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A eutanásia ativa acontece quando se apela a recursos que podem findar com
a vida do doente (injeção letal, medicamentos em dose excessiva, etc.).
Eutanásia no Brasil
No código penal brasileiro, a prática da eutanásia não é estipulada. Assim
sendo, o médico que termina a vida de um paciente por compaixão comete o
chamado “homicídio simples”, indicado no artigo 121, e está sujeito a pena de 6
a 20 anos de reclusão.
Isto porque o direito à vida é considerado inviolável de acordo com a
Constituição Federal.
4. Pedir a morte nem sempre significa querer morrer Pouquíssimos pacientes dizem
que querem morrer, ainda mais quando são bem tratados e acompanhados. Além
disso, quando eles pedem a morte, muitos querem expressar algo muito diferente
da vontade de morrer. Pedir a morte significa quase sempre não querer viver em
condições tão difíceis. Pedir a morte porque se está sofrendo é realmente uma
escolha livre? Diferente disso, os cuidados paliativos restauram a liberdade do
paciente no final de sua vida, controlando tanto a dor quanto o sofrimento mental.
5. O fim da vida ainda é vida. Ninguém pode saber o que os últimos dias nos trarão
Mesmo nessas situações difíceis, muitos pacientes vivem momentos extraordinários
e importantes. Alguns descobrem nessa fase que a bondade existe, outros passam
a valorizar seus entes queridos, há aqueles que se reconciliam com algum amigo ou
familiar, etc. Acelerar a morte privaria esses últimos e imprevisíveis momentos da
condição humana.
9. Errar em uma decisão por eutanásia seria um erro médico irreparável Países que
não revogaram a pena de morte têm sério problemas judiciais. No caso da
legalização da eutanásia, nenhum paciente poderá reclamar de erro de diagnóstico,
desconhecimento dos tratamentos existentes ou do verdadeiro motivo pelo qual o
paciente pediu para morrer (lembrar do motivo número 4: pedir a morte nem sempre
significa querer morrer). Você poderia admitir esse risco? Diante de situações
difíceis, o que é preferível: o risco de viver um pouco mais quando estamos
cansados da vida, ou o risco de morrer quando ainda queremos viver?
10. Legalizar a eutanásia generaliza o ato e não evita ultrapassar os limites A
experiência mostra que a legalização está levando os limites legais da prática a
níveis extremos, como a eutanásia de menores ou pessoas que sofrem de
transtornos mentais. Os abusos crescem em países que legalizam a eutanásia (por
exemplo, o clandestino é três vezes mais comum na Bélgica do que na França).
No ano anterior tinham sido 2021 e em 2014 foram 1924. Em 2002, data em que foi
legalizada aquela prática, houve 24 pedidos. Cinco anos depois, em 2007, foram
500. Em 2011 foram registados 1133 casos
Godelieva De Troyer
O caso de Godelieva de Troyer também veio pôr em causa a lei belga e revelar os
perigos da “rampa deslizante”.
Troyer não sofria de qualquer doença terminal, mas tinha sido diagnosticada com
uma depressão. Começou por pedir a eutanásia à sua psiquiatra, mas esta disse
que a lei não se aplicava a casos como o seu. Então foi à procura do médico Wim
Diestelmans, um conhecido promotor da eutanásia, e este aceitou.
Em todo o processo ninguém tentou contactar os filhos da paciente. Quando o seu
filho Tom Mortier soube dos contornos da morte da sua mãe, processou o Estado
belga, alegando que este tinha violado o seu direito à vida familiar. O Tribunal
Europeu dos Direitos do Homem aceitou o seu caso, mas ainda não foi conhecida
uma sentença.
O facto de Godelieva não sofrer de qualquer doença terminal, nem ter queixas de
doença física, fez com que "a mesma pessoa agisse como juiz, júri e carrasco", nas
palavras do advogado de Tom Mortier.
"O médico que eutanasiou a mãe de Tom está na comissão federal que regula a
eutanásia no país", destacou Robert Clarke. "Não só é um dos grandes promotores
da eutanásia na Bélgica, como também a pratica e faz depois parte do painel que
revê as mortes por eutanásia para garantir que cumprem a lei. As salvaguardas não
são adequadas e este caso mostra tudo o que pode correr mal quando a eutanásia
é legalizada.”
Eutanásia em caso de demência
Um outro caso abalou recentemente a Holanda, mas nem a vítima nem a médica
que lhe administrou a eutanásia foram identificadas.
O caso envolve uma mulher de 74 anos que tinha deixado um testamento vital
pedindo para ser eutanasiada se algum dia tivesse de ser admitida a um lar e se
achasse que tinha chegado a altura certa.
Contudo, quando foi de facto internada num lar, a mulher já sofria de demência e
não só não foi capaz de confirmar a sua vontade como terá até dado indícios de que
já não queria morrer.
Apesar disso, a médica do lar decidiu avançar com o procedimento depois de
consultar a família. Apesar de ter dado sedativos à vítima, foi preciso os seus
parentes segurarem-na para que a médica pudesse administrar a injeção letal.
O caso tornou-se polémico e acabou por ir parar a tribunal, mas em setembro de
2019 um tribunal holandês absolveu a médica de todas as acusações de más
práticas.
(Isso ai em cima é pra estudar pro debate)
Numa sociedade verdadeiramente livre, não deverá ser permitido tudo, incluindo a
eutanásia, que não afete adversamente as outras pessoas?
Um dos argumentos mais convincentes a favor da morte medicamente induzida é de
esta fazer parte da liberdade individual e de ser inerente à autonomia de escolha
que deve ser permitida a todas as pessoas numa sociedade livre. Numa sociedade
verdadeiramente livre, tudo o que não afete adversamente outras pessoas, deve ser
permitido.
Esta autonomia, para ser real, deve incluir não apenas escolhas sobre propriedade,
profissão, residência, crenças e opções de estilo de vida, mas também a decisão de
como & quando deixar de viver. Se viver for, por algum motivo, penoso para alguém,
essa pessoa deve ter o direito a escolher morrer e de, para tal, procurar y contratar
os serviços médicos que, prestados livremente, lhe permitam morrer com dignidade.
Se se restringe a liberdade a indivíduos autónomos, conscientes i responsáveis no
que respeita ao querer ou não querer continuar a viver, por que não restringir
também a liberdade nos seus estilos de vida, crenças e tudo o resto? É uma
arbitrariedade que o Estado nos permita fazer com a nossa vida e com o nosso
corpo umas coisas, mas não permita outras.
Então, por que haverá quem, mesmo liberal em tudo o resto, não aceite esta
liberdade fundamental? A razão está na visão antropológica do liberalismo.
Segundo esta visão, a vida constitui um dos elementos essenciais da liberdade
individual. Por outras palavras: a vida humana é algo sem o qual não faz sentido
falar em liberdade. Os liberais que escreveram a Declaração da Independência dos
EUA exprimiram-no, dizendo que “todos os homens são dotados […] de alguns
Direitos inalienáveis, entre os quais estão a Vida, a Liberdade e a busca da
Felicidade.” Nesta visão, a vida é algo que fundamenta a liberdade e a liberdade
serve para a busca da felicidade. Assim, não só viver sem liberdade não é
verdadeira vida —Liberdade ou Morte! —, mas também a liberdade individual não
inclui o “direito” à cacotanásia (‘eutanásia’ para os amigos) por esta ser
intrinsecamente um atentado à liberdade pessoal.
Como assim, se é a própria pessoa que o quer? Então não podemos fazer com a
nossa própria vida o que queremos? Aqui um liberal responderá: “a ‘tua’ vida não é
tua!” Embora um cão, um terreno ou uma ideia possam ser objeto de propriedade,
uma vida humana em caso algum pode ser propriedade de alguém, nem do próprio:
é inalienável ou, noutra expressão, é inviolável. É inviolável por todos, incluindo o
próprio. E é inalienável pelo próprio, que portanto não a pode vender ou destruir a
seu bel-prazer.
Embora comum, é um erro pensar que a “minha vida” é minha propriedade. A vida
não é “minha”, eu sou vida. E sendo vida humana, tenho um direito inalienável à
liberdade. Aliás, é esta a razão pela qual numa sociedade liberal, ao contrário do
que acontecia na Roma antiga ou na China até ao séc. 19, a vida humana não
possa ser transacionável e uma pessoa não se possa vender para escrava: a
liberdade e a vida são inalienáveis. Também é esta a razão por que nem sequer é
permitida a auto-doação para o canibalismo, mesmo que a maioria dos regimes
legais não o proíba explicitamente (e haja um caso que esteja a por isto em causa).
Então, porque é que há pessoas que se dizem liberais e que são a favor da morte
medicamente induzida? Simples: porque não são verdadeiramente liberais. Embora
possam exibir folhagem liberal, em assuntos económicos por exemplo, são
totalitários na raiz. Uma característica comum de todos os totalitarismos, sejam
asiáticos, clássicos, iluministas, nacionalistas, ou warxistas, é de que as pessoas
podem ser propriedade: sejam delas próprias, de outras, da nação ou do Estado.
Contraposto a isto, numa sociedade liberal as pessoas nunca são propriedade de
ninguém, nem delas próprias.
Assim, um teste rápido e seguro ao liberalismo de alguém é perguntar-lhe: “De
quem é a minha vida?” Um verdadeiro liberal responderá: “A vida não é tua. Tu és
vida. E tu, ou a ‘tua vida’ se quiseres dizer assim, és inalienável e inviolável.”
Us avtores não segvem a graphya du nouo AcoRdo Ørtvgráphyco. Nein a do
antygo. Escreuem como qverem & lhes apetece. #EncuantoNusDeixam
Declaração de interesses: os autores solidarizam-se com todos os que, devido a
acidente ou doença, sofrem e estão incapacitados de levar a vida ativa que desejam
e declaram que não têm a certeza de possuírem o heroísmo necessário para
enfrentarem desafios semelhantes. Mais declaram que têm preferência por uma
sociedade de consciência onde estes assuntos não sejam do foro estatal, e que
parta de cada ser humano entender a vida como usufruto, inalienável e inviolável, e
não propriedade.