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Introdução

Neste trabalho iremos abordar o tema “Eutanásia” e os seus tipos. Esta pode
ser entendida por “Suicídio Assistido” ou “Morte Voluntária”.Este tema têm sido
debatido desde há muitos séculos atrás, contudo continua a ser controverso e
chocante, uma vez que interfere com determinados princípios (éticos,
religiosos, jurídicos...), assim como interfere com a concepção criada em redor
do valor da vida e da dignidade humana.

Acções e omissões/matar e deixar morrer - Eutanásia e Homicídio

Se disparamos sobre alguém é uma acção que poderá levar à morte. Se


desligarmos as máquinas de sobrevivência de uma pessoa que precisa delas
para sobreviver, também é matar.

Mortes deliberadas e intencionalmente provocadas numa situação em que o


causador poderia ter agido de outro modo, neste a caso morte poderia ser
evitada, caso essa pessoa não tivesse essa intenção. Este é exemplo não é
considerado eutanásia, é considerado homicídio.

Isto significa que um agente que mata, ou um agente que deixa morrer, não
está a fazer mal, mas a beneficiar a pessoa a quem a vida pertence.

Quando utilizamos todos os meios de suporte à vida disponíveis, sendo alguns


considerados “extraordinários”, estamos perante o conceito de distanásia,
considerada contrária à eutanásia.

Sendo este tema, de um ponto de vista moral, tão debatido poderão se assim
ter vários pontos de vista, influenciados pela educação, pelos meios de
comunicação, e etc.

Iremos apresentar uma tese, que iremos defender ao longo do trabalho,


apresentando para isso argumentos. Apresentaremos também perspectivas
filosóficas opostas à nossa – os contra-argumentos – tentando se possível,
destruí-los.

Eutanásia: O que é?

A eutanásia é o acto de, invocando compaixão, matar/deixar morrer


intencionalmente uma pessoa. Isto quando a pessoa se encontra num estado
terminal ou sofre de uma doença sem cura.

O termo “eutanásia” deriva de duas palavras gregas (eu e thanatos) que


significa morte boa ou suave, sendo por isso também chamada de morte
misericordiosa.

É verdade que os casos reais envolvem dor e angústia. Mas o significado literal
do termo capta um importante aspecto da eutanásia: a morte que dela resulta é
para benefício do paciente. Podemos então dizer que a eutanásia consiste em
produzir ou acelerar intencionalmente a morte de alguém para seu benefício.
Parece haver uma diferença entre produzir e acelerar. Produzir, neste caso,
implica matar; acelerar implica deixar morrer. A primeira é chamada de
Eutanásia Activa , a segunda de Eutanásia Passiva.

Tipos de eutanásia

Quanto ao tipo de acção:

Na eutanásia activa (figura 1) procede-se à morte do paciente com a devida


ajuda de um médico ou assistente, no qual é aplicado uma injecção de dose
letal de um fármaco (geralmente um barbitúrico de acção rápida, seguido de
um agente paralisante). Esta é muitas vezes confundida com o suicídio
assistido em que o acto final é do paciente e não do médico ou responsável de
saúde encarregado.

A Eutanásia Passiva (figura 2) é traduzida simplesmente como “deixar morrer”.


A morte do paciente ocorre, dentro de uma situação terminal, ou porque não se
inicia uma acção médica ou pela interrupção de uma medida extraordinária,
com o objectivo de minorar o sofrimento.

Quanto ao consentimento do paciente:

A Eutanásia voluntária acontece quando a morte é provocada atendendo a


uma vontade do paciente, ou seja, quando uma pessoa ajuda outra a acabar
com a sua vida. Mesmo que a pessoa já não esteja em condições de afirmar o
seu desejo de morrer, a eutanásia pode ser voluntária. Pode-se desejar que a
própria vida acabe, no caso de se ver numa situação em que, embora sofrendo
de um estado incurável e doloroso, a doença ou um acidente tenham tirado
todas as capacidades racionais e já não seja capaz de decidir entre a vida e a
morte. Se, enquanto ainda capaz, tiver expresso o desejo reflectido de morrer
quando numa situação como esta, então a pessoa que, nas circunstâncias
apropriadas, tira a vida de outra actua com base no seu pedido e realiza um
acto de eutanásia voluntária.

Normalmente, a forma mais habitual é uma dose excessiva de um fármaco que


é deixado perto da mão do paciente, sendo esta chamada de Eutanásia Activa
Voluntária. É uma questão de simples pedido e de liberdade pessoal.
Traduzindo para linguagem do dia-a-dia, é um suicídio. Existe ainda a
Eutanásia Passiva Voluntária, que acontece quando é deixado alguém morrer,
suspendendo a medicação ou não a iniciando, a pedido da pessoa em questão.

A Eutanásia não-voluntária acontece quando a pessoa a quem se retira a vida


não pode escolher entre a vida e a morte para si ― porque é, por exemplo, um
recém-nascido irremediavelmente doente ou incapacitado, ou porque a doença
ou um acidente tornaram incapaz uma pessoa anteriormente capaz, sem que
essa pessoa tenha previamente indicado se sob certas circunstâncias quereria
ou não praticar a eutanásia. Nestes casos existe a aprovação da família ou dos
indivíduos responsáveis pelo mesmo. Pode também ser passiva ou activa,
consoante o meio praticado.

A Eutanásia Involuntária acontece quando é realizada numa pessoa que


poderia ter consentido ou recusado a sua própria morte, mas não o fez ― seja
porque não lhe perguntaram, ou porque lhe perguntaram mas não deu
consentimento, querendo continuar a viver. Embora os casos claros de
eutanásia involuntária são relativamente raros, há quem defendesse que
algumas práticas médicas largamente aceites (como as de administrar doses
cada vez maiores de medicamentos contra a dor que eventualmente causarão
a morte do doente, ou a suspensão não consentida ― para retirar a vida ― do
tratamento) equivalem a eutanásia involuntária. Este tipo de Eutanásia é
chamado de “homicídio por compaixão”, e ocorre em benefício do doente e é o
que levanta na maior parte das vezes problemas em tribunais e julgamentos.
Pode também ser passiva ou activa, consoante a acção praticada.

A Eutanásia Involuntária é chamada a “técnica de deixar morrer” muito utilizada


nos hospitais hoje em dia. Mas este conceito é enganador pois nestes casos a
pessoa implicada não é morta (primeiro aspecto para que seja considerado
eutanásia), nem a morte da pessoa é pretendida mediante a suspensão dos
tratamentos adicionais (o terceiro aspecto para que seja considerado
eutanásia). O paciente já sem poder de decisão submete-se a decisão
entreposta muitas das vezes do próprio médico responsável, que suspende
todas as medidas de tentativa de sobrevivência do paciente.

Distanásia

A distanásia (do grego “dis”, mal, algo mal feito, e “thánatos”, morte) é
etimologicamente o contrário da eutanásia. Consiste em atrasar o mais
possível o momento da morte usando todos os meios, proporcionados ou não,
ainda que não haja esperança alguma de cura, e ainda que isso signifique
infligir ao doente sofrimentos adicionais e que, obviamente, não conseguirão
afastar a inevitável morte, mas apenas atrasá-la umas horas ou uns dias em
condições deploráveis para o doente.

Questão Filosófica: Deverá ser a eutanásia moral e legalmente aceite?

Tese: Consideramos que a Eutanásia é moral e deve ser legalmente aceite. No


entanto, a eutanásia involuntária (activa ou passiva) deve ser ponderada
consoante os casos e segundo um concelho que abrange médicos e familiares.

Argumentos a favor:

A prolongação da vida a um ser humano cheio de sofrimento não devia


acontecer;
Um recém-nascido com problemas graves, não merece o direito a uma vida
cheia de sofrimento;

Um ser humano acamado sem possibilidade de sair ou recuperar, é já


considerado como morto, apenas se está a adiar a sua morte. (A cessação do
emprego de meios extraordinários para prolongar a vida do corpo quando
existirem provas irrefutáveis de que a morte biológica está iminente, é uma
decisão do paciente e/ou dos seus familiares próximos; A função pessoal é a
que conta, não a biológica);

Entre todas as tradições religiosas de católicos, protestantes, judeus, budistas,


hindus e muçulmanos, existe um acordo substancial quanto a não sermos
moralmente obrigados a preservar a vida em todos os casos terminais. (A
afirmação de que devemos sempre fazer tudo o que pudermos para preservar
a vida de qualquer paciente durante o máximo de tempo possível está hoje
desacreditada);

Podemos matar um outro por legítima defesa, mas não o podemos matar para
o salvar de um sofrimento? A nossa resposta é sim;

Será a sobrevivência biológica, o valor de primeira grandeza e que todas as


outras considerações, como a personalidade, a dignidade, o bem-estar e o auto
domínio assumem, necessariamente, um lugar secundário?;

Se o aborto já é legal (pôr fim à vida sub-humana no útero), então porque não a
eutanásia também (Pôr fim à vida de um ser humano em sofrimento)?;

A medicina não é priorística ou preconceituosa na sua ética e nas suas


modalidades e, portanto, proibir quer o suicídio quer o assassínio por
compaixão é tão espalhafatosamente inconsequente que exige uma análise
crítica. Não consegue fazer sentido. É contrário à clínica e doutrinário.

Argumentos Contra:

No momento do nascimento com vida, existe um ser humano que tem o direito
à mais ampla protecção legal. O mais fundamental de todos os direitos de que
goza qualquer ser humano é o direito à própria vida. (É um facto que todo o ser
humano tem direito a viver, mas chega esse direito a impor-se a uma vida de
sofrimento e de não desenvolvimento de todas as capacidades? A nossa
resposta é não.);

A eutanásia passiva é uma morte lenta e feia. (Apenas deverá acontecer com o
consentimento do próprio paciente ou do veredicto do concelho; A distanásia é
que deve ser considerada uma morte lenta e feia, a prolongação do sofrimento
de um paciente);
Ao praticar-se a eutanásia estaria-se a contrariar as leis da Natureza. Cada vez
que nos aleijamos, o nosso próprio corpo cura-nos, e matarmo-nos seria contra
essa lei. (Serão mais fortes as leis da Natureza ou o sofrimento provocado pela
tentativa de cura);

Ocorrem com alguma frequência, recuperações milagrosas de pacientes em


mau estado e a eutanásia cortaria essa esperança, é preciso lutar contra a
doença. (Não podemos estar sempre há espera que aconteça um milagre, pois
isso acontece muito raramente.);

Uma vida perdida para um médico/enfermeiro é, para eles, quase um fracasso


pessoal, um insulto à sua perícia e conhecimentos. A aplicação da eutanásia
levaria a uma degradação geral dos cuidados médicos, levando a uma notável
paragem no desenvolvimento científico. (E devemos manter o desenvolvimento
da Ciência com o custo da vida de um paciente?);

A eutanásia involuntária pode ser abusada em vários aspectos como tirar a


vida a um paciente só por interesses pessoais. Deste modo, poderia ser
praticada em benefício de outros sem ser do paciente, o que não seria o
pretendido. (Por isso, deve-se unir um concelho entre médicos e familiares
para avaliar a situação do paciente).

Conclusão

Os objectivos deste trabalho foram atingidos, definir o conceito Eutanásia,


expor os seus tipos. Daí propusemos a questão Filosófica, a partir da qual
iríamos trabalhar. Respondemos a essa questão dando a nossa opinião – tese.
Em seguida apresentamos as razões que a justificam a nossa tese.
Apresentamos as perspectivas opostas à nossa e tentamos refutá-las, algumas
tendo mais sucesso que outras.

Quanto à nossa tese, após termos reunidos o grupo, chegámos a algumas


conclusões quanto ao problema colocado acerca da Eutanásia. Quanto à
Eutanásia Voluntária, seja ela passiva ou activa, concordámos plenamente que
seja liberalizada, visto que o que aqui está em jogo é a opinião e decisão do
próprio indivíduo no qual é causado grande sofrimento. Achámos moral e legal
visto que, não podemos admitir que um ser que está vivendo uma relação entre
vida/morte e em que lhe causa tamanha dor, não possa tomar a decisão de
continuar a viver esperando pela cura ou acabar com aquele sofrimento pondo
fim à sua própria vida.

Quanto à Eutanásia Involuntária ficámos um pouco reticentes quanto à sua


legalização, no entanto, chegámos ao consenso que neste caso não se pode
exercer o processo de eutanásia sem uma grande envolvência à volta de cada
caso específico para analisar as hipóteses de uma vida minimamente digna ou
de pleno sofrimento. Portanto, deveria-se combinar um concelho entre médicos
e familiares para decidir se a morte é o bem-estar da outra pessoa. Nestes
casos defendemos que só se deve aplicar a Eutanásia Activa, para que o
sofrimento do paciente não se prolongue, sendo que se este já se encontrar
morto (preso a uma cama sem possibilidade de sair ou recuperar), aplicar a
Eutanásia Passiva, como por exemplo desligar as máquinas que mantêm a
vida, é considerado Eutanásia Activa, pois o paciente já se dava como morto.

Este tema é um problema da cultura científico-tecnológica, pois gera inúmeras


vezes interrogações.

A tecnologia teve uma grande influência na Ciência e portanto também


influenciou a forma de aplicar a Eutanásia. O equipamento tecnológico sofreu
uma evolução que permitiu tanto curar o paciente como ajudá-lo a pôr fim ao
seu sofrimento.

Ao longo deste trabalho podemos verificar que a aplicação da eutanásia ainda


não é aceite em vários países, no entanto ficamos a saber que embora esta
não seja liberalizada cada vez mais a opinião dos profissionais de saúde
progride para a sua liberalização, no entanto continua a existir uma grande
discussão a volta dos valores morais e legais da vida de seres humanos o que
faz com que se deixe esquecido este assunto, visto que gera enorme confusão
de ideias.

Bibliografia/ Webgrafia

[No Website] Wikipédia; [Modificado a] 14 de Maio de 2011; [Artigo Intitulado]


Eutanásia; [Consultado em] 17 de Maio de 2011; [No site]
http://pt.wikipedia.org/wiki/Eutan%C3%A1sia

[No Website] Nota Positiva; [Modificado a] 15 de Outubro de 2006; [Artigo


Intitulado] Eutanásia; [Consultado em] 10 de Maio ; [No site]
https://www.notapositiva.com/trab_estudantes/trab_estudantes/filosofia/
filosofia_ trabalhos/eutanasia2.htm

[No Website] WordPress; [Modificado a] não indentificado; [Artigo Intitulado]


Eutanásia; [Consultado em] 14 de Maio de 2011; [No site]
http://eutanasia11a.wordpress.com/argumentos-a-favorcontra/

Foram também consultadas as fotocópias colocadas pela professora na


Reprografia.
A Eutanásia

Trabalho realizado no âmbito da disciplina de Filosofia 10 º ano.

Índice:

1. Introdução……………………………………………………. Pág.3

2. O que é a eutanásia…………………………………………. Pág. 3-4

3. Argumentos a favor………………………………………….. Pág. 5-6

4. Contra argumentos…………………………………………… Pág.6-8

5. A eutanásia na Bélgica, Holanda e Luxemburgo…………. Pág.8

6. A eutanásia em Portugal…………………………………….. Pág.8-9

7. Conclusão……………………………………………………… Pág.9

8. Opinião…………………………………………………………. Pág.9

9. Referências bibliográficas……………………………………. Pág.10

Eutanásia

Introdução:

O que temos de mais certo, desde que nascemos, é o nosso desaparecimento.


O ser
humano é o único ser vivo que tem realmente consciência da existência da
morte, da sua
finitude. Todos nós, qualquer que seja a nossa condição física ou social,
ninguém escapa à
morte. Se muitos de nós tem uma vida longa, também são muitos os que
recebem a visita
da morte cedo demais, quer seja por causas naturais, sem culpa ou
intencionalmente. Se
para alguns de nós a interrupção da vida pode ser originada por uma doença,
por um
acidente, por um acontecimento imprevisível, existem ainda os que escolhem o
momento de
partir,“simplesmente” por estarem saturados de viver. Se alguns de nós podem
desejar a
morte como um caminho de libertação e de escape, para outros existe o medo
de morrer,
principalmente se a morte vier acompanhada de dor, de humilhação, Com o
enorme
desenvolvimento da Medicina aliada à tecnologia, temos verificado nos últimos
séculos, que
os profissionais de saúde tentam prolongar a vida daqueles que padecem, nem
que seja por
mais umas horas, dias ou semanas.
O que é a Eutanásia?

A eutanásia, etimologicamente, significa a "morte boa" ou a "a morte suave". A


eutanásia

corresponde ao ato de causar intecionalmente a morte de um individuo,


esperando que esta

o beneficie ou pelo menos não o prejudique. Quem pratica eutanásia tem a


intenção de pôr

fim a uma vida com qualidade diminuída, como por exemplo a de um doente
terminal em

sofrimento intenso ou a de um paciente irreversivelmente inconsciente. Quando


falamos de

eutanásia têm de estar obrigatoriamente estas duas condições:

1. A morte tem de ser intencional, pretendida.

2. A morte tem de ser causada para o benefício daquele que morre, ou, pelo

menos, sem prejuízo para este.

Atendendo á expressão de desejos por parte da pessoa que morre podemos

distinguir alguns tipos de eutanásia:

● Eutanásia voluntária: Se o individuo a quem é praticada a eutanásia pediu

explicita e consistentemente para morrer. Este pedido pode ser feito no

momento em que a pessoa pretende morrer, como por exemplo nos casos de

doentes terminais que estão a sofrer dores insuportáveis mas que ainda

vida em conformidade com as suas opções. Acreditam que perdem essa


autonomia
quando são privados dessa capacidade. E com a perda da autonomia, pensa-
se, vem
uma diminuição da dignidade da pessoa e do respeito que lhe é devido. E isto
acontece quando um paciente apesar de ser capaz de tomar decisões éticas vê
negado o seu direito a que estas sejam respeitadas, o que constitui um
atentado a
sua dignidade. Assim, afirmam os defensores da eutanasia voluntária, o que
põe em
causa a dignidade da pessoa é a proibição da eutanasia e do suicidio assistido
e não
a sua aceitação. Eriné W. D. Young defende que é exatamente como
expressão final
da autonomia que devemos entender um pedido de eutanasia. Acrescenta
ainda que
o princípio da autonomia deve sobrepor-se ao princípio da beneficência, que
nos
obriga a beneficiar os outros, quando estamos em posição de o fazer. Assim
mesmo
quando o médico acredita ter o dever de prolongar a vida em benefício do
paciente,
tem um dever ainda maior de respeitar a sua autonomia, pelo que o suicidio
assistido
e a eutanasia voluntária são moralmente permissíveis. O ser humano não deve
ter
apenas direito à vida - deve igualmente ter direito à morte, ou seja, cada
pessoa deve
ter o direito à autodeterminação, a realizar uma escolha entre a morte e a vida.
Corresponde a uma escolha de modo a evitar a dor e o sofrimento das pessoas
que se
encontram sem qualidade de vida, em fase terminal - pois nem todos têm a
mesma
tolerância ao sofrimento/ dor. O utimo argumento a favor é de que a eutanásia
não
defende a morte.
Contra argumentos:
“o que não provoca a minha morte faz com que fique mais forte”
(Friedrich Nietzsche).
São imensos os que vêem a legalização da eutanásia como desvantagem e
muitos são os
argumentos contra a eutanásia, desde os religiosos, éticos até os politicos e
sociais. Do
ponto de vista religioso temos o apelo ao argumento da santidade da vida
humana, que
nos diz que a vida humana tem um valor incondicional. Por muito má que seja
a qualidade
de vida da pessoa, esta será sempre valiosa. A perspetiva religiosa considera
também a
eutanásia como sendo uma usurpação do direito á vida, devendo ser um direito
unico
reservado a Deus o unico que poderia tirar a vida a alguem. - Praticamente
todas as
tradições consideram a vida como um dom de Deus, que nos é dado e retirado
no
momento que Ele elege e há cristãos que crêem que o sofrimentos nos pode
aproximar a
Cristo, pois Deus segura as pessoas no sofrimento e, portanto querer pôr um
fim à vida
representa uma falta de fé na promessa Divina. Opondo-se á eutanasia, alguns
filósofos
argumentam que a mesma viola a dignidade da pessoa. É o caso de David
Velleman que
se inspira na filosofia moral de Kant que defende que a pessoa tem valor em si
mesma,
independentemente dos seus interesses e dos interesses alheios. A pessoa
não pode ser
morta, nem que seja a seu pedido. Segundo Velleman, nem mesmo o respeito
pela
autonomia individual pode justificar a prática da eutanásia. Não podemos
respeitar e
proteger as opções das pessoas Se para proteger as suas opções tivermos de
desprezar a
sua dignidade, estaremos a valorizar o que é meramente circunstancial em
detrimento de
um valor absoluto e não negociável. Velleman conclui assim que uma pessoa
não tem o
direito de encurtar a sua vida de modo a torná-la melhor, porque fazê-lo seria
atentar
contra a sua dignidade, ainda que fosse do seu seu interesse.
Argumentos a favor da eutanásia

 Argumento da autonomia

O respeito pelas decisões autónomas dos agentes racionais justifica a


eutanásia voluntária.

 O argumento do interesse em deixar de viver

A eutanásia é um ato do eutanasiado, pois não o priva de uma vida futura boa
e valiosa, mas sim de uma vida dolorosa e sem valor. Este argumento pode ser
usado para justificar a eutanásia voluntária e a eutanásia não voluntária.

 Quem aceita a eutanásia passiva devia aceitar também a eutanásia


activa

Mesmo pessoas que são contra a eutanásia toleram muitas vezes a eutanásia
passiva; ora, a eutanásia activa é preferível, pois envolve menos sofrimento e
não é moralmente mais errada do que a passiva (já que deixar morrer e matar
são moralmente equivalentes).

Argumentos contra a eutanásia

 O direito à vida é inalienável

O direito à vida é diferente de outros direitos: podemos prescindir destes, mas


não do direito à vida. Por isso, a eutanásia voluntária (e as outras ainda mais) é
moralmente errada.

 O argumento do interesse próprio

A eutanásia é contrário ao interesse pessoal do eutanasiado, por várias razões:


a doença deste pode ter sido mal diagnosticada e não ser incurável; pode
surguir repentinamente uma cura; a possibilidade de recorrer à eutanásia pode
diminuir a vontade de viver. Este argumento pode ser usado para rejeitar todas
as formas de eutanásia.

 O argumento dos efeitos práticos

A legalização da eutanásia, mesmo que apenas da voluntária, levaria a uma


degradação progressiva dos tratamentos médicos prestados a doentes graves
e poderia fazer com que cada vez mais doentes fossem vistos como
candidatos à eutanásia, generalizando a sua prática ao ponto de incluir a
eutanásia não voluntária e até a involuntária. Como vimos no capítulo de
Lógica, os argumentos da derrapagem nem sempre são falaciosos: os críticos
da eutanásia pensam que é o caso deste, enquanto os defensores tendem a
considerá-lo falacioso. Este argumento pode ser usado para rejeitar todas as
formas de eutanásia.

Argumentos a favor:

 A prolongação da vida a um ser humano cheio de sofrimento não devia


acontecer;
 Um recém-nascido com problemas graves, não merece o direito a uma
vida cheia de sofrimento;
 Um ser humano acamado sem possibilidade de sair ou recuperar, é já
considerado como morto, apenas se está a adiar a sua morte. (A
cessação do emprego de meios extraordinários para prolongar a vida do
corpo quando existirem provas irrefutáveis de que a morte biológica está
iminente, é uma decisão do paciente e/ou dos seus familiares próximos;
a função pessoal é a que conta, não a biológica);
 Entre todas as tradições religiosas de católicos, protestantes, judeus,
budistas, hindus e muçulmanos, existe um acordo substancial quanto a
não sermos moralmente obrigados a preservar a vida em todos os casos
terminais. (A afirmação de que devemos sempre fazer tudo o que
pudermos para preservar a vida de qualquer paciente durante o máximo
de tempo possível está hoje desacreditada);
 Podemos matar um outro por legítima defesa, mas não o podemos
matar para o salvar de um sofrimento? A resposta é sim;
 Será a sobrevivência biológica, o valor de primeira grandeza e que todas
as outras considerações, como a personalidade, a dignidade, o bem-
estar e o auto domínio assumem, necessariamente, um lugar
secundário?);
 Se o aborto já é legal (pôr fim à vida sub-humana no útero), então
porque não a eutanásia também (pôr fim à vida de um ser humano em
sofrimento?);

 A medicina não é apriorística ou preconceituosa na sua ética e nas suas


modalidades e, portanto, proibir quer o suicídio quer o assassínio por
compaixão é tão espalhafatosamente inconsequente que exige uma
análise crítica. Não consegue fazer sentido.
Contra argumentos:
 No momento do nascimento com vida, existe um ser humano que tem o
direito à mais ampla protecção legal. O mais fundamental de todos os
direitos de que goza qualquer ser humano é o direito à própria vida. (É
um facto que todo o ser humano tem direito a viver, mas chega esse
direito a impor-se a uma vida de sofrimento e de não desenvolvimento
de todas as capacidades? A resposta é não.);
 A eutanásia passiva é uma morte lenta e feia. (Apenas deverá acontecer
com o consentimento do próprio paciente ou do veredicto do concelho. A
distanásia é que deve ser considerada uma morte lenta e feia, a
prolongação do sofrimento de um paciente);
 Ao praticar-se a eutanásia estar-se-ia a contrariar as leis da Natureza.
Cada vez que nos aleijamos, o nosso próprio corpo cura-nos, e
matarmo-nos seria contra essa lei. (Serão mais fortes as leis da
Natureza ou o sofrimento provocado pela tentativa de cura?);
 Ocorrem com alguma frequência, recuperações milagrosas de pacientes
em mau estado e a eutanásia cortaria essa esperança, é preciso lutar
contra a doença. (Não podemos estar sempre há espera que aconteça
um milagre, pois isso acontece muito raramente.);
 Uma vida perdida para um médico/enfermeiro é, para eles, quase um
fracasso pessoal, um insulto à sua perícia e conhecimentos. A aplicação
da eutanásia levaria a uma degradação geral dos cuidados médicos,
levando a uma notável paragem no desenvolvimento científico. (E
devemos manter o desenvolvimento da Ciência com o custo da vida de
um paciente?);
 A eutanásia involuntária pode ser abusada em vários aspectos como
tirar a vida a um paciente só por interesses pessoais. Deste modo,
poderia ser praticada em benefício de outros sem ser do paciente, o que
não seria o pretendido. (Por isso, deve-se unir um concelho entre
médicos e familiares para avaliar a situação do paciente).
Ensaio Filosófico – Eutanásia

Neste ensaio filosófico irei abordar um tema que tem, cada vez mais, suscitado
polémica entre a população, devido a todas as dimensões que este desafia,
tais como a ética e a religião. A eutanásia será o tema que irei tratar, numa
tentativa de responder ao seguinte problema: Deverá a eutanásia ser
legalizada?

Também irei abordar o tema “Eutanásia” e os seus tipos. Esta pode ser
entendida por “Suicídio Assistido” ou “Morte Voluntária”. Este tema tem sido
debatido desde há muitos séculos atrás, contudo continua a ser controverso e
chocante, uma vez que interfere com determinados princípios (éticos,
religiosos, jurídicos...), assim como interfere com a concepção criada em redor
do valor da vida e da dignidade humana. O objectivo deste trabalho é oferecer
razões para acreditar numa determinada tese, que vise responder ao problema
enunciado.

O que é a Eutanásia?

A eutanásia, etimologicamente, significa a "morte boa" ou a "a morte suave". A


eutanásia corresponde ao ato de causar intencionalmente a morte de um
individuo, esperando que esta o beneficie ou pelo menos não o prejudique.
Quem pratica eutanásia tem a intenção de pôr fim a uma vida com qualidade
diminuída, como por exemplo a de um doente terminal em sofrimento intenso
ou a de um paciente irreversivelmente inconsciente.

Quando falamos de eutanásia têm de estar obrigatoriamente estas duas


condições:

1. A morte tem de ser intencional (pretendida).


2. A morte tem de ser causada para o benefício daquele que morre, ou, pelo
menos, sem prejuízo para este.

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