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Amor de Perdição

capítulo X
Crítica social
A crítica é dirigida ao clero, padres e freiras, uma vez que é
retratada a devassidão existente naquele grupo social: a
vida mundana, observável no consumo de vinho e de
tabaco que a prioresa parece ter “umas ancoretas de
vinho do Pinhão […] para tonizar o estômago da prelada.”
(l.5), “ lágrimas… de simonte” (ll.14,15), na conduta
imprópria, contrária ao voto de castidade que fizeram “ –
Que boa moça” (l. 3, 7, 10), “ a ciumosa prioresa se estava
remordendo” (ll. 6,7) e, ainda, nos roubos dentro da
instituição, que devia ser local de comportamentos
irrepreensíveis.” que me roubaram o tinteiro”(l.80).
• A vida no convento e a postura dos seus
membros são apresentados ironicamente,
ridicularizando-se comportamentos.
• Ironicamente, as jovens são enclausuradas
naqueles espaços ( onde abunda a imoralidade),
por vontade paterna, muitas vezes para lhes
repreenderem a conduta.
• Está também implícita uma crítica ao
autoritarismo paterno, repressor e intransigente.
Caracterização de Mariana
• Mariana é uma moça jovem, de olhos bonitos e
belas formas (ll. 3, 7, 10 e 11) – caracterização
direta.
• É uma rapariga simples da aldeia, no entanto, de
resposta pronta, pragmática e assertiva,
respondendo sempre (por vezes rude), mas sem se
comprometer. Perspicaz, na medida em que percebe
bem as intenções do padre. Humilde, generosa e
altruísta, pois sacrifica a sua felicidade para ajudar o
homem que ama. – Caracterização Indireta.
A linguagem como espelho do seu estatuto
social
• Maria e Joaquina são duas jovens do povo,
sendo a linguagem usada por ambas própria
deste meio social. Alguns exemplos:
 O respeito revelado relativamente a Teresa nas
formas de tratamento usadas ( alguma
subserviência até) – “ D. Teresinha de
Albuquerque” (l.46), “ A menina…” (l. 72),“
minha senhora” (l.78), “ Vossa Excelência”
(l.97)
 Recurso a expressões populares, tais como
 “ Ó dianho!” (l.59), “ debaixo d’ olho” (ll.
59,60) “ está morta por …” (l. 63), “ e agora é
boa maré…” (l. 68)

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