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Teses e teorias filosóficas

Teses/teorias filosóficas: respostas da filosofia de onde resultam as teorias da articulação


coerente de 2 ou mais teses. Só por si, as teses nada valem, sem razões ou argumentos que a
sustentem, não passando de meras opiniões superficiais e voláteis.
Argumento: raciocínio que se utiliza quando se pretende persuadir ou convencer alguém a
respeito de algo.
Ex: As estrelas têm luz própria
O sol é uma estrela
Conclusão: O sol tem luz própria- Argumento.
As teorias/argumentos não devem ser tomadas como verdades absolutas e indiscutíveis, pelo
contrário, devem ser permanentemente submetidos ao confronto de ideias, ou seja, á analise, à
discussão e à critica.

Proposições
Frase- sequência de palavras. Bhasuhcgugdycuwgcyuvxahbcjhwgdbyhuvbbdhxhueunsghdhbb
Proposição- junção de pensamentos.
Proposições: diz-se que proposições são “frases” declarativas, com valor de verdade, mas na
verdade, são meros pensamentos expressos por elas. (Frases ≠Proposições). As “frases”
declarativas são as únicas que se podem dizer proposições, porque são as únicas frases que
negam ou afirmam alguma coisa do sujeito e por isso podem ser vistas do ponto de vista de
verdadeiro ou falso.
1. Todos os homens são mortais. -Termo maior: predicado da conclusão
2. David é um homem. – Termo médio: termo que se repete nas proposições e não entra na
conclusão. 1.Proposição maior
3. Logo David é mortal. – Termo menor: sujeito da conclusão. 2.Proposição menor
3.Conclusão
Cão – Termo/ conceito -> Não pode ser verdadeiro nem falso.
Snoopy é cão – Proposição/ juízo; Apresenta 2 conceitos: “Snoopy” e “cão”. -> Pode ser visto
como verdadeiro ou falso.
Proposição + Proposição = Termos de raciocínio (juízo)

Todos os cães ladram. Argumentos/ Raciocínio


Snoopy é cão. Pode ser visto como válido ou inválido.
Logo, Snoopy ladra.

Argumentos
Os argumentos são constituídos por proposições simples ou compostas:
➢ Proposições simples: expressam uma só ideia, não se decompõem. Ex: O David é
mortal.
➢ Proposições compostas: (à exceção das negativas) são compostas por 2 ou mais
proposições simples ligadas por conetivas. Ex: O David é mortal e aluno da ESV.

A ligação de proposições simples para originar proposições compostas, faz-se através da


utilização de palavras ou expressões, como:
➢ Não (negação): ¬
➢ E (conjunção): ^
➢ Ou (disjunção inclusiva): V
➢ Ou … Ou (disjunção exclusiva): V
➢ Se… então (condicional): →
➢ Se… só se (bicondicional): ↔

Variáveis proporcionais: letras (P, Q, R, S) que representam e estão em lugar de proposições


simples. (Exemplo de dicionário)
Ex: O David é mortal –> P
David é aluno da ESV –> Q
Logo, o David é mortal e aluno da ESV. –> P ^ Q

Lógica Formal
Argumentos Dedutivos: a conclusão segue-se necessariamente das premissas, se estas forem
verdadeiras a conclusão também será.
➢ Argumento dedutivo válido: premissas verdadeiras e conclusão verdadeira. (VVV)
➢ Argumento dedutivo inválido (falácias): premissas verdadeiras e conclusão falsa. ( VVF)

Âmbito das conectivas


As conetivas proposicionais têm um âmbito que consiste na parte da fórmula sobre a qual as
conetivas operam ou se aplicam.
As conetivas podem ter maior ou menor âmbito. A conetiva com maior âmbito é a que se
aplica a toda a proposição.
Parêntesis: quando uma proposição composta utiliza mais do que uma conetiva é preciso
indicar o âmbito de cada uma delas. Em linguagem proposicional usamos parêntesis para evitar
ambiguidades e para sabermos qual é a conetiva com maior âmbito.
Assim, na proposição composta “P ^ (Q R)”, o parêntesis indica que:
A conjunção “^” se aplica à proposição simples “P” e à proposição composta “Q → R”;
A condicional se aplica a “Q” e “R”.

Tabelas de verdade
Uma tabela de verdade é um dispositivo gráfico que permite determinar as condições ou
circunstâncias em que uma certa forma proposicional é verdadeira ou falsa.
Na coluna da esquerda da tabela são apresentadas as circunstâncias possíveis em que uma
proposição pode ser verdadeira ou falsa.

Como construir uma tabela?


As linhas das tabelas de verdade variam consoante o número de variáveis proposicionais de
acordo com a fórmula 2n (em que n representa o número de variáveis). Assim, se n=1, ficamos
com duas linhas; se n=2, ficamos com 4 linhas (2x2); se n=3, então ficamos com 8 linhas (2x2x2);
se n=4, ficamos com 16 linhas (2x2x2x2); e assim sucessivamente.
Para obteres cada combinação de valores de verdade começa na última letra da variável,
alternando com “V” e “F” quantas vezes forem necessárias. Depois, na penúltima variável,
alterna “V” e “F” em grupos de dois; seguidamente, para a antepenúltima, em grupos de 4 e
assim por diante até completares as combinações de valores de verdade das variáveis.

Condições de verdade
Negação
P ¬P
A negação inverte o valor de verdade da proposição inicial, ou
V F
seja, se esta é verdadeira, a sua negação é falsa, e vice-versa.
F V

Conjunção
P Q P^Q
V V V A conjunção só é verdadeira quando as
V F F duas proposições são verdadeiras.
F V F
F F F

Disjunção inclusiva
P Q PVQ
V V V A disjunção inclusiva só é falsa quando as duas proposições
V F V componentes são falsas OU é verdadeira desde que uma
F V V das proposições seja verdadeira.
F F F

Disjunção exclusiva
P Q PVQ
V V F A disjunção exclusiva é verdadeira se, e só se, apenas uma das
V F V proposições for verdadeira (ou é falsa quando as duas
F V V proposições têm o mesmo valor de verdade).
F F F

Condicional

Uma condicional só é falsa quando a antecedente (a que vem


antes de → ) é verdadeira e a consequente (a que vem depois
P Q P→Q
V V V
V F F
F V V
F F V

Bicondicional
P Q P↔Q
V V V
Uma bicondicional só é verdadeira quando ambas as
V F F
proposições têm o mesmo valor de verdade.
F V F
F F V

As tabelas de verdade indicam o valor de verdade de uma proposição complexa na qual ocorre
uma conetiva.
Caso, numa proposição complexa, ocorra mais do que uma conetiva, para sabermos o seu valor
de verdade, temos de fazer cálculos, aplicando sucessivamente as tabelas de verdade.

Exemplo:
Se Portugal joga contra Espanha no campeonato do mundo de futebol, então os adeptos
espanhóis não apoiam os jogadores portugueses.
Dicionário:
P: Portugal joga contra Espanha no campeonato do mundo de futebol.
Q: Os adeptos espanhóis apoiam os jogadores portugueses.
Formalização:
P → ¬Q

Qual é o valor de verdade da proposição que é uma condicional?


Comecemos por construir a tabela de verdade:

P Q P→¬Q
V V
V F
F V
F F

O cálculo é feito da conetiva de menor âmbito para a conetiva de maior âmbito.


Neste caso, a conetiva de maior abrangência é a condicional (liga P a ¬Q) e a conetiva de menor
abrangência é a negação (incide apenas em Q).
Por isso, começamos por calcular ¬Q.

Q ¬Q
V F
F V
Depois de ¬Q, calculamos P → ¬Q. Nesse cálculo, vamos considerar os valores de verdade de P
(antecedente) e de ¬Q (consequente).
P Q P→Q
V V V
V F F
F V V
F F V

P Q P → ¬
Q
V V V F F
V F V V V
F V F V F
F F F V V

Terminado o cálculo do valor de verdade de P → ¬ Q, os resultados do cálculo intermédio de ¬ Q


deixam de ser relevantes.
Sabemos agora em que condições P → ¬Q é verdadeira e em que condições P → ¬Q é falsa.

P Q P→ ¬Q
V V F
V F V
F V V
F F V

Interpretação da tabela:
P → ¬ Q é falsa apenas quando P e Q são verdadeiras.
P → ¬ Q é verdadeira quando P é verdadeira e Q é falsa, quando P é falsa e Q é verdadeira e
quando P
e Q são falsas.

Recordemos a proposição complexa cujo valor de verdade calculámos:


«Se Portugal joga contra Espanha no campeonato do mundo de futebol, então os adeptos
espanhóis não apoiam os jogadores portugueses.»
A proposição complexa é falsa apenas quando «Portugal joga contra Espanha no campeonato
do mundo de futebol» e «Os adeptos espanhóis apoiam os jogadores portugueses» são
verdadeiras.

Aplicação das tabelas de verdade na validação de formas argumentativas


Vamos agora aprender a testar a validade das formas argumentativas aplicando as tabelas de
verdade.
O teste da validade é feito em quatro etapas:
1. TRADUÇÃO DO ARGUMENTO
2. CONSTRUÇÃO DA TABELA DE VERDADE
3. CÁLCULO DOS VALORES DE VERDADE
4. INTERPRETAÇÃO DA TABELA DE VERDADE
1º etapa - TRADUÇÃO DO ARGUMENTO
Para testar a validade de um argumento recorrendo às tabelas de verdade, começa-se por
traduzir o argumento da linguagem natural para a linguagem da lógica proposicional (obtendo
a forma argumentativa correspondente). Consideremos o seguinte exemplo:
Premissa: Se Deus existe, então não há mal no mundo.
Premissa: Há mal no mundo.
Conclusão: Logo, Deus não existe.
Dicionário:
P: Deus existe.
Q: Há mal no mundo.
Forma lógica de cada uma das proposições do argumento:
P → ¬Q
Q
∴ ¬P

2º CONSTRUÇÃO DA TABELA DE VERDADE


O que fazemos agora é uma sequência de tabelas de verdade, a que se chama também
inspetor de circunstâncias, onde consta, em cada uma:

P Q P → ¬Q Q ∴ ¬P
V V
V F
F V
F F

3º Cálculo dos valores de verdade:


Faz-se o cálculo dos valores de verdade das premissas e da conclusão (as proposições que
formam o argumento), tendo presentes os valores de verdade atribuídos às proposições
simples e as tabelas de verdade.
O cálculo é feito da conetiva de menor âmbito para a conetiva de maior âmbito.

Passo 1: cálculo de ¬Q (conetiva de menor âmbito)

P Q P → ¬Q Q ∴ ¬P
V V F
V F V
F V F
F F V

Passo 2: cálculo de P → ¬Q

P Q P → ¬Q Q ∴ ¬P
V V F F
V F V V
F V V F
F F V V
Passo 3: cálculo de Q
No caso de Q, não são necessários cálculos, bastando copiar os valores de verdade
da proposição simples

P Q P → ¬Q Q ∴ ¬P
V V F F V
V F V V F
F V V F V
F F V V F

Passo 4: cálculo de ¬P

P Q P → ¬Q Q ∴ ¬P
V V F F V F
V F V V F F
F V V F V V
F F V V F F

Argumento válido (recordar)


Num argumento válido: a conclusão não pode ser falsa, se todas as premissas forem
verdadeiras; a conclusão tem de ser verdadeira, se todas as premissas forem verdadeiras.

4º INTERPRETAÇÃO DA TABELA DE VERDADE


Por fim, verifica-se a tabela, considerando a seguinte questão:
«Há alguma circunstância em que as premissas sejam todas verdadeiras e a conclusão seja
falsa?» Se não houver, o argumento é válido. Se houver, o argumento é inválido.
Um inspetor de circunstâncias vai inspecionar as condições de verdade de um dado
argumento dedutivo.

P Q P → ¬Q Q ∴ ¬P
V V F F V F 1º circunstância
V F V V F F 2º circunstância
F V V F V V 3º circunstância
F F V V F F 4º circunstância

O argumento é válido, pois não existe nenhum caso de premissas todas verdadeiras e conclusão
falsa, ou seja, sempre que as premissas são todas verdadeiras, a conclusão também é
verdadeira.

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