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Escola Secundária José Saramago

2023/2024

Doping no Desporto
Trabalho de Educação Física
Professor Nuno Félix

Trabalho realizado por:


Daniela Rodrigues nº10
Inês Oliveira nº12
Leonor Martins nº17
Leonor Duarte nº19
11ºLH1
Índice

1 Introdução

2 Doping: O que é?

3 Definição legal

4 O que leva um atleta a dopar-se?

5 Lista de substâncias e métodos proibidos

6 Controlo anti-doping

7 Riscos e efeitos do doping

8 Conclusão

9 Bibliografia
Introdução
Neste trabalho, inserido no âmbito da disciplina de Educação
Física, vamos abordar a temática: o Doping no desporto.

O objetivo é explicar os respetivos métodos e fatores relacionados


com o Doping, bem como analisar e compreender a sua ligação
com a saúde e os riscos para a mesma, assim como o controlo
destas substâncias.
Doping: O que é?
Este conceito tem origem na palavra doop, que significa um
sumo viscoso obtido do ópio que é utilizado desde os tempos dos
gregos.
O conceito de doping (ou dopagem) está sempre a evoluir de
acordo com o avanço nas ciências, podemos dizer que é o uso de
drogas ou de métodos específicos que tendem aumentar o
desempenho físico/mental por meios artificiais de um atleta
durante uma competição, a fim de beneficiá-lo relativamente aos
outros atletas.

História do doping → Já nos Jogos Olímpicos da Antiguidade,


os atletas gregos utilizavam com frequência plantas e sangue de
cabra para os ajudar. Nos Jogos Olímpicos da Era Moderna
usam-se outras substâncias como: esteroides anabolizantes,
narcóticos, estimulantes, diuréticos, entre outros. Percebemos
uma evolução nos meios, no entanto a finalidade mantém-se.

A multiplicidade do problema do doping, tem ganho a


amplitude que tem nos dias de hoje, exatamente pela
diversificação das modalidades que vários desportos têm,
cada modalidade exige um determinado tipo de “ajuda”, como
vamos ver através das principais substâncias utilizadas pelos
atletas, os seus efeitos e as consequências do uso abusivo.
Definição legal
No nosso país, o Decreto-Lei nº. 183/97, que legisla o Combate à
Dopagem no Desporto, refere que por Doping entende-se a
administração aos praticantes desportivos ou o uso por estes de
classes farmacológicas de substâncias ou de métodos constantes
das listas aprovadas pelas Organizações Desportivas Nacionais
ou Internacionais competentes.

A Agência Mundial Antidoping publicou o Código Mundial


Antidopagem que define que pelo menos dois dos seguintes
critérios estejam presentes para que uma substância ou um
método possa ser considerado como dopante:
● Tem potencial para melhorar ou melhora efectivamente o
rendimento desportivo
● Constitui um risco para a saúde do atleta
● A sua utilização viola o espírito desportivo
As principais substâncias
estimulantes
● Substâncias estimulantes → Substâncias que apresentam
um efeito direto sobre o sistema nervoso central, estimula
a atenção do atleta para a competitividade,
agressividade, o estado de alerta, diminuem o cansaço e
aumentam a força e a disposição.
Os principais desportos coletivos que fazem uso desta
substância são: o basquetebol, ciclismo, voleibol, futebol.
Grandes exemplos de estimulantes vulgares são: as
anfetaminas, a cocaína, a efedrina e a cafeína, usadas para
conseguir os mesmos efeitos da adrenalina, como o
aumento da excitação, aumento da capacidade de
tolerância ao esforço físico e diminuição da dor.
No entanto o uso abusivo desta substância pode provocar
alguns efeitos secundários prejudiciais ao organismo tais
como a falta de apetite, a hipertensão arterial, palpitações
e arritmias cardíacas, alucinações e diminuição da
sensação de fadiga, ou até morte em casos mais extremos.

● Narcóticos e Analgésicos → São substâncias proibidas no


desporto e estão representadas pela morfina, petidina e
substâncias análogas, derivados do ópio.
São usados principalmente nos desportos de bastante
resistência como a maratona e o triatlo, pois estas
substâncias atuam no sistema nervoso central
diminuindo a sensação de dor, daí serem usadas.
Apesar do seu aparente benefício podem ser muito
prejudiciais na saúde do atleta, pois a ausência e a
diminuição da sensação de dor dolorosa pode levar ao
atleta desvalorizar a sua dor, que pode ser uma lesão
perigosa que se pode agravar.
No entanto, também pode perder o equilíbrio e
coordenação, insônias, depressão, náuseas e vómitos,
diminuição da frequência cardíaca, da capacidade de
concentração assim como do ritmo respiratório.

● Esteróides anabolizantes→São hormonas, frequentemente


derivados artificiais da testosterona, hormona masculina
responsável pelo crescimento dos músculos e aumento
de força pois fixa as proteínas, permitindo a
criação/desenvolvimento do músculo, melhorando assim a
estrutura da massa óssea.
Por vezes algumas substâncias podem também imitar o
efeito dos anabolizantes, como é o caso do ostarina, que
imita a ação da testosterona e, daí também a sua proibição.
Estes anabolizantes podem ser aplicados ou ingeridos em
forma de comprimidos e são capazes de nos trazer vários
efeitos indesejáveis como: provocar acne, perda de cabelo,
aumento da agressividade, problemas cardíacos, hepáticos
e renais, além de mudanças hormonais irreversíveis.

● Diuréticos → O uso desta substância pode ser feita por


comprimidos por via oral e com líquidos. Têm uma dupla
função, a sua função direta é o facto de estimular a função
de urinar, os atletas maioritariamente de luta ingerem esta
substância para conseguirem se encontrar no peso da sua
categoria. Já a sua função indireta refere-se ao facto de os
diuréticos estimularem produção de urina e a libertação
dela e dificultam a ação de outros dopantes.
O uso de diuréticos não deve ser feito, não só para a perda
artificial de peso, mas também porque esta substância
insinua que o atleta tem tomado outro tipo de doping.
O uso abusivo desta substância pode conduzir a vários
malefícios como: a desidratação, os desmaios,
tonturas,alterações nos eletrólitos, complicações renais e
cardíacas e a hipotensão.
O que leva um atleta a
dopar-se?
Normalmente associamos o doping ao desporto de alta
competição, no entanto, a utilização destas substâncias é muito
mais alargada, atingindo pessoas que vão ao ginásio, os jovens
em idade escolar ou até mesmo pessoas que não estão
envolvidas diretamente em qualquer tipo de prática desportiva.

As razões que levam as pessoas a utilizarem este tipo de


substâncias são várias, dependendo dos objetivos que cada um
procura atingir com a sua utilização.

Os atletas de competição e alguns jovens em idade escolar


procuram nestas substâncias uma forma de melhorarem o seu
rendimento desportivo, cedendo às pressões de uma sociedade
que exige prestações desportivas cada vez mais elevadas.

Os utilizadores de ginásios e alguns jovens utilizam estas


substâncias com o objectivo de melhorarem a sua imagem
corporal, tentando dar resposta a uma sociedade onde a imagem
exterior é sobrevalorizada em relação ao aspeto interior.

Atualmente, o treino e o desempenho são bastante


influenciados pelo uso de produtos referentes ao doping,
porque a realidade é que a competitividade extrema, a procura
de melhores resultados e a melhoria no rendimento são
comportamentos comuns dos atletas.
O problema é que, na tentativa de grandes melhorias de
performance e do rápido aumento da massa e da força, muitos
deles acabam por usar doses elevadas, algumas vezes
exageradas. Porém, estas substâncias são proibidas, não apenas
por proporcionarem vantagens ao atleta, mas também pelos
riscos que podem causar à saúde do indivíduo.
Lista de substâncias e
métodos proibidos
Esta lista é mantida pela da Agência Mundial Antidoping.

Substâncias proibidas:
● Estimulantes (ex. anfetaminas, bromatan, cocaína, e
substâncias semelhantes)
● Narcóticos (ex. heroína, morfina, e petidina)
● Canabinóides (ex. haxixe e marijuana)
● Agentes anabolisantes (ex. nandrolona, estanazonol,
testosterona, clembuterol e substâncias semelhantes)
● Hormonas peptídicas (ex. hormona do crescimento,
corticotrofina, gonadotrofina coriónica, eritropoietina,
insulina, incluindo substâncias semelhantes)
● Beta-2 agonistas, exceto o formoterol, salbutamol,
salmeterol e a terbutalina por via inalatória. A utilização
requer uma notificação à Autoridade Antidopagem de
Portugal
● Agentes com atividade anti-estrógénica (ex. inibidores da
aromatase, clomifeno, ciclofenilo e tamoxifeno)
● Agentes mascarantes (ex. diuréticos, epitestosterona,
probenecid e expansores do plasma)
● Glucocorticosteróides, são proibidos por via oral, retal ou
por injeção intravenosa ou intramuscular. Todas as outras
vias de administração requerem uma notificação à
Autoridade Antidopagem de Portugal

Substâncias proibidas em alguns desportos em particular:


● Álcool
● Beta-bloqueantes (ex. atenolol, acebutolol, propranolol e
substâncias semelhantes)
● Diuréticos (ex. furosemida, hidroclorotiazida, triamtereno e
substâncias semelhantes)

Métodos proibidos:
● Incremento do transporte de oxigénio (ex. dopagem
sanguínea e produtos com capacidade para aumentar a
captação, o transporte e a libertação de oxigénio)
● Manipulação farmacológica, química e física (ex. agentes
mascarantes, cateterização, substituição e/ou alteração da
urina)
● Dopagem genética ou celular, que é definida como o uso
não terapêutico de genes, elementos genéticos e/ou células
que tenham capacidade para aumentar o rendimento
desportivo
Controlo anti-doping
Porque devemos combater o doping?
Devemos combater o doping por várias razões, não só éticas
mas também relacionadas com a saúde, que iremos aprofundar
mas aqui estão as principais:
● O doping e o desporto são incompatíveis, apoiar o doping
contraria a ética e lealdade desportiva
● Esta prática transforma o desportista num objeto que é
manipulável, como se fosse uma máquina que tem de
render o máximo possível, mesmo em detrimento do mesmo
● O organismo fica fica suscetível à ultrapassagem dos seus
próprios limites
● Provoca alterações nas funções orgânicas e psíquicas do
organismo
● Pode causar dependência no uso de drogas
● Provoca uma degeneração física, muitas vezes irreversível

O controlo anti-doping é uma área muito importante, visto que


o desporto é um fenômeno que mobiliza milhões de pessoas.

Participar em atividades desportivas deve envolver princípios de


honestidade e equidade. Competir não se trata apenas de
alcançar o sucesso a todo custo, mas sim de dedicar-se com
esforço, dedicação e autenticidade.

Os atletas envolvidos em competições desportivas oficiais ou


eventos internacionais estão sujeitos ao controlo antidoping,
mesmo quando não estão a competir, ou seja, durante os
períodos de treino. A seleção dos atletas para esses testes é feita
normalmente por meio de um sorteio.
Procedimentos de controlo de doping

Os controlos de doping representam a vertente de caráter mais


dissuasor da luta contra a dopagem, os seus procedimentos
seguem um rigoroso padrão para garantir a integridade e a
precisão dos resultados.

Os controlos de doping recorrem à recolha de amostras de urina


ou de sangue aos praticantes desportivos. Isto deve-se devido
ao facto destes serem os maiores transportadores de impurezas
do corpo humano inclusivamente drogas, sendo esta analisada
pela densidade urinária,

Estas amostras são submetidas a análises laboratoriais


específicas, realizadas por laboratórios acreditados para o efeito
pela AMA (Agência Mundial Antidoping), visando a deteção de
substâncias e métodos proibidos previstos na Lista de
Substâncias e Métodos Proibidos em vigor.

Esses procedimentos seguem as diretrizes rigorosas


estabelecidas por estas organizações antidoping para assegurar
a justiça e a credibilidade no esporte.

Os controlos de doping podem ocorrer em competição e fora de


competição. Os em competição visam a deteção de substâncias
e métodos proibidos em competição previstos na Lista de
Substâncias e Métodos Proibidos. Os resultados desportivos
considerados como recordes nacionais só podem ser
homologados quando os praticantes desportivos que os tenham
obtido sejam submetidos ao controlo de dopagem. Cada
competição e federação desportiva tem autonomia para
determinar como são escolhidos os atletas para a realização
deste exame.

Como exemplo de uma organização nacional com funções no


controlo e na luta contra o doping no desporto, temos a
ADoP(Autoridade Antidopagem de Portugal) que também
colabora com os organismos nacionais e internacionais com
responsabilidade na luta contra a dopagem no desporto.
Os testes de doping têm uma natureza dissuasora devido à sua
função para alertar e para desencorajar atletas a envolverem-se
em práticas dopantes.

Têm uma grande importância significativa já que, aumentam a


prevenção de comportamentos não éticos.

A implementação dos mesmos cria uma barreira significativa


contra estes comportamentos, desestimulando os atletas a
utilizarem substâncias proibidas para obter vantagens injustas,
um maior risco de deteção, pois a consciência de que os atletas
podem ser sujeitos a testes a qualquer momento aumenta esse
risco, tornando-se menos provável que os atletas recorram à
dopagem, resulta também numa maior preservação da
integridade competitiva, dado que a existência de controlos
antidoping contribui para a preservação da integridade
competitiva, garantindo que todos os participantes estejam
sujeitos às mesmas regras e padrões éticos, e inclusive o
acréscimo da transparência e credibilidade do desporto uma
vez que, a realização destes testes, demonstram o compromisso
das autoridades e organizações em manter um ambiente de
competição justo e limpo.

Com o controlo pretende-se então preservar a ética desportiva,


através da proteção da saúde física e mental dos atletas e da
garantia da igualdade entre todos os atletas em cada evento
desportivo.

Os atletas que se recusam a participar num controlo


antidoping, assim como aqueles que excedem os limites
permitidos de substâncias proibidas estipulados por lei, estão a
infringir as regras e, como resultado, podem enfrentar
penalidades, incluindo suspensões e multas.
Riscos e efeitos do
doping
Os perigos relacionados ao doping incluem uma série de riscos
para a saúde física e mental dos atletas, bem como
consequências adversas para a integridade do desporto.

Estes riscos abrangem impactos na saúde física:

O uso de substâncias dopantes pode resultar em efeitos


colaterais prejudiciais para o corpo, incluindo danos aos órgãos,
desequilíbrios hormonais, efeitos cardiovasculares adversos e
comprometimento do sistema imunológico

Riscos para a saúde mental: Além dos efeitos físicos, o doping


também pode afetar a saúde mental dos atletas, contribuindo
para ansiedade, depressão, insônia e outros problemas
psicológicos. Este cria também dependência e vício já que alguns
agentes dopantes têm potencial para criar dependência,
resultando em comportamentos viciantes que podem prejudicar
a saúde geral do atleta

Cria também uma desigualdade competitiva, visto que o doping


cria uma disparidade injusta entre atletas que optam por
competir de maneira ética e aqueles que recorrem a substâncias
proibidas, comprometendo a igualdade competitiva, esta da
mesma forma ameaça a integridade do desporto, minando a
confiança do público e comprometendo a validade das
competições, uma vez que os resultados podem ser distorcidos
por práticas desleais e ainda causam prejuízos à saúde a longo
prazo dado que o uso contínuo de substâncias dopantes pode
causar danos irreversíveis à saúde, afetando a qualidade de vida
do atleta a longo prazo.
É fundamental abordar e combater o doping não apenas pelo
impacto imediato nas competições mas também pelos riscos
substanciais que representa para a saúde e a integridade do
desporto.

Os riscos associados ao doping variam consoante a substância


consumida, a frequência e o tempo de consumo, o sexo e a idade
de quem consome.
Conclusão
A nosso ver, este trabalho foi-nos muito útil e interessante, pois
aumentou os nossos conhecimentos acerca de um tema
infelizmente muito assente no âmbito desportivo, e que o quanto
antes deve ser travado para evitar doenças ou até mesmo
fatalidades aos atletas de diferentes modalidades.

Com a realização deste trabalho entendemos que o doping é um


problema demasiado preocupante e que muitos atletas
quebram os conceitos de ética e lealdade desportiva com a
sua utilização.

Assim conseguimos concluir que o doping e o desporto são


incompatíveis e que utilizar o doping não é a forma correta de
obter melhores resultados.
Bibliografia
● https://pt.slideshare.net/Luci93/doping-10530289
● https://desporto.sapo.pt/modalidades/mais-modalidades/artigos/d
a-grecia-antiga-a-russia-uma-breve-historia-do-doping-no-desport
o
● https://www.adop.pt/media/3006/O%20que%20necessito%20sabe
r.pdf
● https://www.record.pt/nutricao/detalhe/doping-atualidade-e-efeitos
-secundarios
● https://www.sicad.pt/PT/Cidadao/Tu-alinhas/PelaTuaSaude/Pagin
as/detalhe.aspx?itemId=3&lista=Doenca&bkUrl=/BK/Cidadão/Tu-a
linhas/PelaTuaSaude
● https://www.fpj.pt/wp-content/uploads/2016/07/FPJudo-Guia-Pr%
C3%A1tico-sobre-a-Luta-contra-a-Dopagem-2014.pdf
● http://www.quimica.seed.pr.gov.br/

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