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Capítulo II – excerto
Estrutura do sermão;
Louvores aos peixes em geral.
Estrutura interna – exposição e confirmação;
Apresentação do plano discursivo a desenvolver e das Ideias a defender (alegorias e
exemplos). Ao partilhar com o auditório a estrutura do seu discurso, este poderá
seguir melhor as suas palavras e aceitá-las);
Referência aos deveres do sal (RETOMA DA TEMÁTICA)
Finalidade do Semão (1º parágrafo) – por analogia as finalidades do sermão coincidem
com as funções do sal.
As pregações de Santo António, à semelhança do sal, serviam para louvar o bem e repreender
o mal Vieira constrói um discurso para louvar as virtudes dos peixes e para repreender os
seus vícios.
Cenário: O pregador é o padre António Vieira e os ouvintes (auditório real) são os habitantes
de São Luís do Maranhão, que assistiam à pregação no dia de Santo António (13 de junho) do
ano 1654.
Questão 2 -
A ALEGORIA – IMPORTANTE
Padre António Vieira ilustra determinados conceitos abstratos (ex: vícios dos homens como
a SOBERBA, a VAIDADE, a VINGANÇA, a COBIÇA, etc. ou as virtudes como a BONDADE, a
COARAGEM…) recorrendo às características dos peixes.
Como a “terra não se deixa salgar”, ou seja, os homens não ouvem a doutrina, Padre
António Vieira decide pregar aos peixes tal como fez Santo António em Itália. Não te
esqueças que os Peixes são um auditório ficcionado.
Repara que no excerto, o pregador dirige-se aos «irmãos peixes» (l. 7) (destinatário), a partir
dos quais se inicia o discurso alegórico. Note-se que, considerando-os «irmãos», o pregador
estabelece a ligação com os homens, que são, de facto, aqueles que estão perante si e a quem
quer indiretamente (ou diretamente) atingir. Concretiza-se assim a alegoria; os elementos
concretos são os peixes, mas, no plano abstrato, quer-se alcançar a falta das virtudes
mencionadas em relação aos seres humanos.
Questão 3- Duas formas de articulação entre o final do exórdio e o início do capítulo II:
Para articular o final do capítulo I e início do capítulo II, o orador recorre ao verbo “pregar”,
retomando o milagre de Santo António que falou aos peixes, portanto o orador recorre à
alegoria, uma vez que também ele fala aos peixes. E ainda recorre ao conceito predicável e às
funções do sal.
Ponto de Situação
Padre Antº Vieira compara o comportamento dos homens com o dos peixes, quando Santo
António, sendo escorraçado pelos primeiros, se voltou para os segundos para os doutrinar.
Acudiram, obedientemente, os peixes e ouviram-no, atentamente, como se tivessem razão
(que Deus não lhes tinha dado). Os homens (a quem tinha sido dado o entendimento racional)
comportavam-se como seres irracionais, maltratando o santo.
Então:
Por prudência, os peixes devem manter-se afastados dos homens, de forma a evitarem o
cativeiro. Este motivo está relacionado com o objetivo global do Sermão, que se refere à
defesa dos escravos do Maranhão e à condenação da sua exploração.
Relembra:
Crítica social
O sermão assenta numa alegoria, pois através dos peixes, o
orador critica os seres humanos.