Você está na página 1de 4

O que é a Filosofia?

A Filosofia surgiu na Grécia Antiga, por volta do século VI a.C.

Por que razão há Filosofia?


Porque há problemas filosóficos.

E que problemas são esses?


Alguns exemplos:
• Por que razão há isto tudo e não há nada?
• Poderá a vida humana ter sentido?
• Será que deus existe?
• O que é o conhecimento?
• O que é a verdade?
• O que é a felicidade?
• O que distingue uma ação correta de uma ação incorreta?
• O que deve ser uma sociedade justa?
• Os animais não humanos têm direitos?
• O que é um número?

- um problema é uma dificuldade que pretendemos ver resolvida.

Etimologia da palavra filosofia


philo + sophia = amor + sabedoria
amor à sabedoria

As questões filosóficas são básicas, conceptuais e não empíricas e controversas.


Básicas A sua resposta condiciona a resposta a questões mais específicas sobre o mesmo assunto.
Conceptuais Não são empíricas, ou seja, não podem adequadamente respondidas através da experiência, mas sim de
pensamento.
Controversas Existem desacordos persistentes e duradouros entre os especialistas acerca da melhor maneira de lhes
responder, existindo por isso diversas tentativas de resposta.

- empírico é o conhecimento ou alegado conhecimento obtido com recurso à experiência (observação, experimentação,…), isto é,
com recurso ao mundo.

Como é que podemos distinguir os problemas filosóficos dos problemas das ciências empíricas e da Matemática?
« A Filosofia é diferente da ciência e da Matemática. Ao contrário da ciência, não assenta em experimentações nem na observação,
mas apenas no pensamento, E, ao contrário da Matemática, não tem métodos formais de prova. A Filosofia faz-se colocando questões,
argumentando, ensaiando ideias e pensando em argumentos possíveis contra elas e procurando saber como funcionam realmente os
nossos conceitos.»

O que é a lógica?
A lógica é uma área do conhecimento que estuda as inferências, distinguindo aquelas que são corretas daquelas que são incorretas.
Esta estuda a correção ou incorreção das inferências e mais especificamente dos raciocínios e dos argumentos.

- uma inferência é uma operação em que se transforma uma quantidade de informação, noutra quantidade de informação. Ex.. 2x2=4

PROBLEMAS, TESES, ARGUMENTOS (PTA)

O que é um problema?
Um problema é uma dificuldade que, pelo menos em filosofia, deve ser expresso numa pergunta. Ex.: Será que Deus existe?

O que é uma tese?


Uma tese é uma resposta direta a um problema, expressa em frases declarativas com sentido. Ex.:
1. Deus existe.
2. Deus não existe.

- há frases declarativas absurdas ou sem sentido como esta: “As ideias verdes dormem furiosamente juntas”.

O que é um argumento?
Um argumento é um conjunto de proposições em que uma delas, a conclusão tenta ser defendida por outra/s (premissas). Ex.:
1. Se estou em Almada, então estou em Portugal.
2. Estou em Almada.
3. Logo, estou em Portugal. (conclusão/tese)

- premissas são afirmações que estão antes da conclusão.


- factos são itens que pertencem à realidade. Não são verdadeiros nem falsos. O que é verdadeiro ou falso são as afirmações que se
fazem relativamente a algo. Se digo que este livro é um pastel de nata, isso é falso porque não é o caso.

O que é uma proposição?


Uma proposição é o pensamento literalmente expresso por uma frase declarativa com sentido e que tem valor de verdade. É uma
entidade abstrata, isto é, não localizada no espaço e no tempo e expressa literalmente em frases declarativas com sentido.
Uma frase (qualquer uma) está localizada no espaço-tempo.

O que é o valor de verdade?


O valor de verdade é a verdade ou falsidade de uma proposição ou afirmação.

NEGAÇÃO DE PROPOSIÇÕES E TIPOS DE PROPOSIÇÕES


Há vários tipos de proposições. Distinguimos dois tipos de proposições:
• Proposições categóricas;
• Proposições formadas através do uso de conectivas ou operadores verofuncionais: não, e, ou, se, então, se e só se.
Para negarmos uma proposição temos que inverter o seu valor de verdade. Se uma proposição é verdadeira, a sua negação é falsa. E
se essa proposição é falsa, a sua negação é verdadeira. Ex.: se a proposição de que “Deus existe” é verdadeira, a sua negação “Deus
não existe” é falsa. O mesmo acontece se a proposição de que “Deus existe” for falsa, a sua negação “Deus não existe” vai ser
verdadeira.

QUADRADO DA OPOSIÇÃO COM PROPOSIÇÕES CATEGÓRICAS

FORMAS LÓGICAS
Tipo de proposição Conetiva Constante lógica
Negação não ¬
Conjunção e ˄
Disjunção inclusiva ou ˅
Disjunção exclusiva ou...ou ˅
Condicional se...então →
Bicondicional Se e só se ↔

Forma lógica:
• utiliza-se uma linguagem simbólica;
• recorre-se a símbolos (variáveis proposicionais e constantes lógicas) para formalizar as proposições;

Forma canónica:
• utiliza-se a linguagem natural;
• expressam-se as proposições de uma forma clara e explícita;

PROPOSIÇÕES COM VÁRIA CONETIVAS


Numa mesma proposição composta podem existir várias conetivas. O uso de parêntesis é necessário para indicar o âmbito das
conetivas. O âmbito de uma conetiva é o seu alcance, aquilo que numa forma proposicional é por ela afetado. Esta pode ter um
âmbito maior ou menor.
Vejamos então, o exemplo seguinte:
P →(¬Q˄R)
O âmbito da condicional está sublinhado: P →(¬Q˄R)
O âmbito da conjunção está sublinhado: ¬Q˄R
O âmbito da negação está sublinhado: ¬Q

CONDIÇÕES DE VERDADE E TABELAS DE VERDADE

- NEGAÇÃO: inverte o valor de verdade da proposição inicial. Se esta é verdadeira, a sua negação é falsa, e vice-versa.
P ¬P
V F
F V
- CONJUNÇÃO: só é verdadeira quando ambas as conjuntas são verdadeiras.
P Q P ˄ Q
V V V
V F F
F V F
F F F

- DISJUNÇÃO INCLUSIVA: só é falsa se ambas as disjuntas forem falsas.


P Q P ˅ Q
V V V
V F V
F V V
F F F

- DISJUNÇÃO EXCLUSIVA: é verdadeira quando as disjuntas têm valores de verdade diferentes e falsa se as disjuntas tiverem o
mesmo valor de verdade. Distingui-se da disjunção inclusiva porque exclui a possibilidade de ambas as disjuntas serem verdadeiras.
P Q P ˅ Q
V V F
V F V
F V V
F F F

- CONDICIONAL: só é falsa se a antecedente for verdadeira e a consequente falsa. Nas outras circunstâncias é verdadeira.
P Q P → Q
V V V
V F F
F V V
F F V

- BICONDICIONAL: é verdadeira quando as proposições componentes t~em valores de verdade iguais e falsa quando as
proposições componentes têm valores de verdade diferentes.
P Q (P→Q) ˄ (Q→P) P ↔ Q
V V V V V V
V F F F V F
F V V F F F
F F V V V V

O que é a validade?
A validade é uma propriedade das inferências e, nomeadamente dos argumentos. Segundo a qual é impossível se as premissas forem
verdadeiras e a conclusão ser falsa.
Indicadores de premissa Indicadores de conclusão
• Pois; • Logo;
• Porque; • Por isso;
• Dado que; • Portanto;
• Devido a; • Sendo assim;
• Uma vez que; • Consequentemente;
• Ja que; • Daí que;
• Visto que; • Como tal;
• Admitindo que; • Infere-se que;
• Pela razão de que; • Concluindo;

O que é um argumento sólido?


Um argumento sólido é aquele que é válido e que tem as premissas mesmo verdadeiras.

O que é um argumento cogente?


Um argumento cogente (a nível dos argumentos dedutivos) é válido, tem premissas verdadeiras e as premissas são mais evidentes do
que a conclusão.
Dito de outro modo, um argumento cogente é aquele que é sólido e tem premissas mais plausíveis do que a conclusão.
Plausível: evidente, aceitável, razoável, (provável)

Formas argumentativas válidas


Contraposição ¬¬P P
Modus Pones P→Q / P / Q
Modus Tollens P→Q / ¬Q / ¬P
Contraposição P→Q / ¬Q → ¬P
Silogismo Hipotético P→Q / Q→R / P→R
Silogismo Disjuntivo P ˅ Q / ¬P / Q ou P ˅ Q / ¬Q / P
Leis de De Morgan negação da disjunção ¬(P ˅ Q) / ¬P ˄ Q
negação da conjunção ¬ (P ˄ Q) / ¬P ˅ ¬Q

Exercício de aplicação:

Se o conhecimento fosse simplesmente uma crença, toda a crença seria conhecimento. (1º premissa)
Se toda a crença fosse conhecimento, os seres humanos não seriam falíveis. (2º premissa)
Os seres humanos são falíveis. (3º premissa)
Logo, o conhecimento não é simplesmente uma crença. (conclusão)

P: O conhecimento é simplesmente uma crença.


Q: Toda a crença é conhecimento.
R: Os seres humanos são falíveis.

P→Q / Q→¬R / R / ¬P

P Q R P → Q Q → ¬R R ¬P
V V V V F V F
V V F V V F F
V F V F V V F
V F V F V F F
F V V V F V V
F V F V V F V
F F V V V V V
F F F V V F V circunstância válida

R: O argumento é válido, pois não há qualquer circunstância em que as premissas sejam verdadeiras e a conclusão falsa (linha 7 no
inspetor de circunstâncias), o que está de acordo com a definição de verdade.

Você também pode gostar