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ÍNDICE

INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 2
HISTÓRIA ................................................................................................................................... 3
CONCEITO DE EUTANÁSIA .................................................................................................. 3
PRÓS E CONTRAS .................................................................................................................... 4
TIPOS DE EUTANÁSIA ............................................................................................................ 4
ORTOTANÁSIA E DISTANÁSIA ............................................................................................ 4
EUTANÁSIA NO MUNDO ........................................................................................................ 5
DEBATE ...................................................................................................................................... 5
CONCLUSÃO ............................................................................................................................. 8
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................................... 9

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INTRODUÇÃO

A eutanásia representa forma de tratamento para pacientes com doenças


incuráveis, o objetivo consiste em garantir que pessoas nessa condição morram de forma
mais humana e possibilitar menor sofrimento. Nessa prática, o agente é movido pela
empatia em razão da situação clínica do paciente e antecipa sua morte, visando impedir a
manutenção do sofrimento e das dores.
Neste sentido o presente trabalho tem como tema Eutanásia; Direito de morrer
dignamente. Por intermédio do presente trabalho propõe-se as exposições de questões que
não se fundam em criticar ou condenar a eutanásia, tão pouco dignificar ou exaltar este
tipo de morte.

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HISTÓRIA

Etimologicamente, este termo se originou a partir do grego eu + thanatos, que


pode ser traduzido como “boa morte” ou “morte sem dor”.
Historiadores apontam que a eutanásia é um tema bem antigo, já discutido entre
os filósofos gregos Platão e Sócrates, de maneira que os povos primitivos já a praticavam
no caso de doenças incuráveis, por exemplo, os celtas, os indianos, dentre outros.
Atualmente, trata-se de um assunto que voltou à tona, sendo um tema polêmico (tabu) e
pauta de muitos congressos religiosos, médicos, que discutem a ética desse procedimento.

CONCEITO DE EUTANÁSIA

Eutanásia consiste na conduta de abreviar a vida de um paciente em estado


terminal ou que esteja sujeito a dores e intoleráveis sofrimentos físicos ou psíquicos.
A ideia base da prática da eutanásia é que todo o indivíduo tem o direito a pôr fim
à sua vida, caso esteja enfrentando alguma das situações descritas anteriormente.
A eutanásia é um tema polêmico. Existem países com uma legislação definida
especificamente sobre a sua prática, enquanto outros a refutam categoricamente por
diversos motivos, principalmente religiosos e culturais.
De modo geral, a eutanásia implica numa morte suave e indolor, evitando o
prolongamento do sofrimento do paciente. Mas, por outro lado, a eutanásia também pode
ser interpretada como o ato de matar uma pessoa ou ajuda-la a cometer o seu suicídio. O
motivo de polêmica consiste justamente no confronto entre essas duas constatações.
A eutanásia pode ocorrer por vários motivos: vontade do doente; porque os
doentes representam uma ameaça para a sociedade (eutanásia eugênica); ou porque o
tratamento da doença implica numa grande despesa financeira para a família, que por sua
vez não tem condições de arca-la (eutanásia econômica).
Apesar de algumas culturas aceitarem a eutanásia, a maior parte não admite essa
atividade. Alguns códigos penais consideram a eutanásia como uma forma de homicídio,
mas em alguns países como a Bélgica, Holanda e Suíça, esta é tida como uma prática
legal.
Existem vários argumentos a favor e contra a eutanásia, sendo que os defensores
alegam principalmente que cada indivíduo deve ter direito a escolha entre viver ou morrer
com dignidade, quando se tem consciência de que o estado da sua enfermidade é de tal
forma grave que não compensa permanecer em sofrimento até que a inevitável morte
chegue.
Por outro lado, quem condena a eutanásia utiliza frequentemente o argumento
religioso de que somente Deus (o “Criador do Universo”) teria o direito de dar ou tirar a
vida de alguém e, portanto, o médico não deve interferir neste “processo sagrado”.

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PRÓS E CONTRAS

Alguns argumentos a favor (ativistas pró-eutanásia) apontam que viver é um


direito e não uma obrigação, outros, os ativistas contra eutanásia, apostam que a vida deve
ser mantida até o corpo falecer naturalmente. Dessa forma, os debates sobre a eutanásia,
por um lado alimentam a legalização e o direito do doente de escolher sua morte, e por
outro, consideram-na crime.
Prós
 Autonomia do doente em ter uma morte indolor
 Direito à escolha pela vida e morte
 Evitar a dor e o sofrimento de pessoas em fase terminal, bem como o sofrimento
dos familiares
Contras
 Determina o fim da vida de alguém
 Para os religiosos é considerado um suicídio, sendo Deus, o único que pode tirar
a vida do paciente
 Considerado homicídio em alguns países

TIPOS DE EUTANÁSIA

Eutanásia ativa e eutanásia passiva


Existem duas formas de prática da eutanásia: ativa e passiva.
A eutanásia ativa acontece quando se apela a recursos que podem findar com a
vida do doente (injeção letal, medicamentos em dose excessiva, etc.).
Na eutanásia passiva, a morte do doente ocorre por falta de recursos necessários
para manutenção das suas funções vitais (falta de água, alimentos, fármacos ou cuidados
médicos).

ORTOTANÁSIA E DISTANÁSIA

Ortotanásia consiste no ato de parar com atividades ou tratamentos que


prolongam a vida de forma artificial. Isto acontece em casos que uma pessoa se encontra
em coma ou estado vegetativo, não havendo tendência para que recupere. É uma forma
de eutanásia passiva. A ortotanásia é contemplada por muitos como uma morte que ocorre
de forma mais natural.
A distanásia é vista como o contrário da eutanásia, e remete para o ato de
prolongar ao máximo a vida de uma pessoa que tem uma doença incurável.
Frequentemente a distanásia implica numa morte lenta e sofrida.

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EUTANÁSIA NO MUNDO

Na maior parte dos países não existe legislação específica sobre a eutanásia, pelo
que a eutanásia realizada pelo próprio doente é geralmente considerada suicídio e a
eutanásia realizada por outra pessoa homicídio. No entanto, dentro da lei o médico pode
decidir não prolongar a vida em casos de sofrimento extremo e administrar sedativos
mesmo que isto diminua a esperança de vida do doente.
Tanto a eutanásia voluntária como o suicídio medicamente assistido são legais
na Holanda, Bélgica, Luxemburgo, Colômbia e Espanha. O suicídio assistido é ainda
legal na Suíça, Alemanha, Canadá, África do Sul e em cinco estados dos Estados
Unidos. No entanto, a eutanásia involuntária é ilegal em todos os países do mundo e
geralmente considerada homicídio. Mesmo nos países em que a eutanásia voluntária é
legal, continua a ser considerada homicídio se não estiverem cumpridas determinadas
condições. A noção de que a eutanásia é moralmente aceitável remonta
a Sócrates, Platão e ao Estoicismo. O primeiro país a legalizar a eutanásia foi a Holanda
em 2001. No dia 18 de março de 2021, o parlamento espanhol aprovou e regulamentou a
eutanásia e o suicídio assistido no país.

DEBATE

O debate público e académico sobre a morte medicamente assistida surge apenas


no fim do século XX e início do século XXI. Isto é o reflexo de uma alteração significativa
na epidemiologia da mortalidade humana. Enquanto ao longo da História as principais
causas de morte estavam associadas a doenças infeciosas e parasitárias e a esperança de
vida era de cerca de 20–40 anos, atualmente dois terços das mortes nos países
desenvolvidos são causadas por doenças degenerativas, particularmente doenças
cardiovasculares e cancro, e a esperança de vida é de mais de 80 anos. A maior parte da
população nos países desenvolvidos atualmente morre em estádios avançados de doenças
degenerativas, cuja evolução é previsível e são marcadas por uma fase terminal.
No debate sobre a legitimidade da prática de eutanásia e suicídio medicamente
assistido, os principais argumentos a favor são a autonomia da pessoa em tomar decisões
sobre o próprio corpo e o alívio da dor e do sofrimento. Os principais argumentos contra
são que matar é intrinsecamente errado, a integridade da profissão médica e o potencial
de abuso (slippery slope).
 Argumento da autonomia
O argumento da autonomia defende que, da mesma forma que a pessoa tem o
direito de autodeterminação ao longo de toda a vida, também deve poder determinar tanto
quanto possível o curso da sua própria morte. Os proponentes alegam que, se um doente
terminal pedir a assistência de um médico de forma voluntária e consciente, deve ser
permitido ao médico poder realizar o ato.

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Uma das objeções a este argumento alega que numa fase terminal da vida é
impossível haver verdadeira autonomia de decisão, uma vez que as decisões podem ser
influenciadas por pressões sociais, depressão e perturbações psiquiátricas. Em resposta,
os proponentes do argumento da autonomia alegam que todas as decisões são
influenciadas por fatores sociais mas que, ainda assim, devem ser respeitadas e que
mesmo no fim da vida é possível tomar decisões informadas. Outra objeção alega que o
suicídio é moralmente errado, pelo que não é possível obrigar um médico a praticar um
ato moralmente errado, mesmo que o pedido seja feito de forma voluntária e racional. Em
resposta a esta objeção, os proponentes sustentam que o argumento não obriga o médico
a praticar o ato, mas apenas lhe dá liberdade para o fazer de acordo com as suas
convicções.

 Argumento de que matar é intrinsecamente errado


Matar é proibido e é considerado moralmente errado em praticamente todas as
religiões, culturas e sistemas sociais. Uma vez que o suicídio é um ato de matar, os
proponentes deste argumento sustentam que também o suicídio medicamente assistido é
intrinsecamente errado do ponto de vista moral, pecado, tabu ou castigado por Deus.
Embora todas as religiões se oponham ao suicídio, na Europa e América do Norte é
a religião Católica que tem sido mais ativa no debate contra a eutanásia.
O catolicismo considera que a vida é uma dádiva de Deus e não permite o suicídio, nem
mesmo nos casos de doença terminal.
Uma das objeções a este argumento alega que existem situações onde o ato de
matar pode ser moralmente aceitável, como em autodefesa, guerra ou pena de morte. Se
pode ser moralmente aceite nesses casos, também pode ser aceite em casos em que é a
própria pessoa que toma a decisão informada e voluntária de morrer para terminar com o
seu sofrimento. Em resposta a esta objeção, os proponentes do argumento alegam que nos
casos de autodefesa, guerra ou pena capital a pessoa morta é culpada de agressão ou ação
imoral, enquanto na morte medicamente assistida a pessoa é inocente.

 Argumento da integridade da profissão


Os proponentes deste argumento alegam que o Juramento de Hipócrates proíbe os
médicos de matar doentes e que a função dos médicos é salvar vidas, e não terminá-las.
Uma das objeções a este argumento considera que o juramento original também
proibia os médicos de realizar cirurgias, de administrar medicamentos indutores
de aborto e de cobrar dinheiro por exercer medicina. Se o juramento foi modificado para
contemplar estes casos, também o pode ser para os casos em que o paciente tem uma
doença terminal e pede ajuda ao médico. Os proponentes contrapõem a esta objeção a
alegação de que permitir ao médico matar o doente subverteria a relação de confiança
entre ambos. Os que se posicionam contra este argumento alegam o contrário, de que a
relação de confiança aumenta se o paciente souber que terá ajuda do médico nas decisões
que tomar em relação à morte.

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 Argumento do potencial de abuso (slippery slope)
Os proponentes deste argumento alegam que permitir aos médicos assistir o
suicídio, mesmo que em casos justificáveis, pode no futuro levar a situações em que os
pacientes são mortos contra a sua vontade.
Uma das objeções a este argumento sustenta que a suposição deve ser
demonstrada com factos antes de se suprimir escolhas pessoais e direitos individuais. Os
proponentes rejeitam esta objeção alegando que a previsão se baseia na pressão
económica, ganância, preguiça, insensibilidade e outros fatores que influenciam médicos,
instituições de saúde e a sociedade. Os objetores deste argumento alegam que com uma
lei bem elaborada e medidas de controlo eficazes é possível proteger os doentes de
eventuais abusos. Os proponentes alegam ainda que os doentes vulneráveis, como os
doentes crónicos, doentes mentais e idosos, serão manipulados pela sociedade para que
se considerem inúteis e forçados a terminar a vida. Os objetores deste argumento alegam
que a opção de morte assistida será disponibilizada apenas aos doentes terminais e que
nos países onde a morte assistida é legal não existem evidências de impacto significativo
em grupos vulneráveis.

 Argumento do alívio da dor e sofrimento


Este argumento alega que nenhuma pessoa deve ser obrigada a submeter-se a um
sofrimento injustificável durante uma doença terminal, e que deve ser dada a
possibilidade de morte assistida nos casos em que o médico é incapaz de aliviar esse
sofrimento de forma aceitável para o paciente e a única forma de evitar o sofrimento é
através da morte.
Uma das objeções a este argumento sustenta que com os cuidados
paliativos modernos é possível evitar praticamente toda a dor e sofrimento. Os
proponentes contrapõem que "praticamente toda" não é toda e que a eutanásia é reservada
para os casos em que não existe outra possibilidade de aliviar a dor e sofrimento. Os
objetores contrapõem que nesses casos é possível sedar completamente o doente. Os
proponentes alegam que isso coloca o doente num estado de embotamento equivalente à
morte. Outra objeção ao argumento do alívio do sofrimento alega que, mesmo com dor e
sofrimento, o fim da vida pode ser um processo de intimidade e crescimento espiritual.
Os proponentes contrapõem que não existe garantia de qualquer experiência
transformadora ou positiva.

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CONCLUSÃO

Conforme se observa no decorrer do presente trabalho, a eutanásia configura


forma de atingir pacientes graves que não dispõe de condições para uma vida. Os
argumentos principais a favor da eutanásia e/ou suicídio assistido são o alívio da dor e do
sofrimento, considerados insuportáveis pelo paciente, e o respeito pela sua autonomia
pessoal. Os principais argumentos contra são o da inviolabilidade da vida humana, o risco
de maus usos e abusos.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

file:///C:/Users/DELL/Downloads/admin,+Eutan%C3%A1sia+ativa+versus+eutan%C3
%A1sia+passiva.pdf
https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/eutanasia.htm
https://www.significados.com.br/eutanasia/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Eutan%C3%A1sia

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