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AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE MANGUALDE

ESCOLA SECUNDÁRIA DRª FELISMINA ALCÂNTARA

RACIONALIDADE ARGUMENTATIVA
DA FILOSOFIA E A DIMENSÃO
DISCURSIVA DO TRABALHO
FILOSÓFICO

Professora:
Raquel Henriques
FORMAS DE INFERÊNCIA VÁLIDA
- LÓGICA PROPOSICIONAL
Lógica proposicional

 Estuda os argumentos cuja validade depende


unicamente da forma como as proposições são
modificadas por conectivas ou operadores
verofuncionais como “não”; “e”; “ou”; “ou, ou”;
“se, então”; “ se e somente se.”
PROPOSIÇÕES

Simples Complexas

- Não têm nenhuma - São formadas por 2 ou +


conectiva. proposições simples
relacionadas por conectivas.

Ex.
A Maria é ruiva. Ex.
O Pedro é moreno. A Maria é ruiva e o Pedro é moreno.

 Das muitas maneiras de ligar proposições por meio de


conectivas, aquelas que ocorrem com mais frequência são:
CONECTIVAS PROPOSICIONAIS

Designação Símbolo Leitura


Negação ~ “Não”
Conjunção “e”
Disjunção inclusiva V “ou”

Disjunção exclusiva W “ou, …ou”

Condicionalização
“Se…então”
ou Implicação
Bicondicionalização
“Se e somente se”
ou Equivalência
DICIONÁRIO OU INTERPRETAÇÃO

 A lógica proposicional recorre a uma linguagem simbólica


para representar as proposições.

 Assim, usaremos letras ou variáveis proposicionais para


representar proposições específicas (P, Q, R, S, T,...).

Ex: A Maria é ruiva e o Pedro é moreno.

P: A Maria é ruiva. Dicionário ou


Q: O Pedro é moreno. interpretação

Fórmula/
𝑷 ⋀𝑸 Formalização
Exercício:

Formalize a seguinte proposição:

Hoje está a chover ou hoje está sol.

1º Elaborar o dicionário:
P: Hoje está a chover.
Q: Hoje está sol.

2º Identificar a conectiva:
V

3º Formalizar:
APLICAR TABELAS DE VERDADE NA
DETERMINAÇÃO DO VALOR DE VERDADE DE
PROPOSIÇÕES COMPLEXAS

 As tabelas de verdade indicam o valor de verdade de uma


proposição complexa na qual ocorre uma conectiva.

 Para aplicar tabelas de verdade é necessário formalizar


sempre a proposição.

 Vejamos as tabelas de verdade das cinco conectivas


proposicionais: negação, conjunção, disjunção (inclusiva e
exclusiva), condicional e bicondicional.
NEGAÇÃO
 Tem o valor de verdade oposto ao da frase inicial.

 Representa-se por e significa:


- Não é…
- Não é verdade que…
- É falso que…

 É a única conectiva que não liga nenhuma proposição.

REGRA DA NEGAÇAO: P ~P
A negação ~P é falsa quando P é V F
verdadeira, e é verdadeira quando P é falsa. F V
Imaginemos a seguinte proposição:

O verão é a estação mais quente do ano.

P: O verão é a estação mais quente do ano.

~P: O verão não é a estação mais quente do ano.

Em que condições a fórmula ~P é verdadeira e em que


condições é falsa?

P ~P
V F
F V
CONJUNÇÃO

 É uma proposição composta por duas simples unidas


por “e” (ou “mas”; “apesar de”...)

 O “e” representa-se por

 Fórmula:
P Q
REGRA DA CONJUNÇAO: V V V
A conjunção P ˄ Q só é V F F
verdadeira quando P e Q são F V F
verdadeiras.
F F F
Imaginemos a seguinte proposição:

Hoje está sol e a temperatura está amena.

P: Hoje está sol.


Q: A temperatura está amena.
𝑭𝒐𝒓𝒎𝒂𝒍𝒊𝒛𝒂 çã𝒐 : 𝑷 ∧𝑸
Unidas pela conectiva .

Em que condição é que a conjunção P Q


é verdadeira? V V V
V F F
F V F
Se hoje está sol for verdadeira e a
F F F
temperatura está amena também.
DISJUNÇÃO INCLUSIVA

 É composta por proposições que traduzem alternativas


que não se excluem e estão unidas por “ou”.

 O “ou” representa-se por

 Fórmula:
P Q
V V V
REGRA DA DISJUNÇAO
INCLUSIVA: V F V
A disjunção inclusiva P ˅ Q só é falsa F V V
quando P e Q são falsas. F F F
Imaginemos a seguinte proposição:

O João é médico ou professor.

P: O João é médico.
Q: O João é professor.
𝑭𝒐𝒓𝒎𝒂𝒍𝒊𝒛𝒂 çã𝒐 :𝐏∨ 𝐐
Unidas pela conectiva .

Em que condição é que a disjunção P Q


inclusiva é falsa? V V V
V F V
F V V
Quando ambas as proposições o
F F F
forem.
DISJUNÇÃO EXCLUSIVA
 É composta por proposições que traduzem alternativas
que se excluem e estão unidas por “ou,… ou”.

 O “ou,… ou” representa-se por

 Fórmula:

P Q
REGRA DA DISJUNÇAO V V F
EXCLUSIVA:
V F V
A disjunção exclusiva P W Q é
falsa quando P e Q têm o mesmo F V V
valor de verdade. F F F
Imaginemos a seguinte proposição:

Ou o João é médico ou é professor.

P: O João é médico.
Q: O João é professor.
𝑭𝒐𝒓𝒎𝒂𝒍𝒊𝒛𝒂 çã𝒐 :𝐏 𝐖 𝐐
Unidas pela conectiva .

Em que condição é que a disjunção P Q


exclusiva é verdadeira? V V F
V F V
F V V
Quando uma das proposições for
F F F
verdadeira e a outra falsa.
CONDICIONAL OU IMPLICAÇÃO
 É composta por duas proposições, em que a primeira é
o antecedente e a segunda o consequente.

 Apresenta a expressão “se… então”.

 O “se…então” representa-se por

 Fórmula:
P Q
V V V
REGRA DA CONDICIONAL:
V F F
A condicional P → Q só é falsa
quando a antecedente P é verdadeira F V V
e a consequente Q é Falsa. F F V
Imaginemos a seguinte proposição:

Se o João estuda duas horas por dia, então é bom aluno.

P: O João estuda duas horas por dia.


Q: O João é bom aluno. 𝑭𝒐𝒓𝒎𝒂𝒍𝒊𝒛𝒂 çã𝒐 :𝐏→𝐐
Unidas pela conectiva .

Em que condição é que a implicação P Q


é falsa? V V V
V F F
F V V
Quando a proposição antecedente
F F V
for verdadeira e a proposição
consequente for falsa.
BICONDICIONAL OU EQUIVALÊNCIA
 É composta por proposições que se equivalem.

 Apresenta a expressão “se e somente se”.

 O “se e somente se” representa-se por

 Fórmula:
P Q
V V V
REGRA DA BICONDICIONAL:
A bicondicional é verdadeira quando
V F F
P e Q têm o mesmo valor de verdade. F V F
F F V
Imaginemos a seguinte proposição:

As ruas estão molhadas se e somente se chove.

P: As ruas estão molhadas.


Q: Chove. 𝑭𝒐𝒓𝒎𝒂𝒍𝒊𝒛𝒂 çã𝒐: 𝑷 ⟷𝑸
Unidas pela conectiva .

Em que condição é que a P Q


equivalência é verdadeira? V V V
V F F
F V F
Quando ambas as proposições F F V
forem verdadeiras ou falsas.
PARÊNTESES E DOMINÂNCIA

 A linguagem proposicional tem a vantagem de permitir


representar proposições bastante mais complexas.

 Apenas é preciso recorrer aos parênteses para


representar adequadamente proposições com duas ou
mais conectivas.

 Ex: "A arte tem valor se e só se emocionar e não for feia”.


- Formalização: .

 Os parênteses evitam ambiguidades e indicam qual o


âmbito (ou alcance) da conectiva.
 As conectivas possuem diferentes âmbitos de ocorrência:
certas conectivas são dominantes, outras estão
subordinadas.

 A conectiva principal, ou seja, aquelas a que todas as


demais estão subordinadas, determinam o carácter da
fórmula.

Ordem decrescente de dominância das conectivas


Dominância máxima  Bicondicional
(maior âmbito) Condicional

w Disjunção exclusiva
 Disjunção inclusiva
 Conjunção
Dominância mínima
(menor âmbito) ~ Negação
TABELAS DE VERDADE E AVALIAÇÃO DE
PROPOSIÇÕES

 As tabelas de verdade indicam o valor de verdade de


uma proposição complexa na qual ocorre uma
conectiva.

 Caso, numa proposição complexa, ocorra mais do que


uma conectiva, para sabermos o seu valor de verdade,
temos de fazer cálculos, aplicando sucessivamente as
tabelas de verdade.

 Há um padrão fixo para elaborar as tabelas de verdade.


TABELAS DE VERDADE E AVALIAÇÃO DE
PROPOSIÇÕES - APLICAÇÃO

1º - Identificar as variáveis proposicionais intervenientes (P,


Q, R, etc.).

2º - Determinar o número de combinações possíveis.

Fórmula para 2 = valores de


determinar o verdade (V/F)
número de
combinações. n = nº de variáveis
proposicionais.
 Consideremos o seguinte exemplo:

Se Portugal joga contra Espanha no campeonato do mundo de


futebol, então os adeptos espanhóis não apoiam os jogadores
portugueses.

 Dicionário:
P: Portugal joga contra Espanha no campeonato do mundo de futebol.
Q: Os adeptos espanhóis apoiam os jogadores portugueses.
~Q: Os adeptos espanhóis não apoiam os jogadores portugueses.

 Formalização:

 Combinações possíveis: 4 (4 linhas)


3º identificar as conetivas de maior e menor abrangência.

 O cálculo é feito da conectiva de


menor abrangência para a
conectiva de maior abrangência
(ou dominante). P Q ~Q

 Neste caso, a conectiva de maior V V F ?


abrangência é a condicional (liga V F V ?
P a ~Q) e a conectiva de menor
abrangência é a negação (incide F V F ?
apenas em Q). F F V ?

 Por isso, começamos por calcular


~Q.
 Depois de ~Q, calculamos P → ~Q. P Q ~Q
Nesse cálculo, vamos considerar
os valores de verdade de P e de V V F F
~Q .
V F V V
 Sabemos agora em que condições F V F V
P → ~Q é verdadeira e em que
F F V V
condições P → ~Q é falsa.

 P → ~Q é verdadeira quando P é verdadeira e Q é falsa,


quando P é falsa e Q é verdadeira e quando P e Q são
falsas.

 P → ~Q é falsa apenas quando P e Q são verdadeiras.


 Recordemos a proposição complexa cujo valor de
verdade calculámos:

Se Portugal joga contra Espanha no campeonato do


mundo de futebol, então os adeptos espanhóis não
apoiam os jogadores portugueses.

 A proposição complexa é P Q ~Q
falsa apenas quando
«Portugal joga contra V V F F
Espanha no campeonato do V F V V
mundo de futebol» e «Os
adeptos espanhóis apoiam F V F V
os jogadores portugueses» é F F V V
verdadeira.
 Ex: "A arte tem valor se e só se emocionar e não for feia”.

 Dicionário:
P Q R ~R
P: A arte tem valor.
V V V F F F
Q: a arte emociona. V F V F F F
R: A arte é feia. F V V F F V
~R: A arte não é feia. F F V F F V
V V F V V V
 Formalização: . V F F V F F
F V F V V F
 Combinações F F F V F V
possíveis: 8
TAUTOLOGIA, CONTRADIÇÃO, CONTINGÊNCIA
 Através das tabelas de verdade conseguimos verificar se
uma dada proposição complexa é uma tautologia, uma
contradição ou uma contingência.

TAUTOLOGIA CONTRADIÇÃO CONTINGÊNCIA


Uma fórmula é Uma fórmula é Uma fórmula é uma
tautológica uma contradição contingência quando
quando for quando for falsa for verdadeira em, pelo
verdadeira em em todas as menos, uma
todas as circunstâncias. circunstância e
circunstâncias. simultaneamente falsa
em, pelo menos, uma
circunstância.
APLICAR TABELAS DE VERDADE NA
VALIDAÇÃO DE FORMAS ARGUMENTATIVAS

 Outra aplicação importante das tabelas de verdade é


determinar a validade dos argumentos.

 Num argumento válido:


 se todas as premissas forem verdadeiras, a conclusão
não pode ser falsa.
 a conclusão tem de ser verdadeira, se todas as
premissas forem verdadeiras.
COMO SE TESTA A VALIDADE DE UM ARGUMENTO
RECORRENDO ÀS TABELAS DE VERDADE OU INSPETOR
DE CIRCUNSTÂNCIAS?

 O teste da validade é feito em quatro etapas:

1. TRADUÇÃO DO ARGUMENTO

 Começa-se por traduzir o argumento da linguagem


natural para a linguagem da Lógica proposicional
(obtendo a forma argumentativa correspondente).
2. CONSTRUÇÃO DA TABELA DE VERDADE

 Seguidamente, constrói-se uma tabela de verdade da


qual constam:

a) proposições simples que ocorrem no argumento e


todos os valores de verdade que tais proposições
podem tomar (ou seja, as circunstâncias
possíveis);

b) premissas do argumento (ou a premissa, caso seja


um argumento com uma única premissa);

c) a conclusão do argumento.
3. CÁLCULO DOS VALORES DE VERDADE

 Faz-se o cálculo dos valores de verdade das premissas e


da conclusão (as proposições que formam o argumento),
tendo presentes os valores de verdade atribuídos às
proposições simples e as tabelas de verdade.

4. INTERPRETAÇÃO DA TABELA DE VERDADE

 Por fim, verifica-se a tabela, considerando a seguinte questão:


 «Há alguma circunstância em que as premissas sejam todas
verdadeiras e a conclusão seja falsa?»
Se não houver, o argumento é válido.
Se houver, o argumento é inválido.
 Consideremos o seguinte exemplo:

Se Portugal jogar contra Espanha no campeonato do mundo de futebol, então


os adeptos espanhóis não apoiam os jogadores portugueses.
Portugal joga contra Espanha no campeonato do mundo de futebol.
Logo, os adeptos espanhóis não apoiam os jogadores portugueses.

Tradução do argumento:
P – Portugal joga contra Espanha no campeonato do mundo de futebol.
Q – Os adeptos espanhóis apoiam os jogadores portugueses.
~Q - Os adeptos espanhóis não apoiam os jogadores portugueses.

P → ~Q
P P → ~Q, P ∴~Q
∴~Q
 Construção da tabela de verdade:
P → ~Q
P
∴~Q Proposições
simples que Conclusão
ocorrem no do
argumento Premissas do argumento argumento

P Q ~Q P
V V
Valores de
verdade V F
das
proposições
simples que F V
ocorrem no
argumento F F
 Cálculo dos valores de verdade:
 PASSO 1
Premissa 1
Cálculo de ~Q

P Q ~Q P
V V F

V F V

F V F

F F V
 Cálculodos valores de verdade:
PASSO 2
Premissa 1
Cálculo de P → ~Q

P Q ~Q P
V V F F

V F V V

F V F V

F F V V
 Cálculo dos valores de verdade:
PASSO 3
Premissa 2
Cálculo de P
No caso de P, não são necessários cálculos, bastando
copiar os valores de verdade da proposição simples.

P Q ~Q P
V V F F V
V F V V V
F V F V F
F F V V F
 Cálculo dos valores de verdade:
PASSO 4
Conclusão
Cálculo de ~Q
P Q ~Q P
V V F F V F

V F V V V V

F V F V F F

F F V V F V

«Há alguma circunstância em que as premissas sejam


todas verdadeiras e a conclusão seja falsa?»
 Interpretação da tabela de verdade:

Há um único P Q ~Q P
caso em que as
premissas são V V F F V F
todas
verdadeiras e a
V F V V V V
conclusão F V F V F F
também é
verdadeira. F F V V F V

• O argumento é válido, pois não existe nenhum caso de


premissas todas verdadeiras e conclusão falsa, ou seja,
sempre que as premissas são todas verdadeiras, a
conclusão também é verdadeira.
FORMAS DE INFERÊNCIA VÁLIDA E PRINCIPAIS
FALÁCIAS FORMAIS
 Há muitos casos em que podemos dispensar o uso
de tabelas de verdade ou do inspetor de
circunstâncias para avaliar a validade dos
argumentos, porque há formas de inferência válida
muito comuns e que são facilmente reconhecíveis.

 São consideradas regras de inferência válida.


MODUS PONENS OU AFIRMAÇÃO DO ANTECEDENTE

 Se o antecedente de uma proposição condicional


for verdadeiro, o consequente terá que ser
necessariamente verdadeiro.

EXEMPLO ESQUEMA TRADUÇÃO SIMBÓLICA


Se está sol, vou à praia. PQ PQ, PQ
Está sol. P
Logo, vou à praia. Q

O argumento é válido.
FALÁCIA DO MODUS PONENS OU FALÁCIA DA
AFIRMAÇÃO DO CONSEQUENTE

EXEMPLO ESQUEMA TRADUÇÃO SIMBÓLICA


Se está sol, vou à praia. PQ PQ, QP
Vou à praia. Q
Logo, está sol. P

O argumento é inválido. Comete-se a falácia do modus


ponens ou da afirmação do consequente.
MODUS TOLLENS OU NEGAÇÃO DA CONSEQUENTE

 Se o consequente de uma proposição


condicional for falso, o antecedente terá que ser
necessariamente falso.

EXEMPLO ESQUEMA TRADUÇÃO SIMBÓLICA


Se está sol, vou à praia. PQ PQ, ~Q~P
Não vou à praia. ~Q
Logo, não está sol ~P

O argumento é válido.
FALÁCIA DO MODUS TOLLENS OU FALÁCIA DA
NEGAÇÃO DO ANTECEDENTE

EXEMPLO ESQUEMA TRADUÇÃO SIMBÓLICA


Se está sol, vou à praia. PQ PQ, ~P~Q
Não está sol. ~P
Logo, não vou à praia. ~Q

O argumento é inválido. Comete-se a falácia do modus


tollens ou da negação do antecedente.
DUPLA NEGAÇÃO

 Se negarmos uma proposição negativa ela torna-se


afirmativa.

EXEMPLO ESQUEMA TRADUÇÃO SIMBÓLICA


Não é verdade que João ~(~P) ~(~P)P
não estuda. P
Logo, o João estuda.
CONTRAPOSIÇÃO

EXEMPLO ESQUEMA TRADUÇÃO SIMBÓLICA


Se canto, sou feliz. PQ (PQ)(~Q~P)
Logo, se não sou feliz, ~Q~P
não canto.
Ao mesmo tempo:
Se não sou feliz, não ~Q~P (~Q~P)(PQ)
canto. PQ
Logo, se canto, sou
feliz.
SILOGISMO DISJUNTIVO

EXEMPLO ESQUEMA TRADUÇÃO SIMBÓLICA


Penso ou sinto. PQ [(PQ) ~P]Q
Não Penso. ~P
Logo, sinto. Q

EXEMPLO ESQUEMA TRADUÇÃO SIMBÓLICA


Penso ou sinto. PQ [(PQ) ~Q]P
Não sinto. ~Q
Logo, penso. P
SILOGISMO HIPOTÉTICO
 Se uma proposição implica uma segunda e esta,
por sua vez, implica uma terceira, então a primeira
implica igualmente a terceira.
EXEMPLO ESQUEMA TRADUÇÃO SIMBÓLICA
Se viajo, então aprendo PQ [(PQ) 
coisas novas. QR (QR)](PR)
Se aprendo coisas novas,
então torno-me melhor PR
pessoa.
Logo, se viajo, então
torno-me melhor pessoa.
LEIS DE DE MORGAN

EXEMPLO ESQUEMA TRADUÇÃO SIMBÓLICA


Não é verdade que ~(PQ) ~(PQ)(~P~Q)
canto e escrevo. ~P~Q
Logo, não canto
ou não escrevo.

EXEMPLO ESQUEMA TRADUÇÃO SIMBÓLICA


Não é verdade que ~(PQ) ~(PQ)(~P~Q)
há sol ou chuva. ~P~Q
Logo, Não há sol e
não há chuva.
BIBLIOGRAFIA

 A. Almeida, Racionalidade argumentativa da Filosofia e a dimensão


discursiva do trabalho filosófico – Noções elementares de lógica
para a disciplina de Filosofia, Documento elaborado no âmbito da
definição das Aprendizagens essenciais, APF e SPF, 2017 (in
http://apfilosofia.org/wpcontent/uploads/2017/10/AELO%CC
%81GICA_V_15.10.2017.pdf

 Aplicar tabelas de verdade na validação de formas argumentativas


in Racionalidade argumentativa da Filosofia e dimensão discursiva
do trabalho filosófico, por Professores de Filosofia do Agrupamento
de Escolas de Cascais, julho, 2018
CONSIDEREMOS AGORA O SEGUINTE EXEMPLO:
 Se a Itália não é apurada para o campeonato do mundo de
futebol, então o público presente na Rússia não pode contemplar
belas defesas de Gianluigi Buffon.
O público presente na Rússia não pode contemplar belas
defesas de Gianluigi Buffon.
Logo, a Itália não é apurada para o campeonato do mundo de
futebol .

 Tradução do argumento:
P – A Itália é apurada para o campeonato do mundo de futebol.
Q – O público presente na Rússia pode contemplar belas defesas
de Gianluigi Buffon.
~P →~Q
~Q ~P~Q, ~Q ~P
∴ ~P
 ~P →~Q
~Q
∴ ~P

P Q ~P ~Q ~Q ~P
V V F F V F F

V F F V V V F

F V V F F F V

F F V V V V V
Interpretação da tabela de verdade:

Existe um caso em que as premissas são todas verdadeiras


e a conclusão é falsa.
Temos duas circunstâncias em que duas premissas são
verdadeiras. Contudo, numa delas a conclusão é falsa.
Logo, a forma argumentativa é inválida.
Basta haver uma circunstância em que as premissas são
verdadeiras e a conclusão falsa para que o argumento seja
inválido.

O argumento é inválido, pois existe (pelo menos) um caso


em que as premissas são todas verdadeiras e a conclusão
é falsa (quando P é verdadeira e Q é falsa)-

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