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Eutanásia é o ato intencional de proporcionar a alguém uma morte indolor para aliviar o
sofrimento causado por uma doença incurável ou dolorosa. Geralmente a eutanásia é
realizada por um profissional de saúde mediante pedido expresso da pessoa doente.
1. A favor
Liberdade pessoal: Este é o principal argumento a favor da legalização da eutanásia. Todas as
pessoas são conscientes e livres para tomar decisões, devem ter o direito a escolher quando
quer morrer. É por isso que em muitos países existe um chamado testamento vital
(documento que manifesta, antecipadamente, a vontade consciente, livre de um utente, sobre
quais os cuidados de saúde que deseja receber ou não, caso não seja capaz de expressar a sua
vontade pessoal e autonomamente), que detalha as preferências do signatário/ testamento
vital em relação às ações que ele deseja tomar em caso de doença grave.
Contra
O designado “direito de morrer de forma digna” é uma expressão mal formulada que gera
equívocos pois, por um lado, a morte não se constitui como direito, muito pelo contrário: o
direito que é consagrado na nossa constituição é o direito à vida; por outro lado, não existem
morte mais dignas do que outras, mas a sua necessidade e circunstâncias. É no apoio
fornecido em vida que se pode conferir dignidade ao percurso que um paciente percorre até à
sua morte, direito que se pode deduzir da leitura da nossa constituição, e relativamente ao
qual o estado, em muitos casos, tem vindo a falhar de forma deplorável.
2. A favor
Direito de participar de decisões médicas: Todos os seres humanos têm o direito de escolher
que tipo de tratamentos médicos eles querem receber, caso precisem, e não entrar no que é
chamado de "assédio terapêutico".
Contra
O serviço nacional de saúde no nosso país não garante a todos os cidadãos, iguais
tratamentos, independentemente do seu estatuto. assim sendo, as pessoas com mais idade, os
mais pobres e os mais desfavorecidos estão mais expostos a terminar a sua vida através da
eutanásia, "serem despachados" invés de socorridos, estimados e serem ajudados ate ao fim.
3. A favor
Há pessoas que estão em sofrimento extremo, com uma doença incurável e fatal sem que para
elas os cuidados paliativos sejam solução. Não estamos a falar de um sofrimento causado por
um fim de um relacionamento, mas sim de um sofrimento físico e psicológico interminável.
Contra
Existem casos registados de situações clínicas avaliadas como terminais cuja a esperança de
vida se estendeu muito para além do previsto. Ao se abrir a porta à eutanásia não estaremos a
correr o risco de incitar esses pacientes à morte privando-os de viver o tempo de que
poderiam dispor em vida junto dos seus amigos e família?
4. A favor
Os defensores da eutanásia argumentam frequentemente que os opositores se arrogam do
direito de impedir cada um de decidir como quer morrer.
Contra
Tal afirmação não é verdadeira pois o facto da eutanásia ser ilegal não impede ninguém de se
suicidar como pretende. Aquilo que a sua ilegalidade impede é que o estado carregue o peso
de praticar/carregar homicídios através dos seus cuidados de saúde e que os próprios médicos
os pratiquem ou sejam obrigados a praticar.
Argumentos contra
O apoio incondicional de cidadãos saudáveis a uma “opção” que potencialmente
incentiva e empurra um conjunto de pessoas em desespero e em sofrimento para a
morte parece ser de uma irresponsabilidade e inconsciência incoerente. Onde reside o
humanismo a que este estímulo conduz?
Expostos os argumentos, resta acrescentar que os mesmos não fornecem uma solução para os
doentes terminais que pretendem ser eutanasiados e que não apresentam capacidade para
cometer suicídio, no entanto, a esperança que haja ainda espaço para que se realizem avanços
na prática da ortotanásia que possam ir ao encontro dessas situações tão extremas e
dramáticas.
O objetivo prende-se, então, com as implicações sociais, políticas, económicas e éticas que a
legalização da eutanásia trará à nossa comunidade, as quais muitos portugueses simplesmente
querem desconsiderar e outros não estão conscientes delas.