ato da razão é levado à perfeição na forma de uma
definição. Até agora, falamos apenas de nomes simples para as coisas - um nome expressa a compreensão da razão
sobre o que algo é, embora imperfeitamente e de uma só vez. Até agora, falamos sobre algumas das ferramentas
menos perfeitas para expressar ou significar o que é uma coisa, e examinamos algumas coisas pressupostas para a
compreensão da definição.

O filósofo arquetípico, Sócrates, geralmente passava mais da metade de cada um de seus diálogos definindo
termos. O livro mais famoso e influente de toda a história da filosofia, A República de Platão, passa a maior parte do
tempo definindo apenas um termo, "justiça". O Livro I da República é um excelente exercício de leitura para o
estudante de definições; ele consiste no fato de Sócrates avaliar três definições de justiça e considerá-las insuficientes.

14.1 17 REGRAS PARA AS DEFINIÇÕES


[1] UMA DEFINIÇÃO DEVE SER CONVERSÍVEL COM A COISA DEFINIDA
- A origem da palavra "definição" é a palavra latina para limite (definitio), e o mesmo se aplica ao grego
horismos (de onde vem a palavra "horizonte"), que significava tanto "limite" quanto "definição". Uma definição é o
que estabelece um limite em torno de algo, cercando-o, separando-o de todas as outras coisas. Se eu colocar uma
cerca para "definir" minha propriedade, ela deve incluir toda a minha propriedade e nenhuma das suas ou de qualquer
outra pessoa. Da mesma forma, uma definição "delimita" o que é uma coisa:
1. Incluindo tudo o que deve ser definido,
2. Excluindo todo o resto.
- Por exemplo, uma boa definição de "triângulo" deve se aplicar a todos os triângulos e a nada além de
triângulos. Todo triângulo é uma "figura plana de três lados", e toda "figura plana de três lados" é um triângulo. Essa
definição se aplica a todos os triângulos e somente aos triângulos.
- Portanto, a primeira lição sobre definição pode ser aprendida com a própria palavra "definição", ou seja, uma
boa definição deve ser CONVERSÍVEL com a coisa definida. Duas expressões são "conversíveis" se cada uma
pertencer à outra, como "triângulo" e "figura plana de três lados" - todo triângulo é uma figura plana de três lados, e
toda figura plana de três lados é um triângulo.

[2] UMA DEFINIÇÃO DE UM NOME NÃO É O MESMO QUE UMA DEFINIÇÃO DE UMA COISA.
De imediato, devemos distinguir dois tipos de definições:
1. {DEFINIÇÃO NOMINAL} Um tipo de definição explica o que uma palavra significa, apontando a nós, por
meio do uso de palavras mais familiares (ou até mesmo apontando!), o que uma determinada palavra quer indicar. Se
alguém estiver aprendendo inglês e ouvir a palavra “brigadeiro", poderá perguntar ao senhor: "O que é um
brigadeiro?". Ele está procurando uma espécie de definição. O senhor pode responder “e a bolinha marrom que tem
nas festas no Brasil". Se ele estiver familiarizado com a essa bolinha, agora ele sabe que tipo de coisa a palavra
portuguesa “brigadeiro" é um nome. Você deu a ele uma {espécie de definição de um nome}. Mas se alguém estiver
comendo um brigadeiro e olhar para ela depois de dar uma mordida e se perguntar o que é, ele pode fazer a pergunta
"O que é um brigadeiro?". Ele está procurando um tipo diferente de definição. Ele já sabe como a palavra “brigadeiro"
é usada e que coisa nomeia - agora ele quer saber o que é essa coisa? Ele quer saber, por exemplo, quais são os
ingredientes e como ele é feito. (leite condensado, manteiga, e Nesquik)

2. {DEFINIÇÃO REAL} Que tipo de definição encontramos no dicionário? Considere a definição de


"homem" que podemos encontrar no dicionário. O dictionario define “homen" como "um ser humano..., uma pessoa".
Isso está nos dizendo o que é um homem, discernindo seus princípios essenciais e dizendo o que constitui um homem?
De forma alguma. Está apenas nos dando sinônimos para a palavra "homem". Uma definição nominal não pode ser
mais do que um mero sinônimo do nome que está sendo definido, desde que o sinônimo seja mais familiar do que o
nome que está sendo definido. Por exemplo, podemos definir "antropofagia" como "canibalismo." Mas não podemos
definir "bravo" como “irado". Essa é uma definição nominativa ruim, pois é uma tentativa de explicar uma palavra
bastante comum e familiar por meio de uma palavra rara e mais difícil. Isso é ao contrário. Devemos sempre
conhecido algo novo por meio de coisas que são ainda mais conhecidas e familiares.

[3] A DEFINIÇÃO DE DEFINIÇÃO.


Em termos lógicos, a palavra "nome" é utilizada para designar qualquer palavra que nomeie um objeto (não
apenas nomes como "Joe" e "Fred"). Por exemplo, a palavra "jacaré" é um nome para um tipo específico de animal.
Da mesma forma, o lógico emprega a palavra "discurso" em um sentido mais amplo do que seu uso típico.
Tipicamente, "discurso" indica uma palestra pública ou algum tipo de discurso. Em um sentido mais amplo, qualquer
combinação de palavras é chamada de "discurso", mesmo que uma única palavra não constitua um discurso; é apenas
uma palavra.
- Exemplo: Quando ainda criança, o indivíduo compreende o que é um círculo, percebendo uma uniformidade
em sua forma e aprendendo o nome "círculo" para identificá-lo. Sabe a que se refere quando dizemos que a palavra
“círculo.” No entanto, a criança geralmente não poderia definir "círculo" no sentido de explicar o que é comum a
todos os círculos. Ela reconhecia um círculo quando o via, mas não compreendia completamente sua forma específica.
Posteriormente, aprendeu a analisar o círculo em suas partes constituintes e a entender sua estrutura. Descobriu que
um círculo é precisamente uma figura plana limitada por uma linha curva equidistante de um único ponto dentro dela.
Esta definição de círculo destaca os princípios que o constituem e o diferenciam. A primeira compreensão de um
círculo era suficiente para reconhecê-lo e nomeá-lo, mas era vaga e não permitia distinguir seus elementos distintivos.
Assim, a definição de algo não pode se resumir a uma única palavra; requer uma explicação detalhada em forma de
discurso ou frase. Um sinônimo não é adequado como definição, pois é apenas outro termo para a mesma coisa, não
explicando seus componentes ou princípios constituintes.

[4] UMA DEFINIÇÃO NÃO É NEM VERDADEIRA NEM FALSA.


Qual é a definição de "triângulo"? É uma figura plana de três lados. Agora, isso é verdadeiro ou falso?
Suponha que eu lhe desse uma prova de Verdadeiro/Falso e a primeira pergunta fosse "Figura plana de três lados.
Verdadeiro ou falso?". Isso não tem sentido. Uma definição precisa do termo "triângulo" é fundamental. No entanto,
simplesmente afirmar que um triângulo é uma figura plana de três lados pode ser inadequado. É necessário distinguir a
definição de uma frase solta sem proposição. A definição não é a aplicação da definição em si, por isso ela não pode
ser verdadeira ou falsa.

[5] UMA DEFINIÇÃO PERFEITA É COMPOSTA POR UM GÊNERO E DIFERENÇAS.


Ao tentar definir um tipo de coisa, temos de usar nomes universais. Mas há vários tipos de universais, a saber:
(gênero), (espécie), (diferença), (propriedade) e (acidente). As definições são compostas de todos esses tipos de
nomes? Que tipos de nomes entram na definição de uma coisa? A coisa mais básica que uma definição deve fazer,
como aprendemos no primeiro título acima, é incluir todo o tipo de coisa que estamos definindo, e somente esse tipo
de coisa.
Para ter certeza de que incluiremos todo o tipo de coisa que estamos definindo, começamos com um nome que
seja mais universal do que o que estamos definindo - ele incluirá tudo o que estamos definindo, bem como muitas
outras coisas. Em seguida, para excluir todo o resto, exceto o que estamos definindo, começamos a acrescentar
diferenças que pertencem a ele, mas excluem outras coisas, uma a uma, até que reste apenas o que estamos definindo.
Para definir "quadrado", começamos com o termo mais geral "quadrilátero", que inclui todos os quadrados,
mas também outras formas com quatro lados.
"Quadrilátero" não é uma definição exclusiva para quadrado, pois também se aplica a outras figuras. Para
tornar a definição exclusiva para quadrados, adicionamos diferenças específicas. A característica distintiva dos
quadrados é que todos os quatro lados são iguais.
Acrescentamos "equilátero" à expressão, resultando em "quadrilátero equilátero". No entanto, ainda não é
exclusivo dos quadrados, pois um losango também se encaixa nessa descrição. Adicionamos "em ângulo reto" para
formar "quadrilátero que é equilátero e em ângulo reto". Esta expressão é comum a todos os quadrados e exclusiva dos
quadrados, tornando-a uma definição precisa. Assim, para garantir que nossa definição seja conversível com a coisa
definida, começamos com um gênero e acrescentamos diferenças que criam espécies. Uma definição perfeita será,
portanto, composta de um gênero e de diferenças de criação de espécies.

[6] DEFINIÇÃO E OS OUTROS TIPOS DE NOMES UNIVERSAIS.


Não se deve incluir as espécies de uma coisa na sua definição. Definir "animal" como "cão, gato, cavalo,
cabra" lista espécies, não o que é comum a todos os animais. Uma definição ideal começa com o gênero da coisa e
adiciona diferenças específicas de espécies. Por exemplo, "quadrado" é definido como uma espécie de "quadrilátero".
Para definir algo quando não podemos encontrar diferenças de espécies, usamos suas propriedades distintivas.
Preferimos propriedades mais fundamentais ou mais próximas da natureza da coisa. Por exemplo, "ter razão" é mais
fundamental para o homem do que sua capacidade de rir.

\\5._Logica,_Portugues,_Definicoes_e_Divisoes\\

\\ÍNDICE:\\

Visto 1. O que é um Nome?


Visto 2. A Arte de Nomear
Visto 3. O Termo
Visto 4. Tipos de Termos
Visto 5. O que são os Nomes Unívocos, Equívocos, e Analógicos?
Visto 6. O que é um Conceito?
Visto 7. Caraterísticas de Conceitos
Visto 8. O Problema dos Universais (avançado)
Visto 9. Compreensão e Extensão
Visto 10. Os 5 Predicáveis e a Árvore de Porfírio
Visto 11. As 10 Categorias
Visto 12. Os Pós-Predicamentos
Visto 13. Os Transcendentais
Atual 14. Definições
Atual 15. Divisões Falácias Materiais
O ESCLARECIMENTO DO UNIVERSAL - A DEFINIÇÃO E DIVISÃO
De acordo com os predicados, um universal pode ser explicado em duas direções opostas, que não devem ser
confundidas. De uma forma, pode-se resolver um conceito nos conceitos superiores que incluem sua compreensão,
enunciando seu gênero supremo e as diferenças que lhe são adicionadas até chegar à noção em questão: essa análise
corresponde à DEFINIÇÃO. De outra forma, pode-se acrescentar a um conceito o que lhe falta para chegar aos
conceitos inferiores por meio da adição das diferenças opostas que estão incluídas no gênero em questão: a esse
procedimento sintético corresponde a DIVISÃO, que esclarece a extensão de um conceito.

14. DEFINIÇÕES (SLIDE 5)


Ainda estamos na primeira parte da lógica, a parte que estuda o primeiro dos três atos da razão essenciais à
filosofia, a saber, o ato de compreender o que é uma coisa. Esse ato da razão é levado à perfeição na forma de uma
definição. Até agora, falamos apenas de nomes simples para as coisas - um nome expressa a compreensão da razão
sobre o que algo é, embora imperfeitamente e de uma só vez. Até agora, falamos sobre algumas das ferramentas
menos perfeitas para expressar ou significar o que é uma coisa, e examinamos algumas coisas pressupostas para a
compreensão da definição. O filósofo arquetípico, Sócrates, geralmente passava mais da metade de cada um de seus
diálogos definindo termos. O livro mais famoso e influente de toda a história da filosofia, A República de Platão, passa
a maior parte do tempo definindo apenas um termo, "justiça". O Livro I da República é um excelente exercício de
leitura para o estudante de definições; ele consiste no fato de Sócrates avaliar três definições de justiça e considerá-las
insuficientes.

DEZESSETE (17) FATOS SOBRE AS DEFINIÇÕES


14.1 [1] UMA DEFINIÇÃO DEVE SER CONVERSÍVEL COM A COISA DEFINIDA
A origem da palavra "definição" é a palavra latina para limite (definitio), e o mesmo se aplica ao grego
horismos (de onde vem a palavra "horizonte"), que significava tanto "limite" quanto "definição". Uma definição é o
que estabelece um limite em torno de algo, cercando-o, separando-o de todas as outras coisas. Se eu colocar uma cerca
para "definir" minha propriedade, ela deve incluir toda a minha propriedade e nenhuma das suas ou de qualquer outra
pessoa. Da mesma forma, uma definição "delimita" o que é uma coisa:
1. Incluindo tudo o que deve ser definido,
2. Excluindo todo o resto.
Por exemplo, uma boa definição de "triângulo" deve se aplicar a todos os triângulos e a nada além de
triângulos. Todo triângulo é uma "figura plana de três lados", e toda "figura plana de três lados" é um triângulo. Essa
definição se aplica a todos os triângulos e somente aos triângulos. Portanto, a primeira lição sobre definição pode ser
aprendida com a própria palavra "definição", ou seja, uma boa definição deve ser conversível com a coisa definida.
Duas expressões são "conversíveis" se cada uma pertencer à outra, como "triângulo" e "figura plana de três lados" -
todo triângulo é uma figura plana de três lados, e toda figura plana de três lados é um triângulo.

14.2 [2] UMA DEFINIÇÃO DE UM NOME NÃO É O MESMO QUE UMA DEFINIÇÃO DE UMA COISA.
De imediato, devemos distinguir dois tipos de definições. Um tipo de definição explica o que uma palavra
significa, apontando a nós, por meio do uso de palavras mais familiares (ou até mesmo apontando!), o que uma
determinada palavra quer indicar. Se alguém estiver aprendendo inglês e ouvir a palavra “brigadeiro", poderá
perguntar ao senhor: "O que é um brigadeiro?". Ele está procurando uma espécie de definição. O senhor pode
responder “e a bolinha marrom que tem nas festas no Brasil". Se ele estiver familiarizado com a essa bolinha, agora
ele sabe que tipo de coisa a palavra portuguesa “brigadeiro" é um nome. Você deu a ele uma espécie de definição de
um nome. Mas se alguém estiver comendo um brigadeiro e olhar para ela depois de dar uma mordida e se perguntar o
que é, ele pode fazer a pergunta "O que é um brigadeiro?". Ele está procurando um tipo diferente de definição. Ele já
sabe como a palavra “brigadeiro" é usada e que coisa nomeia - agora ele quer saber o que é essa coisa? Ele quer saber,
por exemplo, quais são os ingredientes e como ele é feito. (leite condensado, manteiga, e Nesquik). A definição de
uma palavra é chamada de "definição nominal", Enquanto a definição de uma coisa é chamada de "definição real".
Que tipo de definição encontramos no dicionário? Considere a definição de "homem" que podemos encontrar no
dicionário. O dictionario define “homen" como "um ser humano..., uma pessoa". Isso está nos dizendo o que é um
homem, discernindo seus princípios essenciais e dizendo o que constitui um homem? De forma alguma. Está apenas
nos dando sinônimos para a palavra "homem". Uma definição nominal não pode ser mais do que um mero sinônimo
do nome que está sendo definido, desde que o sinônimo seja mais familiar do que o nome que está sendo definido. Por
exemplo, podemos definir "antropofagia" como "canibalismo." Mas não podemos definir "bravo" como “irado". Essa
é uma definição nominativa ruim, pois é uma tentativa de explicar uma palavra bastante comum e familiar por meio de
uma palavra rara e mais difícil. Isso é ao contrário. Devemos sempre conhecido algo novo por meio de coisas que são
ainda mais conhecidas e familiares.

14.3 [3] A DEFINIÇÃO DE DEFINIÇÃO.


Em termos lógicos, a palavra "nome" é utilizada para designar qualquer palavra que nomeie um objeto (não
apenas nomes como "Joe" e "Fred").Por exemplo, a palavra "jacaré" é um nome para um tipo específico de animal. Da
mesma forma, o lógico emprega a palavra "discurso" em um sentido mais amplo do que seu uso típico. Tipicamente,
"discurso" indica uma palestra pública ou algum tipo de discurso. Em um sentido mais amplo, qualquer combinação
de palavras é chamada de "discurso", mesmo que uma única palavra não constitua um discurso; é apenas uma palavra.
A definição de definição é a seguinte: “um discurso [combinação de palavras] que torna distintamente conhecido o
que é uma coisa [sua natureza].”

14.4 [4] UMA DEFINIÇÃO NÃO É NEM VERDADEIRA NEM FALSA.


Qual é a definição de "triângulo"? É uma figura plana de três lados. Agora, isso é verdadeiro ou falso?
Suponha que eu lhe desse uma prova de Verdadeiro/Falso e a primeira pergunta fosse "Figura plana de três lados.
Verdadeiro ou falso?". Isso não tem sentido. Uma definição precisa do termo "triângulo" é fundamental. No entanto,
simplesmente afirmar que um triângulo é uma figura plana de três lados pode ser inadequado. As definições podem ser
consideradas "verdadeiras" ou "falsas" com base em sua precisão em descrever a coisa definida. Algumas expressões
podem ser consideradas definições "falsas" ou "ruins" devido à sua inadequação ou impossibilidade. Exemplos
incluem "número par não divisível por 2" e "triângulo em Miami", que não correspondem a definições precisas de
seres.

14.5 [5] UMA DEFINIÇÃO PERFEITA É COMPOSTA POR UM GÊNERO E DIFERENÇAS.


Ao tentar definir um tipo de coisa, temos de usar nomes universais. Mas há vários tipos de universais, a saber,
gênero, espécie, diferença, propriedade e acidente. As definições são compostas de todos esses tipos de nomes? Que
tipos de nomes entram na definição de uma coisa? A coisa mais básica que uma definição deve fazer, como
aprendemos no primeiro título acima, é incluir todo o tipo de coisa que estamos definindo, e somente esse tipo de
coisa. Para ter certeza de que incluiremos todo o tipo de coisa que estamos definindo, começamos com um nome que
seja mais universal do que o que estamos definindo - ele incluirá tudo o que estamos definindo, bem como muitas
outras coisas. Em seguida, para excluir todo o resto, exceto o que estamos definindo, começamos a acrescentar
diferenças que pertencem a ele, mas excluem outras coisas, uma a uma, até que reste apenas o que estamos definindo.
Para definir "quadrado", começamos com o termo mais geral "quadrilátero", que inclui todos os quadrados, mas
também outras formas com quatro lados. "Quadrilátero" não é uma definição exclusiva para quadrado, pois também se
aplica a outras figuras. Para tornar a definição exclusiva para quadrados, adicionamos diferenças específicas. A
característica distintiva dos quadrados é que todos os quatro lados são iguais. Acrescentamos "equilátero" à expressão,
resultando em "quadrilátero equilátero". No entanto, ainda não é exclusivo dos quadrados, pois um losango também se
encaixa nessa descrição.
Adicionamos "em ângulo reto" para formar "quadrilátero que é equilátero e em ângulo reto". Esta expressão é
comum a todos os quadrados e exclusiva dos quadrados, tornando-a uma definição precisa. Assim, para garantir que
nossa definição seja conversível com a coisa definida, começamos com um gênero e acrescentamos diferenças que
criam espécies. Uma definição perfeita será, portanto, composta de um gênero e de diferenças de criação de espécies.

14.6 [6] DEFINIÇÃO E OS OUTROS TIPOS DE NOMES UNIVERSAIS.


Não se deve incluir as espécies de uma coisa na sua definição. Definir "animal" como "cão, gato, cavalo,
cabra" lista espécies, não o que é comum a todos os animais. Uma definição ideal começa com o gênero da coisa e
adiciona diferenças específicas de espécies. Por exemplo, "quadrado" é definido como uma espécie de "quadrilátero".
Para definir algo quando não podemos encontrar diferenças de espécies, usamos suas propriedades distintivas.
Preferimos propriedades mais fundamentais ou mais próximas da natureza da coisa. Por exemplo, "ter razão" é mais
fundamental para o homem do que sua capacidade de rir. Acidente" não está ligado à natureza da coisa e é inútil para
definição, mas pode ser útil para identificar o nome. Por exemplo, um “queroquero" pode ser definido como algo visto
em Itapecerica.
- Portanto, podemos dar definições práticas para os cinco tipos de universais por meio de suas diferentes
relações com a definição:
Espécie = O nome da coisa que está sendo definida.
Gênero = O primeiro nome em uma definição.
Diferença especifica = Qualquer nome em uma definição adicionado ao gênero.
Propriedade = O segundo melhor tipo de nome, se você não souber a diferença específica.
Acidente = Um nome que é inútil para definir uma coisa (mas pode ser útil para definir seu nome).

14.7 [7] DEFINIÇÕES POR MEIO DE CAUSAS, DEFINIÇÕES POR MEIO DE EFEITOS.
Outra distinção importante entre as definições é que algumas definições dizem o que uma coisa é por meio de
suas causas, outras por meio de seus efeitos. Sempre que uma definição por meio da causa é possível, ela é melhor do
que uma definição por meio dos efeitos. A definição por meio da causa é semelhante a uma definição por meio de
gênero e diferenças, enquanto uma definição por meio de efeitos é como uma definição por meio de propriedades.
Uma propriedade parece ser especialmente algo que permanece dentro da coisa, enquanto um efeito parece ser apenas
algo que sai da coisa. Por exemplo, um triângulo tem a propriedade de ter seus ângulos somados em 180°; não
chamaríamos isso de "efeito" de um triângulo, pois é algo que permanece dentro dele. Por outro lado, mesmo os
efeitos que saem de algo podem ser chamados de "propriedades" desse algo ou podem ser a base para nomear uma
propriedade desse algo.
Por exemplo, se um ácido tiver um efeito corrosivo em um metal, diríamos que essa é uma "propriedade" do
ácido.

TIPOS DE DEFINIÇÕES (boas definições)


1. DEFINIÇÃO NOMINAL (quid nominis)
1.1. De acordo com a etimologia
1.2. De acordo com o uso
2. DEFINIÇÃO REAL (quid rei)
2.1. Descritiva
2.1.1. Por acidentes
2.1.1.1. Para somas de acidentes predicáveis
2.1.1.2. Para acidentes próprios
2.1.2. Por causas extrínsecas
2.1.2.1. Genética para o exercício das causas
2.1.2.2. Para a natureza das causas em si
2.1.2.2.1. Para a causa final
2.1.2.2.2. Para a causa eficiente
2.2. Essenciais
2.2.1. Física para causas intrínsecas (matéria e forma)
2.2.2. Metafísica para gênero e diferença

REGRAS ESSENCIAIS SOBRE AS DEFINIÇÕES (más definições)


1) Uma definição deve ser conversível com a coisa definida. (Incluir tudo e só o que deve ser definido) [a
regra mais importante!]
14) A definição não deve conter o termo definido.
15) A definição deve ser mais clara do que o definido.
16) A definição deve ser literal, não metafórica.
17) A definição não deve ser negativa.

14.8 [8] NÃO EXISTE UMA DEFINIÇÃO DE TUDO.


Nem tudo precisa ser definido. Caso contrário, haveria uma regressão infinita de definições. Isso levaria a uma
necessidade de conhecer uma infinidade de definições para entender qualquer coisa. No entanto, compreendemos
muitas coisas por meio de definições, como na geometria. Portanto, não existe uma definição para tudo. Algumas
coisas são simples o suficiente para serem compreendidas sem uma definição estrita. O conhecimento do que algumas
coisas são pode ser obtido sem definição.

14.9 [9] NÃO HÁ DEFINIÇÃO DE UM INDIVÍDUO, DE UMA COISA.


É impossível definir "Sócrates" devido à natureza da definição como uma ferramenta para entender uma coisa.
“Individuum est ineffabile” (o indivíduo é indizível). Uma definição de "Sócrates" como "O filósofo da antiga Atenas
que foi o personagem principal dos diálogos de Platão" usa nomes que dependem de referências definidas à sensação.
Termos como "Atenas" e "Platão" são tão individuais quanto Sócrates e exigem referência a um tempo e lugar
específicos para serem compreendidos. Comparação: Tentar definir "Sócrates" seria como dizer "aquela pessoa que
está ali agora", onde os termos dependem de apelos à sensação. Coisas individuais, ligadas a tempos e lugares
definidos, estão além do nosso alcance sem referência aos sentidos e à imaginação. Se nos recusarmos a nos referir a
atos definidos de sensação e nos restringirmos a usar palavras que nos lembrem de tipos definidos de coisas que
podem ser compreendidas universalmente, então simplesmente não poderemos definir o universal. Tentar definir
Sócrates ou qualquer indivíduo usando apenas termos universais é problemático. Por exemplo, uma definição como
"Homem, filósofo, casado, com filhos, pobre, nariz arrebitado, executado por impiedade, etc." pode resultar em uma
lista de atributos que não se aplica a ninguém, exceto a Sócrates. No entanto, se apresentarmos essa definição a
alguém que nunca ouviu falar de Sócrates, ele só poderá especular se alguém se encaixa nessa descrição. Essa
abordagem não traz à mente Sócrates em particular, apenas uma possível mistura de atributos.

14.10 [10] UMA BOA DEFINIÇÃO NÃO DIZ TUDO.


Uma boa definição não precisa abranger tudo sobre a coisa definida; isso não é possível nem o objetivo da
definição. O que uma coisa é significa o que está nela primeiro, antes de qualquer outra coisa que esteja nela. Que
também seria a causa das propriedades dela. Tentativas de definir algo que amamos podem ser recebidas com
resistência (tem gente que não gosta de definições), pois parece limitar a coisa amada. Exemplo: Artistas, músicos e
filósofos resistem a definições de suas áreas (como animal racional o homem possui a capacidade inata de definir).
Esse ódio às definições pode ter muitas causas, mas uma delas vem de uma compreensão errônea da definição. Uma
definição não precisa dizer explicitamente por que uma coisa é importante ou nobre. Às vezes, tenta-se criar uma
única definição para várias coisas porque têm o mesmo nome, mas isso pode ser equivocado (por exemplo: o termo
religião por significar várias coisas). Típico de nomes equívocos (banco e banco), ou analógicos (“ver”). Cada coisa
merece uma definição separada, pois tentar defini-las juntas seria uma violência, ignorando suas diferenças profundas.
Exemplo: "Arte" (come techne) pode ser usada amplamente para incluir qualquer conhecimento sobre como fazer
algo, como carpintaria e música. A sugestão de que este é o único significado de "arte" poderia ofender o músico,
mostrando que existe um sentido de "arte" aplicável a ele, mas não ao carpinteiro.

14.11 [11] UMA DEFINIÇÃO NÃO PRECISA NOS PERMITIR DIZER QUAIS COISAS SE
ENQUADRAM NELA.
O objetivo da definição é nos dar a conhecer, de forma distinta, algum tipo de natureza que pode ser
encontrada em muitas coisas o que pode ser encontrada em muitas coisas, e não nos dizer quais coisas em particular
participam dessa natureza. Definir "ser vivo" é desafiador devido a divergências sobre o que constitui um exemplo,
especialmente em casos como vírus. Diferenciar se algo é um círculo ou não é distinto de saber o que é um círculo. O
inverso também é verdadeiro. Às vezes, é fácil reconhecer algo como pertencente a uma categoria, mas difícil de
definir essa categoria. Por exemplo, a definição precisa de "rima" é complexa, pois "mesmo som" nem sempre implica
uma rima.

14.12 [12] UMA BOA DEFINIÇÃO DEVE FAZER 4 COISAS.


1. Definir claramente o que é uma coisa é o propósito fundamental de uma definição, pois o que uma coisa é
determina suas propriedades.
2. Uma boa definição também serve como ponto de partida para explicar as propriedades específicas da coisa
definida. Por exemplo, uma definição de homem deve explicar por que apenas os homens são capazes de rir.
3. Além disso, uma definição adequada deve ajudar a resolver quaisquer dificuldades ou confusões
relacionadas à coisa definida.
4. Quando há muitas controvérsias ou argumentos contrários sobre uma coisa, uma boa definição revela as
razões subjacentes para essas dificuldades e identifica os elementos de verdade presentes em cada argumento.

14.13 [13] É DIFÍCIL OBTER UMA BOA DEFINIÇÃO.


Definir até mesmo uma coisa comum como uma cadeira pode ser desafiador, pois é difícil encontrar um
discurso que se aplique exclusivamente a todas as cadeiras e não a outros objetos similares. Tentativas de definição,
como "algo para sentar" ou "um assento para uma pessoa com encosto", são problemáticas, pois também se aplicam a
outros objetos que não são cadeiras. Essa dificuldade em definir algo tão simples destaca os desafios ainda maiores de
definir conceitos mais complexos, como a alma.

14.14 [14] A DEFINIÇÃO NÃO DEVE CONTER O TERMO DEFINIDO (SE NÃO SERIA CIRCULAR)
14.15. [15] A DEFINIÇÃO DEVE SER MAIS CLARA DO QUE O DEFINIDO.

14.16. [16] UMA DEFINIÇÃO DEVE SER LITERAL, NÃO METAFÓRICA.

14.17. [17] A DEFINIÇÃO NÃO DEVE SER NEGATIVA (A MENOS QUE A COISA SEJA UMA
NEGAÇÃO OU ALGO INEFÁVEL, COMO DEUS)
Se estou definindo escuridão como falta de luz, não devo definir falta de luz como escuridão.

RESUMO DAS 17 REGRAS DAS DEFINIÇÕES


1. Uma definição deve ser conversível com a coisa definida.
2. Uma definição de um nome não é o mesmo que uma definição de uma coisa.
3. A definição de definição: “um discurso que torna distintamente conhecido o que é uma coisa”.
4. Uma definição não é verdadeira nem falsa.
5. Uma definição perfeita é composta por um gênero e diferenças.
6. Definição e os outros tipos de nomes universais: (Gênero, espécie, diferença especifica, propriedade,
acidente)
7. Definições por causas, definições por efeitos. Sempre que uma definição por meio da causa é possível, ela é
melhor do que uma definição por meio dos efeitos.
8. Não existe uma definição de tudo. (regressão infinita)
9. Não existe uma definição da coisa individual.
10. Uma boa definição não diz tudo.
11. Uma boa definição não precisa nos permitir dizer quais coisas se enquadram nela.
12. Uma boa definição deve fazer quatro coisas.
1. que é uma coisa
2. ser o início de uma explicação
3. resolução das dificuldades
4. revelam por que as pessoas tiveram dificuldades.
13. É difícil obter uma boa definição.
14. A definição não deve conter o termo definido
15. A definição deve ser mais clara do que o definido
16. A definição deve ser literal, não metafórica.
17. A definição não deve ser negativa.

REGRAS ESSENCIAIS SOBRE AS DEFINIÇÕES


1) Uma definição deve ser conversível com a coisa definida. (Incluir tudo e só o que deve ser definido) [a
regra mais importante!]
14) A definição não deve conter o termo definido.
15) A definição deve ser mais clara do que o definido.
16) A definição deve ser literal, não metafórica.
17) A definição não deve ser negativa.

- 15. DIVISÕES
A divisão é o ato de distinção. É um dos principais instrumentos de um bom filósofo e pensador. Se não
distinguirmos as coisas (no mundo) ou os pontos (em nosso pensamento, escrita ou fala), nós os confundimos; e se os
confundimos, estamos confundidos. Para ter uma ideia clara, a ideia também deve ser distinta. As mentes modernas
geralmente têm uma vaga aversão ideológica às distinções como "discriminatórias". Não conseguem distinguir três
tipos muito diferentes de distinções:
(1) distinções entre pensamentos. (sempre úteis)
(2) distinções justas e razoáveis entre coisas e pessoas, como a distinção entre remédios e venenos, ou entre
alunos aprovados e reprovados.
(3) distinções injustas e irracionais entre pessoas, "discriminação" no sentido ideológico
Divisão é uma forma de chegar a uma definição, dividindo o gênero em suas espécies adicionando diferenças
especificas. A divisão é útil em toda a filosofia, não apenas para definir coisas, mas também para raciocinar pelo
processo de eliminação e distinguir entre as coisas. Distinguir as coisas é extremamente importante na filosofia, pois
envolve notar as diferenças entre as coisas ou reconhecer que uma coisa não é outra.

REGRAS PARA AS DIVISÕES


1. Primeira regra de Divisão:
[Toda divisão deve ser exaustiva, sem deixar de fora nenhuma parte da coisa dividida.]
[Não deixe de fora nenhuma parte do objeto dividido. Toda divisão deve ser exaustiva.]
As partes divididas devem esgotar o todo. Por exemplo, "homem" pode ser dividido em "corpo e alma", mas
não em "mãos e pés" porque não esgota todas as partes do homem.

2. Segunda regra de divisão:


[A divisão não inclui qualquer coisa que não seja parte do que está sendo dividido.]
[Não inclui nada que não seja parte do que está sendo dividido.]
Por exemplo, você não pode dividir "insetos" em "aranhas, moscas, besouros, etc.", pois as aranhas não são
estritamente insetos. Assim, da mesma forma que uma boa definição deve incluir tudo o que foi definido, e somente o
que foi definido, uma boa divisão deve incluir tudo o que foi dividido, e somente o que foi dividido.

3. Terceira regra de divisão:


[Evite listar partes que tenham uma parte em comum ou que se sobreponham.]
[Não liste partes que tenham uma parte comum ou que se sobreponham parte comum ou que se sobrepõem]
Uma boa divisão deve distinguir as partes de um todo de forma não sobreposta. Por exemplo, ao dividir
"números" em "pares" e "primos", um número como 2 se encaixa em ambos os conjuntos, violando a regra.

4. Quarta regra de divisão:


[As divisões mais básicas de elementos devem ser feitas antes das divisões mais específicas.]
[As divisões mais elementares de um todo devem ser feitas antes das divisões mais específicas]
Dividir um todo em suas partes mais imediatas e importantes evita a sobreposição de partes comuns. Por
exemplo, ao dividir o corpo humano, é mais fundamental dividir em partes maiores e mais importantes, como "rosto",
antes de dividir em partes menores, como "olho, nariz, boca". Isso garante uma divisão mais coerente e
contextualizada.

5. Quinta regra de divisão:


[A maioria das divisões elementares de elementos inteiros é feita em duas ou três partes.]
[A maioria das divisões elementares de inteiros é feita em duas ou três partes]
Esses métodos são geralmente os mais naturais. O número 2 é fundamental devido à distinção de partes
baseada em opostos, enquanto o número 3 reflete uma completude que ajuda na compreensão do todo. Dividir em 2
ou 3 partes pode revelar diferentes aspectos do objeto em questão, como na divisão da "família" em pais e filhos (2
partes) ou pai, mãe e filhos (3 partes).

PROPÓSITO DA DIVISÃO
A. Visualizar o todo de forma exaustiva, parte por parte.
B. Visualizar as partes entre si, distintamente, sem sobreposição.
C. Observar a ordem entre as partes, pois a distinção é necessária para perceber a ordem.

- Uso de opostos na divisão: Ao dividir um todo, usar opostos garante a exaustividade e a não sobreposição
das partes. Por exemplo, ao dividir animais em "Com penas" e "Sem penas", todos os animais são cobertos, garantindo
que cada um caia em uma categoria sem sobreposição.

- Dividindo em três: Às vezes, usamos mais de um par de opostos para dividir algo em mais de duas partes.
Por exemplo, ao dividir um livro em "início, meio e fim", estamos usando os opostos "antes" e "depois". Essa
abordagem resulta em três partes distintas que abrangem todas as possibilidades.

- Dois tipos de conjunto: Existem dois tipos de todos:


O [todo composto], como uma casa ou uma orquestra, formado por suas partes.
O [todo universal], como o gênero "animal", que é dito de suas partes.
Enquanto um todo composto não é dito em suas partes individuais, um todo universal é dito de suas partes,
mas não é composto por elas. Ambos os tipos de todo são divididos em filosofia, ciência e teologia para uma
compreensão mais profunda.

RESUMO DA DIVISÃO:
[DEFINIÇÃO] A definição de divisão: Dividir significa distinguir as partes de um todo.
[Regras de divisão]
1. A primeira regra da divisão: não deixe de fora nenhuma parte do objeto dividido. Toda divisão deve ser
exaustiva.
2. A segunda regra da divisão: não inclui nada que não seja parte do que está sendo dividido.
3. A terceira regra de divisão: não liste partes que tenham uma parte comum ou que se sobreponham, parte
comum ou que se sobrepõem.
4. A quarta regra de divisão: as divisões mais elementares de um todo devem ser feitas antes das divisões mais
específicas.
5. A quinta regra de divisão; a maioria das divisões elementares de inteiros é feita em duas ou três partes.

TIPOS DE DIVISÃO
1. Partes Integrantes: [As partes juntos formam o todo (integral), mas individualmente não são o todo.]
Por exemplo, um homem consiste em cabeça, pescoço, corpo, braços, pernas e pés, mas a cabeça não é o
homem. Nenhuma das partes e o homem mas juntos compõem o homem.
2.Partes Subjetivas: [Essa forma de divisão envolve separar o universal em suas partes subjetivas.]
O que é a divisão lógica do gênero unívoco em suas espécies. Por exemplo, o gênero unívoco <animal>
include <homem> e <animal irracional>. Ambos são animais
3. Partes Potenciais: [Essa forma de divisão envolve separar um todo potencial em suas partes potenciais.]
Isso implica explicitar as partes do todo, que participam de sua essência de alguma forma, mas não a possuem
completamente. Nesse caso, as partes potenciais estão relacionadas ao universal analógico, onde a predicação do todo
não é baseada em identidade absoluta, mas em uma hierarquia proporcional de anterioridade e posterioridade. Por
exemplo, ser o princípio da vida vegetativa é uma parte potencial da alma humana, explicando uma de suas funções,
mas não toda a sua essência. Assim, a parte potencial não recebe completamente a predicação do todo.

16. FALÁCIAS MATERIAIS (SLIDE 6)


DISTINÇÃO DE FALÁCIAS:
Formais: As falácias formais são erros de raciocínio no terceiro ato da mente. O seja, da forma logica do argumento.
Exemplo: "Alguns homens são mortais e alguns mortais são peixes, portanto, alguns homens são peixes.
Materiais: são erros na compreensão do significado ou uso de termos, erros na operação do primeiro ato da mente. Ou
seja, na matéria o significado dos termos no argumento. Exemplo: Os nativos americanos estão desaparecendo, e você
é um nativo americano, portanto, você está desaparecendo. (Usar distributivamente um termo coletivo “os nativos
americanos”) Essas falácias materiais são encontradas dentro dum argumento, por isso são chamadas de "falácias" ou
erros de raciocínio; mas não são erros na forma lógica, mas erros no conteúdo, na matéria ou no significado. A maior
parte dos erros e mal-entendidos que assolam nossas conversas e argumentações é causada por um uso frouxo da
linguagem, e não por falácias formais.

SETE TIPOS DE FALÁCIAS


1. Linguagem
2. Desvio de atenção
3. Simplifiação excessiva
4. Argumentação
5. Indução
6. Processuais
7. Metafísicas

Grupos de falácias: *Considerar os resumos das falácias nos lides quando fazer os estudos pessoais. Terá exercíos
futuros.
1. Liguagem
1.1 Equivocação: Equivocação é a falácia material mais comum, ocorrendo quando o mesmo termo é usado em
sentidos diferentes durante um argumento.Na lógica, falácias ocorrem apenas em argumentos, enquanto na linguagem
comum "falácia" é frequentemente usada para qualquer erro.
Todos os termos, exceto números (exceto no caso de Deus...), podem ser usados de forma equivoca, mas nenhum
termo é equívoco em si mesmo; o equívoco ocorre quando um termo muda de significado no argumento (usado duas
vezes com significados diferentes). Para expor um equívoco, é necessário identificar a palavra ou frase que altera seu
significado e então mostrar os dois significados diferentes usando palavras ou frases diferentes. Fazer distinções não é
ficar preso às palavras, mas sim evitar essa armadilha e alcançar conceitos claros. Termos usados analogicamente,
metaforicamente ou vagamente não são necessariamente equivocados.

1.2 Anfibolia: A anfibolia é uma falácia linguística que ocorre quando a estrutura gramatical de uma frase (não só de
uma palavra como na equivocação) gera ambiguidade ou dupla interpretação devido à posição ou uso de certas
palavras ou expressões. Isso pode levar a mal-entendidos, pois a frase pode ser interpretada de maneiras diferentes,
dependendo da ênfase dada a certas palavras ou da ordem das palavras na frase. Um bom exemplo de anfibolia seria a
frase: "Eu vi o homem com o telescópio. "Neste caso, a ambiguidade surge devido à posição da palavra "com". Pode-
se interpretar que "com o telescópio" se refere ao homem, implicando que ele estava usando um telescópio, ou que se
refere à ação de ver, sugerindo que o observador estava usando um telescópio para ver o homem.

1.3 Enfâse ou acentuação:A falácia linguística do acento, também conhecida como falácia de acentuação, ocorre
quando o significado de uma palavra ou frase é alterado com base no destaque ou ênfase colocada em uma sílaba ou
palavra específica dentro dela. Isso pode levar a uma interpretação errada ou distorcida do significado pretendido, já
que a ênfase pode mudar o sentido da comunicação. Um bom exemplo de acentuação seria a frase: "Eu não vi ele
pegar o dinheiro” Se a ênfase for colocada na palavra "EU": pode-se entender que outra pessoa viu. Se a ênfase estiver
em "NÃO", pode-se entender que a pessoa não presenciou o ato de pegar o dinheiro. Se a ênfase for colocada na
palavra "VI", pode-se interpretar que o eu estava presente, mas não viu o ato acontecer. Pode ser que eu só o escutei o
ato. Se a ênfase estiver em "DINHEIRO", pode-se interpretar que a pessoa viu outra ação, mas não especificamente o
ato de pegar o dinheiro.

1.4 Inclinação ou linguage obliquoa: A falácia linguística de Inclinação o linguagem oblíqua, também conhecida como
falácia do “petitio principii", e quando a pessoa presume o que precisa ser provado, usando uma linguagem
"inclinada" que assume o valor ou desvalor na própria descrição do objeto, como “moderno" ou “progressivo",
“retrógado" ou "estagnada“. Isso cria um equívoco ou duplo sentido, pois descreve e avalia ao mesmo tempo,
classificando-se como uma falácia de equívoco. Um bom exemplo de linguagem oblíqua: Os jornais também têm
políticas linguísticas sobre questões polêmicas como o aborto: Um jornal rotulará os dois lados como "pró-escolha" e
"anti-escolha", Outro jornal rotulará os mesmos lados como "pró-aborto" e "anti-aborto", Um terceiro jornal os
rotulará como "pró-vida" e "anti-vida".

1.5 Slogans-palavras de ordem: Slogans são expressões que produzem reações automáticas de concordância ou
discordância sem consideração ou argumento racional. Não há falácia intrínseca em um slogan, mas sim em seu uso
como substituto de um argumento. Por exemplo, quando alguém diz "Sou a favor da vida" como justificativa para suas
crenças, sem fornecer um raciocínio substantivo. Da mesma forma, expressões como "Eu sou progressista" podem ser
usadas de forma semelhante, evocando uma resposta emocional em vez de um pensamento crítico baseado na razão.

1.6 Hipérbole: A falácia linguística do hipérbole ocorre quando se faz uso exagerado ou extremo da linguagem para
enfatizar um ponto, mas de forma que distorce a realidade ou excede os limites razoáveis. "Estou morrendo de fome!"
Isso pode levar a uma compreensão distorcida da situação ou a uma argumentação falaciosa baseada em exageros. Em
essência, o hyperbole é uma forma de exagero que pode ser usada de maneira enganosa para manipular ou influenciar
a percepção do ouvinte ou leitor.

1.7 Straw Man" (Homem de palha): A falácia do "homem de palha" consiste em refutar uma versão injustamente
fraca, estúpida ou ridícula da ideia de seu oponente (seja sua conclusão ou seu argumento) em vez da ideia mais
razoável que ele realmente defende. Uma das regras do debate medieval para bloquear argumentos "homem de palha":
era que você deve primeiro expor a ideia do seu oponente com suas próprias palavras de forma satisfatória para ele,
antes de refutá-la
2. Desvio de atenção
Desviar a atenção para outras coisas ao invés do argumeto em si ou da realidade. O próximo grupo de sete falácias são
falácias de distração ou desvio - maneiras de desviar a atenção do argumento, do ponto, da questão. Em vez de um
argumentum ad rem ("argumento ao ponto" ou "argumento dirigido à coisa real"), temos argumentum ad sete outras
coisas com nomes latinos: personalidade, autoridade, ameaça, pena, vergonha, popularidade ou ignorância. As falácias
de desvio desviam nossa atenção dos fatos, da realidade, para outra coisa. São táticas de diversão, como em uma
batalha.

2.1 Ad hominem: É um ataque pessoal. Formas: Envenenar o poço (desconfia a conbiabilidade) / Tu quoque (tu
também é mal) / Falácia genética (origem da pessoa - patologia). Apelo a autoridade. A mais comum dessas falácias de
desvio é o argumentum ad hominem (ou simplesmente "ad hominem"), que significa um "argumento dirigido à
pessoa" em vez de à questão. Em outras palavras, um ataque pessoal, atacando a pessoa em vez de atacar a questão.
Tem vários estilos: "Envenenar o poço" é o ataque direto à confiabilidade da pessoa que está fazendo uma declaração,
em vez de abordar a declaração. "Tu quoque" (literalmente, “você também") consiste em acusar seu crítico da mesma
coisa de que ele o acusa, em vez de se defender da crítica. A forma mais comum de ad hominem hoje em dia é a
"falácia genética", que consiste em "refutar" uma ideia mostrando alguma suspeita origem psicológica dela (patológica
o ignorância).

2.2 Ad vecundiam ou ad actoritatem: Apelo ilegítimo à autoridade. A falácia é o apelo ilegítimo à autoridade. O apelo
à autoridade não é, por si só, falacioso. Na verdade, a maior parte do que sabemos, aprendemos confiando nas
autoridades: primeiro em nossos pais, depois em nossos professores e livros didáticos. Ninguém pode aprender tudo
em primeira mão; a maior parte do que sabemos chega até nós de segunda mão, com muitos outros elos humanos na
cadeia. Como você pode questionar a eficácia deste método de ensino? Ele é recomendado por diversos especialistas
renomados da área, cujos estudos e pesquisas são amplamente reconhecidos pela comunidade acadêmica. "Neste
exemplo, a argumentação apela para a autoridade de diversos especialistas renomados sem fornecer evidências
específicas ou argumentos diretos sobre a eficácia do método de ensino. A referência à reputação dos especialistas
busca validar o método de ensino sem considerar outros aspectos relevantes que possam ser discutidos.

2.3 Ad baculum, apelação a força, medo ou ao desejo: Esse é o apelo à força ("baculum" significa "bastão"), ou seja,
ao medo (o medo da força) em vez da razão. "Antes de responder, lembre-se de quem paga seu salário. O "outro lado
da moeda", ou correlato, é o “apelo ao desejo.”
O pensamento de que "é verdade porque eu quero que seja verdade" talvez seja a falácia mais comum de todas.

2.4 Ad misericordiam: Usa de compaixão e misericórdia para validar um argumento. A falácia do "ad misericordiam"
ou "apelo à piedade" ocorre quando se tenta usar sentimentos de compaixão para validar um argumento, embora a
piedade não substitua a lógica. "Senhor policial. Eu não mereço uma multa por excesso de velocidade: meu cachorro
acabou de morrer, minha sogra se mudou e minha declaração de imposto de renda está sendo auditada!"

2.5 Ad ignominiam: Tentativa de influenciar ações ou crenças. O "apelo à vergonha" ocorre quando se tenta
influenciar crenças ou ações de alguém usando o medo de sentir vergonha como justificativa. Isso substitui a razão
pela emoção, o que é irracional. "O quê? Você vai ser padre? É porque quer que as pessoas contem piadas sobre
você?" Embora a vergonha em si não seja uma falácia, usar apenas a vergonha como base para decisões é uma falácia
lógica, pois desvia da verdade objetiva e depende da percepção subjetiva dos outros.

2.6 Ad populum: Apelo opinião da maioria. Chamada de "apelo à população" ou "apelo às massas”, essa falácia é
comum na era contemporânea, onde a necessidade de aceitação social é alta, levando as pessoas a acreditar ou agir de
acordo com o que é popular. "A pena capital não pode estar errada; 75% das pessoas a apoiam."

2.7 Ad ignorantiam: Argumentar que uma ideia é falsa por que nunca se ouviu falar sobre ela. O "apelo à ignorância"
consiste em argumentar que uma ideia deve ser verdadeira porque não sabemos se ela não é. É uma falácia porque a
ignorância nunca pode ser uma premissa ou razão. As premissas devem expressar conhecimento - afirmações. Nada se
segue logicamente do nada, ou seja, do não conhecimento. "Aristóteles? Nunca ouvi falar dele. Então ele não pode ser
importante."
3. Simplificação excessiva
3.1 Dicto simpliciter: Falar algo de forma muito simples. Aplicar um princípio geral a casos específicos. Da regra ao
caso. O "dicto simpliciter", que significa dizer algo de forma simples de mais, absoluta ou não qualificada; ou seja,
aplicar um princípio geral a um caso especial sem a qualificação necessária. Isso consiste em ignorar os fatos sobre o
caso especial que exigem que o princípio seja qualificado.
“O homem é um animal racional. Portanto, até mesmo um idiota pode ser aprovado em um curso de lógica.”

3.2 Caso especial: Contrário do anterior. Atribui ao geral o que provém de algo específico. Do caso a regra. Isso e o
contrário do dicto simpliciter. O "caso especial" argumenta que algo é verdadeiro em algum caso especial, portanto, é
verdadeiro simplesmente. "Há muitos idiotas que não conseguem passar em um curso de lógica. Portanto, o homem
não é racional."

3.3 Composição: Argumentar da parte para o todo. Da parte ao todo. Essa falácia consiste em argumentar da parte para
o todo, ignorando o fato de que o que é verdadeiro para a parte não é necessariamente verdadeiro para o todo. Isso
pode ser feito tanto com grupos quanto com coisas individuais. "Este membro da turma de lógica do professor é
inteligente. Portanto, essa deve ser uma turma inteligente" faz isso para um grupo. "Esse capítulo foi fascinante. O
livro inteiro deve ser fascinante também" faz isso para uma coisa.

3.4 Divisão: Inverso da composição. Pode ser feito com grupos e individuais. Do todo a parte. Isso é o inverso da
Composição; consiste em argumentar do todo para a parte, ignorando o fato de que o que é verdadeiro para o todo
nem sempre é verdadeiro para a parte. Isso também pode ser feito com coisas individuais: "Esse livro é fascinante,
portanto, cada capítulo deve ser" ou com grupos: "Essa classe é inteligente e ele é membro dela, portanto, deve ser
inteligente".

3.5 Falácia do preto e branco (semelhante ao primeiro): Não permite ver graduações entre os extremos. Extremista.
Isso é semelhante ao dicto simpliciter, mas a falácia aqui consiste em não permitir gradações ou meios entre os
extremos: o dicto simpliciter consiste em não permitir exceções a uma regra simples. Há negros e brancos, mas
também há cinzas. A falácia aqui consiste em argumentar que "não é este extremo, portanto deve ser o extremo
oposto". "Nenhum homem é perfeito, portanto todos os homens são maus."

3.6 Citação fora do contexto: Citações podem ser mal interpretadas se tiradas do contexto. Essa falácia ocorre quando
o contexto de uma citação é ignorado, seja na literatura ou na vida real. Citações podem ser mal interpretadas se não
considerarem o contexto, como quando frases são tiradas de citações sem aspas, dando a impressão de que o autor
apoia algo que não apoia. Milton escreveu. 'É melhor reinar no Inferno do que servir no Céu.* Portanto, ele deve ter
concordado com o Diabo…

3.7 Estereótipos: Generalizam sem considerar excessões. Do estereótipo ao indivíduo. Estereótipos generalizam sem
considerar exceções, ao contrário de arquétipos, que são padrões fundamentais. Estereótipos são fabricados
socialmente, enquanto arquétipos são parte do "inconsciente coletivo". Nem todas as generalizações são estereótipos;
é um erro rotular todas como tal. "O senhor é alto; deve jogar basquete".

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