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SOCIAL (1)
Eugène Enriquez
O tema que abordarei tem retido minha atenção há vários anos (2). A razão é
simples: como muitos outros autores, fiquei irritado com o sucesso das teses sobre
a morte do sujeito(desenvolvidas por discípulos dogmáticos de Michel FOUCAULT)
e com as teses sobre a história como processo sem sujeito (L. ALTHUSSER). De
minha parte, pareceu-me sempre aberrante fazer desaparecer o indivíduo humano
do movimento da história, pois, em maior ou menor grau, ele participa da dinâmica
de uma determinada sociedade, como psique,como lugar de condutas significativas
e como ser em interação contínua com outros, em grupos e organizações. Fazer
desaparecer o indivíduo ou o sujeito (voltarei mais tarde àdistinção que é possível
fazer entre esses dois termos), sob o pretexto de que o pensamento"de direita" só
tinha encarado a história sob o ângulo da ação dos grandes homens, pareceu-me o
sinal do triunfo de teorias que enaltecem, mesmo sem dizê-lo, um
determinismoabsoluto dos processos sociais. Seguindo essas abordagens, o
indivíduo só pode endossar condutas enunciadas como legítimas por sua nação,
sua classe ou sua raça. O indivíduo torna-se, assim, um ser falado, um ser agido;
ele nunca é um ser falante nem um autor de seus atos.É contra essa tendência
reducionista, que nega a interrogação de D. LAGACHE, segundo a qual "o papel
das personalidades individuais na história não pode ser descartado a priori",que
decidi me manifestar. No momento atual, meu propósito é susceptível de ser
considerado como modismo. As Grandes determinações sociais estão enterradas
(sem dúvida um pouco precipitadamente demais) e, ao invés, só se fala do
indivíduo, do sujeito, do aumento do individualismo. No entanto, não é porque esse
tema voltou violentamente que vou abandoná-lo. Com efeito, por um lado, fui um
dos primeiros a abordá-lo e não tenho nenhuma razão para me desdizer; por outro
lado, a argumentação que proponho se afasta da que tem sido habitualmente
apresentada.Para ir diretamente ao cerne do assunto, gostaria de partir de uma
consideração trivial: todo indivíduo nasce em uma sociedade que instaurou, em
parte voluntariamente, em parte inconscientemente, uma cultura. Em outras
palavras, é impossível analisar a conduta de um indivíduo sem referi-la à conduta
dos outros para com ele, conduta estruturada social e culturalmente. Nessas
condições, para retomar a terminologia de C. CASTORIADIS, todo indivíduo é
fundamentalmente heterônomo, isto é, ele só existe e só pode funcionar no interior
de um social dado, de uma cultura particular que desenvolve suas "significações
imaginárias" (CASTORIADIS) (3) específicas e que lhe dita, em parte, sua conduta.
Nessas Condições, é preciso pressupor, logicamente, a anterioridade dos processos
sociais, já que nascemos sempre em um grupo, em uma etnia, em uma classe, em
uma nação etc.Essa emergência acontece, além disso, numa sociedade que é, ela
própria, heterônima, já que ela não se pensa como sendo o produto da ação
histórica e da atividade psíquica de seus membros, mas como estando submetida a
um Sagrado Transcendente, que pode tomar a forma de totens, de antepassados e
de Deuses, ou de um Deus único, que lhe deu direito à existência. Uma tal
sociedade heterônima tem, portanto, tendência a só produzir indivíduos
heterônimos, conformados a seus votos e a seus ideais. Não é necessário, no
entanto, ir muito longe nesse sentido, ou seríamos constrangidos a nos alinhar à
tese que quero combater: a do determinismo social que traz, ao mesmo tempo, o
esvaziamento da história(já que a história tem um sentido predeterminado, quer seja
por Deus, BOSSUET, BURKE,DE MAISTRE, quer pelo desenvolvimento das forças
produtivas, MARX, LENIN) e o do papel do indivíduo em um processo que se
desenvolve segundo uma lógica implacável. De fato, as sociedades nunca são
totalmente heterônimas. Elas crêem em seus Deuses e em seus mitos, mas só até
certo ponto (Paul VEYNE (4) teve razão ao perguntar se os gregos acreditavam em
seus mitos). Freqüentemente, elas souberam mantê-los "à maior distância possível"
(5), a fim de que eles desempenham seu papel de garantia das vidas psíquica e
social, mas deixassem também, a cada homem, "a possibilidade de saber que
alhures, num lugar-tela, se projetam os desejos mais insatisfeitos e ficar seguro de
que esse alhures não irá invadir o aqui da vida cotidiana" (6).Só quando os
religiosos cedem ao desejo de instaurar um Estado teocrático, que pode exigir o
sacrifício de seus membros pela causa que encarna, é que a distância não pode
mais ser mantida e que é possível situar a sociedade completamente (ou quase
completamente, porque toda sociedade comporta falhas, zonas inexploradas,
portadoras de mudanças possíveis) do lado da heteronomia. Notamos que as
sociedades modernas, desde a Renascença e, sobretudo, desde a Revolução
Francesa, souberam deixar sua parte ao religioso sem lhe atribuir uma autoridade
essencial sobre as consciências nem um papel central na organização. Elas se
tornaram, mesmo sem percebê-lo, cada vez mais fundadorasdelas mesmas e
afastaram um pouco seu aspecto heterônimo e, em certos casos, fanático
(7).Quanto ao indivíduo humano, ele também só é parcialmente heterônimo.
Embora exista, em toda sociedade, um discurso dominante, esse discurso é
modulado diferentemente pelos diversos grupos e classes que compõem essa
sociedade e, às vezes, até mesmo se choca, não a um contra-discurso organizado
mas, como dizem FRITSCH e PASSERON, choca-se as condutas que se referem a
outros valores e hábitos, ignorando soberanamente a ideologia dominante. Além
disso, não se pode esquecer que o discurso, por mais totalitário que seja,não reina
totalmente sobre as consciências e os inconscientes e que ele provoca fenômenos
de rejeição, a médio ou a longo prazo. É claro que consequências danosas podem
decorrer de tal discurso. Mas, como FREUD aponta:não parece que se possa levar
o homem, seja lá por que modo, a trocar sua natureza pela de um térmita; ele
sempre estará inclinado a defender seu direito à liberdade individual, contra a
vontade da massa (8).Enfim, devemos nos lembrar que cada indivíduo é um desvio
em relação a todos os outros,na medida em que sua psique se estrutura
progressivamente, apoiando-se nas funções corporais, em pessoas e grupos
sempre diferentes. Deve-se, portanto, concluir que o
A pulsão criativa pode ser vista em si mesma; bem entendido, ela é indispensável
ao artista que deve fazer obra de arte, mas ela está igualmente presente em cada
um de nós, bebê,criança, adolescente, adulto ou velho, que pousa um olhar
surpreso em tudo o que vê; ela está presente em quem faz, voluntariamente,
qualquer coisa, seja uma lambuzada com seus excrementos, seja um choro
intencionalmente prolongado para saborear sua musicalidade.Essa pulsão criativa
aparece tanto na vida cotidiana da criança retardada, que sente prazer em respirar,
quanto na inspiração do arquiteto que, de repente, sabe o que quer construir e
pensa então nos materiais que poderá utilizar, a fim de que sua pulsão criativa tome
forma e figura, e que o mundo possa testemunhá-la.A referência a WINNICOTT
significa que não me interesso particularmente pela vontade que os grandes
homens têm de transformar todas as variáveis do mundo (uma tal preocupação é a
de um espírito "elitista"); levo a sério, em compensação, a vontade de cada um de
fazer mudar as coisas (pequenas e grandes) e o desejo de criar, aqui e agora, uma
novidade irredutível. Os artistas não se enganaram a esse
respeito.HUNDERTWASSER declara a seus alunos:Se vieram para aprender, é
ainda pior, porque vão aprender coisas que não lhes são próprias,que não
correspondem a vocês e que estragam suas vidas. A única maneira de se
encontrarem enquanto artistas é através de sua própria ação criadora (16) e isso
pode ser feito somente em suas casas, não na escola!.Paul KLEE escreve: O que
quero ensinar a meus alunos não é a forma fechada, imobilizada; é a formação, a
gestação, o nascimento, o primeiro movimento indistinto da matéria, antes que ela
se fixe em natureza morta... Quanto mais longe mergulha o olhar do artista, mais
seu horizonte se alarga do presente ao passado. E mais se imprime, em lugar de
uma imagem da natureza,aquela única que conta, a criação enquanto
gênese.Marcel DESCHAMP exclama: "Alarguei a maneira de respirar" e o poeta
VictorSEGALEN, em seus Conselhos a um viajante, assim se expressa:Evita
escolher um lugar de asilo... chegarás, meu amigo, não ao charco das alegrias
imortais, mas aos remansos cheios de em briaguez do grande rio diversidade.O
sujeito é, portanto, um ser capaz, ao mesmo tempo sapiens, demens (objeto da
hybris),ludens e viator, homem portanto de sabedoria e loucura, do jogo e da
vagabundagem,respirando a plenos pulmões um ar salubre, dando "um sentido
mais puro às palavras da tribo" (MALLARMÉ), interessando-se mais pela
germinação das coisas do que pelos resultados tangíveis, inebriado pela
diversidade da vida e capaz de percebê-la; portanto,homem que sabe desposar
suas contradições e fazer de seus conflitos, de seus medos, de suas metamorfoses
a própria condição de sua vida, sem dominar o caminho que toma nemas
conseqüências exatas de seus atos; homem apto a recolocar em jogo sua vida e a
correr riscos.
Foi por isso que chamei esse sujeito de criador da história (17). Porém, é preciso
parar um momento, porque uma armadilha nos espera aqui: o criador de história,
em particular o'grande homem, freqüentemente é apenas um "indivíduo
individualizado", preso na gangue dos ideais, mesmo se tem a aparência de um
sujeito que teve uma influência primordial na dinâmica social.Os grandes homens
correspondem efetivamente à definição de pessoas que querem criar coisas
voluntariamente. No entanto, estão presos à fantasia do dominação total que os leva
a negar a alteridade do outro (e, aliás, a sua própria alteridade). Michel SERRES, a
esse respeito, propõe uma visão totalmente negativa: Não digo: há loucos perigosos
no poder e um só bastaria. Mas digo: no poder só há loucos perigosos. Todos jogam
o mesmo jogo e escondem da humanidade que eles preparam sua morte sem
acasos, cientificamente (18).Essa visão é radical e não posso compartilhar
inteiramente dela. O que não impede que ela tenha uma parte de verdade. Com
efeito, entre os grandes homens, pode-se identificar os megalômanos ocupando
uma posição paranóica, os manipuladores ocupando uma posição perversa, os
sedutores ocupando uma posição histérica. Caracterizemos rapidamente esses três
tipos. O megalômano, um pouco paranóico, sente-se eleito por Deus, pela natureza,
para realizar uma missão salvadora, para lavar o mundo de sua sujeira, fazendo-o
tomar consciência de sua culpabilidade, assegurando-lhe a redenção, recriando-o
apenas pela palavra e instalando-se num imaginário enganoso (no qual tudo se
torna possível). Assim, há o exemplo, estudado por FREUD (19), do presidente
Woodrow WILSON, identificado a seu pai, pastor presbiteriano que lhe havia
reservado o papel de salvador do mundo. WILSON acreditava-se eleito por Deus
(seu pai encarnando a palavra divina) para propor, depois da guerra de 1914-1918,
os fundamentos de uma paz geral e definitiva entre as diferentes nações em guerra.
Sabe-se o que aconteceu com esse projeto grandioso: o desmembramento do
império austro-húngaro deu à Alemanha a hegemonia da Europa Central e foi um
dos fatores da segunda guerra mundial. Essa desagregação da Europa Central tem
ainda,atualmente, efeitos devastadores (aumento dos nacionalismos e do
anti-semitismo). "Eis asconseqüências dos atos `virtuosos' daquele que se tomava
como o Jeová dos Hebreus",segundo FREUD e BULLITT (20), do homem que
declarava, durante a campanha para a sua eleição à presidência dos Estados
Unidos, a um de seus detratores:Lembre-se de que Deus quis que eu fosse
presidente dos Estados Unidos e que nem você nem nenhum mortal pode impedi-lo
(21).Assim também HITLER, caso bem conhecido e, ao mesmo tempo, complexo
demais paraser evocado em poucas linhas, quis fazer do alemão o povo eleito e,
para isso, deveria fazerdesaparecer o outro povo que se considerava objeto da
eleição divina, o povo judeu. Poder-se-iam citar muitos outros nomes; basta o de
STALIN, obcecado com a força pela força,inventando complôs, incapaz de viver
sem inimigos e fazendo seu povo pagar pelo fruto de seu delírio paranóico.Quanto
ao manipulador perverso, esse está, por sua vez, possuído pela fantasia do domínio
total dos seres e das coisas, crê falar a linguagem da verdade, reduz as relações
humanas relações de objetos, só considera o mundo sob o ângulo econômico.
LENIN, que não tinha
interesse algum pelos outros, que queria dobrar o mundo à sua vontade, que tomou
o poder contra os mencheviques, graças a um golpe de força (porque o perverso
não ama o real e, ao contrário, denegou a realidade), que estava pronto a utilizar
qualquer meio para chegar a seus fins, é um bom exemplo desses chefes
perversos; a um nível mais irrisório, os tecnocratas,recém-saídos das grandes
escolas, quiseram dobrar o mundo a seus modelos e a suas equações.O sedutor
histérico é o novo tipo de grande homem em voga. Ele vê o mundo como um grande
teatro e tem o papel de escrever a peça mais persuasiva, de assegurar a
mise-en-scène mais ao gosto da mídia e de ser o ator com melhor desempenho. O
teatro é também para ele um terreno de esportes, como já indiquei anteriormente.
Ele é histérico na medida em que erotiza o conjunto das relações sociais, onde
gosta da performance por ela mesma(ela dá satisfação a seu eu grandioso, que
toma a si mesmo por ideal), só pensa em termos de estratégia, tem gosto pelo
instantâneo, pelo acontecimento (Bernard TAPIE declara: sou um ser dos
acontecimentos). O surpreendente é que esse homem não se reivindique
capacidades carismáticas excepcionais, como WILSON ou HITLER, ou capacidades
manipulatórias, nem uma força de pensamento e de ação, como LENIN: ao
contrário, ele se proíbe de ser excepcional. Sua mensagem é simples: "Sou
admirável porque o quis e qualquer um de vocês pode se tornar admirável, se fizer
como eu, se tiver tanta coragem quanto eu". O grande patrão italiano C. de
BENEDETTI exprime muito bem essa posição: Na Itália, meus aliados (...) são as
pessoas comuns, porque sou, a seus olhos, uma demonstração do possível (...). Se
elas tomarem um grande patrão italiano, AGNELLI por exemplo, não podem sonhar
em se tornar AGNELLI. AGNELLI a gente nasce, não se torna.Em contrapartida, é
possível tornar-se DE BENEDETTI, há milhares de empresários na Itália que podem
querer isso e esperá-lo. Partem de uma situação similar à minha e o tempo
necessário para isso não parece uma duração mítica, mas uma duração
realista.Pode-se compreender o sucesso de um tal modelo, pois ele promete a
qualquer um, com a condição de ser corajoso, poder ser um verdadeiro chefe de
empresa (e o que é mais glorioso atualmente que chegar a esse lugar?).Poderia
acrescentar à minha panóplia de "caracteres" os antigos burocratas obsessivos que
fizeram sua carreira à sombra de grandes homens (os apparatchiki) e que um dia se
tornam uma mistura de manipuladores perversos e de sedutores-histéricos, como
GORBACHEV.Mas uma tal evolução e uma tal mistura de estilo é ainda muito nova
para ser descrita e explicada de maneira rigorosa. Tentarei em outra ocasião.Em
todo caso, se os megalômanos-paranóicos podem parecer mais ou menos
"doidos"segundo a concepção de Michel SERRES, os outros escapam a essa
denominação. Eles se apresentam, ao contrário, como indivíduos perfeitamente
normais. Mas, talvez, de uma normalidade esmagadora. M. CHIRAC declarou um
dia: "Eu não sonho, não tenho dúvidasmorais". Podemos nos perguntar se essa
falta de fantasia não é um pouco perigosa para quem fala e para aqueles a quem
ele se dirige. A psicanalista Joyce McDOUGALL (22)caracteriza essas pessoas
como "caracteriais de tipo normal". Ela descreve a seu respeito:O caracterial de tipo
normal criou para si uma carapaça que o protege de todo despertar de seus
conflitos neuróticos e psicóticos. Ele respeita as ideias recebidas como respeita as
Para concluir meu intento, é evidente que as condições colocadas para atingir a
plena autonomia indicam que sua ocorrência é fraca. É mais fácil deixar-se guiar
que conduzir sua própria vida, mais fácil imitar que inventar, mais fácil idealizar que
sublimar. Mas uma outra constatação é necessária: da mesma maneira que o
indivíduo totalmente heterônimo não existe, como mostrei na primeira parte de
minha exposição, o sujeito inteiramente autônomo também não existe.
Simplesmente porque o homem é clivado, contraditório,mistura inextricável [
ue não se desemaranhar, desembaraça ou desenlaça
] de pulsão de vida e de morte, capaz do melhor e do pior, freqüentemente
obcecado pelo poder, pelo prestígio e sentindo um desejo de segurança narcísica e,
também, porque as sociedades precisam, para se manter, de um mínimo de ilusões
e de crenças, de disfarces e de hipocrisia. Cada um de nós é, de fato, em certos
momentos, mais um indivíduo pronto a aderir, incapaz de se colocar questões,
pedindo amarras fortes, cedendo à idealização (dos Deuses, do Estado ou de um
outro ser humano, caso contrário, a paixão não seria desse mundo) e, em outros,
um sujeito mais autônomo, em condições de questionar o mundo e a si mesmo e de
procurar, tateando, seu próprio caminho. Portanto, a ideia de uma sociedade de um
sujeito tendo acedido à autonomia se dilui. O que permanece, em compensação, é a
possibilidade de cada sociedade e de cada pessoa entrever a dificuldade do
caminho e de, às vezes, arriscar-se por ele. Tanto quanto é impossível chegar à
verdade, é impossível atingir a autonomia. Nem por isso a busca da verdade e da
autonomia devem terminar. Saber que perseguimos um fim impossível nos chama,
simplesmente, para um pouco de modéstia, de humor e de ironia, em relação a nós
mesmos e a nossas possibilidades de influência. Talvez seja ao atingir a consciência
de nossas impossibilidades que cheguemos, mais frequentemente, a nos conduzir
de maneira autônoma e a não nos deixar prender nas ilusões que o social difunde e
das quais o ser humano é particularmente ávido. Se, às vezes, os heróis ficam
cansados, em outros momentos, podem se reerguer e nos surpreender.Aceitemos o
augúrio e trabalhemos cotidianamente para fazer da "vida imediata"(ELUARD) mais
um lugar de surpresas do que um lugar de repetição morna.
notas:
01.- Traduzido de ENRIQUEZ, Eugène. "Le rôle du sujet humain dans la dynamique
sociale".Revue Européenne des Sciences Sociales. Tomo XXIX, 89, 1991, p. 75-89,
por Sonia Roedel.02.- Cf. meu texto "Individu, création et histoire". In: Connexions,
n. 44, E.P.I., 1984, e o capítulo de minha tese Pouvoir et lien social, Paris: Gallimard,
1980, intitulado "O papel da conduta do indivíduo " .03.- CASTORIADIS, C.
L'institution imaginaire de la société. Paris: Seuil, 1975.04.- VEYNE, P. Les Grecs
ont-ils cru à leurs mythes? Paris: Seuil, 1975.05.- ENRIQUEZ, E. "Le mythe ou la
communauté inchangée". L'esprit du temps, n. 11, Ed. deMinuit, 1986.06.-
Ibidem.07.- Esse ponto será retomado mais adiante neste texto.08.- FREUD, S.
Malaise dans la civilisation (1929). Paris: PUF., 1970.09.- CASTORIADIS, C., op. cit