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Será a Eutanásia uma prática moralmente aceite?

Olá a todos neste ensaio, procuramos mostrar a nossa posição relativamente á eutanásia
ser uma prática moralmente aceite ou não.
A eutanásia tem sido um assunto muito discutido já que descreve o processo de acelerar
a morte de um paciente em estado crítico de saúde, sem que ele sinta dor, sendo uma
escolha determinada pelo paciente, família ou ambos.
A eutanásia é considerada homicídio de acordo com determinadas crenças, religiões,
ética, política, e nalguns países, por exemplo, Brasil e Portugal, essa prática é ilegal. Por
sua vez, países como Holanda, essa ação é considerada legal, desde 1993 e
seguidamente também a bélgica e a Suíça.

Mas posto isto, vamos falar um pouco da eutanásia


A palavra eutanásia deriva de um vocábulo grego composto por “eu” (bom) e
“thanatos” (morte), o que vai significa “boa morte”, no sentido de uma morte tranquila,
sem sofrimento. Atualmente, o termo corresponde a ajudar um doente a terminar a vida,
para aliviá-lo de dores e sofrimento insuportável. Isto levanta vários problemas éticos,
como, por exemplo: será que tirar a vida a uma pessoa é moralmente correto, mesmo
que seja para seu benefício? As opiniões são várias, por isso faz da eutanásia um
problema importante.

Alguns argumentos a favor apontam que viver é um direito e não uma obrigação, outros,
contra eutanásia, defendem que a vida deve ser mantida até o corpo falecer
naturalmente.

Os argumentos a favor são, por exemplo:


1. Uma morte indolor
2. Direito à escolha pela vida e morte
3. Evitar a dor e o sofrimento de pessoas em fase terminal, bem como o sofrimento
dos familiares
E os argumentos contra a eutanásia são:
1. O fim da vida de alguém
2. Para os religiosos é considerado um suicídio, sendo Deus, o único que pode tirar
a vida do paciente
3. Considerada homicídio em alguns países
Existem vários tipos de eutanásia:
 Quanto ao tipo de ação:
Eutanásia ativa: o ato deliberado de provocar a morte sem sofrimento do paciente, por
fins misericordiosos.
Eutanásia passiva ou indireta: a morte do paciente ocorre, dentro de uma situação de
terminal idade.
Eutanásia de duplo efeito: quando a morte é acelerada como uma consequência indireta
das ações médicas que são executadas querendo o alívio do sofrimento de um paciente
terminal.

 Quanto ao consentimento do paciente:


Eutanásia voluntária: quando a morte é provocada atendendo a uma vontade do
paciente.

Eutanásia involuntária: quando a morte é provocada contra a vontade do paciente.

Eutanásia não voluntária: quando a morte é provocada sem que o paciente tivesse
manifestado a sua posição em relação a ela.

Vamos falar apenas da eutanásia voluntária ativa. A eutanásia voluntária ativa


distingue-se da passiva pelo facto que na ativa há uma componente de ação direta por
parte dum agente, levando consequentemente á morte do doente que a solicita.
Existe algumas objeções a esta prática.
Uma delas é o facto do nosso instinto mais básico ser o de sobrevivência, levando-nos a
fazer o possível para não morrermos. Sendo assim, deveria ser inaceitável as pessoas
fumarem, pois isso leva-nos também á morte. No entanto, pelo que sabemos, fumar é
permitido em todos os países, mas a prática de eutanásia não o é.
Outra objeção à prática da eutanásia é, que no caso de algumas religiões, a Igreja
Católica, bem como quase todas as principais confissões cristãs, muçulmanas e judaicas,
condenam firmemente qualquer prática que antecipe a morte de um doente, seja a seu
pedido ou não, opondo-se então à eutanásia.

Ao contrário de muitas pessoas que vêm esta ação como um crime e falta de respeito
para com a vida humana, na nossa opinião, a eutanásia ativa é moralmente aceitável,
pois deixar morrer um doente com um prognóstico fatal sem intervenção médica é o
mesmo que acelerar este processo através da eutanásia, pois em ambas as situações o
resultado é a morte, mas com a eutanásia o sofrimento tanto físico como psicológico
terminam mais rápido.
Em condições normais, matar alguém é errado e um crime. Mas neste caso se há um
acordo entre duas pessoas, onde é que poderá estar o mal de se recorrer á eutanásia?
Não há mal nenhum.
Uma pessoa tem liberdade e o direito de acabar com a própria vida, tendo razões
adequadas para isso.

Se pensarmos bem todos vamos morrer um dia, seja por doença ou mesmo devido a um
acidente. Mas quando temos uma doença que é fatal e sofremos com isso porque não
acabar com a dor? Porque é que não nos é permitido acabar com a tortura?

Então perguntamos: Qual é a solução que permite a todos o maior conforto possível?
Para respondermos mais facilmente a esta questão devemos seguir por uma solução
idêntica à que Norman Daniels (filósofo político americano e filósofo da ciência, teórico
político, ético) defende dizendo-nos que há assuntos relativamente aos quais há várias
respostas aceitáveis, e que o importante é que a sociedade se preocupe em tomar
decisões razoáveis.

Como diz
Júlio Machado Vaz, médico psiquiatra
"Se eu não pude ser ouvido, por definição, no início da minha vida, em contrapartida
gostaria de ter o direito de ser ouvido no fim da minha vida, porque a morte sempre fez
parte da vida."
E
António Costa (PS)
"Respeitando a consciência de cada um não impondo a ninguém qualquer
comportamento, mas assegurando a todos, que o queiram ter, uma morte digna, pode
recorrer à eutanásia".

Como conclusão, não achamos nada de moralmente errado na prática da eutanásia,


apenas se poupa o sofrimento de uma pessoa, tirando-lhe a vida por própria vontade.

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