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Capítulo 1 — Secção 3
ARGUMENTAÇÃO E LÓGICA FORMAL
Lógica aristotélica
Teoria silogística
O termo maior é o termo predicado da conclusão e ocorre uma única vez na primeira
premissa (premissa maior).
O termo menor é o termo sujeito da conclusão e ocorre uma única vez na segunda pre-
missa (premissa menor).
O termo médio é o termo que surge uma única vez nas duas premissas mas não na conclu-
são.
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Capítulo 1 — Secção 4
ARGUMENTAÇÃO E LÓGICA FORMAL
Lógica proposicional
PQ P ou Q PQ PeQ P não P
VV V
VF V VV V V F
FV V VF F F V
FF F
FV F
FF F
Inspectores de circunstâncias
P Q P → Q, P B Q P Q P → Q, ¬Q B ¬P
VV V V V VV V F F
VF F V F VF F V F
FV V F V FV V F V
FF V F F FF V V V
P Q P → Q, Q B P P Q P → Q, ¬P B ¬Q
VV V V V VV V F F
VF F F V VF F F V
FV V V F FV V V F
FF V F F FF V V V
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Capítulo 2
ARGUMENTAÇÃO E RETÓRICA
Um argumento bom ou forte é um argumento sólido cujas premissas são mais plausíveis
do que a sua conclusão.
Um argumento mau ou fraco é um argumento que não é sólido ou cujas premissas não são
mais plausíveis do que a sua conclusão.
Num argumento dedutivo válido é impossível as suas premissas serem verdadeiras e a sua
conclusão falsa.
Nos argumentos não dedutivos válidos não é impossível as suas premissas serem verda-
deiras e a sua conclusão falsa; é apenas muito improvável.
As falácias formais são erros de raciocínio que resultam exclusivamente da forma lógica.
As falácias informais são erros de raciocínio que não resultam exclusivamente da forma
lógica.
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Capítulo 3
ARGUMENTAÇÃO E FILOSOFIA
Há uma ligação natural entre o nascimento da filosofia e um clima social e político que favo-
recia a discussão pública de ideias. Contudo, ao longo da história, tanto a filosofia como as
ciências foram cultivadas em regimes contrários à liberdade de estudo e pensamento.
Persuasão e manipulação
Se o estudo for livre e as capacidades críticas das pessoas forem estimuladas e bem-
vindas, os argumentos falaciosos, por mais atraentes que sejam, acabarão por ser denun-
ciados, no processo de avaliação crítica de ideias.
Se o estudo for iniciático, se os estudantes e os professores forem encorajados a seguir
Gurus e Mestres, mas não a pensar por si, quaisquer ideias serão aceites como Verdades
Absolutas, dado que ninguém terá coragem de as criticar — por mais que os argumentos
que as sustentam sejam maus.
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Capítulo 4
ESTRUTURA DO ACTO DE CONHECER
O que é o conhecimento?
Objecções: Os contra-exemplos de Gettier. Estes mostram que podemos ter uma justifica-
ção para acreditar em algo verdadeiro sem que esse algo seja conhecimento.
Um sujeito sabe que P a priori se, e só se, sabe que P pelo pensamento apenas.
Um sujeito sabe que P a posteriori se, e só se, sabe que P através da experiência.
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Capítulo 5
ANÁLISE COMPARATIVA DE DUAS
TEORIAS EXPLICATIVAS DO CONHECIMENTO
Será que o conhecimento é possível? Este é um dos problemas centrais da epistemologia.
Mas por que razão dizem os cépticos que as nossas crenças não estão justificadas?
A primeira premissa diz que justificamos umas crenças a partir de outras crenças.
Mas se é assim, diz-se na segunda premissa, o processo de justificação não tem fim, recu-
ando sucessivamente de umas crenças para outras.
Nesse caso, as nossas justificações serão sempre insuficientes, sugere-se na terceira pre-
missa.
Fundacionistas e coerentistas acham que os cépticos estão errados, mas por razões opos-
tas.
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Capítulo 6
CONHECIMENTO VULGAR
E CONHECIMENTO CIENTÍFICO
NOÇÕES PRÉVIAS
Explanandum: Aquilo que queremos explicar. O explanandum pode consistir numa descri-
ção de um acontecimento particular (por exemplo, este pedaço de cobre dilatou) ou numa
regularidade geral (por exemplo, o cobre dilata quando é aquecido.)
Explanans: A informação apresentada para responder ao pedido de explicação.
O modelo nomológico-dedutivo
O explanans de uma explicação científica indica pelo menos uma regularidade ou lei da
natureza e pelo menos uma proposição que descreve condições iniciais.
O modelo estatístico-indutivo
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Capítulo 7
CIÊNCIA E CONSTRUÇÃO:
VALIDADE E VERIFICABILIDADE DAS HIPÓTESES
Indutivismo Falsificacionismo
1. Registo e classificação de factos empíricos 1. Formulação de um problema.
sem preconceitos teóricos. 2. Apresentação da teoria como hipótese ou
2. Obtenção da teoria por generalização conjectura.
indutiva. 3. Tentativas de refutação da teoria através de
3. Aplicação da teoria a novos dados empíricos testes empíricos.
tendo em vista a sua confirmação.
Objecções ao indutivismo
Não é possível registar e classificar factos empíricos sem atender a qualquer perspectiva
teórica.
As leis científicas que dizem respeito ao inobservável não podem resultar de simples gene-
ralizações indutivas baseadas na observação.
Objecções ao falsificacionismo
Não é fácil refutar conclusivamente uma teoria. Dado que as previsões empíricas são de-
duzidas de um vasto conjunto de hipóteses, se estas fracassarem podemos apenas concluir
que pelo menos uma dessas hipóteses (que pode nem pertencer à teoria) é falsa.
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Capítulo 8
A RACIONALIDADE CIENTÍFICA
E A QUESTÃO DA OBJECTIVIDADE
Esse período termina quando uma teoria bem sucedida institui um paradigma.
Devido à acumulação de anomalias, irrompe uma crise: a confiança num paradigma é aba-
lada.
Surge assim um período de ciência extraordinária, marcado pela contestação do para-
digma e pela procura de alternativas.
Ocorre uma revolução científica quando o paradigma é substituído por um novo paradig-
ma, à luz do qual se retoma a actividade da ciência normal.
Os paradigmas são incomensuráveis. A incomensurabilidade dos paradigmas é a impossibi-
lidade de compará-los objectivamente de maneira a concluir que um é melhor do que o
outro.
Assim, a ciência não progride em direcção à verdade.
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Capítulo 9
ÉTICA MÉDICA: O PROBLEMA DO ABORTO
Muitos defensores da posição pró-escolha, como Michael Tooley, sustentam que o aborto é
permissível porque os fetos humanos não possuem o direito moral à vida.
Se A deseja X, então à partida os outros têm a obrigação de não realizar actos que privem A
de X.
O argumento de Tooley
O argumento qualificado
Se um indivíduo possui o direito à vida, então deseja continuar a existir enquanto sujeito de
uma vida mental ou desejaria continuar a existir caso:
a) não estivesse momentaneamente inconsciente ou
b) não estivesse psicologicamente perturbado.
Objecção ao argumento
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Capítulo 10
A INDUSTRIALIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL
Por exemplo: Será moralmente aceitável pôr termo ao desenvolvimento industrial dos
países pobres porque isso aumenta os níveis de poluição?
Numa ética antropocêntrica só os seres humanos têm valor intrínseco; isto é, só os nossos
interesses devem ser levados em consideração na deliberação de políticas ambientais.
Numa ética da vida senciente todos os seres sencientes possuem valor intrínseco; deve-
mos levar em consideração o bem-estar e interesses de todos os animais sencientes na de-
liberação de políticas ambientais.
De acordo com a ética da vida todos os seres vivos têm valor intrínseco; devemos levar em
consideração todos os seres vivos na deliberação de políticas ambientais.
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Capítulo 11
CLONAGEM HUMANA
A objecção das relações familiares: A clonagem humana não deve ser desenvolvida por-
que dará origem a relações familiares confusas.
A objecção da eugenia: A clonagem humana não deve ser desenvolvida porque dará ori-
gem à eugenia positiva, isto é, à selecção de indivíduos com características genéticas con-
sideradas desejáveis.
o Uma resposta à objecção: Não existe uma ligação forte entre a clonagem e a
eugenia positiva.
A objecção dos custos humanos: A clonagem humana não deve ser desenvolvida porque o
seu aperfeiçoamento levaria à destruição de vidas humanas e à concepção de crianças de-
ficientes.
o Uma resposta à objecção: Pode-se optar por clonar seres humanos apenas
quando, graças às experiências com animais, as técnicas de clonagem forem su-
ficientemente seguras.
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Capítulo 12
A FILOSOFIA E OS OUTROS SABERES
Que relação existe entre a filosofia e outros saberes ou actividades culturais, como a ci-
ência, a arte e a religião?
E qual o contributo de cada uma delas para a compreensão da realidade?
Há quem defenda que a realidade tanto pode ser encarada de uma perspectiva filosófica
como artística, científica ou religiosa e que a verdade depende da perspectiva que se tem.
Assim, para os filósofos a verdade seria uma coisa, para os cientistas outra diferente e o
mesmo se passaria em relação às artes e às religiões. Esta opinião é conhecida como pers-
pectivismo.
A primeira premissa diz-nos que filosofia, ciência, arte e religião são actividades cogniti-
vas, isto é, contribuem para o nosso conhecimento da realidade. Esta premissa é plausível.
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Capítulo 13
A FILOSOFIA NA CIDADE
A cidadania
Ser um cidadão é ser reconhecido como um membro integral e igual da sociedade, com o
direito de participar no processo político.
As pessoas que são governadas por ditaduras monárquicas ou militares são súbditos e não
cidadãos.
Na discussão pública, o cidadão virtuoso não visa a manipulação, mas a persuasão racional.
Se todos os cidadãos de uma democracia visarem a manipulação, a discussão racional será
substituída pela negociação: num debate não ganham as ideias e propostas mais razoáveis,
mas as ideias e propostas de quem tem maior poder negocial.
Teorias da cidadania
1. A teoria dos direitos sociais baseia-se na ideia de que a melhor maneira de estimular os
cidadãos a participar na vida pública é dar-lhes direitos, em particular direitos sociais.
2. A teoria dos mercados defende que são os mercados, com as suas regras de funcionamen-
to, e não os direitos sociais, que estimulam a cidadania activa.
3. A teoria da sociedade civil defende que é nas organizações voluntárias da sociedade civil
(as igrejas, as famílias, as associações étnicas, os grupos ecologistas, as organizações de
caridade, etc.) que o cidadão aprende a cultivar as virtudes fundamentais sem as quais a
cidadania activa não é possível.
4. A teoria liberal das virtudes defende que a escola é o lugar próprio para cultivar as virtu-
des fundamentais da cidadania.
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Capítulo 14
A FILOSOFIA E O SENTIDO
Uma finalidade última não tem outro fim que não ela mesma.
Uma finalidade instrumental é algo que se faz porque se tem em vista outra coisa.
Uma dada actividade tem sentido se, e só se, 1) tiver uma finalidade e se 2) essa finalidade
tiver valor.
Uma actividade tem sentido subjectivo se tiver sentido para a pessoa em causa.
Uma actividade tem sentido objectivo se tiver sentido sub specie aeternitates.
Uma actividade tem valor subjectivo se tiver valor para a pessoa em causa.
Uma actividade tem valor objectivo se tiver valor sub specie aeternitates.
Uma vida com sentido é uma vida que cultiva valores objectivos, como os valores éticos, esté-
ticos ou cognitivos. Assim, uma vida humana entregue a projectos que procurem acrescentar
valor ao mundo é uma vida com sentido; uma vida exclusivamente dedicada à sua própria
satisfação é destituída de sentido.
Finitude e temporalidade
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