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Órgão Elaborador:
ESA
General de Brigada Flavio ALVARENGA Filho.
Comandante da Escola de Sargentos das Armas.
Órgão Executor:
ESA
Coronel JADILSON Tadeu da Silva dos Santos
Chefe da Divisão de Ensino.
Supervisão Geral.
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Ficha Catalográfica
2
PREFÁCIO
3
LISTA DE FIGURAS
4
SUMÁRIO
1. PROPOSIÇÕES .............................................................................................................................. 9
Exercícios de Aprendizado............................................................................................................. 18
Exercícios de Aprendizado.............................................................................................................. 33
Exercícios de Aprendizado.............................................................................................................. 43
4.1 Tautologia.................................................................................................................................. 45
4.3 Contingência.............................................................................................................................. 49
Exercícios de Aprendizado.............................................................................................................. 50
5
5.1 Implicação Lógica e suas propriedades .................................................................................... 50
Exercícios de Aprendizado.............................................................................................................. 57
Exercícios de Aprendizado.............................................................................................................. 63
Exercícios de Aprendizado.............................................................................................................. 70
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UD I – RACIOCÍNIO LÓGICO
7
trata das formas de pensamento, da linguagem descritiva do pensamento, das leis da
argumentação e raciocínios corretos, dos métodos e dos princípios que regem o
pensamento humano. Portanto, não se trata somente de uma arte, mas também de
uma ciência. É uma ciência porque possui um objeto definido: as formas de
pensamento (KELLER; BASTOS, 1991, p.13).
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1- Proposições
1.1 Conceito de Proposição
Cabe ressaltar que uma proposição é uma sentença declarativa que pode assumir
apenas dois valores lógicos verdadeiro (V) ou falso (F). Uma proposição pode ser escrita
na linguagem usual ou na forma simbólica.
Uma proposição é, necessariamente, dada por uma sentença afirmativa, pois não
poderíamos atestar a verdade diante de sentenças interrogativas ou exclamativas. Dessa
forma, as sentenças abaixo são não declarativas.
As sentenças apresentadas acima são exemplos de sentença abertas pois não foi
possível estabelecer um valor-verdade para cada sentença. Ou seja, elas não podem ser
classificadas como verdadeiras (V) e como falsas (F). Ademais, vamos apresentar dois
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princípios que nortearão nossa discussão. Ancorado em Filho (2002) e Bispo;
Castanheira, e Filho (2011), os seguintes princípios ou (axiomas) da lógica clássica são
verdadeiros e possuem os seguintes enunciados:
i. Princípio da identidade: Toda proposição é idêntica a si mesma;
ii. Princípio não-contradição: Uma proposição não pode ser verdadeira e falsa
ao mesmo tempo; e
iii. Princípio do terceiro excluído: Toda a proposição ou é verdadeira ou é
falsa, isto é, verifica-se sempre um destes casos e nunca um terceiro. Dessa
forma, vamos finalizar essa seção realizando uma discussão complementar
referente a ideia de sentença. “Sentenças são orações com sujeito (termo a
respeito do qual se declara algo) e predicado (o que se declara algo sobre o
sujeito)”. (CARVALHO; CAMPOS; 2016, p.20).
Tendo em vista esses aspectos, vamos verificar, nas relações abaixo, quais sentenças
são proposições.
a) Três mais nove é igual a doze.
b) Pelé é brasileiro.
c) O jogador de futebol.
d) A idade de Maria.
e) A metade de um número.
f) O triplo de 15 é um número superior a dez.
É correto afirmar que somente os itens (a), (b) e (f) são proposições. Como veremos na
próxima seção, toda sentença declarativa pode ser representada por símbolos ou por palavras.
Segundo Bispo, Castanheira e Filho (2011, p.5), “uma proposição é simples se, e
somente se, contiver uma única afirmação. E será composta quando for constituída por uma
sequência finita de pelo menos duas proposições simples”
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Uma proposição é dita simples ou atômica aquela que não contém
nenhuma outra proposição como parte integrante de si mesma.
Note que dos itens acima apenas (a), (d), (f) não são proposição simples. De modo
que, na lógica sentencial, denomina-se proposição em uma frase que pode ser julgada
como verdadeira (V) ou falsa (F), mas não como ambas.
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R: Homero é justo ou João não é honesto.
Chamam conectivos as palavras que se usam para formar novas proposições a partir de
outras. (ALENCAR,2002, p.13). Nesse mesmo contexto, Bispo, et al (2011), p.5) concluem
que, no contexto da lógica, trabalharemos com cinco conectivos lógicos. Eis os conectivos e
suas respectivas representações simbólicas:
(i) e ∧
(ii) ou ∨
(iii) se … , então →
(v) não ~
Na maioria dos casos, os conectivos ligam duas ou mais proposições (ou sentenças). Assim,
por exemplo:
1. A ESA possui duas entradas de acesso sendo uma delas o portão alfa e o portão
bravo (linguagem corrente). Logo sua representação simbólica p. Sendo 𝑝 = A ESA
possui duas entradas de acesso sendo uma delas o portão alfa 𝑞: o portão bravo. Logo
temos o que sua representação simbólica fica como se segue: 𝑝 ∧ 𝑞
3. Está chovendo. Logo a negação desta proposição é: Não está chovendo. (linguagem
corrente). Sendo 𝑝: Está chovendo. Logo temos que a representação simbólica da
negação de p fica como segue: ~𝑝 = Não está chovendo.
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4. Se o PDA for acionado, então os postos deverão ser reforçados. (linguagem
corrente). Sendo 𝑝 = Se o PDA for acionado 𝑞: Postos deverão ser acionado. Logo,
temos a representação simbólica que segue: 𝑝 → 𝑞.
Agora suponha que P representa a seguinte proposição: hoje fez frio, e que Q
represente a proposição Abel foi à praia e R represente a seguinte proposição Luiza foi
ao comércio.
Tendo como base tais informações, julgue os seguintes itens e classifique-os em
verdadeiro ou falso.
a) Se hoje não fez frio, então Luiza não foi ao comercio e Abel não foi à praia pode ser
representada corretamente por: ~P → (~R ∧∼ Q). Resposta verdadeira
b) Hoje fez frio e Abel foi á praia pode ser corretamente representado por: ~P ∧∼ Q.
Resposta Falsa.
Nos próximos exemplos vamos continuar explorando a ideia de aplicação de
conectivos.
Exemplo 1) (FCC adaptada) Considere a seguinte proposição “Paula estuda, mas não passa
no concurso”. Nessa proposição, o conectivo, lógico é:
a) disjunção
b) conjunção
c) disjunção
d) condicional
e) bincondicional
Justificativa:
Não restam dúvidas de que o presente enunciado faz referência a uma proposição
composta de modo que na 1°) “Paula estuda”; e 2°) “Paula não passa no concurso”
representam duas proposições simples ligada por um conectivo. No presente estudo,
abordaremos quatro tipos de conectivos lógicos existentes, que são os que se seguem:
e, ou, se.... então, se e somente se. Note que, no enunciado, temos a palavra “mas”
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imediatamente surge uma indagação: quais dos conectivos acima pode substituir a
palavra “mas”? Ao observamos o enunciado, fica evidente dois aspectos sobre Paula:
que ela estuda e que ela passa no concurso.
Portanto, o conectivo que melhor substitui a palavra “mas” é o conectivo “e’’.
Alternativa correta B. Logo, teremos o seguinte: “Paula estuda e passa no concurso”.
Observação importante: vamos tomar como regra geral que a palavra “mas” (e as demais
conjunções adversativas do tipo: porém, entretanto, contudo etc.) escrita em uma
sentença pode ser trocado pelo conectivo “e”. Sobre conectivos, veremos com mais
detalhes na próxima seção.
π x+y
1. Se x = 1 e y = sin 4 então ( ) é um número inteiro.
2
Justificativa:
No item (1) o valor lógico da proposição é falso. Pois sen 4 = √2 e como
𝜋 2
𝑥+𝑦 2+√2
𝑥=1 logo ( 2
)= 4
e esse número não pertence ao conjunto dos números inteiros.
Toda oração com sujeito e predicado tem que necessariamente possuir verbo.
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Conclusão toda sentença que possui esses aspectos pode ser classificada como uma
proposição. Assim sendo, pode-se perceber que há uma relação unilateral no processo
de efetivação do valor lógico de uma proposição composta por meio do uso da
ferramenta que chamamos de tabela-verdade.
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para alternamos os valores lógicos (V) ou (F). Cada uma dessas possibilidades está
representada na tabela-verdade, na Figura 2, que terá 4 linhas.
Por outro lado, para determinamos o valor lógico de uma proposição composta
formada por três proposições simples, representadas pelas letras p, q e r, tem-se um total
de 2 × 2 × 2 = = 8 possibilidades de alternância dos valores lógicos verdadeiros (V)
ou falso (F). De modo que cada uma dessas possibilidades está representada, na tabela-
verdade (figura 3), que terá 8 linhas e quatro colunas. Nela, os valores V e F se alternam
de quatro em quatro na coluna que contêm a proposição a, de dois em dois para a coluna
que a proposição b e de um em um para a coluna que contêm a proposição c.
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Figura 3− Entradas da Tabela-verdade e do Diagrama de Árvore de uma proposição
composta A(a,b,c).
Solução:
√3
Do estudo de trigonometria, temos sen tornando assim valor da proposição falso
2
V(p) = F, por outro lado, temos que da definição de logaritmos segue o valor lógico da
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proposição p será verdadeiro, ou seja, V(q) =V, em relação á proposição r seu valor
lógico será verdadeiro, ou seja, V(r)=V.
C: Todo cidadão estrangeiro que cometer crime político em território brasileiro será
extraditado. (F).
EXERCÍCIOS DE APRENDIZADO
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2- OPERAÇÕES LÓGICAS SOBRE PROPOSIÇÕES
Uma vez que fica definido o conceito de proposição simples e composta o passo
seguinte é estabelecer como se aplicam as operações sobre elas, ou seja, as chamadas
operações lógicas. Se identificou que uma proposição composta é formada pela
combinação de 𝑛 proposições simples, feita por intermédio dos conectivos lógicos. As
proposições que se correlacionam por intermédio dos conectivos lógicos são chamadas de
expressões proposicionais conforme enfatiza Bispo, et al (2011).
Os conectivos exercem um papel fundamental nas operações proposicionais. Neste
contexto, conectivos figuram como operadores lógicos, enquanto os operandos são as
proposições. Por fim, que admite-se que ao combinar as proposições por meio dos
conectivos lógicos, obtemos sentenças mais ricas. Como já destacado no capítulo
anterior, exploraremos os cincos principais conectivos que podem ser representados
como se segue:
a) e
b) ou
c) se,..,então…
d)se, e somente se
e) não
Conectivos Símbolo
Negação ~
Conjunção ∧
Disjunção ∨
Condicional →
Bicondicional ↔
Importante observar que, uma vez estabelecidas estas operações, elas admitem ás
regras que se aplicam as operações na aritmética ou, assemelha-se as mesmas regras
operacionais com que se efetua aos conjuntos, tais como (interseção, união etc.).
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Agora, elencam-se cada uma das operações definidas por meio dos conectivos
citados acima, e a partir desses, explorar-se-á a construção das respectivas tabelas-
verdades das proposições compostas resultantes.
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2.1 Negação (~)
Assim, se admitido que o valor lógico de “p” é verdadeiro, logo a negação do valor
lógico de “p” é o oposto do valor original de p, que pode ser representado, pela seguinte
notação “~p”, que se lê: “não p”. Uma vez definida a negação de uma proposição,pode-
se a partir desse conceito, interpretar a sua tabela-verdade (BISPO; CASTANHEIRA;
FILHO, 2011, p.11). A Tabela-Verdade da negação de uma proposição simples, é dada
por:
𝑝 ~𝑝
V F
F V
i) ~V = F, ~ F = V
ou
ii)V (~ p) = ~ V(p)
Vale observar que esse conectivo não liga duas proposições, mas, simplesmente,
nega a afirmação da proposição que o precede (BISPO; CASTANHEIRA; FILHO, 2011,
p.11). Considere a seguinte proposição p: A ESA está localizada no município do Ceará.
Logo, pode-se formular a sua negação do seguinte modo ~ p: A ESA não está localizada
no município do Ceará.
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Exemplo 1:
Exemplo 2:
Exemplo 3:
Exemplo 4:
b) p: Lucas é Artilheiro, ou seja, a negação dessa proposição fica “~p: Lucas não é
Artilheiro”, OU “Lucas pode ser do curso de Infantaria.” OU Não é verdade que Lucas
é Artilheiro. Perceba que, neste exemplo, foi demostrar como a ideia de negação pode
ser interpreta em contextos diversos.
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Um outro modo de visualizar a presença do conectivo de negação é quando no
contexto do estudo de lógica evoluí-se para a negação de proposições que possuem
quantificadores, Por exemplo: “Todos os dias há treino físico militar” é “Nem todos os
dias há treino físico militares” e a de “Nenhum dia que chove é elegante” é “Algum dia
chove”. Salieta-se que não é nosso objetivo precípuo aprofundar o estudo referente a
quantificadores. Para maiores detalhes ver Sérates (1997).
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𝑝 𝑞 𝑝∧𝑞
V V V
V F F
F V F
F F F
Por fim observa-se que, na linguagem coloquial, a palavra ou pode ser empregada em dois
sentidos, inclusivo ou exclusivo segundo Padilha (2019), Como por exemplo "Mário é baiano"
ou “Mário é paulista" é verdadeira, pois não é possível ocorrer "Mário é baiano e paulista".
Exemplo 1:
Suponha que p e q represente duas proposições simples, onde p representa “Estudo lógica” e
q representa a proposição “Faço TFM”. Logo a representação simbólica das proposições fica
da seguinte maneira:
Exemplo 2:
Considere as seguintes proposições simples.
p ∧ q: Hoje teve dispensa e o aluno da Escola de Sargentos das Armas foi à praia.
Exemplo 3:
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p: π é racional
q: é irracional
p ∧ q: π é racional e é irracional
Exemplo 4:
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p q p∨q
V V V
V F V
F V V
F F F
Exemplo 1:
Observe-se as seguintes sobre documentos de circulação interna na OM.
Exemplo 2:
Exemplo 3:
p: 13 é divisível por 3
q: 5 < 10
p ∨ q: 13 é divisível por 3 ou 5 < 10 V(p) = F e V(q) = V.
Logo, V (p ∨ q) = V(p) ∨ V(q) = F ∨ V = V.
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Exemplo 4:
p: Um triângulo é um quadrilátero q: Todo triângulo é isósceles
p ∨ q: Um triângulo é um quadrilátero ou todo triângulo é isóscele, V(p) = F e V(q) =
F.
Logo, V (p ∨ q) = V(p) ∨ V(q) = F ∨ F = F.
Exemplo 5:
p: Uma pulga pode saltar a mesma altura que um homem.
Filho (2002) reitera que, inicialmente, a leitura que se pode fazer concernente ao
conectivo ora estudado pode ser realizado da seguinte maneira.
(𝑖) “p é condição suficiente para q”
Isso posto, o conceito do conectivo, segundo tendo como base Filho (2002), é
definido formalmente.
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Chama-se proposição condicional ou apenas condicional uma
proposição representada por “se p então q”, cujo valor lógico é
falsidade (F) no caso de p ser verdadeira e q ser falso e a verdade
nos demais casos. Simbolicamente a condicional de duas
proposições p e q indica-se com a notação “p → q”.
p q p→q
V V V
V F F
F V V
F F V
Uma proposição condicional afirma que seu antecedente implica seu consequente.
Não afirma que seu antecedente seja verdadeiro, mas tão somente que, seu
antecedente for verdadeiro, então seu consequente será, também verdadeiro. Nem
afirma que o consequente é verdadeiro, mas somente que o consequente é verdadeiro
se o antecedente o for.
Exemplo 1:
Se o dia estiver claro, é condição suficiente para realizar o hasteamento da bandeira.
ou
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O hasteamento da bandeira é condição necessária para o dia estar claro.
Exemplo 2:
Q: A Probabilidade de João sofrer um infarto é três vezes maior que a de um não fumante.
Logo temos o que: Se João fuma dez cigarros por dia, então a probabilidade de ele sofrer
infarto é dez vezes maior do que um não fumante. Traduzindo em linguagem simbólica tem-
se o que se segue: V (p) = V e V(q) = V segue que V (p → q) = V(p) → V(q) = V → V = V.
Exemplo 3:
(Unicamp 2020) Sabendo que 𝑎 é um número real, considere a função 𝑓(x)=ax+ 2, definida
para todo número real x se f (f (1)) =1, então a=1. Isso posto, podemos elaborar o que se segue:
Exemplo 4:
p: 5 > 7
q: 3i pertence ao conjunto dos números reais.
p → q: Se 5 > 7, então 3i é real
V(p) = F e V(q) = F.
Logo, V (p → q) = V(p) → V(q) = F → F = V.
Exemplo 5:
p: -1 é um número natural.
q: 3 é um número par.
p → q: se -1 é um número natural, então 3 é um
número par. V(p) = F e V(q) = F.
Logo, V (p →q) = V(p) → V(q) = F → F = V.
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Exemplo 6:
Por fim verifica-se que a condicional ocupa uma posição de destaque no estudo de
lógica.
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2.5 Bicondicional “se e somente se” (↔)
Filho (2002, p.24) acrescenta que bicondicional de duas proposições p e q pode ser
representada como se segue: p ↔ q, que também se lê de uma das seguintes maneiras:
(𝑖) “p é condição necessária e suficiente para q”
(𝑖𝑖) “q é condição necessária e suficiente para p”.
O valor lógico da bicondicional fica definido pela seguinte tabela.
p q p↔q
V V V
V F F
F V F
F F V
condicionantes: p → q e q → p.
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Exemplo 1:
p: 𝑥 é ímpar.
q: 𝑥2 é ímpar. Logo, a representação simbólica desta bicondicional será
p ↔ q: 𝑥 é ímpar se e somente se 𝑥2 é ímpar. Suponha que 𝑥=5 logo 𝑥2 =25 que é um
número ímpar. Com isso pode-se supor que V(p) = V e V(q) = V. Logo, V (p ↔ q) =
V(p) ↔ V(q) = V ↔ V = V.
Exemplo 2:
p: Um triângulo é um quadrilátero.
q: Um quadrado é um quadrilátero.
p ↔ q: Um triângulo é um quadrilátero se e somente se um quadrado for um
quadrilátero. V(p) = F e V(q) = V. Logo, V (p ↔ q) = V(p) ↔ V(q) = F ↔ V
= F.
Exemplo 3:
Exemplo 4:
Justificativa
V(p) =?
V(q) = V.
Sabemos por hipótese que V (p ↔ q) = V(p) ↔ V(q) = V e V(q) = V, logo nos resta
concluir que V(p) =V.
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Exemplo 5:
Ao se afirmar que o cavalo correr é condição suficiente e necessária para Alice chorar
pode ser reescrita da seguinte maneira: o cavalo corre se e somente se Alice chora. Uma
propriedade que a bicondicional possui é a de ser comutativa, ou seja, essa frase pode
ser reescrita da seguinte maneira: o cavalo corre e Alice chora. Note que ambas as
afirmações são iguais.
EXERCÍCIOS DE APRENDIZADO.
2. Sejam as proposições p: Cláudio fala inglês e q: Cláudio fala alemão. Traduzir para a
linguagem corrente as seguintes proposições:
a) p v q
b) p ∧ q
c) p ∧ ~ q
d) ~ p ∧ ~ q
e) ~ ~ p
f) ~ (~ p ∧ ~ q)
d)
e) é irracional
f) Hexaedro regular tem 8 arestas.
m)
n) 3 + 4 = 7 se e somente se =125
o)
p)
q)
r) Não é verdade que 12 é um número ímpar
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s) Não é verdade que Belém é a capital do Pará
t) É falso que 2 + 3 = 5 e 1 + 1 = 3
u) ~ )
v) ~ )
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3- CONSTRUÇÃO DA TABELA-VERDADE
N° de Linhas = 2𝑛 𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑜𝑝𝑜𝑠𝑖çõ𝑒𝑠
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3.1 Passos para a construção de tabela-verdade da proposição
composta
Padilha (2019) sugere a seguinte questão: Qual o número de valorações distintas que
podem ser obtidas para proposições com exatamente duas variáveis proposicionais?
Aplicando o resultado do teorema apresentado acima, tem-se duas proposições ou seja
𝑛=2 então pelo resultado do teorema enunciado na página anterior segue o seguinte
resultado 22 =4 linhas.
O próximo exemplo, retiramos do livro “Iniciação à Logica Matemática”, escrito por
Filho (2002), propõe como que se o seguinte e considere a seguinte proposição
composta:
𝑃(𝑝, 𝑞) =∼ (𝑝 ∧∼ 𝑞)
Queremos elaborar a tabela-verdade desta proposição composta. Observe que os passos
procedimentais foram inspirados na referência citada acima. Observe:
𝑝 𝑞
V V
V F
F V
F F
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(𝑝 ∧∼ 𝑞)
F
V
F
F
𝑝 𝑞 ∼𝑞 (𝑝 ∧∼ 𝑞) ∼ (𝑝 ∧∼ 𝑞)
V V F F V
V F V V F
F V F F V
F F V F V
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Neste momento, cabe ressaltar um outro exemplo extraído do livro Raciocínio
Lógico-Matemático Fundamentos e Métodos, escrito por Padilha (2019): Segue o
enunciado do exemplo. Construa a tabela-verdade das seguintes proposições compostas.
𝑃(𝑝, 𝑞, 𝑟) = (𝑝 ∧ 𝑞) ∨ 𝑟. Para esse exemplo, constrói-se, de modo resumido, a tabela-
verdade da proposição composta com coluna contendo os seus respectivos valores
lógicos.
𝑝 𝑞 𝑟 (𝑝 ∧ 𝑞) (𝑝 ∧ 𝑞) ∨ 𝑟
V V V V V
V V F V V
V F V F V
V F F F F
F V V F V
F V F F F
F F V F V
F F F F F
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𝑝 𝑞 (𝑝 ↔ 𝑞) ∼𝑞 𝑝 ∨∼ 𝑞 ∼ (𝑝 ∨ 𝑞) (𝑝 ↔ 𝑞) ⟶ ~(𝑝 ∨∼ 𝑞)
V V V F V F F
V F F V V F V
F V F F F V V
F F V V V F F
𝑖)((𝑝 ∧ 𝑞) → 𝑟) ∨ 𝑠
𝑖𝑖)𝑝 ∧ ((𝑞 → 𝑟) ∨ 𝑠)
𝑖𝑖𝑖)(𝑝 ∧ (𝑞 → 𝑟)) ∨ 𝑠
𝑖𝑣)𝑝 ∧ (𝑞 → (𝑟 ∨ 𝑠)
𝑣)(𝑝 ∧ 𝑞) → (𝑟 ∨ 𝑠)
Por uma questão de simplificação da escrita, desde que não venham a ocorrer
ambiguidades, a supressão de parênteses pode ser admitida. De fato, verifica-se que o
emprego dos parênteses possibilita a elaboração de novas proposições e, com isso, a
possibilidade de elaboração de novas tabelas-verdades distintas. Em geral, a ordem
hierárquica para os conectivos, passa pelo seguinte processo do mais “fraco” para o mais
“forte”. Em relação à hierarquia, Filho (2002, p.38) faz o seguinte destaque “A supressão
de parênteses nas proposições simbolizadas se faz mediante algumas convenções, das
quais são particularmente importantes as duas seguintes”
a) A ordem de precedência para os conectivos é:
De modo que o conectivo considerado mais fraco é “∼” e o mais forte é “↔”,
conforme enfatiza Filho (2002). O próximo exemplo foi extraído do livro “Iniciação à
Lógica Matemática” escrito Filho (2002). Considere a seguinte proposição:
𝑝 → 𝑞 ↔ 𝑠 ∨ 𝑟.
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Imediatamente, conclui-se que essa proposição tem como conectivo principal a
bicondicional e, portanto, a proposição é dita bicondicional e não se pode classificá-la
como condicional ou conjunção. Agora, se quisermos transformá-la em uma condicional
será necessário o uso de parênteses. Vejamos.
𝑝 → (𝑞 ↔ 𝑠 ∧ 𝑟)
(𝑝 → 𝑞 ↔ 𝑠) ∧ 𝑟.
∼∼ (𝑝 ∧ 𝑞) ∨∼ 𝑝; (𝑝 ∨ ~𝑞) ∧ (𝑟 ∧ ~𝑝)
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EXERCÍCIOS DE APRENDIZADO
a) ~ (𝑝 ∨ ~𝑞)
b) ~ (𝑝 ⟶ ~𝑞)
c) 𝑝 ⋀ 𝑞 ⟶ 𝑝 ⋁ 𝑞
d) ~𝑝 ⟶ (𝑞 → 𝑝)
e) (𝑝 → 𝑞) → 𝑝 ∧ 𝑞
f) 𝑞 ⟷ ~𝑞 ∧ 𝑝
g) (𝑝 ↔ ~𝑞) ⟷ 𝑞 → 𝑝
h) (𝑝 ↔ ~𝑞) → ~ 𝑝 ∧ 𝑞
a) P (p, q) = ~ (~𝑝 ⟷ 𝑞)
b) P (p, q) = ~𝑝 ⋁ 𝑞 → 𝑝
c) P (p, q) = (𝑝 ⋁ 𝑞) ∧ ~ (𝑝 ∧ 𝑞)
f) P (p, q) = ~𝑞 ∨ 𝑝 ⟷ 𝑞 → ~𝑝
g) P (p, q) = (𝑝 ⋁ 𝑞) ∧ ~𝑝 → (𝑞 → 𝑝)
3. Determinar P (VVV, VVF, VFV, VFF, FVV, FVF, FFV, FFF) em cada um dos
seguintes casos:
a) P (p, q, r) = 𝑝 ∨ (𝑞 ∧ 𝑟)
b) P (p, q, r) = (𝑝 ∧ ~𝑞) ∨ 𝑟
c) P (p, q, r) = ~𝑝 ∨ (𝑞 ∧ ~𝑟)
d) P (p, q, r) = (𝑝 ∨ 𝑞) ∧ (𝑝 ∨ 𝑟)
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e) P (p, q, r) = (𝑝 ∨ ~𝑟) ∧ (𝑞 ∨ ~𝑟)
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4-TAUTOLOGIAS, CONTRADIÇÕES E CONTINGÊNCIAS
4.1 Tautologia
Neste capítulo, iremos direcionar nosso estudo para o conceito de Tautologia,
contradições e contingências de proposições compostas. Especificamente, nesta seção,
iremos explorar o conceito de tautologia. Sérates (1997, p.43) nos aponta para o
conceito de tautologia assim definida “denomina-se tautologia a proposição composta
cuja última coluna da sua tabela-verdade figura somente os valores verdade V (verdade).
Por outro lado, Padilha (2019, p.81) pondera: “Uma proposição composta formada
por duas ou mais proposições, é uma tautologia se ela for sempre verdadeira,
independentes da verdade dos termos”. Já Filho (2002) formaliza o conceito de
tautologia como se segue:
Padilha (2019, p.81) reitera que “Quando uma proposição composta é sempre
verdadeira, independente dos valores das proposições simples que a compõem, então
teremos uma tautologia.” Numa linguagem simbólica Filho, (2002, p.43) enfatiza que:
𝑝 ∼𝑝 𝑝 ∧∼ 𝑝 ∼ (𝑝 ∧∼ 𝑝)
V F F V
F V F V
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Como já mencionado, o Princípio do Terceiro Excluído tem o seguinte teor “Uma
proposição não pode ser, simultaneamente, verdadeira ou falsa” Filho (2002, p.43). Com
o auxílio da tabela-verdade, podemos identificar que, na última coluna da tabela-verdade
de ~ (p ∧ ~ p), só há o valor lógico V (verdade). Portanto, percebemos a importância da
tabela-verdade no processo identificação da tautologia de uma proposição.
Agora, faremos um destaque para o Princípio do terceiro excluído. Filho (2002) diz
que pode ser interpretado pela seguinte proposição “p ∨ ~ p” e conforme a tabela-verdade
abaixo podemos afirmar que tal proposição é tautológica.
𝑝 ∼𝑝 𝑝 ∨∼ 𝑝
V F V
F V V
𝑝 𝑞 (𝑝 ∧∼ 𝑞) 𝑝 ∨∼ (𝑝 ∧∼ 𝑞)
V V F V
V F V V
F V F V
F F F V
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Conclusão que tivemos via tabela-verdade é que a proposição citada acima é
tautológica pois a última coluna de sua tabela-verdade só apresenta o valor lógico V
(verdade). Vamos mostrar conforme destaca Carvalho e Campos (2016) que a seguinte
proposição é tautológica.
(𝑝 ∧ 𝑞) → (𝑝 ∨ 𝑞)
𝑝 𝑞 (𝑝 ∧ 𝑞) (𝑝 ∨ 𝑞) (𝑝 ∧ 𝑞) → (𝑝 ∨ 𝑞)
V V V V V
V F F V V
F V F V V
F F F F V
Por fim temos o que se segue o Princípio de Substituição para as Tautologias “Se
P (p, q, r, ...) é uma tautologia, então 𝑃 (𝑃*, 𝑄*, 𝑅*, …) também é uma tautologia,
quaisquer que sejam as proposições 𝑃*, 𝑄*, 𝑅*, …” Filho (2002, p.45). Antes de
iniciarmos a próxima seção, vamos fazer a seguinte indagação. E se na coluna resultante
figurar somente o valor lógico falso, como podemos classificar tal proposição? A
resposta a essa indagação será respondida na próxima seção.
4.2 Contradição
Chama-se contradição toda proposição composta cuja última coluna da sua tabela-
verdade encerra somente a letra F (falsidade) afirma Filho (2002). Considere o seguinte
exemplo:
𝑖) ∼ 𝑝 ∧ 𝑝
𝑝 ~𝑝 ∼𝑝∧𝑝
V F F
F V F
𝑝 ~𝑝 𝑝 ↔ ~𝑝
V F F
F V F
Note que a última coluna da tabla-verdade de p ↔ ~ p só apresenta o valor lógico F
(falsidade). Por fim vamos demostrar que a seguinte proposição ~ p ∧ (p ∧ ~ q) é uma
contradição, conforme se vê pela sua tabela-verdade.
𝑝 𝑞 ~𝑝 ~𝑞 𝑝 ∧∼ 𝑞 ∼ 𝑝 ∧ (𝑝 ∧∼ 𝑞)
V V F F F F
V F F V V F
F V V F F F
F F V V F F
48
4.3 Contingência
Padilha (2019) conclui que “uma proposição composta será uma contingência sempre
que não for, nem tautologia e nem contradição. A proposição p → ~ p é uma
contingência, conforme se vê pela sua tabela-verdade:
𝑝 𝑞 𝑝 → ~𝑝
V F F
F V V
De fato, a proposição citada acima é uma contingência. Por fim vamos mostrar que
a seguinte proposição p ∨ q → p é uma contingência.
EXERCÍCIOS DE APRENDIZADO:
49
2) Mostrar que as seguintes proposições são contingentes:
a) 𝑝 ∨ 𝑞 → 𝑝 ∧ 𝑞
b) (𝑝 → 𝑞) → (𝑝 → 𝑞)
c) (𝑝 → (𝑝 → 𝑞)) → 𝑞
d) 𝑝 → (𝑝 → 𝑞 ∧ ~𝑞)
P1: Se o seu problema não tem solução, então não é preciso se preocupar com ele,
pois nada que você fizer o resolverá.
P2: Se o seu problema tem solução, então não é preciso se preocupar com ele, pois
ele logo se resolverá.
Indicadas por P, Q e R, respectivamente, as proposições “Seu problema tem solução”,
“Nada que você fizer resolverá seu problema” e “Não é preciso se preocupar com seu
problema”, e indicados por “~” e “→”, respectivamente, os conectivos “não” e “se...,
então”, a proposição P1 pode ser corretamente representada, na linguagem lógico-
simbólica, por:
50
a) (~P) → (R → Q).
b) ((Q → (~P)) → R.
c) ((~P) → Q) → R.
d) (~P) → (Q → R).
e)((~P)→R)→Q.
5- IMPLICAÇÃO LÓGICA
5.1 Implicação Lógica e Suas propriedades
Filho (2002) define formalmente o conceito de implicação lógica como se segue:
Note que a proposição “𝑝 ∧ 𝑞" possui valor lógico verdadeira (V) somente na
primeira linha e, nesta linha, as proposições “𝑝 ∨ 𝑞" e “𝑝 ⟷ 𝑞" também são verdadeiras
(V). Logo, a primeira proposição implica cada uma das outras duas proposições, isto é:
𝑝 ∧𝑞⟹𝑝 ∨𝑞 e 𝑝∧𝑞⟹𝑝⟷𝑞
(i) 𝑝 ⟹ 𝑝 ∨ 𝑞 𝑒 𝑞 ⟹ 𝑝 ∨ 𝑞 (Adição)
(ii) 𝑝 ∧ 𝑞 ⟹ 𝑝 𝑒 𝑝 ∧ 𝑞 ⟹ 𝑞 (Simplificação)
𝑝 𝑞 ∼𝑞 𝑝 →∼ 𝑞 (𝑝 ∧ 𝑞) → (𝑝 →∼ 𝑞)
V V F F F
V F V V V
F V F V V
F F V V V
52
Note que na última coluna da proposição dada nos ajuda a concluir que a proposição
dada é tautológica e, portanto, inferimos que a proposição em questão não é uma
implicação. Agora vamos considerar o a seguinte proposição.
𝑃(𝑝, 𝑞): (𝑝 ∧ 𝑞) → (𝑝 ∨ 𝑞)
𝑝 𝑞 𝑝∧𝑞 𝑝∨𝑞 (𝑝 ∧ 𝑞) → (𝑝 ∨ 𝑞)
V V F V V
V F V V V
F V V V V
F F V F V
𝑝↔𝑞⟹𝑝⟶ 𝑞 e 𝑝↔𝑞⟹𝑝⟶ 𝑞
𝑝 𝑞 𝑝∨𝑞 ∼𝑝 ( 𝑝 ∨ 𝑞) ∧∼ 𝑝)
V V V F F
V F V F F
F V V V V
F F F V F
53
Esta proposição é verdadeira (V) somente se a linha 3 e, nesta linha, a proposição “q”
também é verdadeira (V). Logo, subsiste a implicação lógica. E, portanto, a seguinte
proposição:
𝑝 ∨ 𝑞 →∼ 𝑝 ⇒ 𝑞
é denominada regra do silogismo disjuntivo. Outra forma desta Regra de Inferência
é:
(𝑝 ∨ 𝑞) ∧ ~ 𝑞 ⟹ 𝑝
𝑝 𝑞 𝑝→𝑞 (𝑝 → 𝑞) ∧ 𝑝
V V V V
V F F F
F V V F
F F V F
Esta proposição é verdadeira (V) somente na linha 1 e, nesta linha, a proposição “q”
também é verdadeira (V). Logo subsiste a implicação lógica:
(𝑝 → 𝑞) ∧ 𝑝 ⇒ 𝑞
Denominada regra de Modus Ponens. Por fim vamos mostrar que a seguinte
proposição composta (𝑝 → 𝑞) ∧ ∼ 𝑞 ⇒∼ 𝑝 é a regra de Modus Tollens. Tal fato fica
constatado pela sua tabela-verdade.
𝑝 𝑞 𝑝∨𝑞 ∼𝑝 ( 𝑝 ∨ 𝑞) →∼ 𝑝
V V V F F
V F V F F
F V V V V
F F F V F
54
A coluna com os respectivos valores verdade da proposição composta possui valor verdade
somente na última linha da quinta coluna simultaneamente a proposição ∼ 𝑝 possui valor
verdade nesta mesma linha portanto subsiste a implicação lógica.
Note que a última coluna de sua tabela-verdade, ocorre somente o valor lógico V. Logo,
pelo Teorema 1, a proposição p ∧ q implica p ∨ q ou, simbolicamente, p ∧ q ⇒ p ∨ q. No
próximo exemplo a proposição p ↔ ~ q implica, ou não, a proposição
~ p → ~ q.
55
𝑝 𝑞 ∼𝑝 ∼𝑞 𝑝 ↔∼ 𝑞 ∼ 𝑝 →∼ 𝑞 (𝑝 ↔∼ 𝑞) → (∼ 𝑝 →∼ 𝑞)
V V F F F V V
V F F V V V V
F V V F V F F
F F V F F V V
H (Hipótese) ⇒ T (Tese)
56
EXERCÍCIOS DE APRENDIZADO
1) Mostrar que:
a) 𝑞 ⟹ 𝑝 ⟶ 𝑞
𝑞⟹𝑝∧𝑞⟷ 𝑝
57
4)(FCC/BACEN/Ana/2006) Sejam as proposições:
p: atuação compradora de dólares por parte do Banco Central; q: fazer frente ao fluxo
positivo. Se p implica q, então:
58
6-EQUIVALÊNCIAS LÓGICAS
6.1 Conceito de equivalência lógica
Neste momento, temos condições de descrever algumas regras e resultados. Para tanto,
tomaremos como base Filho (2002). A primeira regra que se segue é a da “Dupla negação”
ou seja ∼ (∼ 𝑝) ⇔ 𝑝. Tal fato se verifica pela tabela-verdade, como veremos abaixo.
𝑝 ∼𝑝 ∼ (∼ 𝑝)
V F V
F V F
59
Regra de Clavius
∼p→p⇔p
Vamos mostrar tal fato usando a tabela-verdade.
𝑝 ∼𝑝 ∼𝑝→𝑝
V F F
F V V
Regra da Absorção
𝑝→𝑝∧𝑞⇔𝑝→𝑞
Para tanto basta observar a tabela-verdade.
𝑝 𝑞 𝑝∧𝑞 𝑝→𝑝∧𝑞 𝑝→𝑞
V V V V V
V F F F F
F V F V V
F F F V V
60
Orientados por Filho (2002), seguem- se os seguintes exemplos:
A bincondiocional (𝑝 ∧∼ 𝑞 → 𝑐) ↔ (𝑝 → 𝑞) onde 𝑐 é uma proposição cujo valor
lógico é F (falso). A conclusão a que se chega é que essa proposição é uma tautológia.
Veremos tal fato pela sua tabela-verdade.
𝑝 𝑞 (𝑝 ∧ ∼𝑞 → 𝑐) ↔ (𝑝 → 𝑞)
V V V F F V F V V V V
V F V V V F F V V F F
F V F F F V F V F V V
F F F F V V F V F V F
1 3 2 4 1 5 1 2 3
(𝑝 ∧ 𝑞 → 𝑟) ↔ (𝑝 → (𝑞 → 𝑟))
V V V V V V V V V V V
V V F F F V V F V F F
V F V V V V V V F V V
V F F V F V V F F F F
F V V V V V F V V V V
F V F V F V F F V F F
F F V V V V F V F V V
F F F V F V F F F F F
61
O propósito desta seção é demostrar algumas propriedades importantes, referente a
proposições associadas a uma condicional. Filho (2002, p.59) orienta que: dada a
condicional 𝑝 → 𝑞,chamam proposições associadas a 𝑝 → 𝑞 as três proposições
condicionais que contêm p e q:
a) 𝑝 → 𝑞: 𝑞 → 𝑝 Proposição recíproca
b) 𝑝 → 𝑞: ∼ 𝑝 →∼ 𝑞 Proposição contraria
c) 𝑝 → 𝑞: ∼ 𝑞 →∼ 𝑝 Proposição Contrapositiva
Mostrar-se-á veracidade destas três proposições por meio da tabela-verdade.
p q 𝑝→𝑞 𝑞→𝑝 ∼ 𝑝 →∼ 𝑞 ∼ 𝑞 →∼ 𝑝
V V V V V V
V F F V V F
F V V F F V
F F V V V V
Conclusão:
A condicional e a contrapositiva são equivalentes que em símbolos fica como se
segue:
𝑝 → 𝑞 ⇔∼ 𝑞 →∼ 𝑝
A recíproca e a contrária da condicional são equivalentes que, em símbolo, fica como
segue:
𝑞 → 𝑝 ⇔ ∼ 𝑝 →∼ 𝑞.
Considere o seguinte exemplo:
Seja a condicional relativa a um triangulo retângulo T:
𝑝 → 𝑞: 𝑆𝑒 𝑇 é 𝑟𝑒𝑡â𝑛𝑔𝑢𝑙𝑜 , 𝑒𝑛𝑡ã𝑜 𝑇 𝑝𝑜𝑠𝑠𝑢𝑖 𝑢𝑚 𝑎𝑛𝑔𝑢𝑙𝑜 𝑟𝑒𝑡𝑜.
EXERCÍCIOS DE APRENDIZADO
a) p ∧ (p ∨ 𝑞) ⟺ 𝑝
b) p ∨ (p ∧ 𝑞) ⟺ 𝑝
c) p ⟶ p ∨ 𝑞 ⟺ 𝑝 ⟶ q
d) q ⟶ p ∨ 𝑞 ⟺ 𝑝 ⟶ q
e) (p ⟶ p) ∧ (𝑝 ⟶ 𝑟) ⟺ 𝑝 ⟶ q ∧ r
63
7- ARGUMENTOS E REGRAS DE INFERÊNCIA
1) 𝑃1
2) 𝑃2
3) 𝑃3
4) ∴C
Mas, se tomarmos:
D=Ter dinheiro
C=Ir Ao cinema
J= Encontrar Júlia.
Vamos apresentar na forma de argumento
1)𝐷 → 𝐶
2)𝐶 → 𝐽
3)~𝐷
4)∴ ~𝑗
Com o intuito de conceituar argumento recorremos a Filho (2002). Sejam 𝑃1, 𝑃2, …,
𝑃n (𝑛 ≥ 1) e Q proposições quaisquer, simples ou compostas chama-se argumento toda a
64
afirmação de que uma dada sequência finita 𝑃1, 𝑃2, …, 𝑃𝑛 (𝑛 ≥1) de proposições tem
como sequência ou acarreta uma proposição Q.
Ademais este mesmo autor conclui que: Um argumento de premissa 𝑃1, 𝑃2, …, 𝑃n e
de conclusão Q indica-se por:
𝑃1 , 𝑃2 , … , 𝑃𝑛 ⊣ 𝑄
Por fim um argumento que consiste em duas premissas e uma conclusão chama-se
silogismo.
De acordo com Filho (2002), todo argumento possui valor lógico, digamos V se é
válido (correto, legítimo) ou F se é sofisma (incorreto ou ilegítimo). As premissas dos
argumentos são verdadeiras ou não, pelo menos admitidas como tal. Aliás, a Lógica só
se preocupa com a validade dos argumentos e não com a verdade ou falsidade das
premissas e das conclusões.
A validade de um argumento depende, exclusivamente, da relação existente entre a
premissa e a conclusão. Portanto, afirmar que um dado argumento é válido, significa
afirmar que as premissas estão de tal modo relacionas com a conclusão que não é
possível ter a conclusão falsa se as premissas são verdadeiras. (FILHO,2002, p.88)
1) Adição (AD)
𝑖)𝑝 ⊢ 𝑝 ∨ 𝑞 ; 𝑖𝑖)𝑝 ⊣ 𝑞 ∨ 𝑝
2) Simplificação (SIMP)
𝑖)𝑝 ∧ 𝑞 ⊢ 𝑝; 𝑖𝑖)𝑝 ∧ 𝑞 ⊣ 𝑞
3) Conjunção (CONJ)
𝑖)𝑝, 𝑞 ⊢ 𝑝 ∧ 𝑞 ; 𝑖𝑖)𝑝, 𝑞 ⊢ 𝑞 ∧ 𝑝
4) Absorção (ABS)
𝑝 → 𝑞 ⊢ 𝑝 → (𝑝 ∧ 𝑞)
𝑝 → 𝑞, 𝑝 ⊢ 𝑞
67
𝑝 → 𝑞, ∼ 𝑞 ⊢ ∼ 𝑝
𝑖)𝑝 ∨ 𝑞, ∼ 𝑝 ⊢ 𝑞; 𝑖𝑖)𝑝 ∨ 𝑞, ∼ 𝑞 ⊢ 𝑝
𝑝 → 𝑞, 𝑞→𝑟⊢𝑝→𝑟
𝑝 → 𝑞, 𝑟 → 𝑠, 𝑝∨𝑟 ⊢𝑞∨𝑠
𝑝 → 𝑞,, 𝑟 → 𝑠, ∼ 𝑞 ∨ ~𝑠 ⊢ ~𝑝 ∨ ~𝑟
7.3-Regras de Inferência
68
𝑝 𝒑
𝑞 𝒒
𝑖) 𝑝∧𝑞 𝑖𝑖) 𝒒∧𝒑
𝑝→𝑞
𝑝 → (𝑝 ∧ 𝑞)
𝑝→𝑞
𝑝
𝑞
6) Regra do Silogismo (SD)
𝑝∨𝑞 𝑝∨𝑞
~𝑝 ~𝑞
𝑖) 𝑞 𝑖𝑖) 𝑝
𝑝→𝑞
𝑞→𝑝
𝑝→𝑞
𝑝→𝑞
𝑟→𝑠
𝑝∨𝑟
𝑞∨𝑠
9) Regra do Dilema destrutivo (DD)
𝑝→𝑞
𝑟→𝑠
~𝑞 ∨ ~𝑠
∼ 𝑝 ∨ ~𝑟
10) Regra do Modus tollens (MD)
𝑝→𝑞
~𝑞
~𝑝
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EXERCÍCIOS DE APRENDIZADO
b) ~ 𝑝 ∧ (𝑞 → 𝑟) ⊢ ~𝑝
c) 𝑝 → 𝑞, 𝑞 → ~𝑟 ⊢ 𝑝 → ~𝑟
d) 𝑝 → (𝑞 → 𝑟), 𝑝 ⊢ 𝑞 → 𝑟
e) (𝑞 ∨ 𝑟) → ~𝑝, ~~𝑝 ⊢ ~ (𝑞 ∨ 𝑟)
f) 𝑝 → 𝑞, 𝑟 → ~𝑠 ⊢ (𝑝 → 𝑞) ∧ (𝑟 → ~𝑠)
h) 𝑝 → 𝑞 ∨ 𝑟 ⊢ 𝑝 → 𝑝 ∧ (𝑞 ∨ 𝑟)
a) o bancário é estudioso.
b) existem candidatos estudiosos.
c) o bancário é estudioso ou existem alunos estudiosos.
d) candidatos estudiosos passam no concurso.
e) o bancário será aprovado no concurso.
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03) Testar a validade dos seguintes argumentos.
Mas 8 é par.
4) Considere verdadeira a frase: “Quem tem amigo é feliz e quem chora não é feliz”.
Assim, é correto concluir que:
71
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALENCAR FILHO, Edgar de. Iniciação a Lógica Matemática. São Paulo. Nobel. 2002.
DAGHLIAN, Jacob. Lógica e álgebra de Boole. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1995.
KELLER, Vicente.; BASTOS, Cleverson Leite. Aprendendo lógica. 18. ed. Petrópolis:
Vozes, 2009.
SÉRATES, Jonafon. Raciocínio Lógico. 6°. Ed. Brasília: Gráfica e Editora Olímpica Ltda,
1997. Vol 1.
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