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CURSO DE FORMAÇÃO E GRADUAÇÃO DE SARGENTOS (CFGS)


LIVRO DE RACIOCÍNIO
LÓGICO
Grupo de trabalho responsável pela elaboração do livro de Raciocínio Lógico do Curso de
Formação e Graduação de Sargentos (CFGS), edição 2021.
Órgão Gestor:
DETMil
General de Brigada Luís Cláudio de Mattos BASTO.
Diretor de Educação Técnica Militar.

Órgão Elaborador:
ESA
General de Brigada Flavio ALVARENGA Filho.
Comandante da Escola de Sargentos das Armas.

Órgão Executor:
ESA
Coronel JADILSON Tadeu da Silva dos Santos
Chefe da Divisão de Ensino.
Supervisão Geral.

Capitão QCO ARACELI Paula Naves.


Chefe da Seção de Disciplinas Acadêmicas. Supervisão Geral e Revisão.

2°Ten OTT DIONE Aparecido Ferreira da Silva


Adjunta da Seção de Disciplinas Acadêmicas.
Produção, Revisão e Diagramação geral.

2°Ten OTT DINALVA Ferreira da Silva


Adjunta da Seção de Disciplinas Acadêmicas.
Revisão, Produção, Revisão e Diagramação geral.

2°Ten OTT THAMARA Marques Rodrigues


Adjunta da Seção de Disciplinas Acadêmicas.
Revisão, Produção, Revisão e Diagramação geral.

1° Sargento Inf Eduardo LUINI da Silva


Auxiliar da Seção de Disciplinas Acadêmicas.
Revisão, Produção, Revisão e Diagramação geral.

Soldado Paulo Henrique ARAÚJO ÉZAR


Diagramação da capa.

1
Ficha Catalográfica

2
PREFÁCIO

O Decreto nº 9.171, de 17 de outubro de 2017, do Presidente da República, alterou o


Regulamento da Lei de Ensino do Exército, a partir do qual a Portaria nº 504-EME, de 8
de dezembro de 2017, emitiu as Diretrizes para a Equivalência de Estudos dos Cursos
Destinados aos Sargentos e Subtenentes e a Implantação do Curso de Formação de
Sargentos no Nível Superior de Tecnologia, dentre outras providências (EB20-D-
01.059). A Portaria nº 277-DECEx, de 13 de dezembro de 2017, aprovou as Instruções
Reguladoras para a Execução e a Equivalência de Nível de Educação dos Cursos destina-
dos aos Sargentos e Subtenentes (EB60-IR57.010) e determinou que, na elaboração
do novo currículo, deveria ser considerada a inclusão de disciplinas acadêmicas,
notadamente, a disciplina de Raciocínio Lógico e Estatística, objeto desta apostila.

O parágrafo 5º, da Seção IV (Das Diretrizes Curriculares Específicas do Exército para


os CFGS Tecnólogos), do Capítulo II, da Portaria 504-EME, intitulado “Dos Cursos de
Formação de Sargentos”, determinou que, na elaboração do novo currículo, deveria ser
considerada a inclusão de Raciocínio Lógico e Estatística.
Dessa forma, o ensino de Raciocínio Lógico e Estatístico ganhou o merecido lugar
na formação do líder de pequenas frações, uma vez que é capaz de organizar os
pensamentos e assim obter bons resultados em suas atividades cotidianas.
O ensino de Raciocínio Lógico e Estatístico marcará um novo paradigma na for-
mação dos sargentos enquanto líderes de pequenas frações, que poderão, por meio de
abstrações, interpretações das informações e relações entre o que foi apresentado e os
conhecimentos adquiridos, desenvolver a liderança que se espera num Exército em trans-
formação, no qual além de executores perfeitos das ordens emanadas do Comando, devem
também atuar como resolvedores de problemas e partícipes de decisões no amplo espectro
dos conflitos.

Cap QCO ARACELI Paula Naves


Chefe da Seção de Disciplinas Acadêmicas – ESA.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Tabela-verdade e Diagrama de árvore de uma proposição simples componentes


............................................................................................................................................................. 14
Figura 2: Entradas da Tabela-verdade e do Diagrama de árvore de uma proposição composta A (a,b)
............................................................................................................................................................. 15
Figura 3 − Entradas da Tabela-verdade e do Diagrama de Árvore de uma proposição composta A
(a,b,c).Alencar (2002) (Adaptado)
............................................................................................................................................................. 16

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO AO RACIOCÍNIO LÓGICO ................................................................................ 5

1. PROPOSIÇÕES .............................................................................................................................. 9

1.1 Conceito de Proposição ............................................................................................................. 10

1.2 Representação das Proposições ................................................................................................. 10

1.2.1 Proposições Simples........................................................................................................... 10

1.2.2 Proposições Compostas ...................................................................................................... 11

1.3 Valores Lógicos das Proposições e Noções da Tabela Verdade ............................................... 14

Exercícios de Aprendizado............................................................................................................. 18

2. OPERAÇÕES LÓGICAS SOBRE PROPOSIÇÕES ................................................................ 19

2.1 Negação (~) ............................................................................................................................... 21

2.2 Conectivo “e” (Conjunção) (∧) ................................................................................................. 23

2.3 Conectivo “ou” Disjunção Inclusiva (V)................................................................................... 25

2.4 Condicional “então” (→) .......................................................................................................... 27

2.5 Bicondicional “se e somente se” (↔)........................................................................................ 31

Exercícios de Aprendizado.............................................................................................................. 33

3. CONSTRUÇÃO DA TABELA-VERDADE ............................................................................... 36

3.1 Passos para a construção de tabela-verdade da proposição composta....................................... 37

3.2 Uso de parênteses e a ordem de precedência das operações proposicionais ............................. 40

Exercícios de Aprendizado.............................................................................................................. 43

4. TAUTOLOGIAS, CONTRADIÇÕES E CONTINGÊNCIAS .................................................. 45

4.1 Tautologia.................................................................................................................................. 45

4.2 Contradição ............................................................................................................................... 47

4.3 Contingência.............................................................................................................................. 49

Exercícios de Aprendizado.............................................................................................................. 50

5. IMPLICAÇÃO LÓGICA ............................................................................................................. 51

5
5.1 Implicação Lógica e suas propriedades .................................................................................... 50

5.2 Tautologias e Implicação Lógica .....................................................................................................55

Exercícios de Aprendizado.............................................................................................................. 57

6. EQUIVALÊNCIAS LÓGICAS .................................................................................................... 59

6.1 Conceito de equivalência lógica ................................................................................................ 59

6.2 Proposições Associadas a uma Condicional ............................................................................. 61

Exercícios de Aprendizado.............................................................................................................. 63

7. ARGUMENTOS E REGRAS DE INFERÊNCIA ...................................................................... 64

7.1 Validade de um Argumento ..................................................................................................... 65

7.2 Argumentos válidos fundamentais ........................................................................................... 67

7.3 Regras de Inferência ................................................................................................................. 68

Exercícios de Aprendizado.............................................................................................................. 70

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................ 72

6
UD I – RACIOCÍNIO LÓGICO

INTRODUÇÃO AO RACIOCÍNIO LÓGICO

Ao estudarmos Raciocínio Lógico, temos a preocupação de investigar a validade dos


argumentos, ou seja, utilizaremos passos lógicos que nos permitam obter alguma conclusão,
a partir de dados, que podem ser verdadeiros ou falsos, de modo que, para áreas que exigem
raciocínios mais sofisticados, convém evoluir dos conhecimentos prévios sobre Lógica Básica
para raciocínios que atendam a essa sofisticação. Sendo assim, estudantes de Matemática,
Filosofia, Ciências, Línguas ou Direito se apoiam na Lógica Formal.
A apropriação do conhecimento de lógica é fundamental na compreensão de conceitos
básicos em diversas áreas do conhecimento, possibilitando por meio dessa, a compreensão de
provas em diversas áreas da ciência em geral, tornando acessível a compreensão de
raciocínios mais sofisticados.
Segundo Bispo; Castanheira; Filho (2011, p.12), “em uma primeira aproximação, a
Lógica pode ser entendida como a Ciência que estuda os princípios e os métodos que
permitem estabelecer as condições de validade e invalidade dos argumentos”. Para o autor
Abar (2006), o exercício da lógica auxilia no raciocínio, na compreensão de conceitos básicos,
e é uma ótima ferramenta de aprendizado de tópicos mais avançados referente as diversas
áreas de conhecimento.
No entanto, não é possível trabalhar com a lógica sem fazer referência ao autor que vem
sendo reconhecido como o Pai da Lógica por mais de dois mil anos “Aristóteles” Duarte;
Teixeira (2016). Conforme a filosofia aristotélica, a lógica trata das regras e leis que controlam
o pensamento para que esse seja correto. “Para Aristóteles, o objetivo da lógica era levantar
os argumentos, ou seja, encadeamentos de conceitos e juízos que levariam a novas verdades"
(DUARTE; TEIXIERA,2016, pg.19) nos princípios quando aplicados, auxilia o processo de
separar o raciocínio correto do incorreto.
A lógica, é comumente chamada de formal, simbólica ou ainda matemática, podendo
ser tratada mediante a essas três concepções, conforme Bispo; Castanheira e Filho (2011).
1° Lógica como sistema de regras;
2° Lógica como um conjunto de leis;
3° Lógica como estrutura linguística.
A lógica é a disciplina que

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trata das formas de pensamento, da linguagem descritiva do pensamento, das leis da
argumentação e raciocínios corretos, dos métodos e dos princípios que regem o
pensamento humano. Portanto, não se trata somente de uma arte, mas também de
uma ciência. É uma ciência porque possui um objeto definido: as formas de
pensamento (KELLER; BASTOS, 1991, p.13).

No que se refere à aplicação da lógica, observamos que, na área da Ciência da


Computação, seu uso é mais acentuado como, por exemplo, na análise da complexidade de
algoritmos e banco de dados, bases da Teoria da Computação, Teoria dos Tipos, Circuitos
Digitais e Lógica Epistêmica, entre outros tópicos fundamentais na Computação. Além
disso, o estudo da lógica proporciona a aplicação de princípios que auxiliarão no processo
de distinção do raciocínio correto do incorreto tendo em vista que a lógica se preocupa com
esses aspectos da discussão referente à lógica. Nesta parte introdutória, foram identificadas
identificando algumas das dimensões do conceito de lógica e suas aplicações na sociedade.

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1- Proposições
1.1 Conceito de Proposição

Com o propósito de conceituar proposição, recorremos a Filho (2002) que assim a


define proposição como segue:

Chama-se proposição todo conjunto de palavras ou símbolos que exprimem


um pensamento de sentido completo. As proposições transmitem
pensamentos, isto é, afirmam fatos ou exprimem juízos que formamos a
respeito de determinados entes.

Cabe ressaltar que uma proposição é uma sentença declarativa que pode assumir
apenas dois valores lógicos verdadeiro (V) ou falso (F). Uma proposição pode ser escrita
na linguagem usual ou na forma simbólica.

Exemplos de proposições escritas na forma usual:

1. Maria Quitéria de Jesus Medeiros foi a primeira mulher a lutar no Exército.


2. Olavo Bilac é o Patrono do Serviço Militar.
3. No Dia 19 de novembro, comemora-se o Dia da Bandeira.
4. O Dia do Soldado, no Brasil, é comemorado no dia 25 de agosto.

Uma proposição é, necessariamente, dada por uma sentença afirmativa, pois não
poderíamos atestar a verdade diante de sentenças interrogativas ou exclamativas. Dessa
forma, as sentenças abaixo são não declarativas.

1. Vamos entrar em forma! (sentença imperativa)


2. O uso do 4° uniforme é obrigatório! (sentença imperativa)
3. O portão bravo está fechado? (sentença interrogativa)
4. Faça seu trabalho!

As sentenças apresentadas acima são exemplos de sentença abertas pois não foi
possível estabelecer um valor-verdade para cada sentença. Ou seja, elas não podem ser
classificadas como verdadeiras (V) e como falsas (F). Ademais, vamos apresentar dois

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princípios que nortearão nossa discussão. Ancorado em Filho (2002) e Bispo;
Castanheira, e Filho (2011), os seguintes princípios ou (axiomas) da lógica clássica são
verdadeiros e possuem os seguintes enunciados:
i. Princípio da identidade: Toda proposição é idêntica a si mesma;
ii. Princípio não-contradição: Uma proposição não pode ser verdadeira e falsa
ao mesmo tempo; e
iii. Princípio do terceiro excluído: Toda a proposição ou é verdadeira ou é
falsa, isto é, verifica-se sempre um destes casos e nunca um terceiro. Dessa
forma, vamos finalizar essa seção realizando uma discussão complementar
referente a ideia de sentença. “Sentenças são orações com sujeito (termo a
respeito do qual se declara algo) e predicado (o que se declara algo sobre o
sujeito)”. (CARVALHO; CAMPOS; 2016, p.20).
Tendo em vista esses aspectos, vamos verificar, nas relações abaixo, quais sentenças
são proposições.
a) Três mais nove é igual a doze.
b) Pelé é brasileiro.
c) O jogador de futebol.
d) A idade de Maria.
e) A metade de um número.
f) O triplo de 15 é um número superior a dez.

É correto afirmar que somente os itens (a), (b) e (f) são proposições. Como veremos na
próxima seção, toda sentença declarativa pode ser representada por símbolos ou por palavras.

1.2 Representação das Proposições

Segundo Bispo, Castanheira e Filho (2011, p.5), “uma proposição é simples se, e
somente se, contiver uma única afirmação. E será composta quando for constituída por uma
sequência finita de pelo menos duas proposições simples”

1.2.1 Proposições Simples


Chama-se proposição simples ou proposição atômica aquela que não contém nenhuma
outra proposição como parte integrante de si mesma.

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Uma proposição é dita simples ou atômica aquela que não contém
nenhuma outra proposição como parte integrante de si mesma.

As proposições simples são geralmente designadas pelas letras latinas minúsculas p, q, r, s,


chamadas letras proposicionais. Assim, por exemplo, dos itens abaixo quais são consideradas
proposições simples:

a) Todo aluno da Escola de Sargentos das Armas é vibrante.


b) Abel é aluno da ESA.
c) O número vinte e cinco não é um quadrado perfeito.
d) Argentina e Brasil
e) O Brasil é um país da América do Sul.
f) Será que meu médico é competente?
g) Um quilometro tem 100 metros.

Note que dos itens acima apenas (a), (d), (f) não são proposição simples. De modo
que, na lógica sentencial, denomina-se proposição em uma frase que pode ser julgada
como verdadeira (V) ou falsa (F), mas não como ambas.

1.2.2 Proposições Compostas.

Chama-se proposição composta ou proposição molecular aquela formada pela combinação


de duas ou mais proposições. Eis a definição, conforme Filho (2002, p.12).

Proposição composta é aquela formada pela composição de duas ou mais


proposições. É também chamada proposição molecular ou molécula.

As proposições compostas são representadas pelas letras latinas maiúsculas P, Q, R, S, também


chamada letras proposicionais conforme destaca Filho (2002). Assim, por exemplo, são proposições
compostas:
P: O corneteiro toca e a tropa avança.
Q: Homero não é honesto e João é justo.

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R: Homero é justo ou João não é honesto.

As proposições compostas também costumam ser chamadas de fórmulas proposicionais ou


apenas fórmulas conforme destaca Alencar (2002). Quando interessa destacar ou explicitar
que uma proposição composta P é formada pela combinação das proposições simples p, q, r,
..., escreve-se: P (p, q, r, ...). Agora vamos observar o seguinte exemplo. Uma vez que
interpretamos a ideia conceitual de proposição composta é valido observar que a determinação
de uma proposição composta é feita pela combinação de proposições simples via conectivos
lógicos portanto passaremos agora a definir o conceito de conectivo lógico.

Chamam conectivos as palavras que se usam para formar novas proposições a partir de
outras. (ALENCAR,2002, p.13). Nesse mesmo contexto, Bispo, et al (2011), p.5) concluem
que, no contexto da lógica, trabalharemos com cinco conectivos lógicos. Eis os conectivos e
suas respectivas representações simbólicas:
(i) e ∧

(ii) ou ∨

(iii) se … , então →

(iv) se, e somente se ↔

(v) não ~
Na maioria dos casos, os conectivos ligam duas ou mais proposições (ou sentenças). Assim,
por exemplo:

1. A ESA possui duas entradas de acesso sendo uma delas o portão alfa e o portão
bravo (linguagem corrente). Logo sua representação simbólica p. Sendo 𝑝 = A ESA
possui duas entradas de acesso sendo uma delas o portão alfa 𝑞: o portão bravo. Logo
temos o que sua representação simbólica fica como se segue: 𝑝 ∧ 𝑞

2. Um aluno da ESA realiza TFM ou participa da formatura. (linguagem corrente).


Sendo: 𝑝 = Um aluno da ESA realiza TFM 𝑞: participa da formatura. Logo temos o
que sua representação simbólica fica como se segue: 𝑝 ∨ 𝑞

3. Está chovendo. Logo a negação desta proposição é: Não está chovendo. (linguagem
corrente). Sendo 𝑝: Está chovendo. Logo temos que a representação simbólica da
negação de p fica como segue: ~𝑝 = Não está chovendo.

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4. Se o PDA for acionado, então os postos deverão ser reforçados. (linguagem
corrente). Sendo 𝑝 = Se o PDA for acionado 𝑞: Postos deverão ser acionado. Logo,
temos a representação simbólica que segue: 𝑝 → 𝑞.

5. O TFM será centralizado se e somente se houver formatura geral. (linguagem


corrente). Sendo que: 𝑝 = O TFM será centralizado 𝑞: Houver formatura. Logo,
temos a representação simbólica como se segue: 𝑝 ↔ 𝑞.

Agora suponha que P representa a seguinte proposição: hoje fez frio, e que Q
represente a proposição Abel foi à praia e R represente a seguinte proposição Luiza foi
ao comércio.
Tendo como base tais informações, julgue os seguintes itens e classifique-os em
verdadeiro ou falso.

a) Se hoje não fez frio, então Luiza não foi ao comercio e Abel não foi à praia pode ser
representada corretamente por: ~P → (~R ∧∼ Q). Resposta verdadeira
b) Hoje fez frio e Abel foi á praia pode ser corretamente representado por: ~P ∧∼ Q.
Resposta Falsa.
Nos próximos exemplos vamos continuar explorando a ideia de aplicação de
conectivos.
Exemplo 1) (FCC adaptada) Considere a seguinte proposição “Paula estuda, mas não passa
no concurso”. Nessa proposição, o conectivo, lógico é:
a) disjunção
b) conjunção
c) disjunção
d) condicional
e) bincondicional

Justificativa:
Não restam dúvidas de que o presente enunciado faz referência a uma proposição
composta de modo que na 1°) “Paula estuda”; e 2°) “Paula não passa no concurso”
representam duas proposições simples ligada por um conectivo. No presente estudo,
abordaremos quatro tipos de conectivos lógicos existentes, que são os que se seguem:
e, ou, se.... então, se e somente se. Note que, no enunciado, temos a palavra “mas”
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imediatamente surge uma indagação: quais dos conectivos acima pode substituir a
palavra “mas”? Ao observamos o enunciado, fica evidente dois aspectos sobre Paula:
que ela estuda e que ela passa no concurso.
Portanto, o conectivo que melhor substitui a palavra “mas” é o conectivo “e’’.
Alternativa correta B. Logo, teremos o seguinte: “Paula estuda e passa no concurso”.
Observação importante: vamos tomar como regra geral que a palavra “mas” (e as demais
conjunções adversativas do tipo: porém, entretanto, contudo etc.) escrita em uma
sentença pode ser trocado pelo conectivo “e”. Sobre conectivos, veremos com mais
detalhes na próxima seção.

1.3 Valores Lógicos das Proposições e Noções da Tabela-Verdade.


Define-se valor lógico de uma proposição a verdade, se a proposição é verdadeira; e a
falsidade, se a proposição é falsa. De modo que a representação simbólica dos valores lógicos
de uma proposição é denotada abreviadamente pelas letras V e F, respectivamente. Por meio
dessa compreensão, fica estabelecido o princípio da identidade, o da não contradição e do
terceiro excluído conforme destacado acima que se referente ao valor lógico, assegura que:
“Todas as proposições têm um, e um só, dos valores seguintes V ou F”.
Por exemplo, as proposições a seguir possuem apenas um valor lógico verdadeiro.

π x+y
1. Se x = 1 e y = sin 4 então ( ) é um número inteiro.
2

2. A defesa do consumidor deve ser promovida pelo Estado

3. Para qualquer x real a seguinte desigualdade x 2 > x possui interpretação verdadeira.


4. O Dia do Soldado no Brasil é comemorado dia 25 de agosto.

Justificativa:
No item (1) o valor lógico da proposição é falso. Pois sen 4 = √2 e como
𝜋 2

𝑥+𝑦 2+√2
𝑥=1 logo ( 2
)= 4
e esse número não pertence ao conjunto dos números inteiros.

No item (2) o valor da proposição é verdadeiro de acordo com


Constituição Federal.
No item (3), o valor da proposição é falso. Basta comparar usando 𝑥 = 12 .
No item (4), é imediato que o valor da proposição é verdadeiro.

Toda oração com sujeito e predicado tem que necessariamente possuir verbo.
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Conclusão toda sentença que possui esses aspectos pode ser classificada como uma
proposição. Assim sendo, pode-se perceber que há uma relação unilateral no processo
de efetivação do valor lógico de uma proposição composta por meio do uso da
ferramenta que chamamos de tabela-verdade.

Apoiados no princípio do terceiro excluído, admite-se que uma proposição p só pode


assumir dois valores lógicos V (verdade) ou lógico F (falsa).

Em se tratando de uma proposição composta, os valores lógicos dados a cada


proposição, corresponde a cada atribuição de valores lógicos às suas respectivas
proposições simples componentes, por meio de tabelas denominadas “tabelas-
verdade” ou, alternativamente, usando o que chamamos de “diagrama de árvore”
(FILHO,2002, p.13).

Na (Figura 1), adaptada de Filho (2002), podemos observar graficamente como se


dá esta dinâmica.

Figura 1: Tabela-verdade e Diagrama de árvore de uma proposição simples componentes.

Fonte: Adaptado de Filho (2002).

A determinação do valor lógico da proposição composta fica estabelecido pela


seguinte relação, pois uma vez conhecidos os valores lógicos das proposições simples
componentes, tem-se o que se segue: “O valor lógico de uma proposição composta é
totalmente determinado pelos valores lógicos das proposições simples que a constituem
e pela operação do conectivo envolvido.” Sérates (1997, p.24)
Por exemplo, quando estamos tratando de uma proposição composta, na qual as
proposições simples são representadas por p e q, fica estabelecido que os possíveis
valores lógicos atribuídos a p e a q; nesse caso, é verdadeiro (V) ou falso (F). Adota-se
o seguinte procedimento para estabelecer o número de linhas e de colunas de uma proposição
composta.
Considere por exemplo uma proposição composta formada por duas proposições simples.
Logo o número de linhas será obtido da seguinte maneira de 2 x 2 = = 4 possibilidades

15
para alternamos os valores lógicos (V) ou (F). Cada uma dessas possibilidades está
representada na tabela-verdade, na Figura 2, que terá 4 linhas.

Figura 2: Entradas da Tabela-verdade e do Diagrama de árvore de uma proposição composta A (a,b)

Fonte: Adaptado de (FILHO,2002, p.14)

Observa-se que, na figura 2, os valores lógicos V e F se alternam de dois a dois, na


primeira coluna, que contém a primeira proposição simples p e de um em um, na segunda
coluna, que contém a segunda proposição simples q, e nota-se que os respectivos valores
lógicos, representados por VV, VF, FV e FF, são os arranjos binários com repetições
dos dois elementos V e F.

Por outro lado, para determinamos o valor lógico de uma proposição composta
formada por três proposições simples, representadas pelas letras p, q e r, tem-se um total
de 2 × 2 × 2 = = 8 possibilidades de alternância dos valores lógicos verdadeiros (V)
ou falso (F). De modo que cada uma dessas possibilidades está representada, na tabela-
verdade (figura 3), que terá 8 linhas e quatro colunas. Nela, os valores V e F se alternam
de quatro em quatro na coluna que contêm a proposição a, de dois em dois para a coluna
que a proposição b e de um em um para a coluna que contêm a proposição c.

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Figura 3− Entradas da Tabela-verdade e do Diagrama de Árvore de uma proposição
composta A(a,b,c).

Fonte: Alencar (2002) (Adaptado)

De modo análogo, pode-se observar que os respectivos valores lógicos representados


pela letra V e F permutam-se de quatro em quatro para a primeira coluna que contém a
proposição p; de dois em dois na segunda coluna, que contém a proposição q, e de um
em um, na a terceira coluna, que contém a proposição r. Por fim, os respectivos valores
lógicos VVV, VVF, VFV, VFF, FVV, FVF, FFV e FFF são ditos os arranjos ternários
com repetição dos dois elementos V e F conforme destaca Filho (2002).
Portanto, o valor lógico de uma proposição simples p indica-se por V(p). Assim,
exprime-se que p é verdadeiramente (V), escrevendo: V(p) = V. Analogamente,
exprime-se que p é falsa (F), escrevendo: V(p) = F. Assim, por exemplo, as proposições
simples:
𝜋 1
p: 𝑠𝑒𝑛 3 = 2
q: 𝑙𝑜𝑔5 25 = 2
r: Tenente-Coronel Villagran Cabrita é o Patrono da Arma de Engenharia

Solução:

√3
Do estudo de trigonometria, temos sen tornando assim valor da proposição falso
2

V(p) = F, por outro lado, temos que da definição de logaritmos segue o valor lógico da

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proposição p será verdadeiro, ou seja, V(q) =V, em relação á proposição r seu valor
lógico será verdadeiro, ou seja, V(r)=V.

(CESP-UnB) Considere as proposições simples e compostas apresentadas abaixo,


denotadas por A, B, C, de acordo com art.5° da Constituição Federal. Classifique-as em
verdadeiro ou falso.

A: A prática do racismo é crime inafiançável (F)

B: A defesa do consumidor deve ser promovida pelo Estado (V)

C: Todo cidadão estrangeiro que cometer crime político em território brasileiro será
extraditado. (F).

Observo que o gabarito foi embasado na Constituição Federal.

EXERCÍCIOS DE APRENDIZADO

1. Determinar o valor lógico (V ou F) de cada uma das seguintes proposições:

a) O número de divisas da graduação do terceiro-sargento é um número ímpar.


b) Pelo menos, em um dia par da semana, ocorre formatura na ESA.
c) Marechal Candido Rondon é o patrono da Arma de Comunicações.
d)

e) As cores do Exército são vermelha e azul.


f) O número de cores da Bandeira Nacional é representado por um número natural
positivo.
g) O hexaedro regular tem 8 arestas.
h) O número 125 é cubo perfeito.

18
2- OPERAÇÕES LÓGICAS SOBRE PROPOSIÇÕES

Uma vez que fica definido o conceito de proposição simples e composta o passo
seguinte é estabelecer como se aplicam as operações sobre elas, ou seja, as chamadas
operações lógicas. Se identificou que uma proposição composta é formada pela
combinação de 𝑛 proposições simples, feita por intermédio dos conectivos lógicos. As
proposições que se correlacionam por intermédio dos conectivos lógicos são chamadas de
expressões proposicionais conforme enfatiza Bispo, et al (2011).
Os conectivos exercem um papel fundamental nas operações proposicionais. Neste
contexto, conectivos figuram como operadores lógicos, enquanto os operandos são as
proposições. Por fim, que admite-se que ao combinar as proposições por meio dos
conectivos lógicos, obtemos sentenças mais ricas. Como já destacado no capítulo
anterior, exploraremos os cincos principais conectivos que podem ser representados
como se segue:

a) e

b) ou

c) se,..,então…

d)se, e somente se

e) não

No quadro abaixo, figuram os cinco principais operadores lógicos que serão


estudados, bem como suas representações simbólicas.

Conectivos Símbolo
Negação ~
Conjunção ∧
Disjunção ∨
Condicional →
Bicondicional ↔

Importante observar que, uma vez estabelecidas estas operações, elas admitem ás
regras que se aplicam as operações na aritmética ou, assemelha-se as mesmas regras
operacionais com que se efetua aos conjuntos, tais como (interseção, união etc.).
19
Agora, elencam-se cada uma das operações definidas por meio dos conectivos
citados acima, e a partir desses, explorar-se-á a construção das respectivas tabelas-
verdades das proposições compostas resultantes.

20
2.1 Negação (~)

Com o propósito de se definir o conceito do conectivo de negação recorremos a Filho


(2002) que conceitua esse conectivo como se segue:

A negação de uma proposição p é a proposição “não p”, que representaremos por “~


p”, cujo valor lógico é o oposto ao da proposição p.

Assim, se admitido que o valor lógico de “p” é verdadeiro, logo a negação do valor
lógico de “p” é o oposto do valor original de p, que pode ser representado, pela seguinte
notação “~p”, que se lê: “não p”. Uma vez definida a negação de uma proposição,pode-
se a partir desse conceito, interpretar a sua tabela-verdade (BISPO; CASTANHEIRA;
FILHO, 2011, p.11). A Tabela-Verdade da negação de uma proposição simples, é dada
por:

𝑝 ~𝑝
V F
F V

Ou seja, ficam definida as seguintes igualdades:

i) ~V = F, ~ F = V
ou
ii)V (~ p) = ~ V(p)

Vale observar que esse conectivo não liga duas proposições, mas, simplesmente,
nega a afirmação da proposição que o precede (BISPO; CASTANHEIRA; FILHO, 2011,
p.11). Considere a seguinte proposição p: A ESA está localizada no município do Ceará.
Logo, pode-se formular a sua negação do seguinte modo ~ p: A ESA não está localizada
no município do Ceará.

Note que V(p) = F e V (~ p) = V.


Por fim, pode-se verificar a seguinte relação V (~ p) = ~ V(p), pois V (~ p) = V = ~F
= ~ V(p). Filho (2002, p.18) propõe alguns exemplos esclarecedores acerca do conectivo
da negação. Eis os exemplos.

21
Exemplo 1:

q: 2 + 3 = 5 valor lógico verdadeiro (V)


~ q: 2 + 3 valor lógico de (F)
V (~ q) = ~ V(q) = ~ V = F

Exemplo 2:

𝑞: 7 < 3 valor lógico falso (F)

~𝑞: 7 ≮ 3 valor lógico verdadeiro (V)

Logo podemos inferir que como 𝑉(𝑞) = 𝐹 e ~𝑉(𝑞) = 𝑉, portanto V (~ q) = ~


V(q) = ~ F = V

Exemplo 3:

r: Roma é a capital da França e ~ r: Roma não é a capital da França. Note-se que o


valor lógico da proposição r é falso (F) e o valor lógico ~r é verdadeiro (V). Portanto V
(~ q) = ~ V(q) = ~ F = V. Com esses exemplos, pode-se ter a clareza de como ocorre a
articulação do conectivo de negação com as proposições e, também, como comumente
é feita a sua representação simbólica no contexto do estudo de lógica.
No contexto do ensino militar, podemos relacionar-se o conectivo de negação também.
Veja, no exemplo abaixo, um cenário hipotético no qual relacionamos informações do
meio militar com o conectivo ora estudado. Eis o cenário.

Exemplo 4:

Considere as seguintes proposições


a) r: 4 é o número de pelotões de um determinado curso da ESA
Logo, a negação dessa proposição fica
~ r: O número de pelotões de um determinado curso da ESA é diferente de quatro. OU
Não é verdade que o número de pelotões da Infantaria seja quatro.

b) p: Lucas é Artilheiro, ou seja, a negação dessa proposição fica “~p: Lucas não é
Artilheiro”, OU “Lucas pode ser do curso de Infantaria.” OU Não é verdade que Lucas
é Artilheiro. Perceba que, neste exemplo, foi demostrar como a ideia de negação pode
ser interpreta em contextos diversos.
22
Um outro modo de visualizar a presença do conectivo de negação é quando no
contexto do estudo de lógica evoluí-se para a negação de proposições que possuem
quantificadores, Por exemplo: “Todos os dias há treino físico militar” é “Nem todos os
dias há treino físico militares” e a de “Nenhum dia que chove é elegante” é “Algum dia
chove”. Salieta-se que não é nosso objetivo precípuo aprofundar o estudo referente a
quantificadores. Para maiores detalhes ver Sérates (1997).

Por fim, vale a seguinte observação, no que tange á notação, considerando-se a


seguinte proposição ~(~p), a leitura que se pode realizar da representação que nos foi
apresentada é equivalente à proposição p. Conclusão, negar uma negação significa
fazer uma afirmação.

2.2 Conectivo “e” (Conjunção) (∧)


A palavra “e” é breve e cômoda, mas este conectivo possui também outros usos,
além de interligar enunciados conforme destaca Padilha (2019). De fato, o conectivo
“e” tem a mesma função de sentindo que exerce na Língua Portuguesa. No contexto do
estudo de Lógica, salienta-se que o conectivo “e”, comumente, passa a ser chamado de
operador Lógico. De fato, o conectivo “e” possui sentido de “ambos”,
“simultaneamente” “ao mesmo tempo”. Isso posto, definir-se-á o conceito de
Conjunção. Para definir o conceito de conectivo, usar-se á Filho (2002). Eis a definição:

A chama-se conjunção de duas proposições p e q a proposição p e q, a


proposição representada por “p ∧ q”, cujo valor lógico será a verdade (V)
se ambas as proposições p e q forem verdadeiras e será a falsidade (F) nos
outros casos.

A conjunção de duas proposições simples p e q pode ser representada pela seguinte


notação: “p ∧ q”, onde se lê: “p e q”. O valor lógico da conjunção de duas proposições,
fica representado na seguinte tabela-verdade:

23
𝑝 𝑞 𝑝∧𝑞
V V V
V F F
F V F
F F F

Por fim observa-se que, na linguagem coloquial, a palavra ou pode ser empregada em dois
sentidos, inclusivo ou exclusivo segundo Padilha (2019), Como por exemplo "Mário é baiano"
ou “Mário é paulista" é verdadeira, pois não é possível ocorrer "Mário é baiano e paulista".

Exemplo 1:
Suponha que p e q represente duas proposições simples, onde p representa “Estudo lógica” e
q representa a proposição “Faço TFM”. Logo a representação simbólica das proposições fica
da seguinte maneira:

(𝑖) p: Estudo lógica.

(𝑖𝑖) q: Faço TFM.


p ∧ q: Estudo lógica e faço TFM.
Supondo-se que, no exemplo acima o valor lógico das proposições p e q sejam V(p) = V(q)=
V, admite-se que a seguinte igualdade é verdadeira V (p ∧ q) = V(p) ∧ V(q) = V ∧ V = V.

Exemplo 2:
Considere as seguintes proposições simples.

p: Hoje teve dispensa.

q: O aluno da Escola de Sargentos das Armas foi à praia.

p ∧ q: Hoje teve dispensa e o aluno da Escola de Sargentos das Armas foi à praia.

Suponha que o valor da proposição p


V(p) = V e V(q) = F.
Logo, V (p ∧ q) = V(p) ∧ V(q) = V ∧ F = F.

Exemplo 3:
24
p: π é racional

q: é irracional

p ∧ q: π é racional e é irracional

Valor lógico das proposições p e q são V(p) = F e V(q) = V. Logo, V (p ∧ q)


= V(p) ∧ V(q) = F ∧ V = F.

Exemplo 4:

Segundo a IG 01.001, que trata da correspondência do Exército Brasileiro, os


documentos abaixo são classificados como declaratórios. Para tanto vamos considerar
as seguintes proposições.

p: BOLETIM INTERNO (BI) – instrumento de correspondência declaratório.

q: ATA figura como um documento de correspondência declaratório. Logo, pode-se


admitir o que se segue.
p ∧ q: Boletim interno e Ata figura como correspondências declaratório.

Logo, V (p ∧ q) = V(p) ∧ V(q) = V ∧ V = V.

2.3 Conectivo “ou” Disjunção Inclusiva (V)

O conceito de disjunção inclusiva segundo em Filho (2002) que é mencionado da seguinte


forma.

Define-se disjunção de duas proposições p e q a proposição


representada por “p ou q”, cujo valor lógico fica estabelecido
quando ao menos uma das proposições p e q é verdadeira e a
falsidade (F) quando as proposições p e q são ambas falsa.

Para representar, a disjunção de duas proposições p e q recorre-se à seguinte notação:


“p ∨ q”, que se lê: “p ou q”. O valor lógico da disjunção de duas proposições é,
portanto, evidenciado pela seguinte tabela-verdade:

25
p q p∨q
V V V
V F V
F V V
F F F

Exemplo 1:
Observe-se as seguintes sobre documentos de circulação interna na OM.

p: DIEx é um documento interno do Exército Brasileiro utilizado pela autoridade militar

q: CORREIO ELETRÔNICO – é um documento eletrônico, meramente informativo,


que pode responder por algumas rotinas de trabalho, regulado por normas específicas.
Logo, pode-se representar a disjunção como se segue: p ∨ q: DIEx é um documento
interno do Exército Brasileiro utilizado pela autoridade militar ou CORREIO
ELETRÔNICO – é um documento eletrônico, meramente informativo, que pode
responder por algumas rotinas de trabalho, regulado por normas específicas. V(p) = V
e V(q) = V. Logo, V (pvq) = V(p) ∨ V(q) = V ∨ V = V.

Exemplo 2:

Em relação ao corpo humano, considere o seguinte.


p: Corpo humano é um conjunto de estruturas formada por coluna, ossos e esqueleto.

q: O peso total do corpo humano é, proporcional ao seu volume.


p ∨ q: V(p) = V e V(q) = V.
Logo, V p ∨ q) = V(p) ∨ V(q) = V ∨ V = V.

Exemplo 3:
p: 13 é divisível por 3
q: 5 < 10
p ∨ q: 13 é divisível por 3 ou 5 < 10 V(p) = F e V(q) = V.
Logo, V (p ∨ q) = V(p) ∨ V(q) = F ∨ V = V.

26
Exemplo 4:
p: Um triângulo é um quadrilátero q: Todo triângulo é isósceles
p ∨ q: Um triângulo é um quadrilátero ou todo triângulo é isóscele, V(p) = F e V(q) =
F.
Logo, V (p ∨ q) = V(p) ∨ V(q) = F ∨ F = F.

Exemplo 5:
p: Uma pulga pode saltar a mesma altura que um homem.

q: A força da pulga é 1000000 vezes menor que a do homem.


Essas duas proposições simples assumem o valor lógico verdadeiro (V). Por fim, a
proposição composta: p V q: Uma pulga pode saltar a mesma altura que um homem
ou a força da pulga é 1000000 vezes menor que a do homem admite valor lógico
verdadeiro. Ou seja, V (p ∨ q) = V(p) ∨ V(q) = V ∨ V = V.

2.4 Condicional “Se, então” (→)

Antes de se conceituar este conectivo, é necessário vamos fazer alguns


esclarecimentos de acordo com autores que nos ajudará sobre o processo de inserção do
conceito de condicional. Padilha (2019) enfatiza que “denomina-se condicional a
proposição composta formada por duas proposições simples que estejam ligadas
(operadas) pelo conectivo “Se...., então.../ Quando”.

Filho (2002) reitera que, inicialmente, a leitura que se pode fazer concernente ao
conectivo ora estudado pode ser realizado da seguinte maneira.
(𝑖) “p é condição suficiente para q”

(𝑖𝑖) “q é condição necessária para p”

Isso posto, o conceito do conectivo, segundo tendo como base Filho (2002), é
definido formalmente.

27
Chama-se proposição condicional ou apenas condicional uma
proposição representada por “se p então q”, cujo valor lógico é
falsidade (F) no caso de p ser verdadeira e q ser falso e a verdade
nos demais casos. Simbolicamente a condicional de duas
proposições p e q indica-se com a notação “p → q”.

Na condicional “p → q”, diz que p é antecedente e q o consequente, o valor lógico


da condicional de duas proposições casos.
é, portanto, definido, pela seguinte tabela-verdade:

p q p→q
V V V
V F F
F V V
F F V

Sérates (1997, p.27) pontua que:

Uma proposição condicional afirma que seu antecedente implica seu consequente.
Não afirma que seu antecedente seja verdadeiro, mas tão somente que, seu
antecedente for verdadeiro, então seu consequente será, também verdadeiro. Nem
afirma que o consequente é verdadeiro, mas somente que o consequente é verdadeiro
se o antecedente o for.

Por fim pode-se inferir que:


uma proposição condicional não existe a possibilidade de termos a primeira
verdadeira e a segunda falsa, então, se sabemos que a primeira é verdadeira, a
segunda, por dedução, deverá ser considerada verdadeira e se sabemos que a
segunda, é falsa a primeira deverá ser considerada falsa. (PADILHA,2019, p.57)

Veja alguns exemplos.

Exemplo 1:
Se o dia estiver claro, é condição suficiente para realizar o hasteamento da bandeira.
ou

28
O hasteamento da bandeira é condição necessária para o dia estar claro.

Exemplo 2:

Considere as seguintes proposições.

p: João fuma 10 cigarros por dia.

Q: A Probabilidade de João sofrer um infarto é três vezes maior que a de um não fumante.
Logo temos o que: Se João fuma dez cigarros por dia, então a probabilidade de ele sofrer
infarto é dez vezes maior do que um não fumante. Traduzindo em linguagem simbólica tem-
se o que se segue: V (p) = V e V(q) = V segue que V (p → q) = V(p) → V(q) = V → V = V.

Exemplo 3:
(Unicamp 2020) Sabendo que 𝑎 é um número real, considere a função 𝑓(x)=ax+ 2, definida
para todo número real x se f (f (1)) =1, então a=1. Isso posto, podemos elaborar o que se segue:

p → q: Se a é um número real, então o valor de “a” na função acima é 1.

Sabemos que 𝑓(1) = 𝑎 + 1, logo 𝑓(𝑓(1)) = 𝑎 + 2 e como 𝑓(𝑓(1)) = 1 segue que 𝑎2 +


−𝑏±√𝑏 2 −4𝑎𝑐 −2±√0 −2
2𝑎 + 2 =1 e nesta equação ∆= 0 e, portanto, = = = −1 e portanto o
2𝑎 2.1 2

valor de 𝑎=-1. Então, temos o que se segue: V (p → q) = V(p) → V(q) = V → F = F.

Exemplo 4:
p: 5 > 7
q: 3i pertence ao conjunto dos números reais.
p → q: Se 5 > 7, então 3i é real

V(p) = F e V(q) = F.
Logo, V (p → q) = V(p) → V(q) = F → F = V.

Exemplo 5:
p: -1 é um número natural.
q: 3 é um número par.
p → q: se -1 é um número natural, então 3 é um
número par. V(p) = F e V(q) = F.
Logo, V (p →q) = V(p) → V(q) = F → F = V.
29
Exemplo 6:

Considere as seguintes proposições

p: Todos os homens são mortais.


q: Sócrates é um homem.
p é condição suficiente para q. E q é condição necessária para p. Logo, podemos,
conclui-se a bicondicional, ou seja, p se e somente se q. se traduzindo-se em linguagem
simbólica temos o que segue p ↔ 𝑞.
Agora vamos considerar e a seguinte proposição composta. Se está chovendo então
existem nuvens. Que podemos representar como se segue 𝑝 → 𝑞. Se for verdadeiro que
“está chovendo” então será também verdadeiro que “existem nuvens”.
Se for verdadeiro que “existem nuvens” (que pode ser representado q → p) então
poderá ser verdadeiro ou falso que “está chovendo”. No caso em que p é falsa, significa
que “não está chovendo” e, portanto, não há qualquer obrigatoriedade sobre q e poderá
ou não existir nuvens.
Outra dimensão a ser observada, referente à condicional, pode ser referenciada por
Sérates (1997, p.30).
Dada uma proposição composta condicional p → q não afirma que o consequente q
se deduz, ou é antecedente de p. O que uma proposição composta condicional afirma
é unicamente uma relação entre os valores lógicos do antecedente e do consequente,
de acordo com a tabela-verdade da implicação material.

Por fim verifica-se que a condicional ocupa uma posição de destaque no estudo de
lógica.

30
2.5 Bicondicional “se e somente se” (↔)

Este conectivo denota o conceito de suficiente, ou seja, dada uma proposição


composta p e q, Padilha (2019) revela que a leitura que se segue é p é condição
necessária e suficiente para q. Parafraseando Sérates (1997), no contexto do estudo da
bicondicional, temos que seu consequente indica o que é suficiente para que o
antecedente ocorra, ou seja, tudo que é necessário. Formalmente, é assim definido o
conceito de bicondicional de acordo com Filho (2002) eis, a definição:

Chama-se proposição bicondicional ou apenas bicondicional uma


proposição representada por “p se e somente se q” cujo valor lógico é
falsidade (F) no caso em que p é verdadeira e q falso e a verdade nos
demais casos.

Filho (2002, p.24) acrescenta que bicondicional de duas proposições p e q pode ser
representada como se segue: p ↔ q, que também se lê de uma das seguintes maneiras:
(𝑖) “p é condição necessária e suficiente para q”
(𝑖𝑖) “q é condição necessária e suficiente para p”.
O valor lógico da bicondicional fica definido pela seguinte tabela.

p q p↔q
V V V
V F F
F V F
F F V

Portanto, uma bicondicional é verdadeira somente quando também o são as duas

condicionantes: p → q e q → p.

Uma observação que se faz necessária é que a conjunção da sentença p → q com


a sentença q → p gera a seguinte sentença p ↔ q. Assim (p → q) ∧ (q → p) equivale a
sentença p ↔ q.

31
Exemplo 1:

p: 𝑥 é ímpar.
q: 𝑥2 é ímpar. Logo, a representação simbólica desta bicondicional será
p ↔ q: 𝑥 é ímpar se e somente se 𝑥2 é ímpar. Suponha que 𝑥=5 logo 𝑥2 =25 que é um
número ímpar. Com isso pode-se supor que V(p) = V e V(q) = V. Logo, V (p ↔ q) =
V(p) ↔ V(q) = V ↔ V = V.

Exemplo 2:

p: Um triângulo é um quadrilátero.
q: Um quadrado é um quadrilátero.
p ↔ q: Um triângulo é um quadrilátero se e somente se um quadrado for um
quadrilátero. V(p) = F e V(q) = V. Logo, V (p ↔ q) = V(p) ↔ V(q) = F ↔ V
= F.

Exemplo 3:

Tomando como proposições


p: Todos os nossos atos têm causas.

q: Não há atos livres.


p ↔ q: Todos os nossos atos têm causas se e somente se não há atos livres.
Agora considere, a priori, que o valor lógico de p seja V(p) = V e V(q) = V.
Portanto, V (p ↔ q) = V(p) ↔ V(q) = V ↔ V = V.

Exemplo 4:

Se o valor lógico de q é V e o valor lógico de p ↔ q é V, então, qual será o


valor logico de p?

Justificativa
V(p) =?
V(q) = V.
Sabemos por hipótese que V (p ↔ q) = V(p) ↔ V(q) = V e V(q) = V, logo nos resta
concluir que V(p) =V.

32
Exemplo 5:
Ao se afirmar que o cavalo correr é condição suficiente e necessária para Alice chorar
pode ser reescrita da seguinte maneira: o cavalo corre se e somente se Alice chora. Uma
propriedade que a bicondicional possui é a de ser comutativa, ou seja, essa frase pode
ser reescrita da seguinte maneira: o cavalo corre e Alice chora. Note que ambas as
afirmações são iguais.

EXERCÍCIOS DE APRENDIZADO.

1. Sejam as proposições p: Está frio e q: Está chovendo. Traduzir para a linguagem


corrente as seguintes proposições:
a) ~ p
b) p ∧ q
c) p v q
p↔ q
d) p → ~ q
e) p v ~ q
f) ~ p ∧ ~ q
g) p ↔ ~ q
h) p ∧ ~ q → p

2. Sejam as proposições p: Cláudio fala inglês e q: Cláudio fala alemão. Traduzir para a
linguagem corrente as seguintes proposições:
a) p v q
b) p ∧ q
c) p ∧ ~ q
d) ~ p ∧ ~ q
e) ~ ~ p
f) ~ (~ p ∧ ~ q)

3. Sejam as proposições Marcos é alto e q: Marcos é elegante. Traduzir para a


linguagem simbólica as seguintes proposições:
a) Marcos é alto e elegante.
b) Marcos é alto, mas não é elegante
33
c) Não é verdade que Marcos é baixo ou elegante
d) Marcos não é nem alto e nem elegante
e) Marcos é alto ou é baixo e elegante
f) É falso que Marcos é baixo ou que não é elegante.

4. Sejam as proposições p: Pedro fala francês, q: Pedro fala inglês e r:


Pedro fala alemão. Traduzir para a linguagem simbólica as seguintes
proposições:
a) Pedro fala francês ou inglês, mas não fala alemão
b) Pedro fala francês e inglês, ou não fala francês e alemão
c) É falso que Pedro fala francês, mas que não fala alemão
d) É falso que Pedro fala inglês ou alemão, mas que não fala francês

5. Determinar o valor lógico (V ou F) de cada uma das seguintes proposições:


a) O número 17 é primo.
b) Fortaleza é a capital do Maranhão.
c) e

d)
e) é irracional
f) Hexaedro regular tem 8 arestas.

g) ou Londres é a capital da Itália

h) ou Recife é a capital do Ceará


i)
j)
k) Se 3 + 2 = 6 então 4 + 4 = 9
l) Se é irracional

m)
n) 3 + 4 = 7 se e somente se =125
o)
p)
q)
r) Não é verdade que 12 é um número ímpar

34
s) Não é verdade que Belém é a capital do Pará
t) É falso que 2 + 3 = 5 e 1 + 1 = 3
u) ~ )
v) ~ )

35
3- CONSTRUÇÃO DA TABELA-VERDADE

No capítulo um, houve um primeiro contato com o processo de elaboração do que


chamamos de tabela-verdade. Nessa etapa da escrita por meio dos conceitos, já
explorados, identificar-se-á qual o lugar da tabela-verdade no processo de determinação
do valor-verdade (V) ou (F) de uma proposição composta. De fato, sabe-se que uma
proposição composta é determinada pela combinação de um número finito de
proposições simples, p, q, r, ..., via conectivos lógicos.
Bispo e Castanheira e Filho (2011) argumentam que por meio da combinação dos
conectivos, constroem-se proposições compostas. Então, como é o processo de
elaboração da tabela-verdade de uma proposição composta? Responder a essa questão
é um dos focos centrais deste capítulo. Tomando como base os cincos conectivos a saber
(negação, conjunção, disjunção, condicional e bicondicional) já explorados em capítulos
anteriores deste trabalho será demostrado como se dá o processo de elaboração da
tabela-verdade de proposições compostas tendo como contexto as operações do cálculo
proposicional.
O processo de formalização consiste em converter o conjunto de proposições
interligadas em uma mesma estrutura composta de (a) Letras proposicionais;(b)
Conectivos lógicos; e (c) Símbolos. (BISPO e CASTANHEIRA e FILHO 2011, p.11)
Primeiro passo é indagar quantas linhas possui uma tabela- verdade de uma
proposição composta com 𝑛 proposições simples. Padilha (2019) responde a essa
indagação sugerindo o seguinte: “Se uma proposição composta é formada por 𝑛
variáveis simples proposicionais, a sua tabela-verdade possuirá 2𝑛 linhas”. Numa
linguagem simbólica fica assim representado.

N° de Linhas = 2𝑛 𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑜𝑝𝑜𝑠𝑖çõ𝑒𝑠

O resultado do apresentado acima provém de um teorema conforme destaca.


Omitiremos a demonstração deste teorema. Para maiores informações basta consultar
Filho (2002, p.30). Observe como se dá o passo a passo para construção da tabela-
verdade de uma proposição composta.

36
3.1 Passos para a construção de tabela-verdade da proposição
composta

Padilha (2019) sugere a seguinte questão: Qual o número de valorações distintas que
podem ser obtidas para proposições com exatamente duas variáveis proposicionais?
Aplicando o resultado do teorema apresentado acima, tem-se duas proposições ou seja
𝑛=2 então pelo resultado do teorema enunciado na página anterior segue o seguinte
resultado 22 =4 linhas.
O próximo exemplo, retiramos do livro “Iniciação à Logica Matemática”, escrito por
Filho (2002), propõe como que se o seguinte e considere a seguinte proposição
composta:
𝑃(𝑝, 𝑞) =∼ (𝑝 ∧∼ 𝑞)
Queremos elaborar a tabela-verdade desta proposição composta. Observe que os passos
procedimentais foram inspirados na referência citada acima. Observe:

1º Passo da Resolução: Inicia-se preenchendo, em primeiro lugar, o par de colunas


correspondentes às duas proposições simples componentes p e q.

𝑝 𝑞
V V
V F
F V
F F

2º Passo da Resolução: Em seguida, forma-se a coluna para ~ q.


∼𝑞
F
V
F
V

3º Passo da Resolução: Depois, forma-se a coluna para (p ∧ ~ q).

37
(𝑝 ∧∼ 𝑞)

F
V
F
F

Concatenando os passos acima segue a seguinte tabela verdade:

𝑝 𝑞 ∼𝑞 (𝑝 ∧∼ 𝑞) ∼ (𝑝 ∧∼ 𝑞)
V V F F V
V F V V F
F V F F V
F F V F V

Os valores lógicos da proposição composta dada encontram-se na coluna destacada.


Ou, de modo abreviado, como se segue:

P (VV, VF, FV, FF) = VFVV

Filho (2002) propõe a seguinte observação: Considere a seguinte proposição


composta P (p, q) de modo que se associe a cada um dos elementos do conjunto 𝑈 −
{𝑉𝑉, 𝑉𝐹, 𝐹𝑉, 𝐹𝐹} um único elemento do conjunto {𝑉, 𝐹}, isto é, P (p, q) outra coisa
não é que uma função de U em {𝑉, 𝐹}: 𝑃 (𝑝, 𝑞): 𝑈 → {𝑉, 𝐹}, cuja representação gráfica
por um diagrama sagital é a seguinte:

38
Neste momento, cabe ressaltar um outro exemplo extraído do livro Raciocínio
Lógico-Matemático Fundamentos e Métodos, escrito por Padilha (2019): Segue o
enunciado do exemplo. Construa a tabela-verdade das seguintes proposições compostas.
𝑃(𝑝, 𝑞, 𝑟) = (𝑝 ∧ 𝑞) ∨ 𝑟. Para esse exemplo, constrói-se, de modo resumido, a tabela-
verdade da proposição composta com coluna contendo os seus respectivos valores
lógicos.

𝑝 𝑞 𝑟 (𝑝 ∧ 𝑞) (𝑝 ∧ 𝑞) ∨ 𝑟
V V V V V
V V F V V
V F V F V
V F F F F
F V V F V
F V F F F
F F V F V
F F F F F

Nos dois últimos exemplos, havia proposições compostas constituídas de três


proposições simples e, portanto, pelo teorema ora estudado, tínhamos 𝑛=
3 𝑒, 𝑝𝑜𝑟𝑡𝑎𝑛𝑡𝑜, 23 =8 linhas. Importante fazer este destaque para que nesta
etapa do processo possamos articular o número de proposições simples componentes
com o número de linhas. No processo de elaboração da tabela-verdade da proposição
composta, enfatiza-se que os seguintes passos devem ser atendidos, conforme destaca
Carvalho e Campos (2016):
Inicialmente, deve-se considerar tudo que estiver dentro dos parênteses, depois as
operações lógicas que estiverem fora dos parênteses seguindo a seguinte hierarquia:
a) as negações (~);
b) as conjunções (e);
c) as disjunções (ou);
d) as condicionais (então);
e) Faremos a bincondicional (...Se e somente SE.).
Construa a tabela-verdade da seguinte proposição 𝑃(𝑝, 𝑞) = (𝑝 ↔ 𝑞) ⟶ ~(𝑝 ∨∼
𝑞), seguindo os passos sugeridos acima, não necessariamente seguindo a ordem. Para
tanto,considerare o seguinte exemplo.

39
𝑝 𝑞 (𝑝 ↔ 𝑞) ∼𝑞 𝑝 ∨∼ 𝑞 ∼ (𝑝 ∨ 𝑞) (𝑝 ↔ 𝑞) ⟶ ~(𝑝 ∨∼ 𝑞)

V V V F V F F
V F F V V F V
F V F F F V V
F F V V V F F

Serão descritos os passos procedimentais que foram atendidos no processo de


elaboração da tabela-verdade da proposição composta em destaque. Inicialmente, foram
inseridos os respectivos valores lógicos das proposições simples que estão entre
parêntese, depois insiram-se os valores lógicos da negação. Depois, faram feitas a
coluna da conjunção e, em seguida, a da negação da conjunção e por fim, na última
coluna inseridos os respectivos valores da proposição composta. Na próxima seção,
serão explorados o papel dos parênteses no processo de eliminação de ambiguidades em
proposições compostas e como estes se articulam na elaboração da tabela-verdade.

3.2 Uso de parênteses e a ordem de precedência das operações


proposicionais

Carvalho e Campos (2016) que trazem a seguinte reflexão “o emprego de


parênteses na simbolização das proposições deve ser feito para evitar
ambiguidades”. Nesta seção, será explorado de modo mais claro, este aspecto do
processo de elaboração da tabela-verdade. Para tanto, considere os seguintes exemplos.
A proposição p ∨ q ∧ r, por exemplo, sem a presença de parênteses fica ambígua
conforme destaca Filho (2002). Porém, com os parênteses, obtem-se a duas proposições
a seguir:
(𝑖) (p ∨ q) ∧ r
(𝑖𝑖)p ∨ (q ∧ r)

No exemplo (i) na proposição composta fica estabelecido que o


conectivo principal é “∧” e no exemplo (ii) temos que conectivo
principal é “∨”, é uma disjunção. Essas duas proposições são
distintas, fato que pode ser verificado, ao comparar as respectivas
tabelas-verdade, onde elas apresentam saídas diferentes. (FILHO,
2002, p.38)

Os argumentos e os exemplos que se seguem estão apoiados no Livro “Iniciação a


Logica-Matemática”, escrito por Filho (2002). Examine como o emprego dos parênteses
40
numa proposição composta possibilita a criação de uma nova proposição composta, e
identifique como a organização dos conectivos lógicos articula-se no processo de
elaboração da tabela-verdade.
Vamos observar as seguintes proposições “p ∨ q ∧ r” (sem o emprego dos parênteses)
e “(p ∨ q) ∧ r” (com o emprego dos parênteses). Note o seguinte, ao comparamos as
duas situações, percebemos que estas duas proposições não têm o mesmo significado.
O emprego dos parênteses muda a interpretação a ser realizada. Vejamos outra situação.
Considere a seguinte expressão 𝑝 ∧ 𝑞 → 𝑟 ∨ 𝑠 . De fato, ao se empregar parênteses nessa
proposição obtem-se novas proposições. Basta observar o que se segue:

𝑖)((𝑝 ∧ 𝑞) → 𝑟) ∨ 𝑠

𝑖𝑖)𝑝 ∧ ((𝑞 → 𝑟) ∨ 𝑠)

𝑖𝑖𝑖)(𝑝 ∧ (𝑞 → 𝑟)) ∨ 𝑠

𝑖𝑣)𝑝 ∧ (𝑞 → (𝑟 ∨ 𝑠)

𝑣)(𝑝 ∧ 𝑞) → (𝑟 ∨ 𝑠)

Por uma questão de simplificação da escrita, desde que não venham a ocorrer
ambiguidades, a supressão de parênteses pode ser admitida. De fato, verifica-se que o
emprego dos parênteses possibilita a elaboração de novas proposições e, com isso, a
possibilidade de elaboração de novas tabelas-verdades distintas. Em geral, a ordem
hierárquica para os conectivos, passa pelo seguinte processo do mais “fraco” para o mais
“forte”. Em relação à hierarquia, Filho (2002, p.38) faz o seguinte destaque “A supressão
de parênteses nas proposições simbolizadas se faz mediante algumas convenções, das
quais são particularmente importantes as duas seguintes”
a) A ordem de precedência para os conectivos é:

𝑖) ∼ 𝑖𝑖) ∧ 𝑒 ∨ 𝑖𝑖𝑖) → 𝑖𝑣) ↔

De modo que o conectivo considerado mais fraco é “∼” e o mais forte é “↔”,
conforme enfatiza Filho (2002). O próximo exemplo foi extraído do livro “Iniciação à
Lógica Matemática” escrito Filho (2002). Considere a seguinte proposição:
𝑝 → 𝑞 ↔ 𝑠 ∨ 𝑟.

41
Imediatamente, conclui-se que essa proposição tem como conectivo principal a
bicondicional e, portanto, a proposição é dita bicondicional e não se pode classificá-la
como condicional ou conjunção. Agora, se quisermos transformá-la em uma condicional
será necessário o uso de parênteses. Vejamos.

𝑝 → (𝑞 ↔ 𝑠 ∧ 𝑟)

Para transformá-la em conjunção seguimos o mesmo procedimento. Portanto


considere o que se segue:

(𝑝 → 𝑞 ↔ 𝑠) ∧ 𝑟.

Orientados por Filho (2002) vê-se qual a conduta procedimental na situação de


termos uma proposição composta com a repetição de conectivos. Vejamos os seguintes
exemplos.
((∼ (∼ 𝑝 ∧ 𝑞))) ∨ (∼ 𝑝)); ((𝑝 ∨ (∼ 𝑝)) ∧ (𝑟 ∧ (∼ 𝑝)))

(((𝑝 ∨ (∼ 𝑞)) ∧ 𝑟) ∧ (∼ 𝑝)); ((∼ 𝑝) → (𝑞 → (∼ (𝑝 ∨ 𝑟)))

que podem ser reescritas de modo mais simplificado, repare:

∼∼ (𝑝 ∧ 𝑞) ∨∼ 𝑝; (𝑝 ∨ ~𝑞) ∧ (𝑟 ∧ ~𝑝)

(𝑝 ∨ ~𝑞) ∧ 𝑟 ∧ ~𝑝; ∼ 𝑝 → (𝑞 →∼ (𝑝 ∨ 𝑟))

42
EXERCÍCIOS DE APRENDIZADO

1. Construir as tabelas-verdade das seguintes proposições:

a) ~ (𝑝 ∨ ~𝑞)
b) ~ (𝑝 ⟶ ~𝑞)
c) 𝑝 ⋀ 𝑞 ⟶ 𝑝 ⋁ 𝑞
d) ~𝑝 ⟶ (𝑞 → 𝑝)
e) (𝑝 → 𝑞) → 𝑝 ∧ 𝑞

f) 𝑞 ⟷ ~𝑞 ∧ 𝑝
g) (𝑝 ↔ ~𝑞) ⟷ 𝑞 → 𝑝
h) (𝑝 ↔ ~𝑞) → ~ 𝑝 ∧ 𝑞

2. Determinar P (VV, VF, FV, FF) em cada um dos seguintes casos:

a) P (p, q) = ~ (~𝑝 ⟷ 𝑞)
b) P (p, q) = ~𝑝 ⋁ 𝑞 → 𝑝

c) P (p, q) = (𝑝 ⋁ 𝑞) ∧ ~ (𝑝 ∧ 𝑞)

d) P (p, q) = (𝑝 ∧ ~𝑞) ⋁ (~𝑝 ∧ 𝑞)

e) P (p, q) = ~ ((𝑝 ⋁ 𝑞) ∧ (~𝑝 ⋁~ 𝑞))

f) P (p, q) = ~𝑞 ∨ 𝑝 ⟷ 𝑞 → ~𝑝

g) P (p, q) = (𝑝 ⋁ 𝑞) ∧ ~𝑝 → (𝑞 → 𝑝)

3. Determinar P (VVV, VVF, VFV, VFF, FVV, FVF, FFV, FFF) em cada um dos
seguintes casos:
a) P (p, q, r) = 𝑝 ∨ (𝑞 ∧ 𝑟)

b) P (p, q, r) = (𝑝 ∧ ~𝑞) ∨ 𝑟

c) P (p, q, r) = ~𝑝 ∨ (𝑞 ∧ ~𝑟)

d) P (p, q, r) = (𝑝 ∨ 𝑞) ∧ (𝑝 ∨ 𝑟)

43
e) P (p, q, r) = (𝑝 ∨ ~𝑟) ∧ (𝑞 ∨ ~𝑟)

f) P (p, q, r) = ~ (𝑝 ∨ ~𝑞) ∧ (~𝑝 ∨ 𝑟)

4. Sabendo que os valores lógicos das proposições p e q são respectivamente F e V,


determinar o valor lógico (V ou F) da proposição:

(𝑝 ∧ (~𝑞 → 𝑝)) ∧ ~ ((𝑝 ⟷ ~𝑞) ⟶ 𝑞 ∨ ~𝑝)

5. Sabendo que a condicional 𝑝 → 𝑞 é verdadeira (V), determinar o valor lógico (V ou


F) das condicionais:
𝑝∨𝑟⟶𝑞∨𝑟 e𝑝∧𝑟⟶𝑞∧𝑟

44
4-TAUTOLOGIAS, CONTRADIÇÕES E CONTINGÊNCIAS
4.1 Tautologia
Neste capítulo, iremos direcionar nosso estudo para o conceito de Tautologia,
contradições e contingências de proposições compostas. Especificamente, nesta seção,
iremos explorar o conceito de tautologia. Sérates (1997, p.43) nos aponta para o
conceito de tautologia assim definida “denomina-se tautologia a proposição composta
cuja última coluna da sua tabela-verdade figura somente os valores verdade V (verdade).

Por outro lado, Padilha (2019, p.81) pondera: “Uma proposição composta formada
por duas ou mais proposições, é uma tautologia se ela for sempre verdadeira,
independentes da verdade dos termos”. Já Filho (2002) formaliza o conceito de
tautologia como se segue:

Chama-se tautologia toda proposição composta cuja última coluna da sua


tabela-verdade encerra somente com a letra V (verdade)

Padilha (2019, p.81) reitera que “Quando uma proposição composta é sempre
verdadeira, independente dos valores das proposições simples que a compõem, então
teremos uma tautologia.” Numa linguagem simbólica Filho, (2002, p.43) enfatiza que:

Em outros termos, tautologia é toda proposição composta P (p, q, r, ...)


cujo valor lógico é sempre V (verdade), quaisquer que sejam os
valores lógicos das proposições simples componentes p, q, r, ...As
tautologias são também denominadas proposições tautológicas ou
proposições logicamente verdadeiras. (FILHO, 2002, p. 43).

Isso posto, já temos condições de, intuitivamente, concluir o que se segue: as


proposições 𝑝 ⟶ 𝑝 𝑒 𝑝 ⟷ 𝑝 são tautológicas via Princípio da Identidade para as
proposições composta.
Orientado por Filho (2002), temos o que se segue: a proposição ~ (p ∧ ~ p) é um
exemplo que traduz a ideia do Princípio da não contradição, como pode ser visto na sua
tabela-verdade:

𝑝 ∼𝑝 𝑝 ∧∼ 𝑝 ∼ (𝑝 ∧∼ 𝑝)
V F F V
F V F V

45
Como já mencionado, o Princípio do Terceiro Excluído tem o seguinte teor “Uma
proposição não pode ser, simultaneamente, verdadeira ou falsa” Filho (2002, p.43). Com
o auxílio da tabela-verdade, podemos identificar que, na última coluna da tabela-verdade
de ~ (p ∧ ~ p), só há o valor lógico V (verdade). Portanto, percebemos a importância da
tabela-verdade no processo identificação da tautologia de uma proposição.
Agora, faremos um destaque para o Princípio do terceiro excluído. Filho (2002) diz
que pode ser interpretado pela seguinte proposição “p ∨ ~ p” e conforme a tabela-verdade
abaixo podemos afirmar que tal proposição é tautológica.

𝑝 ∼𝑝 𝑝 ∨∼ 𝑝
V F V
F V V

No exemplo acima, ilustramos o princípio do terceiro excluído o qual significa que


se: “uma proposição ou é verdadeira ou é falsa” Bispo et al (2016, p.23), ela é uma
afirmação verdadeira. Por fim, temos:
O Princípio da Identidade. Salientamos que tal princípio pode
ser representado pela seguinte proposição 𝑝 ⟷ 𝑞 cuja
condição de ser uma tautologia pode ser percebida sem
dificuldades. (BISPO et al, p.25)

De fato, conforme ilustra a tabela-verdade podemos concluir que proposição


composta citada acima é tautológica. Outro exemplo de proposição tautológica é o que
se segue: 𝑝 ∨∼ (𝑝 ∧∼ 𝑞)

𝑝 𝑞 (𝑝 ∧∼ 𝑞) 𝑝 ∨∼ (𝑝 ∧∼ 𝑞)

V V F V

V F V V

F V F V

F F F V

46
Conclusão que tivemos via tabela-verdade é que a proposição citada acima é
tautológica pois a última coluna de sua tabela-verdade só apresenta o valor lógico V
(verdade). Vamos mostrar conforme destaca Carvalho e Campos (2016) que a seguinte
proposição é tautológica.
(𝑝 ∧ 𝑞) → (𝑝 ∨ 𝑞)

𝑝 𝑞 (𝑝 ∧ 𝑞) (𝑝 ∨ 𝑞) (𝑝 ∧ 𝑞) → (𝑝 ∨ 𝑞)

V V V V V
V F F V V
F V F V V
F F F F V

Por fim temos o que se segue o Princípio de Substituição para as Tautologias “Se
P (p, q, r, ...) é uma tautologia, então 𝑃 (𝑃*, 𝑄*, 𝑅*, …) também é uma tautologia,
quaisquer que sejam as proposições 𝑃*, 𝑄*, 𝑅*, …” Filho (2002, p.45). Antes de
iniciarmos a próxima seção, vamos fazer a seguinte indagação. E se na coluna resultante
figurar somente o valor lógico falso, como podemos classificar tal proposição? A
resposta a essa indagação será respondida na próxima seção.

4.2 Contradição

Chama-se contradição toda proposição composta cuja última coluna da sua tabela-
verdade encerra somente a letra F (falsidade) afirma Filho (2002). Considere o seguinte
exemplo:
𝑖) ∼ 𝑝 ∧ 𝑝

𝑝 ~𝑝 ∼𝑝∧𝑝
V F F
F V F

Uma contradição é uma proposição composta cujo valor lógico é sempre


a falsidade (F), independente dos valores lógicos das proposições
simples que a compõem.
47
No que concerne à contradição, considere a seguinte proposição composta P (p, q, r,
...) cujo valor lógico é sempre V (VERDADE), para quaisquer que sejam os valores
lógicos das proposições simples componentes p, q, r,.Como uma tautologia é sempre
verdadeira (V), segue que a negação de uma tautologia é sempre falsa (F), ou seja, é uma
contradição, e vice-versa. Portanto, P (p, q, r, ...) é uma tautologia se e somente se ~ P
(p, q, r, ...) é uma contradição, e P (p, q, r, ...) é uma contradição se e somente se ~ P (p,
q, r, ...) é uma tautologia. (FILHO,2002, p.46).
As contradições são também denominadas proposições contra válidas ou proposições
logicamente falsas. Filho (2002). Admitimos que, para as contradições vale o “Princípio
de substituição” análogo ao que foi dado para as tautologias: Ou seja, se P (p, q, r, ...) é
uma contradição, então 𝑃 (𝑃*, 𝑄*, 𝑅*, …) também é uma contradição, quaisquer que
sejam as proposições 𝑃*, 𝑄*, 𝑅*etc.
A seguinte proposição p ↔ ~ p é contradição conforme mostra a tabela-verdade:

𝑝 ~𝑝 𝑝 ↔ ~𝑝
V F F
F V F
Note que a última coluna da tabla-verdade de p ↔ ~ p só apresenta o valor lógico F
(falsidade). Por fim vamos demostrar que a seguinte proposição ~ p ∧ (p ∧ ~ q) é uma
contradição, conforme se vê pela sua tabela-verdade.

𝑝 𝑞 ~𝑝 ~𝑞 𝑝 ∧∼ 𝑞 ∼ 𝑝 ∧ (𝑝 ∧∼ 𝑞)
V V F F F F
V F F V V F
F V V F F F
F F V V F F

48
4.3 Contingência

Chama-se contingência toda a proposição composta em cuja última coluna da sua


tabela-verdade figuram as letas V e F cada uma pelo menos uma vez. Filho (2002)

Uma contingência é uma proposição composta em cuja tabela-verdade


ocorrem, na última coluna, os valores lógicos V (verdade) e F (falsidade).

Padilha (2019) conclui que “uma proposição composta será uma contingência sempre
que não for, nem tautologia e nem contradição. A proposição p → ~ p é uma
contingência, conforme se vê pela sua tabela-verdade:

𝑝 𝑞 𝑝 → ~𝑝
V F F
F V V

De fato, a proposição citada acima é uma contingência. Por fim vamos mostrar que
a seguinte proposição p ∨ q → p é uma contingência.

𝑝 𝑞 𝑝∨𝑞 𝑝∧𝑞 𝑝∨𝑞 →𝑝


V V V V V
V F V F V
F V V F F
F F F F V

EXERCÍCIOS DE APRENDIZADO:

1) Mostrar que as seguintes proposições são tautológicas:


a) (𝑝 → 𝑝) ∨ (𝑝 → ~𝑝)
b) (𝑝 ↔ 𝑝 ∧ ~𝑝) → ~𝑝
c) (𝑝 → 𝑞) ∧ 𝑝 → 𝑞
d) 𝑝 ∨ (𝑞 ∨ ~𝑝)

49
2) Mostrar que as seguintes proposições são contingentes:
a) 𝑝 ∨ 𝑞 → 𝑝 ∧ 𝑞
b) (𝑝 → 𝑞) → (𝑝 → 𝑞)
c) (𝑝 → (𝑝 → 𝑞)) → 𝑞
d) 𝑝 → (𝑝 → 𝑞 ∧ ~𝑞)

3) Determinar quais das seguintes proposições são tautologias, contraválidas ou


contingentes:
a) 𝑝 → (~𝑝 → 𝑞)
b) ~ 𝑝 ∨ 𝑞 → (𝑝 → 𝑞)
c) 𝑝 → (𝑞 → (𝑞 → 𝑝))
d) ((𝑝 → 𝑞) ⟷ 𝑞) → 𝑝

4) CESPE/TRE-GO/Téc Jud/2015) A proposição “Quando um indivíduo consome


álcool ou tabaco em excesso ao longo da vida, sua probabilidade de infarto do
miocárdio aumenta em 40%”. Pode ser corretamente escrita na forma (P ∨ Q) ⟶
R, em que P, Q e R sejam proposições convenientemente escolhidas.

5) (CESPE - AE/SEGER-ES/2013) Um provérbio chinês diz que:

P1: Se o seu problema não tem solução, então não é preciso se preocupar com ele,
pois nada que você fizer o resolverá.
P2: Se o seu problema tem solução, então não é preciso se preocupar com ele, pois
ele logo se resolverá.
Indicadas por P, Q e R, respectivamente, as proposições “Seu problema tem solução”,
“Nada que você fizer resolverá seu problema” e “Não é preciso se preocupar com seu
problema”, e indicados por “~” e “→”, respectivamente, os conectivos “não” e “se...,
então”, a proposição P1 pode ser corretamente representada, na linguagem lógico-
simbólica, por:

50
a) (~P) → (R → Q).
b) ((Q → (~P)) → R.
c) ((~P) → Q) → R.
d) (~P) → (Q → R).
e)((~P)→R)→Q.

5- IMPLICAÇÃO LÓGICA
5.1 Implicação Lógica e Suas propriedades
Filho (2002) define formalmente o conceito de implicação lógica como se segue:

Uma proposição P (p, q, r, ...) implica logicamente ou apenas implica uma


proposição Q (p, q, r, ...) se Q (p, q, r, ...) é verdadeira (V) todas as vezes
que P (p, q, r, ...) é verdadeira (V).

Já Bispo et al (2016) aponta que uma implicação tautológica é uma proposição


condicional tautológica. Ou seja 𝑃(𝑝, 𝑞, 𝑟, … ) ⇒ 𝑄(𝑝, 𝑞, 𝑟, … ) que equivale o seguinte
“a proposição composta P implica logicamente em Q”. Em particular, toda proposição
implica uma tautologia se, e somente se uma contradição implica uma contradição Filho
(2002). Segundo esse mesmo autor, temos que, uma vez definido o conceito de
implicação lógica, é imediato inferir que a implicação lógica goza de algumas
propriedades. Tais como reflexiva, transitiva. As quais podem ser representadas como
se segue:

(𝑅𝑒𝑓𝑙𝑒𝑥𝑖𝑣𝑎) 𝑃(𝑝, 𝑞, 𝑟, … ) ⇒ 𝑃(𝑝, 𝑞, 𝑟, … )

(𝑇𝑟𝑎𝑛𝑠𝑖𝑡𝑖𝑣𝑎)𝑃(𝑝, 𝑞, 𝑟, … ) ⇒ 𝑄(𝑝, 𝑞, 𝑟, … ) 𝑒 𝑄(𝑝, 𝑞, 𝑟, … . )


⇒ 𝑅(𝑝, 𝑞, 𝑟, . . ) 𝑒𝑛𝑡ã𝑜 𝑃(𝑝, 𝑞, 𝑟, … ) ⇒ 𝑅(𝑝, 𝑞, 𝑟, … . )

No exemplo a seguir, temos que as seguintes proposições 𝑝 ∧ 𝑞 ⟹ 𝑝 ∨ 𝑞 e 𝑝∧


𝑞 ⟹ 𝑝 ⟷ 𝑞 dadas ilustram o conceito de implicação. Para tanto, observe na tabela-
verdade esse fato.
51
𝑝 𝑞 𝑝∨𝑞 𝑝∧𝑞 𝑝↔𝑞
V V V V V
V F V F F
F V V F F
F F F F V

Note que a proposição “𝑝 ∧ 𝑞" possui valor lógico verdadeira (V) somente na
primeira linha e, nesta linha, as proposições “𝑝 ∨ 𝑞" e “𝑝 ⟷ 𝑞" também são verdadeiras
(V). Logo, a primeira proposição implica cada uma das outras duas proposições, isto é:

𝑝 ∧𝑞⟹𝑝 ∨𝑞 e 𝑝∧𝑞⟹𝑝⟷𝑞

As mesmas tabelas-verdade também demonstram as importantes Regras de


Inferência:

(i) 𝑝 ⟹ 𝑝 ∨ 𝑞 𝑒 𝑞 ⟹ 𝑝 ∨ 𝑞 (Adição)
(ii) 𝑝 ∧ 𝑞 ⟹ 𝑝 𝑒 𝑝 ∧ 𝑞 ⟹ 𝑞 (Simplificação)

Considere a seguinte proposição: 𝑃(𝑝, 𝑞): (𝑝 ∧ 𝑞) → (𝑝 →∼ 𝑞)

𝑝 𝑞 ∼𝑞 𝑝 →∼ 𝑞 (𝑝 ∧ 𝑞) → (𝑝 →∼ 𝑞)
V V F F F
V F V V V
F V F V V
F F V V V

52
Note que na última coluna da proposição dada nos ajuda a concluir que a proposição
dada é tautológica e, portanto, inferimos que a proposição em questão não é uma
implicação. Agora vamos considerar o a seguinte proposição.
𝑃(𝑝, 𝑞): (𝑝 ∧ 𝑞) → (𝑝 ∨ 𝑞)

𝑝 𝑞 𝑝∧𝑞 𝑝∨𝑞 (𝑝 ∧ 𝑞) → (𝑝 ∨ 𝑞)
V V F V V
V F V V V
F V V V V
F F V F V

Observe que, na próxima seção exploraremos com maiores detalhes as proposições


tautológicas. A posição deste exemplo é para situar o leitor quanto ao resultado que
figurou na coluna resultante da proposição dada. Os exemplos que se seguem foram
extraídos de Filho (2002). Considere as seguintes proposições p ↔ q, p ⟶ q, q ⟶ p.

𝑝 𝑞 𝑝↔𝑞 𝑝→𝑞 𝑞→𝑝


V V V V V
V F F F V
F V F V F
F F V F V

A proposição “p ↔ q" é verdadeira (V) somente na linha 1 e 4, nestas linhas, as


proposições “p ⟶ q" e “q ⟶ p" também são verdadeiras (V). Logo, a primeira
proposição implica cada uma das outras duas proposições, isto é:

𝑝↔𝑞⟹𝑝⟶ 𝑞 e 𝑝↔𝑞⟹𝑝⟶ 𝑞

O próximo exemplo denomina-se a regra do silogismo disjuntivo. Vamos,


inicialmente, elaborar a tabela-verdade (𝑝 ∨ 𝑞) ∧ ~ 𝑝.

𝑝 𝑞 𝑝∨𝑞 ∼𝑝 ( 𝑝 ∨ 𝑞) ∧∼ 𝑝)
V V V F F
V F V F F
F V V V V
F F F V F

53
Esta proposição é verdadeira (V) somente se a linha 3 e, nesta linha, a proposição “q”
também é verdadeira (V). Logo, subsiste a implicação lógica. E, portanto, a seguinte
proposição:
𝑝 ∨ 𝑞 →∼ 𝑝 ⇒ 𝑞
é denominada regra do silogismo disjuntivo. Outra forma desta Regra de Inferência
é:

(𝑝 ∨ 𝑞) ∧ ~ 𝑞 ⟹ 𝑝

Baseado em Filho (2002), o próximo exemplo ilustra a regra de Modus Ponens e


Modus Tollens. Eis o exemplo (𝑝 ⟶ 𝑞) ∧ 𝑝.

𝑝 𝑞 𝑝→𝑞 (𝑝 → 𝑞) ∧ 𝑝
V V V V
V F F F
F V V F
F F V F

Esta proposição é verdadeira (V) somente na linha 1 e, nesta linha, a proposição “q”
também é verdadeira (V). Logo subsiste a implicação lógica:
(𝑝 → 𝑞) ∧ 𝑝 ⇒ 𝑞
Denominada regra de Modus Ponens. Por fim vamos mostrar que a seguinte
proposição composta (𝑝 → 𝑞) ∧ ∼ 𝑞 ⇒∼ 𝑝 é a regra de Modus Tollens. Tal fato fica
constatado pela sua tabela-verdade.

𝑝 𝑞 𝑝∨𝑞 ∼𝑝 ( 𝑝 ∨ 𝑞) →∼ 𝑝
V V V F F
V F V F F
F V V V V
F F F V F

54
A coluna com os respectivos valores verdade da proposição composta possui valor verdade
somente na última linha da quinta coluna simultaneamente a proposição ∼ 𝑝 possui valor
verdade nesta mesma linha portanto subsiste a implicação lógica.

5.2 Tautologias e Implicação Lógica


Iniciaremos está seção enunciando o seguinte teorema. A proposição P (p, q, r, ...) ⟹
Q (p, q, r, ...) se e somente se a condicional P (p, q, r, ...) → Q (p, q, r, ...) é tautológica. Vamos
omitir a demonstração deste teorema. Para maiores informações consultar Filho (2002).
Antes de exploramos as ideias desta seção, se necessária a seguinte observação referente à
diferenciação dos seguintes símbolos → e ⇒ que comumente não são idênticos. Pois o
primeiro refere-se à operação lógica, enquanto o segundo é de relação. Filho (2002). Em
resumo conforme orienta Sérates (1997).
a) → representa uma operação entre proposições, resultando em uma proposição. Por
exemplo, dada as duas proposições 𝑝 e ∼ 𝑝 dá nova proposições 𝑝 →∼ 𝑝.
b) ⇒ representa uma relação entre duas proposições. Por exemplo,
𝑝 ∧ 𝑞 e 𝑝 ∨ 𝑞 a relação de implicação lógica entre elas é denotada por
𝑝 ∧ 𝑞 ⇒ 𝑝 ∨ 𝑞.

A condicional (p ⟶ q) ∧ (q → r) → (p → r) é tautológica, conforme afirma Filho (2002)


pois, a última coluna da sua tabela-verdade encerra somente a letra V. E tal exemplo ilustra o
silogismo Hipotético. Para ilustrar melhor o teorema enunciado, vamos observar o seguinte
exemplo: 𝑃(𝑝, 𝑞): (𝑝 ∧ 𝑞) → (𝑝 ∨ 𝑞) e concluiremos, via tabela-verdade, que está
condicional é tautologica:
𝑝 𝑞 𝑝∧𝑞 𝑝∨𝑞 𝑝∧𝑞 →𝑝∨𝑞
V V V V V
V F F V V
F V F V V
F F F F V

Note que a última coluna de sua tabela-verdade, ocorre somente o valor lógico V. Logo,
pelo Teorema 1, a proposição p ∧ q implica p ∨ q ou, simbolicamente, p ∧ q ⇒ p ∨ q. No
próximo exemplo a proposição p ↔ ~ q implica, ou não, a proposição

~ p → ~ q.

55
𝑝 𝑞 ∼𝑝 ∼𝑞 𝑝 ↔∼ 𝑞 ∼ 𝑝 →∼ 𝑞 (𝑝 ↔∼ 𝑞) → (∼ 𝑝 →∼ 𝑞)
V V F F F V V
V F F V V V V
F V V F V F F
F F V F F V V

Portanto, a condicional (p ↔ ~ q) → (~ p → ~ q) não é tautológica, pois, na última coluna de


sua tabela-verdade, ocorre o valor lógico F. Logo, pelo Teorema 1, a proposição p ↔ ~ q não
implica ~ p → ~ q ou, simbolicamente, p ↔ ~ q ⇒ ~ p → ~ q.
O próximo resultado vem como corolário do teorema mencionado nessa seção. Se
𝑃(𝑝, 𝑞, 𝑟, … ) ⇒ 𝑄(𝑝, 𝑞, 𝑟, … ), então, também se tem: 𝑃(𝑃0 , 𝑄0 , 𝑅0 , … . ) ⇒ 𝑄(𝑃0 , 𝑄0 , 𝑅0 , … ).

Associada à implicação P ⇒ Q. (P implica Q) está a implicação ~ Q ⇒~ P. (a negação de Q


implica a negação de P). Por fim nos vários estudos que a matemática se debruça a seguinte
ressalva deve ser levada em conta. Muitas afirmações (resultados) na Matemática são
apresentadas da seguinte forma:

H (Hipótese) ⇒ T (Tese)

Ou seja, para se concluir a consistências de muitos resultados/afirmações, segue-se o seguinte


procedimento: Supondo-se que a hipótese seja verdadeira, deve-se provar que a tese é
verdadeira. Nestes casos, e em muitas outras situações, é muito comum substituir a implicação
P ⇒ Q por ~ Q ⇒~ P, a fim de tornar seu significado mais claro ou manejável.

56
EXERCÍCIOS DE APRENDIZADO

1) Mostrar que:
a) 𝑞 ⟹ 𝑝 ⟶ 𝑞
𝑞⟹𝑝∧𝑞⟷ 𝑝

2) Mostre que 𝑝 ↔ ~𝑞 não implica em 𝑝 → 𝑞.

3) Mostrar que p não implica 𝑝 ∧ 𝑞 e que 𝑝 ∨ 𝑞 não implica p.

57
4)(FCC/BACEN/Ana/2006) Sejam as proposições:
p: atuação compradora de dólares por parte do Banco Central; q: fazer frente ao fluxo
positivo. Se p implica q, então:

a) a atuação compradora de dólares por parte do Banco Central é condição necessária


para fazer frente ao fluxo positivo.
b) fazer frente ao fluxo positivo é condição suficiente para a atuação
compradora de dó- lares por parte do Banco Central.
c) a atuação compradora de dólares por parte do Banco Central é condição
suficiente para fazer frente ao fluxo positivo.
d) fazer frente ao fluxo positivo é condição necessária e suficiente para a
atuação com- pradora de dólares por parte do Banco Central.
e) a atuação compradora de dólares por parte do Banco Central não é condição suficiente
e nem necessária para fazer frente ao fluxo positivo

58
6-EQUIVALÊNCIAS LÓGICAS
6.1 Conceito de equivalência lógica

Como tratado no capítulo anterior, observamos que os símbolos ↔ 𝑒 ⇔ possuem


significado distintos Sérartes (1997). Uma vez realizada tal distinção, passa-se a definir,
formalmente o conceito de equivalência. Para tanto vamos nos amparar em Filho (2002). Que
afirma que dada uma proposição 𝑃(𝑝, 𝑞, 𝑟, … . ) é logicamente equivalente ou apenas
equivalente a proposição 𝑄(𝑝, 𝑞, 𝑟, … ) se suas tabelas-verdade são idênticas. Isso posto,
segue-se a seguinte notação. Ler que uma dada proposição composta 𝑃 é equivalente a 𝑄 tem
sua representação simbólica como se segue, 𝑃 ⇔ 𝑄.
Bispo et al (2018, p.28) afirmam que: “quando uma proposição bicondicional for
tautológica, será denominada equivalência tautológica.” Filho (2002) apresenta-nos as
seguintes propriedades referente a equivalência lógica. De fato, é imediato que a equivalência
lógica goza das seguintes propriedades.
𝑖)𝑃(𝑝, 𝑞, 𝑟, … ) ⇔ 𝑅(𝑝, 𝑞, 𝑟, … ) (𝑅𝑒𝑓𝑙𝑒𝑥𝑖𝑣𝑎).
𝑖𝑖)𝑆𝑒 𝑃(𝑝, 𝑞, 𝑟, … ) ⇔ 𝑅(𝑝, 𝑞, 𝑟, … ) 𝑒𝑛𝑡ã𝑜 𝑄(𝑝, 𝑞, 𝑟, … ) ⇔
𝑃(𝑝, 𝑞, 𝑟, … ) (𝑆𝑖𝑚é𝑡𝑟𝑖𝑐𝑎).
𝑖𝑖𝑖)𝑆𝑒 𝑃(𝑝, 𝑞, 𝑟, … ) ⇔ 𝑄(𝑝, 𝑞, 𝑟, … ) 𝑒 𝑄(𝑝, 𝑞, 𝑟, … )
⇔ 𝑅(𝑝, 𝑞, 𝑟, … ) 𝑒𝑛𝑡ã𝑜 𝑃(𝑝, 𝑞, 𝑟, … ) ⇔ 𝑅(𝑝, 𝑞, 𝑟, … )𝑇𝑟𝑎𝑛𝑠𝑖𝑡𝑖𝑣𝑎.

Neste momento, temos condições de descrever algumas regras e resultados. Para tanto,
tomaremos como base Filho (2002). A primeira regra que se segue é a da “Dupla negação”
ou seja ∼ (∼ 𝑝) ⇔ 𝑝. Tal fato se verifica pela tabela-verdade, como veremos abaixo.
𝑝 ∼𝑝 ∼ (∼ 𝑝)
V F V
F V F

Note que a coluna da proposição 𝑝 e ∼ (∼ 𝑝) são idênticas. Portanto ∼ (∼ 𝑝) ⇔ 𝑝


como demonstrado. Ou seja, a dupla negação equivale à afirmação. Outros fatos que
podemos demostrar são as Regras de Clavis e a Regra de Absorção.

59
Regra de Clavius
∼p→p⇔p
Vamos mostrar tal fato usando a tabela-verdade.
𝑝 ∼𝑝 ∼𝑝→𝑝
V F F
F V V

Note que a coluna resultante da proposição ∼ 𝑝 → 𝑝 é idêntica ∼ 𝑝. Logo, temos o


que queríamos mostrar.

Regra da Absorção
𝑝→𝑝∧𝑞⇔𝑝→𝑞
Para tanto basta observar a tabela-verdade.
𝑝 𝑞 𝑝∧𝑞 𝑝→𝑝∧𝑞 𝑝→𝑞
V V V V V
V F F F F
F V F V V
F F F V V

Note que, as colunas das condicionais 𝑝 → 𝑝 ∧ 𝑞 e 𝑝 → 𝑞, possui valores lógicos


idênticos, ou seja, possuem, nessa linha, o valor logico verdadeiro. Logo, temos o que
queríamos mostrar. Por outro lado, o seguinte resultado também se verifica 𝑝 → 𝑞 ⇔
∼ 𝑝 ∨ 𝑞 conforme Filho (2002)
O teorema, a seguir, garante o seguinte resultado. A proposição composta
𝑃(𝑝, 𝑞, 𝑟, … ) é equivalente a proposição 𝑄(𝑝, 𝑞, 𝑟, … ) isso é, 𝑃 ⇔ 𝑄 se e somente se a
bicondicional 𝑃(𝑝, 𝑞, 𝑟, … ) ↔ 𝑄(𝑝, 𝑞, 𝑟, … ) é tautológica. Omitir-se-á a demonstração
deste teorema. Para maiores informações, consultar Filho (2002). Uma vez que
enunciamos este teorema, segue-se o seguinte corolário: Se 𝑃(𝑝, 𝑞, 𝑟, … ) ⇔
𝑄(𝑝, 𝑞, 𝑟, … ) então, também se tem: 𝑃(𝑃0 , 𝑄0 , 𝑅0 , … ) ⇔ 𝑄(𝑃0 , 𝑄0 , 𝑅0 , … ), quaisquer
que sejam as proposições.

60
Orientados por Filho (2002), seguem- se os seguintes exemplos:
A bincondiocional (𝑝 ∧∼ 𝑞 → 𝑐) ↔ (𝑝 → 𝑞) onde 𝑐 é uma proposição cujo valor
lógico é F (falso). A conclusão a que se chega é que essa proposição é uma tautológia.
Veremos tal fato pela sua tabela-verdade.

𝑝 𝑞 (𝑝 ∧ ∼𝑞 → 𝑐) ↔ (𝑝 → 𝑞)

V V V F F V F V V V V
V F V V V F F V V F F
F V F F F V F V F V V
F F F F V V F V F V F
1 3 2 4 1 5 1 2 3

O próximo exemplo ilustra a Regra de Exportação-Importação. Eis o exemplo a


proposição (𝑝 ∧ 𝑞 → 𝑟) ↔ (𝑝 → (𝑞 → 𝑟)) é tautológica. De fato, vamos verificar a sua
tabela-verdade.

(𝑝 ∧ 𝑞 → 𝑟) ↔ (𝑝 → (𝑞 → 𝑟))
V V V V V V V V V V V
V V F F F V V F V F F
V F V V V V V V F V V
V F F V F V V F F F F
F V V V V V F V V V V
F V F V F V F F V F F
F F V V V V F V F V V
F F F V F V F F F F F

Portanto as condicionais são tautológicas conforme destacado na coluna resultante.

6.2 Proposições Associadas a uma Condicional

61
O propósito desta seção é demostrar algumas propriedades importantes, referente a
proposições associadas a uma condicional. Filho (2002, p.59) orienta que: dada a
condicional 𝑝 → 𝑞,chamam proposições associadas a 𝑝 → 𝑞 as três proposições
condicionais que contêm p e q:
a) 𝑝 → 𝑞: 𝑞 → 𝑝 Proposição recíproca
b) 𝑝 → 𝑞: ∼ 𝑝 →∼ 𝑞 Proposição contraria
c) 𝑝 → 𝑞: ∼ 𝑞 →∼ 𝑝 Proposição Contrapositiva
Mostrar-se-á veracidade destas três proposições por meio da tabela-verdade.

p q 𝑝→𝑞 𝑞→𝑝 ∼ 𝑝 →∼ 𝑞 ∼ 𝑞 →∼ 𝑝
V V V V V V
V F F V V F
F V V F F V
F F V V V V

Observe que as colunas que contêm as proposições


𝑝→𝑞 e ∼ 𝑞 →∼ 𝑝 são idênticas e as colunas que contêm as proposições
𝑞 → 𝑝 e ∼ 𝑝 →∼ 𝑞 também são idênticas ficando demonstrado as propriedades
elencadas.

Conclusão:
A condicional e a contrapositiva são equivalentes que em símbolos fica como se
segue:
𝑝 → 𝑞 ⇔∼ 𝑞 →∼ 𝑝
A recíproca e a contrária da condicional são equivalentes que, em símbolo, fica como
segue:
𝑞 → 𝑝 ⇔ ∼ 𝑝 →∼ 𝑞.
Considere o seguinte exemplo:
Seja a condicional relativa a um triangulo retângulo T:
𝑝 → 𝑞: 𝑆𝑒 𝑇 é 𝑟𝑒𝑡â𝑛𝑔𝑢𝑙𝑜 , 𝑒𝑛𝑡ã𝑜 𝑇 𝑝𝑜𝑠𝑠𝑢𝑖 𝑢𝑚 𝑎𝑛𝑔𝑢𝑙𝑜 𝑟𝑒𝑡𝑜.

A recíproca dessa proposição fica.


𝑞 → 𝑝: 𝑆𝑒 𝑇 𝑝𝑜𝑠𝑠𝑢𝑖 𝑢𝑚 𝑎𝑛𝑔𝑢𝑙𝑜 𝑟𝑒𝑡𝑜, 𝑒𝑛𝑡ã𝑜 𝑇 é 𝑟𝑒𝑡â𝑛𝑔𝑢𝑙𝑜.
62
Aqui a condicional 𝑝 → 𝑞 é verdadeira e a condicional 𝑞 → 𝑝 também é verdadeira.
Agora considere a seguinte proposição condicional.
𝑝 → 𝑞: 𝑆𝑒 𝑥 2 é í𝑚𝑝𝑎𝑟, 𝑒𝑛𝑡ã𝑜 𝑥 é 𝑖𝑚𝑝𝑎𝑟.
A contrapositiva desta condicional é:
∼ 𝑞 →∼ 𝑝: 𝑆𝑒 𝑥 é 𝑝𝑎𝑟, 𝑒𝑛𝑡ã𝑜 𝑥 2 é 𝑝𝑎𝑟.
De fato, se 𝑥 for par, podemos representar 𝑥=
2𝑛 𝑜𝑛𝑑𝑒 𝑛 𝑝𝑒𝑟𝑡𝑒𝑛𝑐𝑒 𝑎𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑗𝑢𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑜𝑠 𝐼𝑛𝑡𝑒𝑖𝑟𝑜𝑠. Como 𝑥 2 = 2.2𝑛2 ,segue que 𝑥 2 é 𝑝𝑎𝑟.
Logo, a contrapositiva é verdadeira, e, por conseguinte, a proposição condicional dada por
𝑝 → 𝑞 também é verdadeira.

EXERCÍCIOS DE APRENDIZADO

Demonstrar por tabelas-verdade as seguintes equivalências:

a) p ∧ (p ∨ 𝑞) ⟺ 𝑝
b) p ∨ (p ∧ 𝑞) ⟺ 𝑝
c) p ⟶ p ∨ 𝑞 ⟺ 𝑝 ⟶ q
d) q ⟶ p ∨ 𝑞 ⟺ 𝑝 ⟶ q
e) (p ⟶ p) ∧ (𝑝 ⟶ 𝑟) ⟺ 𝑝 ⟶ q ∧ r

63
7- ARGUMENTOS E REGRAS DE INFERÊNCIA

Uma boa reflexão sobre o conceito de argumento na perspectiva do raciocínio lógico


encontra-se em Bispo, et al (2011) que propõem que argumento é um conjunto de n
proposições onde uma delas é consequências e depende das demais. Este mesmo autor
apresenta um exemplo que nos ajuda a embasar o tópico estudado de modo mais claro.
Eis o exemplo. Considere o seguinte cenário: Se tivesse dinheiro, iria ao cinema. Se
fosse ao cinema, me encontraria com Júlia. Não tenho dinheiro. Portanto, não
encontrarei com Júlia.
Vamos organizar as informações, ou seja, neste caso temos:
a) A premissa 𝑃1 é: Se tivesse dinheiro, iria ao cinema.

b) A premissa 𝑃2 é: Se fosse ao cinema, e encontraria com Júlia.

c) A premissa 𝑃3 é: Não tenho dinheiro.

Conclusão C é: Não me encontrei com Júlia. Colocando-o na forma de símbolos os


argumentos apresentados anteriormente, temos:

1) 𝑃1
2) 𝑃2
3) 𝑃3
4) ∴C

Mas, se tomarmos:
D=Ter dinheiro
C=Ir Ao cinema
J= Encontrar Júlia.
Vamos apresentar na forma de argumento

1)𝐷 → 𝐶
2)𝐶 → 𝐽
3)~𝐷
4)∴ ~𝑗

Com o intuito de conceituar argumento recorremos a Filho (2002). Sejam 𝑃1, 𝑃2, …,
𝑃n (𝑛 ≥ 1) e Q proposições quaisquer, simples ou compostas chama-se argumento toda a

64
afirmação de que uma dada sequência finita 𝑃1, 𝑃2, …, 𝑃𝑛 (𝑛 ≥1) de proposições tem
como sequência ou acarreta uma proposição Q.

As proposições 𝑷𝟏, 𝑷𝟐, …, 𝑷𝒏 dizem-se as premissas do argumento, e a


proposição final Q diz a conclusão do argumento.

Ademais este mesmo autor conclui que: Um argumento de premissa 𝑃1, 𝑃2, …, 𝑃n e
de conclusão Q indica-se por:
𝑃1 , 𝑃2 , … , 𝑃𝑛 ⊣ 𝑄

E se lê de uma das seguintes maneiras:

(𝑖) 𝑃1, 𝑃2, …, 𝑃n 𝑎𝑐𝑎𝑟𝑟𝑒𝑡𝑎𝑚 𝑄


(𝑖𝑖) Q decorre de 𝑃1, 𝑃2, …, 𝑃n
(𝑖𝑖𝑖) Q se deduz de 𝑃1, 𝑃2, …, 𝑃n
(𝑖𝑣) Q se infere de 𝑃1, 𝑃2, …, 𝑃n

Por fim um argumento que consiste em duas premissas e uma conclusão chama-se
silogismo.

7.1 Validade de um Argumento

Enunciaremos em forma de teorema a ideia do conceito de validade de um


argumento. Um argumento 𝑃1, 𝑃2, …, 𝑃n ⊢ 𝑄 diz-se válido se e somente se a conclusão
Q é verdadeira todas as vezes que as premissas 𝑃1 , 𝑃2 , 𝑃3 , … . 𝑃𝑛 são verdadeiras. Filho
(2002) propõem que em outros termos, um argumento 𝑃1, 𝑃2, …, 𝑃n ⊢ 𝑄 é válido se e
somente se for V o valor lógico da conclusão Q todas as vezes que as premissas 𝑃1, 𝑃2,
…, 𝑃n tiverem o valor lógico V.

Para Bispo et al (2011, p.36) “o símbolo ⊣ é chamado de asserção, e afirma que a


proposição a direita pode ser deduzida utilizando como premissas somente as
proposições que estão à sua esquerda.” Portanto, todo argumento válido usufrui das
seguintes propriedades.

𝑖) “A Verdade das premissas é incompatível com a falsidade da


conclusão”
65
𝑖𝑖) “Um argumento não-válido diz-se um sofisma”

De acordo com Filho (2002), todo argumento possui valor lógico, digamos V se é
válido (correto, legítimo) ou F se é sofisma (incorreto ou ilegítimo). As premissas dos
argumentos são verdadeiras ou não, pelo menos admitidas como tal. Aliás, a Lógica só
se preocupa com a validade dos argumentos e não com a verdade ou falsidade das
premissas e das conclusões.
A validade de um argumento depende, exclusivamente, da relação existente entre a
premissa e a conclusão. Portanto, afirmar que um dado argumento é válido, significa
afirmar que as premissas estão de tal modo relacionas com a conclusão que não é
possível ter a conclusão falsa se as premissas são verdadeiras. (FILHO,2002, p.88)

Por outro lado


Um argumento é dito inválido somente quando todas as suas premissas são
verdadeiras e a conclusão é falsa. De modo que a verdade e a falsidade são
propriedades das proposições enquanto a validade e invalidade são propriedades dos
argumentos. (BISPO, et al, 2011, p.36)

Trataremos da validade dos argumentos de modo mais específico. Ou seja,


estabeleceremos os Critérios de validade de um argumento. De fato, um argumento 𝑃1,
𝑃2, …, 𝑃n ⊢ 𝑄 é válido se e somente se a condicional é tautológica. Filho (2002, p.88).
(𝑃1 , 𝑃2 , 𝑃3 , … , 𝑃𝑛 ) → 𝑄

Assim a validade ou não validade de um argumento depende apenas da sua forma e


não de seu conteúdo. Bispo, et al (2011) argumenta que: “um argumento não pode ser
válido ou inválido ao mesmo tempo. Assim, como o valor-verdade de uma proposição
depende do contexto, enquanto a validade de um argumento depende da forma.”
Argumentos diversos podem ter a mesma forma. De modo que a forma que é que
determina a validade, ou seja, o correto a se falar é validade de uma dada forma ao invés
de falar da validade de um dado argumento, Filho (2002). Em relação á validade de um
argumento, esse mesmo autor faz referência a linguagem simbólica de modo que:
Se o argumento

𝑃1 (𝑝, 𝑞, 𝑟, … ), … , 𝑃𝑛 (𝑝, 𝑞, 𝑟, … ) ⊢ 𝑄 é válido, então o argumento da mesma


forma
𝑃1 (𝑅, 𝑆, 𝑇, … ), … , 𝑃𝑛 (𝑅, 𝑆, 𝑇, … ) ⊢ 𝑄(𝑅, 𝑆, 𝑇, … ) também é valido, quaisquer
que sejam as proposições R, S, T, ...
66
Por exemplo, o argumento válido segue 𝑝 ⊢ 𝑝 ∨ 𝑞 (*) segue-se a validade dos
argumentos:
(∼ 𝑝 ∧ 𝑟) ⊢ (∼ 𝑝 ∧ 𝑟) ∨ (∼ 𝑠 ⟶ 𝑟);
(𝑝 → 𝑟 ∨ 𝑠) ⊢ (𝑝 → 𝑟 ∨ 𝑠) ∨ (∼ 𝑟 ∧ 𝑠)

Pois, ambos têm a mesma forma de (*).

Do exemplo acima pode-se inferir que a validade ou não-validade de um argumento


depende apenas da sua forma e não do seu conteúdo ou da verdade ou falsidade das
proposições que o integram Filho (2002, p.89)

7.2 Argumentos válidos fundamentais

São argumentos válidos fundamentais ou básicos (de uso corrente) os constantes da

seguinte lista. Filho (2002).

1) Adição (AD)

𝑖)𝑝 ⊢ 𝑝 ∨ 𝑞 ; 𝑖𝑖)𝑝 ⊣ 𝑞 ∨ 𝑝

2) Simplificação (SIMP)

𝑖)𝑝 ∧ 𝑞 ⊢ 𝑝; 𝑖𝑖)𝑝 ∧ 𝑞 ⊣ 𝑞

3) Conjunção (CONJ)

𝑖)𝑝, 𝑞 ⊢ 𝑝 ∧ 𝑞 ; 𝑖𝑖)𝑝, 𝑞 ⊢ 𝑞 ∧ 𝑝

4) Absorção (ABS)

𝑝 → 𝑞 ⊢ 𝑝 → (𝑝 ∧ 𝑞)

5) Modus ponnens (MP)

𝑝 → 𝑞, 𝑝 ⊢ 𝑞

6) Modus tollens (MT)

67
𝑝 → 𝑞, ∼ 𝑞 ⊢ ∼ 𝑝

7) Silogismo disjuntivo (SD)

𝑖)𝑝 ∨ 𝑞, ∼ 𝑝 ⊢ 𝑞; 𝑖𝑖)𝑝 ∨ 𝑞, ∼ 𝑞 ⊢ 𝑝

8) Silogismo hipotético (SH)

𝑝 → 𝑞, 𝑞→𝑟⊢𝑝→𝑟

9) Dilema construtivo (DC)

𝑝 → 𝑞, 𝑟 → 𝑠, 𝑝∨𝑟 ⊢𝑞∨𝑠

10) Dilema destrutivo (DD)

𝑝 → 𝑞,, 𝑟 → 𝑠, ∼ 𝑞 ∨ ~𝑠 ⊢ ~𝑝 ∨ ~𝑟

7.3-Regras de Inferência

Esta seção será orientada pela seguinte ideia.

Os argumentos básicos são usados para fazer “inferências”, isto é, executar os


“passos lógicos” de uma dedução ou demonstração, e por isso chamam-se,
também regras de inferência, sendo habitual escrevê-los na forma padronizada
abaixo indicada – colocando as premissas sobre um traço horizontal e, em seguida,
a conclusão sob o mesmo traço. (FILHO,2001, p.91)

1) Regra de Adição (AD)


𝑝 𝑝
𝑖) 𝑝∨𝑞 𝑖𝑖) 𝑞∨𝑝

2) Regra de Simplificação (SIMPL)


𝑝∧𝑞 𝑝∧𝑞
𝑖) 𝑖𝑖)
𝑝 𝑞

3) Regra da Conjunção (CONJ)

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𝑝 𝒑
𝑞 𝒒
𝑖) 𝑝∧𝑞 𝑖𝑖) 𝒒∧𝒑

4) Regra da Absorção (ABS)

𝑝→𝑞
𝑝 → (𝑝 ∧ 𝑞)

5) Regra de Modus ponnens (MP)

𝑝→𝑞
𝑝
𝑞
6) Regra do Silogismo (SD)
𝑝∨𝑞 𝑝∨𝑞
~𝑝 ~𝑞
𝑖) 𝑞 𝑖𝑖) 𝑝

7) Regra do Silogismo hipotético (SH)

𝑝→𝑞
𝑞→𝑝
𝑝→𝑞

8) Regra do Dilema construtivo (DC)

𝑝→𝑞
𝑟→𝑠
𝑝∨𝑟
𝑞∨𝑠
9) Regra do Dilema destrutivo (DD)

𝑝→𝑞
𝑟→𝑠
~𝑞 ∨ ~𝑠
∼ 𝑝 ∨ ~𝑟
10) Regra do Modus tollens (MD)

𝑝→𝑞
~𝑞
~𝑝

69
EXERCÍCIOS DE APRENDIZADO

1) Indicar a Regra de Inferência que justifica a validade dos seguintes argumentos:


a) 𝑝 → 𝑞 ⊢ (𝑝 → 𝑞) ∨ ~ 𝑟

b) ~ 𝑝 ∧ (𝑞 → 𝑟) ⊢ ~𝑝

c) 𝑝 → 𝑞, 𝑞 → ~𝑟 ⊢ 𝑝 → ~𝑟

d) 𝑝 → (𝑞 → 𝑟), 𝑝 ⊢ 𝑞 → 𝑟

e) (𝑞 ∨ 𝑟) → ~𝑝, ~~𝑝 ⊢ ~ (𝑞 ∨ 𝑟)

f) 𝑝 → 𝑞, 𝑟 → ~𝑠 ⊢ (𝑝 → 𝑞) ∧ (𝑟 → ~𝑠)

g) (𝑝 ∧ 𝑞) ∨ (~𝑝 ∧ 𝑟), ~ (~𝑝 ∧ 𝑟) ⊢ 𝑝 ∧ 𝑞

h) 𝑝 → 𝑞 ∨ 𝑟 ⊢ 𝑝 → 𝑝 ∧ (𝑞 ∨ 𝑟)

2) Considere a seguinte sentença:

“O bancário será aprovado no concurso, pois é um candidato estudioso e candidatos


estudiosos passam no concurso.” A conclusão do argumento expresso por essa sentença
é a de que:

a) o bancário é estudioso.
b) existem candidatos estudiosos.
c) o bancário é estudioso ou existem alunos estudiosos.
d) candidatos estudiosos passam no concurso.
e) o bancário será aprovado no concurso.

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03) Testar a validade dos seguintes argumentos.

Se 8 é par, então 5 não é primo.

Mas 8 é par.

Conclusão. Logo 5 é primo

4) Considere verdadeira a frase: “Quem tem amigo é feliz e quem chora não é feliz”.
Assim, é correto concluir que:

71
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALENCAR FILHO, Edgar de. Iniciação a Lógica Matemática. São Paulo. Nobel. 2002.
DAGHLIAN, Jacob. Lógica e álgebra de Boole. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1995.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 14724:


Informação e documentação - trabalhos acadêmicos - apresentação. Rio de Janeiro, 2011.

CARVALHO, CAMPOS, Raciocínio Lógico Simplificado. 2° Ed. Salvador: Jus PODVM.


2016.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em: www.ibge.gov.br


Acesso em: jan 2021.

IEZZI, Gelson; DOLCE, Osvaldo; GEGENSZAJN, David; PÉRIGO, Roberto. Matemática.


Volume único. 2 ed. São Paulo: Atual, 2002.

KELLER, Vicente.; BASTOS, Cleverson Leite. Aprendendo lógica. 18. ed. Petrópolis:
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MORGADO, Augusto. C., CESAR, Benjamin. Raciocínio Lógico-Quantitativo. 3 ed. Rio


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MORTARI, Cezar A. Introdução à lógica. 1 ed. São Paulo: UNESP, 2001.

PADILHA, Josimar, Raciocínio Lógica-Matemático Fundamentos e Métodos Práticos.


3°. Ed. Salvador: Jus PODVM. 2019.

SÉRATES, Jonafon. Raciocínio Lógico. 6°. Ed. Brasília: Gráfica e Editora Olímpica Ltda,
1997. Vol 1.

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