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Preparação para o exame nacional de Português – código 639

12º Ano – Turmas C e D

Professor Rui Machado

Correção da Ficha Formativa 1


1.

No texto apresentado, Vieira censura os fiéis que desprezam as palavras dos


pregadores, enveredando por caminhos de vida pecaminosos. Neste contexto, o orador
lembra o sucedido com santo António em que os homens, para além de ignorarem as suas
pregações, chegaram ao ponto de porem em risco a sua vida, a exemplo, aliás, do ocorrido
com padre António Vieira.
Assim, de modo a concretizar esta denúncia, o orador, no âmbito do discurso alegórico
que profere, representa metaforicamente os homens através dos peixes, cujo
comportamento, que elogia face à obediência com que acorreram ao chamamento do santo e
à atenção dispensada às suas palavras, contrasta com o dos fiéis, invariavelmente alheados
dos seus sermões, ideia bem ilustrada no quiasmo que encerra o primeiro parágrafo (“mas
neste caso os homens tinham a razão sem o uso, e os peixes o uso sem a razão”).
Finalmente, tendo em vista a validação desta admoestação, o padre jesuíta recorre a
um argumento de autoridade, uma estratégia habitual no Sermão de santo António aos Peixes,
que torna irrefutável a acusação proferida, concretizado através da referência ao célebre
episódio bíblico da «baleia de Jonas».

2.
Nesta parte do excerto, emerge um jogo de homonímia (ou de palavras homónimas –
na primeira ocorrência “entranhas” surge no sentido figurado e na segunda no sentido literal),
cujo efeito de sentido decorre da intenção de Vieira, contrastando o comportamento dos
marinheiros com o da baleia, sublinhar a animosidade dos homens para com santo António,
crítica que se estende ao homem em geral.

Correção da Ficha Formativa 2

1.
No texto apresentado, padre António Vieira pretende censurar o desprezo a que os
homens votam a palavra de salvação proferida pelos pregadores por força da insensatez da
vida pecaminosa que protagonizam, absolutamente desviados dos preceitos que a Igreja
preconiza.
Neste sentido, de modo a fiabilizar tal denúncia, o orador, no âmbito do caráter
alegórico do seu discurso, alude às virtudes de um peixe bíblico, o peixe de Tobias, que
metaforiza as qualidades salvíficas da pregação de santo António, o que constitui um
argumento de autoridade, uma estratégia habitual no Sermão de Santo António aos Peixes.
Deste modo, Tobias, que, inicialmente se atemorizou com o peixe, para depois, aproveitando
os conselhos do anjo S. Rafael, conseguiria curar a cegueira do pai e afugentar o demónio
Asmodeu.
Assim, a exemplo do sucedido nesse episódio, também os fiéis, se escutassem as
palavras de António poderiam libertar-se da vida pecaminosa que levavam.

2.
Na frase transcrita, destaca-se um jogo de homonímia, consubstanciado da variação de
significado do significante «lavar», na primeira ocorrência, no sentido literal e, na segunda,
figurado, a exemplo do ocorrido com as expressões «abriu a boca» e «abria a boca», cujo
efeito de sentido decorre da intenção de Vieira, ao mesmo tempo que louvava as virtude de
santo António, criticar contundentemente o desprezo dos homens para com a pregação do
santo, de uma maneira geral, procurando atingir o mau comportamento dos fiéis.

Correção da Ficha Formativa 3

1.
No texto em apreço, que integra a parte relativa às censuras em particular aos peixes,
o orador censura os homens pelos pecados da blasonaria, arrogância e desfaçatez. Para
consumar tal crítica, Vieira, no âmbito do caráter alegórico do seu discurso, apresenta os
roncadores como metáfora dos homens, cujo comportamento é idêntico ao de tais animais
marinhos.
Neste sentido, de modo a fiabilizar a tese (a denúncia de tais pecados humanos), Vieira
recorre a um argumento, o paralelismo peixes/homens que torna evidente tal admoestação, e
a um argumento de autoridade, a alusão ao episódio bíblico protagonizado por S. Pedro,
ilustração que torna irrefutável as acusações feitas a tais pecados humanos.
Assim, face a esta estratégia discursiva, padre António Vieira pretendia que os seus
ouvintes, tomando consciência do negativismo de comportamentos desta natureza, se
regenerassem.

2.
Através do recurso a essa figura de estilo, António Vieira pretende, por um lado, captar
a atenção do auditório e, por outro, de modo a estimular a sua consciência crítica, sublinhar o
caráter pecaminoso de condutas desse jaez.

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